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Acórdão nº 184 - 2012 - TCU - Plenário

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
1 
GRUPO I - CLASSE VII - Plenário 
TC-008.297/2010-0 
Natureza: Representação 
Interessado: Secex/TO 
Unidade: Município de Araguaína/TO 
Responsáveis: Valderez Castelo Branco Martins (CPF 056.983.751-00), 
Mahmoud Wadih Elkadi (CPF 166.266.481-87) Francelino Martins Borges 
(CPF 117.466.291-34), Marco Antonio Machado Junior (CPF 598.006.236-
04), Alessandra A. França Alves (CPF 849.029.906-44), Leonardo Rossini da 
Silva (CPF 810.496.501-82), Giancarlo G. Menezes (CPF 758.221.051-49), 
Félix Valuar de Sousa Barros (CPF 094.853.251-34), Nourival Batista Ferreira 
(CPF 084.746.561-68), Fábio Levy Rocha (CPF 229.765.746-34), Walmir de 
Sousa Ribeiro (CPF 427.192.081-91), Construtora Central do Brasil Ltda. 
(CNPJ 02.156.313/0001-69) 
Advogados constituídos nos autos: Ronan Pinho Nunes Garcia, OAB/TO 
1.956, e Regis Antônio Caetano, OAB/TO 1.863. 
 
SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO DE EQUIPE DE AUDITORIA. 
RESTRIÇÃO À COMPETITIVIDADE EM PROCEDIMENTOS 
LICITATÓRIOS. CONHECIMENTO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. 
MULTA. ARQUIVAMENTO. 
 
 
RELATÓRIO 
 
 
Reproduzo, como parte do Relatório, instrução da Secex/TO. 
 
“I - Introdução 
1. Trata-se de Representação de equipe de fiscalização, fundamentada no art. 246 do 
Regimento Interno do TCU, decorrente de irregularidades detectadas em contratos de repasse 
celebrados entre a União e o Município de Araguaína/TO, por intermédio da Caixa Econômica 
Federal, cujo objeto é a execução de obras de infraestrutura urbana - Pavimentação e Drenagem, 
todos executados pela Construtora Central do Brasil Ltda. - CCB. 
2. As irregularidades foram verificadas no curso da Inspeção Conformidade registro 
Fiscalis 113/2010, originada no âmbito do TC-000.198/2010-2, processo de Representação que 
versa sobre irregularidades no Contrato de Repasse MPO/Caixa 0049396-35/97 que teve por objeto 
a execução de obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e pavimentação 
asfáltica no bairro Carajás, do município em epígrafe, tendo as obras sido executadas pela 
Construtora Central do Brasil Ltda. - CCB. 
3. Destarte, a presente Representação refere-se aos seguintes contratos de repasse: 
nº 
Siafi 
nº Original Objeto Órgão 
Superior 
Valor (R$) 
542901 0187.467-
73/2005 
Obras de infraestrutura urbana em municípios de 
médio e grande porte obras de desenvolvimento 
urbano em municípios estado do Tocantins 
autorizado pelo oficio mcidades n 2323 2005 
Ministério 
das Cidades 
7.800.000,00 
595336 0226.764-
17/2007 
Obras de infraestrutura urbana ruas e avenidas de 
Araguaína/TO 
Ministério 
das Cidades 
1.950.000,00 
607728 
0242.051-
27/2007 
Obras de infraestrutura urbana em municípios de 
médio e grande porte 
Ministério 
das Cidades 
6.921.600,00 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794498.
http://www.portaltransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=542901&TipoConsulta=0
http://www.portaltransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=595336&TipoConsulta=0
http://www.portaltransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=607728&TipoConsulta=0
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
2 
nº 
Siafi 
nº Original Objeto Órgão 
Superior 
Valor (R$) 
629643 0265.032-
76/2008 
Pavimentação terraplenagem drenagem e galerias 
de águas pluviais 
Ministério 
das Cidades 
4.943.600,00 
628307 0257.400-
65/2008 
Obras de reconstrução de terraplenagem e 
pavimentação em tratamento superficial duplo 
Ministério 
das Cidades 
3.657.900,00 
 Total 25.273.100,00 
 
