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30 de agosto/2021 Pacientes Críticos Professora: Priscila Takimoto Professora Tania Morelli Turma: TEE 19 Assistência de enfermagem a pacientes graves e agonizantes Material para Aula As pessoas não estão preparadas para aceitar a morte como uma etapa do processo da vida. Embora se saiba que ela é inevitável, acontece a todas as pessoas, é a única certeza que se tem neste mundo, a morte é vista como um fato despersonalizado e desagradável, experiência que ninguém quer se aproximar. O profissional de enfermagem lida com o tema da morte diariamente em seu ambiente de trabalho e, por isso, necessita de preparo para lidar com o assunto. É preciso ter a consciência de que a morte deve ser encarada como um acontecimento natural, e não como um fracasso pessoal Ao refletirmos sobre os cuidados de enfermagem que devemos desenvolver com uma pessoa em estado terminal, é necessário que repensemos alguns conceitos a respeito de morte. O conceito de morte vem passando por transformações no decorrer dos últimos anos. Na década de 60, estava baseado na parada espontânea e irreversível da respiração e dos batimentos cardíacos, dando a ideia de que a circulação de fluidos pelo corpo era o que o mantinha vivo. Na década de 70, esse conceito se desfez, se modificou, e o que vigora até os dias de hoje é que só existe a morte no momento em que não mais houver atividade cerebral, independente se o coração continua batendo. Do ponto de vista orgânico, a morte apresenta alguns sinais e sintomas, tais como: alteração da coloração da pele que se torna cianótica; presença de incontinência urinária e fecal; aumento da temperatura, porém a pele fica fria; diminuição da atividade gastrointestinal, da pressão arterial e respiração irregular. Mas existem também as inquietações psicológicas, que a proximidade da morte desperta, como que são: negação/isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. Trata-se de reações emocionais expressas pela pessoa, familiares e até pela equipe de saúde, quando do diagnóstico de uma doença terminal. São frequentemente detectadas, porém, não necessariamente na ordem especificada abaixo, pois estão correlacionadas ao tipo de pessoa, ao tipo e tempo de adoecimento. O paciente pode passar por cinco estágios psicológicos em preparação para morte. Apesar de serem percebidos de forma diferente em cada paciente, e não necessariamente na ordem mostrada o entendimento de tais sentimentos pode ajudar a satisfação dos pacientes. As etapas do ato de morrer são: Negação/Isolamento: reação apresentada quando a pessoa toma conhecimento da gravidade de sua doença, passa a reagir e se expressa com perplexidade: “Não, eu não, não pode ser verdade”. Acredita que isso só possa acontecer aos outros, e nunca a si mesma. Passa a desconfiar de que ocorreu troca de exames, questiona a capacidade da equipe de saúde. Geralmente, é uma defesa temporária, que é logo trocada por uma aceitação parcial. Os parentes mais próximos e a equipe de saúde também passam pelo mesmo sentimento. Com o passar do tempo, essa negação pode ir diminuindo e a pessoa passa a vivenciar um outro estágio - o da raiva. Raiva: fase que a pessoa apresenta momentos de revolta, inveja e ressentimento, dirigindo sua hostilidade para a equipe de saúde, alimentos e familiares. Ela sofre, pois sabe que vai morrer, e os outros permanecerão vivos. Sua raiva nada mais quer dizer a não ser: “Por que eu?” Deve-se, nesse momento, enquanto equipe de saúde, não entender como ofensa pessoal sua raiva e agressões, pois se trata de desabafo, uma expressão de angústia. Barganha: esse é o estágio que se tem menor conhecimento, onde doente realiza acordos por um pouco mais de tempo. E essa barganha pode ser realizada ou com a equipe de saúde, com os familiares e ou mesmo com Deus, como, por exemplo: “Deus, se eu viver até o ano que vai entrar, irei me dedicar à realização de obras de caridade”. Depressão: nesta fase, a pessoa entra em um período de silêncio interno. As interações durante as ações de enfermagem são duras e árduas, pois o contato com a pessoa se torna difícil, devido às barreiras por ela impostas. Uma atenção aos familiares deve ser dada, pois esses também podem apresentar estado de depressão com sinais, por vezes, graves. Nestas situações, a equipe multiprofissional deverá demonstrar compreensão e ter muita paciência. Se existir a possibilidade, solicitar acompanhamento de um psicólogo. Aceitação: quase sempre o último estágio, em que a pessoa adota uma postura, pelo menos, de resignação e passa, em tese, a aceitar sua situação, reduzindo os sentimentos de raiva e depressão. Passa a expressar os seus mais variados