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Conteúdo Unip-Psicologia 
“De acordo com as mesmas autoras, do ponto de vista físico os jovens, 
geralmente se encontram numa fase em que suas capacidades físicas e de saúde 
estão normais. Sendo que é na fase adulta que se assenta a base para o 
funcionamento físico de todo o restante da vida. Também estão no auge do 
funcionamento sensório e motor. 
Por volta dos 20 anos, a maioria das funções corporais está plenamente 
desenvolvida. A acuidade visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 
anos; e o paladar, o olfato e a sensibilidade à dor e à temperatura geralmente 
permanecem inalterados até pelo menos os 45 anos. 
É importante que a pessoa desenvolva nessa fase hábitos saudáveis, mantenha 
uma alimentação equilibrada e não faça uso de substância que irão por em risco 
sua vida. 
Atualmente observamos que a obesidade está cada vez mais presente na 
população em geral. O uso de tabaco e principalmente álcool e outras drogas se 
faz presente e compromete a saúde das pessoas o que com que as autoridades 
considerem os comportamentos de risco um problema de ordem pública. 
Quanto aos aspectos cognitivos do jovem adulto as estruturas intelectuais se 
encontram em seu apogeu. É possível que a escolha profissional seja em 
decorrência da conclusão do ensino médio ou pela continuidade do ensino 
superior. Embora Piaget considerasse o estágio das operações pós formais como 
sendo o auge do desenvolvimento cognitivo, outros autores afirmam que a 
mudança na capacidade cognitiva do jovem adulto ultrapassam o último estágio 
de Piaget e apresentam: 
 Estágio do pensamento pós-formal – o pensamento é mais complexo e 
que se caracteriza pela capacidade de lidar com as incertezas, com 
inconsistência e contradições. O pensamento pós-formal lida com a 
informação do contexto social. 
Do ponto de vista psicossocial, Erick Erickson apresenta nessa fase, a sexta 
crise de desenvolvimento psicossocial: 
 intimidade versus isolamento – ocorre na fase final da adolescência até 
os primeiros anos da maturidade (meia idade). A intimidade está na 
capacidade do indivíduo em estabelecer relacionamentos não somente 
sexuais, mas também amizades intensas e duradouras. 
A base dos relacionamentos íntimos tem início no início da vida adulta jovem. 
Esse é um período de profundas mudanças nos relacionamentos pessoais no 
qual as pessoas estabelecem, renegociam ou consolidam laços baseados na 
amizade, na sexualidade e no amor. 
 
 
 
 Na vida adulta jovem as amizades tendem a se centrar nas atividades de 
trabalho e de criação dos filhos e no compartilhamento de segredos e conselhos. 
Geralmente se baseiam em interesses e valores mútuos e desenvolvem-se entre 
pessoas da mesma geração ou da mesma etapa de vida familiar, que validam as 
crenças e o comportamento uma das outras. 
 
Idade adulta 
Nessa fase é tempo de olhar tanto para frente como para trás, ou seja, para aquilo 
que já se viveu e para os que virão. Pode ser uma época para fazer um balanço, 
reavaliar objetivos e aspirações e decidir como melhor utilizar a parte restante 
do ciclo de vida. 
Com relação aos aspectos físicos ocorrem mudanças fisiológicas resultantes do 
envelhecimento biológico e da constituição genética, mas o acúmulo de fatores 
comportamentais e de estilo de vida, desde a infância, afetam a probabilidade e 
a extensão das mudanças físicas. A saúde e os hábitos de estilo de vida nos anos 
intermediários, também influenciam o que acontece nos anos posteriores. 
Próximo aos 50 anos, a mulher terá a perda da menstruação, marcando assim o 
fim do ciclo reprodutivo e entrando na fase da menopausa. Além dos sintomas 
físicos como: secura vaginal, dores articulares ou musculares, dores de cabeça, 
fadiga, insônia, ganho de peso entre outros, ocorrem também os problemas 
psicológicos. 
Esse pode ser um período estressante para a mulher por se tratar de um marco 
no seu desenvolvimento, é necessário estar atento e poder oferecer apoio para 
que ela atravesse essa fase sem muitos transtornos. 
Em relação aos aspectos psicossociais, Erick Erickson apud Papalia (2006) 
considerava o período em torno dos 40 anos como a época em que as pessoas 
passam pela sétima crise normativa que ele descreveu como: 
 Geratividade versus estagnação – geratividade ou a preocupação que 
adultos maduros apresentam com o estabelecimento e a orientação da 
próxima geração. Prevendo o declínio de sua vida, as pessoas sentem a 
necessidade de deixar um legado. As pessoas que não encontram um 
escape para a geratividade tornam-se absortas em si mesmas, 
excessivamente entregues aos próprios prazeres ou estagnadas (inativas 
ou inertes). 
Nessa fase já não há mais a preocupação com a criação ativa dos filhos e deles 
terem saído definitivamente para ter sua própria vida. Quando os filhos tornam-
se adultos, os laços entre pais e filhos geralmente diminuem de importância, 
mas esses laços normalmente duram enquanto os pais viverem. 
 
