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Ética e Psicologia
Ética e psicologia – elizete passos; cap. 3 https://drive.google.com/drive/folders/1ea_WGePKT4M5Fj2jgMXAEeBI63lfIvqc 
Objetivos: 
· Identificar o que se entende por ética no campo da psicologia;
· Identificar os principais problemas de ordem ética enfrentado pelos profissionais da área;
· O que vem sendo considerado como ético por eles e pelos estudiosos do assunto; 
· Qual deve ser o compromisso ético da profissão e dos profissionais, sem restringir a sua aplicação. 
O OUTRO E A SAÚDE MENTAL
Desde sempre as questões psicológicas foram foco de estudos de filósofos e estudiosos. 
As mudanças históricas e a dinâmica da sociedade faz com que nunca se tenha uma única forma de compreensão e explicação. 
Até o objeto de estudo da psicologia tem mudado com o passar do tempo. 
A primeira tentativa formalizada de tratar sobre o assunto foi em 1879, por meio dos estudos em laboratório de Wundt. Sendo que essa maneira laboratorial, demonstra a ideia mecanicista presente na época, já que Wund busca nas ciências e no rigor metodológico os fundamentos para a Psicologia. 
A posição do autor é evidenciada na prática, a partir do conceito de loucura, doente mental e do próprio modelo dos hospitais psiquiátricos, que ainda estão presentes em nossa sociedade. 
O louco é tido como alguém alienado, sem ração, sem posibiliade de escolha e adequação ás normas sociais. É trado como o anormal e assim sua lideradade e cidadania são retiradas, colocando-o em uma situação não mais de sujeito, porém de objeto. 
O louco é muitas vezes aquele que não está debaixo das ordens que são impostas. Argumentam que ele não tem consciência do certo ou do errado e por isso precisa ser tratado para depois voltar a ter uma vida normal. Contudo, isso apenas esconde a ideia de que o louco não se submete as ordens estabelecidas e isso gera um incomodo. 
A medicina muito contribuiu, e ainda contribui, para julgar quem é normal ou não, e assim quem está ápto para convivers socialmente e que precisa ser reajustado. 
Os manicômios surgiram com a ideia de igualdade e massificação, na qual aqueles que causavam serto incomodo eram lançados nos manicômios, sob a tutela do Estado, para que se reestabelecesse. Contudo, essa era apenas uma forma de silenciar e se livrar daqueles que causavam “desordem”. 
A saúde é sinônimo de livre escolha e autonomia, aquele que é saudável tem a possibilidade de escolher aquilo que lhe é permitido e te fará bem e feliz. Coisas que não são possíveis a um prisioneiro no manicômio, já que o objetivo da instituição manicomial é normatizar, adequar, silenciar as revoltas e atitudes que subvertam a ordem dos valores socialmente estabelecidos. 
De acordo com Wickert, o sistema manicomial não promove saúde, visto que, os indivíduos são limitados e padronizados, tendo apenas aumento do seu sofrimento. 
As instituições responsáveis pela promoção de saúde mental vêm, por meio de teorias e técnicas, destituindo os indivíduos de sua subjetividade, personalidade e dignidade.
Diante deste quadro, é responsabilidade do profissional da saúde, que ele reveja seus conceitos e pontos de vista teórico e prático a fim de colocar o humano e sua individualidade, no centro. 
Os psicólogos podem contribuir significativamente para a alteração dessa situação, começando com as adequações teóricas e a transformação das próprias ideologias. Promovendo ideias que não se enquadrem ao conceito médico apenas de diagnósticos, mas de compreensão do outro e serviço ao próximo. 
Esta prática inclusiva e humanista, já vem sendo praticada por muitos profissionais da Psicologia. De modo que, existem diversas formas de tratar a subjetividade, sabendo que existe uma pluralidade de indivíduos. Ver o sujeito pela sua individualidade e historicidade é a maneira ética de lidar com o ser humano. 
