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ALCÓOLEOS/GLICERÓLEOS/ETERÓLEOS/OLEÓLEOS

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MATERIAL DE APOIO 
 
 
AULA: ALCÓOLEOS / GLICERÓLEOS / ETERÓLEOS / 
OLEÓLEOS 
 
I) ALCÓOLEOS 
 
São preparações farmacêuticas cujo veículo, único ou principal, é o álcool 
etílico com diversas graduações. 
Podem ser preparados por solução simples, por maceração, por percolação, 
ou por digestão. 
De acordo com a natureza e propriedades do material utilizado na sua 
preparação e conforme o método de preparação temos: 
 
1- Solução simples : Simples 
 Ácidas 
 Açúcaradas (Elixires) 
2- Tinturas 
3- Alcoolaturas 
4- Pseudo-alcoolatos ou Espíritos 
 
1.1 Soluções alcóolicas simples: 
Também chamadas de Alcoolitos. Os Alcoolitos são obtidos por dissolução 
total das substâncias, sendo que em alguns casos esta dissolução pode ser 
auxiliada por aquecimento moderado ou por ação de adjuvantes. 
Ex.: na dissolução do iodo a solução de poliiodeto é utilizada. 
São preparadas respeitando as regras estabelecidas para soluções. 
As mais usadas são: solução alcóolica de iodo (F.B.II), solução alcóolica de 
cânfora, de isossulfocianeto de alilo (tintura de mostarda); solução 
alcóolica de timerosal, solução alcóolica de mentol. 
 
1.2 Soluções ácidas: 
São obtidas pela mistura do álcool com um ou diversos ácidos minerais. 
Dilui-se o ácido na água, junta-se o álcool e deixa o vidro aberto durante 24 
horas. Fecha-se e conserva em lugar ao abrigo da luz. 
São pouco usadas e entre elas podemos citar: água de Rabel e Espírito de 
nitro doce. 
 
1.3 Soluções açucaradas ou Elixires: 
A F.B. V as define como: “preparações farmacêuticas líquidas, límpidas, 
hidroalcóolicas, de sabor adocicado, agradável apresentando teor alcóolico 
na faixa de 20 a 50
%
 preparadas por dissolução simples, devem ser 
acondicionadas em frasco âmbar e mantidos em lugar fresco e ao abrigo da 
luz”. 
Prista indica que trata-se de soluções alcóolicas medicamentosas 
edulcoradas com açúcar ou outros edulcorantes como sacarina ou glicerina. 
A graduação alcóolica acima faz com que dificilmente sejam atacadas por 
microrganismos. 
A glicerina é algumas vezes usada como edulcorante ou como espessante 
para evitar precipitações. 
O emprego do termo elixir é algumas vezes usado incorretamente. O Elixir 
Paregórico é uma preparação que corresponde realmente à Tintura de Ópio 
benzóica. 
Elixir de Garus é designado como poção alcóolica de alcatrão composta, 
também a terminologia poção, aqui não é empregada corretamente. 
Vantagens: Permite a dissolução tanto de princípios ativos 
hidrossolúveis como também daqueles solúveis em álcool. 
Desvantagens: Não são indicados para crianças e adultos que devem evitar 
o uso de álcool. 
A preparação inicia-se por dissolver o princípio ativo no álcool, juntando a 
água constituinte sob a forma de xarope ou solução adequada de sacarose. 
Se a formulação ficar turva, adicionar talco farmacêutico (1g/100mL) e 
filtrar, embalar e rotular; 
 
2. Tinturas: 
 
A FB V define tinturas como preparações alcóolicas ou hidro alcóolicas 
resultantes da extração de drogas vegetais ou animais ou da diluição dos 
respectivos extratos. 
São classificados como simples ou compostos conforme preparados com 
um ou mais matérias-primas. 
Exceto quando prescrito deferentemente, 10 ml de tintura simples 
corresponde a 1 g de droga seca. 
Provem a designação de tintura por apresentarem-se coradas, pois sendo 
soluções extrativas contém princípios dotados de cor e de vários pigmentos. 
Vantagens: 
 Riqueza em princípio ativo 
 Boa conservação 
 Facilidade de medicação posológica 
 