 
 
 A saída dos filhos de casa (síndrome do ninho vazio) não indica o fim da 
paternidade e da maternidade e sim uma transição para uma nova etapa: o 
relacionamento entre pais e filhos adultos. 
Desenvolvimento Terceira Idade: físico, cognitivo e social 
As mudanças fisiológicas na terceira idade são altamente variáveis; muitos dos 
declínios comumente associados ao envelhecimento podem, na verdade, ser 
efeitos de doenças em vez de causas. 
Alguns sistemas corporais declinam mais rápido do que outros. Entre as 
mudanças mais graves estão aquelas que acometem o coração. Seu ritmo tende 
a tornar-se mais lento e irregular, depósitos de gordura acumulam-se ao seu 
redor, podendo interferir em seu funcionamento, e a pressão arterial costumar 
aumentar. 
Os homens tendem a sofrer de osteoporose 10 anos mais tarde do que as 
mulheres devido à maior massa óssea e a perdas hormonais mais 
graduais. Embora o declínio físico, geralmente seja imperceptível na vida 
cotidiana, as pessoas mais velhas geralmente não conseguem responder às 
demandas físicas de situações estressantes com a mesma rapidez e eficiência 
que antes. 
Adultos mais velhos são particularmente suscetíveis a quedas devido à reduzida 
sensibilidade das células receptoras que levam ao cérebro informações sobre a 
posição do corpo no espaço – informações necessárias paramanter o equilíbrio. 
Reflexos mais lentos, menor força muscular e perda de visão e de percepção de 
profundidade também contribuem para a perda de equilíbrio. 
Falhas na memória costumam ser consideradas um sinal de velhice, mas tanto 
a memória, assim como em outras capacidades cognitivas, o funcionamento das 
pessoas mais velhas, varia bastante. Mudanças neurológicas, assim como 
declínio na velocidade perceptual, podem explicar grande parte do declínio no 
funcionamento da memória em adultos mais velhos. 
Com relação à sexualidade o fator mais importante na manutenção do 
funcionamento sexual na terceira idade é a atividade sexual regular ao longo 
dos anos. Muitas pessoas mais velhas são sexualmente ativas, embora a 
frequência e a intensidade da experiência sexual geralmente sejam menores do 
que para adultos jovens. 
A aprendizagem vitalícia pode manter pessoas mais velhas mentalmente alertas. 
Adultos mais velhos aprendem melhor quando os materiais e métodos são 
adaptados às necessidades dessa faixa etária. 
Do ponto de vista psicossocial, a idade adulta já foi considerada um período 
relativamente estável. Freud acreditava que a partir dos 50 anos de idade, a 
personalidade estivesse permanentemente formada e que os processos mentais 
fossem inflexíveis a partir de então. 
 
 
 
Em seu oitavo e último ciclo Erick Erickson denomina esta crise como: 
 Integridade versus desespero - é necessário que o adulto mais velho 
avalie, resuma e aceite a própria vida para poder então aceitar o fim dela. 
O desespero advém daqueles que não alcançam à aceitação e percebem 
que o tempo é curto demais para buscar outros caminhospara si 
 Como nas fases anteriores, Erickson coloca a inevitável e necessária 
condição de se viver o lado aparentemente “negativo” da crise. Nesse 
caso, as pessoas precisam lamentar sua vulnerabilidade e a condição 
transitória da existência. 
Com relação à saúde mental, tanto no nível mental quanto comportamental, é 
devastador suas manifestações na velhice. 
Aproximadamente dois terços dos casos de demência podem ser causados 
pelo mal de Alzheimer, distúrbio degenerativo e progressivo do cérebro. 
Já o mal de Parkinson é o segundo distúrbio mais conhecido envolvendo 
degeneração neurológica progressiva, caracteriza-se por tremor, rigidez, 
retardamento dos movimentos e postura instável. 
Sintomas de depressão são comuns também em pessoas mais velhas, mas, 
muitas vezes, são ignorados porque são erroneamente considerados como um 
acontecimento natural do envelhecimento. 
Algumas pessoas mais velhas deprimem-se como resultado de perdas físicas e 
emocionais, e alguns aparentes “distúrbios cerebrais”, na verdade, devem-se à 
depressão. Mas a depressão pode ser abrandada se as pessoas mais velhas 
procurarem ajuda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo 7 - Estresse, estratégia de enfrentamento e saúde. 
 
