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Aula 16 tributos dos municípios

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Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 
Prof. Aluisio Neto www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 163 
AULA 16 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Tributos de Competência dos Municípios e do Distrito 
Federal 
03 
ISS na CF/88 e Características do imposto 05 
ISS na Lei Complementar nº 116/03 24 
IPTU 65 
ITBI 94 
Questões Propostas 115 
Gabaritos 163 
Olá, caro amigo e futuro servidor! 
Chegamos à décima sexta aula do nosso curso de direito tributário para o 
cargo de Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). 
Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas: 
 Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS); 
 Imposto sobre a propriedade predial e territorial rural (ITPU); 
 Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos 
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de 
direitos a sua aquisição (ITBI). 
Direito Tributário para o TCE/PR ʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e questões comentadas 
Prof. Aluisio Neto ʹ Aula 16 
 
 
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Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus contatos: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
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Teoria e questões comentadas 
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Tributos de Competência dos Estados e do Distrito Federal 
 
Iremos começar a nossa aula de hoje com o estudo dos tributos previstos na 
competência dos Municípios e do Distrito Federal. Quando falamos Distrito 
Federal, entenda, para essa aula, aquele no exercício da sua competência 
municipal, uma vez que esse ente político acumula as funções estaduais e 
municipais previstas na CF/88 em razão de sua natureza anômala. 
Os tributos previstos para os municípios e Distrito Federal são os seguintes: 
 Impostos previstos no artigo 156 da CF/88; 
 Taxas (artigo 145, II, da CF/88); 
 Contribuição de Melhoria (artigo 145, III, da CF/88); 
 Contribuições sociais cobradas dos seus servidores para o custeio, em 
benefício destes, do seu regime previdenciário (artigo 149, §1º, da 
CF/88); 
 COSIP – Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública 
(Artigo 149-A da CF/88). 
Os quatro últimos itens correspondem a espécies tributárias sem qualquer 
delimitação na CF/88, e, por consequência, sem mais disposições especiais 
e/ou específicas quanto aos Municípios ou ao Distrito Federal. Essas quatro 
espécies são vistas quando estudamos os tributos em espécie, bem como sua 
classificação, natureza e características gerais. O mesmo ocorre para os 
impostos. 
Contudo, para os impostos, a CF/88 trouxe disposições mais detalhadas. 
Assim, veremos as disposições específicas relativas aos três impostos 
municipais previstos na CF/88. 
“Certo, professor. Mas e que três impostos são esses?” 
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Os impostos previstos na competência tributária municipal e distrital estão 
contidos no artigo 156 da CF/88, em seus três incisos, cuja redação é a 
seguinte: 
“ Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e 
de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no 
art. 155, II, definidos em lei complementar..” 
Veremos os detalhes relativos a cada um deles agora. Preparem-se, pois a 
matéria a ser vista é extensa. Vamos iniciar pelo ISS, o principal imposto 
previsto na competência municipal. 
Boa aula! 
 
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ISS na CF/88 e Características do imposto 
 
O Imposto sobre serviços de qualquer natureza, o famoso ISS, 
também conhecido como ISSQN ou ISQN, é, sem sombra de dúvida, o mais 
importantes dos impostos previstos na competência tributária dos 
Municípios. É da arrecadação dele que provém a maior soma de valores 
de receitas derivadas para os cofres municipais, sendo um dos tributos 
de maior arrecadação no nosso país. 
Sobre o que vem a ser serviços de qualquer natureza, redação que compõe 
o nome do imposto, veremos mais adiante na aula. Veremos que o ISS não 
incidirá sobre todo e qualquer serviço indiscriminadamente, mas apenas 
sobre aqueles expressamente previstos em lei complementar, e desde que o 
serviço também não esteja compreendido no campo de incidência do ICMS. 
Aguarde! 
As principais disposições constitucionais relativas ao ISS estão previstas no 
artigo 156, III, e §3º, da CF/88, que possui o seguinte texto: 
“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e 
de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não 
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar. 
(...) 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput 
deste artigo, cabe à lei complementar: 
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I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços 
para o exterior. 
III – regular a forma e as condições como isenções, 
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e 
revogados.” (Grifos nosso) 
Temos ainda, no corpo da Carta Magna Federal, o que dispõe o artigo 88 do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), cujo teor é o 
seguinte: 
“Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o 
disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da 
Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III 
do caput do mesmo artigo: 
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para 
os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista 
de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de 
dezembro de 1968; 
II – não será objeto de concessão de isenções, 
incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou 
indiretamente, na redução da alíquota mínima 
estabelecida no inciso I.” (Grifos nosso) 
Conforme se observa no caput do artigo 156, cabe apenas aos Municípios 
e ao Distrito Federal (no exercício de sua competência municipal) 
instituir e cobrar o ISS (assim como o ITBI e o IPTU), não possuindo, 
a União, em regra, e os Estados tal competência. 
 
 
 
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A União, porém, poderá vir a editar legislaçãorelativa ao ISS. Tal 
competência será exercida quando da eventual criação de Território 
federal, hoje inexistente, e desde que esse território não fosse dividido em 
municípios. Sem competência tributária prevista na CF/88, o Território 
Federal não poderia instituir o imposto, cabendo essa competência à União. 
É o que dispõe a parte inicial do artigo 147 da CF/88, abaixo transcrito: 
“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os 
impostos estaduais, e, se o Território não for dividido 
em municípios, cumulativamente, os impostos 
municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos 
municipais.” (Grifo nosso) 
 
Quanto à instituição do ISS nos Territórios Federais, deve ser observado 
ainda que estes não podem ser divididos em Municípios, com o qual 
resta afastada a competência federal. Sendo dividido em municípios, 
ainda que estes estivessem situados em território federal, cada um deles 
possuiria autonomia igual aos demais municípios pertencentes aos Estados 
da federação, podendo assim instituir os três impostos previstos na 
competência tributária municipal. 
 
 
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Entre outras características principais, o ISS possui caráter eminentemente 
fiscal. Assim, sua função primordial é a de prover recursos para o Município 
tributante, incidindo sobre uma prestação de serviços efetuada pelo 
sujeito passivo. 
Ao instituir o imposto, o Município tributante não visa regular a 
concorrência, uma situação específica ou algum desequilíbrio de mercado, 
típico dos tributos extrafiscais, tendo como exemplos o imposto sobre 
produtos industrializados (IPI) e o imposto de importação (II), ambos de 
competência da União. O interesse quanto aos tributos fiscais é apenas 
arrecadatório. 
Outra característica bastante marcante desse tributo municipal é, regra 
geral, o lançamento por homologação. Nesse tipo de lançamento, 
ocorrido o fato gerador, o sujeito passivo deve calcular o montante do 
imposto devido e efetuar o pagamento dos valores encontrados, sem que 
haja qualquer exame prévio pela autoridade fiscal municipal. 
Posteriormente, esta, verificando a correção do ato praticado e os valores 
recolhidos pelo sujeito passivo, homologa (ou não) o montante do tributo 
pago. Caso sejam apurados ainda valores a pagar e não recolhidos pelo 
contribuinte ou responsável, a autoridade fiscal lavrará de ofício as somas 
ainda devidas. 
 