Preparação: 
Na preparação das Tinturas deve ser observada a droga, a escolha do álcool 
de graduação conveniente e o método de extração a escolher. 
Quanto as drogas podem ser obtidas com substâncias vegetais, raras vezes 
animais e menos ainda com drogas minerais, devendo o material estar seco 
e pulverizado, raramente drogas inteiras. 
Ex.: animais: Cantáridas, Colchonilhas, Castáreo, almíscar 
mineral: Alcatrão mineral. 
A relação entre a quantidade de droga e de álcool é de 10:100 ou 20:100 
para as drogas heróicas, usa-se uma concentração de 10% em relação à 
tintura e as não heróicas 20 g da droga para 100 g de álcool. 
Os métodos usados podem ser por maceração, percolação, solução ou 
digestão e os dissolventes usados são álcool, álcool diluído de várias 
concentrações, de 30
o
 e 90
o 
GL dependendo das substâncias a serem 
extraídas. 
Drogas com substâncias hidrossolúveis: álcool de baixa graduação 
Drogas com substâncias menos hidrossolúveis: álcool mais concentrado. 
Os álcoois de menor graduação são utilizados menos vezes 
álcool 65
o 
GL = drogas secas, menos ativas 
álcool 70
o
 GL = drogas heróicas 
álcool 85
o 
GL = bálsamos, resinas 
 
Métodos: 
a) Por Maceração: 
Usada para preparar tinturas de drogas não heróicas (20% = 10 dias) e as 
drogas vegetais ou animais empregadas devem ser convenientemente 
pulverizadas e secas, obedecendo o grau de pulverização indicado em cada 
tintura. 
Este método se usa para preparar tinturas de bálsamos, gomas e resinas 
quando as dificuldades com este processo são menores que com os outros. 
São preparadas por este método as tinturas de Alçafrão, Aloe, Arnica, 
Camomila. 
 
b) Por Lixiviação: 
É recomendado para obtenção de tinturas de drogas heróicas (10%) e as 
regras seguidas devem ser as mesmas da percolação tradicional. 
A Tintura de Acônito, de Beladona, de Cantáridas, de Hidraste, de 
Ipecacuanha são algumas preparadas desta maneira. 
 
c) Por dissolução do extrato correspondente: 
É relativamente restrito o uso deste método a FP indica este processo para a 
preparação das tinturas de noz vômica, de ópio e de maças ferruginosas. 
 
d) Por Digestão: 
É também pouco usada e é realizada conforme as técnicas de digestão. A 
FP inscreve uma tintura preparada por este método: a de alcatrão mineral 
saponinado. 
FB I = Tintura de Benjoim etérea; Tintura de Cantáridas acetônica; Tintura 
de Valeriana álcool-etérea. 
 
e) Outros processos: 
a) Balão de refluxo: 1 a 3 horas 
b) Soxhlet 
c) Vibromisturador: 3000 rpm, 2 a 3 horas 
d) Moinho coloidal: macerar 15 em 15’ moinho coloidal 
e) Ultrassons 
f) uso de tensoativos (tween 20 e 80 a 0,2 a 0,5% em álcool) 
 
Alteração das tinturas: 
As tinturas de vem conservar-se em frascos de vidro de rolha esmerilhada e 
ao abrigo da luz. Podem sofrer alterações durante o armazenamento como 
precipitações, oxidações, hidrólises e até substâncias cedidas pelo vidro dos 
recipientes. 
As tinturas são sistemas físico-químicos e organo-minerais em evolução 
constante onde se processam reações algumas vezes reversíveis. 
Aconselha-se então a sua renovação dentro do prazo condizente com a sua 
instabilidade, sendo que este prazo pode ser de 6 meses para tinturas com 
princípios frágeis como as de Meimendro, de Aconito, de coca, de 
Dedaleira. 
 
Incompatibilidades: 
Sendo preparados de alta concentração alcóolica não se prestam bem à uma 
diluição em soluções aquosas, quando isto acontece pode ocorrer uma 
separação das substâncias dissolvidas. 
Também pode acontecer dos sais ou substâncias dissolvidas nas soluções 
aquosas se precipitarem por causa de sua menor solubilidade em líquidos 
alcóolicos. 
Estas incompatibilidades podem atenua-se ou eliminar-se baixando o pH do 
meio, adicionando glicerina ou propilenoglicolou recorrendo a tensoativos. 
 
Emprego: 
Há tinturas para uso interno ou externo, simples ou compostas, as tinturas 
podem ser empregadas sob a forma de gotas ou misturadas em solventes 
que entram na composição de outras formas farmacêuticas como xaropes e 
poções. 
 
