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TCC FINAL - MATRICULA 201402516037


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1 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Serviço Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCOS ODALMIR DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EVASÃO DOS USUÁRIOS JUNTO AOS CENTROS DE ATENÇÃO 
PSICOSSOCIAL - CAPS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2018 
2 
 
MARCOS ODALMIR DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EVASÃO DOS USUÁRIOS JUNTO AOS CENTROS DE ATENÇÃO 
PSICOSSOCIAL - CAPS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à 
Universidade Estácio de Sá 
como requisito parcial para 
obtenção do grau de Bacharel 
em Serviço Social. 
 
Orientador: Prof. Mestre Taciana 
Lopes Bertholino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2018 
3 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Serviço Social 
 
 
 
 
 
MARCOS ODALMIR DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
A EVASÃO DOS USUÁRIOS JUNTO AOS CENTROS DE ATENÇÃO 
PSICOSSOCIAL - CAPS 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade Estácio de 
Sá, como requisito parcial para obtenção do grau 
de Bacharel em Serviço Social. 
 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
_______________________________ 
TACIANA LOPES BERTHOLINO 
Professora(s) Orientadora(s) 
 
 
_______________________________ 
DRA. VÂNIA C. S. CARAN 
Professor (a) 2º membro da banca 
 
 
_________________________________ 
ADRIANA FERREIRA 
Professor (a) 3º membro da banca 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço primeiro a DEUS, pois todas as vezes que me peguei pensando 
negativamente que não conseguiria, entreguei-me em suas mãos, e fui conduzida 
por “Ele” não desistindo. 
Ao minha esposa Alice, pela parceria e compreensão, pois foi de quem 
mais cobrei apoio e atenção, que mesmo ficando muitas vezes em segundo 
plano, não deixou de me apoiar e ainda embarcou no mesmo sonho entrando 
também para o mesmo curso e Universidade. 
A amiga Telma Milagres, quem foi a pessoa que me colocou nessa 
caminhada de sonhos. Pois foi quando ela buscava seu sonho que iniciei a busca 
pela realização do meu. 
A minha Supervisora de Campo de Estágio, Thaiane Almeida Ferreira, por 
seu apoio sempre, pela paciência, confiança, força e principalmente inspiração no 
amadurecimento dos meus conhecimentos e conceitos que me fizeram a chegar 
até aqui. Sem palavras para agradecer as orientações e os momentos de troca. 
Aos diretores e funcionários do CAPS – A/D, que do inicio ao término do 
meu estágio, não mediram esforços em me auxiliar, orientar, incentivar em todos 
os momentos. 
A minha família por entender a minha ausência e me apoiar neste projeto e 
por terem participação direta na torcida. A eles agradeço pelo colorido a mais que 
deram a minha vida, e pelo sentido desta que me fizeram encontrar. 
A minha coordenadora do Polo EAD, Professora Nancy Palma, que sempre 
me atendeu com muita técnica, paciência, tirando as minhas duvidas e 
coordenando o meu curso. 
Aos professores, orientadores e supervisores de todos os períodos, 
agradeço pela capacidade de ensinar, incentivar dando um exemplo de 
profissionais a serem seguidos. 
A todos aqueles que se fizeram presente e jamais deixaram de acreditar na 
minha vitória. 
 
Muito Obrigado! 
 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 07 
 
1 ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ............................................................................ 10 
1.1 Conceito de atenção psicossocial .................................................................. 10 
1.2 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)...................................................... 12 
1.3 Dependência ao álcool ................................................................................... 14 
1.4 Aspectos relevantes sobre a dependência química ....................................... 16 
 
2 O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO DE ATENÇÃO 
PSICOSSOCIAL – A/D ..................................................................................... ... 20 
2.1 Serviço Social ................................................................................................ 20 
2.2 Elementos que constituem o processo de trabalho do Serviço Social .......... 23 
2.3 Políticas Públicas Antidrogas ......................................................................... 26 
 
3 A EVASÃO DOS USUÁRIOS NO CAPS AD ................................................... 29 
3.1 Tratamento dos usuários no CAPS AD .......................................................... 29 
3.2 Evasão dos usuários no CAPS AD ................................................................ 31 
3.3 Ações do Assistente Social no CAPS AD para minimizar a evasão dos 
usuários ................................................................................................................ 34 
 
CONCLUSÕES ............................................................................................. ....... 39 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
O estudo ora realizado versas sobre o tema “a evasão dos usuários junto aos 
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)”, com ênfase na modalidade álcool e 
drogas e para tanto, foi escolhida a metodologia qualitativa, com pesquisa 
bibliográfica e descritiva, que contou com a consulta, leitura, interpretação e 
reflexão dos diferentes aspectos que norteiam o tema. O objetivo do estudo é 
identificar as principais ações promovidas pelo assistente social no Centro de 
Atenção Psicossocial - AD para reduzir a evasão. Foram apresentados alguns 
aspectos sobre a atenção psicossocial que é oferecida ao dependente de álcool e 
outras drogas, em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), como forma de 
reverter o quadro da dependência química e promover a reintegração social dos 
usuários e para tanto, o assistente social exerce um papel fundamental, 
especialmente pelo fato de que muitos usuários desistem do tratamento logo no 
início e o trabalho deste profissional, junto com uma equipe multidisciplinar, pode 
colaborar para reduzir as taxas de evasão dos usuários no Centro de Atenção 
Psicossocial - AD, por meio de ações organizadas, que foquem, prevenção, 
informação, orientação e ressocialização dos mesmos, com a participação ativa 
da família neste processo. 
 
Palavras-chave: Usuários. Centros de Atenção Psicossocial. Álcool. Drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Sabe-se que o problema de dependência química atinge todas as esferas 
da sociedade, gerando muita preocupação, pois motiva o alcance de 
determinadas consequências que podem ser graves, com danos ao dependente, 
sua família e até à sociedade, uma vez que esse problema atinge aspectos 
físicos, psíquicos e sociais relacionados ao usuário. 
 Trata-se de algo que não surgiu na atualidade, mas em tempos remotos, 
mas nos últimos anos tem acometido um número cada vez maior de pessoas, 
tornando-se um problema de saúde pública, o que motiva o surgimento de vários 
estudos sobre o tema. 
 A dependência química não ocorre de imediato, é preciso a utilização 
gradativa das substâncias, ocorrendo vários fatores que contribuem para que o 
indivíduo não consiga se controlar e consuma cada vez mais as mesmas.
 Pode-se dizer que a dependência química se caracteriza por uma série de 
sintomas que tornam possível a identificação do consumo de determinadas 
substâncias, merecendo destaque o tripé que envolve este problema, ou seja, é 
preciso a substância, a pessoa e o ambiente, de modo que a ausência de 
qualquer um dos três descaracterizaria a dependência química. 
 É necessário que se demande atenção especial à questão da dependência 
química, não apenas de drogas, mas também de álcool, que passou a ser um 
problema social, já que não é só o dependente que sofre as consequências, mas 
sua família, amigos e toda a sociedade, o que mostra a importância da 
intervenção do assistente social,realizando um trabalho em conjunto com 
profissionais de outras áreas, que em conjunto melhor atendem às necessidades 
do dependente. 
 Em função da gravidade do problema, foram criados Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS) específicos para tratar de dependentes de álcool e outras 
drogas, que objetivam oferecer um atendimento às pessoas que, em função do 
consumo dessas substâncias, apresentam transtornos mentais e demandam um 
processo de reabilitação psicossocial. 
8 
 
 O assistente social atua junto ao dependente químico e sua família, 
realizando um trabalho de orientação e intervenção que tem como intenção 
ressocializar, reintegrar e inserir o dependente no convívio social, de modo que 
em função da relevância desse profissional, se trata de um dos integrantes da 
equipe multidisciplinar que atende os usuários nos Centro de Atenção 
Psicossocial - AD. 
 A dependência química pode se referir a várias substâncias e uma delas 
recebeu destaque especial neste estudo, por ser lícita e muito comum, 
acometendo um número muito grande de pessoas: o álcool. O alcoolismo é um 
sério problema social e sozinho, o indivíduo encontrará muita dificuldade de 
resolvê-lo, precisando da orientação e apoio de profissionais como os assistentes 
sociais que têm conhecimentos, habilidades e experiências que tornarão mais 
tranquilo o processo de recuperação do alcoólatra. 
 Ocorre, que o maior problema enfrentado pelos dependentes de álcool e 
outras drogas, não é o primeiro passo para iniciar o tratamento, mas a 
permanência do mesmo até o seu término, pois são elevados os índices de 
evasão de usuários no Centro de Atenção Psicossocial - AD, revelando a 
necessidade do desenvolvimento de projetos e ações para minimizar esses 
problemas. 
 A evasão de usuários ao tratamento oferecido pelo Centro de Atenção 
Psicossocial - AD ocorre por diferentes motivações, podendo chegar a um 
montante de 90,4% dos usuários, o que demanda a criação de estratégias bem 
definidas, como forma de reverter esse quadro e contribuir para que os mesmos 
concluam o tratamento e se recuperem totalmente. 
 Isto posto, é importante entender que o estudo ora apresentado foi 
organizado em quatro capítulos distintos: o primeiro tratou da atenção 
psicossocial, em seguida foram trazidos alguns aspectos relevantes sobre o papel 
do serviço social no Centro de Atenção Psicossocial - AD e, por fim, o último 
capítulo focou a evasão dos usuários no Centro de Atenção Psicossocial - AD. 
 O objetivo proposto neste estudo é identificar as principais ações 
promovidas pelo assistente social no Centro de Atenção Psicossocial - AD para 
reduzir a evasão. Para tanto, foi adotada a metodologia qualitativa, com 
9 
 
predominância da pesquisa bibliográfica como instrumento para a seleção, leitura 
e reflexão de vários textos publicados na literatura nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1 ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
 
