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P2_Questionário V (Aulas 24 a 27)

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ALUNO: João Paulo Balloni (NºUSP 5146732)
EAE – 416
FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL I
Prof. Dr. José Flávio Motta
QUESTIONÁRIO V
(Aulas 24 a 27)
1.Discuta, confrontando-as, as afirmações seguintes, de autoria, respectivamente, de Fernando Novais e Paula Beiguelman: a) “(...) a exploração colonial, quanto mais opera, mais estimula a economia central, que é o seu centro dinâmico. A industrialização é a espinha dorsal desse desenvolvimento, e quando atinge o nível de uma mecanização da indústria (Revolução Industrial), todo o conjunto começa a se comprometer porque o capitalismo industrial não se acomoda nem com as barreiras do regime de exclusivo colonial nem com o regime escravista de trabalho”; b) “(...) desde o momento em que a economia internacional prescinde do tráfico negreiro como fator de acumulação, suprime-se um requisito básico para a persistência do escravismo. (...) Ou seja: temos que o sistema, depois da revolução industrial, tanto pode inserir como dispensar a escravidão, diversamente do que ocorria quando o tráfico (elemento ao qual se vincula a necessidade do escravismo) era peça relevante no processo de acumulação capitalista.”
 
R1: Aqui se discute qual tipo de capitalismo se usa quando se fala de escravidão. O nível se dá se o escravismo compactua com a escravidão, se sim ou se não. Novais diz que uma vez atingida a RI o sistema capitalista entra em crise com a sociedade escravista (uma crise gerada internamente), já que ela (a sociedade escravocrata) se torna um fator limitante ao aumento dos mercados (escravos não consomem) consumidores que possam consumir a crescente oferta de produtos gerados pelo desenvolvimento do capitalismo. O escravo também não incorporaria a eficiência do operário de uma indústria na produção, já que o escravo não teria interesse nisso, assim a mais valia relativa do uso da força de trabalho não aumentaria. O escravismo compromete o capitalismo e não se compactua com ele, visto por Novais.
Já Paula cita que o escravismo foi uma obra do capitalismo e que eles não são excludentes. Ela cita as colônias de exploração (America do norte) e as de exploração (Antilhas) uma usava mão de obra livre e a outra mão de obra escrava, as duas coexistiam, a Inglaterra e o seu desenvolvimento capitalista (diga-se também RI) mostrava certa indiferença com o escravismo. O capitalismo inglês, enquanto se beneficiava do trafico negreiro, fez pleno uso dele, depois percebeu que ganharia mais com ter como mercados um mundo inteiro e não apenas as suas colônias, estabelecendo assim uma relação de indiferença com o escravismo. Paula defende que o avanço interno do capitalismo em cada região deva ser analisado caso a caso pois o escravismo não era avesso ao capitalismo, caso que ocorria aqui no Brasil. 
 
