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Questões E Respostas SEMINARIO VI

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Módulo Incidência e Crédito Tributário
SEMINÁRIO VI
ISS
Questões
1. Construa a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência tributária do ISS.
Seguindo a metodologia do Prof Paulo de Barros Carvalho, temos:
No antecedente:
Critério material : prestação de serviços que gera a incidência do ISS. A Prof Betina Treider cita que Marçal Justen Filho afirma que a incidência ocorre diante da “prestação de esforço (físico-intelectual) produtor de utilidade (material ou imaterial) de qualquer natureza, efetuada sob regime de Direto Privado, que não caracterize relação empregatícia”.[footnoteRef:1] [1: GRUPENMACHER, Betina Treiger. A regra-matriz de incidência do imposto sobre serviços. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Direito Tributário entre a forma e o conteúdo. São Paulo: Noeses.] 
Critério espacial : está implicitamente descrito na norma constitucional atributiva de competência aos Municípios para instituir o ISS; o lugar onde ocorre a hipótese de incidência, o local onde se completa o serviço. A Prof Betina Treider citando Geraldo Ataliba, este afirma que o aspecto espacial do ISS é a “indicação de circunstâncias de lugar, contidas explícita ou implicitamente na h.i., relevantes para a configuração do fato.”
E, nas exceções previstas na lista que elenca a LC 116/93, discrimina que o local da prestação de serviço é efetivamente o local que foi prestado o serviço.
Critério temporal é aquele em que se ultima a prestação.
No consequente temos:
Critério Pessoal : Sujeito Ativo: Município, onde efetivamente tenha ocorrido a prestação do serviço
Sujeito Passivo: o prestador do serviço;
Critério Quantitativo: Base de Cálculo: o valor da prestação do serviço, sendo possível uma dedução no valor de materiais utilizados em caso de construção. Artigo 7º e §2ºda LC 116/93
Alíquota: tem o valor fixado em Lei Complementar, previsto no art.156, §3º I, fixado o limite máximo de 5% no artigo 8º II da LC 116/03, sendo que o limite mínimo, no percentual de 2%, foi fixado através da LC 157/16, que introduziu o art. 8º-A a LC116/03.
2. Há um conceito constitucional de “prestação de serviço tributável por meio do Imposto sobre Serviços”? Para fins de definição da materialidade tributável por meio do ISS, é possível afirmar que o constituinte adotou os conceitos de “contrato de prestação de serviço” e de “obrigação de fazer” do Direito Civil (em oposição ao conceito de “obrigação de dar”)? Ou seria necessário afirmar que essa dicotomia está superada e o que deve ser adotado para a definição dessa materialidade é o chamado “conceito econômico de serviços”? Vide o voto do Ministro Relator Celso de Mello no julgamento do RE 446.003 AgR/PR, a Súmula Vinculante n.º 31 do STF e a ementa do RE 651.703/PR.
Para responder o referido questionamento necessário que se faça um cotejamento da Constituição e legislações acerca da matéria.
A CF não definiu o que seria o imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo 156, II, matéria que deve ser definida através de lei complementar.[footnoteRef:2] [2: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
] 
O Código Civil de 1916, vigente a época da promulgação da CF/88 definia o termo serviço, relacionada sempre a uma obrigação de fazer.