Ensaios: 
As tinturas apresentam-se sob a forma de líquidos límpidos, possuindo odor 
a etanol e gosto e cor determinados pelas características das drogas das 
quais foram obtidas. 
Os principais ensaios são: 
a) Caracteres organolépticos: cor, cheiro, sabor 
b) Densidade: deve ser entre 0,87 a 0,98 à 20o c. pode ser avaliada por 
densímetros ou por picnômetros 
c) Determinação de resíduo seco: pode ser feita por pesa filtro à 100 – 105o 
c e o valor varia entre 1 a 6% 
d) Indices: devem ser determinados os índices de permanganato, acidez, 
formol e água. 
e) Cinzas 
f) Capilaridade e cromatografia 
g) Determinação do grau alcóolico 
 
3. Alcoolaturas: 
São preparações farmacêuticas resultantes da ação dissolvente do álcool 
sobre drogas vegetais frescas com a finalidade de utilizar integralmente os 
princípios que poderiam se perder ou transformar no decurso da 
dessecação. 
Álcool a 90
o
 (75 – 80
o
 ) na proporção de 500 g para 1000 ml. 
Quando a extração é feita a frio são denominadas de alcoolaturas ordinárias 
e geralmente são feitas por maceração (10 dias – alcoolatura de casca de 
limão) e quando é feita por ebulição são as alcoolaturas estabilizadas e o 
processo é feito lançando-se a droga cortada sobre álcool fervente em balão 
a qual se adapta um refrigerante de refluxo. 
Ex.: Alcoolatura de Castanha da Índia, genciana, noz de cola (40 – 60 
minutos). 
No que se refere a conservação, são instáveis podendo sofrer modificações 
durante o armazenamento. 
Os ensaios a que devem ser submetidos são semelhantes às tinturas. 
 
4. Pseudo-alcolatos ou Espíritos: 
São soluções alcóolicas ou hidro alcóolicas de substâncias voláteis. 
Como as águas aromáticas, o ingrediente ativo pode ser sólido, líquido ou 
gasoso. 
Muitos deles se administram por via interna por seu valor medicinal, alguns 
se usam em inalações e grande número serve como corretores de sabor. 
Também podem ser preparados pelos mesmos métodos, isto é, solução 
simples, maceração, percolação e digestão. 
 
 
 
II) GLICERÓLEOS: 
 
São preparações farmacêuticas líquidas cujo veículo principal é a glicerina, 
podendo ou não conter outros dissolventes como a água e o álcool. 
São em geral soluções verdadeiras e raras vezes sistemas dispersos 
(suspensões e emulsões) de substâncias medicinais em não menos que 50% 
em peso de glicerina. 
A glicerina é um líquido incolor xaroposo com sabor doce e odor 
debilmente característico que exposto ao ar absorve água. é um poliálcool 
descoberto em 1979 e somente usado em medicina em 1846, é um valioso 
líquido que pode ser obtido por vários processos como: 
1) Por hidrólise de gorduras e óleos na obtenção de sabões. 
azeite fixo ou gordura + alcali = sabão + glicerina. 
2) Por hidrólise de gorduras e óleos mediante vapor de água sob pressão; 
3) Por fermentação de açúcar em presença de grandes quantidades de 
sulfito de sódio 
C6H12O6 ------------ C3H5(OH)3 + CH2CHO + CO2 
 glicerina 
4) A partir do propilenoglicol, um produto do petróleo 
É um processo atualmente muito usado. 
Tem propriedades antissépticas e é usada como emoliente em diversas 
enfermidades da pele. tem largo emprego pois apresenta sabor agradável e 
é quase totalmente atóxica. 
 
A) Classificação: 
Podem ser classificados em: 
1) Glicéreos, glicerolados, gliceritos: 
O veículo é constituído de glicerina ou água-glicerina, são portanto 
preparações viscosas, destinadas a aplicação de fármacos destinados a 
atuarem localmente na mucosa da boca. 
A maioria é usada como colutório ou para preparar gargarejos sendo 
raramente empregado para medicamentos com ação tópica em outras 
mucosas ou na pele com absorção de fármacos. 
São preparados por dissolução simples e poucas vezes por mistura. 
Deve-se cuidar na preparação as incompatibilidades que a glicerina possa 
originar e a sua higroscopia, que obriga a sua conservação em frascos 
hermeticamente fechados. 
Também não é aconselhável aquecer a glicerina à temperatura superior a 
140
o
 C, pois pode originar acroleína, que é irritante e tóxica. 
A F.B. II exclui de suas monografias os glicéreos, mas alguns são ainda 
usados como o glicéreo de amido, a gelatina glicerinada (excipiente para 
óvulos e supositórios). 
A F.P. inscreve alguns como o de borato de sódio, de fenol, de fenosalil, 
etc. 
 
