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A evolução do estado ➔ O Estado na Antiguidade: ● Na Antiguidade, podem ser destacados os seguintes tipos de Estado: teocrático, grego e romano; ● O Estado teocrático, também chamado de Estado Antigo ou Estado Oriental, é caracterizado pela natureza unitária e pela intensa religiosidade do regime político. Nesse Estado, vigorava a noção de unidade geral do poder político. Assim, o Estado não sofria divisões, nem territoriais, nem funcionais. Além disso, o papel da religião nesse tipo de Estado justificava não apenas o sistema jurídico como também a legitimidade do poder estatal, que era uma decorrência do poder divino; ● O Estado grego, ou Estado helênico, era, na realidade, fragmentado. Isso porque não havia uma unidade entre os povos helênicos, mas uma pluralidade de 46 A evolução do Estado cidades com características comuns. As duas mais célebres, Atenas e Esparta, apresentavam esses caracteres e revelavam que o povo grego considerava que a cidade (ou cidade-Estado, ou pólis) deveria ser autossuficiente; ● O Estado romano, por sua vez, também foi caracterizado pelo modelo de cidades-Estado. Roma passou por várias formas de governo, com diferentes modos de administração da Justiça e distintos meios de participação política ao longo da sua história. ➔ O Estado na Idade Média: ● Cristianismo — é a base ideológica para reconhecer a presença de valores universais. O pensamento cristão traz uma nova moralidade para a vida em sociedade e, além disso, promove uma unidade política baseada na crença religiosa. Nesse sentido: “Motivos religiosos e pragmáticos levaram à conclusão de que todos os cristãos deveriam ser integrados numa só sociedade política. E, como havia a aspiração a que toda a Humanidade se tornasse cristã, era inevitável que se chegasse à ideia do Estado universal, que incluísse todos os homens, guiados pelos mesmos princípios e adotando as mesmas normas de comportamento público e particular”. ● Invasão dos bárbaros — é o elemento político e cultural que revela a proliferação de situações de instabilidade política, com o rompimento da ordem anterior e o natural surgimento de variados povos independentes. Além disso, as invasões bárbaras no antigo Império Romano provocaram uma verdadeira miscigenação cultural, com a transformação dos padrões tradicionais e o rompimento da burocracia anterior. ● Feudalismo — é o elemento econômico que influenciou sobremaneira o modo de funcionamento da sociedade e da autoridade na época. A organização feudal era caracterizada pela presença de um suserano (detentor de terras e de poder militar apto a proteger a região) e de um vassalo (sujeito que recebia a possibilidade de cultivar a terra para o seu sustento e deveria entregar uma parcela da produção, além apresentar o seu apoio em tempo de guerra. ➔ O Estado Moderno: ● As fraquezas da sociedade política medieval ocasionaram o inevitável avanço para uma nova organização política. Surgia, enfim, o Estado moderno; ● A ausência de uma autoridade sólida ocasionava constantes embates pela conquista de terras: o estado de guerra era frequente e a história revela o quão sangrenta foi a Idade Média na Europa continental; ● A necessidade de um poder soberano e adequadamente definido em uma área geográfica foi consequência natural das incertezas da Idade Média. Por essa razão, tributamos à Paz de Westfália a criação do Estado moderno. Trata-se de uma série de tratados de paz firmados em território europeu para colocar fim à Guerra dos 30 anos, nos quais se estabelece o respeito à supremacia, em espaços definidos, dos soberanos da época.; ● Teoria da descontinuidade — segundo essa corrente de pensamento, o Estado moderno representou uma verdadeira ruptura com a sociedade política medieval por meio de um processo de inevitável concentração do poder de comando sobre determinado território mais vasto e da monopolização de alguns serviços essenciais para a ordem interna. Assim, seriam elementos constitutivos do Estado moderno “a presença de um aparato administrativo com a função de prover a prestação de serviços públicos e o monopólio legítimo da força” ; ● Teoria da continuidade — segundo essa linha de entendimento, o Estado moderno é, na realidade, um produto da evolução das instituições medievais. Por essa razão, muitos elementos presentes no pensamento moderno (como a noção de soberania e de povo) já eram tratados pelos pensadores gregos e romanos; ● Como poder político soberano — é nesse momento histórico que se reconhece a autonomia de cada sociedade política organizada na forma estatal. Em outros termos, significa que o Estado moderno é caracterizado como poder político com autoridade plena, que não se submete a outras no plano interno e que é independente no plano externo. A noção de soberania, portanto, é o primeiro passo para identificar a chegada do Estado Moderno; ● Como poder instituído — ocorre também uma dissociação entre a autoridade e o indivíduo. Se antes havia uma plena identidade entre a pessoa do governante e o seu poder sobre os súditos, a partir do Estado moderno, o poder é despersonalizado e ganha um titular artificial, chamado de Estado. Assim, o Estado se torna uma instituição. Por essa razão, o Estado moderno deixa de ser patrimonial; ● Como poder público — outro ponto relevante diz respeito à distinção entre sociedade civil e sociedade política. Com o Estado moderno, é feita a diferenciação entre esfera pública e esfera privada. Essa mudança surge justamente em razão do ocaso do modelo econômico feudal, assim [...] o novo modo de produção em gestação (capitalismo) demandava um conjunto de normas impessoais/gerais que desse segurança e garantias aos súditos (burguesia em ascensão), para que estes pudessem comercializar e produzir riquezas (e delas desfrutar) com segurança e com regras determinadas. Surge, assim, um aparato burocrático destinado à organização dos novos meios de produção e da garantia da estabilidade econômica: o Estado se torna uma organização diferente da sociedade civil.
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