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Psicopatologia

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Psicopatologia
Estudo sistemático das diferentes formas de paixão, excesso, desejo, sofrimento e passividade (páthos) da alma humana. Investiga o páthos inerente a vida humana. 
Páthos para os gregos é paixão, excesso, desvio, sofrimento e passividade acontecendo ao mesmo tempo e inerentes ao ser humano.
Páthos e loucura: O páthos é o responsável pela subjetividade humana, é o exagero, a paixão e o sofrimento, e o excesso disso pode passar a ser considerado como loucura a depender do contexto sociocultural, o páthos pode determinar a loucura.
Loucura
– Característica humana, categoria individual e de exclusão, forjado a partir da ideia daquilo que a pessoa não é. Ela é plural (há diversas formas para que alguém seja considerado louco) e contextual (envolve aspectos culturais).
– Biologia e psicologia se ramificam para compreender o comportamento humano.
– A sociedade é o modo como o coletivo articula para manter a própria existência, a sociedade cria leis, essa lei fica invisível até que o sujeito cometa um ato vá de encontro a esta, então ele será capturado. 
– A maior produção da cultura foi a religião. A cultura determina regras de conduta, essas regras são constantemente lembradas pelo individuo, e se ele for de encontro a ela poderá ser excluído. 
– A loucura vem dessa diferenciação entre leis e regras. Ir contra as leis do direito e os parâmetros de conduta da medicina e da religião pode ser enquadrado como louco. 
– Teoria dos humores 
– Contexto histórico:
· Nos novos moldes o louco já não é mais tão evidenciado.
· Antiguidade; Idade média; Renascimento; Modernidade.
– A loucura e as épocas do ocidente:
· Descartes e o racionalismo/inatismo 
· O empirismo
– Kant – a concepção é sujeito do conhecimento sem o conhecimento total da verdade, e a ética é base para a concepção de sujeito. Ele tem 2 encaminhamentos, critica a verdade absoluta para o conhecimento e a razão pratica 
– Hegel critica esse modelo kantiano pois o considera ambíguo e ele não explica bem a junção do sujeito do conhecimento e do sujeito ético. Para Hegel o ser humano é um ser histórico, a história é o processo vivo, dinâmico das relações humanas ao longo do tempo. 
– Hegel considera 3 fatores para se tornar humano: família (pessoas mais próximas q cuidam da criança e ajudam a moldar seus valores e visão de mundo), linguagem (valor pragmático e simbólico) e trabalho (transformar algo natural em algo humano).
– O mundo humano é tudo que tem o toque humano, o natural é a natureza em seu curso
– Iluminismo – para os iluministas não nascemos humanos, precisamos aprender através da família e do mundo, da educação em seu sentido amplo e a educação é função do estado, quanto mais igualitária a educação, mais liberdade, igualdade e fraternidade. 
– Para o romantismo não há diferença entre mundo natural e humano, o que ressoa emocionalmente tem mais peso que suas ações, visão de mundo mística. 
Philippe Pinel (1745-1826) 
– A psiquiatria nasce oficialmente com Pinel, sua obra inaugura a psiquiatria, mesmo que hoje não tenha mais validade, surge como base. Em sua época trabalhando como médico chefe no hospital de Bicêtre, Pinel solicitou autorização à Assembleia Nacional para retirar as correntes dos pacientes, tratamento usual para os doentes mentais.
– Foi o principal percursor do processo de mudança que possibilitou o surgimento do alienismo na sociedade moderna. Ele integrou os conhecimentos mais recentes que constituem o conhecimento psiquiátrico, observando e analisando sistematicamente os fenômenos perceptíveis das doenças.
– Observou a influência da hereditariedade na evolução do distúrbio mental da mesma forma que apontou as causas morais como as mais prováveis para a alienação. Apesar da ênfase dada à questão de a hereditariedade ter variado, na segunda metade do século XIX passou a ser apontada como um fator-chave no desenvolvimento das perturbações mentais.
– Pinel considerava a alienação mental como qualquer outra doença orgânica, por concebê-la como um distúrbio das funções intelectuais (funções superiores do sistema nervoso) sem a constatação de inflamação ou lesão estrutural.
– O alienista identificou três causas para a explicação da loucura: as causas físicas que se ligavam às fisiológicas; as causas ligadas à hereditariedade e as causas morais (paixões intensas, excessos de todos os tipos, irregularidades dos costumes e hábitos da vida).
– Pinel defendia a cura da loucura por meio do chamado "tratamento moral"¹, que consistia em uma ampla pedagogia normalizadora com horários e rotina rigidamente estabelecidos, medicamentos receitados somente pelo médico e atividades de trabalho e lazer. O tratamento moral era praticado pelos alienistas e incluía o afastamento dos doentes do contato com todas as influências da vida social nas instituições psiquiátricas, aqueles considerados loucos eram submetidos as normas e disciplinas rigorosas.
