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Prévia do material em texto

Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 1ÍNDICE
Cirurgia Bariátrica: 
Transformando Vidas
Um Guia Prático para 
Pacientes Portadores 
de Obesidade
1ª Edição
Dr. Adorísio Bonadiman 
Dr. Walter Feitosa
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 2ÍNDICE
CERTIFICADO DE REGISTRO DE DIREITO AUTORAL 
A Câmara Brasileira do Livro certifica que a obra intelectual descrita abaixo, encontra-
se registrada nos termos e normas legais da Lei nº 9.610/1998 dos Direitos Autorais do
Brasil. Conforme determinação legal, a obra aqui registrada não pode ser plagiada,
utilizada, reproduzida ou divulgada sem a autorização de seu(s) autor(es).
Responsável pela Solicitação: 
Adorísio Bonadiman
Participante(s): 
Adorísio Bonadiman (Autor) | José Walter Feitosa Gomes (Autor) | Carlos Renato
Pinheiro Lima (Colaborador)
Título: 
Cirurgia Bariátrica: Transformando Vidas. Um Guia Prático para Pacientes Portadores
de Obesidade.
Data do Registro: 
07/04/2021 13:10:19
Hash da transação: 
0x12846d47d6446246628a9a8c1c3b3c4ebac000d8859c4f220fea8b40dbd47382
Hash do documento: 
fa8dc6b4562d5a5258f037689f165ff7d50bfeff90d7cd23e27926bdfe6914ee
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08/04/2021 16:12978-65-00-20727-9.jpeg 1.306×986 pixels
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21-62239 CDD-617.43
 NLM-WI 380
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bonadiman, Adorísio
 Cirurgia bariátrica [livro eletrônico] :
transformando vidas : um guia prático para pacientes
portadores de obesidade / Adorísio Bonadiman, José
Walter Feitosa Gomes. -- 1. ed. -- Maringá, PR :
Adorísio Bonadiman, 2021.
 PDF 
 Bibliografia
 ISBN 978-65-00-20727-9
 1. Cirurgia bariátrica 2. Cirurgia bariátrica -
Manuais, guias, etc. 3. Dietoterapia 4. Nutrição 
5. Obesidade 6. Obesidade - Aspectos endócrinos 
7. Obesidade - Tratamento I. Gomes, José Walter
Feitosa. II. Lima, Carlos Renato Pinheiro. III.
Título.
Índices para catálogo sistemático:
1. Obesidade : Cirurgia bariátrica : Atuação 
 multidisciplinar : Medicina 617.43
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 3ÍNDICE
ÍNDICE APRESENTAÇÃOAUTORES
1. Obesidade: uma doença crônica que precisa ser tratada.
2. Cirurgia Bariátrica e Metabólica: segurança e efetividade no tratamento da obesidade.
3. “Estou acima do peso: Posso fazer Cirurgia Bariátrica?”
4. Primeiros passos para a Cirurgia Bariátrica.
5. Avaliação multidisciplinar: precisa mesmo?
6. Principais técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento da obesidade.
7. Como escolher a melhor técnica para cada paciente.
8. Os dias que antecedem a cirurgia. Precisa perder peso para operar?
9. A cirurgia: da consulta pré-anestésica ao centro cirúrgico.
10. Os primeiros dias após a cirurgia.
11. Dieta antes e após a cirurgia.
12. Atividade física após a cirurgia. Quando e como fazer?
13. “Quanto peso irei perder e em quanto tempo?”
14. Principais complicações da Cirurgia Bariátrica.
15. Cuidados estéticos e cirurgia plástica reparadora após Cirurgia Bariátrica.
16. “Quem fez Cirurgia Bariátrica pode voltar a engordar?”
17. Autoestima e Sexualidade.
18. Contracepção e Gestação.
19. Mitos e Verdades em Cirurgia Bariátrica
COMENTÁRIOS FINAIS
LINKS ÚTEIS
AGRADECIMENTOS FINAIS
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 4ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
A obesidade é uma doença complexa e com 
muitas facetas, por isso tão difícil de ser 
tratada. Uma verdadeira pandemia em as-
censão na população em geral, que tem sido 
muito visada por diversos setores como da 
saúde e estética além de “especialistas” 
que prometem fórmulas mágicas para re-
solver o problema como manipulados, die-
tas, programas de exercícios, reprograma-
ção neurológica e até tratamento holístico, 
mas que não tratam da doença em si e do 
foco principal que é o paciente portador de 
obesidade mórbida.
 A obesidade como doença (alteração bio-
lógica do estado de saúde de um ser vivo 
manifestada por conjunto de sinais, sin-
tomas e comorbidades associadas) possui 
uma base de alterações orgânicas tanto 
hormonais, comportamentais, psicológicas 
e sociais que devem ser abordadas tanto 
individualmente como integradamente 
para o sucesso do tratamento, que seria o 
controle (e não “cura”) do peso e suas impli-
cações negativas no organismo. 
