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Saúde e Segurança no Trabalho Prof. Marcus Vinicius Warlet da Silva 2 SUMÁRIO BLOCO 1: PRINCÍPIOS GERAIS DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO.................. 3 BLOCO 2: APRESENTAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS ‒ NRS.................. 15 BLOCO 3: RESPONSABILIDADES SOBRE A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES................................................................................................ 26 BLOCO 4: INSTRUMENTOS DE ANÁLISE E PROTEÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS........ 37 BLOCO 5: POLÍTICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO................................. 48 BLOCO 6: DEPARTAMENTOS E FUNÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO....................................................................................... 59 3 BLOCO 1: PRINCÍPIOS GERAIS DA SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO Introdução Olá, aluno! Consideremos uma organização como objeto de estudo de segurança, visto que esta é um sistema. Como tal, é parte de um sistema maior no qual se insere. A organização também está inserida no meio ambiente. Este deve ser considerado em todos os seus elementos: ar, águas, solo, fauna, flora e meio antrópico. Portanto, o objeto de estudo não deve ser apenas a organização, mas também o sistema maior, o meio ambiente e suas relações com a organização. A organização é também um sistema vivo. Como tal, nasce, desenvolve-se e tem por objetivo perpetuar-se. Portanto, deve ser estudada não só no espaço, mas também no tempo. Os sistemas vivos se organizam numa ordem estratificada em que cada subsistema é um todo em relação a suas partes e uma parte em relação a todos maiores. Assim, as células formam tecidos, estes formam órgãos, que formam aparelhos e sistemas maiores. Estes se combinam para formar o homem e a mulher, que formam famílias, tribos, sociedades e nações. Cada subsistema é, simultaneamente, um todo e uma parte, e tem duas tendências opostas, mas complementares: a autoafirmativa, que preserva a autonomia individual, a fim de manter a ordem estratificada do sistema, e a integrativa, submetendo-se às exigências do todo a fim de tornar o sistema viável. Num sistema saudável, há equilíbrio dinâmico entre as duas tendências, o que torna o sistema flexível e apto a mudanças. Portanto, a sobrevivência da organização depende de sua habilidade em equilibrar autoafirmação e a integração nas relações com o sistema maior e com o meio ambiente. A organização é fonte de agentes impactantes que causam efeitos no meio ambiente. Os efeitos resultam tanto da entrada de insumos como da saída de produtos. Insumo é tudo que entra: pessoas, matéria-prima, energia, água. Produto é tudo que sai: pessoas, serviços, bens, energia, reputação, efluentes líquidos, gasosos e sólidos. Alguns produtos são benéficos e outros são nocivos. Os efeitos nocivos decorrem do lançamento de produtos estranhos no ambiente, transformações indesejáveis e degradação de insumos. Exemplos: captar água e lançar efluentes contaminados, receber pessoas sadias e devolver doentes (GARCIA, 2009). 4 Podemos entender a Segurança do Trabalho por conjuntos de medidas a serem adotadas buscando minimizar ou neutralizar riscos que possam provocar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais, e ainda proteger a integridade física e a capacidade laboral do trabalhador (AMORIM JUNIOR, 2013). Para que tais metas sejam alcançadas, é necessário que diversas áreas da Engenharia e da Medicina se unam em um esforço compartilhado. Assim, a Segurança do Trabalho se alia a outras disciplinas como Introdução à própria Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Comunicação e Treinamento, Gerenciamento, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas / Equipamentos / Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Administração à Engenharia de Segurança, além do Ambiente e as Doenças do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação Trabalhista, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Cuidados com o Meio Ambiente, Ergonomia e Proteção contra Incêndios e Explosões (AMORIM JUNIOR, 2013). Podemos, de forma desavisada, entender que algumas atividades do trabalho pareçam ter baixo risco ou ser até inofensivas, mas todos os processos de fabricação, serviços ou comércio requerem cuidados com a segurança dos trabalhadores através do desenvolvimento e aplicação de programas de saúde e segurança por uma equipe multidisciplinar composta por Técnicos de Segurança do Trabalho, Engenheiros de Segurança do Trabalho, Médicos do Trabalho e Enfermeiros do Trabalho, além do apoio dos próprios trabalhadores. Esses profissionais compõem o que chamamos de SESMT ‒ Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Como dissemos, também os empregados da empresa contribuem para a promoção e fiscalização da saúde e do bem-estar do trabalhador na constituição da CIPA ‒ Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (MATTOS, 2011). A CIPA é composta por representantes do empregador e também dos empregados da Organização, identificando o trabalho com a preservação da vida e com os cuidados da saúde do trabalhador (MTE, 2011). Trataremos dos assuntos SESMT e CIPA de forma mais precisa nos blocos posteriores. A responsabilidade pela segurança do trabalho é tripartite, ou seja, de três “atores”, o Poder Público (Estado), empregador (Organização) e os empregados (Pessoas que Trabalham). Assim, o poder público deve responsabilizar-se pela criação e fiscalização 5 das leis e normas que tratam do assunto Saúde e Segurança no Trabalho; já ao empregador cabe fazer cumprir essa legislação, estando vulnerável a punições em caso de desrespeito às exigências legais; por fim, cabe ao trabalhador o cumprimento das exigências de saúde e segurança nos ambientes de trabalho, obedecendo às normas e leis específicas, e contribuindo para a manutenção das condições de trabalho adequadas (COLETA, 1999). Ao avaliarmos o histórico das atividades laborativas, verificamos que elas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e pelo seu instinto de se agrupar, no decorrer da história, o homem conseguiu avanços tecnológicos que facilitaram e até possibilitaram sua existência no planeta, desde atividades predatórias como a caça, depois a agricultura, o pastoreio, o artesanato e até atingir a era industrial. Apesar de o trabalho ter surgido com o primeiro homem, as relações entre trabalho e doenças profissionais, bem como entre trabalho e acidentes, só começaram a ser estudadas há cerca de 300 anos, e tratavam apenas de observações individuais que não formavam um todo comum (AMORIM JUNIOR, 2013). Há informações de que Aristóteles, que viveu entre 384 e 322 a. C., estudou as enfermidades de trabalhadores em minas e formas de evitá-las, e Hipócrates (460 a 375 a. C), considerado pai da Medicina, quatro séculos antes de Cristo, estudou a origem das doenças das quais eram vítimas os trabalhadores que exerciam suas atividades em minas de estanho (HISTÓRICO, SST). O principal divisor de águas no estudo da Segurança do Trabalho ocorreu em 1700, na Europa (Itália), com a publicação da obra De Morbis Artificium Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores), de autoria do médico Bernardino Ramazzini, que viveu entre os anos de 1633 e 1714, sendo considerado o “Pai da Medicina do Trabalho” (HISTÓRICO, SST). A partir de 1760, com a invenção da máquina a vapor, surge na Inglaterra a Revolução Industrial que passou a transformar galpões, velhos armazéns e até estábulos em fábricas, colocando no seu interior o maior número possível de máquinas de fiação e tecelagem (HISTÓRICO, SST). 