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Conteúdo Unip-Psicologia “De acordo com as mesmas autoras, do ponto de vista físico os jovens, geralmente se encontram numa fase em que suas capacidades físicas e de saúde estão normais. Sendo que é na fase adulta que se assenta a base para o funcionamento físico de todo o restante da vida. Também estão no auge do funcionamento sensório e motor. Por volta dos 20 anos, a maioria das funções corporais está plenamente desenvolvida. A acuidade visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 anos; e o paladar, o olfato e a sensibilidade à dor e à temperatura geralmente permanecem inalterados até pelo menos os 45 anos. É importante que a pessoa desenvolva nessa fase hábitos saudáveis, mantenha uma alimentação equilibrada e não faça uso de substância que irão por em risco sua vida. Atualmente observamos que a obesidade está cada vez mais presente na população em geral. O uso de tabaco e principalmente álcool e outras drogas se faz presente e compromete a saúde das pessoas o que com que as autoridades considerem os comportamentos de risco um problema de ordem pública. Quanto aos aspectos cognitivos do jovem adulto as estruturas intelectuais se encontram em seu apogeu. É possível que a escolha profissional seja em decorrência da conclusão do ensino médio ou pela continuidade do ensino superior. Embora Piaget considerasse o estágio das operações pós formais como sendo o auge do desenvolvimento cognitivo, outros autores afirmam que a mudança na capacidade cognitiva do jovem adulto ultrapassam o último estágio de Piaget e apresentam: Estágio do pensamento pós-formal – o pensamento é mais complexo e que se caracteriza pela capacidade de lidar com as incertezas, com inconsistência e contradições. O pensamento pós-formal lida com a informação do contexto social. Do ponto de vista psicossocial, Erick Erickson apresenta nessa fase, a sexta crise de desenvolvimento psicossocial: intimidade versus isolamento – ocorre na fase final da adolescência até os primeiros anos da maturidade (meia idade). A intimidade está na capacidade do indivíduo em estabelecer relacionamentos não somente sexuais, mas também amizades intensas e duradouras. A base dos relacionamentos íntimos tem início no início da vida adulta jovem. Esse é um período de profundas mudanças nos relacionamentos pessoais no qual as pessoas estabelecem, renegociam ou consolidam laços baseados na amizade, na sexualidade e no amor. Na vida adulta jovem as amizades tendem a se centrar nas atividades de trabalho e de criação dos filhos e no compartilhamento de segredos e conselhos. Geralmente se baseiam em interesses e valores mútuos e desenvolvem-se entre pessoas da mesma geração ou da mesma etapa de vida familiar, que validam as crenças e o comportamento uma das outras. Idade adulta Nessa fase é tempo de olhar tanto para frente como para trás, ou seja, para aquilo que já se viveu e para os que virão. Pode ser uma época para fazer um balanço, reavaliar objetivos e aspirações e decidir como melhor utilizar a parte restante do ciclo de vida. Com relação aos aspectos físicos ocorrem mudanças fisiológicas resultantes do envelhecimento biológico e da constituição genética, mas o acúmulo de fatores comportamentais e de estilo de vida, desde a infância, afetam a probabilidade e a extensão das mudanças físicas. A saúde e os hábitos de estilo de vida nos anos intermediários, também influenciam o que acontece nos anos posteriores. Próximo aos 50 anos, a mulher terá a perda da menstruação, marcando assim o fim do ciclo reprodutivo e entrando na fase da menopausa. Além dos sintomas físicos como: secura vaginal, dores articulares ou musculares, dores de cabeça, fadiga, insônia, ganho de peso entre outros, ocorrem também os problemas psicológicos. Esse pode ser um período estressante para a mulher por se tratar de um marco no seu desenvolvimento, é necessário estar atento e poder oferecer apoio para que ela atravesse essa fase sem muitos transtornos. Em relação aos aspectos psicossociais, Erick Erickson apud Papalia (2006) considerava o período em torno dos 40 anos como a época em que as pessoas passam pela sétima crise normativa que ele descreveu como: Geratividade versus estagnação – geratividade ou a preocupação que adultos maduros apresentam com o estabelecimento e a orientação da próxima geração. Prevendo o declínio de sua vida, as pessoas sentem a necessidade de deixar um legado. As pessoas que não encontram um escape para a geratividade tornam-se absortas em si mesmas, excessivamente entregues aos próprios prazeres ou estagnadas (inativas ou inertes). Nessa fase já não há mais a preocupação com a criação ativa dos filhos e deles terem saído definitivamente para ter sua própria vida. Quando os filhos tornam- se adultos, os laços entre pais e filhos geralmente diminuem de importância, mas esses laços normalmente duram enquanto os pais viverem. A saída dos filhos de casa (síndrome do ninho vazio) não indica o fim da paternidade e da maternidade e sim uma transição