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Programa de Atenção Progressiva à Prática Médica Objetivos: 1.Explique as necessidades de saúde (Cecílio) e a importância da visita domiciliar. As necessidades de saúde expressam a cultura, valores, projetos e desejos individuais e coletivos das pessoas que procuram o atendimento de especialista na área, por isso é imprescindível uma cooperação entre a saúde e as políticas governamentais, como saneamento básico e educação. Dentro da atenção primária, principalmente, deve-se notar que a sociedade reproduz suas condições como organismos vivos e sociais. Portanto, existe uma rede de inter-relações que constituem determinada comunidade. Além disso, necessidades de saúde e problemas de saúde são coisas diferentes, a situação de um determinado grupo populacional é um conjunto de “problemas de saúde”, porém explicados e descritos de acordo com a perspectiva de um ator social. Dessa forma, os “problemas de saúde” devem ser levados em conta no planejamento de ações na área, mas com uma visão policêntrica e democrática na definição de seus objetivos, as questões vão além da clínica e da epidemiologia, é um enfoque social, o que vai de encontro com uma proposta de reorganização do modelo de atenção à saúde por meio do Programa de Saúde da Família e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs). As necessidades de saúde são divididas em quatro amplos conjuntos: a necessidade de boas condições de vida, necessidade de acesso a todas as tecnologias de atenção à saúde que melhorem e prolonguem a vida, necessidade de ter vínculo com um profissional ou uma equipe de saúde (sujeitos em relação) e o quarto e último conjunto se refere à necessidade de autonomia na construção do seu ‘modo de andar a vida’ (a construção do sujeito). A visita domiciliar, com a participação ativa do paciente, está ligada aos menores índices de internações e piora de quadros crônicos comuns. Hoje, quem a viabiliza são as ESF (Estratégia de Saúde da Família), que é quem cuida da Atenção Primária à Saúde no Brasil e assume a organização do trabalho das equipes multidisciplinares que trabalham na visita. Ela é a grande expressão do discurso relativo à integralidade do cuidado e do atendimento humanizado. É relevante notar que, no geral, as pessoas atendidas estão em vulnerabilidade social e olhar humano para essas pessoas às margens da sociedade, nesse caso, faz parte do tratamento ofertado. É inegável também que muitos têm dificuldade na locomoção até aos postos das ESFs, seja por dificuldade de locomoção, idade ou distância da unidade até a casa do usuário SUS. Assim, as visitas permitem a democratização da saúde prevista na Constituição Federal. Além disso, todas os dados das visitas ficam registrados no sistema do SUS e permitem a criação de estratégias para acolher as necessidades de saúde de populações específicas, como mencionado anteriormente, muito além dos indicativos de doença contidos, o contexto social, seja abandono, casa com poucos cômodos, ausência de eletrodomésticos básicos podem ser avaliados e computados. Referências: SILVA, José Paulo Vicente da; BATISTELLA, Carlos; GOMES, Mauro de Lima. Problemas, Necessidades e Situação de Saúde: uma revisão de abordagens para a reflexão e ação da equipe de saúde da família . Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39205/2/O%20territ%C3%B3rio%20e%20o%20p rocesso%20sa%C3%BAde-doen%C3%A7a%20-%20Problemas%2C%20Necessidades%20e %20Situa%C3%A7%C3%A3o%20de%20Sa%C3%BAde.pdf. Acesso em: 25 ago. 2021. BRASÍLIA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. (org.). Atenção Domiciliar Na Atenção Primária à Saúde . 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_domiciliar_primaria_saude.pdf. Acesso em: 25 ago. 2021. Albuquerque, Adriana Bezerra Brasil de e Bosi, Maria Lúcia Magalhães Visita domiciliar no âmbito da Estratégia Saúde da Família: percepções de usuários no Município de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2009, v. 25, n. 5 [Acessado 25 Agosto 2021] , pp. 1103-1112. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000500017>. Epub 26 Maio 2009. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000500017.
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