6 Tais ambientes improvisados produziam em seu interior temperaturas muito elevadas e não dispunham de ventilação adequada que permitisse a renovação do ar respirável (HISTÓRICO,SST). As máquinas primitivas, por sua vez, geravam constantemente riscos de acidentes aos trabalhadores. A contratação da mão de obra formada por homens, mulheres e crianças, sem qualquer cuidado seletivo quanto à sua saúde e constituição física, foram responsáveis por muitas doenças e mortes (HISTÓRICO, SST). Frente a essa situação, movimentos reinvidicatórios e intervenções dos órgãos governamentais atuaram de forma que as fábricas fossem obrigadas a oferecer um ambiente de trabalho com maior dignidade (HISTÓRICO, SST). A evolução da segurança do trabalho no mundo Em 1802, o Parlamento Britânico aprovou a primeira lei de proteção dos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” que determinava o limite máximo de 12 horas de trabalho por dia, além de proibir o trabalho noturno. Obrigava ainda os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e obrigava a ventilação do ambiente (MIRANDA, 1998, p. 2). Em 1830, o proprietário de uma fábrica inglesa procurou Robert Baker, médico inglês, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de proteger a saúde dos trabalhadores. Baker, conhecedor da obra de Ramazzini, aconselhou-o a contratar um médico da localidade em que funcionava a fábrica para visitar diariamente o local de trabalho e estudar a possível influência das instalações sobre a saúde dos operários, dessa forma, os operários deveriam ser afastados de suas atividades profissionais tão logo fossem notados que estas estivessem prejudicando a saúde dos trabalhadores. Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo. (NOGUEIRA, 1979, p. 11) A produção industrial, em especial, expõe os trabalhadores a diversas e diferentes situações de riscos, como o estresse e a fadiga, provocados por prolongadas jornadas de trabalho, além de doenças do aparelho respiratório relativas à baixa qualidade do ar que se respira nesses ambientes, Por isso, esse foi o primeiro ambiente laboral a ser amparado por lei. 7 Em 1833, foi baixado o “Factory Act” (Lei das fábricas), sendo considerado como a primeira legislação efetivamente eficiente na proteção ao trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho destes a 12 horas por dia e 69 por semana; as fábricas precisavam ter escolas que deveriam ser frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e um médico deveria atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia a sua idade cronológica (NOGUEIRA, 1979, p. 11). Ainda segundo Nogueira (1979), em 1919, após a Primeira Guerra Mundial, na Conferência da Paz, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), fundamentada no princípio de que a paz universal e permanente só pode basear-se na justiça social, sendo a única das Agências do Sistema das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual os representantes dos empregadores e dos trabalhadores têm os mesmos direitos que os do governo. No Brasil, a OIT tem mantido representação desde 1950, com programas e atividades que têm refletido os objetivos da Organização ao longo de sua história. (OIT, 2009) Também no Brasil, a legislação e ações de Segurança do Trabalho são recentes. Até meados do século XX, a economia se apoiava no trabalho escravo e na agricultura, e acidentes de trabalho eram comuns, porém “desconhecidos” do Estado e ignorados pelos “empregadores”. Somente após a Primeira Guerra Mundial, em 1919, medidas legislativas visando à proteção dos trabalhadores foram cogitadas no país, muito em função de tratados internacionais, como o Tratado de Versalhes. Tal descaso das forças dominantes fez com que, em 1970, o Brasil fosse conhecido como o campeão mundial de acidentes do trabalho, ainda que em 1966, tenha sido criada oficialmente a Fundacentro, que tinha por missão a produção e difusão de conhecimentos que promoviam a segurança e a saúde dos trabalhadores brasileiros, buscando o desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, igualdade e equilíbrio social, e proteção ao meio ambiente. 8 Cronologia da Segurança do Trabalho no Brasil Em 1943, o presidente do Brasil na época, Getúlio Vargas, deu início ao processo de direitos trabalhistas individuais e coletivos com a criação da CLT. A partir daí, outras ações foram realizadas em benefício dos trabalhadores, como a criação da Lei 8.213, em 1991, que regulamentou os Planos de Benefícios da Previdência Social, incluindo os benefícios dos trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho. 1919 – Criada a Lei de Acidentes do Trabalho, tornando compulsório o seguro contra o risco profissional. 1920 – Em Tatuapé/SP, surge o primeiro médico de empresa. 1923 – Criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, marco da Previdência Social brasileira. 1930 – Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 1933 – Surgiram os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), entidades de grande porte, abrangendo os trabalhadores agrupados por ramos de atividades. Tais institutos foram o IAPTEC (para trabalhadores em transporte e cargas), IAPC (para os comerciários), IAPI (industriários), IAPB (bancários), IAPM (marítimos e portuários) e IPASE (servidores públicos). 1934 – Criada no Ministério do Trabalho a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho que, ao longo dos anos, passou a Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), em nível federal, e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em nível estadual. 1943 – Criada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que trata de segurança e saúde do trabalho no Título II, Capítulo V do Artigo 154 ao 201. 1966 – Unificação dos Institutos com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), atual Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 1966 – Criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), que atua em pesquisa científica e tecnológica relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores. 1972 a 1974 – Programa Nacional de Valorização do Trabalhador. 9 1978 – Criação das Normas Regulamentadoras Urbanas – NRs (regulamentação da CLT, art. 154 a 201). 1988 – Promulgação da Constituição Federal (art. 7º, inciso XXII) e criação das Normas Regulamentadoras Rurais (NRR). A OIT (Organização Internacional do Trabalho) Fundada em 1919, com sede em Genebra, possui 175 países membros e é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). A OIT tem como um dos seus objetivos obter melhores condições de trabalho, por meio de elaboração de normas e cooperação técnica (OITBrasil). A OIT procura harmonizar a legislação dos países membros através da criação de uma base jurídica que evite conflitos e gere um Código Internacional do Trabalho. Utiliza duas formas de apresentação para estabelecer normas internacionais para os países membros: – Convenções Internacionais: quando ratificadas, constituem obrigações jurídicas para o país. Caso não sejam ratificadas, representam objetivos e podem influir na legislação nacional. A ratificação indica o compromisso do Estado-Membro em adotar as orientações legais estabelecidas na convenção em prazo determinado. A ratificação da convenção pode ser parcial e o prazo de validade de cada ratificação é de dez anos. – Recomendações: constituem diretrizes gerais ou técnicas. Não são passíveis de ratificação e podem influenciar na elaboração de normas nacionais. As Recomendações são, portanto, uma orientação da OIT de como os Estados devem pautar seus direitos trabalhistas internamente. Relacionamos a seguir o arcabouço legal que sustenta a Saúde e Segurançado Trabalho no Brasil. Legislação Brasileira • Constituição da República Federativa do Brasil 10 • CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – Dispositivos Relativos à Segurança e Medicina do Trabalho • Normas Regulamentadoras de 1 a 36 Legislação Complementar • Lei n. 8.212, de 24.7.1991 — Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências • Lei n. 8.213, de 24.7.1991 — Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências (dispositivos relativos à segurança e saúde do trabalhador) • Decreto n. 3.048, de 6.5.1999 — Atualmente, esse Decreto regulamenta o custeio e os benefícios da Previdência Social instituídos pelas Leis n. 8.212/91 e n. 8.213/91 (dispositivos relativos à segurança e saúde do trabalhador) • Lei n. 10.666, de 8.5.2003 — Dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção e dá outras providências • Lei n. 8.112, de 11.12.1990 — Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais (dispositivos relativos à