Então encaramos a obesidade, com a licen-
ça da comparação grosseira, como um “tipo 
de câncer” no qual mesmo quando identifi-
camos o tumor, operamos e, momentanea-
mente, resolvemos o problema, temos que 
periodicamente avaliar o paciente da for-
ma clínica, sob a supervisão de uma equipe 
multiprofissional que o acompanhará atra-
vés de diversos exames, proporcionando 
segurança e sucesso ao tratamento, já que 
o paciente é pré-disposto geneticamente a 
tal doença.
Ao longo de tantos anos tratando pacien-
tes com obesidade, vimos que não trata-
mos a obesidade em si, mas sim, o paciente 
que está obeso. Importante esclarecer que 
sendo a obesidade considerada um estado 
físico transitório e mutável, não podemos 
tratá-la como definitiva, logo consideramos 
que o paciente está obeso e não “é obeso”. 
Assim, na busca por um tratamento ade-
quado para cada paciente como ser único, 
devemos levar em conta sua vida, suas ex-
pectativas quanto aquela doença, suas dú-
vidas e medos que muitas vezes permeiam 
também seu meio social e familiar. 
A cirurgia bariátrica, aqui abordada, por si 
só não irá resolver definitivamente o pro-
blema de obesidade do paciente, mas pro-
põe-se a ser uma poderosa ferramenta que 
oferece ao paciente condições e mecanis-
mos para que ele assuma o papel de prota-
gonista no combate à doença de que ele é 
portador e tenha uma vida mais saudável, 
leve e longeva. 
“O caminho para alcançar 
esse objetivo não será fácil, 
mas você não estará sozinho 
nessa caminhada, por isso o 
objetivo deste ebook é de lhe 
ajudar e informar sobre como 
chegar mais tranquilo a sua 
meta.”
Dr. Walter Feitosa
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 5ÍNDICE
AUTORES
Dr. Adorísio Bonadiman
1. Graduação em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
2. Residência Médica em Cirurgia Geral Avançada pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor 
Público Estadual de São Paulo (IAMSPE-SP) no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo 
(HSPE-SP).
3. Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
4. Área de Atuação em Cirurgia Bariátrica pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
5. Especialização em Endoscopia pelo Serviço de Endoscopia do Hospital do Servidor Público Estadual de 
São Paulo (HSPE-SP).
6. Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São 
Paulo (IAMSPE-SP).
7. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
8. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
9. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED).
10. Membro Associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
11. Membro Aspirante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (SOBRACIL).
12. Professor Assistente de Clínica Cirúrgica do Curso de Medicina do Centro Universitário Ingá 
(UNINGÁ).
Consultório: 
Centro Médico do Bosque. Av. Nóbrega, 
590. Zona 4, Maringá – PR. CEP 87014-
180. 
Telefones:
(44) 3265-1444 
(44) 3262-5713
(44) 99175-3535
www.dradorisio.com.br
@dradorisiobonadiman
@dradorisio
Prof. Adorísio Bonadiman 
https://www.instagram.com/dradorisiobonadiman/
https://www.facebook.com/dradorisio
https://www.youtube.com/channel/UCYnjNmt2sIgWJEoQraHrTeQ
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 6ÍNDICE
AUTORES
Dr. Walter Feitosa
1. Graduação na Universidade Federal do Ceará (UFC-CE).
2. Residência Médica em Cirurgia Geralpelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual 
de São Paulo (IAMSPE-SP) no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE-SP).
3. Residência Médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor 
Público Estadual de São Paulo (IAMSPE-SP) no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo 
(HSPE-SP).
4. Título de especialista em Coloproctologista pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
5. Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São 
Paulo (IAMSPE-SP).
6. Doutorando em Biotecnologia pelo RENORBIO na UECE-CE.
7. Membro associado do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).
8. Membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
9. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (SOBRACIL).
10. Cirurgião e Preceptor (Residência e Internato) do Instituto Dr. José Frota (IJF-CE).
11. Sócio-Diretor do Instituto AMO de tratamento da obesidade – CE.
Consultório:
Instituto AMO - R. Jaime Pinheiro, 36 - 
Sala A - Patriolino Ribeiro, Fortaleza - CE, 
60810-250
Telefone:
(85) 3181 4522
(85) 99942-2648
(85) 3486 6300 (Clínica Endoscopy)
www.walterfeitosa.com.br
@walter.feitosa
Dr Walter Feitosa 
Walter Feitosa
https://www.instagram.com/walter.feitosa/
https://www.facebook.com/drwalterfeitosa
https://www.youtube.com/channel/UCOTQUR93uUzF03lI0u3HRLw
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 7ÍNDICE
Obesidade:
Uma doença crônica que precisa 
ser tratada.1
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 8ÍNDICE
Não se trata apenas uma questão estética. 
O acúmulo excessivo de gordura corporal 
leva ao comprometimento funcional, dire-
to ou indireto, de diversos órgãos e siste-
mas do corpo, influenciando diretamente 
na qualidade e no tempo de vida das pesso-
as. Vale ressaltar que diversos estudos têm 
demonstrado que os indivíduos portadores 
de obesidade grave vivem, em média, me-
nos tempo que indivíduos não obesos. 