2) Glicero-alcóoleos: 
São preparados pela dissolução dos fármacos em mistura de glicerina-
álcool e água, sendo administradas internamente como por ex.: como 
veículo da digitalina e bromofórmio. 
Os glicero-alcóoleos possuem a característica de densidade = 1. 
 
Os gliceróleos são formas galênicas recentes, mas o seu uso atual é bem 
restrito, pois o médico dispõe atualmente de medicações mais eficazes do 
que os colutórios e gargarejos, que representam a principal aplicação desta 
forma farmacêutica. 
Algumas preparações parenterais são verdadeiros gliceróleos, já que se 
apresentam como soluções de fármacos em misturas de água + glicerina + 
álcool 
 
III) ETERÓLEOS: 
 
Neste grupo de preparações medicinais, o éter é o veículo natural, mas 
pode-se empregar uma mistura de éter e álcool. 
São portanto, preparações líquidas que podem ser obtidas por dissolução 
simples ou por dissolução extrativa. Um exemplo do primeiro caso é o éter 
sulfúrico alcoolizado e o colódio elástico. 
O éter sulfúrico alcoolizado é também conhecido como “Licor de 
Hoffman” que é usado como estimulante gástrico. 
O colódio elástico é composto de algodão pólvora, óleo de rícino, álcool a 
90
o
 GL e éter sulfúrico e é destinada a aplicar-se sobre feridas ou úlceras 
cutâneas e origina uma película flexível ao dar-se a evaporação da fase 
alcóolica-etérea. 
O colódio elástico tem servido como veículo para colódios medicinais com 
a inclusão de substâncias como ácido salicílico, tanino, iodo, iodofórmio. 
Os colódios explodem em presença da chama, devem ser guardados em 
presença de temperatura inferior a 30
o
 c, em frascos bem fechados e ao 
abrigo da luz. 
Por dissolução extrativa são exemplos as tinturas etéreas que são 
preparadas pelo processo geral de percolação utilizando como líquido 
extrator o éter alcoolizado. 
Ex.: tintura etérea de Valeriana, Cantáridas. 
 
IV) OLEÓLEOS 
 
Ou óleos medicinais, são formas farmacêuticas obtidas por dissolução 
simples ou extrativa de princípio ativo medicamentoso num óleo fixo como 
de amêndoas, bacalhau, gergelim, azeite, etc. (são oficializados pela FB I). 
Podem ser usados interna ou externamente. Como exemplo de óleos usados 
como tópicos cutâneos temos os óleos de Beladona, Camomila e 
Meimendro, enquanto que o óleo de fígado de bacalhau fosforado é 
administrado porvia oral, e diversas soluções oleosas são aplicadas por via 
parenteral. 
 
a) Preparação: 
Como o poder dissolvente dos óleos é pequeno, a operação de dissolução é, 
em regra conduzida a quente, por digestão a 60 – 70
o
 C. 
Os principios vegetais que sofrem ação dissolvente dos óleos são as 
essências, resinas, clorofila, alcalóides bases, flavonas, flavononas e 
flavonóis livres, etc. 
Um aquecimento a temperaturas mais altas poderia acarretar modificações 
tanto nos princípios dissolvidos como no próprio veículo. 
Princípios ativos instáveis em presença de calor seriam afetados e os óleos 
podem sofrer oxidação, hidrólise, aumento do índice de refração, etc. 
O processo de extração citado pode ser utilizado quando se faz uso de 
plantas frescas. Não oferece bons resultados quando a umidade do vegetal 
impede uma extração mais eficiente e quando isto acontece é usada uma 
decocção, depois de converter o vegetal à polpa. 
Os óleos destinados ao uso interno são geralmente preparados por 
dissolução simples com óleo de oliva purificado e neutro ou óleo de 
amêndoas e deve-se observar certos cuidados na preparação como: 
 Desacidificação 
 Viscosidade 
 Esteriladade 
Em regra, os oleóleos de plantas medicinais são preparados a 10% quando 
simples, diminuindo-se a concentração individual das drogas nos oleóleos 
compostos. 
A F.B. I contém oleóleos para uso interno como Óleo de Fígado de 
Bacalhau, Laxol (óleo de rícino + óleo de hortelã pimenta), Nujol (óleo 
mineral leve). 
Além das preparações nasais, auriculares e oculares, o uso de oleóleos com 
medicamento externo é acentuado na forma de linimento. 
 