para uma nova etapa: o relacionamento entre pais e filhos adultos. Desenvolvimento Terceira Idade: físico, cognitivo e social As mudanças fisiológicas na terceira idade são altamente variáveis; muitos dos declínios comumente associados ao envelhecimento podem, na verdade, ser efeitos de doenças em vez de causas. Alguns sistemas corporais declinam mais rápido do que outros. Entre as mudanças mais graves estão aquelas que acometem o coração. Seu ritmo tende a tornar-se mais lento e irregular, depósitos de gordura acumulam-se ao seu redor, podendo interferir em seu funcionamento, e a pressão arterial costumar aumentar. Os homens tendem a sofrer de osteoporose 10 anos mais tarde do que as mulheres devido à maior massa óssea e a perdas hormonais mais graduais. Embora o declínio físico, geralmente seja imperceptível na vida cotidiana, as pessoas mais velhas geralmente não conseguem responder às demandas físicas de situações estressantes com a mesma rapidez e eficiência que antes. Adultos mais velhos são particularmente suscetíveis a quedas devido à reduzida sensibilidade das células receptoras que levam ao cérebro informações sobre a posição do corpo no espaço – informações necessárias paramanter o equilíbrio. Reflexos mais lentos, menor força muscular e perda de visão e de percepção de profundidade também contribuem para a perda de equilíbrio. Falhas na memória costumam ser consideradas um sinal de velhice, mas tanto a memória, assim como em outras capacidades cognitivas, o funcionamento das pessoas mais velhas, varia bastante. Mudanças neurológicas, assim como declínio na velocidade perceptual, podem explicar grande parte do declínio no funcionamento da memória em adultos mais velhos. Com relação à sexualidade o fator mais importante na manutenção do funcionamento sexual na terceira idade é a atividade sexual regular ao longo dos anos. Muitas pessoas mais velhas são sexualmente ativas, embora a frequência e a intensidade da experiência sexual geralmente sejam menores do que para adultos jovens. A aprendizagem vitalícia pode manter pessoas mais velhas mentalmente alertas. Adultos mais velhos aprendem melhor quando os materiais e métodos são adaptados às necessidades dessa faixa etária. Do ponto de vista psicossocial, a idade adulta já foi considerada um período relativamente estável. Freud acreditava que a partir dos 50 anos de idade, a personalidade estivesse permanentemente formada e que os processos mentais fossem inflexíveis a partir de então. Em seu oitavo e último ciclo Erick Erickson denomina esta crise como: Integridade versus desespero - é necessário que o adulto mais velho avalie, resuma e aceite a própria vida para poder então aceitar o fim dela. O desespero advém daqueles que não alcançam à aceitação e percebem que o tempo é curto demais para buscar outros caminhospara si Como nas fases anteriores, Erickson coloca a inevitável e necessária condição de se viver o lado aparentemente “negativo” da crise. Nesse caso, as pessoas precisam lamentar sua vulnerabilidade e a condição transitória da existência. Com relação à saúde mental, tanto no nível mental quanto comportamental, é devastador suas manifestações na velhice. Aproximadamente dois terços dos casos de demência podem ser causados pelo mal de Alzheimer, distúrbio degenerativo e progressivo do cérebro. Já o mal de Parkinson é o segundo distúrbio mais conhecido envolvendo degeneração neurológica progressiva, caracteriza-se por tremor, rigidez, retardamento dos movimentos e postura instável. Sintomas de depressão são comuns também em pessoas mais velhas, mas, muitas vezes, são ignorados porque são erroneamente considerados como um acontecimento natural do envelhecimento. Algumas pessoas mais velhas deprimem-se como resultado de perdas físicas e emocionais, e alguns aparentes “distúrbios cerebrais”, na verdade, devem-se à depressão. Mas a depressão pode ser abrandada se as pessoas mais velhas procurarem ajuda. Conteúdo 7 - Estresse, estratégia de enfrentamento e saúde. Definição O estresse pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais a uma incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais. Pela definição, estresse inclui a resposta de componentes físicos e mentais. O estresse corresponde a uma relação entre o indivíduo e o meio. Trata-se, portanto, de uma agressão e reação de uma interação entre a agressão e a resposta, como propôs o médico canadense Hans Selye, o criador da moderna conceituação de estresse. Estresse Fisiológico O estresse fisiológico é uma adaptação normal. Quando a resposta é patológica, registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios transitórios ou a doenças graves.Também agrava as já existentes e pode desencadear aquelas para as quais a pessoa é geneticamente predisposta. Fatores desencadeantes de estresse A vulnerabilidade hereditária, mais a preocupação com o futuro, num tempo de incertezas, de um o país que estabiliza a moeda, mas aumenta o número de desempregados, ao mesmo tempo em que a qualidade de vida piora, existem os medos do