Cientes disso é importante ainda esclare-
cermos que, em nenhuma hipótese e por 
motivo algum, cabe qualquer tipo de pre-
conceito ao tratarmos deste tema. Vale fri-
sar: a obesidade é um problema de saúde, 
para o qual há tratamentos, e deve ser en-
carada desta maneira. Simples assim. Va-
mos aos fatos. 
O excesso de peso corporal ocasiona dire-
tamente comprometimento articular de 
membros inferiores e da coluna vertebral. 
No paciente obeso, com o passar dos anos 
as articulações dos tornozelos, joelhos, 
quadril e a própria coluna lombar apresen-
tam desgaste precoce, lesões de ligamen-
tos ou tendões e, em casos mais graves, até 
mesmo fraturas por sobrecarga. Estes fatos 
levam a sintomas que podem ir desde do-
res para se movimentar até limitações físi-
cas que obrigam o paciente a se submeter 
a procedimentos cirúrgicos importantes, 
como colocação de próteses. Outros, terão 
necessidade de auxílio para deambular ou 
permanecerão acamados, com necessidade 
de cuidados por terceiros em período inte-
gral.
A obesidade influencia diretamente o fun-
cionamento do nosso sistema cardiovascu-
lar. Pessoas obesas mais frequentemente 
apresentam hipertensão arterial sistêmica 
e são mais propensas a desenvolver infarto 
agudo do miocárdio, arritmias e acidente 
vascular cerebral (derrame) entre outros. 
Além disso, a pressão alta no paciente obeso 
é de mais difícil manejo e requer frequente-
mente múltiplos medicamentos para con-
trole. Ademais, a obesidade está associada 
a uma maior incidência de alterações ruins 
do colesterol circulante, o que também fa-
vorece problemas cardiovasculares.
Um problema muito comum entre pacien-
tes obesos e muitas vezes negligenciado é a 
apneia do sono.
O primeiro passo para o tratamen-
to bem sucedido da obesidade é 
encará-la como uma doença crô-
nica multifatorial, de proporções 
pandêmicas e tratamento multi-
disciplinar, que traz consequên-
cias físicas, psicológicas e sociais 
importantes se não for abordada 
adequadamente. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 9ÍNDICE
 O paciente com obesidade normalmente 
apresenta um ronco irregular, com pausas 
respiratórias prolongadas seguidas de ron-
cos intensos, que são sinais marcantes da 
apneia do sono. Esta comorbidade repre-
senta um problema em que o paciente não 
é capaz de ter um sono profundo e restau-
rador, permanecendo cansado ao acordar e 
com muita sonolência diurna. Isso acarreta 
diversos problemas, desde baixa produti-
vidade no trabalho e risco elevado de aci-
dentes de trânsito até maior propensão a 
doenças cardiovasculares.
De todos os problemas associados a obe-
sidade, provavelmente o mais conhecido e 
mais comentado é o diabetes tipo 2. Para 
controlar o açúcar em nosso sangue, o pân-
creas, um órgão localizado na parte supe-
rior do abdômen, produz uma substância 
chamada insulina. Esta, ao ser lançada na 
corrente sanguínea, atua auxiliando na re-
tirada do açúcar circulante e o seu uso ou 
armazenamento em determinados órgãos, 
como fígado, cérebro e músculos. O ex-
cesso de gordura corporal dificulta a ação 
da insulina, quadro chamado de aumento 
da resistência periférica à insulina (popu-
larmente pré-diabetes), o que leva inicial-
mente a uma sobrecarga no funcionamen-
to do pâncreas para produzir mais insulina 
e compensar este aumento da resistência. 
Com o passar do tempo, inicia-se uma fa-
lência pancreática, com perda da capacida-
de de produção da insulina, quadro que co-
nhecemos por diabetes tipo II. A obesidade 
é o principal fator de risco para este tipo de 
diabetes. O tratamento do excesso de peso 
corporal é parte fundamental tanto da pre-
venção quanto do tratamento desta grave 
doença.
Além disso, diversas outras situações estão 
associadas a obesidade: gordura no fíga-
do (esteatose hepática), doença do refluxo 
gastroesofágico, pedra na vesícula (colelití-
ase), infertilidade e impotência sexual, ová-
rios policísticos, depressão e hemorroidas. 
Até mesmo a Covid 19, uma novidade para 
todos nós durante o ano de 2020, segundo 
estudos já publicados, apresenta-se fre-
quentemente mais grave em pacientes aci-
ma do peso. Retorno aqui ao início: a obe-
sidade é um problema de saúde e deve ser 
encarado como tal. Mas fique tranquilo, há 
tratamentos bastante efetivos, sendo a Ci-
rurgia Bariátrica uma excelente opção para 
casos indicados, como veremos a seguir.
Se você é obeso, pergunte a 
quem já o viu dormindo se você 
costuma roncar muito. Caso 
afirmativo, pergunte se o ronco 
é muito irregular.
FAÇA O TESTE!