Definição 
O estresse pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais a uma 
incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais. 
Pela definição, estresse inclui a resposta de componentes físicos e mentais. 
O estresse corresponde a uma relação entre o indivíduo e o meio. Trata-se, 
portanto, de uma agressão e reação de uma interação entre a agressão e a 
resposta, como propôs o médico canadense Hans Selye, o criador da moderna 
conceituação de estresse. 
Estresse Fisiológico 
O estresse fisiológico é uma adaptação normal. Quando a resposta é patológica, 
registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios transitórios ou a 
doenças graves.Também agrava as já existentes e pode desencadear aquelas 
para as quais a pessoa é geneticamente predisposta. 
Fatores desencadeantes de estresse 
A vulnerabilidade hereditária, mais a preocupação com o futuro, num tempo de 
incertezas, de um o país que estabiliza a moeda, mas aumenta o número de 
desempregados, ao mesmo tempo em que a qualidade de vida piora, existem os 
medos do envelhecimento em más condições, e do empobrecimento, além de 
alimentação inadequada, pouco lazer, a falta de apoio familiar adequado e um 
consumismo exagerado. Todos são fatores pessoais, familiares, sociais, 
econômicos e profissionais, que originam a sensação de estresse e seu 
consequente desencadeamento de doenças, que vão de uma simples azia até à 
queda imunológica, que pode predispor infecções e até neoplasias. 
O Que Provoca o Estresse? 
Diversos pesquisadores notaram que a mudança é um dos mais efetivos agentes 
estressores. Assim, qualquer mudança em nossas vidas tem o potencial de 
causar estresse, tanto as boas quanto as más. 
O cientista que estudou pela primeira vez o estresse, Hans Selye descreveu uma 
resposta fisiológica generalizada ao estresse, caracterizada pela seguinte 
sequência: 
 A percepção de um perigo iminente ou de um evento traumático é 
realizado pela parte do cérebro denominado córtex; e interpretado por 
uma enorme rede de neurônios que abrange grandes partes do encéfalo, 
envolvendo, inclusive, os circuitos da memória; 
 Determinada a relevância do estímulo, o córtex aciona um circuito 
cerebral subcortical, localizado na parte do cérebro denominada sistema 
 
 
 
límbico, através das estruturas que controlam as emoções e as funções 
dos sistemas viscerais (coração, vasos sanguíneos, pupilas, sistema 
gastrointestinal, etc.) através do chamado sistema nervoso autônomo. 
Estas estruturas são a amígdala e o hipotálamo, principalmente. A 
ativação dessas vias vai causar alterações como dilatação pupilar, 
palidez, aceleração e aumento da força das batidas cardíacas e da 
respiração, ereção dos pelos, sudorese, paralisação do trânsito 
gastrointestinal, secreção da parte medular das glândulas adrenais 
(adrenalina e noradrenalina), etc.; e que constituem os sinais e sintomas 
da ativação tipo luta-ou-fuga descrevidos por Cannon; 
 Ao mesmo tempo, o hipotálamo comanda uma ativação da glândula 
hipófise, situado na base do cérebro, com a qual tem estreitas relações. 
No estresse, o principal hormônio liberado pela hipófise é o ACTH (o 
chamado hormônio do estresse), que, carregado pelo sangue, vai até a 
parte cortical (camada externa) das glândulas adrenais (situadas sobre os 
dois rins), e provocando um aumento da secreção de hormônios 
corticosteróides. Estes hormônios têm amplas ações sobre praticamente 
todos os tecidos do corpo, alterando o seu metabolismo, a síntese de 
proteínas, a resistência imunológica, as inflamações e infecções 
provocadas por agressões externas, etc. O seu grau de ativação pode ser 
avaliado medindo-se a quantidade de cortisol no sangue. 
 Essa descarga dupla de agentes hormonais de intensa ação orgânica: de 
um lado a adrenalina, pela medula da adrenal, e de outro, os corticóides, 
pela sua camada cortical, levaram os cientistas a caracterizar essas 
glândulas como sendo o principal mediador do estresse. 
Essas respostas são normais em qualquer situação de dano, perigo, doença, etc. 
Assim, dizemos que existe nível de estresse que é normal e até importante para 
a defesa do organismo, ao qual denominamos de eustress. O perigo para o 
organismo passa a ocorrer quando a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal se torna crônico e repetido. Nesse momento, começam a surgir as 
alterações patológicas causadas pelo nível constantemente elevado desses 
hormônios. 
Três fases do estresse, que se sucedem quando os agentes estressores continuam 
de forma não interrompida em sua ação: 
 A fase aguda 
Esta é a fase em que os estímulos estressores começam a agir. Nosso 
cérebro e hormônios reagem rapidamente, e nós podemos perceber os 
seus efeitos, mas somos geralmente incapazes de notar o trabalho 
silencioso do estresse crônico nesta fase. 
 A fase de resistência 
Se o estresse persiste, é nesta fase que começam a aparecer as primeiras 
conseqüências mentais, emocionais e físicas do estresse crônico. Perda 
 
 
 