2. Tomando por base a interpretação de autoria de Paula Beiguelman, critique o trecho seguinte: “O fato é que a Inglaterra, depois de abolir em 1807 o tráfico nas suas colônias, torna-se o paladino internacional na luta contra ele. É sob sua influência ou pressão ─diplomática muitas vezes, mas não raro também militar─ que o tráfico será sucessivamente abolido por todos os países do mundo. Quem resiste mais é Portugal e seu sucessor, o Brasil. {...} [D]iante da intransigência inglesa que nada abalava, comprometia-se cada vez mais a soberania brasileira e desorganizava-se a vida do país. De um modo ou de outro, era preciso sair do impasse, e afinal a política brasileira cede. Em 1850 adotam-se medidas efetivas de repressão ao tráfico: não só leis eficientes, mas uma ação severa e continuada.” (PRADO JR., Caio. História econômica do Brasil. 20.ed. São Paulo: Brasiliense, 1977, p. 145 e 152) aula 22
R2: Caio tem o ponto de vista de que o fim da escravidão no Brasil se deu por fatores externos, e no caso seria por influência da Inglaterra, como se cita no trecho. Paula então discorre e mostra que foram fatores internos que causaram o fim da escravidão aqui, ela diz que a Inglaterra teve um papel secundário, que a pressão foi diplomática, apenas uma formalização para os problemas que fervilhavam aqui. A política brasileira não cedeu a pressões inglesas, cedeu sim a fatores históricos internos. Podemos citar a agropecuária decadente do nordeste e norte que se beneficiária com o fim do tráfico na medida que eles poderiam, assim, vender seus escravos a preços maiores para os cafeicultores; a região centro-sul já vislumbrava uma outra mão de obra que não fosse escrava e o seu fim poderia levar a um uso do governo para compactuar nos seus interesses (no caso a mão de obra imigrante); também podemos citar os escravistas que estavam muito endividados com os traficantes já que os primeiros haviam demandado grande quantidade de escravos e a extinção dos traficantes os beneficiaria. O problema era a produtividade do açúcar e não o escravismo, se houvesse um modo de pagar salários baixos poderia se produzir também com baixo custo (por exemplo: mão de obra imigrante) Assim Paula vai discorrendo sobre fatores internos como determinantes para o fim da escravidão e não a pressão inglesa e seus navios (“ação severa”) aos quais ela inclusive questiona.
 
3.Discuta a citação seguinte, de Jaime Rodrigues, adotando a visão de Caio Prado Júnior sobre a extinção do tráfico de escravos para o Brasil: “a população livre e pobre, os escravos e os africanos livres também estiveram presentes no processo de extinção do tráfico para o Brasil. Embora o papel desempenhado por estes sujeitos não tenha sido determinante para o desfecho do processo, não se pode negligenciar sua presença.”
 
R: Realmente, concorda-se com o Jaime, pois Caio não identifica um comportamento pró-ativo nos escravos, eles se fazem ver, segundo ele, pela massa que representam, assim apenas sua presença é detectada. Caio cita que uns dos fatores relevantes foi a pressão Inglesa a favor da extinção do tráfico negreiro, sinaliza também uma pressão da opinião pública contra o tráfico (que havia perdido sua base moral no pós independência). Só no fim do processo abolicionista Caio cita que houve fugas de escravos, mas mesmo assim ele diz que foi mais por indução dos abolicionistas.
 