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 10ÍNDICE
Cirurgia Bariátrica e 
Metabólica: 
Segurança e efetividade no 
tratamento da obesidade.
2
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 11ÍNDICE2
Cientes de que a obesidade deve ser enca-
rada como uma doença, vamos conversar 
sobre as formas de tratamento. Inicialmen-
te, é preciso frisar que se trata de um qua-
dro crônico que requer tratamento conti-
nuado e multidisciplinar. Se me permitem 
uma analogia, “o tratamento da obesidade 
deve ser encarado como uma maratona, em al-
guns casos como uma prova de Ironman, nun-
ca como uma corrida de 100 metros rasos”. 
A abordagem inicial deve ser clínica e in-
vestigativa. Diversos profissionais devem 
atuar em conjunto para se obter um claro 
diagnóstico situacional do paciente e de 
seu entorno (família e trabalho) e estabe-
lecer medidas adequadas de tratamento 
clínico inicial. Assim, o endocrinologista irá 
investigar e tratar eventuais distúrbios fun-
cionais que possam favorecer a obesidade, 
como hipotireoidismo por exemplo. Cabe 
ao médico endocrinologista também o tra-
tamento medicamentoso da obesidade, 
indicado para alguns pacientes como me-
dida inicial. Em conjunto, a atuação de um 
profissional nutricionista deve buscar diag-
nosticar e corrigir distúrbios ou distorções 
alimentares. Importante frisar que “dietas 
milagrosas” não trazem efeito real e dura-
douro no controle da obesidade. É preciso 
uma reeducaçãoalimentar, uma real mu-
dança de hábitos. 
Você deve se propor a realizar modifica-
ções em sua dietas de forma sustentável, 
para que consiga manter por longos perí-
odos, sem que haja sofrimento ou prejuízo 
para sua saúde. 
Um educador físico experiente irá montar 
uma rotina de atividade física adequada 
para o paciente acima do peso, de forma a 
levar ao máximo de gasto calórico com um 
menor risco de lesão física associada, além 
de trabalhar através do exercício de força a 
manutenção da massa magra e consequen-
te aumento do gasto energético. Diversos 
outros profissionais como cardiologistas, 
pneumologistas, ortopedistas e outros, po-
dem ser necessários na abordagem clínica 
da obesidade para pacientes específicos e 
serão requisitados conforme o caso.
Para aqueles pacientes que não apresen-
tam a perda de peso necessária com o trata-
mento clínico e que preencham os critérios 
exigidos pela legislação atual, que apresen-
taremos no capítulo 3, a cirurgia bariátrica 
é uma opção viável, segura e eficiente na 
maioria dos casos. O tratamento cirúrgico 
da obesidade já vem sendo tentado, com 
índice crescente de sucesso, há cerca de 50 
anos, mas é desde a década de 1980 que 
tem sido realizado nos moldes que conhe-
cemos atualmente. 
Um psicólogo ou psiquiatra irá 
ajudar a diagnosticar, lhe dar 
suporte e ferramentas para tra-
tar transtornos comportamen-
tais que possam acarretar um 
perfil compulsivo e estejam as-
sociados ao ganho de peso. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 12ÍNDICE
Na década de 1990, com o advento e a pro-
pagação da videocirurgia e com o grande 
desenvolvimento tecnológico dos mate-
riais cirúrgicos, a cirurgia bariátrica passou 
a ser realizada por meio de técnicas mini-
mamente invasivas, aumentando a segu-
rança e acelerando a recuperação do pa-
ciente. Hoje, para pacientes com indicação 
adequada para o tratamento cirúrgico e em 
mãos de equipes experientes, a cirurgia ba-
riátrica é realizada com muita segurança 
e com um breve período de recuperação, 
proporcionando excelentes resultados em 
termos de perda de peso e controle de do-
enças associadas. Estes resultados são mantidos a longo pra-
zo tanto pelo efeito da cirurgia quanto pela 
incorporação, por parte do paciente, de no-
vos hábitos alimentares, sociais e de ativi-
dade física em sua rotina.
É importante ressaltarmos, entretanto, 
que o a cirurgia não é um tratamento “isola-
do e definitivo” da obesidade. A abordagem 
e o seguimento com uma equipe multidis-
ciplinar são imperativos para o sucesso do 
tratamento cirúrgico da obesidade a longo 
prazo. Pode-se dizer que a cirurgia vai tra-
zer perda de peso ao paciente. Mas a ma-
nutenção desta perda ponderal após vários 
anos irá depender, além da técnica cirúrgica 
empregada, de mudanças comportamen-
tais do paciente, com reeducação alimen-
tar, prática de atividade física devidamente 
supervisionada e acompanhamento clínico 
e psicológico entre outros fatores. A cirur-
gia é uma parte importante (e talvez a mais 
efetiva) no tratamento da obesidade. Mas é 
apenas uma parte integrante de um proces-
so mais amplo. Isso deve ficar claro.