segurança e saúde do trabalhador) • Decreto n. 97.458, de 15.1.1989 — Regulamenta a concessão dos adicionais de periculosidade e de insalubridade • Código Civil — Lei n. 10.406, de 10.1.2002 (dispositivos correspondentes às regras do Código Civil de 1916, bem como aqueles acrescidos ou alterados, sobre a responsabilidade civil dos acidentes do trabalho) • Código Penal — Decreto-lei n. 2.848, de 7.12.1940 (principais dispositivos relativos à responsabilidade penal por acidentes do trabalho) • Portaria Interministerial n. 775, de 28.4.2004 — Proíbe a comercialização de produtos acabados que contenham “benzeno” em sua composição, admitindo, porém, alguns percentuais 11 • Portaria n. 99, de 19.10.2004 — Proíbe o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como abrasivo • Portaria n. 3.523, de 28.8.1998 — Aprova o Regulamento Técnico contendo medidas básicas para garantir a qualidade do ar de interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados • Resolução — RE n. 9, de 16.1.2003 — Dispõe sobre os padrões referenciais de qualidade do ar interior, em ambientes climatizados de uso público e coletivo • Portaria n. 6, de 5.2.2001 — Dispõe sobre locais e serviços perigosos e insalubres para menores de 18 anos • Instrução Normativa n. 1, de 11.4.1994 — Dispõe sobre a Regulamentação Técnica sobre o uso de Equipamentos de Proteção Respiratória • Instrução Normativa n. 1, de 20.12.1995 — Dispõe sobre avaliação da concentração de benzeno em ambientes de trabalho referente ao Anexo 13-A, da NR-15, da Portaria n. 3.214/78 • Instrução Normativa n. 2, de 20.12.1995 — Dispõe sobre a vigilância da saúde dos trabalhadores na prevenção da exposição ocupacional ao benzeno referente ao Anexo 13-A, da NR-15, da Portaria n. 3.214/78 • Lei n. 7.410, de 27.11.1985 — Dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras providências • Decreto n. 92.530, de 7.4.1986 — Regulamenta a Lei n. 7.410, de 27.11.1985, que dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras providências • Resolução n. 359, de 31.7.1991 — Dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho e dá outras providências • Portaria n. 32, de 8.1.2009 — Disciplina a avaliação de conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual e dá outras providências 12 • Portaria n. 121, de 30.9.2009 — Estabelece as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios aplicáveis aos Equipamentos de Proteção Individual — EPI, enquadrados no Anexo I da NR-6 Convenções e Recomendação • Convenção n. 12 — Convenção sobre a indenização por acidentes no trabalho • Convenção n. 16 — Convenção sobre o exame médico dos menores • Convenção n. 42 — Convenção sobre doenças profissionais • Convenção n. 45 — Convenção sobre o trabalho subterrâneo (mulheres), em 1935 • Convenção n. 81 — Convenção concernente à inspeção do trabalho na indústria e no comércio — Promulgada pelo Decreto Legislativo n. 95.461, de 11.12.1987 • Convenção n. 113 — Convenção sobre exame médico dos pescadores • Convenção n. 115 — Convenção sobre a proteção contra radiações, 1960 • Convenção n. 120 — Convenção sobre a um estabelecimento, a uma instituição ou a uma administração determinados. • Convenção n. 124 — Convenção sobre o exame médico dos menores (trabalho subterrâneo) • Convenção n. 127 — Convenção sobre o peso máximo das cargas que podem ser transportadas por um só trabalhador • Convenção n. 136 — Convenção sobre a proteção contra os riscos de intoxicação provocados pelo benzeno — Promulgada pelo Decreto n. 1.253, de 27.9.1994 • Convenção n. 139 — Convenção sobre prevenção e o controle de riscos profissionais causados pelas substâncias ou agentes cancerígenos — Decreto n. 157, de 2.7.1991 • Convenção n. 148 — Convenção sobre proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho — Decreto n. 93.413, de 15.10.1986 13 • Convenção n. 152 — Convenção relativa à segurança e higiene nos trabalhos portuários • Convenção n. 155 — Convenção sobre a segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho — Decreto n. 1.254, de 29.9.1994 • Convenção n. 161 — Convenção sobre serviços de saúde do trabalho — Decreto n. 127, de 22.5.1991 • Convenção n. 162 — Convenção sobre a utilização do asbesto com segurança — Decreto n. 126, de 22.5.1991 • Convenção n. 170 — Segurança na utilização de produtos químicos no trabalho — Decreto n. 2.657, de 3.7.1998 • Convenção n. 174 — Convenção sobre a prevenção de acidentes industriais maiores — Decreto n. 4.085, de 15.1.2002 • Convenção n. 176 — Convenção sobre a segurança e saúde nas minas • Convenção n. 184 — Convenção relativa à segurança e saúde na agricultura • Recomendação n. 181 — Prevenção de acidentes industriais maiores Considerações Finais Neste elemento textual, estudamos a história da Saúde e Segurança do Trabalho, sua cronologia, sua origem junto à Organização Internacional do Trabalho, bem como os tratados internacionais ligados ao tema. Verificamos ainda a legislação que embasa os assuntos pertinentes à Saúde e Segurança do trabalho no Brasil. Ressaltamos a importância do tema, não só no conhecimento mas principalmente na reflexão desta importante disciplina, face às alterações do último exercício na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), lembrando que tais leis e normas regulamentadoras somente são aplicáveis à empregados subordinados à CLT. Tenha um bom e produtivo estudo! Abraços. 14 Referências AMORIM JUNIOR, C. N. Segurança e Saúde no Trabalho: princípios norteadores. São Paulo: LTr, 2013. BRASIL. Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro). Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído. Norma de Higiene Ocupacional 01. 2001. COLETA, J. A. D. Acidentes de trabalho. São Paulo: Atlas, 1991. GARCIA, G. F. B. Meio Ambiente do Trabalho, Direito, Segurança e Medicina do Trabalho. 2. ed. São Paulo: Método, 2009. MIRANDA, C. R. Introdução à saúde no trabalho. São Paulo: Atheneu, 1998. MATTOS, U. A. de O.; MÁSCULO, F. S. Higiene e Segurança do Trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier/Abepro, 2011. NOGUEIRA, D. P. Introdução à segurança, higiene e medicina do trabalho: histórico. In: FUNDACENTRO. Curso de engenharia do trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 1979. v 1. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO –OIT. Disponível em: <www.oitbrasil.org.br/inst/index/php>. Acesso em: 22 de agosto de 2018. SAAD, E. G. (Org.). Introdução à segurança do trabalho: textos básicos para estudantes de engenharia. São Paulo: Fundacentro, 1981. SILVA, H. B. M. Direito do Trabalho Aplicado – Segurança e medicina do trabalho: trabalho da mulher e do menor. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. v. 3. HISTÓRICO da nossa segurança do trabalho. Um pouco de História. Disponível em: <http:/www.geocites.com/athens/troy/8084/idx_intro.htm>. Acesso em: 26 ago. 2018. COSTA, A.; MARIZ, F. Segurança do trabalho: defenda essa causa. Natal: ETFRN, 1989. Sites relacionados: http://www.mte.gov.br. http://www.acgih.org/home.htm. http://www.fundacentro.gov.br/. http://bvsms.saude.gov.br/php/index.php. 15 BLOCO 2: APRESENTAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS ‒ NRS As Normas Regulamentadoras (NRs) são orientações trabalhistas sobre procedimentos obrigatórios relacionados à saúde e à segurança do empregado. Ao todo são 36 Normas que as empresas devem seguir para atuar dentro da legalidade. Cada uma possui seus próprios parâmetros de regulamentação, com o objetivo de prevenir acidentes e doenças provocadas pelo trabalho. (ARAUJO, 2011) As NRs servem como um norte, uma bússola que orienta as ações dos empregadores para tornar os ambientes mais saudáveis e seguros. Elas promovem e preservam a integridade física do trabalhador, estabelecem a regulamentação da legislação pertinente à segurança e medicina do trabalho, além de instituir políticas sobre esses assuntos dentro das empresas. (ARAUJO, 2011) A primeira vez que o termo foi utilizado foi no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977. A aprovação das primeiras NRs, porém, só foi realizada em 1978, quando o então ministério do Trabalho e Emprego (antigo nome da pasta) decidiu padronizar, fiscalizar e fornecer informações sobre