Quanto aos princípios constitucionais da legalidade, da 
irretroatividade, da anterioridade e da noventena tributária, o ISS 
está sujeito a todos eles, não possuindo nenhuma regra que o torne 
exceção a algum dos três princípios. E é exceção a algum outro 
princípio constitucional? Também não. 
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Uma das principais características do ISS refere-se à sua base de cálculo. 
Não à forma ou ao valor como é calculada, semelhantes na maioria dos 
tributos, mas aos elementos que a compõe. 
Na base de cálculo do ISS já está contido o valor do próprio 
imposto, sendo por isso denominado de imposto por dentro. Uma vez 
que ele está incluso na sua própria base de cálculo, a alíquota 
efetivamente aplicada é maior do que a estabelecida em lei. Falamos 
assim em alíquota nominal e alíquota real. 
Como exemplo, temos uma prestação de serviço custando R$2.000,00. 
Sobre ela incide uma alíquota de ISS de 3,00%. Assim, o valor do ISS a 
pagar será de R$ 60,00, resultante do produto R$ 2.000,00 x 3%. 
“Tá, professor, eu pago R$2.060,00 ao prestador do serviço que eu 
contratei (R$2.000 + R$ 60) e vou para casa. Qual a diferença em relação 
aos outros impostos então?” 
Ai é que está a diferença presente no ISS. Você não pagará R$2.060,00 ao 
prestador do serviço, mas R$2.000,00. Por sua vez, o prestador recolherá 
aos cofres municipais R$60,00, já embutidos no preço do serviço, ficando 
com apenas R$ 1.940,00. 
Com isso, chegamos à alíquota nominal e à alíquota real. A nominal, no 
caso do nosso exemplo, seria a própria alíquota prevista em lei: 3%. Já a 
alíquota real (a.r) é dada pelo seguinte cálculo: 
 
Traduzindo em valores: 
a.r = 100 x [60/(2.000-60)]  a.r = 3,09%. 
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Assim, concluímos que a alíquota real será sempre maior que a 
nominal, tendo em vista essa característica do ISS de estar contido na sua 
própria base de cálculo. 
Por fim, diante da sua característica de incidir sobre uma prestação de 
serviço, o ISS é classificado ainda como um imposto sobre a produção e 
a circulação (conforme o capítulo IV do CTN), possuindo ainda fato 
gerador instantâneo (aqueles que se consumam em um dado momento, 
após a ocorrência de cada evento do mundo real, repetindo-se tantas vezes 
quanto se repetir as situações materiais que o dão origem). 
 
Vamos passar agora aos estudos dos dispositivos constitucionais relativos 
ao ISS, presente no artigo 156 da CF/88 e no artigo 88 da ADCT. 
Já no texto do inciso III do artigo 156 da CF/88, temos duas informações 
importantes a título de ISS. Conforme esse artigo, os serviços a serem 
tributados pelo ISS: 
1. Não podem ser os mesmos já tributados pelo ICMS (ou seja, 
os serviços de transporte interestadual e intermunicipal e os 
serviços de comunicações), imposto de competência estadual 
previsto no inciso II do artigo 155 da CF/88; 
2. Devem estar EXPRESSAMENTE previstos em Lei 
complementar. 
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Quanto ao item 1, a previsão só veio a reforçar a impossibilidade da 
bitributação do mesmo fato gerador por dois tributos (ICMS e ISS) e por 
dois entes distintos (Estados e Distrito Federal e os Municípios). Assim, as 
bases de cálculo tributadas com o ICMS jamais poderão ser tributadas 
também com o ISS, ainda que esse imposto incida sobre a prestação de 
serviços de qualquer natureza. 
Quanto ao item 2, esse está intimamente relacionado ao que dispõe o item 
1, uma vez que, para serem tributados pelo ISS, todos os serviços sobre 
o manto de incidência do tributo municipal DEVEM estar previstos 
EXPRESSAMENTE em lei complementar FEDERAL. Se não consta na 
lista presente em lei complementar, não poderá haver a tributação, nem 
mesmo por analogia ou “aproximação” de conceitos. Entretanto, é comum 
os fiscos municipais tentarem “ignorar” o que determina a lei na tentativa 
de sujeitar determinado serviço não previsto em lei complementar federal à 
incidência do imposto, como veremos mais adiante. 
Existem ainda os casos em que determinado serviço é prestado 
conjuntamente com o fornecimento de mercadorias, sendo estas, em 
regra, tributadas com o ICMS (fornecimento de mercadorias). Assim, para 
os casos previstos na lei complementar do ISS, haverá a tributação do 
serviço pelo imposto municipal, enquanto que o valor das mercadorias será 
tributado pelo ICMS, imposto estadual. Entretanto, os serviços e os casos 
que comentei devem estar previstos expressamente na lei 
complementar de normas gerais do ISS, que, conforme o artigo 146, 
III, “a”, da CF/88, deve ser uma lei complementar editada pela 
União. 
“Mas você acabou de dizer que não poderia haver a tributação com o ICMS 
e com o ISS ao mesmo tempo, professor.Nesse último parágrafo, então, 
houve uma contradição.” 
 
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É comum esse pensamento mesmo, mas não é esse o pensamento correto, 
uma vez que não será uma bitributação. Veremos essa tributação com o ISS 
e com o ICMS “ao mesmo tempo” (claro, um sobre o valor do serviço e o 
outro sobre o valor das mercadorias) no decorrer da nossa aula. 
“E que lei complementar é essa, professor? Já foi editada ou a mesma nem 
existe ainda, assim como ocorre para o IPVA estadual?” 
Existe sim. E existe há um bom tempo. É a famosa lei complementar n° 
116, de 31 de julho de 2003, mais conhecida como “Lei do ISS”. Essa lei 
estabelece as diretrizes gerais do imposto, alíquotas (máximas, já que a lei 
não fixou a mínima, cabendo essa fixação ao que dispõe o ADCT da CF/88), 
fato gerador, contribuintes, base de cálculo e outras matérias pertinentes ao 
imposto municipal, sendo de observância obrigatória pelos cerca de 5.570 
Municípios do Brasil (www.ibge.gov.br). Veremos a lei complementar n° 
116/03 no item seguinte da nossa aula. 
 
Atenção especial deve ser dada os serviços de transportes sobre os quais 
incide o ICMS: INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL! Ou seja, os 
serviços de transporte prestado DENTRO (intramunicipal) da área territorial 
de um mesmo Município estarão sujeitos apenas ao ISS, conforme veremos 
no inciso XIX do artigo 3° da LC n° 116/03. Guarde bem isso! Esse tema é 
frequentemente cobrado em questões de prova. 
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(Questão 01) No caso de prestação de serviços de transporte rodoviário 
por terceiro, entre pontos situados em diferentes Municípios do mesmo 
Estado: 
a) será exigido ISS pelo Município em que estiver o estabelecimento 
prestador. 
b) será exigido ISS pelo Município de destino dos bens transportados. 
c) deverá ser recolhido ICMS ao Estado em que ocorreu a prestação do 
serviço. 
d) não há incidência de impostos se o serviço for realizado por terceiros. 
e) será exigido ISS tanto pelo Município do prestador, quanto 
pelo Município de)destino dos bens transportados. 
Conforme foi visto ao estudarmos o campo de incidência do ISS e do ICMS, 
o ISS incide apenas sobre os serviços de transporte intramunicipal, ou seja, 
aqueles que ocorrem dentro da área de um mesmo Município. Para os 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal, incidirá o ICMS. 
Assim, resta como correta a alternativa “c”, gabarito da questão. 
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Vamos agora ao que determinam os incisos I a III do §3º do artigo 156 da 
CF/88. 
O inciso I traz a disposição relativa às alíquotas do ISS, o qual determina 
que as mesmas sejam fixadas por lei complementar federal. A lei 
complementar DEVERÁ fixar as alíquotas máximas e as mínimas. 
Observe que não cabe à lei complementar federal estabelecer as alíquotas 
definitivas, apenas os valores extremos, que devem ser observados pelos 
municípios. 
Assim, cabe aos Municípios, por meio de suas próprias legislações 
internas, fixar quais alíquotas irão incidir sobre os diversos tipos de 
serviços, devendo obedecer apenas aos limites máximos e mínimos, como 
comentei. 
As alíquotas mínima e máxima, como veremos mais à frente, atualmente, 
estão fixadas em 2% e em 5%, respectivamente. Assim, caso um município 
resolva tributar vinte tipos de serviços presentes na lei complementar, nada 
impede que ele fixe uma só alíquota de 4% ou que estabeleça diversas 
alíquotas, cada uma com um percentual diferente e incidindo sobre um 
serviço distinto, por exemplo, 2,1%, 3,5%, 4,8%, e assim por diante. O que 
não pode, jamais, são essas alíquotas serem inferiores a 2% e nem 
superiores a 5%. Entendido, Virgulino? Em frente! 
A fixação das alíquotas mínimas visa impedir a chamada guerra fiscal. A 
tentativa de um Município ou do Distrito Federal de aumentar a arrecadação 
oriunda do ISS em seu território pode se dá, muitas vezes, em prejuízo dos 
demais entes municipais ou distrital, ocasionando a chamada guerra fiscal. 
Nesta, um determinado Ente concede incentivos, facilidades e benefícios 
fiscais em seu território na tentativa de atrair cada vez mais investimentos, 
contribuintes e recursos, em detrimento dos demais Estados. Entre essas 
facilidades e incentivos, está a redução de alíquotas. 
 