Por fim, devemos citar que não só o pacien-
te obeso mórbido tem indicação hoje em 
dia de cirurgia bariátrica, mas pacientes 
com obesidade leve (Grau 1) associado a 
diabetes mellitus de difícil controle pos-
suem a possibilidade terapêutica de uma 
cirurgia metabólica (tecnicamente igual a 
bariátrica mas com foco no equilíbrio me-
tabólico e não na perda de peso).
Na maioria dos casos, em cer-
ca de 85%, a perda do excesso 
de peso é mantida após pelo 
menos 5 anos de realizada a ci-
rurgia, algo muito superior aos 
números alcançados pelo trata-
mento clínico isolado. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 13ÍNDICE
“Estou acima so peso, 
posso fazer a bariátrica?”
3
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 14ÍNDICE
Esta é uma pergunta recorrente no con-
sultório. Afinal, para quem a cirurgia bari-
átrica está indicada? Bom, para responder 
a esta pergunta, é necessário entender o 
que é o Índice de Massa Corporal (famoso 
IMC), pois este é o critério, embora passível 
de críticas, mais utilizado para avaliar se o 
peso apresentado por um indivíduo está de 
acordo com sua superfície corporal. Trata-
se de um valor obtido pela divisão do peso 
corporal pela altura do paciente multipli-
cada por ela mesma, através da seguinte 
equação: 
Segundo a legislação vigente no Brasil (Re-
solução 2.131/15 do Conselho Federal de 
Medicina de 2015) e de acordo com as re-
comendações da Sociedade Brasileira de 
Cirurgia Bariátrica e Metabólica, a cirurgia 
bariátrica poderá ser empregada nos se-
guintes casos:
Pacientes com 18 anos ou mais;
Obesidade refratária ao tratamento 
clínico adequado por pelo menos 
dois anos;
Condições cognitivas satisfatórias para 
entendimento adequado do procedi-
mento cirúrgico e de suas implicações;
Apresentar obesidade grau III (IMC 40 
Kg/m2) independente de apresentar ou 
não outras doenças OU obesidade grau 
II associada a pelo menos uma doença 
ocasionada ou piorada pelo aumento do 
peso corporal, que pode ser:
 - Diabetes tipo 2;
 - Hipertensão arterial sistêmica;
 - Dislipidemia (alterações de co- 
 lesterol);
 - Apneia do sono;
IMC < 18 baixo peso / desnutrição;
18 ≤ IMC < 25 peso adequado;
25 ≤ IMC < 30 sobrepeso;
30 ≤ IMC < 35 obesidade grau I;
35 ≤ IMC < 40 obesidade grau II;
IMC > 40 obesidade grau III 
(obesidade mórbida).
O resultado será apresentado em Kg/m2 
de superfície corporal e terá a seguinte in-
terpretação:
(PESO) 
IMC=
ou 
IMC = P (Kg) ÷ ALT2 (m)
(ALTURA x ALTURA) 
CLIQUE AQUI E CALCULE 
SEU IMC
Exemplo = você pesa 100 kg e pos-
sui 1,60 de altura temos o seguinte 
cálculo: 100 ÷ 1,60 x 1,60 : 39. En-
tão você possui IMC de 39,0 com 
classificação de obesidade grau 2.
https://dradorisio.com.br/calcule-o-seu-imc/
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 15ÍNDICE
Casos que eventualmente não estejam con-
templados nos critérios acima devem ser 
discutidos com equipes multidisciplinares 
experientes no tratamento da obesidade 
e a decisão do melhor tratamento sempre 
individualizada.
- Osteoartropatias de tornozelos, 
joelhos, quadril ou coluna ocasio-
nadas ou pioradas pelo excesso de 
peso;
- Outras: infarto agudo do mio-
cárdio, acidente vascular cerebral 
(derrame), arritmias, doença coro-
nariana, gordura no fígado (estea-
tose hepática), doença do refluxo 
gastroesofágico, pedra na vesícula 
(colelitíase), infertilidade e impo-
tência sexual, ovários policísticos, 
depressão e hemorroidas.
Apresentar obesidade grau I e diabetes 
tipo 2 de difícil tratamento em indivídu-
os que preencham os critérios específi-
cos da Resolução 2.172/17 do Conselho 
Federal de Medicina de 2017 que versa 
sobre a chamada Cirurgia Metabólica.
É fundamental frisar que o tratamento ci-
rúrgico fica reservado para pacientes obe-
sos há pelo menos 5 anos e que possuem 
pelo menos 2 anos de tratamento clínico 
adequadamente conduzido (acompanha-
mento com endocrinologista, em uso de 
medicações adequadas e com seguimento 
com nutricionista e psicólogo) sem obter 
sucesso. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 16ÍNDICE
Primeiros passos para a
Cirurgia Bariátrica.
4
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 17ÍNDICE
Para os pacientes elegíveis para cirurgia 
bariátrica, qual o caminho a percorrer? Esta 
é uma dúvida recorrente em nossos con-
sultórios. O primeiro passo é procurar um 
médico especialista no tratamento da obe-
sidade, em geral um Cirurgião Bariátrico. 