de concentração mental, instabilidade emocional, depressão, palpitações 
cardíacas, suores frios, dores musculares ou dores de cabeça freqúentes 
são os sinais evidentes, mas muitas pessoas ainda não conseguem 
relacioná-los ao estresse, e a síndrome pode prosseguir até a sua fase 
final e mais perigosa: 
 A fase de exaustão 
Esta é a fase em que o organismo capitula aos efeitos do estresse, levando 
à instalação de doenças físicas ou psíquicas. 
Problemas Causados pelo Estresse 
O estresse pode ser causador e/ou agravador de uma série de doenças, que vão 
da asma, às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas; 
todas elas relacionadas de alguma forma à ativação excessiva e prolongada do 
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. 
Na área do sistema digestivo, é sabido por todos que o estresse pode 
desencadear desde uma simples gastrite, até uma úlcera 
Mas, é principalmente o coração, ou mais precisamente, a nível das coronárias 
Uma ativação repetida e crônica do sistema nervoso autônomo, numa pessoa 
que já tenha problemas de lesão da camada interna das artérias coronárias 
(aterosclerose), provocadas por fumo, gordura excessiva na alimentação, 
obesidade ou colesterol elevado, etc., vai levar a muitos problemas, tais como: 
 Diminuição do fluxo sangüineo adequado para manter a oxigenação dos 
tecidos musculares cardíacos (miocárdio). Isso leva à chamada isquemia 
do miocárdio, que é acompanhada de dores no coração (angina), 
principalmente quando se faz algum esforço, e até ao infarto do coração 
(ataque cardíaco), provocado pela morte das células musculares do 
coração, por falta de oxigênio. 
 Outros problemas comuns sãoa ruptura da parede dos vasos 
enfraquecidos pela placa aterosclerótica, ou a trombose (entupimento 
completo do vaso coronariano). Um pequeno coágulo (trombo) pode 
desencadear uma cascata de coagulação, que também pode levar à morte. 
O nível elevado de adrenalina também pode provocar alterações 
irregulares do ritmo cardíaco, denominadas de arritmias ("batedeira"), 
que também diminuem o fluxo de sangue pelo sistema cardiovascular. 
Outros sintomas 
No campo clínico (somático) os distúrbios ainda ditos 'neuro-vegetativos' são 
comuns: quadro de astenia (sensação de fraqueza e fadiga), tensão muscular 
elevada com cãibras e formação de fibralgias musculares (nódulos dolorosos 
nos músculos dos ombros e das costas, por exemplo), tremores, sudorese (suor 
intenso), cefaléias tensionais (dores de cabeça provocas pela tensão psíquica) e 
 
 
 
enxaqueca, lombalgias e braquialgias (dores nas costas e nos ombros e braços), 
hipertensão arterial, palpitações e batedeiras, dores pré-cordiais, colopatias 
(distúrbios da absorção e da contração do intestino grosso) e até dores urinárias 
sem sinais de infecção. 
Os problemas ansiosos com a sintomatologia clínica, além de irritabilidade, 
fraqueza, nervosismo, medos, ruminação de idéias, exacerbação de atos falhos 
e obsessivos, além de rituais compulsivos, aumentam sensivelmente. A angústia 
é comum e as exacerbações de sensibilidade com provocações e discussões são 
mais freqüentes. 
Do ponto de vista depressivo, a queda ou o aumento do apetite, as alterações de 
sono, a irritabilidade, a apatia e adinamia, o torpor afetivo e a perda de interesse 
e desempenhos sexuais são comumente encontrados. 
Existem também as "fugas", que todos conhecemos. Quando não se apela para 
a auto-medicação com ansiolíticos a pessoa refugia-se na bebida e mesmo no 
consumo de drogas ilícitas de uso e abuso, além de aumentar a quantidade de 
cigarros fumados, quando for fumante. 
Fisioterapia e o estresse 
Além dos problemas físicos como a dor, rigidez e incapacidade de realizar as 
atividades de vida diárias, geradas por acometimentos, os pacientes também 
têm problemas sociais, econômicos e emocionais: a dor e a rigidez levam à falta 
de mobilidade, com resultante perda de independência que acabam causando 
frustração e raiva ao paciente. Isto se deve ao fato de que toda mudança que 
exija adaptação por parte do organismo causa um certo nível de estresse 
 As desordens musculoesqueléticas causam efeitos adversos no potencial de 
trabalho, podendo resultar em desemprego, e a inabilidade nas atividades de 
vida diárias (AVD´s) aumentam o estresse geral tanto do paciente como de sua 
família (Marques e Kondo). 
Mediante o conhecimento da diversidade de fatores e problemas que envolvem 
seus pacientes, o papel do fisioterapeuta visa especialmente a melhora da 
função através do manejo da dor, melhora da força e amplitude articular 
(Schank, 1986). Isto proporciona ao paciente melhora em suas AVD´s, 
acarretando ainda em ganho no bem-estar do paciente o que é de suma 
importância para melhoria de sua qualidade de vida tão fundamental. 
CONTEÚDO 8 - O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares. 
Participação em projetos de prevenção de doenças e estímulo a melhor 
qualidade de vida. 
Na história da medicina encontramos que até o século passado o predomínio do 
atendimento ao doente estava baseado no modelo que considerava não a pessoa, 
mas se concentrava nos sintomas que ela apresentava, excluindo qualquer 
 
 
 