No julgamento do RE 446003 Agr –PR, o Min Relator Celso de Mello, quando da análise do ISS sobre locação de bens móveis, firmou entendimento de que o ISS somente poderia incidir em obrigações de fazer, seguindo a definição de serviço proposta pelo Código Civil da época – art. 565, sob pena de se prestigiar a interpretação econômica do direito tributário, em detrimento da tipicidade, que representa, no contexto normativo, a projeção natural e necessária do princípio constitucional da reserva absoluta de lei.[footnoteRef:3] [3: E M E N T A: IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) - LOCAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR - INADMISSIBILIDADE, EM TAL HIPÓTESE, DA INCIDÊNCIA DESSE TRIBUTO MUNICIPAL - DISTINÇÃO NECESSÁRIA ENTRE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS (OBRIGAÇÃO DE DAR OU DE ENTREGAR) E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (OBRIGAÇÃO DE FAZER) - IMPOSSIBILIDADE DE A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA MUNICIPAL ALTERAR A DEFINIÇÃO E O ALCANCE DE CONCEITOS DE DIREITO PRIVADO (CTN, ART. 110) - INCONSTITUCIONALIDADE DO ITEM 79 DA ANTIGA LISTA DE SERVIÇOS ANEXA AO DECRETO-LEI Nº 406/68 - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - RECURSO IMPROVIDO. - Não se revela tributável, mediante ISS, a locação de veículos automotores (que consubstancia obrigação de dar ou de entregar), eis que esse tributo municipal somente pode incidir sobre obrigações de fazer, a cuja matriz conceitual não se ajusta a figura contratual da locação de bens móveis. Precedentes (STF). Doutrina.] 
Com o julgamento do RE651703, em 29/09/2016, sob a Relatoria do Min Luiz Fux, se firmou entendimento de que o direito tributário possui conceitos próprios e, o conceito de prestação de “serviços de qualquer natureza” e seu alcance no texto constitucional não é condicionado de forma imutável pela legislação ordinária, tanto mais que, de outra forma, seria necessário concluir pela possibilidade de estabilização com força constitucional da legislação infraconstitucional, de modo a gerar confusão entre os planos normativos. Concluindo ao final que: “A classificação das obrigações em “obrigação de dar”, de “fazer” e “não fazer”, tem cunho eminentemente civilista, como se observa das disposições no Título “Das Modalidades das Obrigações”, no Código Civil de 2002 (que seguiu a classificação do Código Civil de 1916), em: (i) obrigação de dar (coisa certa ou incerta) (arts. 233 a 246, CC); (ii) obrigação de fazer (arts. 247 a 249, CC); e (iii) obrigação de não fazer (arts. 250 e 251, CC), não é a mais apropriada para o enquadramento dos produtos e serviços resultantes da atividade econômica, pelo que deve ser apreciada cum grano salis. 16. A Suprema Corte, ao permitir a incidência do ISSQN nas operações de leasing financeiro e leaseback (RREE 547.245 e 592.205), admitiu uma interpretação mais ampla do texto constitucional quanto ao conceito de “serviços” desvinculado do conceito de “obrigação de fazer” (RE 116.121)...”
A Súmula Vinculante 31 do STF, editada em 2010, retira a validade do item 3.01 do anexo da LC116/03, uma vez que o entendimento do STF é o de que o poder de tributar do ente municipal não pode alterar o conceito de serviço consagrado pelo direito privado, consoante prescrição do art.110 do CTN.
Observe-se também que a SV 31 não exonera as prestações de serviços de bens móveis prestadas em conjunto com a locação, conforme entendimento do julgado no ARE 656.709 AgR/RS, IN VERBIS:
Ementa: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA. LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS ASSOCIADA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LOCAÇÃO DE GUINDASTE E APRESENTAÇÃO DO RESPECTIVO OPERADOR. INCIDÊNCIA DO ISS SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE A LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS. SÚMULA VINCULANTE 31. AGRAVO REGIMENTAL. 1. A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços concomitante à locação de bens móveis do pagamento do ISS. 2. Se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. 3. O que a agravante poderia ter discutido, mas não o fez, é a necessidade de adequação da base de cálculo do tributo para refletir o vulto econômico da prestação de serviço, sem a inclusão dos valores relacionados à locação. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
Desse modo, a Corte inovou o entendimento em que o conceito de serviço estaria relacionado ao “oferecimento de uma utilidade paraoutrem a partir de um conjunto de atividades materiais e imateriais prestadas com habitualidade e intuito de lucro podendo estar conjugada ou não com a entrega de bens ao tomador, introduzindo conceitos semânticos não juridicizados e extremamente amplos.”