Durante este atendimento inicial, em uma 
consulta bastante detalhada, será verifi-
cado se o paciente de fato irá se beneficiar 
do tratamento cirúrgico, ou seja, se possui 
indicação para a cirurgia (vide Capítulo 3) 
e se não possui contraindicações à mesma. 
Nesta primeira consulta serão investigadas 
doenças e medicamentos usados, hábitos 
alimentares, rotina de atividade física e há-
bitos sociais, como etilismo e tabagismo. 
Até mesmoo uso de drogas ilícitas, deve 
ser verificado e exposto ao médico sem 
constrangimento para que se possa definir 
da melhor forma a estratégia a ser aplicada 
ao paciente. 
Neste momento deverão ser expostas ao 
paciente todas as particularidades de uma 
eventual cirurgia, desde os aspectos mais 
positivos até aqueles menos animadores, 
como as restrições alimentares e a neces-
sidade de suplementação de micronutrien-
tes que ocorrerá após a cirurgia. Ao final da 
consulta, havendo indicação para a cirur-
gia, serão solicitados diversos exames e o 
paciente será encaminhado para avaliação 
por equipe multidisciplinar.
Endoscopia Digestiva Alta com biópsia;
Ultrassonografia de Abdômen;
Radiografia de Tórax;
Exames Laboratoriais (sangue - poden-
do variar com perfil do paciente);
Prova de Função Pulmonar;
Eletrocardiograma;
Ecocardiograma;
Polissonografia (para casos seleciona-
dos, mas tendência atual é fazer para 
pesquisa de apneia do sono);
Densitometria Óssea (para casos sele-
cionados).
Os principais exames solicitados são:
“Estou acima do peso e 
acho que me enquadro nos 
critérios para tratamento 
cirúrgico da obesidade. O 
que faço agora?”
ATENÇÃO !
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 18ÍNDICE
Cirurgião Bariátrico;
Endocrinologista;
Psicólogo;
Nutricionista;
Cardiologista;
Pneumologista.
Outros profissionais (fonoaudiólogo, 
ginecologista, urologista, ortopedista, 
A equipe multidisciplinar para avaliação 
pré-operatória de cirurgia bariátrica nor-
malmente é composta por:
dentista entre outros) podem ser consulta-
dos a depender da particularidade de cada 
paciente. 
Após esta avaliação inicial e realização de 
exames e consultas interdisciplinares, o 
paciente retornará em consulta com o ci-
rurgião bariátrico. Nesta ocasião todos os 
exames e os laudos dos especialistas serão 
conferidos (sendo obrigatórios os laudos 
do cirurgião, endocrinologista, psicólogo, 
nutricionista, cardiologista e pneumologis-
ta para liberação burocrática dos planos de 
saúde). 
Não havendo contraindicações, será dado 
seguimento ao processo. Neste momento o 
cirurgião deve novamente expor quais téc-
nicas cirúrgicas existem para tratamento 
da obesidade e opinar sobre qual delas me-
lhor se aplica àquele caso, bem como dizer 
se há alguma contraindicação a alguma das 
técnicas para o paciente em questão. Ao 
final, juntos, paciente e cirurgião definem 
qual técnica será utilizada na cirurgia.
A escolha da técnica 
cirúrgica é definida 
pelo cirurgião por meio 
de informações dos 
exames e das avaliações 
pré-operatórias, sendo 
compartilhada a decisão 
com o paciente.
Dr. Adorísio Bonadiman 
ATENÇÃO ! 5
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 19ÍNDICE
Avaliação multidisciplinar:
Precisa mesmo?
5
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 20ÍNDICE
A resposta, simples e objetiva, é SIM. Na 
verdade, não só é preciso como é funda-
mental. Através da avaliação multidiscipli-
nar, desde a indicação para o procedimento 
cirúrgico até presença de distúrbios que 
possam interferir negativamente na cirur-
gia são verificados. Ademais, após a cirur-
gia, a atuação desta equipe, em conjunto, 
garante o melhor resultado ao paciente. 
Lembre-se sempre de que “o tratamento 
da obesidade deve ser encarado como uma 
maratona, em alguns casos como uma pro-
va de Ironman, nunca como uma corrida de 
100 metros rasos”. Os principais compo-
nentes da equipe são os seguintes:
 Médico Cirurgião Bariátrico: 
É o responsável pela condução da avalia-
ção pré-operatória e da cirurgia bariátrica 
em si. Normalmente é quem faz a indica-
ção da cirurgia e define, em conjunto com 
o paciente, qual técnica será empregada. 
Recomenda-se que seja dotado de conhe-
cimento técnico em cirurgia digestiva, es-
pecialmente em cirurgia bariátrica e em 
cirurgia videolaparoscópica. O compor-
tamento ético e profissional do cirurgião 
também deve ser levado em consideração. 
O paciente deve se informar sempre. Lem-
bre-se de que o seu cirurgião deverá fazer 
o seu acompanhamento a longo prazo. Por 
isso, a empatia também é fundamental.