os procedimentos básicos das empresas. A princípio eram apenas 28 Normas Regulamentadoras, mas hoje este número está quase na casa das 40. (CARRION, 2011) Todas as empresas que possuem empregados sob o regime da CLT devem seguir as Normas Regulamentadoras. Isso inclui empresas privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta e também os órgãos dos poderes legislativo e judiciário. (SALIBA, 2011) Segundo a CLT, cabe ao ministério do Trabalho a elaboração das Normas Regulamentadoras. A Portaria nº 1.127, de 2 de outubro de 2003, determina que elas serão elaboradas seguindo um sistema tripartite paritário, formado por representantes do Governo, dos trabalhadores e dos empregadores, os três com o mesmo peso de decisão. Para criar uma NR, é necessário observar as seguintes necessidades: • Demandas da sociedade; 16 • Necessidades apontadas pela inspeção do trabalho; • Compromissos internacionais; • Estatísticas de acidentes e doenças. O processo para criação de uma Norma Regulamentadora precisa seguir alguns passos: 1. Definição dos temas a serem discutidos; 2. Elaboração do texto técnico básico; 3. Publicação do texto técnico básico no Diário Oficial da União (DOU); 4. Instalação do Grupo de Trabalho Tripartite (GTT); 5. Aprovação e publicação da Norma no DOU. Com base em informações do Ministério do Trabalho, a seguir as 36 Normas Regulamentadoras comentadas, para conhecimento e aplicação quando adequado: • NR-1 – Disposições Gerais Campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-2 – Inspeção Prévia Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-3 – Embargo ou Interdição Paralisação de serviços, máquinas ou equipamentos, pela não observância dos procedimentos trabalhistas, podendo ser adotada medidas punitivas no tocante à 17 Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal é o artigo 161 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT a contratarem pessoas especializadas em segurança e medicina do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA Estabelece a obrigatoriedade de as empresas organizarem e manterem em funcionamento uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 163 a 165 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI Estabelece e define os tipos de EPIs que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 166 e 167 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO – Nota Técnica de Orientação da Aplicação da NR-7 Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ‒ PCMSO, com os respectivos exames ocupacionais: admissional, demissional, mudança de função, retorno ao 18 trabalho e periódico. A fundamentação legal, desta NR, são os artigos 168 e 169 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-8 – Edificações Requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ‒ PPRA Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT. • NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Trata da segurança dos trabalhadores que se ativam em instalações elétricas de baixa ou alta tensão. • NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando aprevenção de infortúnios laborais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. 19 • NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT. • NR-13 – Caldeiras e Vasos de Pressão Estabelece todos os requisitos técnico-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão (compressores), de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-14 – Fornos Estabelece as recomendações técnico-legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-15 – Atividades e Operações Insalubres ‒ Portaria n. 207, de 11.3.2011 As atividades, operações e agentes insalubres, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-16 – Atividades e Operações Perigosas ‒ Portaria n. 3.393, de 17.12.1987, Portaria n. 496, de 11.12.2002, Portaria n. 518, de 4.4.2003, Lei n. 7.369, de 20.9.1985 Decreto n. 93.412, de 14.10.1986 20 Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas. A fundamentação legal que dá embasamento jurídico à caracterização da periculosidade é a NR16, para atividades com explosivos, inflamáveis, energia elétrica, vigilância patrimonial e radiação ionizante, sob determinadas condições. • NR-17 – Ergonomia Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 198 e 199 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção ‒ Portaria n. 644, de 9.5.2013 Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 da CLT. • NR-19 – Explosivos Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200, inciso II da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação 21 legal, que dá embasamento jurídico, é o artigo 200, inciso II da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-21 – Trabalho a Céu Aberto Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-22 – Trabalhos Subterrâneos Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvem trabalhos subterrâneos de modo a proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200, inciso III, todos da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-23 – Proteção contra Incêndios Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, jurídica, é o artigo 200, inciso IV da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 da CLT. 22 • NR-25 – Resíduos Industriais Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200, inciso VII da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-26 – Sinalização de Segurança Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, é o artigo 200 inciso VIII, da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT. • NR-27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. • NR-28 – Fiscalização e Penalidades Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, através do artigo 201 da Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. NR29 ‒ Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. A sua existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, 23 de 27/11/97, do artigo 200 da Consolidação das Leis Trabalhistas ‒ CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da Organização Internacional do Trabalho ‒ OIT. • NR-30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário ‒ Portaria n. 94,de 17.8.2004 Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho. NR31 ‒ Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Esta Norma Regulamentadora se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades. NR32 ‒ Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde Esta Norma Regulamentadora ‒ NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 24 NR33 ‒ Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. NR34 ‒ Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval Esta Norma Regulamentadora ‒ NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Consideramos atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. NR35 ‒ Trabalho em Altura Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. NR36 ‒ Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras ‒ NRs do Ministério do Trabalho e Emprego. 25 Considerações Finais Neste bloco, estudamos as Normas Regulamentadoras (NRs) das leis pertinentes à Saúde e Segurança do Trabalho, suas aplicações, características e importância na preservação da saúde e segurança do trabalhador brasileiro. Verificamos ainda que se trata de um trabalho desenvolvido pelos principais envolvidos, ou seja, o Governo, os Empregados e os Empregadores, o que traz o sentimento de que todos atuam para que tais normas sejam respeitadas e cumpridas. Ressaltamos a importância do tema, não só no conhecimento, mas principalmente na reflexão desta importante disciplina, visto que o não atendimento às normas provoca muito mais do que prejuízos financeiros, isto é, doenças e mortes de trabalhadores. Tenha um bom e produtivo estudo. Referências ARAÚJO, G. M. de. Normas Regulamentadoras Comentadas. 8. ed. Rio de Janeiro: GVC, 2011. BRASIL. Fundação Jorge Duprat Fugueiredo (Fundacentro). Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído. Norma de Higiene Ocupacional 01. 2001. CARRION, V.; CARRION, E. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 36. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. SALIBA, T. M. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. 