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Visando eliminar, ou amenizar, a guerra fiscal que surgiria com a o novo e 
poderoso imposto, a CF/88 delegou à lei complementar federal a tarefa 
de definir normas gerais relativas ao tributo, na tentativa de uniformizar 
as diversas legislações que surgiriam em cada um dos municípios, bem 
como os diversos pontos de polêmica provenientes da infinidade de 
normas regulando o ISS que poderiam existir. Entres esses temas, 
estão as alíquotas mínimas e máximas, bem como a forma como incentivos, 
isenções e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
Quanto à fixação da alíquota máxima, esta foi cumprida conforme 
determina a CF/88, com a lei complementar federal n° 116/03 
estabelecendo o percentual de 5% como valor máximo de alíquota a 
ser fixada pelos Municípios da federação em suas legislações. 
Porém, a mesma lei complementar não fixou a alíquota mínima, o 
que, atualmente é disciplinado pelo que consta no inciso I do artigo 
88 do ADCT, que estabeleceu a alíquota mínima de 2%, enquanto lei 
complementar não vier a disciplinar tal alíquota mínima. Assim, na ausência 
de previsão em lei complementar federal, o que deveria ter sido feito na lei 
de n° 116/03, o teto mínimo atualmente é de 2%, fixado no texto da Carta 
Magna. 
Nesse momento, um ponto importante merece ser estudado quanto ao que 
dispõe o artigo 88, I, do ADCT. Falaremos do inciso II mais à frente. O 
texto desse artigo é o seguinte: 
“Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o 
disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da 
Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III 
do caput do mesmo artigo: 
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os 
serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da 
Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 
de dezembro de 1968; 
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II – não será objeto de concessão de isenções, 
incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou 
indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida 
no inciso I.” 
Falamos que a alíquota mínima do ISS deverá ser de 2%, correto? Sim, mas 
essa regra possui exceções. Ela poderá ser reduzida abaixo desse valor 
apenas nos três casos de prestação de serviços presentes nos itens 32, 33 e 
34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 
1968, que são os seguintes: 
 32. Execução por administração, empreitada ou subempreitada, de 
construção civil, de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e 
respectiva engenharia consultiva,inclusive serviços auxiliares ou 
complementares (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas 
pelo prestador de serviços, fora do local da prestação dos serviços, 
que fica sujeito ao ICM); 
 33. Demolição; 
 34. Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, 
portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias 
produzidas pelo prestador dos serviços fora do local da prestação dos 
serviços, que fica sujeito ao ICM); 
Esses três tipos de serviços, atualmente, estão previstos nos subitens 
7.02,7.04 e 7.05 da Lista Anexa à lei complementar nº 116, de 2003, que 
atualmente regula o ISS. Assim, para esses três tipos de serviços, a 
alíquota do ISS poderá ser inferior a 2%, conforme dispuser a 
legislação municipal, não se aplicando, assim, para esses três casos, o texto 
do inciso II. Os demais serviços, sempre, terão alíquotas iguais ou 
superiores a 2%, sob pena de afronta ao texto constitucional. 
Assim, temos o seguinte: 
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Por sua vez, o inciso II do §3° do artigo 156 da CF/88 traz uma clara 
preocupação do legislador constitucional com as exportações de serviços do 
país, estabelecendo que a prestação de serviços para tomadores 
situados no exterior não sofrerá a tributação com o ISS, desonerando 
as empresas brasileiras prestadoras de serviços no exterior e alavancando o 
poder destas de competir internacionalmente. 
Já o inciso III do §3° do artigo 156 da CF/88 estabelece outra imposição à 
lei complementar federal: REGULAR A FORMA como isenções, incentivos e 
benefícios fiscais em matéria de ISS serão concedidos e revogados. Aqui, 
um detalhe importante: NÃO SERÁ A LEI COMPLEMENTAR FEDERAL 
QUE CONCEDERÁ OU REVOGARÁ ISENÇÕES, INCENTIVOS E 
BENEFICIOS FISCAIS, APENAS DISCIPLINARÁ A FORMA COMO OS 
MUNICÍPIOS BRASILEIROS FARÃO ESSAS CONCESSÕES E 
REVOGAÇÕES. Atente bem a isso! 
A lei complementar n° 116/03, que trata de normas gerais do ISS, 
atendendo o que dispõe o artigo 146, III, da CF/88, não regulou o que 
determina o inciso III do §3º do artigo 156, também da Carta Magna. 
Diante disso, foi editada a Emenda Constitucional n° 37, de 12 de junho de 
2002, que inclui no ADCT o artigo 88, junto com seus incisos I e II. 
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O inciso I trata da fixação temporária (que está se tornando eterna) da 
alíquota mínima do imposto municipal, que, conforme vimos anteriormente, 
é de 2%, ressalvadas as exceções relativas aos subitens 7.02,7.04 e 7.05 
da Lista Anexa à lei complementar nº 116, de 2003. Por sua vez, o inciso II 
traz uma importante regra quanto à concessão de isenções, de benefícios e 
de incentivos fiscais que resultem, direta ou indiretamente, na diminuição 
da alíquota de 2%. 
O inciso II do artigo 88 da ADCT visa proibir que os Municípios, utilizando-se 
de malabarismos legais, reduzam materialmente a alíquota de 2% e a 
conseqüente carga tributária que ela representa, para valores inferiores a 
esse percentual, sem, contudo, reduzir a alíquota estabelecida em lei. 
Imagine que o Município de Recife possua lei municipal fixando a alíquota de 
2% para a prestação de determinado serviço. Visando estimular o setor, o 
Município, já que não pode reduzir a alíquota efetiva de 2%, concedeu uma 
redução de base de cálculo de 50%. Com isso, teremos os seguintes 
valores. 
1. Situação inicial: alíquota de 2% e base de cálculo de 100%. Valor 
do serviço: R$ 10.000,00. 
 Valor do imposto a pagar: R$ 10.000,00 x 2% = R$ 200,00. 
2. Situação posterior: alíquota de 2% e base de cálculo reduzida de 
50%. Valor do Serviço: R$ 10.000,00. 
 Valor do imposto a pagar: R$ 10.000,00 x ½ x 2% = R$ 100,00. 
Observe que a alíquota permaneceu a mesma, porém, o valor total a pagar 
foi reduzido. Isso, em termos práticos, é semelhante a reduzir a alíquota em 
50%, indo para 1%. Esse tipo de benefício não poderá ser concedido pelo 
legislador da capital pernambucana, exceto se fosse relativo a serviços 
descritos nos subitens 7.02,7.04 e 7.05 da Lista Anexa à lei complementar 
nº 116, de 2003. Diferentemente seria conceder redução de base de cálculo 
de 50% para uma determinada prestação de serviço cuja alíquota seja de 
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4% (o que resultaria numa “alíquota final” de 2%), sendo perfeitamente 
válida e dentro do que determina a CF/88. 
A mesma situação seria verificada para qualquer outra benesse que resulte 
em diminuição da alíquota mínima, como exclusão de valores da base de 
cálculo, isenções, entre outros. 
Quanto à CF/88, era apenas isso (). Passaremos agora ao que dispõe a lei 
complementar nº 116/03, que estabelece normas gerais em matéria de ISS. 
Antes disso, e quanto aos temas abordados nesse item da aula, vamos às 
seguintes questões: 
 
