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Responsabilidade socioambiental e consumo consciente A responsabilidade social e o consumo consciente são, também, alternativas socioambientais. Responsabilidade Social refere-se ao cumprimento dos deveres e das obrigações dos indivíduos e das empresas para com a comunidade e sociedade local, regional e global, sendo que para alguns sociólogos a responsabilidade social se trata de uma forma de retribuição aos locais, em face do impacto provocado, por exemplo, para a instalação da empresa. A Responsabilidade Social diz respeito aos deveres que se deve cumprir e as obrigações do cidadão e empresas para com a sociedade em geral. No que se refere à empresa, é importante compreender a responsabilidade social corporativa ou organizacional, que trata do conjunto de práticas e ações da empresa que beneficiam a sociedade e as corporações (organização), levando em consideração a economia, a sociedade, o meio ambiente, a educação, a saúde, o transporte, a moradia, as atividades locais e o governo. · Essas ações otimizam ou criam programas sociais, trazendo benefício mútuo entre a corporação (organização/empresa) e a comunidade local, a fim de melhorar a qualidade de vida dos empregados e da população. · A responsabilidade social corporativa é uma forma de gestão, a qual tem que ser ética e, portanto, transparente na organização dos interesses para diminuir os impactos negativos no meio ambiente e na comunidade e, para isto, é muito importante o diálogo aberto com a comunidade. Por força do capitalismo, o mundo tendeu a deixar de lado o humano voltando-se ao lucro e apenas a ele. As questões ambientais e o fato dos recursos serem finitos fez com que os valores fossem revistos e por essa razão as corporações (empresas/organização) passaram a se humanizar. A consciência de todos e das práticas de todos em favor do meio ambiente promoveu a pressão da sociedade sobre as corporações (empresas/organização) a fim de que estas cada vez se comprometam não só com o meio ambiente, mas também com a sociedade, integrando-a efetivamente. Isso, portanto, muda a concepção de função social da empresa que passa a um conceito amplo que inclui a responsabilidade socioambiental. Levitt (1958), crítico contumaz da função social e da responsabilidade social empresarial, contribui com sua crença de que o poder social em uma instituição econômica tem a capacidade de comprometer futuramente a sociedade pluralista, podendo levar ao fim o capitalismo. As empresas, até por uma questão de preservação de sua imagem perante a sociedade, têm lançado mão de projetos sociais e ambientais diversos com reflexo da sua responsabilidade socioambiental. O conceito de Função Social Empresarial envolve a ideia de que o lucro e somente ele não é mais a função prioritária da empresa. As empresas, hoje, incluem no seu rol de prioridade os reflexos de suas decisões perante a sociedade, incorporando o bem privado à utilização voltada à coletividade, trazendo ao empresário a realização social, e todos, inclusive os seus colaboradores, para alcançar o fim social. Neste sentido: [...] função social da empresa é a obediência ao princípio da dignidade humana, inclusive no que tange à preservação da honra e da saúde física e psicológica do empregado nos atos de gestão da empresa, de modo a limitar o poder diretivo do empregador.” (WAMBIER, 2013, p. 167) À função social empresarial também inclui, além da responsabilidade social, a responsabilidade ambiental. A conjunção do respeito à dignidade do trabalhador, no caso os empregados, ao respeito à sociedade, ao meio ambiente e ao consumidor garantirá à empresa uma satisfatória imagem empresarial, que é nada mais nada menos que sua honra, neste caso objetiva, porque a empresa é uma abstração, uma criação humana com personalidade própria. A Imagem Empresarial ou Imagem Corporativa · é a feição da empresa, ou seja, como ela é percebida pela sociedade. · É a sua identidade corporativa, definindo-a perante a sociedade. · O seu crédito depende da sua imagem que está ligada a visão, valor e missão da empresa atrelado à responsabilidade social e ambiental. · Diz respeito à ideologia da marca e o perfil de seus produtos e como são colocados para o consumidor. A Natura, por exemplo, projeta a imagem de “defensora do meio ambiente” e esta é a sua ideologia, a qual se retrata no perfil de cada produto que garante ao consumidor que este está consumindo produtos de qualidade e que não causam danos ao meio ambiente. Todos projetos sociais advindos da Natura prezam pelo meio ambiente integrando a pessoa humana ao contexto de preservação e trabalho humanizado, além da promoção da educação como responsabilidade social. O consumidor passa a ter um papel importante porque ele qualifica ou não o produto de acordo com a sua ideologia. Empresas que se utilizam da mão de obra infantil, por exemplo, são vistas negativas pelos consumidores que acabam boicotando o consumo de seus produtos e denegrindo a imagem da empresa e, de consequência, da marca. Tudo integra a responsabilidade social empresarial e promove o consumo consciente. O exemplo simples disso é trocar o copo de plástico descartável pelo copo durável a fim de eliminar do lixo mais plástico, que custa a ser absorvido pela natureza. Assimile Consumo consciente refere-se ao consumo no qual o indivíduo, a fim de avaliar as suas compras, as realiza de modo consciente em face do meio ambiente, para preservá-lo às gerações futuras. Este tipo de consumo é muito importante e de necessária aplicação para a sociedade de consumo – sociedade de risco. Ao falar de consumo consciente, o Ministério do Meio Ambiente Brasileiro introduziu o que ficou conhecido como o Princípio dos 3R’s, · trata do trinômio reduzir-reutilizar-reciclar como componente do consumo consciente. · Diz o referido Ministério: Um caminho para a solução dos problemas relacionados com o lixo é apontado pelo Princípio dos 3R's - Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Fatores associados com estes princípios devem ser considerados, como o ideal de prevenção e não geração de resíduos, somados à adoção de padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício. Segundo o próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA), em seu site, indica que o Instituto Akatu sugeriu a inclusão de mais um “R”, sendo este o primeiro a ser agregado ao trinômio – REPENSAR –, ficando assim composto: repensar-reduzir-reutilizar-reciclar. É importante considerar que conceitua repensar como o ato de reflexão sobre os seus atos de consumo e os impactos por ele provocados tanto em face da economia, quanto das relações sociais e da natureza. Ao passo que reduzir tem a conotação de consumir menos produtos e dar preferência aos que geram menos resíduos e sejam duráveis, e reutilizar seria o reaproveitamento, como adquirir o refil utilizando novamente a embalagem. Reaproveitar os potes de sorvete para armazenamento de alimentos e outros materiais, conforme sugere o MMA. E, por sua vez, reciclar que trata da transformação de materiais para a produção de matéria-prima. Compostagem é o meio de reciclar resíduos de alimentos que se transformam em matéria-prima para adubo a ser utilizado em hortas, por exemplo. Tendo sido realizada até de modo caseiro para as hortas domésticas. Lembrando-se de que reciclar trata da transformação de materiais para a produção de matéria-prima. Todas as práticas exemplificadas nesta seção levam à responsabilidade socioambiental, a qual converge na ideia central de preservação do meio ambiente em favor da pessoa humana desta e das próximas gerações. Referência: Responsabilidade social e ambiental - Benedita de Fátima Delbono
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