4. Em relação aos contratos de repasse acima, foram analisados os seguintes processos 
licitatórios e contratos: 
4.1 Concorrência nº 002/2005 (fls. 379/404, anexo 1, vol. 2), realizada no dia 29/12/2005. 
Tinha por objetivo a contratação de empresa de engenharia para execução de serviços de 
pavimentação, meio fio, drenagem e obras complementares em vias urbanas do Município de 
Araguaína/TO e valor estimado de R$ 9.483.269,62. 
4.2 Contrato 026/2006 (fls. 416/438, anexo 1, vol. 2), celebrado entre a Prefeitura de 
Araguaína e a empresa Construtora Central do Brasil - CCB, vencedora da Concorrência nº 
02/2005, no valor de R$ 9.483.269,62, cujo objeto é a execução pela contratada, sob o regime de 
execução indireta de empreitada por preço unitário, dos serviços de pavimentação e drenagem de 
vias urbanas no Município de Araguaína/TO. 
4.2.1 O Contrato 026/2006 teve 2 aditivos, sendo que o segundo aditivo (fl. 449/451, anexo 
1, vol. 2) alterou o valor que a Prefeitura de Araguaína pagaria à contratada para R$ 11.571.132,01. 
Os recursos para execução do Contrato 026/2006 foram provenientes dos contratos de repasse 
0187.467-73/2005 e 0226.764-17/2007. 
4.3 Concorrência nº 02/2008 (fls. 456/501, anexo 1, vol. 2), realizada em 21/02/2008, a 
qual tinha por objetivo a contratação de empresa de engenharia para execução de serviços de 
terraplanagem, pavimentação, obras de arte especiais e drenagem no Município de Araguaína/TO, 
com valor estimado de R$ 54.517.680,04. 
4.4 Contrato 244/2008 (fls. 524/540, anexo 1, vol. 2), celebrado entre a Prefeitura 
Municipal de Araguaína e a empresa Construtora Central do Brasil - CCB, vencedora da 
Concorrência nº 02/2008, no valor de R$ 51.178.344,68, cujo objeto é a execução pela contratada, 
sob o regime de execução indireta de empreitada por preço unitário, dos serviços de pavimentação e 
drenagem de vias urbanas no Município de Araguaína/TO. 
4.4.1 Os recursos para a execução do Contrato 244/2008 decorrem dos contratos de repasse 
0242.051-27/2007, 0265.032-76/2008 e 0257.400-65/2008. 
4.5 Vale destacar que embora tenha sido feita uma análise documental de todos os 
contratos de repasse supracitados, a verificação in loco das obras restringiu-se aos contratos 
0187.467-73/2005 e 0265.032-76/2008, conforme anexo fotográfico de fls. 13/23, v.p. 
II - Irregularidades Detectadas 
5. Ausência de Parcelamento do Objeto da Licitação 
5.1 A Concorrência nº 002/2005 apresentava objeto divisível, uma vez que as obras seriam 
executadas em diversos setores da cidade, conforme relação de vias a receberem pavimentação e 
alterações (fls. 19/55, anexo 1, v.p.), totalizando mais de 300.000,00 m
2
 de área a ser pavimentada. 
5.2 Com efeito, a obra poderia ter sido licitada em lotes, dividindo-se a cidade em regiões, 
com vistas a ampliar o universo de licitantes. Nessa linha, um indício de que houve restrição à 
competitividade é o fato de que apenas a Construtora Central do Brasil Ltda. - CCB, compareceu à 
sessão de julgamento das propostas, conforme ata de julgamento (fls. 405, anexo 1, vol. 2). 
5.3 A ausência de parcelamento mostra-se ainda mais evidente em relação à concorrência 
nº 02/2008; o elevado valor estimado da contratação de R$ 54.517.680,04, com uma área de 
842.800 m
2
 a ser pavimentada e 140.000 m
2
 de recapeamento, também ensejaria seu parcelamento 
em lotes. Novamente, apenas a Construtora Central do Brasil Ltda. compareceu à sessão de 
julgamento. 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794498.
http://www.portaltransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=629643&TipoConsulta=0
http://www.portaltransparencia.gov.br/convenios/DetalhaConvenio.asp?CodConvenio=628307&TipoConsulta=0
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
3 
5.4 Assim, entendemos que houve ausência de parcelamento da licitação, com consequente 
restrição à competitividade, consubstanciada na presença de apenas um licitante em ambos os 
certames citados. Destarte, os procedimentos contrariam a súmula TCU 247 que preconiza: 
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das 
licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, 
desde que não hajaprejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo 
em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não dispondo de 
capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo 
com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a 
essa divisibilidade. 
6. Projetos Básicos Deficientes 
6.1 Outra irregularidade encontrada foi a deficiência dos projetos básicos presentes nas 
licitações nº 002/2005 e 002/2008. Os projetos constantes nos processos licitatórios não possuem 
um nível de detalhamento e precisão adequados, faltando itens essenciais como o projeto de 
drenagem e terraplanagem. Essa informação é corroborada pela Própria Caixa Econômica Federal 
que em email de comunicação da GIDURPM (fls. 354/355, anexo 2, vol. 2) relata, a respeito do 
Contrato de Repasse nº 0187.467-73/2005: 
‘Nesse meio tempo, vários contatos dos técnicos desta Gidur foram feitos com os da PM de 
Araguaína, visando acertar detalhes dos projetos, que basicamente estavam incompletos, pois não 
foram apresentados os projetos de drenagem - apenas a indicação que a mesma seria feita, sem 
apresentar detalhes - nem projeto de terraplanagem, contendo cortes transversais e longitudinais 
das vias, de modo a conferirmos o movimento de terra.’ 
‘O material apresentado pela PM de Araguaína, contém muitas inconsistências, já 
relatadas em conversas telefônicas por meio de ofício 0771/2006/GIDURPM de 11/05/2006.’ 
[destaques nossos]. 
6.2 Ainda em relação ao Contrato de Repasse nº 0187.467-73/2005, o Ofício 
1649/2006/Gidur/PM de 31/10/2006 (fls. 352/353, anexo 2, vol. 2) relata que entre as pendências a 
serem sanadas estão: 
„Apresentar croquis com o trajeto e a distância percorrida entre cada setor e o bota-fora e 
entre cada setor e a jazida, conforme previsto nas especificações técnicas, assinadas pelos RT’ s 
responsáveis pela execução e fiscalização.’ 
6.3 Além dos relatos da Caixa Econômica, as várias alterações de projeto, incluindo das 
ruas a serem pavimentadas, demonstram a insuficiência do detalhamento dos projetos básicos, que, 
vale lembrar, é item obrigatório num processo de licitação de obras e serviços, devendo 
fundamentar-se em estudos técnicos atualizados e conter descrição pormenorizada do objeto, dos 
custos, do pagamento e da fiscalização do contrato. 
6.4 Nesses termos, a Prefeitura de Araguaína contrariou a jurisprudência desta Corte de 
Contas consubstanciada, por exemplo, no Acórdão 2561/2004 - Segunda Câmara, in verbis: 
9.3.8. em suas licitações, promova detalhamento do objeto com nível de precisão 
adequado, com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, possibilitando a avaliação 
dos custos e da definição dos métodos de execução dos serviços, conforme preceitua o art. 6º, 
inciso IX, do da Lei 8.666/93; 
7. Exigência de Profissional no quadro permanente na data da licitação 
7.1 O Edital de Concorrência nº 002/2005 traz em seu item 5.1.4, „c‟, a obrigatoriedade de 
a empresa licitante possuir em seu quadro permanente, na data da licitação, profissional de nível 
superior, detentor de Certidão de Acervo Técnico por execução de obras de características 
semelhantes às do objeto do certame. 
7.2 O Edital nº 02/2008, no mesmo item, ainda exige que o profissional esteja no quadro 
permanente da empresa 30 dias antes da data da licitação. Tal exigência pode ser entendida como 
uma restrição à competitividade do certame, já tendo sido objeto de determinação pelo TCU 
segundo o Acórdão TCU 2297/2005 - Plenário, in verbis: 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
4 
10. A exigência de que as empresas concorrentes possuam vínculo empregatício, por meio 
de carteira de trabalho assinada, com o profissional técnico qualificado mostra-se, a meu ver, 
excessiva e limitadora à participação de eventuais interessados no certame, uma vez que o 
essencial, para a Administração, é que o profissional esteja em condições de efetivamente 
desempenhar seus serviços no momento da execução de um possível contrato. Em outros termos, o 
sujeito não integrará o quadro permanente quando não estiver disponível para prestar seus 
serviços de modo permanente durante a execução do objeto do licitado. 
11. A regra contida no artigo 30, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/93, não pode ser tomada em 
caráter absoluto, devendo-se sopesá-lo diante dos objetivos que se busca alcançar com a 
realização das licitações, quais sejam, a garantia de observância ao princípio da isonomia e a 
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração. 
12. Assim, se o profissional assume os deveres de desempenhar suas atividades de modo a 
assegurar a execução satisfatória do objeto licitado, o correto é entender que os requisitos de 
qualificação profissional foram atendidos. Não se pode conceber que as empresas licitantes sejam 
obrigadas a manter profissionais de alta qualificação, sob vínculo empregatício, apenas para 
participar da licitação, pois a interpretação ampliativa e rigorosa da exigência de vínculo 
trabalhista se configuraria como uma modalidade de distorção. 
13. Atender, no caso em tela, à letra fria desse dispositivo, sem considerar os objetivos da 
Administração e os limites de exigência de qualificação técnica, suficientes para a garantia do 
cumprimento das obrigações, seria desbordar para o formalismo que se basta em si mesmo, sem ter 
em vista qualquer outro objetivo consentâneo com o interesse público. [destaques nossos]. 
8. Índice de Liquidez Contábil Exagerado 
8.1 Os editais de Concorrência nº 02/2005 e nº 02/2008 exigem no item 5.1.3, referente à 
Qualificação Econômico-Financeira, que as licitantes tenham Índice de Liquidez Geral (ILG) e 
Índice de Liquidez Corrente (ILC) ≥ 2,5. 
8.2 Segundo o item 4.2.4 do Acórdão TCU 2028/06, 1ª Câmara, tal valor (2,5) é 
considerado muito elevado face a doutrina contábil corrente, infringindo o art. 31, § 1º e § 5º da Lei 
8.666/93. 
9. Responsabilização 
9.1 Em relação às irregularidades descritas nos itens 5 a 8, os responsáveis podem ser 
agrupados segundo o ano das licitações conforme a seguir: 
9.2 Concorrência 002/2005 
9.2.1 Irregularidades: i) Ausência de Parcelamento do Objeto da Licitação; ii) Projetos 
Básicos Deficientes; iii) Exigência de Profissional Permanente no quadro; iv) Índice de liquidez 
Contábil Exagerado. 
9.2.2 Responsáveis: 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Valderez 
Castelo Branco 
Martins 
ex-Prefeita 
de Araguaína 
Homologou/Adjudicou a Concorrência 002/2005 (fls. 407/408, anexo 1, 
vol. 2), mesmo com os vícios apontados nos itens 5 a 8. 
Alessandra A. 
França Alves 
Procuradora 
da Fazenda 
Pública 
Assinou o Parecer Jurídico nº 610/2005 (fls. 411/414, anexo 1, vol. 2) 
certificando que foram atendidos os critérios de publicidade, isonomia, 
escolha da melhor proposta e demais princípios do art. 3º da Lei 
8.666/93, mesmo com os vícios apontados nos itens 5 a 8. 
Leonardo 
Rossini da Silva 
Procurador 
Geral do 
município 
Aprovou o Parecer Jurídico nº 610/2005, mesmo com os vícios 
apontados nos itens 5 a 8. 
Mahmoud 
Wadih Elkadi 
Presidente da 
Comissão de 
Licitação 
Subscreveu o Edital nº 002/2005. 
Francelino 
Martins Borges 
Secretário da 
Comissão de 
Licitação 
Subscreveu o Edital nº 002/2005. 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794498.
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
5 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Marco Antonio 
Machado Junior 
Membro 
Suplente da 
Comissão de 
Licitação 
Subscreveu o Edital nº 002/2005. 
9.3 Concorrência 002/2008 
9.3.1 Irregularidades: i) Ausência de Parcelamento do Objeto da Licitação; ii) Projetos 
Básicos Deficientes; iii) Exigência deProfissional Permanente no quadro; iv) Índice de liquidez 
Contábil Exagerado. 
9.3.2 Responsáveis: 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Valderez 
Castelo Branco 
Martins 
ex-Prefeita de 
Araguaína 
Homologou/Adjudicou a Concorrência 002/2008 (fl. 512, anexo 2, vol. 
2), mesmo com os vícios apontados nos itens 5 a 8. 
Giancarlo G. 
Menezes 
Procurador 
Administrativo 
Assinou o Parecer Jurídico nº 64/2008 (fls. 513/515, anexo 1, vol. 2) 
certificando que foram atendidos os critérios de publicidade, 
isonomia, escolha da melhor proposta e demais princípios do art. 3º da 
Lei 8.666/93, mesmo com os vícios apontados nos itens 5 a 8. 
Leonardo 
Rossini da Silva 
Procurador 
Geral do 
município 
Aprovou o Parecer Jurídico nº 64/2008, mesmo com os vícios 
apontados nos itens 5 a 8. 
Mahmoud 
Wadih Elkadi 
Presidente da 
Comissão de 
Licitação 
Subscreveu o Edital nº 002/2008. 
Francelino 
Martins Borges 
Secretário da 
Comissão de 
Licitação 
Subscreveu o Edital nº 002/2008. 
Marco Antonio 
Machado Junior 
Membro 
Suplente da 
Comissão de 
Licitação 
Subscreveu o Edital nº 002/2008. 
10. Numeração e Organização Deficiente dos Processos 
10.1 Os processos administrativos da Prefeitura de Araguaína contendo os documentos dos 
contratos de repasse 0187.467-73/2005 e 0226.764-17/2007, entre outros analisados, apresentam 
folhas soltas e sem numeração, contrariando tanto o art. 38 da Lei 8.666/93, quanto a declaração 
feita pelo prefeito, quando da prestação de contas final de cada contrato de repasse, de que a 
documentação relativa aos mesmos encontra-se arquivada em boa ordem (fls. 15, 110, anexo 1, 
v.p.). 
10.2 O Tribunal já tem posição firmada quanto à organização dos processos, conforme 
Decisão 1090/2001 - Plenário: 
8.2. determinar ao DNER, com fulcro no art. 43, I, da Lei 8.443/92, que: 
[...] 
f) passem a organizar a autuação, constituição, numeração dos processos relativos a 
procedimentos licitatórios, pagamento de contratados, boletins de medição, termos aditivos, etc. 
em obediência ao art. 40, caput, da Lei 8.666/93; 
10.3 Responsabilização 
10.3.1 Em relação aos responsáveis pela numeração e organização deficiente dos 
processos, temos o seguinte: 
 