 
(Questão 02) Sobre o ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, 
julgue os itens a seguir: 
I. não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao 
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital; 
II. não incide sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de 
fusão, incorporação, cisão, ou extinção de pessoa jurídica, salvo se nesses 
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda 
desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento 
mercantil; 
III. terá suas alíquotas máximas e mínimas fixadas em lei complementar; 
IV. caberá à lei complementar excluir de sua incidência exportações de 
serviços para o exterior. 
Estão corretos: 
a) apenas os itens I, III e IV. 
b) apenas os itens I e IV. 
c) todos os itens estão corretos. 
d) apenas os itens II e IV. 
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e) apenas os itens III e IV. 
Conforme veremos mais adiante na aula quanto à disciplina do ITBI, as 
hipóteses previstas nos itens I e II dizem respeito às hipóteses de não-
incidência do ITBI nas respectivas transmissões de bens imóveis “inter 
vivos”. O ISS incide sobre a prestação de serviços de qualquer natureza, 
definidos em lei complementar federal, e não sobre transmissões de bens. 
Logo, os dois itens estão corretas, vez que não há a incidência do ISS, e 
nem mesmo quanto ao ITBI (artigo 156, §2º, I, da CF/88). 
Quanto ao item III, temos o que dispõe o inciso I do §3º do artigo 156 da 
CF/88, que determina a fixação de alíquotas mínimas e máximas do ISS por 
meio de lei complementar federal. Por enquanto, somente a alíquota 
máxima foi fixada, enquanto a alíquota mínima foi estabelecida por meio do 
artigo 88 do ADCT da CF/88. 
Por fim, temos o que item IV, que é reprodução do que consta no inciso II 
do mesmo §3º do artigo 156 da CF/88, dispondo caber à lei complementar 
excluir de sua incidência exportações de serviços para o exterior. 
Assim, resta como correta a alternativa “c”, gabarito da questão. 
 
 
(Questão 03) Sobre o ISS - Imposto sobre Serviços de qualquer natureza, 
analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. 
Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas: 
I. o artigo da Constituição Federal que prevê acobrança do ISS remete à lei 
complementar a definição dos serviços de qualquer natureza sujeitos à 
tributação; 
II. a lei complementar que definir os serviços sujeitos à tributação pelo ISS 
está adstrita à base econômica "serviços de qualquer natureza"; 
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III. a lei complementar que definir os serviços sujeitos à tributação pelo ISS 
não pode definir como serviços sujeitos à incidência do ISS aquelas espécies 
atribuídas constitucionalmente à competência tributária dos estados; 
IV. em face da lei complementar, cabe ao Município, ou ao Distrito Federal, 
mediante lei própria, instituir o ISS. Normalmente, as leis municipais 
copiam a lista de serviços passíveis de tributação constante da lei 
complementar, exercendo, pois, plenamente, a sua competência tributária. 
a) Estão corretos apenas os itens I, II e III. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. 
d) Todos os itens estão corretos. 
e) Estão corretos apenas os itens I e III. 
Item I) Correto. A previsão da parte final do inciso III do artigo 156 da 
CF/88 é claro, dispondo que os serviços de qualquer natureza a serem 
tributados com o ISS deverão ser definidos expressamente em lei 
complementar federal. 
Item II) Correto. Vale a mesma explicação dada anteriormente, mas em 
relação à parte inicial do inciso constitucional, devendo os Municípios ficar 
restritos ao que consta na lei complementar federal. Assim, os Municípios e 
o Distrito Federal, ao instituírem o ISS no âmbito de seus territórios, não 
podem extrapolar a base econômica prevista na CF/88 e regulamentada na 
lei complementar de normas gerais do imposto. 
Item III) Correto. Permitir o contrário seria admitir a bitributação sobre o 
mesmo fato gerador, inadmissível para as espécies tributárias em questão. 
Ou a hipótese do mundo real é sujeito ao tributo municipal ou ao tributo 
estadual, jamais aos dois. A CF/88 outorgou apenas a uma deles 
determinada hipótese de incidência. 
 
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Item IV) Correto. Uma vez que a lei complementar define normas gerais 
para o imposto municipal, nada mais comum do que os Municípios e o 
Distrito Federal copiarem muitas das disposições constantes na lei 
complementar, sem que isso venha a macular ou dimunuir a competência 
tributária a eles conferida pela CF/88. 
Assim, resta como correta a alternativa “d”, gabarito da questão. 
 
 
(Questão 04) A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza que pode ser estabelecida, atualmente, pelos municípios para o 
serviço de agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, seguros 
e de planos de previdência privada é de: 
a) 5% (cinco por cento). 
b) 2% (dois por cento). 
c) 1% (hum por cento). 
d) 0,5% (meio por cento). 
Conforme vimos, a alíquota mínima a ser fixada pelos Municípios quanto ao 
ISS é de 2%, determinado pelo inciso I do artigo 88 do ADCT da CF/88. 
Assim, resta como correta a alternativa “b”, gabarito da questão. 
 
 
 
 
 
 
 
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(Questão 05) A “guerra fiscal” travada em torno do ISSQN fez com que o 
Congresso Nacional promulgasse a Emenda Constitucional nº 37, de 12 de 
junho de 2002, que alterou o Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT). Segundo esta alteração constitucional, ficou vedado 
aos Municípios fixar alíquota menor que: 
a) 2% e conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resultem, 
direta ou indiretamente, na redução da alíquota de 2%. 
b) 2% e conceder isenções, incentivos e benefícios fiscais. 
c) 1% e conceder imunidades. 
d) 2% e maior que 5%. 
e) 1% e maior que 3%. 
Conforme vimos anteriormente, a fixação provisória das alíquotas mínimas 
do ISS está regulada no artigo 88 do ADCT da CF/88, bem como as 
disposições relativas à concessão e à revogação de incentivos, isenções e 
benefícios fiscais relativos ao ISS. Seu texto é o seguinte: 
“Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o 
disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da 
Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III 
do caput do mesmo artigo: 
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para 
os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista 
de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de 
dezembro de 1968; 
II – não será objeto de concessão de isenções, 
incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou 
indiretamente, na redução da alíquota mínima 
estabelecida no inciso I.” (Grifos nosso) 
Assim, resta como correta a alternativa “a”, gabarito da questão. 
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ISS na Lei Complementar Federal n° 116/03 
 
Iniciaremos agora o estudo do que consta na LC nº 116/03, a lei de normas 
gerais relativas ao ISS. Iniciaremos pelo fato gerador do imposto. 
 
