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Prova - Teoria da Literatura I - 378590

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
PROVA DO ALUNO
Protocolo: 378590
Página 1 - 20/06/2018 às 15:37
P1 e P2
Curso: Letras
Disciplina: Teoria da Literatura I
Data de aplicação: 25/04/2018
Data de Gabarito: 26/04/2018
RGM: 063.3096 Aluno(a): DENISO POSSAMAI DIAS
PROVA 01
Questão 1 - Aula
# - A partir da letra de música escrita por Chico Buarque, explique o que vem a ser o “eu-lírico” e o que o
caracteriza nessa música? 
Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa
Qual o quê!
 
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
 
Você diz que é um operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar
 
Qual o quê!
O Eu-Lírico apresenta em primeira pessoa o que sente, o que pensa o poeta ou o personagem, já que não é
necessário que o eu-lírico seja o autor. O eu-lírico vem a ser a expressividade do sentimento, das emoções, de
tudo aquilo que se passa com o autor, ou o personagem, com a voz que conta. Nesta música, por exemplo, o
eu-lírico narra que fez o doce predileto para o amado ficar em casa, mas ele coloca seu terno mais bonito e sai,
dizendo-se ser um operário e não se atrasa, em busca de um salário para poder sustentá-la. Demonstra
musicalidade nas palavras, alogacidade na situação narrada, mostra um lirismo quanto à forma, e a voz que
conta expressa todo seu sentimento e aquilo que pensa sobre a situação. Os dois momentos em que o eu-lírico
se apresenta com mais expressividade são: "Fiz seu doce predileto" , "Pra poder me sustentar".
-
Parecer do professor:
Questão 2 - Aula
# - Com base nas aulas e nos textos propostos para leitura, você diria que o texto abaixo é literário? Por quê?
 
 
 BEBA COCA COLA
 
BABE COLA
 
BEBA COCA
 
BABE COLA CACO
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PROVA DO ALUNO
Protocolo: 378590
Página 2 - 20/06/2018 às 15:37
 
CACO
 
COLA CLOACA
 
Sim, pois apresenta características que o indicam como um texto literário. O ritmo que as palavras evocam, a
natureza do que comunica o texto, a entonação e a gesticulação que as palavras conferem ao serem
pronunciadas durante o ato de ler. As palavras vão adiquirindo significados diferentes trazendo a
plurissignificação ao final da leitura. O escritor conseguiu manipular as palavras dando um tom artístico,
ultrapassando o real através de cada palavra puramente poética. Traz também a multissignificação do
entendimento por conter diversos recursos fonéticos na composição de cada palavra e isso o torna um texto
literário e a que chamamos de literariedade, prevalecendo a função estética, linguagem fugindo ao senso
comum, e a estranheza que provoca ao final da leitura.
-
Parecer do professor:
Questão 3 - Aula
# - 
Rima pobre é aquela que se processa com palavras de mesma classe gramatical, como a da opção:
 
a) fino / menino
b) lavada / calçada
c) pequenino / destino [CORRETA]
d) neles / aqueles
e) ideais / iguais
Questão 4 - Aula
# - 
 Vou-me embora vou-me embora
 
Vou-me embora pra Belém
 
Vou colher cravos e rosas
 
Volto a semana que vem
 
 
 
Vou-me embora paz na terra
 
Paz na terra repartida
 
Uns têm terra muita terra
 
Outros nem pra uma dormida
 
 
 
Não tenho onde cair morto
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PROVA DO ALUNO
Protocolo: 378590
Página 3 - 20/06/2018 às 15:37
 
Fiz gorar a inteligência
 
Vou reentrar no meu povo
 
Reprincipiar minha ciência
 
Vou-me embora, vou-me embora
 
Volto a semana que vem
 
Quando eu voltar minha terra
 
Será dela ou de ninguém
 
ANDRADE, M. Lira Paulistana & O carro da miséria. São Paulo: Martins, 1945.
 