 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Félix Valuar de Sousa 
Barros 
Prefeito de 
Araguaína 
Ter assinado a declaração (fl. 110 anexo 1, v.p.) de que a 
documentação relativa ao contrato de repasse nº 226.764-
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794498.
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
6 
17/2007 encontrava-se arquivada em boa ordem. 
Valderez Castelo 
Branco Martins 
ex-Prefeita de 
Araguaína 
Ter assinado a declaração (fl. 15 anexo 1, v.p.) de que a 
documentação relativa ao contrato de repasse nº 187.467-
73/2005 encontrava-se arquivada em boa ordem. 
11. Baixa qualidade das obras 
11.1 Durante as visitas in loco aos locais das obras objeto dos contratos de repasse nº 
0187.467-73/2005 e 0265.032-76/2008, conforme roteiro dado pela listagem das ruas a receberem 
pavimentação (fls. 19/55 e 249/251, anexo 1), a equipe de fiscalização constatou os seguintes 
problemas relacionados à baixa qualidade na execução dos serviços, todos registrados no anexo 
fotográfico (fls. 13/23, v.p.): 
11.1.1 Espessura da camada asfáltica menor que a especificação mínima de projeto de 
2,5cm para o TSD. 
11.1.2 Agregado Soltando. 
11.1.3 Buracos. 
11.2 Os problemas acima foram constatados nos seguintes setores/ruas: 
11.2.1 Setor Jardim das Flores: Rua dos Ibispos. 
11.2.2 Setor Céu Azul: Rua Joinville e Rua Lontra. 
11.2.3 Setor Araguaína Sul: Rua dos Buritis. 
11.2.4 Setor Vila Bragantino: Rua dos Mecânicos, Rua dos Médicos e Rua Rita de Cássia. 
11.2 Em relação ao problema 11.1.1, de acordo tanto com o projeto de terraplenagem, 
pavimentação, sinalização e drenagem de águas pluviais (fls. 57/93, anexo 1, v.p.), como com o 
Memorial Descritivo e Especificações Técnicas para Obra de Pavimentação Asfáltica e Drenagem 
(fls. 128/129, anexo 1, v.p.), ambos feitos para diversos setores do Município de Araguaína, a 
camada asfáltica de TSD deveria ter uma espessura mínima de 2,5 cm, o que não foi verificado pela 
equipe de fiscalização que, aproveitando os buracos preexistentes no pavimento das ruas visitadas, 
mediu em vários pontos a espessura da camada de TSD, a qual apresentou, em média, 2,0 cm. 
11.3 Quanto à presença em vários pontos de agregado (brita) solto, problema 9.1.2, sobre o 
pavimento, este fato foi, inclusive, relatado pelos técnicos da Caixa Econômica Federal no Relatório 
de Acompanhamento de Engenharia (RAE) de fls. 301/317, anexo 1,vol. 1 referente ao contrato de 
repasse nº 0265.032-76/2008, in verbis: 
‘em determinados trechos da Rua 7, Rua Lontra, Rua dos Professores e Rua dos Médicos, 
o pavimento apresenta grande quantidade de brita zero solta, não sendo possível identificar se o 
material solto é devido ao excesso de brita zero ou pela ausência de material ligante, sendo 
acordado com a empreiteira e fiscalização que nestas ruas serão retiradas amostras do pavimento 
para análise de laboratório e emissão de laudo de taxa de agregados e material betuminoso, que 
deverá vir assinado pela fiscalização da obra.[destaque nosso]’ 
Vale frisar que não foi encontrado no processo o referido laudo acerca da taxa de 
agregados. 
11.4 O problema 11.1.3, buracos no pavimento, foi detectado em praticamente todas as 
ruas visitadas. No entanto, a Rua dos Buritis, no setor Araguaína Sul, apresenta uma situação 
crítica, conforme fotos (fls. 16/17, v.p.), o que pode ensejar o refazimento da camada de asfalto 
nesse trecho. 
11.5 Outra rua com sérios danos ao pavimento é a Rua dos Mecânicos (fls. 18/19, v.p.), no 
setor Vila Bragantino, na qual há um grande trecho do asfalto destruído, provavelmente devido à 
água de chuva, podendo a falha se propagar pela rua. 
11.6 A Rua Rita de Cássia, apesar de ter tido os trabalhos de pavimentação concluídos 
recentemente, apresentou buracos e uma quantidade significativa de agregado solto, conforme 
registro fotográfico. 
11.7 O TCU já se manifestou quanto à necessidade de observância da qualidade das obras 
públicas, determinando ao Dnit, por meio do Acórdão 938/2003-Plenário, que: 
9.1.3 - observe as normas legais, regulamentares e contratuais relativas à 
responsabilidade das empresas projetistas, supervisoras e construtoras pela qualidade das obras 
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rodoviárias, consoante, especialmente, os arts. 69 e 70 da Lei 8.666/93 e 618 do Código Civil, 
exigindo, sempre que necessária, a reparação de defeitos ou a devolução de valores pagos por 
serviços mal executados; 
12 Responsabilização 
12.1 Em relação à responsabilidade pela baixa qualidade das obras, temos os seguintes 
responsáveis: 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Valderez Castelo 
Branco Martins 
ex-Prefeita 
de Araguaína 
Assinou os Contratos 26/2006 e 244/2008. Gestora Municipal durante 
maior parte do período de execução dos contratos. 
Nourival Batista 
Ferreira 
ex-Secretário 
de Obras 
Responsável, em última instância, pela fiscalização das obras, 
conforme cláusula 3.1 dos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
Fábio Levy Rocha ex-Secretário 
de Obras 
Responsável, em última instância, pela fiscalização das obras, 
conforme cláusula 3.1 dos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Walmir de Sousa 
Ribeiro 
Secretário 
de Obras 
Responsável, em última instância, pela fiscalização das obras, 
conforme cláusula 3.1 dos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
Construtora Central 
do Brasil Ltda. 
Contratada Executou os serviços referentes aos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
12.2 Cabe informar que, como não foi encontrado atode designação específico de fiscal 
para cada uma das obras em questão, não foi incluído nenhum fiscal de contrato como responsável. 
13. Fiscalização Deficitária 
13.1 Foi verificado que a fiscalização, por parte da Prefeitura de Araguaína, das obras 
objeto dos contratos de repasse em epígrafe não estava sendo realizada a contento. Tal fato é 
comprovado, primeiramente, pelos problemas de qualidade relatados no item 9., os quais não foram 
alvo de nenhuma determinação de correção por parte do fiscal do contrato da Administração. 
13.2 A falta de controle geométrico (verificação da espessura do pavimento nas diversas 
camadas: sub-base, base e revestimento asfáltico) e geotécnico (execução de ensaios laboratoriais 
para atestar a qualidade dos materiais aplicados na pavimentação e na terraplenagem) das obras de 
pavimentação por parte do representante da Administração contribuiu para a baixa qualidade dos 
serviços. Frise-se, ainda, que não há nos autos qualquer requisição à Construtora Central do Brasil 
Ltda. de ensaios e testes de prova relativos aos serviços executados. 
13.3 Um fator que contribui para a atuação deficiente da fiscalização dos contratos de 
obras da Prefeitura de Araguaína é que apenas 1 (uma) servidora fora designada para 
acompanhar a execução de todas as obras daquela municipalidade, nos termos da PORTARIA nº 
023-A/2009, de 02/02/2009, do prefeito, Félix Valuar de Sousa Barros, fl. 378, anexo 1, vol. 2. 
13.4 Essa designação genérica vai de encontro ao preceituado pelo art. 67 da Lei 8.666/93 
e à jurisprudência desta Corte de Contas, conforme os seguintes Acórdãos e Decisões: 
Decisão 777/2000 - Plenário 
b.4 - designar para cada contrato celebrado (através de cláusula contratual ou de ato 
administrativo específico), um representante que tenha a seu cargo o acompanhamento e a 
fiscalização do mesmo, conforme o art. 67 da Lei 8.666/93 e o art. 6º do Decreto 2.271/97[...]; 
Acórdão 1710/2006 - Primeira Câmara 
9.6.11. designe formalmente um servidor para acompanhar a execução de cada contrato 
de prestação de serviço da UFPB, sendo o dito servidor responsável pela observância do fiel 
cumprimento de todas as cláusulas contratuais e tendo a obrigação de comunicar aos setores de 
direito quando não acontecer dessa forma, com o propósito de dar cabal cumprimento ao art. 6º do 
Decreto 2.271, de 07/07/1997 e ao art. 67 da Lei 8.666/1993; 
Acórdão 786/2006 - Plenário 
57. A avaliação da qualidade dos serviços é aspecto importante no controle da execução 
do contrato, visto que o fornecimento e a aceitação de serviços insatisfatórios pode resultar em 
prejuízos à Administração. Verifica-se que os gestores tiveram essa percepção ao elaborar o edital 
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da Concorrência 06/2005, pois o instrumento convocatório previu a cominação de multa e a 
determinação de refazimento dos serviços na hipótese de descumprimento dos padrões de 
qualidade. No entanto, não consta do edital a metodologia de avaliação dos serviços. Essa falta 
torna a avaliação da qualidade dos serviços executados um processo subjetivo, sujeito a 
questionamentos do contratante, não se podendo descartar a possibilidade de restarem 
inviabilizados esse controle e a aplicação de sanções. 
13.5 Durante entrevista com o atual Secretário de Obras do Município de Araguaína, 
Walmir de Souza Ribeiro e a Engenheira-fiscal da prefeitura, Ligia Saldanha Athaydes, foi 
informado à equipe de fiscalização que não há pessoal suficiente no quadro da prefeitura para haver 
uma designação específica para cada contrato; também não se cogitou a contratação de pessoa física 
ou jurídica para realizar a supervisão das obras em questão. 
14. Responsabilização 
14.1 Em relação à responsabilidade pela fiscalização deficitária das obras, temos os 
seguintes responsáveis: 
Responsável Cargo Conduta / Nexo Causal 
Valderez 
Castelo Branco 
Martins 
ex-Prefeita de 
Araguaína 
Assinou os Contratos 26/2006 e 244/2008. Gestora Municipal 
durante maior parte do período de execução dos contratos. 
Félix Valuar de 
Sousa Barros 
Prefeito de 
Araguaína 
Emitiu a Portaria 023-A/2009 (fl. 378, anexo 1, vol. 2) designando 
um fiscal genérico para todas as obras da Prefeitura de Araguaína. 
Nourival Batista 
Ferreira 
ex-Secretário de 
Obras 
Responsável, em última instância, pela fiscalização das obras, 
conforme cláusula 3.1 dos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
Fábio Levy 
Rocha 
ex-Secretário de 
Obras 
Responsável, em última instância, pela fiscalização das obras, 
conforme cláusula 3.1 dos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
Walmir de 
Sousa Ribeiro 
Secretário de 
Obras 
Responsável, em última instância, pela fiscalização das obras, 
conforme cláusula 3.1 dos Contratos 26/2006 e 244/2008. 
III - Proposta 
15. Ante o exposto, somos pela subida dos autos ao gabinete do ministro-relator com a 
seguinte proposta: 
15.1 Conhecer da presente Representação nos termos do art. 246 do Regimento Interno do 
TCU; 
15.2 Ouvir em audiência, com fulcro no art. 43, II, da Lei 8.443/92, os responsáveis abaixo 
arrolados, para que, no prazo de quinze dias, apresentem razões de justificativa quanto às 
irregularidades apontadas: 
15.2.1 Valderez Castelo Branco Martins (ex-Prefeita de Araguaína), por ter homologado e 
adjudicado as Concorrências nº 002/2005 e nº 002/2008, mesmo com estas apresentando as 
seguintes irregularidades: Ausência de Parcelamento do Objeto da Licitação, Projetos Básicos 
Deficientes, Exigência de Profissional Permanente no quadro e Índice de liquidez Contábil 
Exagerado, conforme itens 5 a 8; 
15.2.2 Mahmoud Wadih Elkadi (ex-presidente da Comissão de Licitação), Francelino 
Martins Borges (Secretário da Comissão de Licitação) e Marco Antonio Machado Junior (Membro 
Suplente da Comissão) por terem subscrito os Editais de Concorrência 002/2005 e nº 002/2008, 
mesmo com estes apresentando as seguintes irregularidades: Ausência de Parcelamento do Objeto 
da Licitação, Projetos Básicos Deficientes, Exigência de Profissional Permanente no quadro e 
Índice de liquidez Contábil Exagerado, conforme itens 5 a 8; 
15.2.3 Alessandra A. França Alves (Procuradora da Fazenda Pública), por ter assinado o 
Parecer Jurídico nº 610/2005, certificando que foram atendidos os critérios de publicidade, 
isonomia, escolha da melhor proposta e demais princípios do art. 3º da Lei 8.666/93, relativamente 
à Concorrência nº 002/2005, mesmo esta apresentando as seguintes irregularidades: Ausência de 
Parcelamento do Objeto da Licitação, Projetos Básicos Deficientes, Exigência de Profissional 
Permanente no quadro e Índice de liquidez Contábil Exagerado, conforme itens 5 a 8; 
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15.2.4 Leonardo Rossini da Silva (Procurador Geral do município), por ter aprovado os 
Pareceres Jurídicos nº 610/2005 e 64/2008, relativos às Concorrências nº 002/2005 e nº 002/2008, 
mesmo estas apresentando as seguintes irregularidades: Ausência de Parcelamento do Objeto da 
Licitação, Projetos Básicos Deficientes, Exigência de Profissional Permanente no quadro e Índice 
de liquidez Contábil Exagerado, conforme itens 5 a 8; 
15.2.5 Giancarlo G. Menezes (Procurador Administrativo), por ter assinado o Parecer 
Jurídico nº 64/2008, certificando que foram atendidos os critérios de publicidade, isonomia, escolha 
da melhor proposta e demais princípios do art. 3º da Lei 8.666/93, relativamente à Concorrência nº 
002/2008, mesmo esta apresentando as seguintes irregularidades: Ausência de Parcelamento do 
Objeto da Licitação, Projetos Básicos Deficientes, Exigência de Profissional Permanente no quadro 
e Índice de liquidez Contábil Exagerado, conforme itens 5 a 8; 
15.2.6 Valderez CasteloBranco Martins (ex-prefeita de Araguaína) por não ter observado a 
correta numeração e organização da documentação relativa ao contrato de repasse nº 0187.467-
73/2005, e outros, contrariando a Lei 8.666/93 e declaração de que a documentação encontrava-se 
arquivada em boa ordem, conforme item 10; 
15.2.7 Félix Valuar de Sousa Barros (prefeito de Araguaína) por não ter observado a 
correta numeração e organização relativa ao contrato de repasse nº 0265.032-76/2008, e outros, 
contrariando a Lei 8.666/93 e declaração de que a documentação encontrava-se arquivada em boa 
ordem, conforme item 10; 
15.2.8 Valderez Castelo Branco Martins (ex-prefeita de Araguaína), Nourival Batista 
Ferreira (ex-Secretário de Obras), Fábio Levy Rocha (ex-Secretário de Obras), Walmir de Sousa 
Ribeiro (Secretário de Obras) e a Construtora Central do Brasil Ltda. pela baixa qualidade na 
execução das obras de pavimentação em diversos setores do Município de Araguaína objeto dos 
Contratos 026/2006 e nº 244/2008, conforme item 11; 
15.2.9 Valderez Castelo Branco Martins (ex-prefeita de Araguaína), Félix Valuar de Sousa 
Barros (prefeito de Araguaína), Nourival Batista Ferreira (ex-Secretário de Obras), Fábio Levy 
Rocha (ex-Secretário de Obras) e Walmir de Sousa Ribeiro (Secretário de Obras) pela fiscalização 
deficitária das obras de pavimentação em diversos setores do Município de Araguaína objeto dos 
Contratos 026/2006 e nº 244/2008, conforme item 13; 
15.3 Fornecer cópia da presente Representação, juntamente com o anexo fotográfico, aos 
responsáveis.” 
 