Fato Gerador do ISS 
 
O artigo 1º da lei complementar, juntamente com seus quatro parágrafos, 
estabelece o seguinte: 
“Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, 
de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem 
como fato gerador a prestação de serviços constantes 
da lista anexa, ainda que esses não se constituam 
como atividade preponderante do prestador. 
§ 1o O imposto incide também sobre o serviço 
proveniente do exterior do País ou cuja prestação se 
tenha iniciado no exterior do País. 
§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista 
anexa, os serviços nela mencionados não ficam 
sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação 
– ICMS, ainda que sua prestação envolva 
fornecimento de mercadorias. 
 
 
 
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§ 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide 
ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização 
de bens e serviços públicos explorados 
economicamente mediante autorização, permissão ou 
concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou 
pedágio pelo usuário final do serviço. 
§ 4o A incidência do imposto não depende da 
denominação dada ao serviço prestado.” (Grifos nosso) 
O artigo 1º é composto por uma grande quantidade de matéria-prima para 
questões de prova, devendo ser estudado com bastante atenção. Entretanto, 
vamos primeiramente à lista anexa referida no caput do primeiro artigo da 
lei complementar federal. Essa lista possui uma infinidade de itens, listando 
todos os serviços que podem ser tributados com o ISS. São eles: 
 
Lista de serviços anexa à LC nº116/03. 
 
1 – Serviços de informática e congêneres. 
2 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza. 
3 – Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e 
congêneres. 
4 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres. 
5 – Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres. 
6– Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e 
congêneres. 
7 – Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, 
urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, 
saneamento e congêneres. 
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8 – Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e 
educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer 
grau ou natureza. 
9 – Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres. 
10 – Serviços de intermediação e congêneres. 
11 – Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, 
vigilância e congêneres. 
12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres. 
13 – Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e 
reprografia. 
14 – Serviços relativos a bens de terceiros. 
15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive 
aqueles prestados por instituições financeiras autorizadas a 
funcionar pela União ou por quem de direito. 
16 – Serviços de transporte de natureza municipal. 
17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, 
comercial e congêneres. 
18 – Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de 
seguros; inspeção e avaliação de riscos para cobertura de contratos 
de seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres. 
19 – Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos 
de loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, 
prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e 
congêneres. 
20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de 
terminais rodoviários, ferroviários e metroviários. 
22 – Serviços de exploração de rodovia. 
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23 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho 
industrial e congêneres. 
24 – Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, 
sinalização visual, banners, adesivos e congêneres. 
25 - Serviços funerários. 
26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, 
documentos, objetos, bens ou valores, inclusive pelos correios e 
suas agências franqueadas; courrier e congêneres. 
27 – Serviços de assistência social. 
28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza. 
29 – Serviços de biblioteconomia. 
30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química. 
31 – Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, 
mecânica, telecomunicações e congêneres. 
32 – Serviços de desenhos técnicos. 
33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes 
e congêneres. 
34 – Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres. 
35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e 
relações públicas. 
36 – Serviços de meteorologia. 
37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins. 
38 – Serviços de museologia. 
39 – Serviços de ourivesaria e lapidação. 
40 – Serviços relativos a obras de arte sob encomenda. 
 
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Como vimos, a lista anexa está dividida em 40 itens, sendo, para muitos 
desses, subdivididos em um ou em vários outros subitens. Entretanto, por 
óbvio, não é necessário decorar ou saber todos os itens e subitens 
constantes na lista. 
É interessante saber que a lista anexa é TAXATIVA quanto aos serviços 
nela previstos. Assim, nenhum outro serviço pode ser tributado com o ISS 
caso não conste na lista. Para ser tributado, deve constar 
EXPRESSAMENTE na lista. Entretanto, a simples mudança de nomenclatura 
dada ao serviço não faz com que o ISS deixe ou não de incidir. É irrelevante 
para a incidência do imposto municipal a denominação dada ao serviço. Para 
a incidência do imposto, basta estar presente a verificação da base 
econômica a ser tributada pela norma, qual seja, a prestação de serviço 
presente no texto da lei. 
Entretanto, embora a lista seja taxativa, o legislador possibilitou a 
interpretação extensiva de determinados serviços ao incluir, em diversas 
passagens, os termos “de qualquer natureza”, “ de qualquer espécie”, “ para 
qualquer fim” e o mais comum: “ e congêneres”. Assim, desde que não 
ultrapasse os limites do bom senso, é admitida a inclusão, pelos municípios 
e pelo Distrito Federal, de outros serviços além daqueles presentes na lista 
anexa à lei complementar nº 116/03 por interpretação extensiva dos termos 
nela constantes. Por óbvio, essa “inclusão” nada mais é do que uma 
interpretação de um item ou subitem já presente na lista anexa à lei de 
normas gerais do imposto municipal. 
Apresenta a temida lista de serviços anexos, voltemos ao que dispõe os 
mandamentos previstos na lei complementar nº 116/03. Vamos em frente. 
O caput do artigo 1º nos fala sobre o fato gerador do ISS, definindo esse 
como a prestação de serviço constante na lista anexa à lei 
complementar, composta por uma infinidade de serviços diferentes, 
conforme vimos anteriormente. Desse modo, apenas os serviços constante 
na lista poderão ser tributados com o imposto municipal. Sem previsão, 
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sem tributação, e desde que não estejam incluídos também no 
campo de incidência do ICMS (prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicações). 
O caput nos diz ainda que o imposto incidirá ainda que a atividade de 
prestação de serviços não seja a atividade preponderante do 
prestador. Assim, uma empresa que tenha como atividade principal o 
fornecimento de mercadorias, ou ainda aquelas que nunca prestaram 
qualquer tipo de serviço tributado com o ISS, poderão ser qualificadas como 
contribuintes do ISS e obrigadas a pagar o tributo relativo à prestação do 
serviço. 
Como exemplo, temos uma empresa que venda molduras a consumidor 
final. Determinado cliente, não dispondo de alguém que possa montar as 
molduras, solicita que a empresa vendedora realize também a montagem 
das mesmas. O serviço de colocação de molduras consta na lista anexa à lei 
complementar nº 116/03 em seu item 14.07, sujeitando-se, assim, ao ISS. 
Considere ainda que essa foi a primeira vez que a empresa efetuou esse tipo 
de serviço. Esse fato é irrelevante para a tributação. 
O §1º confirma apenas algo relativamente intuitivo: a possibilidade de 
tributação, com o ISS, de serviços oriundos de empresas 
estrangeiras e prestados no Brasil e sobre aqueles iniciados no 
exterior e remetidos para o Brasil. Não seria razoável e nem justo com 
as empresas brasileiras não fazer incidir o ISS sobre os serviços prestados 
por empresas estrangeiras. Essa previsão visa equalizar os preços dos 
serviços prestados por empresas estrangeiras e por empresas brasileiras. 
Como exemplo de serviço proveniente do exterior, temos o serviço de 
assistência técnica (item 14.02 da Lista anexa). Quanto aos serviços 
iniciados no exterior, temos os desenhos técnicos (item 32.01 da Lista 
anexa) realizados no exterior e posteriormente remetidos ao Brasil. 
 
