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Síndrome de Burnout

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SAÚDE DO TRABALHADOR
 Síndrome de Burnout
· A SB, também conhecida como a síndrome do esgotamento profissional, é descrita como uma consequência de altos níveis de estresse relacionados aos aspectos emocional e ocupacional, constituindo uma doença multidimensional caracterizada por componentes de exaustão emocional, despersonalização e realização profissional baixa.
· Exaustão emocional: caracterizada por falta de energia e entusiasmo, por sensação de esgotamento de recursos ao qual pode somar-se o sentimento de frustração e tensão nos trabalhadores, por perceberem que já não têm condições de despender mais energia para o atendimento de seu cliente ou demais pessoas, como faziam antes; (b) Despersonalização: caracterizada pelo desenvolvimento de uma insensibilidade emocional, que faz com que o profissional trate os clientes, colegas e a organização de maneira desumanizada; (c) Diminuição da realização pessoal no trabalho: caracterizada por uma tendência do trabalhador a auto-avaliar-se de forma negativa, tornando-se infeliz e insatisfeito com seu desenvolvimento profissional, com consequente declínio no seu sentimento de competência e êxito, bem como de sua capacidade de interagir com os demais.
· É a resposta do indivíduo a esse estresse, percebida na mudança da postura em relação às atividades profissionais, como o baixo desempenho das funções, distanciamento e aumento de doenças.
· Ambiente laboral é fator gerador dessas doenças, principalmente quando há carga de trabalho intensa e precárias condições de trabalho
· Burnout é um fenômeno psicossocial relacionado diretamente à situação laboral; que o homem busca constituir-se como sujeito através de seu trabalho e que o mesmo não se realiza de forma individual, mas sim se materializa num espaço social; e que a atividade produtiva é um elemento constitutivo da saúde mental individual e coletiva.
· Dados mais remotos demonstram que 4,2 milhões de trabalhadores foram afastados, 3.852 deles possuíam diagnóstico de Síndrome de Burnout (SB).
· Estudantes estão constantemente expostos a diversos estressores psicossociais ao longo de sua formação, e se persistentes, podem ocasionar a SB.
· Quanto às diferenças observadas entre os estudantes de 5º ano quando comparados aos demais estudantes, entende-se que as mesmas podem ser produto de maior acúmulo de tarefas, normalmente empreendidas no final do curso, tais como: finalização de estágios; exigência regular de relatórios; definição e elaboração de trabalho de conclusão de curso (TCC); expectativas pelas últimas avaliações e aprovações nas disciplinas. Além dessas, somam-se a participação em reuniões frente a preparativos da formatura e expectativa da nova condição de profissional recém-formado. 
· É neste período, que aparecem sentimentos de ansiedade frente ao mercado de trabalho que, por sua vez, pode produzir – no aluno – questionamentos acerca de sua preparação para o ingresso no mesmo. Tais questionamentos podem, então, gerar maior exaustão emocional e descrença, devido ao entendimento irrealístico do que sabem ou não fazer, sendo, portanto, frequente as frustrações no início de sua atuação como profissional.
· No Brasil, mais especificamente no interior de São Paulo, Reinhold (1996) relata os cinco principais sintomas referidos por 79 docentes, o sentir-se desgastado/a ao final do dia, a tensão em geral, a tensão no contato com alunos, o sentir-se fisicamente exausto/a e o nervosismo. Como as cinco estratégias mais empregadas, no intuito de eliminar ou minimizar os transtornos sentidos, refere: a) procurar conversar com um colega, quando surge um problema na escola, b) trocar ideias com colegas, c) ir para casa relaxar, d) ter boa condição de saúde e e) receber o apoio da família nas questões relativas ao trabalho. Estes professores indicaram como fontes de estresse o fato de ter muitos alunos por sala, lidar com estudantes desinteressados, o tempo gasto com alunos indisciplinados, a falta de apoio dos pais para os problemas de indisciplina, bem como discípulos que conversam e brincam o tempo todo durante as aulas.