influência dos aspectos psicológicos, por exemplo, e assim tínhamos o chamado 
modelo biomédico. 
Evidentemente, não cabia neste saber a integralidade do ser, já que ele não era 
visto como um sujeito de direitos e o atendimento, conforme dissemos estava 
centrado apenas no diagnóstico, excluindo qualquer outro aspecto do indivíduo. 
Neste sentido, Marco (2003) relata: 
Considera-se que a influência do paradigma cartesiano sobre o pensamento 
médico foi um fator determinante na construção do chamado modelo 
biomédico, alicerce consensual da moderna medicina científica. Descartes 
propõe por meio de suas concepções, uma separação absoluta entre fenômenos 
da natureza e fenômenos do espírito e, por consequencia, uma separação radical 
entre mente e corpo (marco, 2003, p.36). 
Podemos observar que o modelo biomédico, ainda é encontrado em muitos 
meios e remonta de um tempo da história advindo da influencia da Filosofia 
que discutia o dualismo mente-corpo. 
A grande transformação proposta está na mudança do modelo biomédico para 
o modelo biopsicossocial e que hoje se faz presente na maior parte das relações 
e no cuidado com a pessoa com doença. 
Marco (2003) nos alerta que é importante considerar que essa nova proposta 
não significa fragmentação, ou seja, a separação e posterior junção 
indiscriminada do ser ou que tudo deve ser abordado simultaneamente. A ação 
de multiprofissionais deve ser entendida como a ocorrência de atividades 
desenvolvidas entre profissionais de diferentes especializações buscando a 
harmonização no ambiente de trabalho. 
 Para que aconteçam “atos de saúde” e não atos médicos ou de outros 
profissionais com de fisioterapeutas, psicólogos, e outros, uma equipe 
multiprofissional deve implicar duas dimensões do trabalho e que são 
indissociáveis, conforme Bruscato et al, (2006): 
a) Articulação das ações: supõe a integração de processos de trabalho 
distintos, considerados as conexões e interfaces existentes entre as intervenções 
técnicas peculiares de cada profissional, flexibilizando as fronteiras entre as 
mesmas, mas com a preservação das respectivas especificidades e diferenças 
técnicas, trabalhando, assim, numa conjugação de especificidade e 
flexibilidade. Há a centralização das ações na obtenção de resultados, na 
integral às necessidades de saúde da clientela, por exemplo, a avaliação pré-
cirúrgica de um paciente poderá ser realizada através do cruzamento dos dados 
obtidos por diversos profissionais. Nessa situação, o prognóstico pode depender 
da condição clínica (sob a perspectiva dos médicos, cirurgião ou anestesista), 
do estado emocional, da motivação e dos recursos de enfrentamento (avaliados 
 
 
 
pelo psicólogo), das condições socioeconomicas necessárias à manutenção do 
tratamento (observadas pelo assistente social) e assim por diante. 
b) Interação dos profissionais: as inter-relações e o vínculo entre os 
integrantes da equipe potencializam a realização da tarefa (não é um objetivo 
em si, porque não se trata de um grupo terapêutico e, sim, de uma equipe, que 
utiliza a interação como meio de trabalho). Os integrantes colocam-se de acordo 
quanto a um projeto comum, quanto ao que dizem e quanto aos valores 
pressupostos. Para tanto, a comunicação entre os profissionais faz parte do 
exercício cotidiano do trabalho (Bruscato et al, 2006, p.34). 
Tais ações e interações irão proporcionar ao cliente o benefício das ações 
integradas e que estarão voltadas para as necessidades da equipe, conforme 
explicam os autores. 
Desta forma, conforme define Japiassu (1976): apud..Bruscato et al (2006): 
... a multidisciplinaridade como uma associação de disciplinas que abordam um 
mesmo objeto a partir de distintos pontos de vista. A multidisciplinaridade e, 
então, entendida como uma simples justaposição de disciplinas, visando 
objetivos múltiplos, sem interagir quanto aos seus métodos e conceitos. Ou seja, 
a equipe permite uma bem vinda cooperação multidisciplinar, mas não se ocupa 
em empreender uma coordenação supradisciplinar unificadora.(Bruscato, 2006, 
p.35). 
Nesta perspectiva multidisciplinar, podemos entender que as informações de 
cada profissional a respeito do cliente se complementam, mas não há uma 
decisão conjunta, já que essa é em geral tomada pelo médico. Assim sendo, 
encontramos nas ações multidisciplinares a reprodução do modelo biomédico, 
conforme citado anteriormente. 
Mas é necessário encontrar o modelo queesteja voltado para a integração dos 
saberes, a favor da pessoa com doença, e que esteja de acordo com o modelo 
biopsicossocial. 
Projeto e suas definições 
De acordo com Lück projeto é 
[...] conjunto organizado e encadeado de ações de abrangência e escopo 
definidos, que focaliza aspectos específicos a serem abordados num período de 
tempo, por pessoas associadas e articuladoras das condições promotoras de 
resultados, com um determinado custo (Lück 2003, p.27). 
A autora coloca com bastante ênfase a necessidade de um projeto ser 
desenvolvido por pessoas pró-ativas, ou seja, com atitude e que saibam 
visualizar os resultados e custos para este obtenção, sendo planejado com 
peculiaridade, norteando de todos os lados para se conseguir o objetivo central 
do projeto desenvolvido. Para Chase (2006): 
 
 
 