1.1 Conceito de atenção psicossocial 
 
 A atenção psicossocial é assunto que passou a se destacar com a 
promulgação, no ano de 2001, da Lei n. 10.216, intitulada Lei de Saúde Mental e 
que iniciou um processo de reforma psiquiátrica no país, rompendo com preceitos 
de exclusão e segregação dos usuários que enfrentam algum tipo de sofrimento 
psíquico (MIRANDA ET. AL. 2017). 
 Sobre a Reforma Psiquiátrica ocorrida no Brasil, Miranda et. al. (2017, p. 2) 
esclarece: 
O movimento trouxe para o debate o rompimento com a lógica 
asilar de segregação e exclusão do sujeito com sofrimento 
psíquico, propondo práticas pautadas na perspectiva da atenção 
psicossocial. Tal processo teve importância para a inserção do 
assistente social nos serviços substitutivos de saúde mental. 
Sendo assim, é indispensável a discussão da temática no 
processo de formação da categoria profissional, pois, a todo o 
momento esse profissional é convocado atuar frente às 
expressões da questão social relacionadas aos sujeitos com 
sofrimento psíquico. 
 
 Pode-se perceber que a Reforma Psiquiátrica promoveu importantes 
mudanças no processo de atenção à saúde mental, motivando em 2011, a 
criação da chamada Rede de Atenção Psicossocial, com objetivo de oferecer um 
acolhimento e atendimento à pessoas que enfrentam algum tipo de sofrimento 
psíquico (SILVA ET. AL. 2015). 
 É válido observar ainda que a Rede de Atenção Psicossocial passou a 
representar algo tão fundamental na atualidade, que é considerada a principal 
diretriz aplicada para a prestação da assistência pública oferecida no âmbito da 
saúde mental, envolvendo intervenções para minimizar o sofrimento psíquico do 
usuário, através de uma equipe multidisciplinar que une conhecimentos teóricos e 
vivências alcançadas através da prática profissional (SILVA ET. AL. 2015). 
11 
 
 Ainda com base nos autores supramencionados, o Sistema Único de 
Saúde, por meio da Rede de Atenção Psicossocial, tem a responsabilidade de 
prestar uma atenção especializada a usuários que apresentam diagnóstico de 
algum tipo de transtorno mental ou mesmo problemas oriundos de dependência 
química e uso abusivo de álcool (SILVA ET. AL. 2015). 
 Viana (2016) traz uma noção conceitual para atenção psicossocial, 
partindo-se da ideia de que se trata de uma série de ações bem organizadas, com 
característica assistencial, em que são realizadas práticas em substituição ao 
modelo asilar e excludente, para uma nova perspectiva voltado para o cuidado e 
acolhimento dos usuários que apresentam algum tipo de sofrimento psíquico. 
 Como bem explica Viana (2016, p. 18): 
 
[...] psicossocial significa: a aglutinação de psico e social, 
atividade ou estudo relacionando aspectos psicológicos 
conjuntamente com aspectos sociais; e atenção significa: 
aplicação cuidadosa da mente a alguma coisa, concentração, 
reflexão, aplicação, demonstram consideração, amabilidade, 
urbanidade, cortesia ou devoção para com alguém. [...] o termo 
atenção apresenta-se de um modo surpreendentemente muito 
próximo dos sentidos que pretende assumir como conceito, no 
contexto da reforma psiquiátrica. Assim sendo, justificam que a 
atenção psicossocial é o termo que incorpora as inovações 
principais das experiências históricas alternativas à psiquiatria e 
que engloba os conceitos e práticas do apoio psicossocial e da 
reabilitação psicossocial. 
 
 Há de se observar que a atenção psicossocial representa um modelo muito 
atual que promove ações terapêuticas que se afastam das historicamente 
aplicadas e que focavam práticas asilares e para tanto, adota ações éticas, 
focadas na dignidade da pessoa humana, englobando uma série de 
conhecimentos e práticas que focam uma recuperação ou controle do sofrimento 
psíquico, através de profissionais devidamente preparados, que apliquem 
técnicas e métodos eficientes (VIANA, 2016). 
 Moura (2014) entende que a ideia de atenção psicossocial tem estreita 
ligação com questões éticas, que focam a dignidade humana, levando-se em 
conta toda a diversidade das ações que precisam ser planejadas, determinadas e 
12 
 
aplicadas para potencializar as terapias escolhidas para cada caso específico e 
assim, colaborar para um processo de reabilitação psicossocial. 
 Conforme Brasil (2018) existe sete componentes da Rede de Atenção 
Psicossocial: o primeiro deles envolve a Atenção Básica em Saúde; o segundo 
refere-se à Atenção Psicossocial Estratégica; em seguida, destaca-se a Atenção 
de Urgência e Emergência; destaca-se ainda a Atenção Residencial de Caráter 
Transitório; há a atenção hospitalar em alguns casos específicos; é também um 
componente desta rede as estratégias de desinstitucionalização e, por fim, as 
estratégias de reabilitação psicossocial. 
 Para o presente estudo, destaca-se o segundo componente, ou seja, a 
Atenção Psicossocial Estratégica, que tem por base os chamados Centros de 
Atenção Psicossocial (CAPS), que serão tratados no próximo tópico. 
 
1.2Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) 
 
 A atenção psicossocial é realizada em instituições que têm o objetivo 
primordial de promover o atendimento a demandas que apresentam algum tipo de 
sofrimento psíquico e por isso, precisam de uma assistência de profissionais 
devidamente preparados, que compõem uma equipa multidisciplinar capaz de unir 
diferentes conhecimentos para um atendimento integral e eficiente. 
Sobre os Centros de Atenção Psicossocial, conhecidos como CAPS, é 
relevante trazer os estudos de Muhl (2012, p. 61): 
 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm como objetivo 
proporcionar um atendimento diurno às pessoas que sofrem com 
transtornos mentais severos e persistentes, oferecendo cuidados 
clínicos e de reabilitação psicossocial, evitando as internações e 
favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos 
usuários e de suas famílias. 
 
 Conforme se percebe, o CAPS atende pessoas com vários transtornos 
mentais e precisam de assistência, oferecendo atendimento especializado a elas, 
inclusive havendo alguns desses centros que focam especificamente usuários 
13 
 
que apresentam algum tipo de dependência química ou ao álcool e que 
demandam cuidados para suprir várias necessidades que podem ser identificadas 
em cada caso, individualmente. 
 Não há uma faixa etária determinada para os assistidos, havendo pessoas 
de várias idades, sejam homens ou mulheres, sendo oferecido atendimento 
especializado aos dependentes, valendo destacar que a demanda atendida no 
CAPS é grande, sendo muitos desses indivíduos excluídos da sociedade, 
estigmatizados e marginalizados, referindo-se a pacientes desamparados e que 
buscam sua reintegração na sociedade (MUHL, 2012). 
 Silva et. al. (2015) observam que os CAPS representam um lugar 
considerado pela Política de Saúde Mental do Brasil, como de referência e 
atenção aos usuários que apresentam algum tipo de sofrimento psíquico, 
independência do nível de risco e gravidade, que exijam um cuidado permanente 
e personalizado que minimize os efeitos maléficos da patologia psíquica 
específica e possibilite a reintegração do usuário ao ambiente social e também 
familiar. 
 Como objetivo primordial dos Centros de Atenção Psicossocial - AD, Silva 
et. al. (2015) destacam o acolhimento de usuários com diagnóstico de transtorno 
mental e a partir disso, aplicação de uma terapia e apoio para promoção de sua 
autonomia e reintegração social, o que segundo os autores, é alcançado através 
de uma política de saúde mental eficiente e concreta, que envolva equipes 
técnicas capazes de realizar um trabalho interdisciplinar de excelência e assim, 
colabore para a integração social do usuário. 
 Segundo Lima et. al. (2017, p. 6-7): 
 
No Brasil, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) é considerado 
um dos mais importantes serviços de saúde mental substitutivo à 
internação psiquiátrica. Reestruturado pela portaria 336/2, como 
principal instrumento de estabelecimento da política de saúde 
mental, o Caps deve ser entendido como uma estratégia de 
transformação de assistência que se concretiza na organização de 
uma ampla rede de cuidados em saúde mental. Os Caps têm 
papel estratégico na articulação da Rede de Atenção Psicossocial 
(Raps), tanto no que se refere à atenção direta, visando à 
promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, 
quanto na ordenação do cuidado, trabalhando em conjunto com 
14 
 
as equipes de Saúde da Família e agentes comunitários de saúde, 
articulando e ativando os recursos existentes em outras redes, 
assim como nos territórios. 
 