Organização
· Dejours (1994) esclarece que a organização do trabalho compreende a divisão do trabalho, o conteúdo das tarefas e as relações de poder que envolvem o sistema hierárquico, as modalidades de comando e as questões de responsabilidade. Em outras palavras, é o resultado de uma negociação que envolve tanto o conteúdo das tarefas quanto as relações humanas de trabalho. 
· Assim, a relação com o trabalho, nesse sentido, não é estritamente técnica, cognitiva ou física, mas é, sobretudo, uma relação intersubjetiva e uma relação social. 
· Em termos de organização de trabalho, Macêdo e Mendes (2004) exemplificam que a divisão hierárquica, técnica e social do trabalho, metas, qualidade e quantidade de produção esperada; as regras formais, missão, normas, dispositivos jurídicos e procedimentos; a duração da jornada; os ritmos, prazos e tipos de pressão; os controles (como a supervisão); conteúdo e características das tarefas constituem a organização de trabalho.
Referências: Síndrome de burnout e fatores associados: um estudo epidemiológico com professores. Mary Sandra Carlotto; Lílian dos Santos Palazzo. 2005
 SÍNDROME DE BURNOUT, VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS, OCUPACIONAIS E SATISFAÇÃO NO TRABALHO NA EQUIPE DE ENFERMAGEM HOSPITALAR. Bruna Silveira Toledo Barbosa et.al. 2020
A CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHO: TEORIA E MÉTODO. Glayce Rejane Felipe da Silva Lavnchicha. 2015
Trabalho prescrito x
Trabalho real
Trabalho prescrito
·  Refere-se ao que é esperado no âmbito de um processo de trabalho específico, com suas singularidades locais.
· O ‘trabalho prescrito’ é vinculado, de um lado, a regras e objetivos fixados pela organização do trabalho e, de outro, às condições dadas. Pode-se dizer, de forma sucinta, que indica aquilo que ‘se deve fazer’ em um determinado processo de trabalho.
· O trabalho prescrito corresponde ao que antecede a execução da tarefa. É um registro, uma manualização, que satisfaz a necessidade de orientação, burocratização e fiscalização. É fonte de reconhecimento, mas também de punição para quem não a obedece.
· O trabalho prescrito se caracteriza pelos seguintes elementos:  
· Os objetivos a serem atingidos e os resultados a serem obtidos, em termos de produtividade, qualidade, prazo;
· Os métodos e procedimentos previstos;
· As ordens emitidas pela hierarquia (oralmente ou por escrito) e as instruções a serem seguidas;
· Os protocolos e as normas técnicas e de segurança a serem seguidas;
· Os meios técnicos colocados à disposição – componente da prescrição muitas vezes desprezado;
· A forma de divisão do trabalho prevista;
· As condições temporais previstas;
· As condições socioeconômicas (qualificação, salário).
· O trabalho prescrito não deve ser reduzido à expressão de dominação do capital, pois tem um papel importante no desenvolvimento das atividades. Sua ausência, ou a não definição clara dos objetivos, de instruções e de determinados instrumentos de trabalho, compromete significativamente o desenvolvimento das atividades e a saúde do trabalhador.
Trabalho real
· É aquilo que é posto em jogo pelos trabalhadores para realizar o trabalho prescrito (tarefa).
· Trata-se de uma resposta às imposições determinadas externamente, que são, ao mesmo tempo, apreendidas e modificadas pela ação do próprio trabalhador. Desenvolve-se em função dos objetivos fixados pelo(s) trabalhador(es) a partir dos objetivos que lhe(s) foram prescritos.
· Fundamentalmente, a defasagem sempre existente entre o trabalho prescrito e o trabalho real se deve ao fato de as situações reais de trabalho serem dinâmicas, instáveis e submetidas a imprevistos, conforme mostram os estudos realizados no âmbito da ‘ergonomia da atividade’, desde do final da década de 1960. Portanto, a atividade de trabalho envolve estratégias de adaptação do prescrito às situações reais de trabalho, atravessadas pelas variabilidades e o acaso.
· Compreender a atividade de trabalho é compreender os compromissosestabelecidos pelos trabalhadores para atender a exigências frequentemente conflitivas e muitas vezes contraditórias.
· A atividade de trabalho é, portanto, sempre singular, dado que caracteriza o trabalho de indivíduos singulares e instáveis/variáveis, efetuado em contextos singulares e variáveis (em suas dimensões materiais, organizacionais ou sociais).