sentimentos, como, por exemplo, saudosismo, lembranças de um tempo que começa a ser passado, sensação de tempo perdido poderia ter feito mais coisas, agido de outra maneira, inveja dos vivos e sadios, etc. Os cuidados paliativos focam na pessoa e não na doença, tratando e controlando os sintomas, para que os últimos dias de vida sejam dignos e com qualidade, cercado de seus entes queridos. Objetivo. Promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais Sinais Iminentes de Falecimentos Sistema Circulatório: hipotensão, extremidades frias, pulso irregular, pele fria e úmida, hipotermia, cianose, sudorese, sudorese abundante; Sistema Respiratório: dificuldade para respirar, a respiração torna-se ruidosa (estertor da morte) , causada pelo acúmulo de secreção; Sistema Digestório: diminuição das atividades fisiológicas e do reflexo de deglutição para o perigo de regurgitação e aspiração, incontinência fecal e constipação. Sistema Locomotor: ausência total da coordenação dos movimentos; Sistema Urinário: retenção ou incontinência urinária; Sistema Neurológico: diminuição dos reflexos até o desaparecimento total, sendo que a audição é o último a desaparecer. Face: pálida ou cianótica,olhos e olhar fixo, presença de lágrima, que significa perda do tônus muscular. Assistência de enfermagem A assistência de enfermagem tem como objetivo acompanhar, preservar e apoiar o cliente em estado grave, já que o mesmo se encontra com as funções alteradas quanto à percepção, segurança, auto-preservação e conforto. Normalmente, os profissionais da área de saúde, que estão constantemente em contato com essa situação, criam mecanismos de defesa para que possam trabalhar com um grau de ansiedade menor. Proporcionar conforto é o objetivo primário da equipe de enfermagem à pessoa agonizante. Porém, não basta apenas garantir a medicação necessária para controle e alívio da dor, para que o cliente não fique implorando por remédios para se sentir melhor. É fundamental que a equipe de enfermagem proporcione, à pessoa, seus familiares e entes mais queridos, um ambiente tranqüilo, se possível agradável, criando uma atmosfera de confiança e calor humano. A equipe deve ter em mente que em momentos como esse, as regras de visitação e permanência junto ao cliente podem ser quebradas. O importante é dar apoio, prestar solidariedade, garantir conforto e privacidade. A equipe de enfermagem é a primeira a lidar e sentir a morte do cliente, já que este se torna dependente de seus cuidados. Durante o ritual de preparo do corpo, as cortinas em torno dele devem ser cerradas ou os biombos colocados ao redor do leito, evitando mal-estar aos demais clientesdo lado, quando for o caso, que muitas vezes percebem o ocorrido por intermédio da linguagem não-verbal que a equipe utiliza. O trabalhar constantemente com clientes em estado terminal gera uma carga emocional muito grande. A equipe de enfermagem necessita compartilhar seus sentimentos e reações com outras pessoas para amenizar a ansiedade, a angústia e a impotência diante da morte. A presença de um psicólogo pode ajudá-la a lidar com essa situação e administrar seus conflitos. Portanto para uma assistência aos clientes nestas fases são recomendados: Manter a higiene da cavidade oral e corporal; Conservar o cliente aquecido; Fazer mudança de sua posição regularmente, prevenindo úlceras de decúbito e estase pulmonar; Deixar as grades do leito levantadas; Controlar o nível de ruído no ambiente, evitando conversas desnecessárias e músicas altas em torno do leito, visto que o ouvido é o último órgão dos sentidos a perder sua capacidade; Manter as vias aéreas desobstruídas, aspirando secreções da orofaringe e/ou traqueais; Fornecer oxigênio na dosagem e via prescritas; monitorar os sinais vitais para observação da oxigenação e circulação adequadas; Manter uma via venosa permeável para facilitar o acesso de medicamentos rotineiros e de urgência; Monitorar o fluxo urinário e a eliminação de fezes para identificar precocemente sinais de alterações renais e de retenção de fezes; Umidificar a mucosa oral, evitando fissuras e outras lesões; Manter conversação, explicando procedimentos a serem realizados, estabelecendo uma relação de segurança e confiança, ainda que o cliente não entenda; Acompanhar e apoiar os familiares. Questionário 1- O conceito de morte vem passando por transformações no decorrer dos últimos anos, explique. 2- Quais são os sinais e sintomas do ponto de vista orgânico, que a morte apresenta 3- Explique duas fases do luto. 4- Cite os Sinais Iminentes de Falecimentos. 5- Cite 3 cuidados de enfermagem e porque você acha importante. Assistência de enfermagem Questionário
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