– As reformas de Pinel fomentaram uma nova tradição para a investigação e prática psiquiátricas, marcada pela articulação entre o saber e a técnica. No contexto utópico da virada do século, cujos ecos ressoavam nas Revoluções Francesa e Industrial, ele propunha aderir ao ideário revolucionário, utilizando os preceitos de "liberdade" no hospício, "igualdade" entre sãos e doentes (já que a doença passa a uma questão quantitativa e não mais qualitativa em sua natureza) e fraternidade, como filantropia e esclarecimento.
– Pinel introduziu a concepção da loucura como consequência das paixões exacerbadas, e o louco como vítima de uma desorganização das funções mentais superiores do sistema nervoso central, ou seja, das funções intelectuais, pressuposto que deu nova direção à psiquiatria do final do século XVIII e início do século XIX
Jean-Étienne Esquirol (1772-1840) 
– Sua vida profissional é destacada pelo empenho em construir e organizar muitos asilos. Foi um difusor do modelo asilar, ele funda o primeiro curso de formação dos cuidadores dos alienados mentais, ele deu uma estrutura para que a obra de pinel pudesse se expandir. 
– Na categorização dessas doenças mentais ele separa dois grupos: dementes e amentes. Os dementes são aqueles que tem perturbações mentais, os ditos loucos. Os amentes são aqueles com dificuldades de aprendizagem, limitações cognitivas, eles têm déficits nas funções cognitivas por diversas razões, tratar deles é função da educação e não da psiquiatria. A diferença é que os dementes possuem uma perturbação enquanto os amentes possuem uma limitação. Por dar a educação o papel de responsável por lidar com os amentes, ele é conhecido como o pai da psicopedagogia.
– Esquirol e seus alunos tiveram um papel fundamental no estabelecimento do sistema institucional e da legislação do campo psiquiátrico, sobretudo com a aprovação de uma lei de 1838, que regulava a assistência aos doentes mentais. Com a aprovação dessa lei o louco passa a ser de novo objeto jurídico, essa justiça com relação aos alienados mentais foi responsável pelo avanço da humanização da loucura.
– A partir desta lei, passaram a ser previstos dois tipos de internação: a voluntária (solicitada em grande parte pelas famílias) e a compulsória (praticada pelo Estado ou pela justiça e tentava conter os loucos mais "agitados" ou indigentes espalhados pelas ruas das cidades). Na verdade, a lei traduziu a subordinação das instituições política, judiciária e familiar à tutela médica e foi bem recebida, elogiada e copiada por vários países. A partir de 1860, no entanto, começou a receber críticas principalmente em relação às internações arbitrárias. 
– Era discípulo de Pinel e conhecido pela dedicação em continuar a obra do mestre. Para Esquirol a loucura era definida pelo delírio e a lesão incidia sobre a vontade. Esquirol continuou praticando o tratamento moral iniciado por Pinel. Esse método se baseia em pressupostos teóricos sobre a loucura, teorias essas que não são mais puramente orgânicas, mas passam a tratar o aspecto psicológico como base para a determinação da doença. Com isso, a experiência do pacienteganhou novo valor como dados a serem observados e considerados no conhecimento da função mental. A compreensão dessas funções mentais não é mais fornecida pelo conceito geral de sistema de explicação causal, agora o adoecer faz parte da experiência sensorial.
– Esquirol representou um avanço expressivo no plano teórico ao propor nova sistematização nosográfica (categoria de doenças), a partir de uma análise fina e de uma diferenciação mais detalhada das síndromes psicopatológicas. Ademais, a abordagem de Esquirol não se limitava ao tratamento clínico pontual de sintomas, suas causas biopsíquicas e seu progresso no tratamento. Após a Revolução Francesa, em uma época de tremendas mudanças sociais, assim como no passado recente, uma de suas contribuições mais interessantes foi considerar as barreiras sociais como causa de doenças mentais.
Emil Kraepelin (1856-1926) 
– Era tudo demência precoce, mas ele começou a fazer estudos genealógicos e percebeu que a probabilidade era variada e o padrão era que nos quadros como menos variação de humor a base genética é maior.
Uso do álcool produz uma alteração para melancolia, da coca euforia 
– Há o consenso de que uma de suas contribuições foi o uso que fez do conceito de "prognóstico" como um critério metodológico, para ele "a teoria era apenas a serviçal da práxis" (Avenarius, 1979, p. 63). 