2. Ao receber esta proposta de audiência dos responsáveis, verifiquei que, em face da 
aparente baixa qualidade das obras verificadas nos Contratos 026/2006 (contratos de repasse 
0187.467-73/2005 e 0226.794-17/2007) e 244/2008 (contratos de repasse nºs 0242.051-27/2007, 
0265.032-76/2008 e 0257.400-65/2008), celebrados com a Construtora Central do Brasil - CCB, e de 
haver relato da equipe de fiscalização sobre os danos precoces ao pavimento, conforme fotografias 
anexadas, achei por bem que fossem realizadas diligências com vistas ao esclarecimento sobre a 
fiscalização desse empreendimento por parte da Caixa, em razão das liberações de recursos e 
aprovações de prestações de contas, entidade essa corresponsável pela fiscalização da qualidade das 
obras, tendo em vista o disposto nos itens 3.1, 6.1 e 6.2 dos contratos de repasse, bem como junto à 
própria prefeitura, com vistas a que informasse a situação dos reparos. 
3. Assim, nos termos do despacho de fls. 26/28, determinei à Secex/TO que: 
 
“5.1 - promova as audiências dos responsáveis listados às fls. 11/12, consoante as 
irregularidades que lhes são imputadas nos subitens 15.2.1 a 15.2.5, e 15.2.8 a 15.2.9 da instrução; 
5.2 - encaminhe diligências: 
5.2.1 - à Caixa Econômica Federal: 
a) para que aquela entidade informe como estão sendo cumpridas as cláusulas 6.1 e 6.2 dos 
Contratos de Repasse 0187.467-73/2005, 0226.794-17/2007, 0242.051-27/2007, 0265.032-76/2008 
e 0257.400-65/2008, ou seja, para que informe como foram realizadas as verificações físicas 
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anteriores às autorizações de saque da conta vinculada a esse ajuste, bem como se pronuncie sobre a 
qualidade dos serviços prestados pela empresa Construtora Central do Brasil, contratada para a 
execução da obra objeto das avenças em questão; 
b) para que informe sobre a situação atual dos referidos contratos de repasse, notadamente, 
em razão dos vícios construtivos verificados e em face das prestações de contas porventura 
apresentadas; 
5.2.2 - à Prefeitura Municipal de Araguaína, para que informe: 
a) a situação atual dos contratos 026/2006 e 244/2008, celebrados com a Construtora 
Central do Brasil; 
b) as medidas que estão sendo adotadas para reparação dos danos verificados nos 
pavimentos, objeto desses instrumentos; 
c) quais recursos estão suportando os eventuais serviços de reparação efetuados em razão 
dos danos encontrados, das ausências de itens de drenagem, bem como em razão da má qualidade 
na execução dos serviços ou sua execução em desacordo com o projeto; 
5.3 - juntamente com os ofícios de audiência e de diligência, encaminhe cópia da instrução 
de fls. 1/12 destes autos, bem como cópia, em cores, do relatório fotográfico de fls. 13/23, a fim de 
subsidiar as manifestações, dando-se, ainda, ciência à CEF acerca do teor deste despacho.‟ 
4. Promovidas as audiências e diligências, após analisar suas respostas, a unidade técnica 
redigiu a seguinte instrução com proposta de mérito. 
„(.....) 
EXAME TÉCNICO 
7. Quanto à Ausência de Parcelamento do Objeto da Licitação 
7.1 Razões de justificativa da Srª Valderez Castelo Branco, ex-prefeita de 
Araguaína/TO 
 
Ofício de Audiência: nº 694/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 63-64, 
Resposta: fls. 177-179, v.p., vol. 1 
 