envelhecimento em más condições, e do empobrecimento, além de alimentação inadequada, pouco lazer, a falta de apoio familiar adequado e um consumismo exagerado. Todos são fatores pessoais, familiares, sociais, econômicos e profissionais, que originam a sensação de estresse e seu consequente desencadeamento de doenças, que vão de uma simples azia até à queda imunológica, que pode predispor infecções e até neoplasias. O Que Provoca o Estresse? Diversos pesquisadores notaram que a mudança é um dos mais efetivos agentes estressores. Assim, qualquer mudança em nossas vidas tem o potencial de causar estresse, tanto as boas quanto as más. O cientista que estudou pela primeira vez o estresse, Hans Selye descreveu uma resposta fisiológica generalizada ao estresse, caracterizada pela seguinte sequência: A percepção de um perigo iminente ou de um evento traumático é realizado pela parte do cérebro denominado córtex; e interpretado por uma enorme rede de neurônios que abrange grandes partes do encéfalo, envolvendo, inclusive, os circuitos da memória; Determinada a relevância do estímulo, o córtex aciona um circuito cerebral subcortical, localizado na parte do cérebro denominada sistema límbico, através das estruturas que controlam as emoções e as funções dos sistemas viscerais (coração, vasos sanguíneos, pupilas, sistema gastrointestinal, etc.) através do chamado sistema nervoso autônomo. Estas estruturas são a amígdala e o hipotálamo, principalmente. A ativação dessas vias vai causar alterações como dilatação pupilar, palidez, aceleração e aumento da força das batidas cardíacas e da respiração, ereção dos pelos, sudorese, paralisação do trânsito gastrointestinal, secreção da parte medular das glândulas adrenais (adrenalina e noradrenalina), etc.; e que constituem os sinais e sintomas da ativação tipo luta-ou-fuga descrevidos por Cannon; Ao mesmo tempo, o hipotálamo comanda uma ativação da glândula hipófise, situado na base do cérebro, com a qual tem estreitas relações. No estresse, o principal hormônio liberado pela hipófise é o ACTH (o chamado hormônio do estresse), que, carregado pelo sangue, vai até a parte cortical (camada externa) das glândulas adrenais (situadas sobre os dois rins), e provocando um aumento da secreção de hormônios corticosteróides. Estes hormônios têm amplas ações sobre praticamente todos os tecidos do corpo, alterando o seu metabolismo, a síntese de proteínas, a resistência imunológica, as inflamações e infecções provocadas por agressões externas, etc. O seu grau de ativação pode ser avaliado medindo-se a quantidade de cortisol no sangue. Essa descarga dupla de agentes hormonais de intensa ação orgânica: de um lado a adrenalina, pela medula da adrenal, e de outro, os corticóides, pela sua camada cortical, levaram os cientistas a caracterizar essas glândulas como sendo o principal mediador do estresse. Essas respostas são normais em qualquer situação de dano, perigo, doença, etc. Assim, dizemos que existe nível de estresse que é normal e até importante para a defesa do organismo, ao qual denominamos de eustress. O perigo para o organismo passa a ocorrer quando a ativação do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal se torna crônico e repetido. Nesse momento, começam a surgir as alterações patológicas causadas pelo nível constantemente elevado desses hormônios. Três fases do estresse, que se sucedem quando os agentes estressores continuam de forma não interrompida em sua ação: A fase aguda Esta é a fase em que os estímulos estressores começam a agir. Nosso cérebro e hormônios reagem rapidamente, e nós podemos perceber os seus efeitos, mas somos geralmente incapazes de notar o trabalho silencioso do estresse crônico nesta fase. A fase de resistência Se o estresse persiste, é nesta fase que começam a aparecer as primeiras conseqüências mentais, emocionais e físicas do estresse crônico. Perda de concentração mental, instabilidade emocional, depressão, palpitações cardíacas, suores frios, dores musculares ou dores de cabeça freqúentes são os sinais evidentes, mas muitas pessoas ainda não conseguem relacioná-los ao estresse, e a síndrome pode prosseguir até a sua fase final e mais perigosa: A fase de exaustão Esta é a fase em que o organismo capitula aos efeitos do estresse, levando à instalação de doenças físicas ou psíquicas. Problemas Causados pelo Estresse O estresse pode ser causador e/ou agravador de uma série de doenças, que vão da asma, às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas; todas elas relacionadas de alguma forma à ativação excessiva e prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Na área do sistema digestivo, é sabido por todos que o estresse pode desencadear desde uma simples gastrite, até uma úlcera Mas, é principalmente o coração, ou mais precisamente, a nível das coronárias Uma ativação repetida e crônica do sistema nervoso autônomo, numa pessoa que já tenha problemas de lesão da camada interna das artérias coronárias (aterosclerose), provocadas por fumo, gordura excessiva na alimentação, obesidade