b) Acondicionamento: 
Os óleos são preparações alteráveis, que devem ser acondicionadas em 
frascos bem fechados, em lugar fresco e ao abrigo da luz. 
 
c) Ensaios: 
Podem ser referentes ao veículo ou aos princípios ativos que contenham. 
Quanto ao veículo, podem ser observados: 
 Densidade 
 Viscosidade 
 Indice de acidez 
 Indice de iodo 
 Indice de saponificação 
 Indice de peróxidos 
Os princípios ativos devem ser analisados quanto à identificação e 
dosagem, devendo ser os ensaios de caráter específico para cada caso. 
Pode-se recorrer à determinações polarimétricas, determinações 
alcalimétricas, métodos espectrofotométricos, métodos cromatográficos 
(papel camada delgada e gasosa). 
 
d) Conservação: 
 
Todos os óleos e preparações que os contenham são susceptíveis de 
sofrerem, com o decorrer do tempo, alterações mais ou menos profundas. 
Estas alterações podem modificar a viscosidade dos óleos e alterar o cheiro 
e o sabor dos mesmos, tornando-os impróprios para serem utilizados como 
fármacos ou como solventes. 
As principais alterações de ordem química registradas nos óleos são a 
hidrólise e as oxidações que provocam o ranço. 
A hidrólise é responsável pelo aparecimento de ácidos livres e estes ácidos 
aparecem devido a atividade das lipases em presença de água. 
As lipases são enzimas existentes nas sementes de que são extraídas os 
óleos ou provenientes de microorganismos que os contaminem. 
Atualmente, os processos de refinações utilizados na preparação dos óleos 
eliminam ou destrõem as lipases, sendo portanto de baixa incidência tal 
alteração. 
O mesmo não acontece com a oxidação e distingue-se 2 tipos desta 
alteração: ranço cetônico e ranço por auto-oxidação. 
Ranço cetônico: as gorduras contendo mais de 0,3% de água oferecem 
boas condições para o desenvolvimento de certos microorganismos por isso 
a conservação das gorduras em atmosfera úmida torna possível o 
desenvolvimento microbiano a sua superfície. 
Os ácidos gordurosos com menos de 14 átomos de carbono, são atacados e 
formam metilcetonas que tem cheiro muito forte e desagradável, sendo 
suficientes 60ug de metilcetona por g de gordura para que esta fique 
inutilizada. 
Ranço por auto-oxidação: é o principal responsável pela alteração dos 
óleos contendo glicerídios insaturados e resulta da decomposição destes 
pela ação conjugada do ar, da luz e do calor. 
A auto-oxidação origina a formação de certos compostos odoríferos e 
voláteis, como aldeidos, cetonas, lactonas, hidroxiácidos, etc. 
Para evitar ou diminuir a auto-oxidação, podemos lançar mão, na 
tecnologia farmacêutica, de substâncias conhecidas como antioxidantes. 
tais substâncias devem ser inócuas e na sua escolha deve-se considerar 
parâmetros como: o uso a que se destina o medicamento, a natureza do óleo 
utilizado na sua preparação, possíveis incompatibilidades com os fármacos 
dissolvidos nos óleos, etc. 
Podemos citar como antioxidantes mais utilizados na prática produtos 
como: 
 Ácido nor-diidroguaiarético (NDGA) 
 Ter-butilhidroxianisol (BHA) 
 Ésteres do ácido ascórbico 
 Ácido cítrico 
 Ácido etilenodiamino tetracético (EDTA) 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
FERREIRA, A. O., BRANDÃO, M. A. F., POLONINIO, H. C. Guia Prático de 
Farmácia Magistral. Pharmabooks, 5ª ed., v.1,2,3, 2018. 
GENARO, AR. (Ed.). Remington Pharmaceutical Sciences. 20
a
 ed. Easton: Mack 
Publishing Company, 2000. 
PRISTA, L.N. et alii. Técnica farmacêutica e farmácia Galênica. 5
a
 ed., Lisboa 
Calouste Gulbenkian, 1995, v.1. 
PRISTA, L.N. et alii. Técnica farmacêutica e farmácia Galênica. 4
a
 ed., Lisboa: 
Calouste Gulbenkian, 1996, v. II e III.

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