4. ed. São Paulo: LTr, 2011. SILVA, H. B. M. da. Direito do Trabalho Aplicado – Segurança e medicina do trabalho: trabalho da mulher e do menor. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. v. 3. Sites relacionados http://www.mte.gov.br. http://www.acgih.org/home.htm. http://www.fundacentro.gov.br/. http://bvsms.saude.gov.br/php/index.php. 26 BLOCO 3: RESPONSABILIDADES SOBRE A SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES Para iniciarmos o tema, é importante que tenhamos parâmetros, não só do Brasil, como também de outros países e continentes, inclusive ditos do “Primeiro Mundo”. Estudos do IPEA mostram que a cada ano cerca de 5.580 pessoas morrem em consequência de acidentes de trabalho na União Europeia. Ainda 159.000 perdem suas vidas por doenças provocadas pelo trabalho. Tais mortes poderiam ser evitadas se houvesse uma gestão adequada dos riscos nos ambientes de trabalho e se medidas adequadas fossem implementadas. Segundo Ayres (2001), mesmo os empregadores tendo a obrigação de proporcionar ambientes de trabalho com riscos controlados para a saúde e segurança de forma adequada, a lei também indica a exigência da colaboração dos trabalhadores. É importante ressaltar que os empregadores devem integrar os trabalhadores e seus representantes nas atividades desempenhadas pelas empresas, pois delegar esta atividade apenas aos gestores não garante soluções para todos os problemas de saúde e segurança. Vale ressaltar que a responsabilidade pela segurança do trabalho é tripartite, ou seja, de três “atores”: o Poder Público (Estado), empregador (Organização) e os empregados (Pessoas que Trabalham), cada qual com sua participação no desenvolvimento, na alteração e na fiscalização dos programas de Saúde e Segurança do Trabalho. Os trabalhadores e os seus representantes conhecem perfeitamente os trabalhos desempenhados e como os afetam, assim, locais de trabalho onde os trabalhadores contribuem ativamente para a saúde e segurança sempre apresentam níveis de riscos e taxas de acidentes de trabalho mais baixas (COSTA 2003). [...] a participação dos trabalhadores na segurança e saúde é um processo bidirecional simples no qual, por um lado, os empregadores e, por outro, os seus trabalhadores e seus respectivos representantes dialogam uns com os outros, estão atentos às preocupações uns dos outros, recolhem e partilham opiniões e informações, discutem os problemas em tempo oportuno, ouvem com atenção o que cada um tem a dizer, tomam decisões em conjunto, confiam uns nos outros e respeitam-se mutuamente. (EU-OSHA; CES, 2012) 27 Os trabalhadores devem receber informações, instruções e formação e ser consultados sobre segurança e saúde. Uma participação efetiva vai além da mera consulta, os trabalhadores e os seus representantes também participam na tomada de decisões. (AYRES, 2001) Ainda segundo Ayres (2001), as principais razões pelas quais os trabalhadores devem influenciar ativamente as decisões de gestão são: a participação dos trabalhadores ajuda a desenvolver meios eficazes para os proteger; a participação dos trabalhadores na fase de planejamento ajuda-os a identificar as razões da adoção de determinada medida, facilita a busca de soluções práticase a disponibilidade para respeitar o resultado final; se os trabalhadores tiverem a oportunidade de participar na criação de sistemas de trabalho seguros, também poderão aconselhar, sugerir e solicitar melhorias, contribuindo assim para o desenvolvimento de medidas de prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais em tempo oportuno, eficazes e com um custo razoável. (EU-OSHA; CES, 2012) Sobre o enquadramento para a participação dos trabalhadores: Os empregadores devem consultar os trabalhadores e/ou os seus representantes e autorizá-los a participar, de forma equilibrada, nas discussões sobre as questões relacionadas com a segurança e a saúde no trabalho. Os trabalhadores e os seus representantes têm o direito de pedir ao empregador que tome medidas adequadas e de apresentar propostas. As legislações e/ou as práticas nacionais estabelecem requisitos específicos em relação à prestação de informações e ao processo de consulta, em particular no que respeita aos representantes dos trabalhadores e aos seus direitos e à criação de fóruns como os comitês mistos de segurança ou outros. É aconselhável recorrer a uma combinação de acordos e métodos formais e informais. Em particular, a participação direta dos trabalhadores e a participação dos seus representantes não devem ser consideradas vias alternativas, mas sim processos que se podem complementar de forma satisfatória. (EU-OSHA; CES, 2012) 28 Segundo a legislação vigente, os empregadores devem participar como responsáveis na gestão da segurança e saúde no trabalho. Devem, portanto, atuar na proteção dos trabalhadores contra eventuais perigos, bem como na avaliação de riscos, controlando eficazmente a incidência de acidentes ou doença que podem surgir nos ambientes de trabalho. Segundo Vieira (2002), as avaliações de risco devem ter a maior abrangência possível, buscando determinar quais medidas de controle são necessárias. Os empregadores devem ainda informar os trabalhadores sobre os riscos existentes nos ambientes de trabalho e quais as proteções para tais riscos, bem como treiná-los sobre formas de manterem-se protegidos. Os empregadores devem construir a cultura de que a segurança e saúde é uma responsabilidade de todos e também de cada um. A obrigação de consulta e participação dos trabalhadores não depende do porte da organização, seja ela pequena, média ou grande. Sempre há riscos de acidentes ou à saúde dos trabalhadores, assim os empregadores e os trabalhadores têm a obrigação comum de zelar pela segurança e saúde no trabalho (VIEIRA, 2002). Assim, a principal responsabilidade na prevenção dos riscos a que os trabalhadores estão expostos é do empregador, através da adoção de medidas de proteção, métodos de trabalho seguros, equipamentos seguros e equipamentos de proteção individual adequados e também das informações, instruções e formação disponibilizadas aos trabalhadores. Segundo o Ministério do Trabalho (MTE), a legislação também exige que os trabalhadores atuem junto ao empregador na prevenção dos riscos profissionais, assim como: • Na salvaguarda da segurança e saúde dos próprios e dos outros; • Na colaboração ativa com o seu empregador nas questões da segurança e saúde; • Na aplicação dos conhecimentos adquiridos na formação que lhes foi ministrada sobre a execução do trabalho em segurança e a utilização segura de equipamentos, ferramentas, substâncias etc.; 29 • Dar a conhecer (ao empregador, ao supervisor ou ao representante dos trabalhadores) qualquer situação em que considere que o trabalho — ou medidas de segurança inadequadas — estejam a pôr em risco a segurança e saúde de algum trabalhador. Os requisitos legais refletem os motivos que devem levar os trabalhadores a envolver- se e a contribuir para a melhoria das normas de segurança e saúde. Parte-se do pressuposto de que as medidas relativas à segurança e saúde buscam impedi-los de se machucarem no trabalho. Também é verdade que os trabalhadores conhecem os riscos existentes nos seus locais de trabalho e devem contribuir para a sua gestão. Conforme Ferreira (2004), os trabalhadores podem fazer-se ouvir ou envolver-se de diversas formas, como: Fazendo perguntas, levantando questões e apresentando sugestões em reuniões, discussões de grupo ou sessões de formação, ou em conversas individuais com supervisores ou gestores; Participando nos procedimentos de consulta. Poderão, por exemplo, responder a inquéritos, inscrever-se em programas de apresentação de sugestões ou participar em concursos sobre segurança; Participando em testes, designadamente testes de seleção de equipamentos de proteção individual; Participando voluntariamente em atividades de segurança e saúde no trabalho, nomeadamente em grupos de trabalho; Comunicando acidentes, quase acidentes ou quaisquer outros fatos ou situações que considerem perigosos, prejudiciais para a saúde ou obstrutivos, dando, ao mesmo tempo, ideias para a introdução de melhorias; Conversando com os seus representantes, se