 Médico Endocrinologista: 
É, em conjunto com o Cirurgião Bariátrico, 
um elemento fundamental. Com este es-
pecialista, que deve ser alguém afeito ao 
tratamento da obesidade, o paciente irá 
verificar se não apresenta distúrbios meta-
bólicos que favoreçam a obesidade ou que 
possam comprometer ou modificar a indi-
cação cirúrgica, além de realizar os trata-
mentos clínicos iniciais necessários. Após 
a cirurgia, distúrbios metabólicos que po-
dem ocorrer são diagnosticados e tratados 
com auxílio do Endocrinologista. 
 Nutricionista: 
Também é uma peça-chave no tratamento 
da obesidade. Conforme já dissemos an-
teriormente, não se recomendam dietas 
para tratamento da obesidade, mas sim 
uma reeducação alimentar, algo complexo 
e que requer ajuda profissional. Caberá ao 
nutricionista avaliar antropometricamente 
cada paciente, ponderando exames labora-
toriais, doenças associadas e rotina dietéti-
ca. Isso poderá ser feito em até 4 consultas 
para ser então emitido laudo técnico nutri-
cional. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 21ÍNDICE
Durante essas avaliações, o profissional 
deve orientar a alimentação no período 
pré-operatório, com foco na adesão ao tra-
tamento e na perda de peso para melhorar 
condições durante a cirurgia em si, tendo 
como meta a perda de 5 – 10% do peso cor-
poral até a data da operação. Deve também 
montar um plano alimentar detalhado para 
o período pós-operatório imediato, o que 
pode variar conforme o perfil do paciente e 
de acordo com a expertise do nutricionista, 
mas geralmente é composto de:
 1ª fase: dieta líquida em torno de 
50ml a cada 30 minutos, duração em torno 
de 10 a 15 dias. O objetivo desta fase é o 
repouso gástrico, adaptação e hidratação.
 2ª fase: dieta pastosa, alimentos em 
consistência de gelatina ou purê. Duração 
em torno de 10 a 15 dias. Tem por objetivo 
manter o repouso gástrico e iniciar a tran-
sição para dieta branda.
 3ª fase: dieta branda, alimentos bem 
cozidos e macios. Duração em torno de 15 
a 30 dias. Nesta fase a mastigação exausti-
va deverá ser incentivada.
 4ª fase: dieta livre ou normal a partir 
do primeiro mês de cirurgia, dependendo 
da tolerância individual. Novos hábitos ali-
mentares deverão fazer parte desta fase, 
onde proteínas e alimentos nutritivos se-
rão prioridade.
Além disso, em consultas periódicas após a 
cirurgia, o nutricionista será fundamental 
para verificar e corrigir eventuais hábitos 
alimentares inadequados, reduzindo o ris-
co de intercorrências como entalo, diar-
reia, Dumping e o temido reganho de peso.
 Psicólogo: 
O tratamento da obesidade envolve mu-
danças comportamentais importantes e 
definitivas na vida do paciente. Eventuais 
distúrbios psicológicos associados à ali-
mentação, bem como a propensão a doen-
ças com depressão e dependência química, 
devem ser investigados por este especialis-
ta. No período pós-operatório, o profissio-
nal em psicologia ajuda o paciente a melhor 
entender e se adaptar a sua nova realidade.
A avaliação pré-operatória consiste nor-
malmente em 4 sessões, dependendo da 
demanda que o paciente apresenta naque-
le momento. Se divide em sessões de en-
trevista clínica, aplicação de instrumentos 
e testes psicológicos, entrevista com o fa-
miliar e/ou pessoa que irá ajudar no perío-
do de recuperação da cirurgia, e entrega do 
relatório psicológico como descrito abaixo:
ATENÇÃO !
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 22ÍNDICE
 1ª sessão: É realizado entrevista clí-
nica e orientação sobre o planejamento da 
avaliação psicológica. 
 2ª sessão: Aplicação de instrumen-
tos e testes psicológicos.
 3ª sessão: Entrevista com a família 
e/ou pessoa que irá ajudar no período de 
recuperação da cirurgia.
 4ª sessão: Entrega do relatório psi-
cológico e orientações sobre o acompanha-
mento psicológico no pós-operatório.
Naturalmente, o acompanhamento psico-
lógico seguirápelo pós-operatório, quan-
do ocorrem muitas mudanças na vida do 
paciente, incluindo alterações em sua au-
toimagem e no perfil dos relacionamentos, 
tanto na forma afetiva como na sexual, sen-
do fundamental o seguimento psicológico 
para auxiliar na adaptação ao novo estilo 
de vida. Nos dias que sucedem a cirurgia, 
o acompanhamento psicológico ocorre nas 
fases de evolução da dieta (fase difícil dos 
“copinhos”) e posteriormente de forma 
periódica de acordo com perfil de cada pa-
ciente.