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A previsão constante no §2º do artigo 1º da lei complementar é de grande 
importância ao estudo do ISS, uma vez que define regras para que não 
ocorra a bitributação, com o ISS e com o ICMS, de determinados serviços 
nos quais esteja compreendido também o fornecimento de mercadorias. 
Segundo o parágrafo, uma mesma prestação poderá ser tributada com 
o ICMS e com o ISS, e dentro de suas respectivas hipóteses de 
incidência, apenas nos casos expressamente previstos na lista 
anexa, nos quais exista ressalva expressa quanto à cobrança do 
ICMS. Para os casos constantes na lista anexa que não possuam ressalva 
expressa, a tributação se dará apenas em relação ao ISS, AINDA QUE A 
PRESTAÇÃO ENVOLVA O FORNECIMENTO DE MERCADORIAS. 
“Mas como assim tributado com o ICMS e com o ISS, professor? Os dois 
incidem sobre a mesma base de cálculo? Achei que isso não fosse 
permitido.” 
E realmente não é. O que ocorre é a incidência dos dois tributos sobre a 
mesma operação/prestação, e não sobre a mesma base de cálculo. Deixe-
me explicar melhor.  
Antes, temos que saber que a base de cálculo do ICMS, no fornecimento de 
mercadorias (que é uma das hipóteses de incidência do imposto), é, 
basicamente, o valor das mercadorias fornecidas, já incluído o valor do 
imposto, já que o ICMS, assim como o ISS, também é um imposto por 
dentro. Para fins de exemplo, iremos considerar que o ICMS incide sobre o 
valor total das mercadorias fornecidas conjuntamente com a prestação do 
serviço. 
Já a base de cálculo do ISS está prevista no caput do artigo 7º da lei 
complementar nº 116/03, que, sucintamente, assim nos diz: 
“Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do 
serviço.” (Grifos nosso) 
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Nenhum outro valor serviria melhor para caracterizar a base de cálculo do 
imposto sobre serviços de qualquer natureza do que o próprio valor do 
serviço prestado, que é justamente o ganho econômico resultante da 
prestação. Mas quanto à base de cálculo do ISS falaremos com mais 
detalhes em item especifico da aula. Por enquanto, basta sabermos apenas 
o que consta no artigo 7º. 
Já os serviços constantes na lista da lei complementar nº 116/03 que 
constituem exceção à tributação exclusiva com o ISS, incidindo ICMS sobre 
as mercadorias fornecidas em conjunto com o serviço prestado, são os 
seguintes: 
 7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, 
de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras 
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, 
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e 
a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos 
(exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo 
prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, 
que fica sujeito ao ICMS). 
 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, 
pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do 
local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, 
conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de 
máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores 
ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que 
ficam sujeitas ao ICMS). 
 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
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 17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o 
fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao 
ICMS). 
Assim, considere que determinada empresa preste o serviço de 
recondicionamento de motores. Virgulino, querendo consertar o motor da 
sua piscina olímpica, resolveu leva-lo na empresa e poder tomar banho de 
piscina normalmente no calor escaldante do sertão pernambucano, lá em 
sua fazenda em Verdejante/PE. Nesse conserto, a nota fiscal veio com os 
seguintes valores: 
 Preço de conserto do motor: R$ 1.000,00. 
 Peças novas: R$ 300,00. 
 Total: R$ 1.200,00. 
Assim, qual o valor do ICMS e do ISS a serem pagos por Virgulino, 
considerando que as alíquotas dos dois impostos, respectivamente, sejam de 
15% e de 3%? Uma vez que o serviço está expressamente previsto como 
sendo exceção à tributação exclusiva com o ISS, o ICMS incidirá também 
sobre as mercadorias fornecidas, conforme o item 14.03. Assim, teremos os 
seguintes valores de tributos a pagar: 
ISS = R$ 1.000,00 x 3% = R$ 30,00 (o ISS incidiu apenas sobre o valor dos 
serviços prestados). 
ICMS = R$ 300,00 x 15% = R$ 45,00 (o ICMS incidiu apenas sobre as 
mercadorias fornecidas em razão da prestação do serviço). 
De outro modo, caso tivéssemos, por exemplo, a prestação de um serviço 
constante no subitem 14.12 da lista anexa à lei complementar nº 116/03 
(Funilaria e lanternagem), e considerando os mesmos valores constantes na 
nota fiscal emitida, os impostos a pagar teriam os seguintes valores: 
 
 
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ISS = R$ 1.200,00 x 3% = R$ 48,00. 
ICMS = R$ 0,00 x 15% = R$ 0,00. (não há ressalva na lei complementar 
que autorize a tributação com o ICMS sobre as mercadorias fornecidas 
relativamente a esse tipo de serviço, fazendo com que o ISS incida sobre o 
valor total da nota fiscal, incluindo as mercadorias fornecidas e o serviço 
prestado). 
Assim, caso determinado serviço não conste na lista da lei complementar nº 
116/03, ou não preencha os requisitos desta, ocorrerá a incidência do ICMS 
sobre o valor total da operação, e desde que o serviço esteja dentro 
do campo de incidência do ICMS. 
Caso esteja previsto na lista, e haja ressalva de cobrança quanto ao ICMS, o 
ICMS incidirá sobre o valor da mercadoria fornecida e o ISS sobre o 
valor do serviço. Caso o serviço esteja previsto na lei complementar e não 
haja ressalva de cobrança do ICMS, o ISS incidirá sobre o valor total da 
operação. 
Para memorizar o que foi exposto acima, segue o quadro-resumo abaixo: 
Serviço previsto na LC 116/03, sem 
ressalva quanto à possibilidade de 
cobrança do ICMS 
ISS incide sobre o valor total da 
mercadoria e do serviço 
prestado 
Serviço previsto na LC 116/03, com 
ressalva quanto à possibilidade de 
cobrança do ICMS 
ISS incidirá sobre o valor do 
serviço e o ICMS sobre o valor 
da mercadoria 
Serviço não previsto na LC 116/03 
ICMS incidirá sobre o valor total 
do serviço e da mercadoria. 
Por fim, temos uma figura com o que consta na lista acima, para 
visualização gráfica das situações sujeitas à incidência do ISS, à do ISS e do 
ICMS conjuntamente e apenas à do ICMS. 
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Quanto aos serviços e mercadorias fornecidas que podem ser tributados com 
o ISS ou com o ICMS, temos ainda quatro situações previstas na lista em 
que, caso o serviço seja prestado com material fornecido pelo próprio 
prestador, na será devido o ISS, uma vez que não se enquadrariam nas 
hipóteses enumeradas na lista anexa. Para esses casos, o ICMS incidiria 
sobre o valor do serviço e das mercadorias fornecidas. 
Os quatroserviços que possuem a característica descrita acima são os 
seguintes: 
7.06 – Colocação e instalação de tapetes, carpetes, assoalhos, 
cortinas, revestimentos de parede, vidros, divisórias, placas de 
gesso e congêneres, com material fornecido pelo tomador do 
serviço. 
14.06 – Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e 
equipamentos, inclusive montagem industrial, prestados ao usuário 
final, exclusivamente com material por ele fornecido. 
14.09 – Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido 
pelo usuário final, exceto aviamento. 
39.01 - Serviços de ourivesaria e lapidação (quando o material 
for fornecido pelo tomador do serviço). 
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O §3º do artigo 1º da lei complementar nº 116, de 2003, traz um previsão 
de incidência do ISS sobre as prestações que envolvam os entes estatais, 
determinando a cobrança do imposto estadual quando os serviços forem 
prestados por meio da utilização de bens ou serviços públicos 
explorados economicamente, seja por concessão, autorização ou 
permissão do poder público. Para tanto, deve haver ainda o pagamento de 
tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. 
A previsão do §3º visa a equalização dos entes que se utilizem de bens ou 
serviços públicos com as empresas privadas prestadoras dos mesmos 
serviços. Não seria justo que apenas estas últimas pagassem o ISS, o que 
possivelmente ocasionaria uma concorrência desleal entre essas e o setor 
público, em regra, muito mais abastado de recursos. 
Observe a palavra chave desse parágrafo: ECONOMICAMENTE. Os serviços 
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos que não tenham 
fins econômicos não serão tributados com o ISS. Assim, os serviços notarias 
e de registro, quando praticados por órgãos públicos (como era até 
recentemente o caso do Estado da Bahia), não serão tributados com o ISS, 
já que não têm fins econômicos. Diferentemente, o mesmo serviço prestado 
por um cartório privado, delegado pelo poder público concedente, e que 
cobre tarifa pela prestação do serviço, será tributado com o ISS, já que 
possui fim econômico e utiliza um serviço público concedido pelo próprio 
poder público. Outro exemplo são os pedágios concedidos pelo poder público 
a particulares, que se utilizam das rodovias (bem público) e cobram por essa 
utilização. 
Por fim, ainda quanto ao artigo 1º da lei complementar, temos o §4º, que 
trata da irrelevância da denominação dada ao serviço para fins de 
incidência do imposto. Logo, para que determinada prestação de serviço 
seja tributada com o ISS, basta apenas que o Fisco municipal identifique os 
elementos que classifiquem determinado serviço como um daqueles 
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previstos, assim como também é irrelevante a empresa ser classificada 
como comercial ou de prestação de serviços. 
É bastante comum os contribuintes tentarem “enganar” o fisco dando ao 
serviço uma denominação diferente daquela que consta na lista anexa, o 
que, ao entender deles, excluiria a incidência do imposto sobre o serviço. 
Contudo, como comentei, basta apenas que o fiscal municipal identifique a 
natureza do serviço prestado e consiga enquadrá-lo em um dos vários itens 
presentes na lista anexa para que seja devido o tributo municipal. 
 