 Lima et. al. (2017) observam também que no Centro de Atenção 
Psicossocial - AD a terapia medicamentosa é posta em segundo plano, ocorrendo 
à aplicação de terapias diversificadas, como é o caso de terapia ocupacional, 
socioterapia e ainda psicoterapia, havendo outras possibilidades que são 
priorizadas em detrimento de medicamentos, adotando-se critérios terapêuticos 
que englobam música, atividades artísticas e esportivas, visando estimular a 
autonomia e autoestima, que são fundamentais para sua reinserção social. 
 Além de usuários que apresentam patologias psíquicas, o Centro de 
Atenção Psicossocial - AD apresenta modalidades que prestam assistência a 
usuários que possuem algum tipo de sofrimento psíquico motivado por 
dependências, como a química e álcool, que são responsáveis por inúmeros 
problemas e exclusões no ambiente social e, em função do elevado número de 
usuários que se encaixam nesses grupos, os próximos tópicos focaram os dois 
tipos de dependência supramencionada. 
 
1.3 Dependência ao álcool 
 
São vários os tipos de substância que geram a dependência química, mas 
destaca-se o álcool, como uma das mais comuns, por se tratar de uma droga 
lícita, ou seja, permitida por lei e muitas pessoas o consomem de forma 
descontrolada, resultando em sérios problemas para elas, sua família e a própria 
sociedade. 
Mendonça et. al. (2018) observam que o álcool gera dependência, por ser 
uma substância psicoativa, dentre as quais, é considerada a mais consumida em 
todo o mundo e, sendo quando esse consumo ocorre de maneira abusiva, pode 
trazer sérias consequências para a saúde física e psíquica do usuário. 
É importante observar ainda que o uso abusivo do álcool forma um padrão 
de consumo, cabendo destacar as palavras Mendonça et. al. (2018, p. 2): 
15 
 
Este padrão de consumo de alto risco pode ser caracterizado pelo 
consumo de grande quantidade de álcool em uma única ocasião, 
o que corresponde a quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas 
para mulheres e cinco ou mais doses para homens, 
independentemente da frequência deste consumo. Em termos de 
concentração alcoólica sanguínea, equivale a aproximadamente 
80 mg/dl (0,08%) no indivíduo adulto. 
 O uso abusivo frequente pode motivar o surgimento do alcoolismo, que 
afeta muitos indivíduos, refletindo em sua família e na sociedade, de forma que 
seus resultados se multiplicam rapidamente, gerando preocupação ao governo, 
uma vez que é um problema de saúde pública, devendo-se criar políticas públicas 
adequadas para seu enfretamento. 
 Segundo Mendonça et. al. (2018, p. 2): 
 
O uso nocivo ou abusivo provoca complicações físicas e/ou 
psíquicas e pode ser definido como o padrão de beber que traz 
prejuízos e riscos à saúde, além de consequências sociais e 
econômicas para o indivíduo, para as pessoas ao seu redor e para 
a sociedade em geral. O alcoolismo crônico ou síndrome de 
dependência é caracterizado por um conjunto de fenômenos 
comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem 
após repetido consumo de bebida alcoólica. 
 
 Muitas são as consequências que o alcoolismo pode trazer aos 
dependentes químicos, o que o torna um problema sério e preocupante, surgindo 
muitos estudos no país sobre este tema, que permanece atual, tratando-se de 
uma questão social, que atinge muitas pessoas e gera sofrimento, afetando a vida 
do usuário na sociedade (SEEGER, 2011). 
 Alguns autores associam o alcoolismo ao sistema capitalista que estimula o 
consumo e promove a exclusão social, colaborando também para o aumento da 
desigualdade social, conforme explica Seeger (2011, p. 29): 
 
A problemática do álcool pode ser associada ao sistema 
capitalista, na sua forma de exclusão social, e caracterizado desta 
forma, como uma válvula de escape para uma sociedade tão 
desigual e desassistida. [...] além dos aspectos orgânicos, 
familiares e sociais, é necessário contextualizar outras dimensões, 
tais como as subjetivas, econômicas, políticas e sociais que 
contribuem na determinação dessa problemática. 
 O alcoolismo é um problema social que está atrelado ao desenvolvimento 
16 
 
da sociedade, estando presente em cada momento da história, muitas vezes 
sendo considerado pelos dependentes como uma forma de aliviar os problemas 
que enfrentam, de maneira a esquecê-los (SEEGER, 2011). 
 A questão é queo dependente de álcool pode até esquecer os problemas, 
mas momentaneamente, e quando se reestabelece após o consumo excessivo de 
álcool, novos problemas vão surgindo e o resultado é ainda pior do que antes, 
somando-se mais situações negativas às já existentes na vida dessa pessoa. 
 Frente a tantos problemas originados pelo consumo excessivo de álcool, o 
dependente não consegue, muitas vezes, lidar com eles, sendo importante a 
ajuda de profissionais devidamente capacitados, que atuam em instituições que 
prestam atendimento ao usuário, como os CAPS, que exercem um papel 
essencial no processo de enfretamento do alcoolismo. 
 
1.4 Aspectos relevantes sobre a dependência química 
 
As drogas representam um dos principais problemas existentes na 
sociedade atual e apresenta um elevado número de usuários, o que demanda 
atenção especial e, conforme a Organização Mundial de Saúde – OMS (apud 
FERRAZ, 2010, p. 14) define-se o termo drogas como: “[...] toda a substância 
que, introduzida no organismo, provoca alterações no seu funcionamento, 
modificando uma ou mais das suas funções”. 
 As drogas podem ser lícitas, ou seja, permitidas por lei, ou ilícitas, que ao 
contrário das primeiras, referem-se às substâncias que não são permitidas, 
sendo, portanto, ilegais, representando as mais perigosas para o organismo 
humano (COSTA, 2010). 
O uso de drogas é um costume que remete a longa data, sendo utilizada 
por muitas pessoas como uma forma de fuga da realidade opressora e de 
sofrimentos gerados no ambiente social e por muito tempo vem sendo foco de 
vários estudos, como o apresentado a seguir: 
De logo, procurou-se caracterizar o uso de drogas como hábito 
associado à marginalização e à delinquência, causa de desastres 
17 
 
no plano individual e desordem e instabilidade no âmbito coletivo. 
Iniciou-se, por isso, um intenso movimento de repúdio moral e de 
demonização do uso de drogas, tratando-se de estigmatizar a 
figura do usuário. Seguiu-se, na linha cronológica, a organização 
da sociedade civil e do Poder Público em torno do objetivo de 
estabelecer métodos institucionais de repressão ao uso, 
culminando com a criação de leis, sobretudo penais, de proibição 
às drogas (BARRETO NETO, 2014, p. 11). 
 
 Nota-se que em virtude dos prejuízos gerados pelo consumo de drogas 
ilícitas não só para o usuário e sua família, mas também para toda a sociedade, 
foram elaboradas várias leis que visam reforçar a proibição e coibir através de 
penas aplicadas a toda pessoa que porta-las (BARRETO NETO, 2014). 
O uso de drogas ilícitas tem crescido muito nos últimos anos, tornando-se 
uma preocupação de toda a sociedade, por promover grande impacto social, o 
que gera o aumento pelo interesse neste tema, a fim de se buscar alternativas 
para sanar o problema. 
 Cabe ressaltar que de acordo com os estudos de Costa (2010), as drogas 
motivam uma dependência que pode ser física ou psicológica e, a partir de então, 
provoca o consumo repetido de determinada substância, em algumas vezes, 
havendo um descontrole neste consumo. 
Ferraz (2010, p. 15), a partir de uma nomenclatura apresentada pela OMS, 
distingue as drogas psicoativas e psicotrópicas: 
 
i. Drogas Psicoativas são aquelas que alteram comportamento, 
humor e cognição. Estas são drogas que atuam diretamente no 
Sistema Nervoso Central. 
ii. Drogas Psicotrópicas são aquelas que agem no Sistema 
Nervoso Central produzindo alterações de comportamento, humor 
e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, 
portanto, passíveis de autoadministração. São então estas que 
geralmente conduzem a dependência. 
 