Um projeto pode ser definido como uma série de serviços relacionados, 
normalmente voltados para alguma produção importante e que necessita de um 
período significativo de tempo para ser realizado, pode-se destacar nesta 
interpretação que para haver a elaboração de qualquer projeto é preciso de 
tempo, assim nenhum é feito “da noite para o dia” (Chase, 2006 p.78). 
De acordo ainda com este autor, é necessário refletir que é preciso haver preparo 
metodológico para o seu início. 
Há inúmeros conceitos para projetos e como futuro profissional você deve se 
identificar com algum destes diversos para a utilização em seu cotidiano 
profissional, além de ter em mente que o projeto não precisa ser estático. Pode 
seguir o mesmo dinamismo do trabalho do fisioterapeuta, porém é preciso ficar 
atento para o foco do projeto para que ele não se perca. 
Projeto eficiente 
A palavra eficiente quer dizer: “1. Ação, capacidade de produzir um efeito; 
eficácia. 2. Rendimento”. Há inúmeros conceitos para projetos e como futuro 
profissional você deve se identificar com algum destes diversos para a 
utilização em seu cotidiano profissional, além de ter em mente que o projeto 
não precisa ser estático. 
Pode-se observar que é a capacidade de se fazer alguma coisa, ponto importante 
no que tange a elaboração de projetos, pois o profissional precisa saber (ter 
competência) para desenvolver tal ação. 
Chiavenato e Sapiro (2009, p.30) colocam como eficiência o ato de: 
• Fazer as coisas da maneira certa 
• Resolver problemas 
• Salvaguardar os recursos aplicados 
• Cumprir o dever 
• Reduzir custos 
De acordo com os autores citados, não há como ser eficiente e 
consequentemente o mesmo ocorrerá com o projeto se a pessoa, principalmente, 
o gerente (o profissional) não tiver claro a meta, a estratégia, pensar em 
situações futuras e absorver as responsabilidades. 
Projeto eficaz 
Chiavenato e Sapiro (2009, p.30) discursam que eficaz é: 
• Fazer as coisas certas 
• Produzir alternativas criativas 
• Maximizar a utilização dos recursos 
 
 
 
• Obter resultados 
• Aumentar o lucro 
O conceito utilizado para eficaz associa-se ao fazer o que deve ser de fato feito, 
realização das metas/propósitos, gerar lucro, diminuir desperdícios (não ter) e 
trazer os resultados com o máximo de criatividade possível. 
Projeto efetivo 
Ser efetivo esta ligado a “1. Real, verdadeiro. 2. Que produz efeito; que tem 
efeito; eficaz. 3 Que não tem interrupção; permanente”. Para nossos estudos em 
relação a projetos ser efetivo esta concentrado no ato de proporcionar a 
continuidade das ações, ou seja, haver a permanência do mesmo para se chegar 
nas metas. 
A efetividade do projeto esta direcionada ao fato do mesmo conseguir perdurar-
se no meio que foi proposto, com resultados bem sucedidos durante o percurso 
do trabalho e para isso é preciso haver uma coordenação de esforços e 
“quereres” de maneira ordenada para que o público alvo esteja satisfeito com o 
resultado. 
Chiavenato (2006) discursa o conceito de efetividade com um breve exemplo 
prático e lúdico: 
[...] Por fim, a efetividade ressalta o impacto, à medida em que o resultado 
almejado (e concretizado) mudou determinado panorama, cenário. 
Considerando a construção de escolas e o incremento no número de professores 
contratados, a efetividade evidenciará, por exemplo, de que maneira isso 
contribuiu para a redução do índice de analfabetismo (impacto). Nesse 
diapasão, há autores que defendem que a efetividade decorre do alcance da 
eficácia e da eficiência, simultaneamente. Numa outra acepção, pode ser 
entendida, também, como satisfação do usuário. Na “ponta da linha”, a 
efetividade ocorre quando um produto ou serviço foi percebido pelo usuário 
como satisfatório. (2006, p.181). 
O autor nos direciona que a efetividade é o impacto que o resultado das ações, 
que para nós diz respeito a projetos, causou em determinada realidade, se esta 
é associada ao objetivo do mesmo e se o resultado foi satisfatório não somente 
para os realizadores, como também para o público alvo. 
Para o fisioterapeuta é de grande valia esta preocupação com o índice de 
satisfação dos sujeitos da ação do projeto desenvolvido, pois não há um 
excelente resultado se o mesmo não atingir as expectativas das pessoas que 
foram o grande foco da construção do trabalho. 
Programas de prevenção primária, secundária e terciária. 
 
 
 
Após a elaboração efetiva de projetos nas diferentes áreas de atuação do 
fisioterapeuta em sua prática profissional, é importante a definição do nível de 
atuação que ele irá trabalhar. 
Tais níveis são descritos a partir da Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
visam atender os diferentes momentos que o sujeito possa estar vivendo, sendo 
importante que o trabalho seja desenvolvido e sua atuação ocorra a partir de 
uma equipe de saúde. 
Com relação ao atendimento ele pode ocorrer nos níveis: primário, secundário 
e terciário, sendo que cada um deverá desenvolver um conjunto de ações 
próprias a fim de evitar a instalação da doença ou atuar na prevenção ou na 
redução de danos que possa ocorrer como consequência da doença. 
Com relação aos níveis: 
Prevenção primária: desenvolvimento de ações e programas destinados a 
evitar a ocorrência da doença, como por exemplo: vacinação, saneamento 
básico, atividades físicas e cujo objetivo é evitar o desenvolvimento de 
problemas relacionados a doenças e que o fisioterapeuta poderá estar atuando 
na prevenção. 
Prevenção secundária: aqui a doença poder estar em desenvolvimento e as 
medidas devem estar voltadas para impedir o seu desenvolvimento através do 
atendimento e se necessário o tratamento imediato. 
Prevenção terciária: a doença poder estar em desenvolvimento e as medidas 
devem estar voltadas para impedir o seu desenvolvimento através do 
atendimento e se necessário o tratamento imediato. A fisioterapia é um 
exemplo com relação a colocação de próteses, auxiliando o sujeito em sua 
readaptação a partir de seu ajuste ao ambiente. 
CONTEÚDO 9 - O paciente terminal e a morte 
 
Podemos considerar que trabalhar com pacientes com doença grave é um 
desafio para os profissionais, afinal a morte é algo inerente à condição humana 
e atinge a todos indiscriminadamente. Isso significa dizer que estar próximo de 
alguém que está partindo faz com que o profissional se aproxime da certeza da 
própria finitude. 
Conceito de paciente terminal descrito por Kovács (2004): 
O conceito de paciente terminal é historicamente relacionado com o século XX, 
por causa da alteração na trajetória de doenças que, no passado, eram 
fulminantes; observa-se sua cronificação, graças ao desenvolvimento da 
medicina, da cirurgia e da farmacologia. Muitas ainda não têm cura, como 
alguns tipos de câncer, Aids e moléstias degenerativas, o que faz com que 
alguns pacientes vivam anos com necessidade de cuidados constantes. 
 
