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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA SÃO PAULO 2021 Bianca Arisa Abellan RA:21061575 Capítulo 2 – Durkheim e o Nascimento da Sociologia como Disciplina Científica. Émile Durkheim foi um sociólogo francês, considerado um dos “pais fundadores” da sociologia como disciplina acadêmica, que sofreu forte influência de outros sociólogos, como Auguste Comte e Herbert Spencer, ou seja, observa- se grande participação do positivismo em seu pensamento. Dessa forma, pelo fato de ser um “pioneiro”, determinou o objeto de estudo da sociologia, assim como o método para explicar os fenômenos sociais - fato social. Além disso, é precursor do funcionalismo, uma corrente sociológica que considera o todo como importante para definir as partes. O que faz com que Durkheim considere o coletivo como um “organismo” com vida própria, onde os valores, morais e ética se estabelecem de forma involuntária. Para se estudar os fatos sociais, ele aponta que é necessário se afastar do senso comum, possibilitando a imparcialidade, e, consequentemente, o estudo da sociedade. Desta maneira, pode-se afirmar que os fatos sociais acontecem independentemente de ações individuais, justamente por se tratar da sociedade como um coletivo. Durkheim define que, toda forma de pensar, agir e sentir é fator determinante do comportamento dos indivíduos, o que caracteriza o fato social. Além disso, há três características definitivas do mesmo, que são: É sempre externo ao indivíduo, ou seja, a sociedade que os produz e os impõe como um todo; É sempre geral, onde todos os integrantes desta sociedade reconhecem como legítimo; e é coercitivo, portanto, será sempre imposto ao indivíduo, por meio de punição ou censura a atos contrários a esse fato social. Segundo Durkheim, “Não só esses tipos de comportamento ou de pensamento são exteriores ao indivíduo, como dotados de um poder imperativo e coercitivo graças ao qual, queira ele ou não, se lhe impõem. Sem dúvida, quando os aceito de livre e espontânea vontade, essa coerção não se faz sentir, ou pouco, sendo inútil. Nem por isso, contudo, ela deixa de ser uma característica intrínseca de tais fatos, prova disso, basta eu tentar resistir para ela se consolidar. Se eu procuro violar as regras do direito, elas reagem contra mim de maneira a se der tempo, impedir meu ato; se ele estiver consumado e for reparável, anulá-lo e restabelecê-lo sob sua forma normal; se ele não puder ser reparado de outra forma, me fazer expiá-lo”, ou seja, são fatos que ditam o comportamento do indivíduo, o que tenta, de forma coercitiva, desenvolver um hábito coletivo. Ainda mais, este tipo de coerção é praticado no indivíduo desde sua infância, o que torna os fatos sociais mais enraizados. Além disso, ele aponta o casamento, a natalidade e até mesmo o suicídio como fatos sociais, mesmo que aparentem ser fatos individuais. No caso do suicídio, por exemplo, pode ser levado em conta como um fato social pois, a partir do momento em que o indivíduo percebe a sociedade em crise ou se degradando, perde as esperanças, ou até mesmo, quando ele não se sente pertencente a uma sociedade. Portanto, quando Durkheim estabelece os fatos sociais, estabelece da mesma forma a coletividade da sociedade como um “organismo vivo”, onde ela deve ser levada em primeira instância. Consequentemente, para que seja possível estudá-la, é necessário a imparcialidade e o afastamento do senso comum.
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