ou colesterol elevado, etc., vai levar a muitos problemas, tais como: Diminuição do fluxo sangüineo adequado para manter a oxigenação dos tecidos musculares cardíacos (miocárdio). Isso leva à chamada isquemia do miocárdio, que é acompanhada de dores no coração (angina), principalmente quando se faz algum esforço, e até ao infarto do coração (ataque cardíaco), provocado pela morte das células musculares do coração, por falta de oxigênio. Outros problemas comuns sãoa ruptura da parede dos vasos enfraquecidos pela placa aterosclerótica, ou a trombose (entupimento completo do vaso coronariano). Um pequeno coágulo (trombo) pode desencadear uma cascata de coagulação, que também pode levar à morte. O nível elevado de adrenalina também pode provocar alterações irregulares do ritmo cardíaco, denominadas de arritmias ("batedeira"), que também diminuem o fluxo de sangue pelo sistema cardiovascular. Outros sintomas No campo clínico (somático) os distúrbios ainda ditos 'neuro-vegetativos' são comuns: quadro de astenia (sensação de fraqueza e fadiga), tensão muscular elevada com cãibras e formação de fibralgias musculares (nódulos dolorosos nos músculos dos ombros e das costas, por exemplo), tremores, sudorese (suor intenso), cefaléias tensionais (dores de cabeça provocas pela tensão psíquica) e enxaqueca, lombalgias e braquialgias (dores nas costas e nos ombros e braços), hipertensão arterial, palpitações e batedeiras, dores pré-cordiais, colopatias (distúrbios da absorção e da contração do intestino grosso) e até dores urinárias sem sinais de infecção. Os problemas ansiosos com a sintomatologia clínica, além de irritabilidade, fraqueza, nervosismo, medos, ruminação de idéias, exacerbação de atos falhos e obsessivos, além de rituais compulsivos, aumentam sensivelmente. A angústia é comum e as exacerbações de sensibilidade com provocações e discussões são mais freqüentes. Do ponto de vista depressivo, a queda ou o aumento do apetite, as alterações de sono, a irritabilidade, a apatia e adinamia, o torpor afetivo e a perda de interesse e desempenhos sexuais são comumente encontrados. Existem também as "fugas", que todos conhecemos. Quando não se apela para a auto-medicação com ansiolíticos a pessoa refugia-se na bebida e mesmo no consumo de drogas ilícitas de uso e abuso, além de aumentar a quantidade de cigarros fumados, quando for fumante. Fisioterapia e o estresse Além dos problemas físicos como a dor, rigidez e incapacidade de realizar as atividades de vida diárias, geradas por acometimentos, os pacientes também têm problemas sociais, econômicos e emocionais: a dor e a rigidez levam à falta de mobilidade, com resultante perda de independência que acabam causando frustração e raiva ao paciente. Isto se deve ao fato de que toda mudança que exija adaptação por parte do organismo causa um certo nível de estresse As desordens musculoesqueléticas causam efeitos adversos no potencial de trabalho, podendo resultar em desemprego, e a inabilidade nas atividades de vida diárias (AVD´s) aumentam o estresse geral tanto do paciente como de sua família (Marques e Kondo). Mediante o conhecimento da diversidade de fatores e problemas que envolvem seus pacientes, o papel do fisioterapeuta visa especialmente a melhora da função através do manejo da dor, melhora da força e amplitude articular (Schank, 1986). Isto proporciona ao paciente melhora em suas AVD´s, acarretando ainda em ganho no bem-estar do paciente o que é de suma importância para melhoria de sua qualidade de vida tão fundamental. CONTEÚDO 8 - O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares. Participação em projetos de prevenção de doenças e estímulo a melhor qualidade de vida. Na história da medicina encontramos que até o século passado o predomínio do atendimento ao doente estava baseado no modelo que considerava não a pessoa, mas se concentrava nos sintomas que ela apresentava, excluindo qualquer influência dos aspectos psicológicos, por exemplo, e assim tínhamos o chamado modelo biomédico. Evidentemente, não cabia neste saber a integralidade do ser, já que ele não era visto como um sujeito de direitos e o atendimento, conforme dissemos estava centrado apenas no diagnóstico, excluindo qualquer outro aspecto do indivíduo. Neste sentido, Marco (2003) relata: Considera-se que a influência do paradigma cartesiano sobre o pensamento médico foi um fator determinante na construção do chamado modelo biomédico, alicerce consensual da moderna medicina científica. Descartes propõe por meio de suas concepções, uma separação absoluta entre fenômenos da natureza e fenômenos do espírito e, por consequencia, uma separação radical entre mente e corpo (marco, 2003, p.36). Podemos observar que o modelo biomédico, ainda é encontrado em muitos meios e remonta de um tempo da história advindo da influencia da Filosofia que discutia o dualismo mente-corpo. A grande transformação proposta está na mudança do modelo biomédico para o modelo biopsicossocial e que hoje se faz presente na maior parte das relações e no cuidado