ALGUNS PROBLEMAS ÉTICOS QUE ENVOLVEM A PSICOLOGIA
Simplesmente pelo foco dos profissionais da Psicologia ser o ser humano ele já está cercado da necessidade de agir com respeito e consciência, sabendo que pode enfrentar muito dilemas éticos pelo percurso como violação do sigilo, aos riscos da sua violação por parte de outros profissionais, atendimento a pessoas com doenças contagiosas, o valor a ser cobrado pelo serviço. 
Com a ampliação das áreas de atuação da Psicologia muitas situações tornaram-se novos desafios aos profissionais e outras preocupações surgiram. 
Todos esses problemas precisam de reflexão e orientação moral sólida. Algo que não é fácil obter em uma sociedade sem definição moral, onde existem aqueles que querem ser extremamente rigorosos e sofisticados, ou outros que apenas querem satisfazer seus desejos. 
Segundo Drawin (1991) as pessoas estão desemparadas e sem modelos éticos a serem seguidos. 
Os Psicólogos devem posicionar-se de maneira que não violem a liberdade, a dignidade e os direitos da pessoa humana. Nada pode inpedi-lo de agir eticamente. Assim, ele será exemplo para outras pessoas agirem de forma ética também. 
Agir eticamente é uma prática social que deve ser realizada de forma engajada politicamente e comprometida com os direitos humanos. 
Um profissional da Psicologia não pode omitir, diante de situações em que a doença mental torna-se instrumento para a manipulação dos indivíduos, suprimindo seus direitos civis, a convivência social e sua identidade. Deve agir com novas práticas, dar importância ao contexto histórico social e trabalhar as questões do sofrimento humano. 
O Psicólogo deve atuar em todos os lugares em que a existência humana se faz. 
COMPROMISSO ÉTICO DA PSICOLOGIA
As teorias psicológicas têm não apenas consequências éticas, mas implicam em pressupostos éticos. Por isso, não existe prática psicológica neutra, todas são perpassadas de valores e intencionalidades. 
A teoria e a prática, devem andar juntas. Embora por muito tempo tenha se pensado que não havia base com valores predominantes, atualmente as terias fundamentam as ações tomadas, haja visto que estão recebendo formação com técnicas, métodos e ferramentas usuais. Contudo, mais do que agir de forma automática deve haver reflexão nas ações, para sempre buscar o melhor e maior alcance aos ideais sociais. 
Ao escolher as “ferramentas” teóricas e metodológicas os psicólogos definem seu compromisso ético e social. Ainda melhor se essa teoria contribuir para a autonomia e emancipação do sujeito. 
De acordo com Marilena Chauí, é autônomo aquele que não se submete ao desejo do outro, mas tem condições de escolher seu caminho, aquele que considera o mais adequado para si e que trará felicidade. 
Autônomo é aquele que faz suas próprias escolhas em liberdade, tem possibilidade de escolher aquilo que é melhor para si e não segue um caminho determinado por outros. Isso não desconsidera que o sujeito moral não tenha condicionamentos, mas que as condições dificultam algumas escolhas. 
O objetivo da Psicologia é ajudar um indivíduo a ser livre. Principalmente, das suas angústias, ansiedade e medos, porém em maior visão, fortalecer e defender os direitos humanos, sem preconceitos. 
O profissional não pode se estabelecer uma relação vertical na prática profissional. A relação ética deve ser de sujeito para sujeito, reconhecendo que o atendido também é portador de saberes, e o profissional não é o detentor de toda o conhecimento. 
Agir de forma respeitosa, amorosa e cuidadosa. O profissional não deve se impor ao atendido, ele deve deixar que seu atendido escolha seu caminho. Embora tenha algumas situações que a pessoa atendida precisa de um maior suporte do profissional, assim estes casos devem ser tratados de forma específica. Mesmo nesses casos, o profissional não pode abrir mão de auxiliar o indivíduo a fazer uso de sua liberdade. 