os tiverem, e participando em atividades por eles organizadas (reuniões, inquéritos etc.), ou considerando a hipótese de se apresentarem como candidatos a representantes dos trabalhadores; Contribuindo com notícias sobre segurança e saúde para o boletim informativo da empresa; Aplicando às suas tarefas profissionais os conhecimentos adquiridos na formação; 30 Dando bons exemplos aos novos colegas de trabalho e ajudando-os nos aspectos relacionados com a segurança e saúde na sua atividade profissional. Conforme Ramos (2009), [...] a ação dos representantes dos trabalhadores e a participação direta destes últimos constituem meios complementares e eficazes de recolha de opiniões e de envolvimento dos trabalhadores nas questões da segurança e saúde. O papel dos representantes dos trabalhadores consiste na recolha dos contributos dos seus representados para a tomada de decisões ao nível da gestão, sempre que esteja em causa medidas de prevenção e/ou proteção, e na transmissão das suas opiniões, preocupações e ideias. Este papel distingue-se do de trabalhadores como, por exemplo, os supervisores cujas funções incluam tarefas de apoio à gestão da segurança e saúde. Os seus direitos e obrigações estão definidos nas legislações nacionais. Entre eles conta-se o de se ausentarem do trabalho sem perda de vencimento para o exercício das suas funções e para formação. Poderá haver uma comissão de higiene e segurança, da qual os representantes dos trabalhadores serão membros. As comissões de higiene e segurança são utilizadas como fóruns de discussão e órgãos consultivos para as decisões da empresa. Permitem que os representantes dos trabalhadores e dos empregadores se reúnam, identifiquem problemas neste domínio e exerçam uma influência conjunta no sentido de alterar o desempenho da empresa no domínio da segurança e saúde. Também neste caso são as legislações e as orientações nacionais que definem a formação, a composição e o modo de funcionamento. (EU-OSHA; CES, 2012) [...] Deve haver equilíbrio entre o número de representantes dos trabalhadores e de representantes dos empregadores e os temas de debate devem restringir-se a questões predominantemente estratégicas e a problemas especialmente significativos. Os representantes dos trabalhadores poderão acumular esse cargo com o de delegados sindicais. Os sindicatos desempenham um papel muito importante no apoio e formação dos seus representantes e na divulgação de informação sobre segurança e saúde no trabalho. Ao mesmo tempo, colaboram frequentemente com os 31 empregadores em projetos tendentes a resolver problemas de segurança e saúde. (EU-OSHA; CES, 2012) A existência de condições de trabalho inadequadas e baixos salários reduzem aprodutividade. Para Tinoco (2007), a maior produtividade é uma decorrência da maior satisfação no trabalho, sendo esta, por sua vez, consequência de melhores condições de trabalho e de vida. Tuomi et al. (2005) recomendam ações por parte das empresas que previnam a perda da capacidade para o trabalho de seus trabalhadores. Neste início de século, a manutenção, e se possível a ampliação, da capacidade para o trabalho será um dos grandes desafios que as empresas terão de enfrentar. A participação dos trabalhadores e o desenvolvimento de ações de preservação e a promoção da saúde e de melhores métodos e condições de trabalho serão essenciais para que os melhores resultados em relação à capacidade para o trabalho, saúde e segurança possam ser obtidos naquelas empresas que desenvolvem ações na área de responsabilidade social empresarial e que reconhecem seus trabalhadores como um dos seus stakeholders. (METZNER; FISCHER; NOGUEIRA, 2005) A seguir, de forma sumária, são descritas as atribuições e a organização do Ministério do Trabalho e Emprego ‒ MTE, o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS, do Ministério da Saúde/Sistema Único de Saúde ‒ MS/SUS, e do Meio Ambiente. Ressaltamos que cada um desses setores têm suas especificidades, que se complementam, principalmente quando se está atuando no campo da Vigilância da Saúde. Em relação ao Conselho Nacional de Saúde, existe a Comissão Interinstitucional de Saúde do Trabalhador (CIST), que é uma câmara técnica específica, cujo papel é assessorar o Conselho nas questões relativas à saúde dos trabalhadores. [...] O MTE tem o papel, entre outros, de realizar a inspeção e a fiscalização das condições e dos ambientes de trabalho em todo território nacional. Para dar cumprimento desta atribuição, apoia-se fundamentalmente no Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que trata das condições de Segurança e Medicina do Trabalho. O referido Capítulo foi 32 regulamentado pela Portaria 3.214, de 1978, que criou as chamadas Normas Regulamentadoras (NRs) e em 1988, Normas Regulamentadoras Rurais (NRRs). Estas Normas constituem-se nas mais importantes ferramentas de trabalho desse ministério, no sentido de vistoriar e fiscalizar as condições e ambientes de trabalho, visando garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. (BRASIL, s.d.) [...] Apesar de estar em curso inúmeras mudanças na Previdência Social do país, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, ainda é o responsável pela perícia médica, reabilitação profissional e pelo pagamento de benefícios. (BRASIL, s.d.) Segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), [...] só terão direito ao conjunto de benefícios acidentários garantidos pelo MPAS/INSS, os trabalhadores assalariados, com carteira de trabalho assinada, inseridos, portanto, no chamado mercado formal de trabalho [...]. Portanto, trabalhadores autônomos, mesmo contribuintes do INSS não têm os mesmos direitos quando comparados com os assalariados celetistas. Quando um trabalhador celetista e, portanto, segurado do INSS, sofrer um acidente ou uma doença do trabalho, que gere incapacidade para a realização das atividades laborativas, ele deverá ser afastado do trabalho, ficando “coberto” pela instituição durante todo o período necessário ao seu tratamento. Porém, ele só deverá ser encaminhado à Perícia Médica do INSS quando o problema de saúde apresentado necessitar de um afastamento do trabalho por período superior a 15 (quinze dias). O pagamento dos primeiros 15 dias de afastamento é de responsabilidade do empregador. Para o INSS, o instrumento de notificação de acidente ou doença relacionada ao trabalho é a Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT – (Anexo VIII), que deverá ser emitida pela empresa até o primeiro dia útil seguinte ao do acidente. Em caso de morte, a comunicação deverá ser feita imediatamente. Em caso de doença, considera-se o dia do diagnóstico como sendo o dia inicial do evento. Caso a empresa se negue a emitir a CAT, poderão fazê-lo o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública. Naturalmente, nesses casos, não prevalecem os prazos acima citados. 33 A CAT deve ser emitida, independentemente da gravidade do acidente ou da doença. Ou seja, mesmo nas situações nas quais não se observa a necessidade de afastamento do trabalho por período superior a 15 dias, para efeito de vigilância epidemiológica e sanitária, o agravo deve ser devidamente registrado. Finalmente, é importante ressaltar que o trabalhador segurado que teve de se afastar do trabalho devido a um acidente ou doença relacionada ao trabalho tem garantido, pelo prazo de um ano, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa. [...] No Brasil, o sistema público de saúde vem atendendo os trabalhadores ao longo de toda sua existência. Porém, uma prática diferenciada do setor, que considere os impactos do trabalho sobre o processo saúde/doença, surgiu apenas no decorrer dos anos 80, passando a ser ação do Sistema Único de Saúde quando a Constituição Brasileira de 1988, na seção que regula o Direito à Saúde, a incluiu no seu artigo 200. (BRASIL, s.d.) Conforme descrito pelo INSS, Artigo 200 – “Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: (...) II- executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador (...)”