7.1.1 A Srª Valderez argumenta, em suma, que: 
7.1.1.1 o parcelamento do objeto não seria aplicável, o qual se mostrava indivisível, sob o 
aspecto da execução. Segundo a doutrina, o parcelamento do objeto se impõe desde que seja 
vantajoso para a administração, e que, no presente caso, a Administração tinha completa convicção 
de que a melhor escolha seria por preço global; 
7.1.1.2 não ocorreu restrição à competitividade, tendo sido promovida uma rigorosa 
avaliação técnica pela prefeitura constatando tal fato, sendo que o objeto das concorrências em 
exame é o conjunto de serviços, não sendo coisa divisível passível de serem executados de forma 
distinta; 
7.1.1.3 se houvesse a divisão física por lotes, a Administração incorreria em 
inconvenientes como a dificuldade de inter-relacionamento entre os contratados e o risco de se 
enquadrar o valor do objeto em limites aquém da faixa de valor indicada para a modalidade de 
licitação concorrência, o que poderia levar a Contratante a ser acusada de ter feito parcelamento 
indevido. 
7.1.2 Análise 
7.1.2.1 O argumento de que o objeto das Concorrências nº 002/2005 e nº 02/2008 seria 
indivisível, não merece acolhida uma vez que as obras de pavimentação licitadas encontram-se 
espalhadas por diversos setores da cidade de Araguaína conforme relação de vias a serem 
pavimentadas e fragmentos de mapas (fls. 19-55, anexo 1). 
7.1.2.2 Também não deve prosperar a alegação de que a divisão física por lotes provocaria 
inconvenientes como dificuldade de inter-relacionamento entre os contratados, pois como estes 
atuariam em setores distintos da cidade, não deveria haver, em princípio, problemas na execução 
das obras. Nesses termos, vale trazer à tona o exemplo das rodovias pavimentadas por mais de uma 
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11 
empresa, onde cada uma atua num determinado trecho, a exemplo da BR 242 dividida em cinco 
lotes de construção de rodovias e três lotes de construção de Obras de Arte Especiais (pontes). 
7.1.2.3 Em relação ao risco de se enquadrar o valor do objeto em limites aquém da faixa de 
valor indicada para a modalidade de licitação concorrência, não haveria esse risco, pois a licitação, 
mesmo com o parcelamento do objeto deve respeitar o valor global da contratação. 
7.1.2.4 Ademais, a questão do parcelamento de obras, serviços e compras não é uma mera 
faculdade, mas sim uma norma a ser seguida pelo gestor de recursos públicos, de acordo com a 
Súmula-TCU 247, devendo a ausência de parcelamento ser adequadamente justificada sob o 
ponto de vista da inviabilidade técnica e/ou econômica (Acórdão 336/2008-TCU-Plenário). Com 
feito, não foi encontrado nos autos qualquer justificativa para a não realização do parcelamento das 
obras em análise. Abaixo, alguns trechos de votos de Acórdãos do TCU relativos à questão: 
Acórdão336/2008-TCU-Plenário 
46. Evidencia-se que a regra, em nosso ordenamento jurídico, é o parcelamento das 
obras, serviços e compras, em quantas parcelas revelarem-se técnica e economicamente viáveis. A 
ausência de parcelamento, como ocorreu no caso em exame, deve ser adequadamente 
justificada. Ou seja, quando for o caso, deve-se demonstrar a inviabilidade técnica e/ou econômica 
em se fazer a divisão, o que não ocorreu na situação em tela. (destaque nosso). 
Acórdão 1899/2006-TCU-Plenário 
(...) pode-se questionar até o não parcelamento das obras de infraestrutura, pois, como a 
própria descrição do objeto da licitação informa, serão realizadas em vários bairros da cidade, o 
que afastaria a necessidade de todas as obras serem executadas por uma única empresa. A Lei 
8.666/93 determina que obras, serviços e compras devem ser divididos em tantas parcelas quantas 
se comprovarem técnica e economicamente viáveis, preservada a correspondente modalidade 
licitatória. O parcelamento é a regra e deve ser levado até o limite da viabilidade técnica e 
econômica. O objetivo é ampliar ao máximo possível a competição para cada parcela. (destaque 
nosso). 
Acórdão 108/2006-TCU-Plenário 
Igualmente, no caso dos sítios do Projeto Sivam, Decisão 540/2000 - Plenário, o tribunal 
somente acatou as justificativas para a não partição das obras e a contratação de uma só empresa 
para realizar as construções, porque foi comprovada a obrigação de se atender ao princípio da 
padronização, visando dar compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho (...). 
7.1.2.5 Assim, resta caracterizada a ausência injustificada de parcelamento das obras 
objeto das Concorrências nº 02/2005 e 02/2008, o que vai de encontro à Lei de Licitações e 
Contratos, à Súmula-TCU 247 e ao Acórdão 336/2008-TCU-Plenário, trazendo, ainda, prejuízo à 
competitividade do certame, o que enseja rejeição das razões de justificativa da ex-prefeita com 
aplicação de multa a esta, nos termos do art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992. 
7.2 Razões de justificativa de Mahmoud Wadih Elkadi, Francelino Martins Borges e 
Marco Antonio Machado Junior (membros da Comissão de Licitação) 
 
Ofícios de Audiência: nº 681/682/686/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 43,45,50. 
Resposta Conjunta: fls. 184-189, v.p., vol. 1 
 
7.2.1 Os responsáveis apresentaram as mesmas razões de justificativa da Srª Valderez 
Castelo Branco, ou seja, sustentaram a indivisibilidade do objeto da licitação e a dificuldade de se 
fazer a divisão física por lotes. 
7.2.2 Análise 
7.2.2.1 Embora tenham apresentado as mesmas razões de justificativa da ex-prefeita, os 
membros da Comissão de Licitação devem ser excluídos do rol de responsáveis, haja vista que nos 
termos do art. 51 da Lei 8.666/93 e do Acórdão 687/2007-TCU-Plenário, as atribuições da 
Comissão de Licitação não se estendiam à análise técnica das peças de informação enviadas pelo 
Setor de Engenharia da Municipalidade cabendo à Comissão apenas a habilitação preliminar, 
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12 
inscrição, alteração ou cancelamento de registro cadastral, julgamento e processamento das 
propostas. 
7.3 Razões de justificativa de Leonardo Rossini da Silva (Procurador Geral do 
município) 
 
Ofício de Audiência: nº 692/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fl. 60. 
Resposta: fls. 102-104 
 
7.3.1 Em suma, o Sr. Leonardo Rossini alega que, em relação aos Pareceres Jurídicos 
emitidos sobre as concorrências nº 002/2005 e nº 002/2008, a Procuradoria Geral do município só 
se manifestava a respeito dos aspectos formais do processo, visto que não possuía capacidade 
técnica necessária para a análise meritória, que seria de responsabilidade exclusiva do departamento 
de engenharia e arquitetura do município. 
7.3.1.1 Conclui afirmando que o ato discricionário de unificação ou parcelamento do 
objeto da licitação, de responsabilidade da Comissão de Licitação e do departamento de engenharia 
e arquitetura, se funda apenas em elementos de ordem econômica e técnica capaz de atender os 
princípios da eficiência e da isonomia. 
7.3.2 Análise 
7.3.2.1 O procurador Leonardo Rossini alega que o parcelamento do objeto das 
Concorrências nº 02/2005 e nº 02/2008 é uma questão de ordem técnica, de competência do 
departamento de engenharia e arquitetura do município. De fato, não é papel do jurisconsulto 
municipal tratar de questões técnicas de engenharia no âmbito de seus pareceres. 
7.3.2.2 No entanto, não podemos esquecer que o parcelamento da licitação em lotes é uma 
norma jurídica inserta no seio da Lei 8.666/93 (art. 23, § 1º) e objeto de súmula pelo Tribunal de 
Contas da União (Súmula 247), devendo, assim, ser observada pelos gestores quando da realização 
de procedimentos licitatórios. 
7.3.2.3 Vê-se que, antes de ser uma questão técnica, o parcelamento da licitação é uma 
regra jurídica a ser observada pelo gestor, a exemplo da escolha da modalidade adequada de 
licitação. Assim, a Procuradoria do Município de Araguaína/TO, deveria ter, ao menos, alertado ao 
gestor para que este fizesse constar dos autos a justificativa da ausência de parcelamento, conforme 
determinado pelo TCU. 
7.3.2.4 Nesses casos, o TCU tem imputado responsabilidade aos pareceristas conforme 
trechos do Acórdão 994/2006-TCU-Plenário, in verbis: 
37. (...) No mínimo, deveria a Procuradoria Federal Especializada do INSS alertar o gestor 
da possibilidade de a contratação direta ser tida por inadequada por inobservância dos requisitos 
necessários. Deixa-se ao administrador a decisão de fazer a sua opção. Mas era seu dever 
apontar o entendimento prevalecente (destaque nosso). 
(...) 
9.3 rejeitar as razões de justificativa apresentadas pelo ex-Diretor-Presidente do INSS, 
pelos Procuradores do INSS e pelo ex-Coordenador-Geral de Apoio à Diretoria Colegiada do INSS; 
(...) 
9.5 aplicar aos responsáveis, individualmente, a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 
8.443/92, no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da 
notificação, para que comprovem, perante este Tribunal (art. 214, inciso III, alínea „a‟ do 
Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional; 
7.3.2.5 Destarte, tendo em vista a omissão do procurador do Município de Araguaína em 
relação a seu papel de orientar o gestor quanto às normas jurídicas pertinentes à matéria, cabe a sua 
responsabilização, com a rejeição de suas razões de justificativa e aplicação ao mesmo da multa 
prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992. 
7.4 Razões de justificativa de Alessandra Andrade França Alves (ex-Procuradora da 
Fazenda Pública) 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
13 
 
Ofício de Audiência: nº 688/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fl. 52. 
Resposta: fls. 168-172 
 
7.4.1 A Srª Alessandra Andrade apresentou as mesmas justificativas do Sr. Leonardo 
Rossi, ou seja, que a análise feita pela Procuradoria do município restringia-se a aspectos formais 
do processo e que a responsabilidade pela análise da licitação seria do departamento de engenharia 
e arquitetura do Município de Araguaína/TO. 
7.4.2 Análise 
7.4.2.1 Considerando a análise já empreendida para o Sr. Leonardo Rossini, deve-se 
responsabilizar, pelos mesmos motivos, a ex-procuradora da fazenda pública de Araguaína 
rejeitando suas razões de justificativa e aplicando-lhe a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 
8.443/1992. 
7.5 Razões de justificativa de Giancarlo G. Menezes (Procurador Administrativo) 
 
Ofício de Audiência: nº 693/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fl. 61. 
Resposta: Não há 
 
7.5.1 Como o responsável não trouxe aos autos nenhuma resposta, o mesmo deve ser 
considerado revel nos termosdo art. 12, § 3° da Lei 8.443/92, estendendo-se a mesma análise feita 
para os outros procuradores. 
8. Quanto aos Projetos Básicos Deficientes 
8.1 Razões de justificativa de Valderez Castelo Branco (ex-prefeita) 
 
Ofício de Audiência: nº 694/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 63-64, 
Resposta: fls. 177-179, v.p., vol. 1 
 