 Independentemente do tipo de droga, seja psicoativa ou psicotrópica, há 
alteração no organismo do usuário, o que demanda preocupação e ações para 
reverter essa situação e seu uso abusivo pode motivar a dependência química, 
que é um sério problema que acomete os usuários, definido por Fernandes et. al. 
18 
 
(2017) como um transtorno heterogêneo em função de sua complexidade, 
atingindo as pessoas, podendo motivar a síndrome de dependência, que envolve 
uma série de fenômenos físicos e psíquicos, que afetam o comportamento 
humano. 
Pode-se dizer que a dependência química é um sério problema que atinge 
a sociedade moderna, sendo considerado um fenômeno devido ao grande 
número de pessoas que a enfrentam, o que motivou sua classificação como 
problema de saúde pública. 
 Lopes (2008, p. 12) afirma: 
 
A dependência química representa a etapa final de um longo 
processo de uso de uma ou várias substâncias. Normalmente, o 
processo inicia-se de modo fortuito e esporádico e, algum tempo 
depois a pessoa pode estar imersa em um estágio de 
dependência de drogas. Para que um usuário torne-se um 
dependente químico, faz-se necessária uma certa experiência 
com a substância. A dependência química instala-se de forma 
lenta, progressiva e insidiosa. É um transtorno de evolução 
crônica, que quanto mais evolui, mais prejuízo, em todos os 
sentidos, promove aos dependentes químicos. Ao longo desta 
evolução observa-se que os fatores que serviram de pretexto para 
iniciar o uso, vão perdendo o significado, a importância e o valor, e 
vão sendo substituídos pela própria condição de dependência à 
substância. Outros fatores relacionados à vida perdem 
importância progressivamente. 
 
A dependência química não ocorre de imediato, é preciso a utilização 
gradativa das substâncias, ocorrendo vários fatores que contribuem para que o 
indivíduo não consiga se controlar e consuma cada vez mais as mesmas. Além 
disso, cada indivíduo tem uma fisiologia, bem como outros fatores que fazem com 
que a dependência ocorra de forma diferente de pessoa para pessoa. 
 Masur (1987, p. 30) observa que existem dois tipos distintos de 
dependência química de drogas: física e psicológica, onde esta última ocorre 
quando a substância “ocupa um lugar central nos pensamentos, emoções e 
atividades da pessoa, de tal forma que não só se torna muito difícil parar de usá-
la bem como prevalece um desejo intenso de usá-la constantemente”. 
19 
 
O autor supracitado deixa claro em seus estudos que toda a droga pode 
gerar dependência psicológica, mas nem sempre dependência física, o que 
chama atenção para o aspecto psíquico. Acrescenta que a dependência 
psicológica é mais difícil de ser identificada em comparação com a física, pois não 
fica tão evidente quanto esta última (MANSUR, 1987). 
 Em relação à dependência física, Mendonça (2007, p. 11) explica que 
motiva alterações no funcionamento do organismo, que “passa a se fazer dentro 
das condições criadas pela droga. E isso se torna muito evidente quando se 
suspende subitamente o uso da droga”. 
 O dependente de algum tipo de droga, diante da ausência da mesma, tem 
manifestação de vários efeitos em seu organismo, com destaque a um mal-estar 
físico denominado síndrome de abstinência, que contribui para a identificação da 
dependência física. Os sintomas mais comuns dessa síndrome são apresentados 
por Mendonça (2007, p. 11): “ansiedade, dores generalizadas, insônia, vômitos, 
diarreia, febre e alterações cardiovasculares”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
2 O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO DE ATENÇÃO 
PSICOSSOCIAL – A/D 
 
2.1 Serviço Social 
 
 O Serviço social apresenta uma história que tem início no Brasil ainda na 
década de 1920, em função de uma série de conflitos entre burguesia e classe 
operária, tendo marcante um período de industrialização, que por um lado, gerou 
novas vagas de emprego, mas por outro, aumentou a migração e motivou o 
crescimento da pobreza, pois não foi possível atender toda a demanda que 
chegava nos centros urbanos, vindos de várias regiões do país, tendo início um 
processo de aumento de problemas sociais (RIBEIRO, 2017). 
 No Brasil, o Serviço Social surgiu com o objetivo de atender demandas 
variadas de excluídos da sociedade, tendo por base uma longa históriade lutas e 
movimentos envolvendo trabalhadores, apresentando diretrizes e valores que 
foquem a dignidade do ser humano, em especial, em princípios voltados para a 
liberdade, democracia, igualdade, cidadania entre outros (IAMAMOTO, 2017). 
 Segundo Iamamoto (2017, p. 21-22): 
 
O pressuposto da análise é que a história da sociedade é o 
terreno privilegiado para apreender as particularidades do Serviço 
Social: seu modo de atuar e de pensar incorporados ao longo de 
seu desenvolvimento. Sendo um produto sócio-histórico, a 
profissão adquire sentido e inteligibilidade na dinâmica societária 
da qual é parte e expressão. Nesse sentido, decifrar essa 
especialização do trabalho supõe elucidar os processos sociais 
que geram a sua necessidade social, o significado de suas ações 
no campo das relações de poder econômico e político — das 
relações entre as classes e destas com o Estado —, assim como 
o envolvimento no debate teórico e cultural de seu tempo. 
Estabelece-se, pois, como quesito fundamental a indissociável 
articulação entre conhecimento e história, entre teoria e realidade 
(prática social). 
 
 Nota-se que o Serviço Social representa uma ação propositiva capaz de 
enfrentar as expressões da questão social, realizando um trabalho de caráter 
21 
 
socioeducativo, possibilitando acesso aos direitos para a demanda atendida, 
suprindo determinadas necessidades e proporcionando maior autonomia às 
mesmas. 
 Para Ribeiro (2017) é importante entender que o Serviço Social é uma área 
que tem relação com as condições econômicas dos cidadãos, conectadas à 
políticas sociais e culturais, sendo um grande desafio encontrado pelos 
assistentes sociais, atender as demandas e garantir o acesso aos direitos 
fundamentais para que seja possível uma vida digna a todos, indistintamente, 
sendo preciso que estes profissionais estejam devidamente preparados e 
habilitados para o enfrentamento e intervenção sistemática, quando necessário. 
 Ao longo do tempo, o Serviço Social passou por um processo de 
reconceituação, sendo promovidas mudanças significativas em vários aspectos 
da área, inclusive em sua definição e inserção da Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS), promulgada no ano de 2004 e que trouxe o fortalecimento do 
trabalho realizado pelos assistentes sociais, criando-se inclusive o Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS), que abrange uma série de serviços, programas e 
projetos que beneficiam a demanda foco do Serviço Social (YAZBEK, 2009). 
 Yazbek (2009) explica que a partir do movimento de Reconceituação, 
surge então vertentes básicas que transformaram o Serviço Social: a vertente 
modernizadora, a vertente inspirada na fenomenologia e a vertente marxista. A 
primeira busca uma modernização conservadora que utiliza a mediação do 
desenvolvimento social e o enfretamento da marginalidade e da pobreza através 
da integração social. A segunda volta-se para uma metodologia dialógica, ligando 
a visão de pessoa e comunidade. A terceira, por fim, busca uma consciência da 
inserção da profissão na sociedade de classes. 
A vertente marxista se fortalece nas décadas de 1980 e 1990, tornando-se 
referencial básico do Serviço Social e determinando ações e formação dos 
profissionais, rompendo o conservadorismo imposto pela igreja católica e 
promovendo reflexões mais flexíveis sobre a profissão. Neste contexto, defende-
se um conhecimento mais livre, sem a manipulação muito presente no modelo 
conservador da igreja católica, exaltando-se então a dinâmica das relações 
sociais (YAZBEK, 2009). 
22 
 
Mioto e Nogueira (2013) observam que o Serviço Social é uma área 
privilegiada, uma vez que pode realizar um trabalho transversal, com uma série 
de expressões relacionadas a questão social, visando proporcionar acesso aos 
direitos sociais e humanos a todas as pessoas, materializando as políticas 
públicas sociais. 
O Conselho Federal de Serviço Social (2012, p. 10) elenca as principais 
atribuições dos assistentes sociais, a saber: 
 
• Apreensão crítica dos processos sociais de produção e 
reprodução das relações sociais numa perspectiva de totalidade; 
• Análise do movimento histórico da sociedade brasileira, 
apreendendo as particularidades do desenvolvimento do 
Capitalismo no País e as particularidades regionais; 
• Compreensão do significado social da profissão e de seu 
desenvolvimento sócio-histórico, nos cenários internacional e 
nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na 
realidade; 
• Identificação das demandas presentes na sociedade, visando a 
formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão 
social, considerando as novas articulações entre o público e o 
privado. 
 