· Já o trabalho real é o momento de execução, tudo aquilo que não será prescrito, porque não é o prescrito que realiza o trabalho, porém, a ação real do trabalhador. A realidade do trabalho é muito complexa. Nenhuma regra, ou manual, pode dar conta de todas as situações. A distância entre o planejado e o executado é grande, a prescrição não consegue prever todas as dificuldades que aparecem no cotidiano de trabalho
Referências: TRABALHO PRESCRITO, TRABALHO REAL E MEDIAÇÃO DO SOFRIMENTO: estudo de caso em jornalismo público. Robson Dias et. al. 2018
Fiocruz. Jussara Cruz de Brito
Psicodinâmica do trabalho
· Busca compreender os aspectos psíquicos e subjetivos que são mobilizados a partir das relações e da organização do trabalho;
· Busca estudar os aspectos menos visíveis que são vivenciados pelos trabalhadores ao longo do processo produtivo, tais como: mecanismos de cooperação, reconhecimento, sofrimento, mobilização da inteligência, vontade e motivação e estratégias defensivas que se desenvolvem e se estabelecem a partir das situações de trabalho.
· Compreende que o trabalho é um elemento central na construção da saúde e identidade dos indivíduos e que sua influência transcende o tempo da jornada de trabalho propriamente dita e se estende para toda a vida familiar e tempo do não-trabalho;
· A psicodinâmica do trabalho, conforme Dejours (1992, 1994, 2004), estuda as vivências dos trabalhadores e suas experiências no cotidiano do trabalho, focando no estudo da normalidade, e não no da patologia. O objetivo é compreender como os trabalhadores conseguem manter certo equilíbrio psíquico mesmo estando submetidos a condições de trabalho desestruturadas.
· A Psicodinâmica do Trabalho "não busca transformar o trabalho, mas modificar as relações subjetivas no trabalho. Ou, para dizer de uma outra forma: o que uma enquête modifica, não é o trabalho, mas o trabalhar. Modifica, não o trabalho, mas o trabalhador (MOLINIER, 2001, p. 134)
· Apreender e compreender as relações de trabalho exige mais do que a simples observação, mas, sobretudo, exige uma escuta voltada a quem executa o trabalho, pois este implica relações subjetivas menos evidentes que precisam ser desvendadas. Para apreender o trabalho em sua complexidade é necessário entendê-lo e explicá-lo para além do que pode ser visível e mensurável. É necessário que se considere a qualidade das relações que ele propicia.
· A escuta proposta pela Psicodinâmica do Trabalho é realizada de forma coletiva e desenvolvida a partir de um processo de reflexão, realizado com o conjunto de trabalhadores.
· Diferentemente da ergonomia, essa abordagem não busca formular recomendações e modificações a serem implantadas nos postos de trabalho estudados e sim favorecer processos de reflexão e de elaboração, que criem uma mobilização entre os trabalhadores, de forma que estes possam alavancar mudanças no trabalho ou em suas relações laborais.
· É somente a partir desse processo reflexivo sobre o próprio trabalho que o indivíduo se torna capaz de se reapropriar da realidade de seu trabalho, e é essa reapropriação que pode permitir aos trabalhadores a mobilização que vai impulsionar as mudanças necessárias para tornar esse trabalho mais saudável. Essa escuta se dá em grupos, entendidos como uma ampliação do espaço público de discussão, o que possibilita a transformação de compreensões individuais em reflexões coletivas.
· O objetivo da psicodinâmica do trabalho configura-se na tentativa de transformar situações desfavoráveis em um movimento de busca de prazer. Enfatiza que não há um sujeito que trabalhe separado do sujeito que vive socialmente, isto é, o ser humano é um ser biopsicossocial que dedica a maior parte de sua vida ao trabalho e se constitui por meio dele.
Referências: A CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHO: TEORIA E MÉTODO. Glayce Rejane Felipe da Silva Lavnchicha. 2015
PSICODINÂMICA DO TRABALHO: UMA PERSPECTIVA TEÓRICA. Anderson Roik; Luiz Alberto Pilatti. 2009

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