4. Comente, com fundamento nos distintos entendimentos da Lei do Ventre Livre explicitados por Caio Prado Júnior, Paula Beiguelman e José Murilo de Carvalho, as afirmações que se seguem: “O texto final da lei de 28 de setembro foi o reconhecimento legal de uma série de direitos que os escravos haviam adquirido pelo costume e a aceitação de alguns objetivos das lutas dos negros. (...) Na verdade, a lei de 28 de setembro pode ser interpretada como exemplo de uma lei cujas disposições mais importantes foram „arrancadas‟ pelos escravos às classes proprietárias. E essa lei também pode ser interpretada como exemplo do instinto de sobrevivência da classe senhorial: o conselheiro Nabuco explicou que „a esperança de alforria‟ que a lei daria aos escravos „em vez de perigo, é um elemento de ordem pública (...). Alguns autores viram na lei do ventre livre o momento de afirmação ou de consolidação de um projeto de transição para o trabalho livre e de formação de todo um contingente de trabalhadores disciplinados e higienizados. Essa pode ser uma parte da história. (...) O fato é que 1871 não é passível de uma interpretação unívoca e totalizante. É mais fácil fazer um boi voar do que tirar ilações desse tipo. O que nos interessa especificamente é perceber que a lei de 28 de setembro foi de certa forma uma conquista dos escravos, e teve conseqüências importantes para o processo de abolição na Corte. (...) Com efeito, Pancrácio, „tu cresceste imensamente‟ (...).” (CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 159-161)
R: Caio reflete em todos os fatores que antecederem a lei do ventre livre para dar sua opinião que de modo geral foi mais uma manobra dos escravocratas. Assim, para ele os escravocratas fazem propostas gradualistas para o fim da escravidão com o propósito de satisfazera opinião pública e assim não comprometer instituições econômicas que usavam escravos. A lei do ventre livre, para ele, foi algo assim. Ela representou uma manobra diversionista (que implicaria em mais cinco ou seis décadas de escravidão), devido as diversas normas que ainda prendiam os filhos dos escravos e os próprios escravos aos seus donos. Não houve nada de concreto, foi “um balde de água fria” para os abolicionistas, eles “cederam os anéis para não perder os dedos”, a proposta teve caráter conservador e não houve passos firmes para o fim da instituição.
Paula sempre olha para os fatores internos e não diz que a lei da ventre livre foi uma conquista dos escravos. Também não diz que foi uma manobra dos escravistas para prolongar a escravidão. Ela diz que a lei do ventre livre foi um abalo para os escravocratas uma vez que neste momento até os escravocratas internos, que se beneficiaram com a abolição do tráfico negreiro calando-se na época dessa discussão, eram contrários. Foi um abalo também porque o processo foi conduzido pela coroa (não algo conquistado pelos escravos) e como ela detinha o poder moderador e assim uma legião de funcionários públicos como membros de gabinete e juízes, estes então afastam-se de interesses escravocratas. Com a lei do ventre livre o investimento no escravo cai devido a impossibilidade da criação servil. Os mais dinâmicos no setor da lavoura, os cafeicultores do oeste paulista, são empurrados então para uma solução imigrantistas (já que dinheiro não lhes falta), diminuindo a soma de interesses contra os abolicionistas.
Murilho também vai mais em complemento da Paula, mas não afirma que a lei foi uma conquista dos escravos nem dos escravocratas, ele diz que é complicado corroborar evidencias já que estas só se fazem presentes somente do período final da escravidão. Para Murilho um dos motivos da lei foram os encontros de Dom Pedro II com Flores e Mitre quando ele sentiu que a escravidão era motivo de escárnio dos inimigos e motivo de fraqueza para os aliados. Ele também segue a idéia da Paula quando diz que os funcionários públicos tendiam a ser muito influenciados pelas decisões do império, já que dependiam das nomeações dele para seus empregos.
 
 
5. Caracterize e avalie o “sistema de parceria”, tendo por referencial a chamada “imigração assalariada”, sobre a qual escreve Paula Beiguelman: “(...) o imigrante percebeu as vantagens que podia oferecer a lavoura cafeeira das terras novas, e o fazendeiro o partido que podia tirar do interesse despertado. Para a descoberta dessas vantagens recíprocas fora necessário entregar o cafezal à família colona, deixando-a explorar livremente as possibilidades da situação. É nesse sentido que Couty critica a substituição pura e simples de um „preto por um branco, um escravo por um contratado, ou assalariado‟ ─ou seja, a inserção do imigrante no sistema fundado no quadro servil, tal como se procedera até então seria inoperante: impunha-se a própria substituição do trabalho coercitivo pelo incentivado” (BEIGUELMAN, Paula. A formação do povo no complexo cafeeiro: aspectos políticos. São Paulo: Pioneira, 1968, p. 90)
R: Os contratados, colonos, assinavam os termos de trabalho na Europa, eles tinham assegurado a passagem e o sustendo dos primeiro tempos o que lhes conferiria uma enorme dívida futura. Os colonos recebiam terras novas e meavam os lucros. As terras que os colonos recebiam a miúde terras impróprias, desgastadas para a cultura de auto-consumo. Furtado levanta também problemas como a renda incerta já que nem sempre se vende a colheita no intervalo esperado uma vez que ela pode ser estocada, podem acontecer geadas também. Pode-se dizer que o endividamento inicial era um instrumento contra a mobilidade social pois assim o fazendeiro segurava o imigrante. Podia se dizer que havia uma escravidão disfarçada (assim como se diz no texto “substituição pura e simples de um preto por um branco”) no que se refere ao tratamento. Além de haver fraudes e incertezas nas contas a receber e a pagar. Havia também recrutamento descuidado quando se trazia professores, músicos e inválidos. Houve freqüentes revoltas. O sistema de parceira foi claramente mal sucedido.
 