 É importante entender que as políticas sociais envolvem vários programas 
e serviços voltados para o atendimento de demandas da sociedade, com a 
participação contínua de assistentes sociais, seja de maneira individualizada, seja 
integrado em uma equipe multidisciplinar, sendo identificadas várias atribuições, 
que podem ultrapassar o ordenamento legal, que são inerentes à profissão na 
busca pela efetivação de direitos fundamentais para os cidadãos (CONSELHO 
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2012). 
 Conforme Iamamoto (2014) a atuação de profissionais no Serviço Social 
exige uma série de habilidades que lhes são inerentes, para que sejam capazes 
de negociar projetos e programas que foquem o atendimento das demandas 
sociais, sendo preciso ultrapassar os limites das rotinas institucionais, para 
transformar o trabalho dos assistentes sociais. 
 Iamamoto (2014) esclarece ainda que são várias expressões sociais que 
competem aos assistentes sociais, envolvendo vários aspectos relacionados à 
matéria à qual todo o trabalho desses profissionais é moldado, com ênfase nas 
23 
 
políticas públicas e lutas sociais que servem de norte para suprir as necessidades 
dos usuários que apresentam necessidades sociais específicas que podem ser 
supridas com o auxílio do Serviço Social. 
 Para Silveira (2017) o Serviço Social, apresenta uma história profissional 
de curta data, que motiva o número reduzido de produções intelectuais sobre sua 
prática, mesmo se tratando de um instrumento de suma importância para a 
transformação social, com vários pressupostos éticos capazes de contribuir com a 
satisfação das necessidades da classe trabalhadora. 
 
O desenvolvimento de pesquisas pelo Serviço Social é de 
fundamental importância, pois, o planejamento de estratégias de 
ação profissional carece do conhecimento da realidade, tanto das 
condições e modo de vida e de trabalho da população usuária, 
como das políticas públicas e serviços implementados para 
atendimento das necessidades da população. A execução da 
atividade investigativa supõe como imprescindível o processo de 
planejamento minucioso das etapas que constituirão a pesquisa, 
com o devido delineamento metodológico. 
 
 Nota-se que é fundamental a proposição de estudos e pesquisas voltados 
para a prática do Serviço Social, como forma de fornecer suporte teórico-
científico, de modo a tornar possível o planejamento de estratégias importantes 
para a ação do assistente social no atendimento das demandas. 
 
2.2 Elementos que constituem o processo de trabalho do Serviço Social 
 
 Os elementos que constituem o processo de trabalho do assistente social 
são inúmeros, envolvendo não apenas os instrumentos e técnicas utilizadas por 
este profissional, mas também a capacidade e habilidade que é construída no 
decorrer das experiências vivenciadas por ele. 
 Segundo estudos de Guerra (2009), o Serviço Social tem uma importante 
capacidade instrumental alcançada gradativamente a partir do momento em que 
seus objetivos são alcançados, na qual permite que os assistentes sociais 
planejem e apliquem ações intencionais, promovendo a transformação necessária 
para o atendimento das demandas sociais, afetando as relações interpessoais 
24 
 
mas também nocontexto da sociedade, influenciando no cotidiano dos assistidos, 
bem como todos os envolvidos e na sociedade como um todo. 
 Conforme se observa, o assistente social exerce um papel fundamental na 
sociedade, devendo fazer uso de alguns instrumentos indispensáveis à sua 
prática, especialmente, sua capacidade adquirida por meio de experiências que 
se iniciam com os estágios promovidos pelas universidades (GUERRA, 2009). 
 Por meio de seu trabalho, o assistente social desenvolve atividades 
práticas e reflexivas, que corroboram para que possa alcançar os objetivos 
traçados em cada atendimento realizado, oferecendo esclarecimentos que são 
vitais para que os assistidos recebam o suporte necessário para viverem 
harmonicamente na sociedade (GUERRA, 2009). 
 Conforme Silveira (2017), o assistente social não é inserido em um 
processo de trabalho específico, pois suas capacidades e conhecimentos, 
associados às suas possibilidades profissionais junto à demanda trabalhadora 
permite concluir que não existe um único processo, mas vários voltados para o 
trabalho, que caracteriza a atuação deste profissional como especializada. 
 Ao se agregar aos diversos processos de trabalho inerentes aos 
assistentes sociais, eles realizam um trabalho capaz de promover o atendimento 
ao qual são requisitados, tendo por base projetos e programas variados no âmbito 
da sociedade, inclusive enfrentando questões sociais, como forma de motivar 
maior igualdade no acesso à direitos fundamentais (SILVEIRA, 2017). 
 Em seus estudos, Guerra (2009, p. 6) apresenta algumas considerações 
que merecem destaque: 
A utilidade social da profissão está em responder às necessidades 
das classes sociais, que se transformam, por meio de muitas 
mediações, em demandas para a profissão. Estas são respostas 
qualificadas e institucionalizadas, para o que, além de uma 
formação social especializada, devem ter seu significado social 
reconhecido pelas classes sociais fundamentais (capitalistas e 
trabalhadores). Considerando que o espaço sócio ocupacional de 
qualquer profissão, neste caso do Serviço Social, é criado pela 
existência de tais necessidade sociais e que historicamente a 
profissão adquire este espaço quando o Estado passa a interferir 
sistematicamente nas refrações da questão social, 
institucionalmente transformada em questões sociais, através de 
uma determinada modalidade histórica de enfrentamento das 
25 
 
mesmas: as políticas sociais, pode-se conceber que as políticas e 
os serviço sociais constituem-se nos espaços sócio ocupacionais 
para os assistentes sociais. 
 
 Ao profissional do serviço social cabe um trabalho que atenda à demanda 
social, realizando mediações, orientações e intervenções, quando necessárias, 
visando minimizar os problemas que surgem no contexto social, com ênfase, nos 
relacionados à demanda marginalizada, como dependentes químicos e de álcool, 
que já apresentam um histórico de exclusão que perpetua por longo período e 
que precisa ser modificado, o que não é tarefa fácil, frente à estigmatização 
existente. 
 Conforme Yazbek (2009) o Serviço Social no Brasil tem apresentado 
profundas reflexões intelectuais, com diálogos contínuos que focam aspectos 
relacionados às ciências sociais internas ou externas, ocorrendo um 
desenvolvimento no que tange o trabalho de intervenção, bem como as ações 
que são desenvolvidas na prática profissional, de modo que o processo de 
trabalho dos assistentes sociais vem refletindo uma compreensão maior, 
revelando seu crescimento prático. 
 Mioto e Nogueira (2013) explicam que atualmente, o Serviço Social atua 
em diferentes políticas setoriais, de modo que os profissionais que atuam nessa 
área, passam a desempenhar diferentes papeis em equipes multiprofissionais, 
que adotam a interdisciplinaridade, que exige amplos conhecimentos e afetam 
diretamente seus processos de trabalho. 
 É importante entender que os processos de trabalho dos assistentes 
sociais envolvem antagonismos fundamentais, como explicam Mioto e Nogueira 
(2013, p. 67) ao afirmarem: 
[...] será possível debruçar-se sobre um velho problema da 
profissão: a recorrente indistinção entre objetivos institucionais e 
objetivos profissionais no âmbito dos serviços sociais. Os 
primeiros, mesmo quando caudatários dos objetivos expressos 
nas legislações que pautam a execução da política social, não 
deixam de expressar sua filiação a determinados valores e 
concepções que direcionam decisivamente a organização do 
processo de trabalho. Numa análise mais acurada pode não haver 
uma real sinergia entre os objetivos profissionais e os 
institucionais com as proposições constitucionais, marcadas pela 
26 
 
lógica da cidadania, e nem com o projeto defendido pelo conjunto 
profissional, expresso no seu código de ética. São os 
antagonismos entre as demandas institucionais e as demandas 
dos usuários que levam os profissionais a estabelecerem tensão 
com o instituído através de seus processos de trabalho. Como 
consequência, a análise dos processos institucionais que 
caracterizam os diferentes espaços sócio-ocupacionais, constitui 
uma segunda ordem de mediações necessárias para a 
intervenção profissional. Apropriar-se dos processos institucionais 
em curso é condição fundamental para planejar e decidir sobre 
ações profissionais e movimentar-se no apertado campo da 
autonomia profissional. 
 
 É importante frisar que, de acordo com Iamamoto (2014), é crescente o 
número de estudos acerca dos processos de trabalho dos assistentes sociais, que 
realizam suas atividades profissionais de maneira diversificada, atendendo uma 
série de perfis de trabalhadores e estudam o mercado de trabalho para melhor 
atendê-los. 
 
