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Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 163 AULA 16 SUMÁRIO PÁGINA Apresentação Inicial 01 Tributos de Competência dos Municípios e do Distrito Federal 03 ISS na CF/88 e Características do imposto 05 ISS na Lei Complementar nº 116/03 24 IPTU 65 ITBI 94 Questões Propostas 115 Gabaritos 163 Olá, caro amigo e futuro servidor! Chegamos à décima sexta aula do nosso curso de direito tributário para o cargo de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas: Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS); Imposto sobre a propriedade predial e territorial rural (ITPU); Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI). Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 163 Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus estudos. Seguem ainda os meus contatos: aluisioalneto@gmail.com www.facebook.com/aluisioalneto www.facebook.com/prosatributaria Boa sorte! E bons estudos! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 163 Tributos de Competência dos Estados e do Distrito Federal Iremos começar a nossa aula de hoje com o estudo dos tributos previstos na competência dos Municípios e do Distrito Federal. Quando falamos Distrito Federal, entenda, para essa aula, aquele no exercício da sua competência municipal, uma vez que esse ente político acumula as funções estaduais e municipais previstas na CF/88 em razão de sua natureza anômala. Os tributos previstos para os municípios e Distrito Federal são os seguintes: Impostos previstos no artigo 156 da CF/88; Taxas (artigo 145, II, da CF/88); Contribuição de Melhoria (artigo 145, III, da CF/88); Contribuições sociais cobradas dos seus servidores para o custeio, em benefício destes, do seu regime previdenciário (artigo 149, §1º, da CF/88); COSIP – Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Artigo 149-A da CF/88). Os quatro últimos itens correspondem a espécies tributárias sem qualquer delimitação na CF/88, e, por consequência, sem mais disposições especiais e/ou específicas quanto aos Municípios ou ao Distrito Federal. Essas quatro espécies são vistas quando estudamos os tributos em espécie, bem como sua classificação, natureza e características gerais. O mesmo ocorre para os impostos. Contudo, para os impostos, a CF/88 trouxe disposições mais detalhadas. Assim, veremos as disposições específicas relativas aos três impostos municipais previstos na CF/88. “Certo, professor. Mas e que três impostos são esses?” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 163 Os impostos previstos na competência tributária municipal e distrital estão contidos no artigo 156 da CF/88, em seus três incisos, cuja redação é a seguinte: “ Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar..” Veremos os detalhes relativos a cada um deles agora. Preparem-se, pois a matéria a ser vista é extensa. Vamos iniciar pelo ISS, o principal imposto previsto na competência municipal. Boa aula! Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 163 ISS na CF/88 e Características do imposto O Imposto sobre serviços de qualquer natureza, o famoso ISS, também conhecido como ISSQN ou ISQN, é, sem sombra de dúvida, o mais importantes dos impostos previstos na competência tributária dos Municípios. É da arrecadação dele que provém a maior soma de valores de receitas derivadas para os cofres municipais, sendo um dos tributos de maior arrecadação no nosso país. Sobre o que vem a ser serviços de qualquer natureza, redação que compõe o nome do imposto, veremos mais adiante na aula. Veremos que o ISS não incidirá sobre todo e qualquer serviço indiscriminadamente, mas apenas sobre aqueles expressamente previstos em lei complementar, e desde que o serviço também não esteja compreendido no campo de incidência do ICMS. Aguarde! As principais disposições constitucionais relativas ao ISS estão previstas no artigo 156, III, e §3º, da CF/88, que possui o seguinte texto: “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (...) § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 163 I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.” (Grifos nosso) Temos ainda, no corpo da Carta Magna Federal, o que dispõe o artigo 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), cujo teor é o seguinte: “Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I.” (Grifos nosso) Conforme se observa no caput do artigo 156, cabe apenas aos Municípios e ao Distrito Federal (no exercício de sua competência municipal) instituir e cobrar o ISS (assim como o ITBI e o IPTU), não possuindo, a União, em regra, e os Estados tal competência. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 163 A União, porém, poderá vir a editar legislaçãorelativa ao ISS. Tal competência será exercida quando da eventual criação de Território federal, hoje inexistente, e desde que esse território não fosse dividido em municípios. Sem competência tributária prevista na CF/88, o Território Federal não poderia instituir o imposto, cabendo essa competência à União. É o que dispõe a parte inicial do artigo 147 da CF/88, abaixo transcrito: “Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais, e, se o Território não for dividido em municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.” (Grifo nosso) Quanto à instituição do ISS nos Territórios Federais, deve ser observado ainda que estes não podem ser divididos em Municípios, com o qual resta afastada a competência federal. Sendo dividido em municípios, ainda que estes estivessem situados em território federal, cada um deles possuiria autonomia igual aos demais municípios pertencentes aos Estados da federação, podendo assim instituir os três impostos previstos na competência tributária municipal. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 163 Entre outras características principais, o ISS possui caráter eminentemente fiscal. Assim, sua função primordial é a de prover recursos para o Município tributante, incidindo sobre uma prestação de serviços efetuada pelo sujeito passivo. Ao instituir o imposto, o Município tributante não visa regular a concorrência, uma situação específica ou algum desequilíbrio de mercado, típico dos tributos extrafiscais, tendo como exemplos o imposto sobre produtos industrializados (IPI) e o imposto de importação (II), ambos de competência da União. O interesse quanto aos tributos fiscais é apenas arrecadatório. Outra característica bastante marcante desse tributo municipal é, regra geral, o lançamento por homologação. Nesse tipo de lançamento, ocorrido o fato gerador, o sujeito passivo deve calcular o montante do imposto devido e efetuar o pagamento dos valores encontrados, sem que haja qualquer exame prévio pela autoridade fiscal municipal. Posteriormente, esta, verificando a correção do ato praticado e os valores recolhidos pelo sujeito passivo, homologa (ou não) o montante do tributo pago. Caso sejam apurados ainda valores a pagar e não recolhidos pelo contribuinte ou responsável, a autoridade fiscal lavrará de ofício as somas ainda devidas. Quanto aos princípios constitucionais da legalidade, da irretroatividade, da anterioridade e da noventena tributária, o ISS está sujeito a todos eles, não possuindo nenhuma regra que o torne exceção a algum dos três princípios. E é exceção a algum outro princípio constitucional? Também não. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 163 Uma das principais características do ISS refere-se à sua base de cálculo. Não à forma ou ao valor como é calculada, semelhantes na maioria dos tributos, mas aos elementos que a compõe. Na base de cálculo do ISS já está contido o valor do próprio imposto, sendo por isso denominado de imposto por dentro. Uma vez que ele está incluso na sua própria base de cálculo, a alíquota efetivamente aplicada é maior do que a estabelecida em lei. Falamos assim em alíquota nominal e alíquota real. Como exemplo, temos uma prestação de serviço custando R$2.000,00. Sobre ela incide uma alíquota de ISS de 3,00%. Assim, o valor do ISS a pagar será de R$ 60,00, resultante do produto R$ 2.000,00 x 3%. “Tá, professor, eu pago R$2.060,00 ao prestador do serviço que eu contratei (R$2.000 + R$ 60) e vou para casa. Qual a diferença em relação aos outros impostos então?” Ai é que está a diferença presente no ISS. Você não pagará R$2.060,00 ao prestador do serviço, mas R$2.000,00. Por sua vez, o prestador recolherá aos cofres municipais R$60,00, já embutidos no preço do serviço, ficando com apenas R$ 1.940,00. Com isso, chegamos à alíquota nominal e à alíquota real. A nominal, no caso do nosso exemplo, seria a própria alíquota prevista em lei: 3%. Já a alíquota real (a.r) é dada pelo seguinte cálculo: Traduzindo em valores: a.r = 100 x [60/(2.000-60)] a.r = 3,09%. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 163 Assim, concluímos que a alíquota real será sempre maior que a nominal, tendo em vista essa característica do ISS de estar contido na sua própria base de cálculo. Por fim, diante da sua característica de incidir sobre uma prestação de serviço, o ISS é classificado ainda como um imposto sobre a produção e a circulação (conforme o capítulo IV do CTN), possuindo ainda fato gerador instantâneo (aqueles que se consumam em um dado momento, após a ocorrência de cada evento do mundo real, repetindo-se tantas vezes quanto se repetir as situações materiais que o dão origem). Vamos passar agora aos estudos dos dispositivos constitucionais relativos ao ISS, presente no artigo 156 da CF/88 e no artigo 88 da ADCT. Já no texto do inciso III do artigo 156 da CF/88, temos duas informações importantes a título de ISS. Conforme esse artigo, os serviços a serem tributados pelo ISS: 1. Não podem ser os mesmos já tributados pelo ICMS (ou seja, os serviços de transporte interestadual e intermunicipal e os serviços de comunicações), imposto de competência estadual previsto no inciso II do artigo 155 da CF/88; 2. Devem estar EXPRESSAMENTE previstos em Lei complementar. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 163 Quanto ao item 1, a previsão só veio a reforçar a impossibilidade da bitributação do mesmo fato gerador por dois tributos (ICMS e ISS) e por dois entes distintos (Estados e Distrito Federal e os Municípios). Assim, as bases de cálculo tributadas com o ICMS jamais poderão ser tributadas também com o ISS, ainda que esse imposto incida sobre a prestação de serviços de qualquer natureza. Quanto ao item 2, esse está intimamente relacionado ao que dispõe o item 1, uma vez que, para serem tributados pelo ISS, todos os serviços sobre o manto de incidência do tributo municipal DEVEM estar previstos EXPRESSAMENTE em lei complementar FEDERAL. Se não consta na lista presente em lei complementar, não poderá haver a tributação, nem mesmo por analogia ou “aproximação” de conceitos. Entretanto, é comum os fiscos municipais tentarem “ignorar” o que determina a lei na tentativa de sujeitar determinado serviço não previsto em lei complementar federal à incidência do imposto, como veremos mais adiante. Existem ainda os casos em que determinado serviço é prestado conjuntamente com o fornecimento de mercadorias, sendo estas, em regra, tributadas com o ICMS (fornecimento de mercadorias). Assim, para os casos previstos na lei complementar do ISS, haverá a tributação do serviço pelo imposto municipal, enquanto que o valor das mercadorias será tributado pelo ICMS, imposto estadual. Entretanto, os serviços e os casos que comentei devem estar previstos expressamente na lei complementar de normas gerais do ISS, que, conforme o artigo 146, III, “a”, da CF/88, deve ser uma lei complementar editada pela União. “Mas você acabou de dizer que não poderia haver a tributação com o ICMS e com o ISS ao mesmo tempo, professor.Nesse último parágrafo, então, houve uma contradição.” Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 163 É comum esse pensamento mesmo, mas não é esse o pensamento correto, uma vez que não será uma bitributação. Veremos essa tributação com o ISS e com o ICMS “ao mesmo tempo” (claro, um sobre o valor do serviço e o outro sobre o valor das mercadorias) no decorrer da nossa aula. “E que lei complementar é essa, professor? Já foi editada ou a mesma nem existe ainda, assim como ocorre para o IPVA estadual?” Existe sim. E existe há um bom tempo. É a famosa lei complementar n° 116, de 31 de julho de 2003, mais conhecida como “Lei do ISS”. Essa lei estabelece as diretrizes gerais do imposto, alíquotas (máximas, já que a lei não fixou a mínima, cabendo essa fixação ao que dispõe o ADCT da CF/88), fato gerador, contribuintes, base de cálculo e outras matérias pertinentes ao imposto municipal, sendo de observância obrigatória pelos cerca de 5.570 Municípios do Brasil (www.ibge.gov.br). Veremos a lei complementar n° 116/03 no item seguinte da nossa aula. Atenção especial deve ser dada os serviços de transportes sobre os quais incide o ICMS: INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL! Ou seja, os serviços de transporte prestado DENTRO (intramunicipal) da área territorial de um mesmo Município estarão sujeitos apenas ao ISS, conforme veremos no inciso XIX do artigo 3° da LC n° 116/03. Guarde bem isso! Esse tema é frequentemente cobrado em questões de prova. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 163 (Questão 01) No caso de prestação de serviços de transporte rodoviário por terceiro, entre pontos situados em diferentes Municípios do mesmo Estado: a) será exigido ISS pelo Município em que estiver o estabelecimento prestador. b) será exigido ISS pelo Município de destino dos bens transportados. c) deverá ser recolhido ICMS ao Estado em que ocorreu a prestação do serviço. d) não há incidência de impostos se o serviço for realizado por terceiros. e) será exigido ISS tanto pelo Município do prestador, quanto pelo Município de)destino dos bens transportados. Conforme foi visto ao estudarmos o campo de incidência do ISS e do ICMS, o ISS incide apenas sobre os serviços de transporte intramunicipal, ou seja, aqueles que ocorrem dentro da área de um mesmo Município. Para os serviços de transporte interestadual e intermunicipal, incidirá o ICMS. Assim, resta como correta a alternativa “c”, gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 163 Vamos agora ao que determinam os incisos I a III do §3º do artigo 156 da CF/88. O inciso I traz a disposição relativa às