 
 
De fato, além dos avanços médicos e farmacológicos, temos o avanço 
tecnológico que permite o diagnóstico precoce de doenças. Mas, embora seja 
possível prolongamento da vida, existem determinadas doenças que por si só 
carregamo estigma da morte, como citado pela autora, como é caso do câncer, 
Aids e doenças degenerativas. Nesses casos, escreve Kovács (2004): 
O rótulo “paciente terminal” é usado de forma estereotipada para pacientes que 
apresentam doenças com prognóstico reservado, mesmo que estejam em fase 
de diagnóstico e de tratamento (Kovács, 2004, p.107). 
Atualmente, quando o paciente recebe o diagnóstico de uma doença grave ele 
passa a considerado e tratado dentro do conceito de cuidados paliativos. Mas o 
que vem a ser cuidados paliativos (CP)? Pessini (2007) citando a definição da 
Organização Mundial de Saúde (OMS) (2002) escreve: 
Cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos 
pacientes e família que enfrentam problemas associados com doenças 
ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meios 
de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros 
problemas de ordem física, psicossocial e espiritual.(Pessini, 2007, p.166). 
É importante notar que a família também é incluída nos cuidados paliativos, 
pois é sabido que a doença afeta diretamente a família e ela precisa ser vista e 
cuidada pelos profissionais. 
O Ministério as Saúde (2012) também apresenta sua definição de cuidados 
paliativos como: 
É o conjunto de ações interdisciplinares, promovido por uma equipe de 
profissionais da saúde e voltado para o alívio do sofrimento físico, emocional, 
espiritual e psico-social de doentes com prognóstico reservado, acometidos por 
condições ou doenças em estágio irreversível... 
Pessini esclarece que os cuidados paliativos não devem ser visto como diferente 
de outras formas ou áreas de tratamento, mas na medida em que vai havendo o 
agravamento da doença é possível que hajam necessidades especiais tanto do 
doente como da família e no caso, a equipe que oferece os cuidados paliativos 
deve estar preparado para atender tais necessidades. 
Os cuidados paliativos integram as disciplinas: oncologia médica, neurologia, 
psicologia, enfermagem, nutrição e reabilitação. A interação faz com que o 
paciente tenha um suporte completo de todos os profissionais. O trabalho da 
fisioterapia na equipe de cuidados paliativos tem por objetivo: 
 Reintegrar a criança/ adulto ao convívio domiciliar, 
 Instruir o cuidador a atender suas necessidades; 
 Evitar internações ou tratamentos exaustivos; 
 Estabelecer maioria dos seus potenciais diminuídos, incentivando-os a 
ajustar objetivos a curto prazo, aliviando seu desconforto. 
 
 
 
O fisioterapeuta deve valorizar pequenas realizações e dividí-las com seus 
pacientes, sendo necessário para isso, manter uma linha de contato aberta com 
o paciente. A discussão de casos entre profissionais é extremamente útil, pois 
acrescenta dados sobre o caso e sobre as diretrizes do tratamento, o que 
contribui para o crescimento profissional e o êxito do atendimento. 
Um recurso viável a este desafio é redirecionar a esperança do paciente para 
objetivos em curto prazo e maximizando a qualidade de vida. A veracidade é a 
base da confiança nas relações interpessoais. Comunicar a verdade ao paciente 
e aos seus familiares constitui um benefício para eles, pois permite a 
possibilidade de sua participação ativa nas tomadas de decisão (autonomia). 
É preciso deixar claro os objetivos da fisioterapia tanto para a equipe, quanto 
para os pacientes e familiares, facilitando assim a aceitação e a efetividade do 
atendimento. Outro aspecto a ser sempre considerado na fisioterapia é o caráter 
preventivo. Antecipar possíveis complicações é de responsabilidade de todos 
os profissionais envolvidos, implementando as medidas preventivas necessárias 
e aconselhando os pacientes e familiares para evitar sofrimentos desnecessários. 
A reabilitação é parte integrante dos Cuidados Paliativos porque muitos 
pacientes terminais são restringidos desnecessariamente até mesmo pelos 
familiares, quando na verdade são capazes de realizar atividades e ter 
independência. A reinserção do paciente em suas atividades de vida diária 
restaura o senso de dignidade e autoestima. A fisioterapia contribui 
efetivamente na retomada de atividades da vida diária destes pacientes, 
direcionando-os a novos objetivos. 
O luto, fases de enfrentamento 
 Tão difícil quanto falar sobre a morte, é também falar sobre o luto, mas como 
entendemos que o trabalho do profissional nem sempre se encerra com a morte 
do paciente, é necessário estar preparado para o apoio à família. 
Kovács (2007) define luto a partir dos aspectos psicológicos da pessoa, da 
seguinte maneira: 
O luto é o processo de elaboração diante de uma perda de uma pessoa com quem 
vínculos e foram estabelecidos. É a vivência da morte consciente, é como se 
uma parte nossa morresse. Faz parte de nossa existência e nos configura como 
humanos, e dela nos recordamos, todos temos histórias de perdas para contar, e 
às vezes é mais sofrida que a própria morte. É um vinculo que se rompe de 
forma irreversível, quando se trata de morte concreta (Kovács, 2007, p.217) 
Diversos autores escrevem sobre as fases para o enfrentamento do luto, mas 
Bowlby (1985) apud Kovács (2007, p.221) apresenta as principais, as quais 
são: 
 Fase de choque: que é o momento de conhecimento da perda, e na qual 
podem ocorrer reações, da anestesia até um total descontrole; 
 