2.3 Políticas Públicas Antidrogas 
 
Existem políticas públicas em várias áreas, destacando-se as antidrogas, 
valendo-se dizer que em função da importância do tema, no ano de 2002 foi 
criado o Conselho Nacional Antidrogas (CONAD) como forma de se criar uma 
política nacional sobre as drogas, tendo como parte integrante um órgão do 
governo denominado Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) que acompanham, 
entre outras atividades, as de recuperação e tratamento de dependentes químicos 
(OLIVEIRA, 2007). 
 Várias campanhas são colocadas em prática através do CONAD, como 
forma de apresentar esclarecimentos relacionados às drogas, incluindo-se o 
álcool, bem como criar programas voltados para assistências básicas que visam 
minimizar os danos aos usuários. 
 Conforme dispõe a SENAD (apud PETRY, 2005, p. 42): é importante que 
sejam estabelecidas algumas estratégias de Saúde Pública que tenham como 
objetivo principal “minimizar as adversas consequências do uso indevido de 
drogas, visando reduzir as situações de risco mais constantes desse uso, que 
27 
 
representem potencial prejuízo para o indivíduo, para determinado grupo social ou 
para a comunidade”. 
 Busca-se, portanto, a redução do dano causado pela dependência química, 
que na realidade, é a aplicação de estratégias de intervenção com aplicação de 
ações direcionadas aos dependentes químicos, assim como a sua família, 
pessoas próximas e a comunidade de modo geral. São promovidas atividades 
que visem reduzir a vulnerabilidade do consumo de drogas, contribuindo para a 
reinserção dos usuários no meio social, já que muitos deles se afastam do 
convívio social (PETRY, 2005). 
 Petry (2005, p. 46) ressalta que a redução do dano ocorre com mais 
eficácia quando o indivíduo encontra-se em tratamento e observa que houve um 
aprimoramento nos tratamentos para dependência química, porém, “a maioria 
deles continua tendo base na abstinência, fazendo com que aqueles que não 
querem ou não são capazes de deixar o uso acabem abandonando os serviços”. 
 Ainda com base nos estudos de Oliveira (2007), pode-se dizer que existe 
grande dificuldade na recuperação de dependentes químicos, revelando a 
necessidade cada vez maior de se promover reflexõesacerca dos modelos de 
assistência que existem atualmente. 
 Para Neves (2018) é importante compreender que as políticas públicas 
voltadas para álcool e outras drogas, têm passado por um longo processo de 
reformulação, sendo a principal responsável por essas mudanças, a Coordenação 
Geral de Saúde Mental, que busca também implementar e avaliar a rede de 
atenção psicossocial que atende dependentes químicos e outros usuários que 
sofrem algum tipo de transtorno psíquico em função do uso de substâncias como 
álcool e drogas. 
 Segundo Neves (2018, p. 13): 
 
Alguns marcos políticos institucionais foram importantes na 
constituição de uma política pública na área de álcool e outras 
drogas no Brasil a partir dos anos 2000. Ressalta-se que algumas 
mudanças vinham ocorrendo desde os anos 1990, onde iniciam-
se transformações na política nacional e que vêm se 
aprofundando até os dias de hoje, como a criação do SUS, a 
implementação dos programas de redução de danos e a 
28 
 
reestruturação dos serviços substitutivos em saúde mental, em 
oposição a um cenário anteriormente marcado pela prevalência 
das internações psiquiátricas e privatização da assistência. 
 
 Destaca-se ainda a Lei n. 10.216/2001 que tratou da proteção e dos 
direitos de pessoas que apresentam transtornos mentais, abrangendo neste 
contexto usuários de álcool e outras drogas, promovendo um processo de 
Reforma Psiquiátrica fundamental para a atualidade. 
 Conforme Rocha (2017) o problema da dependência de álcool e outras 
drogas apresenta características de uma pandemia, em função do elevado 
número de usuários em todo o mundo, inclusive no Brasil, motivando a 
elaboração de políticas públicas antidrogas que trazem em seu bojo diretrizes 
importantes para o trabalho de profissionais como os assistentes sociais, na 
orientação, informação, prevenção e intervenção junto aos usuários. 
 Somada à política pública antidrogas, o assistente social atua também a 
Política Nacional de Assistência Social, visando desenvolver vários programas e 
ações em conjunto com outros profissionais de diferentes áreas do conhecimento, 
para melhor atender os dependentes de álcool e drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
3 A EVASÃO DOS USUÁRIOS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL- 
AD 
 
3.1 Tratamento dos usuários no Centro de Atenção Psicossocial - AD 
 
 É fundamental que os usuários de álcool e outras drogas tenham acesso a 
um tratamento eficiente, para reverterem seu quadro físico e psíquico, que é 
alterado pelas substâncias consumidas, de modo a se livrarem de seus efeitos e 
voltarem a ter uma vida normal, sendo reintegrados na sociedade, sem 
estereótipos que o marginalizam e cria preconceitos ao seu redor. 
 Segundo Silva (2017, p. 9): 
 
[...] o tratamento para o uso de álcool e outras drogas conta 
atualmente com uma significativa diversidade, mas há um 
percentual importante no número de dependentes de substâncias 
psicoativas que ainda não se beneficiaram destes tratamentos. 
Atualmente no Brasil há diversos tipos de tratamentos para 
pessoas com problemas em decorrência do uso de álcool e outras 
drogas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre 
estes tratamentos destacamos os Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS). 
 
 
 O Centro de Atenção Psicossocial- AD oferece aos usuários de álcool e 
drogas, um serviço de caráter especializado que visa minimizar a dependência 
química e promover uma reintegração dos usuários na sociedade, de modo a 
promover um tratamento que controle os transtornos comportamentais motivados 
pelo consumo dessas substâncias e para isso, é preciso reduzir o consumo ou 
mesmo, promover a abstinência da substância (GOMES, 2017). 
 O tratamento aos usuários nos Centro de Atenção Psicossocial-AD é 
iniciado a partir do acolhimento, sendo realizado o diagnóstico, análise, 
determinação do tratamento adequado, encaminhamentos para diferentes 
profissionais da equipe, desenvolvimento de processos motivacionais para 
melhorar a autoestima etc. 
 Segundo Gomes (2017, p. 28): 
30 
 
O acolhimento é, essencialmente, realizado pela equipe técnica, a 
equipe de apoio tem como principal função auxiliar na atenção às 
crises e surtos. No serviço também há programas destinados à 
família, como: orientação familiar individual sob a 
responsabilidade do assistente social, trabalhos em sala de 
espera, e quando há necessidade, atendimento familiar individual. 
O serviço atende pessoas de todas as faixas etárias que 
apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de 
crack, álcool e outras drogas. Proporciona serviço de atenção 
contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo 
feridos de finais de semana, ofertando retaguarda clínica e 
acolhimento noturno. 
 
 É importante entender que através do acolhimento é possível criar um 
ambiente agradável e humanizado ao usuário, garantindo ao mesmo uma 
atenção, possibilitando que fale sobre seus conflitos, dúvidas e tudo que lhe 
motiva o consumo de álcool e drogas, para dessa forma, buscar meios de 
satisfazer suas necessidades emocionais e de saúde, para criar possibilidades do 
desejo e da continuidade do tratamento (SALLES E SILVA, 2017). 
Salles e Silva (2017) observam que um dos principais desafios 
identificados nos Centro de Atenção Psicossocial- AD é a adesão do usuário, o 
reconhecimento do mesmo da necessidade do tratamento, o que o torna 
complexo e muitas vezes, inacabado, pois muitos usuários o iniciam, mas não o 
concluem, sendo fundamental o papel dos profissionais que integram a equipe 
multidisciplinar da instituição, especialmente, os assistentes sociais, realizar um 
trabalho de estímulo à continuidade do tratamento. 
 Realizado o acolhimento do usuário, em seguida, é realizada a abordagem 
clínica da dependência química, sendo realizada uma análise individual, para que 
seja verificado o grau de dependência, o tipo de droga, os efeitos que causam em 
cada pessoa, especificamente, para que o usuário possa superar o problema. 
 Zoldan e Ribeiro (2017) explicam que após o acolhimento e uma atenção 
psicossocial, o usuário inicia um tratamento clínico, que tem como meta minimizar 
os dados físicos motivados pelo consumo de determinadas substâncias ao 
organismo, mas é tarefa dele aderir ao tratamento, aceitar as etapas que o 
envolvem, para que possa se recuperar, competindo à equipe multidisciplinar, 
várias tarefas, dentre as quais se destaca também um conhecimento mais 
31 
 
profundo do usuário, para realizar um tratamento eficiente, mantendo-o 
interessado na conclusão do mesmo, sem que ocorra sua descontinuidade. 
 Para Zoldan e Ribeiro, é preciso que sejam desenvolvidos programas que 
visem prevenção do problema, assim como, redução dos danos gerados pelo 
consumo de álcool e drogas, além de tratamentos eficazes que possibilitem a 
diminuição da mortalidade dos usuários em função do consumo de substâncias 
danosas ao organismo, como as químicas. 
 Prates e Wiese (2017) explica que após o acolhimento e o tratamento 
clínico, que tem por base inclusive recursos medicamentosos para inibir o desejo 
pelo consumo de álcool e drogas, é iniciado um terceiro momento, que volta-se 
para um projeto terapêutico pautado em reuniões entre os profissionais que 
compõem a equipe multidisciplinar, visando buscar melhores soluções para o tipo 
e grau de dependência de cada pessoa. 
 Ocorre, que o maior problema identificado nos Centro de Atenção 
Psicossocial-AD é a descontinuidade do tratamento, uma vez que os usuários 
evadem da instituição e reiniciam o consumo de álcool e drogas, retroagindo à 
fase original e demandando reiniciar todo o processo de tratamento. 
 
