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Nozoe - Furtado cap. 24

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FES – Aula do dia 17/11/2008 (segunda)
Hoje:
Beiguelman, pequenos estudos de ciência política, cap1 pagina 3-8.
Furtado, cap. 24
Próximas
Furtado, caps22
Petrone - imigração assalariada, paginas 274-296.
Prado, historia econômica do Brasil, cap. (18?) e 19
Furtado – formação, 25ª 29
Costa – Da monarquia a republica: momentos decisivos. Capitulo A proclamação da republica, pág 291-326.
O ultimo assunto do curso é a republica, e estamos no penúltimo tópico que é a crise da mão de obra: imigração e abolição.
O professor vai começar explicando como esses textos devem ser lidos:
Na abolição:
Linhas explicativas (tradicionais)
Examina essa questão na perspectiva de um conflito de fundo (entre escravismo e capitalismo, onde o escravismo é que perde. Inadequação do trabalho escravo a uma economia “progressiva”) (Discípulos Caio Prado: FHC, Otávio Ianni e E. V. Costa) Beiguelman critica essa visão.
Escassez da mão de obra (Paula Beiguelman junto com Celso Furtado)
Efeitos econômicos e políticos da forma em que foi feita essa abolição da escravatura no Brasil, diferente de Cuba, das Guianas, etc.
Político, onde temos a republica (Carvalho).
Econômica (Celso Furtado). Perguntas dele: abolição trouxe melhor fator produtivo ou distribuição de renda? NÃO.
Linha da economia progressiva: Trabalho escravo formas de trabalho simples e instrumentos grosseiros com baixa produtividade (FHC, Otávio Ianni e Emilia Vioti da Costa).
FHC- Tem a formulação mais completa dessa teoria, cujo precursor foi o Caio Prado Junior, onde afirma que o escravismo era um obstáculo fundamental a formação do capitalismo. FHC examina a decadência da economia gaucha do charque, devido à ordem escravocrata x assalariada, cujos argumentos serão:
Argumento weberiano: impõe limites à racionalização da produção, pois a economia escravocrata tinha muito desperdício, onde o objetivo era controlar a mão de obra (racionalidade) e não controlar a esfera da produção. Por isso:
Os escravos são mantidos ocupados para manter a disciplina e a autoridade, com uso da violência e castigo (força exterior ao individuo): o trabalhador não tem estimulo (ex: salário=estímulo de dentro para fora) e existiam altos gastos de supervisão (feitores).
Os escravos são adquiridos no momento de alta do custo do produto de exportação. Investe-se muito o capital, onde se incide o custo de oportunidade (que poderia emprestar o escravo por juros), além do risco alto (doença/morte do escravo). Alem disso no momento em que existe queda de demanda do produto existe dificuldade de se ajustar o nível de produção (impossibilidade de se ajustar a utilização da mão de obra???).
Gastos de manutenção (mesmo quando improdutiva):
Habitação, vestiário e alimentação.
Isso tudo se constitui impossibilidade ao racionalismo weberiano
Argumento marxista, onde por se basear na disciplina (uso da força), o escravismo impede:
Melhorias técnicas (aumenta a ociosidade)
Impede o aprofundamento da divisão do trabalho
Baixo nível de instrução
Tudo isso estimula as revoltas
Em resumo, segundo FHC, o escravismo só sobreviveu enquanto existiam conjunturas econômicas que permitiam o lucro, como era o caso do monopólio. Quando surge a concorrência baseada no trabalho livre, leva o escravismo irreversivelmente ao fracasso, pois no capitalismo, o capital é circulante, enquanto no escravismo o trabalho não transfere integralmente seu valor no comercio. Por conta disso, no escravismo, o aumento do trabalho aumenta o capital fixo, aumentando seu tempo de capital fixo, e devido a essa demora na circulação, o lucro tende a ser menor.
FHC não trata especificamente da abolição, limitando-se a colocar a incompatibilidade estrutural entre o escravismo e a economia progressiva (capitalista). 
Otavio Ianni: procura articular os elementos teóricos e o evento da abolição, pois existe uma contradição entre o modo de produção (capitalista) e a relação de produção (escravismo). Qualquer mercadoria deve ter valor troca, mas precisa ter valor de uso, e para se ter uma referencia geral, precisa-se de uma mercadoria única como fator comparativo. (Não entendi nada!).
O trabalho escravo não se adapta à exigência de se ter lucro, pelos mesmos argumentos de FHC.