alíquotas do ISS, o qual determina que as mesmas sejam fixadas por lei complementar federal. A lei complementar DEVERÁ fixar as alíquotas máximas e as mínimas. Observe que não cabe à lei complementar federal estabelecer as alíquotas definitivas, apenas os valores extremos, que devem ser observados pelos municípios. Assim, cabe aos Municípios, por meio de suas próprias legislações internas, fixar quais alíquotas irão incidir sobre os diversos tipos de serviços, devendo obedecer apenas aos limites máximos e mínimos, como comentei. As alíquotas mínima e máxima, como veremos mais à frente, atualmente, estão fixadas em 2% e em 5%, respectivamente. Assim, caso um município resolva tributar vinte tipos de serviços presentes na lei complementar, nada impede que ele fixe uma só alíquota de 4% ou que estabeleça diversas alíquotas, cada uma com um percentual diferente e incidindo sobre um serviço distinto, por exemplo, 2,1%, 3,5%, 4,8%, e assim por diante. O que não pode, jamais, são essas alíquotas serem inferiores a 2% e nem superiores a 5%. Entendido, Virgulino? Em frente! A fixação das alíquotas mínimas visa impedir a chamada guerra fiscal. A tentativa de um Município ou do Distrito Federal de aumentar a arrecadação oriunda do ISS em seu território pode se dá, muitas vezes, em prejuízo dos demais entes municipais ou distrital, ocasionando a chamada guerra fiscal. Nesta, um determinado Ente concede incentivos, facilidades e benefícios fiscais em seu território na tentativa de atrair cada vez mais investimentos, contribuintes e recursos, em detrimento dos demais Estados. Entre essas facilidades e incentivos, está a redução de alíquotas. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 163 Visando eliminar, ou amenizar, a guerra fiscal que surgiria com a o novo e poderoso imposto, a CF/88 delegou à lei complementar federal a tarefa de definir normas gerais relativas ao tributo, na tentativa de uniformizar as diversas legislações que surgiriam em cada um dos municípios, bem como os diversos pontos de polêmica provenientes da infinidade de normas regulando o ISS que poderiam existir. Entres esses temas, estão as alíquotas mínimas e máximas, bem como a forma como incentivos, isenções e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Quanto à fixação da alíquota máxima, esta foi cumprida conforme determina a CF/88, com a lei complementar federal n° 116/03 estabelecendo o percentual de 5% como valor máximo de alíquota a ser fixada pelos Municípios da federação em suas legislações. Porém, a mesma lei complementar não fixou a alíquota mínima, o que, atualmente é disciplinado pelo que consta no inciso I do artigo 88 do ADCT, que estabeleceu a alíquota mínima de 2%, enquanto lei complementar não vier a disciplinar tal alíquota mínima. Assim, na ausência de previsão em lei complementar federal, o que deveria ter sido feito na lei de n° 116/03, o teto mínimo atualmente é de 2%, fixado no texto da Carta Magna. Nesse momento, um ponto importante merece ser estudado quanto ao que dispõe o artigo 88, I, do ADCT. Falaremos do inciso II mais à frente. O texto desse artigo é o seguinte: “Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 163 II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I.” Falamos que a alíquota mínima do ISS deverá ser de 2%, correto? Sim, mas essa regra possui exceções. Ela poderá ser reduzida abaixo desse valor apenas nos três casos de prestação de serviços presentes nos itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968, que são os seguintes: 32. Execução por administração, empreitada ou subempreitada, de construção civil, de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e respectiva engenharia consultiva,inclusive serviços auxiliares ou complementares (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICM); 33. Demolição; 34. Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICM); Esses três tipos de serviços, atualmente, estão previstos nos subitens 7.02,7.04 e 7.05 da Lista Anexa à lei complementar nº 116, de 2003, que atualmente regula o ISS. Assim, para esses três tipos de serviços, a alíquota do ISS poderá ser inferior a 2%, conforme dispuser a legislação municipal, não se aplicando, assim, para esses três casos, o texto do inciso II. Os demais serviços, sempre, terão alíquotas iguais ou superiores a 2%, sob pena de afronta ao texto constitucional. Assim, temos o seguinte: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 163 Por sua vez, o inciso II do §3° do artigo 156 da CF/88 traz uma clara preocupação do legislador constitucional com as exportações de serviços do país, estabelecendo que a prestação de serviços para tomadores situados no exterior não sofrerá a tributação com o ISS, desonerando as empresas brasileiras prestadoras de serviços no exterior e alavancando o poder destas de competir internacionalmente. Já o inciso III do §3° do artigo 156 da CF/88 estabelece outra imposição à lei complementar federal: REGULAR A FORMA como isenções, incentivos e benefícios fiscais em matéria de ISS serão concedidos e revogados. Aqui, um detalhe importante: NÃO SERÁ A LEI COMPLEMENTAR FEDERAL QUE CONCEDERÁ OU REVOGARÁ ISENÇÕES, INCENTIVOS E BENEFICIOS FISCAIS, APENAS DISCIPLINARÁ A FORMA COMO OS MUNICÍPIOS BRASILEIROS FARÃO ESSAS CONCESSÕES E REVOGAÇÕES. Atente bem a isso! A lei complementar n° 116/03, que trata de normas gerais do ISS, atendendo o que dispõe o artigo 146, III, da CF/88, não regulou o que determina o inciso III do §3º do artigo 156, também da Carta Magna. Diante disso, foi editada a Emenda Constitucional n° 37, de 12 de junho de 2002, que inclui no ADCT o artigo 88, junto com seus incisos I e II. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 163 O inciso I trata da fixação temporária (que está se tornando eterna) da alíquota mínima do imposto municipal, que, conforme vimos anteriormente, é de 2%, ressalvadas as exceções relativas aos subitens 7.02,7.04 e 7.05 da Lista Anexa à lei complementar nº 116, de 2003. Por sua vez, o inciso II traz uma importante regra quanto à concessão de isenções, de benefícios e de incentivos fiscais que resultem, direta ou indiretamente, na diminuição da alíquota de 2%. O inciso II do artigo 88 da ADCT visa proibir que os Municípios, utilizando-se de malabarismos legais, reduzam materialmente a alíquota de 2% e a conseqüente carga tributária que ela representa, para valores inferiores a esse percentual, sem, contudo, reduzir a alíquota estabelecida em lei. Imagine que o Município de Recife possua lei municipal fixando a alíquota de 2% para a prestação de determinado serviço. Visando estimular o setor, o Município, já que não pode reduzir a alíquota efetiva de 2%, concedeu uma redução de base de cálculo de 50%. Com isso, teremos os seguintes valores. 1. Situação inicial: alíquota de 2% e base de cálculo de 100%. Valor do serviço: R$ 10.000,00. Valor do imposto a pagar: R$ 10.000,00 x 2% = R$ 200,00. 