– Por volta de 1886, a questão central para Kraepelin era encontrar sinais "essenciais" de doença sobre os quais basear tanto o diagnóstico quanto a classificação. Ele começou um "Programa de pesquisa" (a frase é de Kraepelin) (Kraepelin, 1897) cujo objetivo era seguir uma coorte de pacientes e analisar estatisticamente os resultados. O programa começou em 1891 e levou a uma coleção sistemática de todos os casos, evitando assim o viés de incluir apenas os casos "interessantes" (Kraepelin, 1919; Grayson, 1987). 
– Os primeiros resultados de seu programa de pesquisa permitiram a Kraepelin moldar dois conceitos clínicos: "processo degenerativo psicológico" e "demência precoce”. Estes termos, introduzidos na quarta edição (1893) do Lehrbuch, foram definidos assim: A característica comum dessas doenças que agrupei sob o nome de processos de degeneração psicológica é o rápido desenvolvimento de um estado duradouro de fraqueza psicológica... (p. 435). O que chamamos de demência precoce é o desenvolvimento subagudo de uma condição peculiar e simples de fraqueza mental que ocorre em uma idade juvenil. (Kraepelin, 1893, p. 435)
– Ressaltou a importância de fazer diagnósticos "válidos", e depois de fazer retoricamente a "pergunta Dorpat" (isto é, como diferenciar os sintomas essenciais dos acidentais), ele afirmou que o único critério externo disponível para classificação dos sintomas tinha de ser o curso da doença. A observação longitudinal estrita e a apuração do estado terminal permitem ao clínico diferenciar entre os sintomas essenciais e os acidentais (Kraepelin, 1897).
– Ao tentar acabar com os enviesamentos sistemáticos, Kraepelin também deu um novo significado à noção de confiabilidade e tornou possível o desenvolvimento das bases de dados clínicos. Tanto assim, que os próprios grupos de pacientes que ele ajudou a constituir iriam fornecer os meios para encontrar evidência empírica contra os seus próprios pontos de vista teóricos. Isto é precisamente o que aconteceu no caso de Lange que, utilizando o banco de dados de Kraepelin, foi capaz de desafiar o prognóstico negativo e positivo que ele havia ligado à demência precoce e à insanidade maníaco-depressiva, respectivamente (Vaillant, 1964).
– O conceito de psicose só poderia se cristalizar na confluência de quatro grandes dicotomias: psicoses-neuroses, unitário-múltiplo, orgânico-funcional e exógeno--endógeno (Berrios, 1987b). O trabalho de Kraepelin tinha algo a dizer sobre cada uma delas. Sua mente categórica tinha uma inclinação verdadeiramente kantiana (Dorner, 1969) que ele provavelmente herdara de Wundt (Klein, 1970; Mischel, 1970; Leary, 1978). Portanto, ele foi capaz de estabelecer uma estrutura de classificação de longo prazo para a nosologia psiquiátrica e fortalecê-la empiricamente.
Eugen Bleuler (1857-1939)
– Seu método consistia na aplicação dos testes de associação desenvolvidos por Jung, em pacientes com diagnóstico de demência precoce, de modo a evidenciar os elementos primários à base da psicopatologia daquelas psicoses. 
– A noção bleuleriana de “esquizofrenia” buscaria, justamente, colocar em relevo aquele que seria o fenômeno nuclear desses estados mentais, a ruptura, a cisão do eu, em função do rompimento dos vínculos associativos que assegurariam um funcionamento unitário da personalidade.
– Bleuler distingue os "sintomas primários" relacionados à etiologia dos "sintomas fundamentais" relacionados ao diagnóstico. Os sintomas primários são aqueles a partir dos quais a enfermidade se instala. Já os sintomas secundários, representam tentativas por vezes desesperadas de se fazer frente a um estado psíquico desesperador de ruptura da unidade do eu: “Por uma parte, o relaxamento das associações tem por resultado a abertura de vias errôneas de pensamento, que se apartam da experiência; e por outra, o paciente se vê obrigado a operar com fragmentos de ideias”. 
– Eugen Bleuler cunhou o termo esquizofrenia pela primeira vez em abril de 1908. Dados seus estudos profundos sobre o tema, chegou à conclusão de que as pessoas afetadas pela doença sofriam uma divisão em seu processo de pensamento. Por isso, apoiando-se na língua grega, o nome esquizofrenia nasceu de esquizo (divisão) e frenia (mente).
– Vale destacar o conceito de esterilização eugênica. Este é um método de esterilização de pacientes com esquizofrenia para prevenir a herança de seus descendentes. Atualmente, sabemos que a esquizofrenia não é uma doença que possa ser considerada hereditária.

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