8.1.1 A responsável afirma que „os projetos fornecidos para subsidiar a concorrência em 
debate continham os elementos indispensáveis a uma análise e avaliação adequada‟. Em relação às 
solicitações feitas pela Caixa Econômica Federal, as quais visavam suprir deficiências nos projetos 
das obras, a defendente esclarece que se tratava de „diligência ocorrida quando da fase contratual 
para a liberação dos recursos (contrato de repasse)‟ e que isto „só reforça o respeito e admiração por 
aquela instituição, uma vez que ela necessitaria de elementos para subsidiar as vistorias pertinentes 
durante a execução das obras‟. 
8.1.2 Análise 
8.1.2.1 Embora a responsável sustente que os projetos fornecidos para subsidiar as 
concorrências em tela eram suficientes para se efetuar uma análise adequada do empreendimento, a 
mesma não apontou ou apresentou qualquer documento que comprovasse sua argumentação. 
8.1.2.2 Cabe destacar que os ofícios da Caixa Econômica Federal (CEF) nº 
0771/2006/Gidur/PM, de 12/5/2006, (fls. 349-351, anexo 1) e nº 1649/2006/Gidur/PM, de 
31/10/2006, (fls. 352-353, anexo 1), ambos endereçados à responsável, relatavam diversas 
pendências nos projetos referentes ao Contrato de Repasse CT 0187.467-73/2005, chegando a 
sugerir „uma revisão geral do projeto apresentado, incluindo dimensionamento do pavimento, meio-
fio utilizado e solução para a drenagem pluvial‟. 
8.1.2.3 Assim, considerando que a Concorrência 02/2005 foi homologada em 30/12/2005, 
conclui-se que o certame fora conduzido com um Projeto Básico deficiente e sem os elementos 
essenciais caracterizadores das obras a serem realizadas, o que representou um entrave à 
competitividade, o que foi comprovado pelo fato de apenas a Construtora Central do Brasil Ltda., 
que já vinha executando obras no Município de Araguaína, ter comparecido ao julgamento. Nesses 
termos, devem ser rejeitadas as razões de justificativa da responsável com aplicação da multa a esta 
com base no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992. 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
14 
8.2 Razões de justificativa de Mahmoud Wadih Elkadi, Francelino Martins Borges e 
Marco Antonio Machado Junior (membros da Comissão de Licitação) 
 
Ofícios de Audiência: nº 681/682/686/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 43,45,50. 
Resposta Conjunta: fls. 184-189, v.p., vol. 1 
 
8.2.1 Os responsáveis apresentaram as mesmas razões de justificativa da Srª Valderez 
Castelo Branco. 
8.2.2 Análise 
8.2.2.1 Como os membros da comissão de licitação apresentaram os mesmos argumentos 
da ex-prefeita, a análise feita para aquela se estende a estes. No entanto, tendo em vista que, de 
acordo com o art. 51 da Lei 8.666/93 e o Acórdão 687/2007-TCU-Plenário, não cabe à Comissão de 
Licitação a análise de questões técnicas da licitação, os seus membros devem ser excluídos do rol 
de responsáveis. 
8.3 razões de justificativa de Leonardo Rossini da Silva (Procurador Geral do 
município) 
 
Ofício de Audiência: nº 692/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fl. 60. 
Resposta: fls. 102-104 
 
8.3.1 O procurador apresentou as mesmas razões de justificativa para todas as 
irregularidades a que foi chamado, alegando basicamente que a análise realizada pela procuradoria 
contempla apenas aspectos formais, ficando a parte técnica por conta do departamento de 
engenharia e arquitetura da Prefeitura de Araguaína/TO. 
8.3.2 Análise 
8.3.2.1 Embora seja obrigatória a presença de projeto básico contendo os elementos 
essenciais para a realização da obra, de fato não haveria como a procuradoria do município se 
manifestar quanto à ausência de elementos técnicos no projeto básico das Concorrências em 
questão. Assim, deve ser afastada a responsabilidade do Sr. Leonardo Rossini quanto a esta 
irregularidade. 
8.4 Razões de justificativa de Alessandra Andrade França Alves (ex-Procuradora da 
Fazenda Pública) 
 
Ofício de Audiência: nº 688/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fl. 52. 
Resposta: fls. 168-172 
 
8.4.1 A Srª Alessandra Andrade apresentou, basicamente, as mesmas justificativas do Sr. 
Leonardo Rossi, devendo, portanto, as mesmas serem acolhidas relativamente à deficiência dos 
projetos básicos. 
9. Quanto a Exigência de Profissional no quadro permanente na data da licitação, 
Índice de Liquidez Contábil Exagerado e Numeração/Organização Deficiente dos Processos. 
9.1 Razões de justificativa de Valderez Castelo Branco (ex-prefeita) 
 
Ofício de Audiência: nº 694/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 63-64, 
Resposta: fls. 177-179, v.p., vol. 1 
 
9.1.1 A responsável alega que em relação à exigência de profissional no quadro 
permanente, a Administração municipal não teve a „intenção de restringir a competitividade da 
licitação. Pelo contrário, o intuito focado, com a inclusão de tal exigência, foi no sentido de 
priorizar a garantia da qualificação dos serviços a serem contratados.‟ 
9.1.1.1 Ao referir-se ao Acórdão 2297/2005-TCU-Plenário, que fora apontado pela equipe 
de fiscalização, a ex-gestora conclui informando que: (...) „diante da decisão mostrada, em relação 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
15 
ao posicionamento da Corte Máxima de Contas, resta mostrar-se obediente a seus comandos e dizer 
que, no caso em foco, se houve prejuízo à competitividade, nenhuma constatação nesse sentido foi 
averiguada.‟. 
9.1.1.2 Em relação ao índice de liquidez contábil exagerado, a defendente afirma que „o 
intuito dessa exigência, foi tão somente, buscar maior garantia para a Administração. Ou seja, com 
tal medida, selecionar para a contratação uma empresa que mostrasse maior solidez econômico-
financeira‟. 
9.1.1.3 No tocante à Numeração/Organização Deficiente dos Processos, a ex-chefe do 
executivo municipal, argumenta que „falhas desta natureza dentro de um processo que é, com 
frequência, movimentado e manuseado por diversas pessoas, pode ser até visto com uma condição 
compreensível e, portanto, aceitável.‟. No entanto a responsável conclui que a questão „deve e 
merece ser atenuada, com a implantação de rotinas e cuidados adequados.‟. 
9.1.2 Análise 
9.1.2.1 A responsável não nega a ocorrência de nenhuma das falhas supramencionadas 
restringindo-se a atenuá-las alegando que procurou resguardar a Administração buscando garantias. 
9.1.2.2 No entanto, o TCU não tem apenado os gestores responsáveis por falhas dessa 
natureza, limitando-se a expedir determinações e alertas ao órgão, conforme os Acórdãos 
2297/2005-TCU-Plenário, 2028/2006-TCU-1ª Câmara. Assim, cabe emissão de alerta ao Município 
de Araguaína/TO para que nos próximos certames custeados com recursos federais, adote 
providências para que estas falhas não se repitam. 
9.2 Razões de justificativa de Mahmoud Wadih Elkadi, Francelino Martins Borges e 
Marco Antonio Machado Junior (membros da Comissão de Licitação) 
 
Ofícios de Audiência: nº 681/682/686/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 43,45,50. 
Resposta Conjunta: fls. 184-189, v.p., vol. 1 
 
9.2.1 Os responsáveis apresentaram as mesmas razões de justificativa que a ex-prefeita, 
Valderez Castelo Branco, devendo-se estender a estes a mesma análise propugnada no item 9.1.2.2. 
10. Quanto a Baixa qualidade das obras 
10.1 Razões de justificativa da Construtora Central do Brasil Ltda. (CCB) 
 
Ofício de Audiência: nº 690/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 56-57 
Resposta: fls. 02-23, anexo 3 
 
10.1.1 Em relação à espessurada camada asfáltica ser menor que a especificação mínima 
de projeto de 2,5 cm para o TSD (Tratamento Superficial Duplo), a CCB alega que: 
a) a espessura de 2,5 cm seria, na verdade, a máxima permitida para o tipo de revestimento 
TSD conforme as normas vigentes do Dnit; 
b) o elemento de controle da qualidade desse tipo de asfalto seria a granulometria do maior 
agregado utilizado e não a espessura final da camada asfáltica, de acordo com a especificação de 
serviço DNER-ES 309/97, definidora desse tipo de pavimento. 
10.1.1.1 A defendente continua afirmando que „uma vez que a norma supracitada exige 
que na faixa granulométrica mais grossa (faixa A) toda a brita passe pela peneira com abertura de 
2,54 cm, deduz-se que a dimensão máxima do agregado utilizado será de 2,54 cm e por 
consequência a espessura máxima resultante para o TSD será de 2,54 cm.‟. 
10.1.1.2 A empresa conclui aduzindo que „(...) a espessura resultante do TSD não diz quase 
nada a respeito de sua qualidade. Importante são os ensaios realizados antes da realização dos 
serviços, de encaixe das faixas de britas 00 e 01 (...)‟. 
10.1.1.3 No tocante aos buracos, agregados soltos e outros problemas relacionados à baixa 
qualidade de execução, a CCB afirma, basicamente, que os mesmos se deveram a: 
a) Antecipação do início do período chuvoso ocorrida no ano de 2009, sua prolongada 
duração em 2010 e a sua grande intensidade. 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
16 
b) a existência de ruas não pavimentadas (de terra) adjacentes às asfaltadas. 
c) deficiência do sistema de drenagem das bacias adjacentes. 
d) falhas de execução 
10.1.1.4 Não obstante os problemas encontrados, a defendente declara que „antes mesmo 
de se ter recebido a notificação deste Egrégio Tribunal, a CCB Construtora já havia promovido, às 
suas próprias expensas, a correção de todos os problemas apontados, conforme se pode constatar no 
relatório fotográfico em anexo.‟. 
10.1.2 Análise 
10.1.2.1 Embora o projeto das obras de pavimentação em questão (constante das fls. 57/93 
do anexo 1) não deixe claro, em alguns momentos, qual deveria ser a espessura final da camada de 
TSD, se 2,5 cm ou até 2,5 cm, os argumentos apresentados pela Construtora Central do Brasil Ltda. 
merecem ser acolhidos, haja vista o embasamento técnico (especificação DNER-ES 309/97), e 
documental (conjunto de ensaios laboratoriais e de campo, fls. 24-1828, anexo 3) trazidos aos autos 
pela empresa. 
10.1.2.2 Ademais, considerando que a empresa corrigiu por conta própria os defeitos 
encontrados nas obras, conforme Relatório Fotográfico (fls. 07-23, anexo 3) cabe apenas 
determinação à prefeitura para que remeta a esta Corte de Contas relatório informando se os 
serviços foram realizados a contento. 
10.2 Razões de justificativa de Valderez Castelo Branco (ex-prefeita) 
 
Ofício de Audiência: nº 694/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 63-64, 
Resposta: fls. 177-179, v.p., vol. 1 
 