3. Com relação à lista de serviços anexa à Lei Complementar n. 116/03, pergunta-se:
a) Qual é o seu papel na definição da materialidade tributável por meio do ISS? Essa lista é taxativa, exemplificativa ou extensiva?
A Lista de serviço anexa a LC116/03, descreve a atividade do critério material da regra matriz de incidência tributária do ISS, objetivando ampliar o campo de incidência do imposto, relacionando as numerosas atividades de prestação de serviços.
A jurisprudência do STF e STJ é uníssona em afirmar que a Lista anexa da LC 116/03 é taxativa na vertical e exemplificativa na horizontal, significando que no tocante as categorias de serviço listado seriam taxativas e, no que diz respeito as espécies de categorias expressamente referidas seria exemplificativa, ou seja, admite-se a interpretação extensiva para serviços congêneres e correlatos. Vejamos:
STF. RE361.829(2005) -“É taxativa, ou limitativa, e não simplesmente exemplificativa, a lista de serviços anexa à lei complementar, embora comportem interpretação ampla os seus tópicos. Cuida-se, no caso, da lista anexa à Lei Complementar 56/87”
STJ. “Embora taxativa, em sua enumeração, a lista de serviços admite interpretação extensiva, dentro de cada item, para permitir a incidência do ISS sobre serviços correlatos àqueles previstos expressamente”
Acrescente-se a Súmula 424 do STJ. É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL406/1968 e à LC56/1987. 
Para Clélio Chielsa a análise do tema proposto, vem da análise da natureza jurídica da lei complementar mencionada no art. 156 III da CF, o prof. Afirma que a lei complementar nacional não pode amesquinhar a autonomia municipal de ente político, diminuindo o campo de atuação. Desse modo a referida lista, bem como a LC 116/03 seria exemplificativa. Os Municípios podem instituir o ISS sobre toda e qualquer prestação de serviço, exceto os que a CF afastou de sua competência, independentemente de estarem ou não previstos na lista de serviços veiculadas pela LC 116/03.[footnoteRef:4] [4: CHIESA, Clélio. O imposto sobre serviços de qualquer natureza e aspectos relevantes da Lei Complementar n. 116/2003. In: ROCHA, Valdir de Oliveira (Coord.). O ISS e a LC n. 116. São Paulo: Dialética, 2003.] 
b) Lei Municipal pode prever a cobrança de ISS sobre prestação de serviço que não conste nessa lista?
Conforme alhures mencionado, a Lista anexa a LC116/03 é taxativa, mas não impede de se aplicar uma interpretação extensiva quando da aplicação aos “serviços congêneres”. Assim já se manifestava o Min Celso de Mello quando do julgamento do RE 446.003 AgR/PR, a lista de serviços é taxativa (RTJ 89/281). O rol que nela se contém constitui "numerus clausus", embora admissível a sua interpretação compreensiva (RDA 118/155, Rel. Min. THOMPSON FLORES).
c) A Lei Complementar n.º 157/2016 ampliou a competência tributária dos Municípios ao incluir novas atividades na lista? É constitucional a inclusão de novas atividades ? Os Municípios são obrigados a alterar suas leis municipais para poder tributar essas novas atividades ou é possível iniciar essa tributação com fundamento direto na nova lista da LC n.º 116/2003? Justifique (vide anexos I, II e III).