 
 
Considerando-se esse poema de Mário de Andrade, qual dos procedimentos a seguir define a sua construção no
que concerne a aspectos de literariedade? (ENADE- 2011).
 
a) Abordagem desprovida de procedimentos inovadores, tanto da perspectiva estrutural do poema quanto da
temática. O reaproveitamento puro e simples do verso �Vou-me embora�, lembrando o famoso verso �Vou-me
embora pra Pasárgada�, de Manuel Bandeira, demonstra essa ausência de inovação.
b) Embora o texto seja de autoria de consagrado escritor da literatura brasileira, a linguagem utilizada, de
caráter notadamente popular, aproxima-se do cotidiano, comprometendo a sua literariedade.
c) O tom de proximidade com as cantigas da tradição popular leva à perda da literariedade do poema, o que
descaracteriza os elementos que configuram o texto como produto artístico.
d) A estrutura poética revela um fazer que privilegia padrões da versificação, purismo de linguagem acadêmica
e uso do repertório de grandes temas da tradição literária.
e) Apropriação de uma estrutura poética fixa, para tratar de temas populares por meio de uma elaboração
estilizada da linguagem, na qual interagem, no mesmo espaço textual, traços caracterizadores da linguagem
popular e da erudita. [CORRETA]
Questão 5 - Aula
# - Um escritor contemporâneo se destaca pela produção de sonetos, esquetes teatrais e contos. A produção
desse autor está relacionada, respectivamente, aos gêneros:
a) épico, lírico e narrativo.
b) lírico, narrativo e dramático.
c) dramático, lírico e narrativo.
d) lírico, dramático e narrativo. [CORRETA]
e) poético, dramático e lírico
Questão 6 - Aula
# - Segundo Otávio Paz, na obra O arco e a lira, analise as afirmações a seguir. 
I - Nem todo poema contém poesia.
II – Poema é forma e não significa que, obrigatoriamente, nele haja poesia.
III- Pode haver poesia sem que haja poema.
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Protocolo: 378590
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IV – Para que haja experiência poética, é preciso que exista um poema
 
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I
b) I, II E III [CORRETA]
c) II, III E IV
d) IV
e) I E III
Questão 7 - Aula
# - Nos textos comuns, não literários, o autor seleciona e combina as palavras geralmente pela sua significação.
Na elaboração do texto literário, ocorre uma outra operação, tão importante quanto a primeira: a seleção e a
combinação de palavras se fazem muitas vezes por parentesco sonoro. Por isso se diz que o discurso literário é
um discurso específico, em que a seleção e a combinação das palavras se fazem não apenas pela significação,
mas também por outros critérios, um dos quais, o sonoro. Como resultado, o texto literário adquire certo grau
de tensão ou ambiguidade, produzindo mais de um sentido. Daí a plurissignificação do texto literário.
GOLDSTEIN, N. Versos, sons, ritmos. 5. ed. São Paulo: Ática, 1988, p. 5. 
 
Os símbolos, as metáforas e outras figuras estilísticas, as inversões, os paralelismos e as repetições constituem
outros tantos meios de o escritor transformar a linguagem usual em linguagem literária. AGUIAR E SILVA, V. M.
Teoria da literatura. 3. ed. Coimbra: Almedina, 1979, p.58 (com adaptações).
Tomando como referência os textos acima, avalie as afirmações que se seguem. (1.0)
I. A plurissignificação de um texto literário é construída pela combinação de elementos que vão além da
significação das palavras que o compõem.
II. A construção do texto literário envolve um processo de seleção e combinação de palavras baseados,
necessariamente, no uso de metáforas.
III. A ambiguidade do texto literário resulta de um processo de seleção e combinação de palavras.baseados, 
IV. O texto literário se diferencia do não literário por não depender de significação, mas, sim, de outros recursos
no processo de seleção e combinação das palavras.
a) I e II
b) I e III [CORRETA]
c) II e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV
Questão 8 - Aula
# - ASSINALE A OPÇÃO CORRETA A RESPEITO DOS VERSOS ABAIXO:
Ó GUERREIROS DA TABA SAGRADA,
Ó QUERREIROS DA TRIBO TUPI!
FALAM DEUSES NOS CANTOS DE PIAGA!
Ó GUERRREIROS, MEUS CANTOS OUVI!"
 