2. Situação posterior: alíquota de 2% e base de cálculo reduzida de 50%. Valor do Serviço: R$ 10.000,00. Valor do imposto a pagar: R$ 10.000,00 x ½ x 2% = R$ 100,00. Observe que a alíquota permaneceu a mesma, porém, o valor total a pagar foi reduzido. Isso, em termos práticos, é semelhante a reduzir a alíquota em 50%, indo para 1%. Esse tipo de benefício não poderá ser concedido pelo legislador da capital pernambucana, exceto se fosse relativo a serviços descritos nos subitens 7.02,7.04 e 7.05 da Lista Anexa à lei complementar nº 116, de 2003. Diferentemente seria conceder redução de base de cálculo de 50% para uma determinada prestação de serviço cuja alíquota seja de Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 163 4% (o que resultaria numa “alíquota final” de 2%), sendo perfeitamente válida e dentro do que determina a CF/88. A mesma situação seria verificada para qualquer outra benesse que resulte em diminuição da alíquota mínima, como exclusão de valores da base de cálculo, isenções, entre outros. Quanto à CF/88, era apenas isso (). Passaremos agora ao que dispõe a lei complementar nº 116/03, que estabelece normas gerais em matéria de ISS. Antes disso, e quanto aos temas abordados nesse item da aula, vamos às seguintes questões: (Questão 02) Sobre o ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, julgue os itens a seguir: I. não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital; II. não incide sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão, ou extinção de pessoa jurídica, salvo se nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; III. terá suas alíquotas máximas e mínimas fixadas em lei complementar; IV. caberá à lei complementar excluir de sua incidência exportações de serviços para o exterior. Estão corretos: a) apenas os itens I, III e IV. b) apenas os itens I e IV. c) todos os itens estão corretos. d) apenas os itens II e IV. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 163 e) apenas os itens III e IV. Conforme veremos mais adiante na aula quanto à disciplina do ITBI, as hipóteses previstas nos itens I e II dizem respeito às hipóteses de não- incidência do ITBI nas respectivas transmissões de bens imóveis “inter vivos”. O ISS incide sobre a prestação de serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar federal, e não sobre transmissões de bens. Logo, os dois itens estão corretas, vez que não há a incidência do ISS, e nem mesmo quanto ao ITBI (artigo 156, §2º, I, da CF/88). Quanto ao item III, temos o que dispõe o inciso I do §3º do artigo 156 da CF/88, que determina a fixação de alíquotas mínimas e máximas do ISS por meio de lei complementar federal. Por enquanto, somente a alíquota máxima foi fixada, enquanto a alíquota mínima foi estabelecida por meio do artigo 88 do ADCT da CF/88. Por fim, temos o que item IV, que é reprodução do que consta no inciso II do mesmo §3º do artigo 156 da CF/88, dispondo caber à lei complementar excluir de sua incidência exportações de serviços para o exterior. Assim, resta como correta a alternativa “c”, gabarito da questão. (Questão 03) Sobre o ISS - Imposto sobre Serviços de qualquer natureza, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: I. o artigo da Constituição Federal que prevê acobrança do ISS remete à lei complementar a definição dos serviços de qualquer natureza sujeitos à tributação; II. a lei complementar que definir os serviços sujeitos à tributação pelo ISS está adstrita à base econômica "serviços de qualquer natureza"; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 163 III. a lei complementar que definir os serviços sujeitos à tributação pelo ISS não pode definir como serviços sujeitos à incidência do ISS aquelas espécies atribuídas constitucionalmente à competência tributária dos estados; IV. em face da lei complementar, cabe ao Município, ou ao Distrito Federal, mediante lei própria, instituir o ISS. Normalmente, as leis municipais copiam a lista de serviços passíveis de tributação constante da lei complementar, exercendo, pois, plenamente, a sua competência tributária. a) Estão corretos apenas os itens I, II e III. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. d) Todos os itens estão corretos. e) Estão corretos apenas os itens I e III. Item I) Correto. A previsão da parte final do inciso III do artigo 156 da CF/88 é claro, dispondo que os serviços de qualquer natureza a serem tributados com o ISS deverão ser definidos expressamente em lei complementar federal. Item II) Correto. Vale a mesma explicação dada anteriormente, mas em relação à parte inicial do inciso constitucional, devendo os Municípios ficar restritos ao que consta na lei complementar federal. Assim, os Municípios e o Distrito Federal, ao instituírem o ISS no âmbito de seus territórios, não podem extrapolar a base econômica prevista na CF/88 e regulamentada na lei complementar de normas gerais do imposto. Item III) Correto. Permitir o contrário seria admitir a bitributação sobre o mesmo fato gerador, inadmissível para as espécies tributárias em questão. Ou a hipótese do mundo real é sujeito ao tributo municipal ou ao tributo estadual, jamais aos dois. A CF/88 outorgou apenas a uma deles determinada hipótese de incidência. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 163 Item IV) Correto. Uma vez que a lei complementar define normas gerais para o imposto municipal, nada mais comum do que os Municípios e o Distrito Federal copiarem muitas das disposições constantes na lei complementar, sem que isso venha a macular ou dimunuir a competência tributária a eles conferida pela CF/88. Assim, resta como correta a alternativa “d”, gabarito da questão. (Questão 04) A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza que pode ser estabelecida, atualmente, pelos municípios para o serviço de agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, seguros e de planos de previdência privada é de: a) 5% (cinco por cento). b) 2% (dois por cento). c) 1% (hum por cento). d) 0,5% (meio por cento). Conforme vimos, a alíquota mínima a ser fixada pelos Municípios quanto ao ISS é de 2%, determinado pelo inciso I do artigo 88 do ADCT da CF/88. Assim, resta como correta a alternativa “b”, gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 163 (Questão 05) A “guerra fiscal” travada em torno do ISSQN fez com que o Congresso Nacional promulgasse a Emenda Constitucional nº 37, de 12 de junho de 2002, que alterou o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Segundo esta alteração constitucional, ficou vedado aos Municípios fixar alíquota menor que: a) 2% e conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resultem, direta ou indiretamente, na redução da alíquota de 2%. b) 2% e conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais. c) 1% e conceder imunidades. d) 2% e maior que 5%. e) 1% e maior que 3%. Conforme vimos anteriormente, a fixação provisória das alíquotas mínimas do ISS está regulada no artigo 88 do ADCT da CF/88, bem como as disposições relativas à concessão e à revogação de incentivos, isenções e benefícios fiscais relativos ao ISS. Seu texto é o seguinte: “Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I.” (Grifos nosso) Assim, resta como correta a alternativa “a”, gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 163 ISS na Lei Complementar Federal n° 116/03 Iniciaremos agora o estudo do que consta na LC nº 116/03, a lei de normas gerais relativas ao ISS. Iniciaremos pelo fato gerador do imposto. Fato Gerador do ISS O artigo 1º da lei complementar, juntamente com seus quatro parágrafos, estabelece o seguinte: “Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 163 § 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. § 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado.” (Grifos nosso) O artigo 1º é composto por uma grande quantidade de matéria-prima para questões de prova, devendo ser estudado com bastante atenção. Entretanto, vamos primeiramente à lista anexa referida no caput do primeiro artigo da lei complementar federal. Essa lista possui uma infinidade de itens, listando todos os serviços que podem ser tributados com o ISS. São eles: Lista de serviços anexa à LC nº116/03. 