A partir da segunda metade do século XIX, existe uma condenação técnica e moral do escravismo:
Condenação Técnica: por cafeicultores e artesãos, 
Do Oeste Paulista, com gradual penetração da racionalidade mercantil a partir da esfera da comercialização, que apresenta o caráter de empresa, com alto nível de relacionamento com o setor comercial, principalmente os comissários (intermedia com a fazenda e faz os blends sob consignação, antecipa a grana das fazendas) e exportadores. Existe necessidade de gerar lucro no âmbito da produção. Por causa disso precisa racionalizar a esfera produtiva ao usar seus fatores, entre eles a MO, tornando-a mais eficiente. O calculo do Ianni diz que o lucro possível (trabalhador livre - Ribeirão Preto) é maior que o lucro efetivo (escravo-campinas). Isso evidencia a questão da incompatibilidade entre o escravo e o lucro, na qual resulta com a promoção da imigração e por causa disso os fazendeiros passam a propor a abolição e a criação de um mercado livre de mão de obra. O projeto
Pelo lado dos proprietários urbanos (oficinas) e de fabricas, percebem uma relação na qual para a produção crescer depende do consumo, passam a defender a proteção alfandegária e... (o abolicionismo ou a imigração de trabalhadores assalariados? De uma forma ou de outra isso iria gerar o mercado consumidor de que precisavam)
A condenação moral ocorre através de grupos urbanos (Joaquim Nabuco e Tavares Bastos) que não se identificam com os agricultores. Eles têm influência urbana e européia.
Vale observar que cada autor estuda um objeto especifico e não respondem todas as perguntas
Agora na linha da Paula Beiguelman com a destruição do escravismo moderno (diferenciando do escravismo antigo, clássico, aquele dos romanos/grego), que está na periferia do sistema, nas franjas da Europa. O núcleo do sistema já funciona em base do trabalho livre.
A destruição do escravismo na América é entendida por alguns “estudiosos” (palavra minha) como um processo de depuração (purificação) do capitalismo (estava imperfeito e agora se purifica), ou seja, num estágio mais avançado. Contudo o escravismo moderno caracteriza-se por ser essencialmente capitalista, ou seja, não vai se contradizer com o capitalismo. Por isso não procedem as idéias de depuração progressiva do sistema, e sim uma extensão da periferia do capitalismo.
Posto que o escravismo fosse uma extensão do capitalismo, como se deu sua destruição? Para a autora, o escravismo é apenas um recurso para que o sistema utilize mão de obra barata.
O escravismo e a acumulação capitalista inglesa:
Antes da revolução industrial
EUA – reserva de mercado para a produção metropolitana
Antilhas – economia dependente do trafico, que transfere o excedente para a metrópole, servindo de reserva do mercado metropolitano. 
Depois da revolução industrial, a indústria adquire condições para competir livremente:
Dispensando mercado para a produção metropolitana
Perdendo importância o excedente transferido para a metrópole graças à produção antilhana...
Em algumas regiões tropicais o escravismo continua a ser um recurso para o fornecimento de trabalho barato (o sistema tanto pode incluir como dispensar a escravidão):
Brasil – açúcar
Cuba – açúcar
EUA – algodão
Antilhas – trabalho livre
O escravismo (trafico) possui uma relação de indiferença com o sistema capitalista, num contexto de superprodução/concentração da produção açucareira, que resultou na destruição do trabalho escravo, em dois momentos:
A extinção do trafico ocorre num contexto de competição entre as áreas açucareiras, em que os produtores mais antigos acreditaram que a supressão do trafico valorizaria a escravaria de que já dispunham e que seriam necessários (prover escravos) para as áreas novas.
A abolição é um momento de concentração da produção açucareira mediante a ruína dos produtoresescravistas mais antigos
Critica a tese de incompatibilidade entre capitalismo x escravismo, pois ignora que as economias tropicais são encaradas como fornecedor de gêneros, com pouca relevância como consumidores, e a destruição do escravismo não significa que gerou um mercado consumidor, pois tinham baixo poder aquisitivo, logo não há como considerar a destruição do escravismo como função direta do capitalismo industrial.
A Inglaterra só combate a escravidão antilhana para implantação do livre-cambismo, quebrando o monopólio antilhano, equalizando os direitos do açúcar de todo mundo no mercado inglês. Para dar satisfação às Antilhas, a Inglaterra corre atrás da abolição do trabalho escravo em outras colônias do mundo atacando a concorrência de açúcares escravistas no Brasil e Cuba. Toda a idéia da economia do desperdício vai por água abaixo. Veja que a lógica é que a Inglaterra ataca as concorrências pela abolição justamente do trabalho escravo (que a teoria do desperdício diz que seriam mais caros e menos produtivos, mas naquela conjuntura não estava sendo).
Paula critica que a abolição da escravatura nos EUA no norte (protecionista) foi uma maneira de quebrar a resistência do sul (livre-cambista), que apela para a secessão. Mas a Inglaterra só pensa em atrasar a industrialização dos EUA, nada tendo a ver com o escravismo.
Conclusões: não há fundamento para estabelecer outra relação entre o escravismo e o sistema inclusivo (capitalismo) que não a de indiferença. Isso significa que o capitalismo abre a possibilidade e não a necessidade de destruição do escravismo. Esse é o limite do (...) global.
A ultima conclusão remete para a necessidade do exame concreto de cada uma das cinco situações particulares do fim do escravismo;
Antilhas inglesas
Antilhas francesas
EUA
Brasil
Cuba

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