(Gonçalves Dias)
a) a estrofe acima tem 9 sílabas métricas; são versos eneassílabos. [CORRETA]
b) o terceiro verso tem 10 sílabas métricas: é um decassílabo.
c) o segundo verso tem 8 sílabas métricas: é um octossílabo.
d) o quarto versotem 10 sílabas métricas: é um decassílabo.
e) os dois últimos versos são versos livres.
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Página 5 - 20/06/2018 às 15:37
Questão 9 - Aula
# - 
Com que gana me entrego, com que ânsia,
 
 
A única alternativa correta em relação ao poema acima é:
 
 José, à tarefa, ou por outra, ao suplício,
 
 de outro poema preto em verso branco.
 
 Língua vernácula entre os dentes, dor
 
 no cotovelo e tu, merda, na mente,
 
 recursos de estilo a esmo destilo
 
 e figuras de linguagem pra tratar
 
 de teu sorriso eletrônico e teu
 
 cabelo. Com que gana! E que suplício:
 
 não há ponto final, não há remate,
 
que me livre de vez desses poemas,
 
 e me livre de ti em paralelo.
 
E eu quero? É Sísifo o meu modelo, merda:
 
 Amo o poema assim como ele ama a pedra."
 
 NEVES, Reinaldo Santos. In: Muito Soneto por nada.
 
Vitória: Cultural, 1998, p. 58) 
 
a) é literário, pela linguagem coloquial e referencial;
b) não é literário, pela presença de termos chulos, vulgares;
c) não é literário, pois não é prosa nem poesia;
d) é literário, pelo trabalho estético e jogo verbal estabelecido; [CORRETA]
e) é um misto de literário e não literário, próprio do texto contemporâneo.
Questão 10 - Aula
# - Sobre a linguagem poética, é incorreto afirmar que:
a) a linguagem poética faz uso de diversos recursos estilísticos, entre eles, as figuras de linguagem.
b) as figuras de linguagem em um poema têm como objetivo despertar sensações no leitor e impactá-lo,
possibilitando que ele crie imagens a partir desse impacto.
c) a linguagem poética é estritamente autobiográfica: é impossível desvencilhar o poeta de sua criação.
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[CORRETA]
d) a linguagem poética não possui compromisso com a objetividade: ela pode ser subjetiva e ambígua,
oferecendo ao leitor diferentes possibilidades de interpretação.
PROVA 02
Questão 1 - Aula
# - Leia, a seguir, o início da obra Antígona, de Sófocles, e responda à questão.
 
Na ágora de Tebas, diante do palácio de Édipo, onde reina agora CREONTE.
Clareia o dia.
 
ANTÍGONA
Ismênia, minha querida irmã, companheira de meu destino, de todos os males que Édipo deixou, suspensos
sobre sua descendência. Haverá algum com que Júpiter ainda não tenha afligido nossa vida infeliz? Não há
provação – sem falar de outras desditas nossas – por mais funesta, ou ignominiosa, que não sei se encontre em
nossa comum desgraça! Ainda hoje – que quererá dizer esse édito que o rei acaba de expedir e proclamar por
toda a cidade? Já o conheces, sem dúvida? Não sabes da afronta que nossos inimigos preparam para aqueles a
quem prezamos?
ISMÊNIA
Ó Antígona, nenhuma notícia, agradável ou funesta chegou a meu conhecimento depois da perda de nossos
irmãos, mortalmente feridos, em luta um pelo outro...Tendo fugido, esta noite, o exército dos Argivos, nada
mais vejo que possa concorrer para aumentar nossa felicidade, nem nossas desditas.
ANTÌGONA
Eu já o sabia... Chamei-te até aqui, fora do palácio, para que só tu possas ouvir o que tenho a te dizer.
ISMÊNIA
Que há, pois? Tu me pareces preocupada!
 