10.2.1 A ex-prefeita não trouxe aos autos as razões de justificativa para a baixa qualidade 
das obras, embora conste do subitem 13.2 de sua resposta conste que „nas explicações dadas ao item 
„c‟ está toda a resposta, mostrando que não houve baixa qualidade dos serviços.‟. Como o referido 
item „c‟, não consta da resposta apresentada pela defendente, esta será considerada revel quanto a 
este item. 
10.2.2 Análise 
10.2.2.1 Como a ex-gestora não carreou aos autos razões de justificativa para a baixa 
qualidade das obras, a mesma deve ser considerada revel. No entanto, considerando que os 
problemas detectados foram, a princípio, sanados pela Construtora Central do Brasil, sem prejuízo 
ao Erário, não cabe aplicação de sanção à ex-prefeita em razão desta irregularidade. 
10.3 Razões de justificativa de Nourival Batista Ferreira (ex-Secretário de Obras), 
Fábio Levy Rocha (ex-Secretário de Obras) e Walmir de Sousa Ribeiro (Secretário de Obras) 
 
Ofício de Audiência: nº 694/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 63-64, 
Resposta: Não há 
 
10.3.1 Os responsáveis não apresentaram razões de justificativa sendo, portanto, 
considerados revéis. 
10.3.2 Análise 
10.3.2.1 Como os responsáveis foram revéis, aplica-se a estes a mesma análise feita para a 
ex-prefeita constante do item 10.2.2.1 
11. Quanto a Fiscalização Deficitária 
11.1 Razões de justificativa de Valderez Castelo Branco (ex-prefeita) 
 
Ofício de Audiência: nº 694/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 63-64, 
Resposta: fls. 177-179, v.p., vol. 1 
 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
17 
11.1.1 Em sua resposta, a Srª Valderez menciona que muitos dos esclarecimentos para a 
Fiscalização Deficitária constam do item „c‟, o qual não se encontra em sua defesa. Assim, serão 
analisados apenas os argumentos trazidos aos autos, conforme a seguir. 
11.1.1.1 A defendente alega, em suma, que: 
i) „não houve baixa qualidade dos serviços‟; 
ii) „a fiscalização se fazia na medida em que os recursos humanos da prefeitura se 
dispunham, e a designação de apenas um servidor técnico especializado em obras, para proceder à 
fiscalização de todos os serviços contratados não era vista como motivo de fiscalização deficitária.‟; 
iii) „(...) é preciso compreender que cada contrato possui sua característica, peculiaridade e 
complexidade. Se aqui, como entendem os auditores, apenas um servidor para todas as obras é 
insuficiente, isto pode ser uma questão de visão subjetiva.‟. 
11.1.2 Análise 
11.1.2.1 A designação genérica de apenas um servidor para acompanhar todas as obras da 
Prefeitura de Araguaína contraria o art. 67 da Lei 8.666/93 e a jurisprudência do TCU, em especial 
os Acórdãos 767/2009-TCU-Plenário e 1534/2009-TCU-1ª Câmara. Tal conduta permite a 
execução de obras superfaturadas ou de baixa qualidade, como as fiscalizadas pela equipe do TCU 
neste processo. 
11.1.2.2 No entanto, como a construtora corrigiu os problemas detectados não havendo, a 
princípio, dano ao Erário, cabe alertar ao Município de Araguaína/TO que quando da realização de 
obras lastreadas por transferências de recursos federais, faça a designação específica de profissional 
de engenharia e/ou arquitetura para realizar a fiscalização dos contratos firmados. 
11.2 Razões de justificativa de Fábio Levy Rocha (ex-secretário de obras), Nourival 
Batista Ferreira (ex-secretário de obras), Walmir de Souza Ribeiro (secretário de obras) e 
Félix Valuar de Sousa Barros (prefeito) 
 
Ofícios de Audiência: nº 683/685/689/691/2010-TCU/Secex/TO de 28/5/2010; fls. 45,48,54,58. 
Resposta: Não há 
 
11.2.1 Como os responsáveis supra não apresentaram razões de justificativa, devem ser 
considerados revéis, podendo ser aplicada a análise feita para a ex-prefeita aos mesmos. 
12. Diligência à Caixa Econômica Federal - CEF 
12.1 Resposta da CEF à diligência (fl. 106) 
12.1.1 Em resposta ao Ofício 684/2010-TCU/Secex/TO, de 28/5/2010, fl. 47, a CEF, 
informou que dando cumprimento aos itens 6.1 e 6.2 dos contratos de repasse em epígrafe, os 
recursos são autorizados segundo o seguinte procedimento: 
(...) 
1º) proponente apresenta solicitação de saque e Boletim de Medição elaborado pela 
fiscalização; 
2º) o empreendimento é inspecionado pela Caixa, sendo visualmente verificado a 
qualidade dos serviços, a compatibilidade do Boletim de Medição com os serviços executados, a 
execução de acordo com o projeto previamente elaborado pelo proponente e a existência de placa 
da obra; (destaque nosso). 
3º) após atestada a execução física,comprovação do aporte da contrapartida financeira da 
etapa correspondente e comprovação financeira da etapa anterior é autorizado o saque dos recursos. 
12.1.1.1 O diligenciado noticia, ainda, que, em relação aos contratos de repassefiscalizados, foi constatado que as inspeções foram realizadas conforme o procedimento supra e que 
„os diversos Relatórios de Acompanhamento do Empreendimento elaborados pela Caixa 
consideraram a qualidade da execução da obra „satisfatória‟ ou „regular‟.‟. 
12.1.1.2 Por fim, a Caixa conclui que: 
(...) os contratos 0187.467-73/2005, 0226.764-17/2007 e 0257.400-65/2008 estão com obra 
concluída e com prestações de contas finais aprovadas. Os contratos 0242.051-27/2007 e 0265.032-
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
18 
76/2008 estão em andamento, estando atualmente com 85,44% e 43,81% de obra executada, 
respectivamente. 
12.1.2 Análise 
12.1.2.1 Verifica-se que embora a Caixa Econômica Federal tenha aplicado seu 
procedimento padrão para liberação de recursos, a qualidade das obras, em muitos pontos, não foi 
satisfatória. O fato da própria Construtora Central do Brasil Ltda. empreender reparos, às próprias 
expensas, nas ruas em que foram detectados, pela equipe do TCU, problemas na qualidade do 
pavimento, ilustra a deficiência na fiscalização realizada pela Caixa. 
12.1.2.2 A adoção de controles de qualidade por parte da CEF, quando da fiscalização de 
empreendimentos públicos financiados via contratos de repasse, reduziria a ocorrência desses 
problemas e resguardaria o Erário de eventuais prejuízos causados por obras de má qualidade. 
12.1.2.3 Nesses termos, recomenda-se alertar à Superintendência da Caixa Econômica 
Federal no Tocantins para que busque aprimorar seus procedimentos de fiscalização de obras 
públicas, especialmente no que diz respeito ao controle de qualidade destas obras, a fim de evitar 
problemas como os detectados pelo TCU. 
13. Diligência à Prefeitura de Araguaína 
13.1 Resposta da Prefeitura de Araguaína/TO à diligência (fls. 163-164) 
13.1.1 Em resposta ao ofício de diligência nº 687/2010-TCU/Secex/TO, de 28/5/2010, fl. 
51, a Prefeitura de Araguaína apresentou sua resposta às fls. 163-164 que traz o seguinte: 
a) em relação à situação atual dos contratos 026/2006 e 244/2008, o primeiro encontra-se 
paralisado não tendo sido encerrado ainda „por existirem medições de reajustamento e de serviços 
executados extra convênios que ainda encontra-se sob análise.‟. Quanto ao segundo, o gestor 
informa que „existem convênios com o Governo Federal que se encontram em execução e que logo 
após o encerramento desses serviços previstos, que se dará até o final do ano, o contrato será 
encerrado.‟; 
b) quanto às medidas que estão sendo adotadas para reparação dos danos verificados nos 
pavimentos objeto desses instrumentos, o diligenciado diz que os reparos foram estabelecidos, 
„corrigindo-os das ruas citadas como em outras vias que apresentavam algum dano ao pavimento‟. 
c) por fim, o gestor aduz que: „os recursos referentes à má qualidade na execução ou sua 
execução em desacordo com o projeto, ficam estritamente a cargo da empresa que realizou os 
serviços. Com relação à ausência de itens de drenagem estamos realizando um levantamento dos 
locais onde não há dispositivos de drenagem no pavimento, para verificarmos que soluções poderão 
ser adotadas para cada caso nas vias urbanas municipais.‟ 
13.1.2 Análise 
13.1.2 Tendo em vista que ainda há contratos em andamento, cabe determinação ao 
Município de Araguaína para que remeta à Secex/TO relatório contendo informações sobre o 
encerramento dos Contratos 026/2006 e nº 244/2008, demonstrando seu fiel cumprimento. 
14. Proposta 
14.1 Ante todo o exposto submetemos os autos à consideração superior propondo: 
14.2 conhecer a presente Representação, satisfeitos os requisitos de admissibilidade 
previstos nos art. 237 e 235 do Regimento Interno deste Tribunal, para, no mérito, considerá-la 
parcialmente procedente; 
14.3 afastar do rol de responsáveis do presente processo os senhores Mahmoud Wadih 
Elkadi, Francelino Martins Borges e Marco Antonio Machado Junior, integrantes da Comissão 
Permanente de Licitação do município, com fundamento no art. 51 da Lei 8.666/93; 
14.4 acatar as razões de justificativa relativas à exigência de profissional no quadro 
permanente na data da licitação, índice de liquidez contábil exagerado e numeração/organização 
deficiente dos processos, aproveitando a todos os responsáveis, com fundamento no art. 161 do 
Regimento Interno do TCU; 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
19 
14.5 acatar as razões de justificativa da Construtora Central do Brasil Ltda. em relação à 
baixa qualidade das obras, aproveitando a todos os responsáveis, com fundamento no art. 161 do 
Regimento Interno do TCU; 
14.6 acatar, parcialmente, as razões de justificativa de Leonardo Rossini da Silva 
(Procurador Geral do município), Alessandra Andrade França Alves (ex-Procuradora da Fazenda 
Pública) e Giancarlo G. Menezes (Procurador Administrativo) relativamente à aprovação das 
Concorrências nº 02/2005 e nº 02/2008 com projetos básicos deficientes; 
14.7 acatar parcialmente as razões de justificativa de Valderez Castelo Branco (ex-prefeita) 
em relação à fiscalização deficitária das obras objeto das Concorrências nº 02/2005 e nº 02/2008, 
aproveitando a todos os responsáveis, com fundamento no art. 161 do Regimento Interno do TCU; 
14.8 rejeitar parcialmente as razões de justificativa da responsável Valderez Castelo 
Branco (ex-prefeita) relativamente aos indícios de parcelamento do objeto da licitação e de projetos 
básicos deficientes, aplicando-lhe a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992, fixando-
lhe o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para que comprove perante este Tribunal (art. 
214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno/TCU), o recolhimento da dívida ao Tesouro 
Nacional, atualizada monetariamente a partir da data do acórdão condenatório, até a data do efetivo 
recolhimento, se paga em atraso, na forma da legislação em vigor; 
14.9 rejeitar parcialmente as razões de justificativa dos responsáveis Leonardo Rossini da 
Silva (Procurador Geral do município), Alessandra Andrade França Alves (ex-Procuradora da 
Fazenda Pública) e Giancarlo G. Menezes (Procurador Administrativo) em relação à aprovação das 
Concorrências nº 02/2005 e nº 02/2008 com ausência de parcelamento do objeto da licitação 
aplicando-lhes a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de 
quinze dias, a contar da notificação, para que comprove perante este Tribunal (art. 214, inciso III, 
alínea a, do Regimento Interno/TCU), o recolhimento da dívida ao Tesouro Nacional, atualizada 
monetariamente a partir da data do acórdão condenatório, até a data do efetivo recolhimento, se 
paga em atraso, na forma da legislação em vigor; 
14.10 alertar ao Município de Araguaína/TO que quando da gestão de recursos públicos 
federais repassados ao município através de transferências voluntárias e destinados à execução de 
obras: 
14.10.1 realize a nomeação de representante da administração, em ato específico, com a 
função de acompanhamento e fiscalização de contrato de execução de obra, conforme prevê o art. 
67 da Lei 8.666/93; 
14.10.2 forneça aos licitantes, em anexo ao edital, o Projeto Básico da obra contendo todos 
os elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou 
serviço, conforme determina o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93; 
14.10.3 promova o parcelamento do objeto a ser licitado para um melhor aproveitamento 
dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, ou, na impossibilidade 
técnica e econômica de fazê-lo, apresente justificativas fundamentadas nos autos do procedimento 
licitatório, conforme prevê o art. 23, parágrafo primeiro, da Lei 8.666/93, 
14.10.4 evite a exigência de profissionalno quadro permanente das empresas licitantes na 
data da licitação nos termos do Acórdão 2297/2005-TCU-Plenário; 
14.10.5 adote parâmetros razoáveis para o índice de liquidez contábil constante dos editais 
de licitação, nos termos do Acórdão 2028/2006-TCU-1ª Câmara; 
14.10.6 busque manter em ordem a numeração/organização dos processos, de acordo com 
a Decisão 1090/2001-TCU-Plenário; 
14.11 alertar à Superintendência da Caixa Econômica Federal no Tocantins para que 
busque aprimorar seus procedimentos de fiscalização de obras públicas, especialmente no que diz 
respeito ao controle de qualidade destas obras, a fim de evitar problemas como os detectados pelo 
TCU no âmbito do presente processo; 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794498.
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
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14.12 determinar ao Município de Araguaína/TO que remeta a esta Corte de Contas 
relatório contendo informações sobre o encerramento dos Contratos 026/2006 e nº 244/2008, 
demonstrando seu fiel cumprimento. 
14.13 autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se refere os subitens 14.8 
e 14.9, caso não atendida a notificação, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;‟ 
5. Divergindo, em parte, da proposta retro, o Secretário de Controle Externo manifestou-se 
nos seguintes temos (fls. 205): 
„Manifesto-me de acordo com a proposta apresentada, com exceção do item 14.12, a seguir 
transcrito: 
„14.12 determinar ao Município de Araguaína/TO que remeta a esta Corte de Contas 
relatório contendo informações sobre o encerramento dos Contratos 026/2006 e nº 244/2008, 
demonstrando seu fiel cumprimento.‟ 
2. As razões de justificativa da Construtora Central do Brasil Ltda. em relação à baixa 
qualidade das obras foram acolhidas, tendo em vista que providenciou os reparos as suas expensas. 
Assim, entendo que o controle desses contratos, ainda em execução, deve seguir o trâmite normal 
por parte do controle interno, sem necessidade de um monitoramento especial por parte deste 
Tribunal.” 
 