xxxxx
4. Analise os fatos jurídicos seguintes, identificando e fundamentando quais são passíveis de incidência do ISS: (i) serviços notariais (vide anexo IV e V); (ii) restaurantes (vide anexo VI); (iii) disponibilização de quarto ou apartamento próprio para aluguel por temporada em site especializado em turismo; ; (iv) estudo, análise e avaliação realizadas por instituições financeiras para abertura e concessão de crédito; (v) franquia ou franchising; (vi) locação de bem móvel com operador (vide anexo VII); (vii) participação em programa de fidelidade que oferece descontos na aquisição de ingressos para shows; ; e (viii) carga e descarga realizada diretamente pelo transportador em caso de transporte interestadual e intermunicipal (anexo VIII); (ix) disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet (tais como Netfix e Spotify); (x) cessão de andaimes, palcos, coberturas e estruturas de uso temporário;
(i) serviços notariais – Jurisprudência do STF e STJ asseveram que serviços notariais não são imunes à tributação em razão da exceção do art. 150§3º da CF, posto que desenvolvem os respectivos serviços com intuito lucrativo, previsto no item 21 da lista da LC116/03, sendo constitucional a incidência do ISS sobre os serviços de registros públicos;
No entanto, no julgamento da ADI 1378-5/ES, o STF asseverou que custas judiciais e os emolumentos cobrados aos usuários, concernentes aos serviços notariais e de registros possuem natureza tributária, qualificando-se como taxa remuneratória de serviços públicos, estabelecidas em Lei estadual. Desse modo, as atividades dos cartórios não podem ser tributados por meio de ISS, haja vista que os valores pagos a título de taxa não podem integrar a base de cálculo do ISS. Assim corroborando o entendimento de Clélio Chiesa o item 21 é inconstitucional, posto que os valores teriam natureza tributária de taxa e como tais não poderiam ser submetidos `tributação por meio de impostos.[footnoteRef:5] [5: CHIESA, Clélio. O imposto sobre serviços de qualquer natureza e aspectos relevantes da Lei Complementar n. 116/2003. In: ROCHA, Valdir de Oliveira (Coord.). O ISS e a LC n. 116. São Paulo: Dialética, 2003.] 
(ii) restaurantes – no julgamento do REsp 115083, firmou entendimento que o fornecimento de alimentação, bebidas, etc.. por restaurantes, bares e outros estabelecimentos congêneres, existe a saída de mercadoria, pouco importando se o freguês consome no local do estabelecimento comercial ou em qualquer outro local. Havendo circulação de mercadoria – incidindo o ICMS, inclusive por ficção legal sobre a parte do serviço.
(iii) disponibilização de quarto ou apartamento próprio para aluguel por temporada em site especializado em turismo – qualquer locação de bens imóveis ou móveis não constitui uma prestação de serviços. Caracteriza-se como uma disponibilização de um bem, seja ele imóvel ou móvel para a utilização do locatário sem a prestação de um serviço, não tendo previsão na Lista anexa a LC116/03.
(iv) estudo, análise e avaliação realizadas por instituições financeiras para abertura e concessão de crédito – referida atividade de prestação de serviços encontra previsão no item 15.08 da Lista anexa a LC116/03;
(v) franquia ou franchising – também encontra-se previsto como prestação de serviços com previsão no item 17.08 da Lista anexa a LC116/03;
(vi) locação de bem móvel com operador (vide anexo VII) – in casu, a questão aborda a locação de um bem móvel conjuntamente com uma pessoa efetuando o serviço (mão de obra). Identifica-se no caso uma locação associada a um serviço, devendo se separar o que é locação do que é serviço. Nesta hipótese, ficou assentado na jurisprudência que incide o ISS, vide Rcl 14.290AgRg/DF. A SV31 prescreve a inconstitucionalidade apenas em relação a operação de locação de bens móveis, não exonerando as prestações de serviços, prestadas conjuntamente com a locação.
(vii) participação em programa de fidelidade que oferece descontos na aquisição de ingressos para shows – não se vislumbra uma atividade sob o aspecto econômico do serviço prestado
(viii) carga e descarga realizada diretamente pelo transportador em caso de transporte interestadual e intermunicipal – a prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal são fatos jurídicos tributários que incidem o ICMS. Carregar e Descarregar a carga transportada é considerada atividade meio do transporte, não incidindo ICMS. 
(ix) disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio,vídeo, imagem e texto por meio da internet (tais como Netfix e Spotify) – o item 1.09 da lista de serviços anexa a LC116/03, prevê a disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet.