. A Lei Orgânica da Saúde (LOS; Lei 8.080/90), que regulamentou o SUS e suas competências no campo da Saúde do Trabalhador, considerou o trabalho como importante fator determinante/condicionante da saúde. O artigo 6º da LOS determina que a realização das ações de saúde do trabalhador sigam os princípios gerais do SUS, e recomenda, especificamente (entre outras): a assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional ou do trabalho; a realização de estudos, pesquisa, avaliação e controle dos riscos e agravos existentes no processo de trabalho; a informação ao trabalhador, sindicatos e empresas sobre riscos de acidentes, bem como resultados de fiscalizações, avaliações ambientais, exames admissionais, periódicos e demissionais, respeitada a ética. Nesse mesmo artigo, a Saúde do Trabalhador encontra-se definida como um “conjunto de atividades que se destina, através de ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. (BRASIL, s.d) 34 Conforme Teixeira, Paim, Vilasbôas (1998), a rede assistencial no seu conjunto (serviços básicos, rede de referência secundária, terciária e os serviços contratados/conveniados), se organizada para a saúde do trabalhador, a exemplo do que já acontece com outras modalidades assistenciais como a saúde da criança, da mulher, etc., por meio da capacitação de recursos humanos e da definição das atribuições das diversas instâncias prestadoras de serviços, poderá reverter sua histórica omissão neste campo. Neste sentido, os últimos anos foram férteis na produção de experiências ‒ centros de referências, programas municipais, programas em hospitais universitários e ações sindicais ‒ em diversos pontos do país, e em encontros de profissionais/trabalhadores ou técnicos para a produção das normas necessárias à operacionalização das ações de saúde do trabalhador pela rede de serviços em ambulatórios e/ou vigilância. (BRASIL, s.d; TEIXEIRA, PAIM, VILASBÔAS, 1998). Por atuarem diretamente nos locais de saúde, a estratégia do Programa de Saúde da Família e de agentes comunitários de saúde tem grande potencial na construção da prática de saúde dos trabalhadoresjunto às questões ambientais. Em resumo, as responsabilidades do Estado em relação à Saúde e Segurança do trabalho são (GOVERNO DO BRASIL, 2012): Garantir o direito a um ambiente profissional saudável; Reduzir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, por meio de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde; Atender a todos os trabalhadores, independentemente de sua localização (urbana ou rural), de sua forma de inserção no mercado de trabalho (formal ou informal) e de seu vínculo empregatício (público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado); Prover a Vigilância e a Fiscalização em Saúde do Trabalhador, com a identificação das atividades produtivas da população e das situações de risco à saúde; análise das necessidades, demandas e problemas de saúde dos trabalhadores; intervenção nos processos e ambientes de trabalho; produção de tecnologias de 35 intervenção e monitoramento, e controle e avaliação da qualidade dos serviços e programas de saúde do trabalhador; Adoção de parâmetros de proteção da saúde dos trabalhadores; identificação e erradicação de situações análogas ao trabalho escravo ou de trabalho infantil; Garantir o acesso do trabalhador à Rede de Atenção à Saúde do SUS, desde a atenção primária em saúde, passando pela atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação; atenção pré-hospitalar, de urgência e emergência; rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico, e assistência farmacêutica; Assegurar a oferta regional das ações e dos serviços de saúde do trabalhador e desenvolver estratégias para identificar situações que resultem em risco à saúde, adotando medidas de controle. Considerações Finais Neste bloco, estudamos as responsabilidades e atuações no âmbito da Saúde e Segurança do Trabalho, mas é também importante salientarmos que devemos estar sempre atentos às mudanças determinadas pelo segmento político, pois as novas regulamentações do trabalho determinadas em 2017 certamente nos trarão novidades importantes, e provavelmente indigestas no que tange à Saúde e Segurança no trabalho. Ressaltamos a importância do tema, não só no conhecimento, mas principalmente na reflexão desse importante assunto, visto que o enfoque econômico é secundário ao bem-estar e sustentabilidade social. Tenha um bom e produtivo estudo. Abraços. Referências AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (EU-OSHA) E CONFEDERAÇÃO EUROPEIA DOS SINDICATOS (CES). Participação dos Trabalhadores na Segurança e Saúde no Trabalho — Guia Prático. 2012. 36 Disponível em: <https://healthy-workplaces.eu/previous/all-ages- 2016/sites/default/files/publications/documents/TE3111179_PTC.pdf>. Acesso: 27 nov. 2018. AYRES, D. de O.; CORRÊA, J. A. P. Manual de Prevenção de Acidentes de Trabalho. São Paulo: Aspectos Técnicos e Legais, 2001. BRASIL. Constituição Federal. Seção II – da Saúde. 05 out. 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde do Trabalhador. Cadernos de Atenção Básica. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cad05_saudetrab.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018. BRASIL. Lei Orgânica da Saúde – Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990. BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Seguro de Acidente do Trabalho no Brasil. Brasília: MPAS, 1997. BRASIL. Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília: FNS, 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. 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Trab., Belo Horizonte, v. 3, n. 2, p. 138-47, ago./dez., 2005. 37 SAÚDE DO TRABALHADOR. Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. Brasília: MTE, SST, 1999. TEIXEIRA, C. F., PAIM, J. S., VILASBÔAS, A. L. SUS, Modelos Assistenciais e Vigilância da Saúde. Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, ano VII, n. 2, abr./jun. 1998. TUOMI, K. et al. (Org). Índice de capacidade para o trabalho. São Carlos: EduFSCar; 2005. p. 9-10. TINOCO, J. E. P. Balanço social: uma abordagem socioeconômica da contabilidade [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Economia e Administração da USP, 1984. BLOCO 4: INSTRUMENTOS DE ANÁLISE E PROTEÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS A Análise de Riscos Ambientais corresponde a uma estimativa prévia da probabilidade de ocorrência de um acidente e a avaliação das suas consequências sociais, econômicas e ambientais (BITAR; ORTEGA, 1998). Deste modo, esse instrumento trata da identificação de situações de risco em um empreendimento em funcionamento, bem como da caracterização das consequências potenciais ao meio ambiente, à comunidade, ao empreendimento e seus funcionários, caso o acidente ocorra. [...] O instrumento de Análise de Riscos Ambientais tem sido empregado principalmente em instalações industriais, barragens, hidrelétricas e disposição de resíduos urbanos e industriais, incluindo barramentos em projetos de retenção de rejeitos de mineração (BITAR; ORTEGA, 1998). A aplicação desse instrumento tem sido realizada principalmente em instalações químicas e petroquímicas de distritos industriais de grande porte. Como exemplo, podemos citar a cidade de Cubatão (SP) que, devido a sua proximidade com as encostas íngremes da Serra do Mar, apresenta risco de ocorrência de escorregamentos (BITAR; ORTEGA, 1998). Com o processo de concessão de rodovias, esse instrumento também vem sendo largamente utilizado, embora de modo mais dirigido às condições de segurança de tráfego. A Análise de Riscos Ambientais deve necessariamente levar em consideração os possíveis efeitos ambientais de um eventual acidente (BITAR; ORTEGA, 1998). 38 A partir da identificação dos riscos ambientais e com a implantação de medidas preventivas associadas, o instrumento em questão acaba reduzindo a possibilidade de ocorrência de acidentes ambientais. Deste modo, a Análise de Riscos Ambientais deve fazer parte permanente de programas de gerenciamento ambiental, principalmente nos casos de empresas que operam substâncias com alto poder contaminante e de empresas que se encontrem em áreas onde os processos do meio físico possam acarretar acidentes. Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s Segundo Vieira (2002), [...] o uso do EPI está relacionado com a segurança comportamental, que é um termo que se refere à aplicação dos conhecimentos científicos da Psicologia Comportamental nas questões de segurança no trabalho, por isso do nosso título usar a palavra “conscientização”. A segurança Comportamental vem se juntar aos esforços despendidos por várias áreas do conhecimento humano para o trato das questões de segurança. Não se pretende substituir as iniciativas da engenharia ou medicina do trabalho, mas acrescentar um novo enfoque às tradicionais medidas para a segurança no trabalho. Esta aplicação já está bem estabelecida nos EUA, na Inglaterra e na Austrália, por apresentar ganhossignificativos nos níveis de segurança da empresa. É uma intervenção ampla que, em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ‒ CIPA (se houver), busca envolver tanto o “chão de fábrica”, quanto à supervisão e o nível gerencial para que todos se sintam responsáveis pela segurança, de tal forma que a atuação dos funcionários passa a ser proativa, em vez de reativa às recomendações da CIPA ou da supervisão (no sentido de fazer somente aquilo que a CIPA ou o que o supervisor manda). É aplicável às pequenas, médias e grandes empresas. (COSTA, 2003) Esse modelo de atuação está de acordo com as sugestões da BS 8800 (norma inglesa para segurança) para implementação de um sistema de gestão em segurança e saúde do trabalho, que destaca que o sucesso da intervenção é determinado pelo comprometimento dos níveis de gestão, que permitirão e apoiarão as ações dos funcionários como planejado. 39 Por se basear num modelo científico, a intervenção exige um planejamento detalhado e com um prazo de aplicação que pode variar de algumas semanas até meses, dependendo do tamanho e da complexidade da atuação, porém os resultados podem se estender muito além desse prazo, desde que certas condições (ajustadas caso a caso) tenham sido estabelecidas. (COSTA, 2003) Segundo a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho – ANIMASEG, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual encontra-se previsto nas Leis de Consolidação do Trabalho (CLT) e regulamentado pela NR6 do Ministério do Trabalho e Emprego, sendo o mesmo, segundo a legislação vigente, obrigatório, conforme determinado pela própria NR6. Ainda segundo a NR6, [...] a entrega destes equipamentos deve ser fornecida pelo empregador que também tem a obrigação de fiscalizar o uso por parte de seus empregados e de promover ações que conscientizem os seus trabalhadores da importância do uso dos EPIs quando estes se recusam a usar. Segundo a Lei Federal no 3214/78, com última alteração pela Portaria n. 292 de 2011, o EPI é “(...) todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. De acordo com a Norma Regulamentadora, NR6 (Brasil, 2012), [...] define-se Equipamento de Proteção Individual como todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador com o intuito de proteção aos riscos sujeitos de ameaça a segurança e a saúde no trabalho. Para Ramos (2009), esses EPI’s são destinados a proteger a integridade física e preservar a saúde dos trabalhadores. Nascimento et al. (2009) afirmam que [...] os EPI’s formam, em conjunto, um recurso amplamente utilizado para a segurança do trabalhador no exercício de suas funções. Assumem, por essa razão, papel de grande responsabilidade para a preservação do trabalhador contra os mais variados riscos aos quais está sujeito nos ambientes de trabalho. 40 Franz (2006) considera o EPI como um instrumento de uso pessoal cuja finalidade é neutralizar a ação de certos acontecimentos que podem causar lesão ao trabalhador. Pelloso e Zandonadi (2018) define o EPI como equipamento que protege operários durante a realização do seu trabalho. De acordo com as definições dos vários autores mencionados, poderemos afirmar que o EPI é todo instrumento de uso pessoal que fornece proteção ao trabalhador contra os riscos a que é exposto no ambiente de trabalho, pois é capaz de neutralizar ou evitar lesões em casos de acidentes. A NR6 ressalta que a proteção da cabeça é feita através do uso de capacetes, capuz ou bala clave. Sendo utilizados em obras de pequeno porte apenas os que protegem o crânio contra impactos. Nascimento et al. (2009) menciona que o dispositivo que protege o crânio contra impactos é utilizado com suspensão, pois permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os impactos, e que o mesmo foi projetado para rebater o material em queda, evitando lesões no pescoço do trabalhador. Recomenda-se que o casco do capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio deve ser feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetração e impacto. Ramos (2009) destaca que os óculos são EPIs utilizados principalmente, para evitar perfuração dos olhos através de corpos estranhos como no corte de arames e cabos, no uso de chave de boca; de talhadeiras; de furadeiras; de agentes químicos que possam prejudicar a visão etc. Então, conforme a NR6, os mesmos correspondem aos dispositivos responsáveis pela proteção dos olhos contra respingos de produtos químicos, luminosidade, radiações, poeiras e trabalhos com objetos perfurantes. A proteção de face é realizada, de acordo com a NR6, através do uso do protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas volantes; protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha; protetor facial para proteção dos 41 olhos contra luminosidade intensa; protetor facial para proteção da face contra riscos de origem térmica; protetor facial para proteção da face contra radiação ultravioleta. Nesse contexto, Silva (2009) destaca que as máscaras mais usadas, em especial na Construção Civil, correspondem a máscara contra poeiras que se destina a proteção respiratória dos trabalhadores contra poeiras incômodas, tais como a cal e o calcário, cuja concentração seja desconfortável para o trabalho; máscara semifacial com filtro para vapores orgânicos que é utilizada na atividade de pintura e a máscara para soldadores utilizada no que se refere a soldas. Conforme NR6 a máscara de solda assegura a proteção da face contra impactos de partículas volantes, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa. Conforme a NR6, os EPIs para proteção auditiva dividem-se em três tipos: circum- auricular; de inserção e semiauricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR15. Para Silva (2009) [...] os protetores auriculares são equipamentos destinados à proteção dos trabalhadores que atuam em locais com ruído elevado, acima dos limites de tolerância, e também salienta que estes devem estar sempre limpos e confortáveis, sendo necessária a substituição dos mesmos para higienização mensal ou de acordo com a periodicidade de utilização. A NR6 afirma que a proteção dos membros superiores é realizada através do uso de luvas, de creme protetor, de manga, de braçadeira e de dedeira. As luvas protegem as mãos contra agentes abrasivos e escoriantes; agentes cortantes e perfurantes; choques elétricos; agentes térmicos; agentes biológicos; agentes químicos; vibrações; umidade proveniente de operações com uso de água e radiações ionizantes, vale salientar que esta proteção acontece conforme o tipo de luva que é produzido de acordo com as especificidades da atividade desenvolvida. Marcon et al. (2010) afirmam que a proteção contra os agentes abrasivos e escoriantes é dada através de luvas confeccionadas em raspa de couro, com reforço interno na palma, dedo polegar e indicador. 42 Conforme Coleta (1991) as luvas protegem o trabalhador durante a aplicação das massas, como por exemplo, usadas na colocação de pisos e revestimentos de paredes e que as mesmas são feitas de borracha. Ramos (2009) denomina as luvas de borracha [...] como luvas de látex e afirma, ainda, que estas são as mais utilizadas para proteger as mãos dos trabalhadores de agentes químicos como o cimento o qual pode provocar várias irritações na pele. Às operações com uso de água, que ocasiona umidade, segundo Marcon et al. (2010) “é indicado o uso de luvas à base de látex natural, que apresenta boa resistência, sendo 100% impermeável”. Os membros inferiores dos trabalhadores
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