 Ao ler o excerto acima, notamos que não se trata de um romance, mas de uma peça teatral, isto é de um
drama. Quais os elementos presentes no texto nos indicam isso? 
Primeiramente por que é uma representação, mais precisamente uma tragédia, que coloca os personagens
pertencentes à nobreza, e para a época, trata de assuntos sérios, que objetivavam levar o público a catarse, ou
seja, a purificação das emoções. O trecho acima é a representação de uma ação, mostrando o fato central e os
seguintes desdobramentos que se sucederão a partir dele. Toda a peça é uma diálogo entre personagens, da
nobreza, que tem uma ação importante e completa, executada por personagens que representam pessoas
melhores do que são, a fim de sucitar no público a piedade, a catarse das emoções. Enfim, não é um romance,
mas uma peça teatral por que todo o texto é apresentado por personagens, é feito para ser dramatizado,
enlaça uma ação, em um determinado tempo, que começa quando os problemas já existem e o que se a partir
dele é a resolução dos problemas. Apresenta uma unidade de ação que se da com apenas um conflito, num
determinado espaço e acontece tudo em um único dia.
-
Parecer do professor:Na ágora de Tebas, diante do palácio de Édipo, onde reina agora CREONTE.
Clareia o dia. ESSAS INDICAÇÕES INDICAM QUE TRATA-SE DE UM TEXTO PARA SER REPRESENTADO.
Questão 2 - Aula
# - Um Apólogo Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa
neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
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— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e
falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu
ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao
que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho,
vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa
de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do
pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos
de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como
quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta,
calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-
plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa
e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada
no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um
lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha,
perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à
pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola.Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na
caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
 Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
Agora, responda:
 
a) Qual é o enredo? 
 
b) Classifique as personagens.
 
A. Qual é o Enredo:
O enredo se dá pela disputa, conflito, entre a agulha e a linha em saber qual das duas desenvolve o trabalho
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mais importante, ou seja, qual delas é mais importante no desempenho de suas funções. Pode resurmir como
um jogo de vaidade entre a agulha e a linha.
B. Classifique os personagens:
Agulha e a Linha são as personagens principais, mais importantes do conto, assim como no decorrer das falas
apresentam-se como antagonistas uma da outra.
A Costureira e a baronesa, o alfinete, o professor de melancolia são personagens secundários na história.
Há também um personagem narrador, que aparece no final do conto, mantem-se oculto durante todo o conto e
aparece só no final ao notar-se que ele estava contando a história a um professor de melancolia.
-
Parecer do professor:
Questão 3 - Aula
# - A nuvem
 - Fico admirado como é que você, morando nesta cidade, consegue escrever uma semana inteira sem
reclamar, sem protestar, sem espinafrar! E meu amigo falou da água, telefone, Light em geral, carne, batata,
transporte, custo de vida, buracos na rua, etc. etc. etc. Meu amigo está, como dizem as pessoas exageradas,
grávido de razões. Mas que posso fazer? Até que tenho reclamado muito isto e aquilo. Mas se eu for ficar
rezingando todo dia, estou roubado: quem é que vai agüentar me ler? Acho que o leitor gosta de ver suas
queixas no jornal, mas em termos.
Além disso, a verdade não está apenas nos buracos das ruas e outras mazelas. Não é verdade que as
amendoeiras neste inverno deram um show luxuoso de folhas vermelhas voando no ar? E ficaria demasiado feio
eu confessar que há uma jovem gostando de mim? Ah, bem sei que esses encantamentos de moça por um
senhor maduro duram pouco. São caprichos de certa fase. Mas que importa? Esse carinho me faz bem; eu o
recebo terna e gravemente; sem melancolia, porque sem ilusão. Ele se irá como veio, leve nuvem solta na
brisa, que se tinge um instante de púrpura sobre as cinzas de meu crepúsculo.
E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga. Deixe a nuvem, olhe para o chão -
e seus tradicionais buracos. (Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana)
Em "E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga", o narrador: 
a) chama a atenção dos leitores para a beleza do estilo que empregou;
b) revela ter consciência de que cometeu excessos com a linguagem metafórica; [CORRETA]
c) exalta o estilo por ele conquistado e convida-se a reverenciá-lo;
d) percebe que, por estar velho, seu estilo também envelheceu;
e) dá-se conta de que sua linguagem não será entendida pelo leitor comum.
Questão 4 - Aula
# - Leia, atentamente, o texto abaixo, de Machado de Assis.
 