É o relatório. 
 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794498.
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
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PROPOSTA DE DELIBERAÇÃO 
 
 
 
 Cuidam os autos de Representação formulada por equipe de inspeção, com fundamento no 
art. 246 do Regimento Interno do TCU, decorrente de irregularidades detectadas em licitações e 
execução de obras de infraestrutura urbana, compreendendo serviços de pavimentação, terraplenagem, 
drenagem e galerias de águas pluviais, que utilizaram recursos federais transferidos por meio de cinco 
contratos de repasse celebrados entre o Ministério das Cidades e o Município de Araguaína/TO, por 
intermédio da Caixa Econômica Federal. A previsão do total de recursos a serem descentralizados foi 
de R$ 25.273.100,00. 
2. Preenchidos os requisitos de admissibilidade previstos no inciso V e no parágrafo único, 
ambos do art. 237 do Regimento Interno do TCU, impõe-se conhecer desta Representação. 
3. Nesta inspeção foram analisadas duas concorrências com seus respectivos contratos 
(Concorrência 002/2005 - Contrato 026/2006 e aditivos. Valor total: R$ 8.385.000,00; Concorrência 
02/2008 - Contrato 244/2008. Valor total: R$ 51.178.344,68), onde a equipe de fiscalização detectou 
as seguintes irregularidades: 
a) Ausência de parcelamento dos objetos das licitações; 
b) Projetos Básicos deficientes; 
c) Exigência de profissional no quadro permanente na data da licitação; 
d) Índice de Liquidez Contábil exagerado; 
e) Numeração e organização deficiente dos processos; 
f) Baixa qualidade das obras; 
g) Fiscalização deficitária. 
4. A Secex/TO propôs a audiência dos responsáveis para que apresentassem razões de 
justificativa sobre as irregularidades apontadas. 
5. Em razão da aparente baixa qualidade das obras verificadas nos Contratos 026/2006 
(contratos de repasse 0187.467-73/2005 e 0226.794-17/2007) e 244/2008 (contratos de repasse 
0242.051-27/2007, 0265.032-76/2008 e 0257.400-65/2008), celebrados com a Construtora Central do 
Brasil - CCB, vencedora das duas concorrências, e de haver relato da equipe de fiscalização sobre os 
danos precoces ao pavimento, conforme fotografias anexadas, determinei, além da promoção das 
audiências, a realização de diligências à Caixa Econômica Federal e à Prefeitura Municipal de 
Araguaína/TO, para que a primeira informasse como foram realizadas as verificações físicas anteriores 
às autorizações de saque da conta vinculada aos contratos de repasse em questão, bem como se 
pronunciasse sobre a qualidade dos serviços prestados pela empresa contratada. 
6. Em relação à Prefeitura de Araguaína/TO, foi solicitado que apresentasse a situação atual 
dos Contratos 026/2006 e nº 244/2008, bem como as medidas que estariam sendo adotadas para a 
reparação dos danos verificados nos pavimentos objeto desses instrumentos, além de quais recursos 
estariam suportando os eventuais serviços de reparação efetuados em razão dos danos encontrados. 
7. Realizadas as audiências e diligências, os responsáveis apresentaram suas razões de 
justificativa e esclarecimentos que foram devidamente analisados pela unidade técnica, conforme 
instrução reproduzida no relatório antecedente. 
8. Em sua conclusão, a Secex/TO posicionou-se pela não aceitação das razões de justificativa 
de ex-prefeita relativamente aos indícios de parcelamento do objeto da licitação e de projetos básicos 
deficientes. Propôs também a rejeição das razões de justificativa dos responsáveis Leonardo Rossini da 
Silva (Procurador-Geral do município), Alessandra Andrade França Alves (ex-Procuradora da Fazenda 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 47794499.
 
 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 008.297/2010-0 
 
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Pública) e Giancarlo G. Menezes (Procurador Administrativo) em relação à aprovação das 
Concorrências nº 02/2005 e nº 02/2008 com ausência de parcelamento do objeto da licitação. 
9. As razões de justificativa referentes às demais irregularidades foram acatadas, inclusive 
com a proposta de afastar do rol de responsáveis do presente processo os senhores Mahmoud Wadih 
Elkadi, Francelino Martins Borges e Marco Antonio Machado Junior, integrantes da Comissão 
Permanente de Licitação do município, com fundamento no art. 51 da Lei 8.666/93. 
 
II 
 
10. Ao examinar este processo constatei que ocorreram irregularidades na elaboração e na 
aprovação do edital das duas licitações em exame. No tocante à ausência de parcelamento dos objetos 
licitados e à constatação de que os projetos básicos estavam deficientes, concordo com as 
responsabilizações atribuídas e as fundamentações apresentadas pela unidade técnica e as adoto como 
razão de decidir. 
11. Não há nos autos parecer ou estudo que demonstre que os serviços contratados deveriam 
ser licitados de forma integral, sem a possibilidade de seu parcelamento e a consequente execução por 
trechos ou lotes. Este procedimento, por si só, acarretou restrição de competitividade, haja vista que, 
apesar de os serviços não serem de natureza complexa, somente puderam participar dos certames as 
empresas que possuíssem capital social e garantias necessárias para assumir contratos nos valores de 
R$ 8.385.000,00 e R$ 51.178.344,68. 
12. Acrescente-se a esta imposição restritiva o fato de os projetos básicos terem sido 
elaborados de forma deficiente, conforme atestado pela Caixa Econômica Federal em seus ofícios de 
solicitação de revisão geral do projeto e de saneamento de pendências (fls. 349/360, vol. 2, An. 1). 
13. Esta deficiência nos projetos também contribuiu para que eventuais licitantes não 
participassem do certame por não se sentirem seguros de apresentar proposta que, supostamente, não 
pudesse ser honrada

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