(x) cessão de andaimes, palcos, coberturas e estruturas de uso temporário – item 3.05 previsto na lista de serviços anexa a LC116/03, tendo como critério espacial o local onde o serviço é prestado
5. A prestação de serviços cumulada com o fornecimento de produtos está sujeita ao ISS, ao ICMS ou a ambos? Pode o fisco segregar as operações para fins de incidência tributária? Qual a base de cálculo do ISS nesses casos? (Vide anexo IX, X, XI, XII).
A jurisprudência do STJ firmou entendimento de que o fornecimento de medicamentos manipulados, operação mista que agrega mercadoria e serviço, está sujeito a ISS e não ICMS, tendo em vista que é atividade equiparada aos “serviços farmacêuticos” – item 4.07 da lista anexa da LC 116/03.
Quanto ao serviço de substituição/troca de pneus, que também envolve atividade mista se aplica a interpretação extensiva ao item 14.01 da lista anexa da LC116/03, pois o serviço de montagem de pneus é correlato à atividade de manutenção e conservação de veículos. 
Tendo o STJ fixado que: “Se a atividade desenvolvida estiver sujeita a lista do ISSQN, o imposto a ser pago é o ISSQN, inclusive sobre as mercadorias envolvidas, com exclusão do ICMS sobre elas, a não ser que conste expressamente da lista a exceção”EDcl no AgRG no AgRg no REsp 1.168.824/SP
No anexo XI, referente a serviços de composição gráfica com fornecimento de mercadoria, deve haver uma verificação da incidência nas hipóteses de industrialização: a) verificar se a venda opera-se a quem promoverá nova circulação do bem e b) caso o adquirente seja consumidor final, avaliar a preponderância entre o dar e o fazer mediante a averiguação de elementos de industrialização. Incidindo o ISS quando não se verificar a venda operando-se a quem promoverá nova circulação do bem e preponderando a obrigação de fazer sobre a obrigação de dar. Concluindo-se que a fabricação de embalagens é uma atividade econômica específica e preponderante, sendo a composição gráfica meramente acessória, incidindo o ICMS.
Anexo XII, em locação de bens móveis com fornecimento de mão de obra, tem-se que as atividades de locação de bens e de prestação de serviços devem ficar destacadas separadamente a fim de se fazer incidir o ISS na atividade específica do serviço, assim, não haverá infringência a SV 31.
6. Tendo em vista a previsão do art. 12 do Decreto-lei n. 406/68 e do art. 3º da Lei Complementar n. 116/03, bem como a jurisprudência do STJ, pergunta-se:
a) Onde é devido ISS: (i) no local do estabelecimento prestador; ou (ii) no local da efetiva prestação do serviço ?Vide anexo XIII, XIV).
O questionamento aborda o critério espacial (vide questão 1 – critério espacial). Conforme literalidade do artigo 3º da LC 116/03, a regra é o local do estabelecimento prestador ou na falta do estabelecimento prestador, o local do domicílio do prestador, excetuando as hipóteses dos incisos I a XXV.[footnoteRef:6]que são as hipóteses de incidência onde a LC fixa o local da efetiva prestação do serviço, onde se ultimou o serviço. [6: Art. 3o  O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto será devido no local: (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)] 
b) Que é estabelecimento para fins de ISS? Há algum requisito formal? Se um prestador de serviço (pessoa jurídica), sediada em Município X, aloca alguns poucos funcionários em uma pequena sala, situada um Município Y, sem qualquer inscrição perante órgãos públicos, pode o Município Y considerar que há estabelecimento prestador para fins de exigência de ISS? E se esses funcionários atuarem, por dois anos, dentro da sede de um cliente específico, situado no Município Y, o estabelecimento em tal Município ficaria configurado?