 
6. Considere os comentários transcritos a seguir: Sobre os ex-escravos, em 1888: “Os ex-cativos ... fogem ao trabalho. Se vão para uma fazenda como camaradas, poucos dias param. São excessivamente exigentes, morosos no trabalho, param a cada momento para fazer cigarro e fumar; nas horas de refeição demoram-se indefinidamente, bebem, poucos se sujeitam a fazer um feixe de lenha etc. Qualquer observação que se lhes faça recebem como ofensa e formalizando-se dizem que são livres, largam a ferramenta e lá se vão”; “O anedotário registra que não querem saber de café „nem pra beber‟”. Sobre os imigrantes europeus, em 1869: “... os colonos seriam „homens que,por já ociosos‟ não achavam ocupação nos seus países de origem, „oferecendo-se por isso a emigrar na primeira oportunidade que para isso se ofereça‟”; “Em nosso país, e mesmo nesta América, é um fato esse que tenho de perto observado. Em geral, a gente que tem emigrado para o Brasil está bem longe de ter a moralidade e qualidades precisas para o trabalho. Ou porque já venham onerados de dívidas, ou porque fazem uma idéia muito mais vantajosa do Brasil, ou porque sejam incapazes do trabalho, o que é verdade é que os agentes do governo encarregados de promovê-la pouca atenção têm prestado a tão importante assunto”. Sobre o trabalhador nacional livre, em 1858: “Diz-se que os brasileiros, desde que estão com a espingarda ao ombro ou com o anzol no rio, desde que têm o lambari para comer e a viola para tocar, de nada mais cuidam”; e em 1874: “Os trabalhadores livres agora estão pimpões, porque eles já têm consciência da carestia de braços. Fora da lavoura, eles ganham um dia para o resto da semana. E quando mesmo assim não fosse, eles querem vadiar na segunda-feira, pois no domingo passaram a noite no cateretê, e também querem vadiar no sábado porque é dia de Nossa Senhora. Os quatro dias da semana que restam, querem passar bem, fazer o cigarro no serviço e comer bem sossegado ... qual, pois, a utilidade que poderão prestar ao lavrador que está com seus serviços atrasados?” Ora, se assim era, não é à toa que se afirme ter a cafeicultura se defrontado com uma crise de mão-de-obra a partir da extinção do tráfico negreiro. Pergunta-se: a) Colocava-se efetivamente nesses termos o problema da mão-de-obra? b) Como foi possível à lavoura cafeeira superar essa crise?
R: a) Sobre os ex-escravos, furtado coloca que eles não queriam saber do café nem para beber, assim podemos entender que o ex-escravo não queria mesmo laços muitos fortes com seus antigos donos. Os imigrantes europeus, e pelo que podemos ver do texto pertencem a imigração de parcerias (que foi mal sucedido), não foram um solução imediata e eficaz, já que o próprio sistema de parceria foi sem sucesso, uma das razões era a má escolha dos recrutadores que traziam pessoas sem aptidão nenhuma para o trabalho, além de que a mentalidade da lavoura estava muito ligada a tratar tal imigrantes como meros objetos tal como foram os escravos, o que gerou muitas revoltas, atrapalhando assim a eficiência da mão de obra. O trabalhador livre nacional também não era bem vistos e pelos relatos não tinham muito comprometimento com o trabalho. Sobre estes relatos cabe salientar que havia muitos trabalhadores no nordeste, mas que devido a falta facilidade de locomoção física (meios de transporte) e devido aos coronéis nordestinos da pecuária que detinham poder sobre os seus clientes (trabalhadores que poderiam migrar para o sudeste) havia muita falta de mão de obra nos cafezais de sobretudo são Paulo e minas gerais. 