3.2 Evasão dos usuários no Centro de Atenção Psicossocial- AD 
 
 É objetivo de toda a equipe multidisciplinar que atua nos Centro de Atenção 
Psicossocial-AD estimular maior adesão do usuário no que se refere ao 
tratamento à dependência química, minimizando dessa forma,os elevados 
índices de evasão que tanto dificultam a solução do problema e reintegração do 
usuário, que é estigmatizado e marginalizado em função de sua dependência por 
substâncias como álcool e drogas (SALLES E SILVA, 2017). 
 Fernandes et. al. (2017, 132) realizam alguns estudos sobre o problema da 
evasão dos usuários atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial-AD e traz 
algumas conclusões relevantes ao explicar: 
As taxas de abandono de tratamento em serviço psiquiátrico 
variam de 30% a 60%, dependendo das características do serviço. 
32 
 
Em particular, os pacientes com abuso de álcool e outras drogas 
estão em maior risco de abandono de tratamento. O tempo de 
tratamento é um pré-requisito para o seu sucesso. Há uma 
correlação, portanto, entre a duração do tratamento e a ocorrência 
de resultados positivos das intervenções, ressaltando-se a 
importância da análise de fatores que possam estar relacionados 
à aderência ou à não aderência. Ao se realizar a identificação de 
características que influenciam a adesão aos programas 
terapêuticos, pode-se desenvolver estratégias especificamente 
dirigidas. 
 
 Os autores supracitados observam ainda que é preocupante os elevados 
índices de evasão ao tratamento do usuário de álcool e outras drogas, que no 
Brasil encontra-se em torno de 90,4%, ocorrendo, principalmente, no início do 
tratamento, valendo destacar que o atendimento oferecido ao usuário pode 
influenciar muito no aumento ou redução desses índices, cabendo aos 
profissionais atuarem de forma humanizada no acolhimento, oferecendo toda a 
informação necessária, não só ao usuário, mas também à sua família 
(FERNANDES ET. AL. 2017). 
 Fundamental se torna a adesão do usuário ao tratamento, o que é aspecto 
marcante e demanda atenção, valendo destacar as palavras de Moreira (2017, p. 
14) que dispõe: 
 
Sabe-se que a adesão depende da motivação do paciente para o 
tratamento. Sendo assim, há uma relação direta entre o que é 
proposto ao paciente, em termos de atendimento da equipe 
multidisciplinar do Centro de Atenção Psicossocial-AD (ad álcool e 
outras drogas), e o desempenho de sua adesão ao tratamento; há 
a necessidade do vínculo terapêutico com os profissionais da 
saúde, uma vez que a abrangência das múltiplas necessidades 
dos usuários de drogas a partir da proposta multidisciplinar, a 
motivação para o tratamento e a aliança terapêutica diminuem o 
índice de abandono ao tratamento. 
 
 
 Silva (2017) explica que são elevados os índices de usuários em processo 
de tratamento que evadem em função de recaídas que são justificadas por eles 
como responsabilidade de terceiros, a quem atribuem a culpa por seus atos, de 
maneira a camuflar a fragilidade existente entre esse usuário e a substância à 
qual ele cria dependência. 
33 
 
 Moreira (2017) explica que há várias maneiras de se aplicar o tratamento 
ao usuário de álcool e drogas, mas independentemente o modelo adotado, é 
preciso que ocorra um elo terapêutico entre usuário e profissionais, para 
promover estímulo à adesão e continuidade do tratamento, de forma a colaborar 
para a recuperação do mesmo e sua reintegração no ambiente social, sem 
estigmas e preconceitos. 
 Há de se destacar que existem poucos dados relacionados à evasão dos 
usuários em tratamento nos Centro de Atenção Psicossocial-AD, conforme 
explica Moreira (2017, p. 16): 
 
Os Centro de Atenção Psicossocial-AD, como parte integrante do 
Sistema Único de Saúde (SUS), tem o dever de prestar 
assistência integral às pessoas em sofrimento em decorrência do 
uso de álcool ou de outras drogas, como preconiza a Lei nº 
8.080/90 e a Portaria nº 3.088/11. Prestar assistência implica em 
oferecer recursos e possibilidades variadas para que essas 
pessoas sejam acolhidas em suas necessidades e que seja 
proporcionado o melhor atendimento possível, incluindo esforços 
para se evitar ao máximo o abandono ou a desistência do 
tratamento. Pouco se tem documentado a respeito das barreiras 
encontradas, bem como das motivações que levam as pessoas 
desistirem ou abandonarem o tratamento dos problemas 
relacionados ao uso de álcool e outras drogas nos dispositivos de 
atenção a essa população no âmbito do SUS, que são os Centro 
de Atenção Psicossocial-AD. 
 
 Considerando diferentes comunidades terapêuticas que atendem usuários 
com dependência ao álcool e outras drogas no país, Brasil (2017) explica que os 
Centros de Atenção Psicossocial- AD representam instrumentos de grande 
importância, por apresentarem equipamentos, um ambiente propício, recursos 
materiais e uma equipe multidisciplinar preparada para oferecer toda a atenção 
necessária ao usuário, mas, apesar de toda a estrutura física, material e humana, 
ainda são elevados os índices de evasão ao tratamento. 
 Brasil (2017) explica a dificuldade em obter dados mais precisos acerca da 
evasão de usuários em centros terapêuticos voltados para tratamento de usuários 
de álcool e outras drogas, ao esclarecer que cerca de 81,6% das instituições só 
registram a evasão do usuário após o contato do mesmo ou de sua família. 
34 
 
 É importante buscar meios de minimizar a evasão dos usuários do Centro 
de Atenção Psicossocial-AD e segundo Fernandes (2017) através das chamadas 
redes de atenção, é possível desenvolver tratamentos terapêuticos de grande 
valor, por meio de instituições como os Centros de Atenção Psicossocial-AD, por 
exemplo, que permitem a promoção de uma atenção global, conforme demanda o 
dependente de álcool e outras drogas e para tanto, são necessárias ações bem 
organizadas e estratégias devidamente planejadas para um atendimento de 
qualidade, que atenda às necessidades dos usuários e colabore para que 
alcancem a devida recuperação almejada. 
 Nota-se que frente ao elevado índice de evasão de usuários de álcool e 
outras drogas nos Centros de Atenção Psicossocial-AD, é preciso que algumas 
medidas sejam tomadas e ações sejam promovidas, com o objetivo de minimizar 
o problema e alcançar a redução dessas taxas, que são preocupantes e o 
assistente social exerce um papel fundamental neste processo, por se tratar de 
um profissional que tem habilidades e competências para realizar ações voltadas 
para este fim, tema que será tratado no próximo tópico. 
 
3.3 Ações do Assistente Social no Centro de Atenção Psicossocial-AD para 
minimizar a evasão dos usuários: 
 
 Como forma de minimizar a evasão dos usuários no Centro de Atenção 
Psicossocial-AD, Moreira (2017) propõe uma rede de apoio aos mesmos 
realizada por assistentes sociais, de modo a englobar várias relações 
significativas entre usuário, equipe e o próprio tratamento, para dessa forma 
estimular maior confiança e segurança do mesmo para que construa laços 
afetivos, reflita sobre valores e cria um vínculo com as pessoas para troca de 
experiências e convívio social. 
 Moreira (2017) explica que usuários de álcool e drogas são muito 
suscetíveis de evadir do tratamento, especialmente os mais jovens e por isso, é 
preciso promover uma rede social de apoio para oferecer todo o suporte 
necessário para a permanência desse usuário no Centro de Atenção 
35 
 
Psicossocial-AD, sendo fundamental o acolhimento, atendimento humanizado e 
intervenções que abrangem a família como meio de estimula-lo a concluir todas 
as etapas do tratamento, o que não é tarefa fácil e demanda o trabalho integrado 
de profissionais, em especial, do Serviço Social. 
Em função da importância da rede de apoio aos usuários de álcool e outras 
drogas, ocorreu sua ampliação, inclusive no que se refere ao âmbito psicossocial, 
conforme esclarece Patriota (2011, p. 3-4): 
 
A ampliação da rede de atenção psicossocial no país vem 
proporcionando ampla presença dos assistentes sociais nos 
serviços substitutivos, alguns profissionais, inclusive, coordenando 
Centro de Atenção Psicossocial-AD. O assistente social é um dos 
profissionais que pode fazer parte da equipe multiprofissionaldos 
Centros de Atenção Psicossocial, conforme Portaria 336, de 19 de 
fevereiro de 2002 [...]. Suas ações nesses espaços devem 
contribuir para superação da estigmatização da loucura e garantir 
um atendimento digno e humanizado. 
 