com a pessoa com doença. Marco (2003) nos alerta que é importante considerar que essa nova proposta não significa fragmentação, ou seja, a separação e posterior junção indiscriminada do ser ou que tudo deve ser abordado simultaneamente. A ação de multiprofissionais deve ser entendida como a ocorrência de atividades desenvolvidas entre profissionais de diferentes especializações buscando a harmonização no ambiente de trabalho. Para que aconteçam “atos de saúde” e não atos médicos ou de outros profissionais com de fisioterapeutas, psicólogos, e outros, uma equipe multiprofissional deve implicar duas dimensões do trabalho e que são indissociáveis, conforme Bruscato et al, (2006): a) Articulação das ações: supõe a integração de processos de trabalho distintos, considerados as conexões e interfaces existentes entre as intervenções técnicas peculiares de cada profissional, flexibilizando as fronteiras entre as mesmas, mas com a preservação das respectivas especificidades e diferenças técnicas, trabalhando, assim, numa conjugação de especificidade e flexibilidade. Há a centralização das ações na obtenção de resultados, na integral às necessidades de saúde da clientela, por exemplo, a avaliação pré- cirúrgica de um paciente poderá ser realizada através do cruzamento dos dados obtidos por diversos profissionais. Nessa situação, o prognóstico pode depender da condição clínica (sob a perspectiva dos médicos, cirurgião ou anestesista), do estado emocional, da motivação e dos recursos de enfrentamento (avaliados pelo psicólogo), das condições socioeconomicas necessárias à manutenção do tratamento (observadas pelo assistente social) e assim por diante. b) Interação dos profissionais: as inter-relações e o vínculo entre os integrantes da equipe potencializam a realização da tarefa (não é um objetivo em si, porque não se trata de um grupo terapêutico e, sim, de uma equipe, que utiliza a interação como meio de trabalho). Os integrantes colocam-se de acordo quanto a um projeto comum, quanto ao que dizem e quanto aos valores pressupostos. Para tanto, a comunicação entre os profissionais faz parte do exercício cotidiano do trabalho (Bruscato et al, 2006, p.34). Tais ações e interações irão proporcionar ao cliente o benefício das ações integradas e que estarão voltadas para as necessidades da equipe, conforme explicam os autores. Desta forma, conforme define Japiassu (1976): apud..Bruscato et al (2006): ... a multidisciplinaridade como uma associação de disciplinas que abordam um mesmo objeto a partir de distintos pontos de vista. A multidisciplinaridade e, então, entendida como uma simples justaposição de disciplinas, visando objetivos múltiplos, sem interagir quanto aos seus métodos e conceitos. Ou seja, a equipe permite uma bem vinda cooperação multidisciplinar, mas não se ocupa em empreender uma coordenação supradisciplinar unificadora.(Bruscato, 2006, p.35). Nesta perspectiva multidisciplinar, podemos entender que as informações de cada profissional a respeito do cliente se complementam, mas não há uma decisão conjunta, já que essa é em geral tomada pelo médico. Assim sendo, encontramos nas ações multidisciplinares a reprodução do modelo biomédico, conforme citado anteriormente. Mas é necessário encontrar o modelo queesteja voltado para a integração dos saberes, a favor da pessoa com doença, e que esteja de acordo com o modelo biopsicossocial. Projeto e suas definições De acordo com Lück projeto é [...] conjunto organizado e encadeado de ações de abrangência e escopo definidos, que focaliza aspectos específicos a serem abordados num período de tempo, por pessoas associadas e articuladoras das condições promotoras de resultados, com um determinado custo (Lück 2003, p.27). A autora coloca com bastante ênfase a necessidade de um projeto ser desenvolvido por pessoas pró-ativas, ou seja, com atitude e que saibam visualizar os resultados e custos para este obtenção, sendo planejado com peculiaridade, norteando de todos os lados para se conseguir o objetivo central do projeto desenvolvido. Para Chase (2006): Um projeto pode ser definido como uma série de serviços relacionados, normalmente voltados para alguma produção importante e que necessita de um período significativo de tempo para ser realizado, pode-se destacar nesta interpretação que para haver a elaboração de qualquer projeto é preciso de tempo, assim nenhum é feito “da noite para o dia” (Chase, 2006 p.78). De acordo ainda com este autor, é necessário refletir que é preciso haver preparo metodológico para o seu início. Há inúmeros conceitos para projetos e como futuro profissional você deve se identificar com algum destes diversos para a utilização em seu cotidiano profissional, além de ter em mente que o projeto não precisa ser estático. Pode seguir o mesmo dinamismo do trabalho do fisioterapeuta, porém é preciso ficar atento para o foco do projeto para que ele não se perca. Projeto eficiente A palavra eficiente quer dizer: “1. Ação, capacidade de produzir um efeito; eficácia. 