Um Apólogo Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa
neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e
falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu
ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
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— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao
que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho,
vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa
de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do
pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos
de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como
quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta,
calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-
plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa
e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada
no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um
lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha,
perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à
pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na
caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
 Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
 
O narrador desse conto é classificado como:
a) narrador personagem
b) narrador personagem intruso
c) narrador protagonista
d) narrador parcial
e) narrador onisciente [CORRETA]
Questão 5 - Aula
# - Relacione as espécies literárias ao lado com suas respectivas características dispostas abaixo e assinale a
alternativa correta: (UFU-MG) 
I. Modalidade de texto literário que oferece uma amostra da vida através de um episódio, um flagrante ou
instantâneo, um momento singular e representativo; possui economia de meios narrativos e densidade na
construção das personagens.
II. À intensidade expressiva desse tipo de texto literário, à sua concentração e ao seu caráter imediato, associa-
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se, como traço estético importante, o uso do ritmoe da musicalidade.
III. Essa modalidade de texto literário prende-se a uma vasta área de vivência, faz-se geralmente de uma
história longa e apresenta uma estrutura complexa.
IV. Nos textos do gênero, o narrador parece estar ausente da obra, ainda que, muitas vezes, se revele nas
rubricas ou nos diálogos; neles impõe-se rigoroso encadeamento causal.
V. Espécie narrativa entre literatura e jornalismo, subjetiva, breve e leve, na qual muitas vezes autor, narrador e
protagonista se identificam.
( ) Poema lírico
( ) Conto
( ) Crônica
( ) Romance
( ) Texto teatral 
a) II � I � V � III e IV. [CORRETA]
b) II � I � V � IV e III.
c) II � I � III � V e IV.
d) I � II � V � III e IV.
e) I � IV � II � V e III.
Questão 6 - Aula
# - Considere as seguintes afirmações:
I - O romance é um gênero literário em constante evolução que, na sua configuração atual, utiliza-se das
técnicas mais variadas, provenientes, inclusive, de outras artes como o cinema e a pintura.
II - O conto é uma narrativa em prosa, de curta extensão, cuja trama é em geral construída com tempo, espaço
e número de personagens reduzidos.
III - A crônica moderna apresenta-se como um registro isento e distanciado de acontecimentos cotidianos
presenciados pelo cronista.
IV- A crônica é um gênero híbrido porque pode apresentar características de diferentes gêneros.
Quais estão corretas?
 
a) APENAS I
b) APENAS II
c) APENAS I, II E IV [CORRETA]
d) APENAS II E III
e) APENAS I, II, III E IV
Questão 7 - Aula
# - Na aula 8, você estudou sobre os tipos de romance, de acordo com Stalloni (2001). Só não está de acordo
com o autor o(s) tipo(s) expresso(s) na opção:
a) romance autobiográfico, histórico, de formação
b) romance romântico, histórico, autobiográfico [CORRETA]
c) romance por cartas, picaresco, cômico
d) romance heroico, autobiográfico, de educação
e) picaresco, cômico, de educação.
Questão 8 - Aula
# - Considere o texto O Vizinho, de Leonardo Brasiliense:
 “Meu vizinho do outro lado da rua passa a vida olhando a vida - dos outros - pela janela. É um homem velho e
acho que doente: não imagino outro motivo para ele ficar o tempo todo assim. E ali onde o vejo deve ser o seu
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quarto. Uma pessoa como ele não deve sair nunca do quarto. Há de receber muitos cuidados, por uma
enfermeira particular, talvez, ou por alguém que o ame. Fico mais tranquilo se pensar que ele é amado. Assim
fica menos triste ver passar a vida, ele lá, da sua janela, e eu aqui, da minha.”
 
O narrador do texto é classificado como:
a) narrador observador [CORRETA]
b) narrador onisciente neutro
c) narrador protagonista
d) narrador personagem
e) narrador onisciente intruso
Questão 9 - Aula
# - O gênero dramático, entre outros aspectos, apresenta como característica essencial:
a) A presença de um narrador.
b) A estrutura dialógica . [CORRETA]
c) O extravasamento lírico .
d) A musicalidade.
e) O descritivismo.
Questão 10 - Aula
# - Leia, atentamente, o texto abaixo, de Machado de Assis.
 
Um Apólogo Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa
neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e
falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu
ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao
que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho,
vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa
de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do
pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos
de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
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importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como
quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta,
calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-
plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa
e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada
no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um
lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha,
perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à
pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na
caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
 Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
 
Marque a opção correta a respeito do tempo e do espaço da narrativa acima:
 
 
a) tempo interior/ espaço psicológico
b) tempo cronológico/ espaço é a saleta de costura [CORRETA]
c) tempo interior/ espaço é a casa da baronesa
d) tempo exterior/ espaço é onde acontecerá o baile
e) tempo cronológico/espaço psicológico.

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