 
(Questão 06) Considera-se incluído na base de cálculo do ISS o valor do 
material fornecido pelo prestador de serviços na seguinte hipótese: 
a) execução de obras de construção civil. 
b) recondicionamento de motores. 
c) confecção de chaveiros, carimbos, placas etc. 
d) conserto e restauração de veículos automotores. 
e) organização de festas e recepções. 
Segundo a lista de serviços com ressalva quanto à cobrança do ICMS, 
apenas o constante na alternativa “c” não está presente. Assim, quando da 
prestação de serviços de confecção de carimbos, chaveiros, placas e artigos 
semelhantes, o valor do material fornecido será incluído na base de cálculo 
do ISS. Para as demais alternativas, o valor desse material será tributado 
com o ICMS, enquanto o ISS incidirá sobre o valor do serviço prestado. 
As alternativas “a”, “b”, “d” e “e” correspondem, respectivamente, aos 
subitens 7.02, 14.03, 14.01 e 17.11 da lista anexa À lei complementar nº 
116, de 2003, respectivamente. Assim, resta como correta a alternativa “c”, 
gabarito da questão. 
 
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 (Questão 07) O contribuinte que presta serviço e, ao mesmo tempo, 
fornece mercadoria, com ressalva da incidência do ICMS na Lista de 
Serviços, deve recolher aos cofres públicos: 
a) o ISS e o ICMS, sobre valores do serviço e mercadoria, respectivamente. 
b) o ISS ou ICMS, podendo optar pela escolha menos gravosa. 
c) somente o ISS. 
d) somente o ICMS. 
e) o ICMS sobre base de cálculo compreensiva dos valores da mercadoria e 
do serviço. 
Mais uma vez, quanto aos serviços com ressalva relativa à cobrança do 
ICMS sobre as mercadorias fornecidas em conjunto com a prestação, será 
cobrado o ICMS sobre as mercadorias e o ISS sobre o valor do serviço. 
Assim, resta como correta a alternativa “a”, gabarito da questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Não incidência 
 
As hipóteses de não incidência do ISS estão previstas no artigo 2º da lei 
complementar nº 116, de 2003, o qual possui o seguinte texto: 
“Art. 2o O imposto não incide sobre: 
I – as exportações de serviços para o exterior do País; 
II – a prestação de serviços em relação de emprego, 
dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros 
de conselho consultivo ou de conselho fiscal de 
sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes 
e dos gerentes-delegados; 
III – o valor intermediado no mercado de títulos e 
valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o 
principal, juros e acréscimos moratórios relativos a 
operações de crédito realizadas por instituições financeiras. 
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso 
I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado 
aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito 
por residente no exterior.” (Grifos nosso) 
Os casos de não-incidência previstos no artigo 2º são aqueles em que, 
mesmo sendo verificada a prestação de um serviço, não será devido o ISS, 
por expressa exclusão dos fatos do manto de incidência do imposto. 
O primeiro caso, previsto no inciso I, traz o caso mais clássico, que é a 
desoneração das exportações de serviços, retirando do campo de 
incidência do imposto municipal os serviços exportados para o exterior, 
contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e para o aumento do 
superávit. 
 
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O inciso I deve ser estudado em conjunto com o que dispõe o parágrafo 
único do mesmo artigo, que determina que a previsão de não incidência 
do ISS não se aplica aos serviços cuja prestação tenha sido iniciada 
no país e cujo resultado aqui se verifique, mesmo que o pagamentopelo serviços seja feito por pessoa residente no exterior. 
Como exemplo do que consta no parágrafo anterior, temos uma empresa 
francesa que contrata empresa de assistência técnica (item 14.02) situada 
no Brasil para que execute o serviço em sua filial situada no Município de 
Belo Horizonte. O pagamento é feito pela matriz situada na França. 
Observe que, no exemplo acima, fica claro que o serviço foi contratado por 
uma empresa estrangeira (pessoa residente no exterior), porém, o resultado 
da prestação do serviço foi verificado dentro do território nacional. Assim, 
não houve exportação de serviços para a França, ainda que o tomador e a 
origem dos recursos estejam nesse país. 
O segundo inciso do artigo 2º da lei complementar nº 116, de 2003, traz 
uma previsão relativamente intuitiva. Os serviços prestados a outrem em 
razão de uma relação de emprego ou de trabalho remunerado não 
podem ser tributados pelo ISS, uma vez que, nesses casos, o intuito é a 
prestação do trabalho, havendo a remuneração em razão deste, e não em 
razão do serviço. Não há a remuneração em razão do serviço, mas sim 
em razão da relação trabalhista. 
Observe que, no caso do inciso II, a remuneração se dá em razão do 
trabalho, seja esse qual for. Já na remuneração em razão do serviço, há a 
contraprestação pela prestação de um serviço determinado. 
Assim, o ISS não incidirá sobre os seguintes casos: 
 
 
 
 
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 Em relação de emprego; 
 Em relação aos trabalhos prestados pelos trabalhadores 
avulsos; 
 Em relação aos trabalhos prestados pelos diretores e membros 
de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e 
fundações; 
 Em relação aos trabalhos prestados pelos sócios-gerentes e dos 
gerentes-delegados. 
Assim, somente incidirá o ISS em relação aos serviços prestados pelos 
profissionais e trabalhadores autônomos (aqueles que trabalham por 
conta própria, sem vínculo de emprego ou trabalho, como engenheiros, 
pintores, carpinteiros, médicos, etc) e por empresas que prestem os 
serviços constantes na lista anexa. 
 