2. Rendimento”. Há inúmeros conceitos para projetos e como futuro profissional você deve se identificar com algum destes diversos para a utilização em seu cotidiano profissional, além de ter em mente que o projeto não precisa ser estático. Pode-se observar que é a capacidade de se fazer alguma coisa, ponto importante no que tange a elaboração de projetos, pois o profissional precisa saber (ter competência) para desenvolver tal ação. Chiavenato e Sapiro (2009, p.30) colocam como eficiência o ato de: • Fazer as coisas da maneira certa • Resolver problemas • Salvaguardar os recursos aplicados • Cumprir o dever • Reduzir custos De acordo com os autores citados, não há como ser eficiente e consequentemente o mesmo ocorrerá com o projeto se a pessoa, principalmente, o gerente (o profissional) não tiver claro a meta, a estratégia, pensar em situações futuras e absorver as responsabilidades. Projeto eficaz Chiavenato e Sapiro (2009, p.30) discursam que eficaz é: • Fazer as coisas certas • Produzir alternativas criativas • Maximizar a utilização dos recursos • Obter resultados • Aumentar o lucro O conceito utilizado para eficaz associa-se ao fazer o que deve ser de fato feito, realização das metas/propósitos, gerar lucro, diminuir desperdícios (não ter) e trazer os resultados com o máximo de criatividade possível. Projeto efetivo Ser efetivo esta ligado a “1. Real, verdadeiro. 2. Que produz efeito; que tem efeito; eficaz. 3 Que não tem interrupção; permanente”. Para nossos estudos em relação a projetos ser efetivo esta concentrado no ato de proporcionar a continuidade das ações, ou seja, haver a permanência do mesmo para se chegar nas metas. A efetividade do projeto esta direcionada ao fato do mesmo conseguir perdurar- se no meio que foi proposto, com resultados bem sucedidos durante o percurso do trabalho e para isso é preciso haver uma coordenação de esforços e “quereres” de maneira ordenada para que o público alvo esteja satisfeito com o resultado. Chiavenato (2006) discursa o conceito de efetividade com um breve exemplo prático e lúdico: [...] Por fim, a efetividade ressalta o impacto, à medida em que o resultado almejado (e concretizado) mudou determinado panorama, cenário. Considerando a construção de escolas e o incremento no número de professores contratados, a efetividade evidenciará, por exemplo, de que maneira isso contribuiu para a redução do índice de analfabetismo (impacto). Nesse diapasão, há autores que defendem que a efetividade decorre do alcance da eficácia e da eficiência, simultaneamente. Numa outra acepção, pode ser entendida, também, como satisfação do usuário. Na “ponta da linha”, a efetividade ocorre quando um produto ou serviço foi percebido pelo usuário como satisfatório. (2006, p.181). O autor nos direciona que a efetividade é o impacto que o resultado das ações, que para nós diz respeito a projetos, causou em determinada realidade, se esta é associada ao objetivo do mesmo e se o resultado foi satisfatório não somente para os realizadores, como também para o público alvo. Para o fisioterapeuta é de grande valia esta preocupação com o índice de satisfação dos sujeitos da ação do projeto desenvolvido, pois não há um excelente resultado se o mesmo não atingir as expectativas das pessoas que foram o grande foco da construção do trabalho. Programas de prevenção primária, secundária e terciária. Após a elaboração efetiva de projetos nas diferentes áreas de atuação do fisioterapeuta em sua prática profissional, é importante a definição do nível de atuação que ele irá trabalhar. Tais níveis são descritos a partir da Organização Mundial da Saúde (OMS) e visam atender os diferentes momentos que o sujeito possa estar vivendo, sendo importante que o trabalho seja desenvolvido e sua atuação ocorra a partir de uma equipe de saúde. Com relação ao atendimento ele pode ocorrer nos níveis: primário, secundário e terciário, sendo que cada um deverá desenvolver um conjunto de ações próprias a fim de evitar a instalação da doença ou atuar na prevenção ou na redução de danos que possa ocorrer como consequência da doença. Com relação aos níveis: Prevenção primária: desenvolvimento de ações e programas destinados a evitar a ocorrência da doença, como por exemplo: vacinação, saneamento básico, atividades físicas e cujo objetivo é evitar o desenvolvimento de problemas relacionados a doenças e que o fisioterapeuta poderá estar atuando na prevenção. Prevenção secundária: aqui a doença poder estar em desenvolvimento e as medidas devem estar voltadas para impedir o seu desenvolvimento através do atendimento e se necessário o tratamento imediato. Prevenção terciária: a doença poder estar em desenvolvimento e as medidas devem estar voltadas para impedir o seu desenvolvimento através do atendimento e se necessário o tratamento imediato. A fisioterapia é um exemplo com relação a colocação de próteses, auxiliando o sujeito em sua readaptação a partir de seu ajuste ao ambiente. CONTEÚDO 9 - O paciente terminal e a morte Podemos considerar que trabalhar com pacientes com doença grave é um desafio para os