 É relevante esclarecer que nos Centro de Atenção Psicossocial-AD, há um 
trabalho integrado com os assistentes sociais, que buscam realizar um elo entre 
os assistidos, a família e a sociedade, com o objetivo de auxiliá-los na superação 
dos estigmas e em sua reintegração social. 
 Vale ressaltar que o assistente social desenvolve uma série de ações em 
sua prática profissional e, em se tratando do enfrentamento da dependência 
química de álcool e outras drogas, exerce um trabalho muito complexo, pois 
essas pessoas encontram-se fragilizadas, algumas agressivas, com familiares 
enfrentando inúmeros problemas em face dos resultados de sua dependência, 
além, é claro, da sociedade que estigmatiza e passa a criar um preconceito não 
só com esse indivíduo, como também com sua família (ZOLDAN E RIBEIRO, 
2017). 
Os assistentes sociais exercem um papel fundamental nos Centro de 
Atenção Psicossocial-AD, sendo comum a identificação majoritária desses 
profissionais, que segundo Gráfico 1, em uma distribuição frequente das 
instituições, encontram-se em segundo lugar em quantidade que atua junto aos 
dependentes de álcool e outras drogas, como é possível verificar por meio do 
36 
 
gráfico supracitado. 
 
 
 
Gráfico 1 – Média de trabalhadores por 100 vagas, segundo vínculo, para 
ocupações selecionadas 
 
Fonte: Brasil (2017, p. 28). 
 
 Nota-se a prevalência dos assistentes sociais nas instituições que atendem 
dependentes de álcool e outras drogas, o que revela a relevância desses 
profissionais, que realizam um trabalho de acolhimento, orientação, além de ser 
parte ativa na reintegração desses usuários na sociedade, oferecendo apoio tanto 
aos assistidos, quanto aos seus familiares. 
 Inúmeros programas e projetos são desenvolvidos pelo assistente social, 
visando minimizar os problemas trazidos pela dependência química dos 
assistidos, com ênfase ao alcoolismo, além de sua reintegração social, 
melhorando sua autoestima e buscando leva-los a se sentirem importantes e 
37 
 
úteis, sendo fundamental que os assistentes sociais pautem suas ações em três 
aspectos fundamentais: ressocialização, reintegração e inserção social do usuário 
(BARBOSA, 2006). 
 Barbosa (2006) explica que o assistente social busca resocializar o usuário 
em processo de tratamento e para isso, precisa orientar a família e a comunidade 
da pessoa, para recebe-lo e apoia-lo. Precisa promover ações também de 
reintegração social, que significa verificar se o dependente químico de álcool está 
preparado para retornar ao convívio social, demonstrando à família e à sociedade 
que ele tem condições de manter atitudes harmônicas, vivendo bem no ambiente 
social. A inserção social refere-se ao retorno do dependente de álcool ao convívio 
social, sendo inserido em atividades cotidianas em vários ambientes como 
escolar, profissional, cultural etc. 
Petry (2005, p. 14) elenca as principais ações que competem ao assistente 
social no atendimento dos dependentes químicos: 

• Promover o resgate da autoestima dos indivíduos, bem como a 
valorização da vida; 
• desenvolvimento de uma compreensão acerca das 
consequências do consumo abusivo de drogas – conceituação e o 
poder destrutivo das substâncias psicoativas; 
• incentivo aos pacientes no que concerne à estabelecimentos de 
metas para o futuro; 
• realização de grupos de trabalho, que possam auxiliar a busca 
pela melhoria da qualidade de vida; 
• promoção de ações socioeducativas, destinadas aos pacientes e 
a seus familiares; 
• incentivo aos pacientes e familiares para ingressarem nos 
grupos de mútua-ajuda como os Alcoólicos Anônimos (AA) [...] 
para manutenção do tratamento pós-alta. 
 
 Como se percebe são muitas as ações que são realizadas pelos 
assistentes sociais para auxiliar o dependente de álcool e outras drogas atendidos 
pelo Centro de Atenção Psicossocial-AD, como forma de leva-lo à reestabelecer 
sua vida, se resocializando, reintegrando e sendo inserindo na sociedade 
novamente. 
 Outra questão importante que deve versar no trabalho do Assistente Social 
são ações voltadas para a prevenção, através de orientações aos indivíduos e 
suas famílias, evitando-se que uma situação inicial de consumo, se torne 
38 
 
excessiva e gere o alcoolismo. 
 Para Kawall (2003 apud PETRY, 2005): 
 
O Serviço Social faz parte da base do processo de recuperação 
do dependente químico, tendo em vista que é o Assistente Social 
o responsável por grande parte dos trabalhos desenvolvidos com 
os pacientes e seus familiares, envolvendo não só o tratamento 
durante a internação, mas também os projetos de prevenção, 
recuperação e manutenção da abstinência. 
 
 
 O Assistente Social exerce um papel de grande importância na 
recuperação do dependente de álcool e outras drogas, desenvolvendo vários 
trabalhos com os usuários e seus familiares, tornando-se essencial para o 
processo de prevenção, recuperação e manutenção da abstinência dessa pessoa, 
minimizando assim, o problema da evasão do usuário ao tratamento de sua 
dependência. 
 Fernandes et. al. (2017) realizaram pesquisas junto a usuários de um 
Centro de Atenção Psicossocial-AD e concluíram que houve uma redução 
significativa na evasão de usuários que foram atendidos e conversaram no 
mínimo uma vez com a assistente social que atua na instituição, o que revela a 
importância deste profissional na redução da evasão do usuário, cabendo a ele 
realizar ações voltadas para o atendimento e motivação dos assistidos para que 
permaneçam o tratamento até o seu término. 
 
 
 
 
 
39 
 
CONCLUSÕES 
 
Conforme foi possível observar através da exposição de vários estudos 
publicados na literatura brasileira, a dependência química é um problema que 
demanda atenção especial devido ao elevado número de pessoas que acomete, 
tornando-se, nos últimos anos, um problema considerado de saúde pública e 
chamando a atenção do governo que busca alternativas para controlar seus 
efeitos que são encontrados em qualquer esfera da sociedade moderna. 
 Trata-se de uma necessidade, seja fisiológica ou psíquica, de se utilizar 
substâncias com certa frequência, com destaque ao álcool, que é uma substância 
lícita e muito consumida no Brasil, além de outras drogas, que podem afetar, 
consideravelmente, o convívio social, podendo-se chegar até mesmo a um quadro 
de exclusão. 
 O alcoolismo gera grande preocupação por parte da sociedade podendo 
causar sérios danos à saúde e até mesmo a morte dos dependentes, quando 
consumido em excesso, mas a preocupação maior não gira ao redor do simples 
consumo do álcool e outras drogas, mas sim, do seu abuso, o que torna mais fácil 
um quadro de dependência química entre os usuários, surgindo a necessidade de 
assistência de um conjunto de profissionais, com destaque ao assistente social. 
 O assistente social pauta suas ações na ressocialização, reintegração e 
inserção social do alcoólatra e dependente de outras drogas, que são três 
objetivos muito importantes a serem alcançados para que ele volte a ter uma vida 
normal, dentro do ambiente social. 
 Uma equipe multidisciplinar, como foi possível observar ao longo do 
estudo, atua nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) visando oferecer 
atendimento especializado ao usuário de álcool e outras drogas, destacando-se o 
assistente social, como profissional de suma importância neste contexto, pois ele 
pode investigar, analisar as situações e oferecer todo o suporte necessário não 
apenas para o usuário, mas também para toda a sua família. 
 É certo que o assistente social precisa realizar um trabalho integrado com 
outros profissionais para melhor atender ao dependente químico, pautando suas 
40 
 
ações tambémnas políticas públicas voltadas para sua área de atuação, com 
destaque às orientações aos dependentes de álcool e outras drogas, assim como 
sua família, para prevenir novas situações e reestabelecer um harmônico convívio 
do mesmo na sociedade. 
 Conclui-se finalmente, que há várias ações desenvolvidas pelos 
assistentes sociais no Centro de Atenção Psicossocial - AD, visando reduzir as 
taxas de evasão dos usuários, dentre as principais delas destaca-se o processo 
de ressocialização dos mesmos ao ambiente social, com a devida orientação ao 
usuário e à sua família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
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Eu, MARCOS ODALMIR DE OLIVEIRA, matricula nº 201402516037,