Por fim, temos o que consta no inciso III, que excluiu da incidência do ISS: 
 Os valores intermediados no mercado de títulos e valores 
mobiliários; 
 Os valores dos depósitos bancários; 
 O principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de 
créditos realizadas por instituições financeiras. 
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A exclusão dos valores acima pelo legislador infraconstitucional teve como 
objetivo diminuir a cumulatividade do ISS sobre as operações financeiras e 
valores mobiliários, que incidiria todas as vezes que os valores fossem 
movimentados ou transacionados. Assim, conforme o item 10 da lista anexa 
e de seus subitens, o ISS incide somente sobre os serviços de 
intermediação e congêneres, nos quais estão incluídos o 
agenciamento, a corretagem e a intermediação. 
Exemplo atual é a compra de ações por meio de corretoras de títulos e 
valores mobiliários, que cobram as chamadas taxas de corretagem sobre o 
valor da operação. Como sabemos, as ações, normalmente, são compradas 
e vendidas por várias e várias vezes. 
Suponha que você tenha comprado, por meio de uma corretora, 1.200 ações 
do site Estratégia ao valor de R$ 20,00/ação, totalizando o montante total 
de R$ 24.000,00. A corretora cobra uma taxa de corretagem de 0,4% sobre 
o valor total, o que resultaria em R$ 96,00. Considere ainda a alíquota de 
ISS única de 4%. Assim, o ISS devido será de apenas R$ 3,84, resultante do 
produto entre R$ 96,00 e 4%. O ISS incide sobre a prestação do serviço, e 
não sobre a aquisição mobiliária. 
Ainda quanto à não incidência do ISS, temos ainda a Súmula Vinculante nº 
31 do STF, que assim nos diz em seu texto: 
“É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços 
de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de 
bens móveis.” 
Logo, não há a incidência do ISS nos casos de locação de bens móveis, uma 
vez que não se trata propriamente de uma prestação de serviço. Da mesma 
maneira, não incide o ISS sobre a locação de filmes cinematográficos, 
cartuchos para videogames e similares e videotapes, já que também se 
configuram como bens móveis. Entretanto, o mesmo ISS incide sobre a 
prestação de serviços por meio de leasing financeiro, que é uma 
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operação diferente do contrato de aluguel e dos contratos de compra 
e de venda. 
Ainda quanto a não incidência do ISS: 
 A prestação do serviço está relacionada a um fato oneroso e 
negocial, de conteúdo econômico, em que há a contraprestação 
por uma das partes, afastando os trabalhos prestados a si mesmo e os 
prestados no seio familiar. 
 O ISS não incide sobra a prestação de serviço de forma gratuita 
ou para fins filantrópicos ou assistenciais, já que, nesses casos, 
não existe base de cálculo a ser tributada. 
Mais algumas súmulas para completar? Veja estas Súmulas do STJ: 
Súmula 138 
O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. 
Súmula 156 
A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob 
encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, esta sujeita, 
apenas, ao ISS. 
Súmula 167 
O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, 
preparado no trajeto ate a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e 
prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS. 
Súmula 274 
O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se 
neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares. 
Súmula 424 
É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da 
lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987. 
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Súmula 588 
O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e 
taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos bancários. 
Vamos ver como esse tema foi cobrado em prova! 
 
 
(Questão 08) Suponha que a Bite Serviços de informática Ltda. preste 
serviços no Brasil e no exterior e, como tal, seja contribuinte do ISS. A 
propósito dessa situação hipotética e considerando a disciplina normativa do 
ISS, assinale a opção correta. 
a) A Bite Serviços de Informática Ltda. está desobrigada de recolher o ISS 
quanto aos serviços iniciados no exterior do país. 
b) São contribuintes do ISS a Bite Serviços de Informática Ltda. bem como 
seus diretores e sócios-gerentes. 
c) O ISS não incide sobre a exportação dos serviços da Bite Serviços de 
Informática Ltda. para países estrangeiros. 
d) Os empregados da Bite Serviços de Informática Ltda. devem recolher o 
ISS. 
Alternativa a) Incorreta. Conforme veremos no item seguinte da nossa 
aula, o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior será o 
responsável pelo recolhimento do imposto. (artigo 3º, I, da LC nº 116/03) 
Alternativa b) Incorreta. Somente as empresas e os profissionais e 
trabalhadores autônomos estão incluídos no campo de incidência do 
imposto. Não incide o ISS sobre o trabalho prestado por diretores e sócios 
gerentes, conforme nos diz o incisoII do artigo 2º da LC nº 116/03. 
 
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Alternativa c) Correta. A exportação de serviços é uma das três situações 
previstas na lei complementar nº 116/03 em que não incidirá o ISS, 
conforme o inciso I do seu artigo 2º. 
Alternativa d) Incorreta. Vale a mesma resposta dada quanto a 
alternativa b, desta vez em relação aos empregados da empresa. 
 
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Local da Prestação 
 
O local da prestação é definido como aquele em que se considera ocorrido o 
fato gerador do imposto, e necessário para a definição do estabelecimento 
responsável pelo recolhimento do tributo e do Município com competência 
para a cobrança do ISS devido sobre a prestação do serviço. Trataremos 
agora do que chamamos de elemento espacial do ISS. 
Para disciplinar a matéria, o legislador federal dedicou os artigos 3º e 4º da 
lei complementar nº 116, de 2003, que assim dispõem: 
“Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto 
devido no local do estabelecimento prestador ou, na 
falta do estabelecimento, no local do domicílio do 
prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I 
a XXII, quando o imposto será devido no local: (Vide 
Lei Complementar nº 123, de 2006). 
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do 
serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver 
domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei 
Complementar; 
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras 
estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 
da lista anexa; 
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; 
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.04 da lista anexa; 
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e 
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 
da lista anexa; 
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VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, 
tratamento, reciclagem, separação e destinação final de 
lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos 
serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; 
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação 
de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, 
parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.10 da lista anexa; 
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e 
poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 
7.11 da lista anexa; 
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer 
natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso 
dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; 
X – (VETADO) 
XI – (VETADO) 
XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, 
adubação e congêneres, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.16 da lista anexa; 
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção 
de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.17 da lista anexa; 
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.18 da lista anexa; 
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso 
dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; 
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XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, 
segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos 
no subitem 11.02 da lista anexa; 
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, 
arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos 
no subitem 11.04 da lista anexa; 
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, 
entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos 
nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; 
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, 
no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista 
anexa; 
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na 
falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no 
caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista 
anexa; 
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se 
referir o planejamento, organização e administração, no 
caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista 
anexa; 
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, 
ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos 
pelo item 20 da lista anexa. 
§ 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 
da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e 
devido o imposto em cada Município em cujo território 
haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, 
dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, 
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sublocação, arrendamento, direito de passagem ou 
permissão de uso, compartilhado ou não. 
§ 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 
da lista anexa, considera-se ocorrido o fato gerador e 
devido o imposto em cada Município em cujo território 
haja extensão de rodovia explorada. 
§ 3o Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto 
no local do estabelecimento prestador nos serviços 
executados em águas marítimas, excetuados os 
serviços descritos no subitem 20.01. 
Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local 
onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar 
serviços, de modo permanente ou temporário, e que 
configure unidade econômica ou profissional, sendo 
irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de 
sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, 
escritório de representação ou contato ou quaisquer outras 
que venham a ser utilizadas.” (Grifos nosso) 
Inicialmente temos que definir o que vem a ser um estabelecimento 
prestador para fins de incidência do ISS sobre a prestação de serviço 
realizada. Quem nos diz isso é o artigo 4º da lei complementar, por onde 
começaremos o estudo desse item da aula. 
As características do estabelecimento prestador são as seguintes: 
 É o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de 
prestar serviços, podendo ser uma sala, um escritório, um 
galpão, um atelier ou qualquer outro, seja qual for a denominação 
dada e a sua natureza; 
 
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 Pode ser de modo permanente ou temporário, sendo 
indiferente para a incidência do imposto estar o contribuinte 
estabelecido ou não de forma permanente no local da prestação ou 
ter ou não o ânimo de nele permanecer; 
 O local do estabelecimento deve configurar uma unidade 
econômica ou profissional, e não uma simples instalação física; 
nele devem trabalhar os profissionais que executam os serviços e 
estar a estrutura física que comporta as atividades da empresa ou 
profissional, não sendo apenas o que chamamos de “empresa de 
fachada”; 
 Será irrelevante

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