profissionais, afinal a morte é algo inerente à condição humana e atinge a todos indiscriminadamente. Isso significa dizer que estar próximo de alguém que está partindo faz com que o profissional se aproxime da certeza da própria finitude. Conceito de paciente terminal descrito por Kovács (2004): O conceito de paciente terminal é historicamente relacionado com o século XX, por causa da alteração na trajetória de doenças que, no passado, eram fulminantes; observa-se sua cronificação, graças ao desenvolvimento da medicina, da cirurgia e da farmacologia. Muitas ainda não têm cura, como alguns tipos de câncer, Aids e moléstias degenerativas, o que faz com que alguns pacientes vivam anos com necessidade de cuidados constantes. De fato, além dos avanços médicos e farmacológicos, temos o avanço tecnológico que permite o diagnóstico precoce de doenças. Mas, embora seja possível prolongamento da vida, existem determinadas doenças que por si só carregamo estigma da morte, como citado pela autora, como é caso do câncer, Aids e doenças degenerativas. Nesses casos, escreve Kovács (2004): O rótulo “paciente terminal” é usado de forma estereotipada para pacientes que apresentam doenças com prognóstico reservado, mesmo que estejam em fase de diagnóstico e de tratamento (Kovács, 2004, p.107). Atualmente, quando o paciente recebe o diagnóstico de uma doença grave ele passa a considerado e tratado dentro do conceito de cuidados paliativos. Mas o que vem a ser cuidados paliativos (CP)? Pessini (2007) citando a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2002) escreve: Cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e família que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meios de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual.(Pessini, 2007, p.166). É importante notar que a família também é incluída nos cuidados paliativos, pois é sabido que a doença afeta diretamente a família e ela precisa ser vista e cuidada pelos profissionais. O Ministério as Saúde (2012) também apresenta sua definição de cuidados paliativos como: É o conjunto de ações interdisciplinares, promovido por uma equipe de profissionais da saúde e voltado para o alívio do sofrimento físico, emocional, espiritual e psico-social de doentes com prognóstico reservado, acometidos por condições ou doenças em estágio irreversível... Pessini esclarece que os cuidados paliativos não devem ser visto como diferente de outras formas ou áreas de tratamento, mas na medida em que vai havendo o agravamento da doença é possível que hajam necessidades especiais tanto do doente como da família e no caso, a equipe que oferece os cuidados paliativos deve estar preparado para atender tais necessidades. Os cuidados paliativos integram as disciplinas: oncologia médica, neurologia, psicologia, enfermagem, nutrição e reabilitação. A interação faz com que o paciente tenha um suporte completo de todos os profissionais. O trabalho da fisioterapia na equipe de cuidados paliativos tem por objetivo: Reintegrar a criança/ adulto ao convívio domiciliar, Instruir o cuidador a atender suas necessidades; Evitar internações ou tratamentos exaustivos; Estabelecer maioria dos seus potenciais diminuídos, incentivando-os a ajustar objetivos a curto prazo, aliviando seu desconforto. O fisioterapeuta deve valorizar pequenas realizações e dividí-las com seus pacientes, sendo necessário para isso, manter uma linha de contato aberta com o paciente. A discussão de casos entre profissionais é extremamente útil, pois acrescenta dados sobre o caso e sobre as diretrizes do tratamento, o que contribui para o crescimento profissional e o êxito do atendimento. Um recurso viável a este desafio é redirecionar a esperança do paciente para objetivos em curto prazo e maximizando a qualidade de vida. A veracidade é a base da confiança nas relações interpessoais. Comunicar a verdade ao paciente e aos seus familiares constitui um benefício para eles, pois permite a possibilidade de sua participação ativa nas tomadas de decisão (autonomia). É preciso deixar claro os objetivos da fisioterapia tanto para a equipe, quanto para os pacientes e familiares, facilitando assim a aceitação e a efetividade do atendimento. Outro aspecto a ser sempre considerado na fisioterapia é o caráter preventivo. Antecipar possíveis complicações é de responsabilidade de todos os profissionais envolvidos, implementando as medidas preventivas necessárias e aconselhando os pacientes e familiares para evitar sofrimentos desnecessários. A reabilitação é parte integrante dos Cuidados Paliativos porque muitos pacientes terminais são restringidos desnecessariamente até mesmo pelos familiares, quando na verdade são capazes de realizar atividades e ter independência. A reinserção do paciente em suas atividades de vida diária restaura o senso de dignidade e autoestima. A fisioterapia contribui efetivamente na retomada de atividades da vida diária destes pacientes, direcionando-os a novos objetivos. O luto, fases de enfrentamento Tão difícil quanto falar sobre a morte, é