 
 
 Fase de busca: em que ocorre o anseio pela pessoa perdida e também se 
processa o contato com a realidade, de que houve de fato uma perda, da 
qual não há volta. pode haver a ilusão de que a pessoa não tenha morrido, 
de que tudo não passa de um pesadelo. Convivem dois processos: a 
certeza da perda e a esperança de que talvez não tenha ocorrido. Podem 
estar presentes vários sentimentos: tristeza, raiva, medo e culpa. A raiva 
pode ser transferida para aqueles que estão próximos, ou culpa por ainda 
estar viva, ou por sentir que não cuidou de seu familiar de forma 
adequada, acreditando que aquela morte pudesse ser evitada; 
 Fase de desorganização e desespero: presente quando a perda já é vista 
como realidade. Podem estar presentes atuações contraditórias: manter 
tudo que recorde a pessoa, e se desfazer rapidamente de tudo que possa 
lembrá-lo. É nessa fase também que uma depressão reativa pode se 
manifestar num processo mais duradouro ou como uma dimensão 
patológica que se torna mais evidente; 
 Fase de reorganização: a vida pode ser reorganizada em novos 
patamares sem a existência daquele que morreu. Novas habilidades terão 
que ser aprendidas e novos relacionamentos poderão ser formados. 
Com relação ao luto infantil, Bowlby (1985) afirma que as crianças também 
passam pelo processo de luto e tem no adulto o seu modelo. É comum a criança 
apresentar sentimentos de culpa, principalmente quando ela tem menos dos seis 
anos e vive o período em que a fantasia, ou pensamento mágico, se confunde 
com a realidade. 
O luto patológico. 
Bowlby (1985) apud Kovács (2007, p.222) destaca alguns fatores que devem 
ser observados e que são complicadores do processo de elaboração: do luto: 
 O relacionamento com a pessoa perdida – Relacionamentos 
carregados com ressentimentos e mágoas são mais difíceis de serem 
elaborados. É importante observar também se está envolvida uma relação 
de dependência. Perda de criança e jovens podem ser muito difíceis de 
serem aceitas e elaboradas. 
 Idade e sexo do enlutado – É importante considerar se é uma criança ou 
um adulto e também as especificidades de gênero. 
 As causas e circunstâncias da perda – As perdas rápidas e inesperadas 
podem causar muitas dificuldades no início, pois nenhum preparo ocorre. 
Muitas delas são acompanhadas de violência, tendo ampliados os fatores 
de risco. Corpos muito mutilados ou desaparecidos podem dificultar 
muito o processo do luto. Este é um dos grandes problemas dos acidentes 
aéreos com perdas coletivas e corpos irreconhecíveis. Por outro lado, 
mortes lentas podemenvolver convivência com muito sofrimento e dor, 
o que também pode ser penoso. Cada uma dessas circunstâncias deve ser 
 
 
 
olhada com muito cuidado, não se chegando a generalizações 
simplificadoras 
 A personalidade do enlutado -É importante considerar como o 
enlutado viveu as suas experiências anteriores, as formas de 
enfrentamento escolhidas, características de personalidade e se existem 
distúrbios psiquiátricos. Estes últimos podem afetar muito ou até impedir 
o processo de luto. 
 A rede social e de apoio do enlutado – As pessoas sozinhas ou com 
famílias desorganizadas ou pouco continentes estão sob maior risco de 
um luto complicado. 
 Em seu estudo sobre o luto, Parkes (1998, p.133-136) apresenta os 
seguintes tipos: 
 Luto crônico: Um processo de luto que prolonga de forma indefinida, 
possivelmente mais presente em relações com forte conteúdo de 
dependência. A princípio é difícil caracterizá-lo como tal, já que o 
processo de luto tem tempos variados para cada pessoa. 
 Luto adiado: A pessoa não entra em contato com a perda, não consegue 
expressar os seus sentimentos, e não procede a elaboração. 
 Luto inibido: A expressão do luto está inibida e seus sinais parecem 
ausentes. 
Definir exatamente se o luto está seguindo para uma patologia ou se aquele é o 
tempo necessário para que a pessoa possa estar elaborando a perda, é algo 
extremamente difícil, tendo em vista que a linha que separa o normal do 
patológico pode ser muito tênue.”

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