1 – Serviços de informática e congêneres. 2 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza. 3 – Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e congêneres. 4 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres. 5 – Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres. 6– Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres. 7 – Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 163 8 – Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza. 9 – Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres. 10 – Serviços de intermediação e congêneres. 11 – Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres. 12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres. 13 – Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia. 14 – Serviços relativos a bens de terceiros. 15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito. 16 – Serviços de transporte de natureza municipal. 17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres. 18 – Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres. 19 – Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e congêneres. 20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários e metroviários. 22 – Serviços de exploração de rodovia. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 163 23 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres. 24 – Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, adesivos e congêneres. 25 - Serviços funerários. 26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres. 27 – Serviços de assistência social. 28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza. 29 – Serviços de biblioteconomia. 30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química. 31 – Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações e congêneres. 32 – Serviços de desenhos técnicos. 33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres. 34 – Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres. 35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas. 36 – Serviços de meteorologia. 37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins. 38 – Serviços de museologia. 39 – Serviços de ourivesaria e lapidação. 40 – Serviços relativos a obras de arte sob encomenda. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 163 Como vimos, a lista anexa está dividida em 40 itens, sendo, para muitos desses, subdivididos em um ou em vários outros subitens. Entretanto, por óbvio, não é necessário decorar ou saber todos os itens e subitens constantes na lista. É interessante saber que a lista anexa é TAXATIVA quanto aos serviços nela previstos. Assim, nenhum outro serviço pode ser tributado com o ISS caso não conste na lista. Para ser tributado, deve constar EXPRESSAMENTE na lista. Entretanto, a simples mudança de nomenclatura dada ao serviço não faz com que o ISS deixe ou não de incidir. É irrelevante para a incidência do imposto municipal a denominação dada ao serviço. Para a incidência do imposto, basta estar presente a verificação da base econômica a ser tributada pela norma, qual seja, a prestação de serviço presente no texto da lei. Entretanto, embora a lista seja taxativa, o legislador possibilitou a interpretação extensiva de determinados serviços ao incluir, em diversas passagens, os termos “de qualquer natureza”, “ de qualquer espécie”, “ para qualquer fim” e o mais comum: “ e congêneres”. Assim, desde que não ultrapasse os limites do bom senso, é admitida a inclusão, pelos municípios e pelo Distrito Federal, de outros serviços além daqueles presentes na lista anexa à lei complementar nº 116/03 por interpretação extensiva dos termos nela constantes. Por óbvio, essa “inclusão” nada mais é do que uma interpretação de um item ou subitem já presente na lista anexa à lei de normas gerais do imposto municipal. Apresenta a temida lista de serviços anexos, voltemos ao que dispõe os mandamentos previstos na lei complementar nº 116/03. Vamos em frente. O caput do artigo 1º nos fala sobre o fato gerador do ISS, definindo esse como a prestação de serviço constante na lista anexa à lei complementar, composta por uma infinidade de serviços diferentes, conforme vimos anteriormente. Desse modo, apenas os serviços constante na lista poderão ser tributados com o imposto municipal. Sem previsão, Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 163 sem tributação, e desde que não estejam incluídos também no campo de incidência do ICMS (prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações). O caput nos diz ainda que o imposto incidirá ainda que a atividade de prestação de serviços não seja a atividade preponderante do prestador. Assim, uma empresa que tenha como atividade principal o fornecimento de mercadorias, ou ainda aquelas que nunca prestaram qualquer tipo de serviço tributado com o ISS, poderão ser qualificadas como contribuintes do ISS e obrigadas a pagar o tributo relativo à prestação do serviço. Como exemplo, temos uma empresa que venda molduras a consumidor final. Determinado cliente, não dispondo de alguém que possa montar as molduras, solicita que a empresa vendedora realize também a montagem das mesmas. O serviço de colocação de molduras consta na lista anexa à lei complementar nº 116/03 em seu item 14.07, sujeitando-se, assim, ao ISS. Considere ainda que essa foi a primeira vez que a empresa efetuou esse tipo de serviço. Esse fato é irrelevante para a tributação. O §1º confirma apenas algo relativamente intuitivo: a possibilidade de tributação, com o ISS, de serviços oriundos de empresas estrangeiras e prestados no Brasil e sobre aqueles iniciados no exterior e remetidos para o Brasil. Não seria razoável e nem justo com as empresas brasileiras não fazer incidir o ISS sobre os serviços prestados por empresas estrangeiras. Essa previsão visa equalizar os preços dos serviços prestados por empresas estrangeiras e por empresas brasileiras. Como exemplo de serviço proveniente do exterior, temos o serviço de assistência técnica (item 14.02 da Lista anexa). Quanto aos serviços iniciados no exterior, temos os desenhos técnicos (item 32.01 da Lista anexa) realizados no exterior e posteriormente remetidos ao Brasil. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br30 de 163 A previsão constante no §2º do artigo 1º da lei complementar é de grande importância ao estudo do ISS, uma vez que define regras para que não ocorra a bitributação, com o ISS e com o ICMS, de determinados serviços nos quais esteja compreendido também o fornecimento de mercadorias. Segundo o parágrafo, uma mesma prestação poderá ser tributada com o ICMS e com o ISS, e dentro de suas respectivas hipóteses de incidência, apenas nos casos expressamente previstos na lista anexa, nos quais exista ressalva expressa quanto à cobrança do ICMS. Para os casos constantes na lista anexa que não possuam ressalva expressa, a tributação se dará apenas em relação ao ISS, AINDA QUE A PRESTAÇÃO ENVOLVA O FORNECIMENTO DE MERCADORIAS. “Mas como assim tributado com o ICMS e com o ISS, professor? Os dois incidem sobre a mesma base de cálculo? Achei que isso não fosse permitido.” E realmente não é. O que ocorre é a incidência dos dois tributos sobre a mesma operação/prestação, e não sobre a mesma base de cálculo. Deixe- me explicar melhor. Antes, temos que saber que a base de cálculo do ICMS, no fornecimento de mercadorias (que é uma das hipóteses de incidência do imposto), é, basicamente, o valor das mercadorias fornecidas, já incluído o valor do imposto, já que o ICMS, assim como o ISS, também é um imposto por dentro. Para fins de exemplo, iremos considerar que o ICMS incide sobre o valor total das mercadorias fornecidas conjuntamente com a prestação do serviço. Já a base de cálculo do ISS está prevista no caput do artigo 7º da lei complementar nº 116/03, que, sucintamente, assim nos diz: “Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.” (Grifos nosso) Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 163 Nenhum outro valor serviria melhor para caracterizar a base de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza do que o próprio valor do serviço prestado, que é justamente o ganho econômico resultante da prestação. Mas quanto à base de cálculo do ISS falaremos com mais detalhes em item especifico da aula. Por enquanto, basta sabermos apenas o que consta no artigo 7º. Já os serviços constantes na lista da lei complementar nº 116/03 que constituem exceção à tributação exclusiva com o ISS, incidindo ICMS sobre as mercadorias fornecidas em conjunto com o serviço prestado, são os seguintes: 7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 163 17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS). Assim, considere que determinada empresa preste o serviço de recondicionamento de motores. Virgulino, querendo consertar o motor da sua piscina olímpica, resolveu leva-lo na empresa e poder tomar banho de piscina normalmente no calor escaldante do sertão pernambucano, lá em sua fazenda em Verdejante/PE. Nesse conserto, a nota fiscal veio com os seguintes valores: Preço de conserto do motor: R$ 1.000,00. Peças novas: R$ 300,00. Total: R$ 1.200,00. Assim, qual o valor do ICMS e do ISS a serem pagos por Virgulino, considerando que as alíquotas dos dois impostos, respectivamente, sejam de 15% e de 3%? Uma vez que o serviço está expressamente previsto como sendo exceção à tributação exclusiva com o ISS, o ICMS incidirá também sobre as mercadorias fornecidas, conforme o item 14.03. Assim, teremos os seguintes valores de tributos a pagar: ISS = R$ 1.000,00 x 3% = R$ 30,00 (o ISS incidiu apenas sobre o valor dos serviços prestados). ICMS = R$ 300,00 x 15% = R$ 45,00 (o ICMS incidiu apenas sobre as mercadorias fornecidas em razão da prestação do serviço). De outro modo, caso tivéssemos, por exemplo, a prestação de um serviço constante no subitem 14.12 da lista anexa à lei complementar nº 116/03 (Funilaria e lanternagem), e considerando os mesmos valores constantes na nota fiscal emitida, os impostos a pagar teriam os seguintes valores: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 163 ISS = R$ 1.200,00 x 3% = R$ 48,00. ICMS = R$ 0,00 x 15% = R$ 0,00. (não há ressalva na lei complementar que autorize a tributação com o ICMS sobre as mercadorias fornecidas relativamente a esse tipo de serviço, fazendo com que o ISS incida sobre o valor total da nota fiscal, incluindo as mercadorias fornecidas e o serviço prestado). Assim, caso determinado serviço não conste na lista da lei complementar nº 116/03, ou não preencha os requisitos desta, ocorrerá a incidência do ICMS sobre o valor total da operação, e desde que o serviço esteja dentro do campo de incidência do ICMS. Caso esteja previsto na lista, e haja ressalva de cobrança quanto ao ICMS, o ICMS incidirá sobre o valor da mercadoria fornecida e o ISS sobre o valor do serviço. Caso o serviço esteja previsto na lei complementar e não haja ressalva de cobrança do ICMS, o ISS incidirá sobre o valor total da operação. Para memorizar o que foi exposto acima, segue o quadro-resumo abaixo: Serviço previsto na LC 116/03, sem ressalva quanto à possibilidade de cobrança do ICMS ISS incide sobre o valor total da mercadoria e do serviço prestado Serviço previsto na LC 116/03, com ressalva quanto à possibilidade de cobrança do ICMS ISS incidirá sobre o valor do serviço e o ICMS sobre o valor da mercadoria Serviço não previsto na LC 116/03 ICMS incidirá sobre o valor total do serviço e da mercadoria. Por fim, temos uma figura com o que consta na lista acima, para visualização gráfica das situações sujeitas à incidência do ISS, à do ISS e do ICMS conjuntamente e apenas à do ICMS. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 163 Quanto aos serviços e mercadorias fornecidas que podem ser tributados com o ISS ou com o ICMS, temos ainda quatro situações previstas na lista em que, caso o serviço seja prestado com material fornecido pelo próprio prestador, na será devido o ISS, uma vez que não se enquadrariam nas hipóteses enumeradas na lista anexa. Para esses casos, o ICMS incidiria sobre o valor do serviço e das mercadorias fornecidas. Os quatroserviços que possuem a característica descrita acima são os seguintes: 7.06 – Colocação e instalação de tapetes, carpetes, assoalhos, cortinas, revestimentos de parede, vidros, divisórias, placas de gesso e congêneres, com material fornecido pelo tomador do serviço. 14.06 – Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos, inclusive montagem industrial, prestados ao usuário final, exclusivamente com material por ele fornecido. 14.09 – Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido pelo usuário final, exceto aviamento. 39.01 - Serviços de ourivesaria e lapidação (quando o material for fornecido pelo tomador do serviço). Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 163 O §3º do artigo 1º da lei complementar nº 116, de 2003, traz um previsão de incidência do ISS sobre as prestações que envolvam os entes estatais, determinando a cobrança do imposto estadual quando os serviços forem prestados por meio da utilização de bens ou serviços públicos explorados economicamente, seja por concessão, autorização ou permissão do poder público. Para tanto, deve haver ainda o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. A previsão do §3º visa a equalização dos entes que se utilizem de bens ou serviços públicos com as empresas privadas prestadoras dos mesmos serviços. Não seria justo que apenas estas últimas pagassem o ISS, o que possivelmente ocasionaria uma concorrência desleal entre essas e o setor público, em regra, muito mais abastado de recursos. Observe a palavra chave desse parágrafo: ECONOMICAMENTE. Os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos que não tenham fins econômicos não serão tributados com o ISS. Assim, os serviços notarias e de registro, quando praticados por órgãos públicos (como era até recentemente o caso do Estado da Bahia), não serão tributados com o ISS, já que não têm fins econômicos. Diferentemente, o mesmo serviço prestado por um cartório privado, delegado pelo poder público concedente, e que cobre tarifa pela prestação do serviço, será tributado com o ISS, já que possui fim econômico e utiliza um serviço público concedido pelo próprio poder público. Outro exemplo são os pedágios concedidos pelo poder público a particulares, que se utilizam das rodovias (bem público) e cobram por essa utilização. Por fim, ainda quanto ao artigo 1º da lei complementar, temos o §4º, que trata da irrelevância da denominação dada ao serviço para fins de incidência do imposto. Logo, para que determinada prestação de serviço seja tributada com o ISS, basta apenas que o Fisco municipal identifique os elementos que classifiquem determinado serviço como um daqueles Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 163 previstos, assim como também é irrelevante a empresa ser classificada como comercial ou de prestação de serviços. É bastante comum os contribuintes tentarem “enganar” o fisco dando ao serviço uma denominação diferente daquela que consta na lista anexa, o que, ao entender deles, excluiria a incidência do imposto sobre o serviço. Contudo, como comentei, basta apenas que o fiscal municipal identifique a natureza do serviço prestado e consiga enquadrá-lo em um dos vários itens presentes na lista anexa para que seja devido o tributo municipal. (Questão 06) Considera-se incluído na base de cálculo do ISS o valor do material fornecido pelo prestador de serviços na seguinte hipótese: a) execução de obras de construção civil. b) recondicionamento de motores. c) confecção de chaveiros, carimbos, placas etc. d) conserto e restauração de veículos automotores. e) organização de festas e recepções. Segundo a lista de serviços com ressalva quanto à cobrança do ICMS, apenas o constante na alternativa “c” não está presente. Assim, quando da prestação de serviços de confecção de carimbos, chaveiros, placas e artigos semelhantes, o valor do material fornecido será incluído na base de cálculo do ISS. Para as demais alternativas, o valor desse material será tributado com o ICMS, enquanto o ISS incidirá sobre o valor do serviço prestado. As alternativas “a”, “b”, “d” e “e” correspondem, respectivamente, aos subitens 7.02, 14.03, 14.01 e 17.11 da lista anexa À lei complementar nº 116, de 2003, respectivamente. Assim, resta como correta a alternativa “c”, gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 163 (Questão 07) O contribuinte que presta serviço e, ao mesmo tempo, fornece mercadoria, com ressalva da incidência do ICMS na Lista de Serviços, deve recolher aos cofres públicos: a) o ISS e o ICMS, sobre valores do serviço e mercadoria, respectivamente. b) o ISS ou ICMS, podendo optar pela escolha menos gravosa. c) somente o ISS. d) somente o ICMS. e) o ICMS sobre base de cálculo compreensiva dos valores da mercadoria e do serviço. Mais uma vez, quanto aos serviços com ressalva relativa à cobrança do ICMS sobre as mercadorias fornecidas em conjunto com a prestação, será cobrado o ICMS sobre as mercadorias e o ISS sobre o valor do serviço. Assim, resta como correta a alternativa “a”, gabarito da questão. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 163 Não incidência As hipóteses de não incidência do ISS estão previstas no artigo 2º da lei complementar nº 116, de 2003, o qual possui o seguinte texto: “Art. 2o O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços para o exterior do País; II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior.” (Grifos nosso) Os casos de não-incidência previstos no artigo 2º são aqueles em que, mesmo sendo verificada a prestação de um serviço, não será devido o ISS, por expressa exclusão dos fatos do manto de incidência do imposto. O primeiro caso, previsto no inciso I, traz o caso mais clássico, que é a desoneração das exportações de serviços, retirando do campo de incidência do imposto municipal os serviços exportados para o exterior, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e para o aumento do superávit. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 163 O inciso I deve ser estudado em conjunto com o que dispõe o parágrafo único do mesmo artigo, que determina que a previsão de não incidência do ISS não se aplica aos serviços cuja prestação tenha sido iniciada no país e cujo resultado aqui se verifique, mesmo que o pagamentopelo serviços seja feito por pessoa residente no exterior. Como exemplo do que consta no parágrafo anterior, temos uma empresa francesa que contrata empresa de assistência técnica (item 14.02) situada no Brasil para que execute o serviço em sua filial situada no Município de Belo Horizonte. O pagamento é feito pela matriz situada na França. Observe que, no exemplo acima, fica claro que o serviço foi contratado por uma empresa estrangeira (pessoa residente no exterior), porém, o resultado da prestação do serviço foi verificado dentro do território nacional. Assim, não houve exportação de serviços para a França, ainda que o tomador e a origem dos recursos estejam nesse país. O segundo inciso do artigo 2º da lei complementar nº 116, de 2003, traz uma previsão relativamente intuitiva. Os serviços prestados a outrem em razão de uma relação de emprego ou de trabalho remunerado não podem ser tributados pelo ISS, uma vez que, nesses casos, o intuito é a prestação do trabalho, havendo a remuneração em razão deste, e não em razão do serviço. Não há a remuneração em razão do serviço, mas sim em razão da relação trabalhista. Observe que, no caso do inciso II, a remuneração se dá em razão do trabalho, seja esse qual for. Já na remuneração em razão do serviço, há a contraprestação pela prestação de um serviço determinado. Assim, o ISS não incidirá sobre os seguintes casos: Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 163 Em relação de emprego; Em relação aos trabalhos prestados pelos trabalhadores avulsos; Em relação aos trabalhos prestados pelos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações; Em relação aos trabalhos prestados pelos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados. Assim, somente incidirá o ISS em relação aos serviços prestados pelos profissionais e trabalhadores autônomos (aqueles que trabalham por conta própria, sem vínculo de emprego ou trabalho, como engenheiros, pintores, carpinteiros, médicos, etc) e por empresas que prestem os serviços constantes na lista anexa. Por fim, temos o que consta no inciso III, que excluiu da incidência do ISS: Os valores intermediados no mercado de títulos e valores mobiliários; Os valores dos depósitos bancários; O principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de créditos realizadas por instituições financeiras. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 163 A exclusão dos valores acima pelo legislador infraconstitucional teve como objetivo diminuir a cumulatividade do ISS sobre as operações financeiras e valores mobiliários, que incidiria todas as vezes que os valores fossem movimentados ou transacionados. Assim, conforme o item 10 da lista anexa e de seus subitens, o ISS incide somente sobre os serviços de intermediação e congêneres, nos quais estão incluídos o agenciamento, a corretagem e a intermediação. Exemplo atual é a compra de ações por meio de corretoras de títulos e valores mobiliários, que cobram as chamadas taxas de corretagem sobre o valor da operação. Como sabemos, as ações, normalmente, são compradas e vendidas por várias e várias vezes. Suponha que você tenha comprado, por meio de uma corretora, 1.200 ações do site Estratégia ao valor de R$ 20,00/ação, totalizando o montante total de R$ 24.000,00. A corretora cobra uma taxa de corretagem de 0,4% sobre o valor total, o que resultaria em R$ 96,00. Considere ainda a alíquota de ISS única de 4%. Assim, o ISS devido será de apenas R$ 3,84, resultante do produto entre R$ 96,00 e 4%. O ISS incide sobre a prestação do serviço, e não sobre a aquisição mobiliária. Ainda quanto à não incidência do ISS, temos ainda a Súmula Vinculante nº 31 do STF, que assim nos diz em seu texto: “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis.” Logo, não há a incidência do ISS nos casos de locação de bens móveis, uma vez que não se trata propriamente de uma prestação de serviço. Da mesma maneira, não incide o ISS sobre a locação de filmes cinematográficos, cartuchos para videogames e similares e videotapes, já que também se configuram como bens móveis. Entretanto, o mesmo ISS incide sobre a prestação de serviços por meio de leasing financeiro, que é uma Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 163 operação diferente do contrato de aluguel e dos contratos de compra e de venda. Ainda quanto a não incidência do ISS: A prestação do serviço está relacionada a um fato oneroso e negocial, de conteúdo econômico, em que há a contraprestação por uma das partes, afastando os trabalhos prestados a si mesmo e os prestados no seio familiar. O ISS não incide sobra a prestação de serviço de forma gratuita ou para fins filantrópicos ou assistenciais, já que, nesses casos, não existe base de cálculo a ser tributada. Mais algumas súmulas para completar? Veja estas Súmulas do STJ: Súmula 138 O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. Súmula 156 A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, esta sujeita, apenas, ao ISS. Súmula 167 O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto ate a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS. Súmula 274 O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares. Súmula 424 É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 163 Súmula 588 O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos bancários. Vamos ver como esse tema foi cobrado em prova! (Questão 08) Suponha que a Bite Serviços de informática Ltda. preste serviços no Brasil e no exterior e, como tal, seja contribuinte do ISS. A propósito dessa situação hipotética e considerando a disciplina normativa do ISS, assinale a opção correta. a) A Bite Serviços de Informática Ltda. está desobrigada de recolher o ISS quanto aos serviços iniciados no exterior do país. b) São contribuintes do ISS a Bite Serviços de Informática Ltda. bem como seus diretores e sócios-gerentes. c) O ISS não incide sobre a exportação dos serviços da Bite Serviços de Informática Ltda. para países estrangeiros. d) Os empregados da Bite Serviços de Informática Ltda. devem recolher o ISS. Alternativa a) Incorreta. Conforme veremos no item seguinte da nossa aula, o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior será o responsável pelo recolhimento do imposto. (artigo 3º, I, da LC nº 116/03) Alternativa b) Incorreta. Somente as empresas e os profissionais e trabalhadores autônomos estão incluídos no campo de incidência do imposto. Não incide o ISS sobre o trabalho prestado por diretores e sócios gerentes, conforme nos diz o incisoII do artigo 2º da LC nº 116/03. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 163 Alternativa c) Correta. A exportação de serviços é uma das três situações previstas na lei complementar nº 116/03 em que não incidirá o ISS, conforme o inciso I do seu artigo 2º. Alternativa d) Incorreta. Vale a mesma resposta dada quanto a alternativa b, desta vez em relação aos empregados da empresa. Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 163 Local da Prestação O local da prestação é definido como aquele em que se considera ocorrido o fato gerador do imposto, e necessário para a definição do estabelecimento responsável pelo recolhimento do tributo e do Município com competência para a cobrança do ISS devido sobre a prestação do serviço. Trataremos agora do que chamamos de elemento espacial do ISS. Para disciplinar a matéria, o legislador federal dedicou os artigos 3º e 4º da lei complementar nº 116, de 2003, que assim dispõem: “Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local: (Vide Lei Complementar nº 123, de 2006). I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei Complementar; II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 163 VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; X – (VETADO) XI – (VETADO) XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa; XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa; XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 163 XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa. § 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 163 sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não. § 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de rodovia explorada. § 3o Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento prestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços descritos no subitem 20.01. Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.” (Grifos nosso) Inicialmente temos que definir o que vem a ser um estabelecimento prestador para fins de incidência do ISS sobre a prestação de serviço realizada. Quem nos diz isso é o artigo 4º da lei complementar, por onde começaremos o estudo desse item da aula. As características do estabelecimento prestador são as seguintes: É o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, podendo ser uma sala, um escritório, um galpão, um atelier ou qualquer outro, seja qual for a denominação dada e a sua natureza; Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas Teoria e questões comentadas Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 163 Pode ser de modo permanente ou temporário, sendo indiferente para a incidência do imposto estar o contribuinte estabelecido ou não de forma permanente no local da prestação ou ter ou não o ânimo de nele permanecer; O local do estabelecimento deve configurar uma unidade econômica ou profissional, e não uma simples instalação física; nele devem trabalhar os profissionais que executam os serviços e estar a estrutura física que comporta as atividades da empresa ou profissional, não sendo apenas o que chamamos de “empresa de fachada”; Será irrelevante
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