também falar sobre o luto, mas como entendemos que o trabalho do profissional nem sempre se encerra com a morte do paciente, é necessário estar preparado para o apoio à família. Kovács (2007) define luto a partir dos aspectos psicológicos da pessoa, da seguinte maneira: O luto é o processo de elaboração diante de uma perda de uma pessoa com quem vínculos e foram estabelecidos. É a vivência da morte consciente, é como se uma parte nossa morresse. Faz parte de nossa existência e nos configura como humanos, e dela nos recordamos, todos temos histórias de perdas para contar, e às vezes é mais sofrida que a própria morte. É um vinculo que se rompe de forma irreversível, quando se trata de morte concreta (Kovács, 2007, p.217) Diversos autores escrevem sobre as fases para o enfrentamento do luto, mas Bowlby (1985) apud Kovács (2007, p.221) apresenta as principais, as quais são: Fase de choque: que é o momento de conhecimento da perda, e na qual podem ocorrer reações, da anestesia até um total descontrole; Fase de busca: em que ocorre o anseio pela pessoa perdida e também se processa o contato com a realidade, de que houve de fato uma perda, da qual não há volta. pode haver a ilusão de que a pessoa não tenha morrido, de que tudo não passa de um pesadelo. Convivem dois processos: a certeza da perda e a esperança de que talvez não tenha ocorrido. Podem estar presentes vários sentimentos: tristeza, raiva, medo e culpa. A raiva pode ser transferida para aqueles que estão próximos, ou culpa por ainda estar viva, ou por sentir que não cuidou de seu familiar de forma adequada, acreditando que aquela morte pudesse ser evitada; Fase de desorganização e desespero: presente quando a perda já é vista como realidade. Podem estar presentes atuações contraditórias: manter tudo que recorde a pessoa, e se desfazer rapidamente de tudo que possa lembrá-lo. É nessa fase também que uma depressão reativa pode se manifestar num processo mais duradouro ou como uma dimensão patológica que se torna mais evidente; Fase de reorganização: a vida pode ser reorganizada em novos patamares sem a existência daquele que morreu. Novas habilidades terão que ser aprendidas e novos relacionamentos poderão ser formados. Com relação ao luto infantil, Bowlby (1985) afirma que as crianças também passam pelo processo de luto e tem no adulto o seu modelo. É comum a criança apresentar sentimentos de culpa, principalmente quando ela tem menos dos seis anos e vive o período em que a fantasia, ou pensamento mágico, se confunde com a realidade. O luto patológico. Bowlby (1985) apud Kovács (2007, p.222) destaca alguns fatores que devem ser observados e que são complicadores do processo de elaboração: do luto: O relacionamento com a pessoa perdida – Relacionamentos carregados com ressentimentos e mágoas são mais difíceis de serem elaborados. É importante observar também se está envolvida uma relação de dependência. Perda de criança e jovens podem ser muito difíceis de serem aceitas e elaboradas. Idade e sexo do enlutado – É importante considerar se é uma criança ou um adulto e também as especificidades de gênero. As causas e circunstâncias da perda – As perdas rápidas e inesperadas podem causar muitas dificuldades no início, pois nenhum preparo ocorre. Muitas delas são acompanhadas de violência, tendo ampliados os fatores de risco. Corpos muito mutilados ou desaparecidos podem dificultar muito o processo do luto. Este é um dos grandes problemas dos acidentes aéreos com perdas coletivas e corpos irreconhecíveis. Por outro lado, mortes lentas podemenvolver convivência com muito sofrimento e dor, o que também pode ser penoso. Cada uma dessas circunstâncias deve ser olhada com muito cuidado, não se chegando a generalizações simplificadoras A personalidade do enlutado -É importante considerar como o enlutado viveu as suas experiências anteriores, as formas de enfrentamento escolhidas, características de personalidade e se existem distúrbios psiquiátricos. Estes últimos podem afetar muito ou até impedir o processo de luto. A rede social e de apoio do enlutado – As pessoas sozinhas ou com famílias desorganizadas ou pouco continentes estão sob maior risco de um luto complicado. Em seu estudo sobre o luto, Parkes (1998, p.133-136) apresenta os seguintes tipos: Luto crônico: Um processo de luto que prolonga de forma indefinida, possivelmente mais presente em relações com forte conteúdo de dependência. A princípio é difícil caracterizá-lo como tal, já que o processo de luto tem tempos variados para cada pessoa. Luto adiado: A pessoa não entra em contato com a perda, não consegue expressar os seus sentimentos, e não procede a elaboração. Luto inibido: A expressão do luto está inibida e seus sinais parecem ausentes. Definir exatamente se o luto está seguindo para uma patologia ou se aquele é o tempo necessário para que a pessoa possa estar elaborando a perda, é algo extremamente difícil, tendo em vista que a linha que separa o normal do patológico pode ser muito tênue.”
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