b) coube aos dirigentes mudar sua mentalidade na lavoura aos maus tratos que se deram aos imigrantes razão de muitas revoltas feitas por eles, assim elaborou-se uma política de imigração subvencionada. Onde o comportamento da produção era mais brando, onde houve a diminuição doônus da passagem, onde adotou-se o sistema misto de assalariamento mais uma meação (uma pitadinha só de maior ganho financeiro). Também adotaram-se os cultivos intercalares (cultivo de subsistência) entre os pé de café que atraiam muitos mais os imigrantes do que as antigas terras já desgastadas dadas aos imigrantes nos tempos da imigração por parceria. Ressaltamos que a mudança da mentalidade da lavoura em geral foi muito importante, desta vez se dava a oportunidade ao imigrante de alguma acumulação econômica dando um incentivo ao trabalho livre. 
7. Elabore uma caracterização do chamado “complexo cafeeiro” levando em conta
o comentário seguinte: “há, a partir de 1870, um claro movimento de
diversificação do investimento em São Paulo que se dá mesmo por meio da
criação de empresas em novas atividades (estrada de ferro, transporte urbano,
iluminação a gás). A concentração da riqueza, associada à dimensão
relativamente reduzida dos novos ramos, acaba por multiplicar a presença das
mesmas pessoas em duas, três ou mais empresas. {...} O surgimento do
sistema bancário em São Paulo prende-se (...) a esse movimento mais amplo
do capital paulista, detonado, sem dúvida, pelo aumento das exportações de
café do planalto paulista a partir de 1850.” (SAES, Flávio A. M. de. Crédito e
bancos no desenvolvimento da economia paulista, 1850-1930. São Paulo:
IPE/USP, 1986)
8. Discuta: “O capital cafeeiro tinha portanto diversos aspectos; ele apresenta ao
mesmo tempo as características do capital agrário, do capital industrial, do
capital bancário e do capital comercial. {...} não havia uma burguesia agrária
cafeeira, uma burguesia comercial etc., mas uma burguesia cafeeira exercendo
múltiplas funções. {Não obstante, há que} ressaltar a dominação das funções
comerciais. Em outros termos, a caracterizar o capital cafeeiro como um capital
dominantemente comercial. Essa mesma análise nos permite também distinguir
duas camadas bastante bem definidas no seio da burguesia cafeeira. {...} Os
grandes capitais ─isto é, a camada superior da burguesia cafeeira─ definiam
fundamentalmente uma burguesia comercial. Os médios capitais ─isto é, a
camada inferior da burguesia cafeeira─ definiam sobretudo uma burguesia
agrária, cuja fraqueza (resultante do fraco desenvolvimento do capitalismo ao
nível de produção) a aproximava de uma simples classe de proprietários de
terra.” (SILVA, Sérgio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. São
Paulo: Alfa-Omega, 1976, p. 60-61)
9. Discorra a respeito das características do fluxo de renda que se estabelece na
economia cafeeira, enfatizando as peculiaridades que o distinguem do fluxo de
renda próprio de uma economia exportadora "puramente escravista". Explique
por que tais características acabam por implicar uma tendência ao desequilíbrio
externo na economia brasileira.
10.Discuta o episódio da proclamação da República, situando-o com relação ao
“(...) profundo desequilíbrio entre o poder político e poder econômico que se
observava nos fins do Império, oriundo do empobrecimento das áreas de onde
provinham tradicionalmente os elementos que manipulavam o poder e
concomitantemente do desenvolvimento de outras áreas que não possuíam a
devida representação no governo.” (COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à
República: momentos decisivos. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 344).

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