O conceito de estabelecimento está prescrito no artigo 4º da LC 116/03, que é considerado o local onde o contribuinte desenvolve a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-la as denominações de sede, filial, agencia, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
A solução para a identificação do local da ocorrência do fato gerador de cada prestação de serviço será casuística e dependerá da análise do objeto do contrato firmado entre prestador e tomador de serviço em cada caso concreto. Será necessário observar qual a atividade fim contratada pelo tomador, para que seja possível identificar qual o local onde o prestador a realizou, independentemente do fato de ter realizado outras atividades meio em locais distintos, pois essas não constituem materialidade tributável por meio do ISS. Com a identificação do local de concretização da atividade fim da prestação de serviço, será possível afirmar que o Município em cujos limites encontra-se esse local será competente para tributar a prestação.[footnoteRef:7] [7: ALVES, Francielli Honorato. Os arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 116/2003 e a segurança jurídica na definição do local de incidência do ISS. In: SOUZA, Pedro Guilherme G. de, Dantas, Rodrigo N. Dubourcq. (Org.). Obrigação Tributária e Segurança Jurídica. São Paulo/SP: Quartier Latin, 2016, p. 227-247] 
Dessa forma, pelas informações da questão não há como se afirmar em qual município se ultima a prestação de serviço, não podendo afirmar acerca do sujeito passivo credor do ISS.
7. Prevê o §1º do art.1º da LC 116/03 que (vide anexos XV e XVI): “§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País”. Considere o seguinte caso:
Uma empresa de arquitetura, domiciliada na França, é contratada por um empresário brasileiro, residente no Rio de Janeiro, para realizar o projeto de sua nova casa, em Angra dos Reis.
Pergunta-se: Há importação de serviço ?Em caso positivo, para qual Município será devido o ISS? Justifique e fundamente sua resposta.
Conforme §1º do art.1º da LC116/03, o ISS incide sobre serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do país.[footnoteRef:8] [8: Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
§ 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
] 
In casu, trata-se da contratação de uma empresa de arquitetura, domiciliada na França, cujo objeto é realizar um projeto (prestação de serviço) de uma casa em Angra dos Reis/RJ.
Da análise do objeto da prestação descrito na questão, verifica-se que o serviço proveio do exterior do País, de um escritório de arquitetura da França, para ser ultimado no Município de Angra dos Reis/RJ, sendo este o local em que se deve recolher o ISS, conforme §1º do art.1º c/c art. 3º da LC116/03.
8. Qual é a base de cálculo do ISS? O que pode ser considerado como “preço do serviço”? Apenas os materiais fornecidos pelo prestador de serviço de construção civil podem ser deduzidos da base de cálculo ou qualquer outro valor que não corresponda à remuneração pela prestação do serviço também pode ser deduzido? Justifique suas respostas.
O critério quantitativo da base de cálculo do ISS está prevista no artigo 7º da LC116/03, que é o preço do serviço. A Prof. Betina Treiger assevera que o preço do serviço , eleito pelo legislador complementar só pode corresponder à remuneração pela prestação de serviços, sendo dela excluídosos valores extrínsecos a atividade.[footnoteRef:9] [9: GRUPENMACHER, Betina Treiger. A regra-matriz de incidência do imposto sobre serviços. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Direito Tributário entre a forma e o conteúdo. São Paulo: Noeses.] 
Ressalte-se que o preço do serviço vem a ser a expressão monetária do valor do serviço medido em unidade monetária, dinheiro, ou valor pago pelo tomador.
Prof. Betina Treiger também cita a exceção contida no §2º do art. 7º da LC116/03[footnoteRef:10], que exclui da incidência do ISS os insumos empregados na construção civil. E, neste ensejo, tece críticas ao STF, que deveria fazer uma interpretação literal do dispositivo e homenagear os Princípios da Confiança e Boa fé, estendendo o entendimento da Lei ,quanto a exclusão de insumos da base de cálculo do ISS para todos os serviços indistintamente. [10: Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.
§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:
I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;
II -   (VETADO)
§ 3o   (VETADO)
]

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