Diferentemente de antigamente em que os profissionais apenas ofereciam laudos que serviam para classificar, rotular e controlar as pessoas, com objetivo de estabelecer uma ordem social. 
Ainda existe a elaboração de laudos e perícia, porém com outra orientação ética. 
O psicólogo começou a fazer parte de várias áreas da saúde. Tendoque manter sua posição e reflexões sobre o seu fazer, seu papel e sua função. Além de nunca se esquecer do seu importante papel de auxiliar no crescimento e reorientação de muitas vidas. 
Muitos ainda acreditam que o modelo ético hegemônico na sociedade tem base metafísica, centrada nos princípios a-históricos, ou de inspiração naturalista, biológica e tecnológica. Contudo essas ideias não conseguem abranger todos os significados e questionamentos, tornando-se fracas. 
A ética com conceitos universais não é capaz de satisfazer as necessidades particulares, sendo necessário a reinvindicação de uma ética de inspiração sócio histórica. 
O novo modelo de ética não permite que algum indivíduo seja olhado fora de seu contexto; ou que ocorra generalizações acerca de saúde mental, mas a análise é feita separadamente e de forma contextualizada. Além de incentivar que haja discussão do sentimento do outro de forma amorosa e séria, sempre em busca de soluções. 
Contudo ainda muito tem que ser feito em favor dos direitos humanos. 
A ÉTICA NA PSICOLOGIA COMO CAMINHO PARA O RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS
A partir da Segunda Guerra Mundial os Direitos Humanos foram vistos como algo da responsabilidade dos poderes constituídos. Marcou uma era de grandes tragédias, mas que alavancou o novo olhar a um compromisso global contra a violação dos Direitos Humanos. 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948, pela ONU. 
Nos direitos fica claro o compromisso com a liberdade, respeito, dignidade, igualdade, defesa, justiça e paz. Além de viver salvo do temor. 
O Brasil no século XIX e início do XX, estava repleto de discursos moralistas e ideológicos que disseminavam o preconceito. Ex: os negros eram vistos como inferiores e eram usados para pesquisas científicas de domesticação; mendigos e pobres eram vistos como parasitas; os loucos tinham que ser eliminados. Tudo isso, com a finalidade de adequar as pessoas à ordem social. 
Mesmo após todos os avanços, muitos brasileiros ainda infligem os Direitos Humanos. 
“A lei não é uma garantia para a concretização prática”. É preciso nova consciência e convencimento da importância das coisas, já que a motivação deve vir de dentro do indivíduo. 
A defesa de que a impunidade e o principal motivo da violação das normas, é por diversas vezes um estímulo. Para combater isso é –preciso fortificar as bases e repetir na prática. 
Os psicólogos não podem fazer com que um indivíduo se acomode com seu sofrimento físico e mental. 
Não somente os governantes devem agir em vista de tantos problemas gerados pelo desrespeito aos direitos da pessoa, toda a sociedade precisa agir. Exercer a solidariedade e sentir- se responsável. O sofrimento do outro me atinge, a violação do outro viola toda a sociedade. 
O compromisso da psicologia com os Direitos humanos é inerente ao seu próprio objeto. 
A contribuição para que as pessoas possam ser livres, cidadãs e fraternas, não somente diz de uma alegria e felicidade necessária, mas também de todo aspectos social que envolve essas características. 
Deve se tomar cuidado com a maneira de tratar a minoria, não colocando-os na posição de vítimas e coitados, excluindo-os. 
O Psicólogo deve debater sobre os Direitos Humanos. 
Direitos Humanos devem garantir uma vida humanamente digna. A luta deve ser de todos. 
O ser deve ser reconhecido como um indivíduo de razão, sentimento e de liberdade. 
Artigo XXIX da Declaração Universal “Todo homem tem deveres para a comunidade, na qual é possível o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade [...]”

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