 Educador físico: 
A perda ponderal sustentada requer uma 
rotina de atividade física. Com a perda 
ponderal há uma mudança no centro gravi-
tacional do paciente e um educador físico 
pode orientar melhor as atividades físicas 
e corrigir eventuais vícios posturais. Além 
disso, no período pré-operatório, qualquer 
atividade física deve ser supervisionada 
por um profissional competente para redu-
zir os riscos de lesões devidas ao excesso 
de peso corporal.
Outros profissionais como psiquiatras, 
pneumologistas e cardiologistas entre 
outros, serão incorporados à equipe con-
forme a necessidade individual de cada 
paciente ou para avaliação de risco opera-
tório específico.
O segredo para o sucesso 
de qualquer cirurgia 
bariátrica é a avaliação 
completa e criteriosa com 
exames de qualidade e 
equipe experiente. 
Dr. Walter Feitosa 
ATENÇÃO !
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 23ÍNDICE
Principais técnicas cirúrgicas 
utilizadas no tratamento da 
obesidade.
6
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 24ÍNDICE
No Brasil temos 5 procedimentos cirúrgicos 
e um procedimento endoscópico liberados 
pelos órgãos reguladores para tratamento 
da obesidade. Existem diversas técnicas 
promissoras, mas que ainda carecem de 
comprovação científica adequada e não 
têm, portanto, respaldo do Conselho Fede-
ral de Medicina nem da Sociedade Brasilei-
ra de Cirurgia Bariátrica e Metabólica para 
uso rotineiro no tratamento da obesidade. 
Abaixo descreveremos as principais carac-
terísticas das técnicas autorizadas para uso 
no Brasil. Todos os procedimentos cirúrgi-
cos podem ser realizados com segurança 
pela videolaparoscopia.
1. Gastroplastia Redutora com Deriva-
ção Gastrojejunal em Y de Roux, mais 
conhecida popularmente por Bypass 
gástrico antigamente chamado de cirur-
gia de Fobi-Capella, é um procedimento 
em que se realiza uma secção no estômago 
com uso de grampeadores transformando 
o estômago funcionante, por onde pas-
sará o alimento ingerido, em uma câmara 
com capacidade para cerca de 30 a 50 mL, 
chamada de pouch gástrico, que se junta 
com uma alça intestinal. A maior parte do 
estômago e a parte inicial do intestino fi-
cam excluídos do trânsito alimentar, sendo 
chamados, respectivamente, de estômago 
excluso e alça biliopancreática, configu-
rando então o que chamamos de bypass 
ou Y de Roux. Esta cirurgia atua na perda 
ponderal através da redução da capaci-
dade gástrica, da redução da absorção de 
nutrientes e do estímulo hormonal na re-
dução do apetite. É o procedimento tradi-
cionalmente mais realizado no tratamento 
da obesidade, com excelentes resultados a 
médio e longo prazo, tanto no controle do 
peso corporal quanto no controle da glice-
mia nos pacientes previamente diabéticos. 
Além disso favorece o controle do refluxo 
gastroesofágico nos pacientes portadores 
desta doença. 
Por outro lado, por ser uma cirurgia em que 
se desvia o trânsito natural dos alimentos, 
ela altera significativamente a absorção de 
nutrientes, sendo necessária a suplemen-
tação frequente, por vezes permanente, 
de vitaminas e oligoelementos, como vi-
taminas do complexo B, vitamina D, ferro 
e zinco entre outros. É necessário acom-
panhamento perene do paciente para que 
complicações nutricionais sejam preveni-
das. 
Bypass gástrico (Fonte SBCBM)
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 25ÍNDICE
2. Gastrectomia Vertical, também cha-
mada de Sleeve esta cirurgia se caracte-
riza pela remoção de uma parte do estô-
mago, reduzindo seu volume para cerca de 
15% do normal. O estômago fica então com 
o formato de um tubo e capacidade de 100 
a 150 ml. Não há desvio intestinal, ou seja, 
o alimento percorre todo o trajeto normal-
mente pelo intestino. Esta cirurgia tem se 
popularizado nos últimos anos por ser, em 
teoria, um procedimento menos complexo 
que o bypass, uma vez que a abordagem é 
apenas no estômago. Apresenta bons re-
sultados para casos bem selecionados, com 
obesidade grau II ou grau III com IMC pró-
ximo a 40 Kg/m2 e que não apresentem do-
ença do refluxo gastroesofágico. 
Apresenta uma efetividade menor que o 
bypass em pacientes obesos extremos e no 
controle da glicemia nos diabéticos. Além 
disso, para pacientes menos focados no 
controle dietético e na prática de atividade 
física, há um risco maior de ganho de peso 
após alguns anos da realização da cirurgia. 
Juntos, o bypass e o sleeve representam 
mais de 90% dos procedimentos cirúrgicos 
para tratamento da obesidade realizados 
em nosso país.
3. Derivações Biliopancreáticas (Ci-
rurgia de Scopinaro e Duodenal Swi-
tch) são duas técnicas pouco utilizadas no 
Brasil, mas que apresentam excelentes re-
sultados no controle da glicemia e na perda 
ponderal a médio e longo prazos.
No procedimento de Scopinaro, que leva o 
nome do médico italiano, falecido em 2020, 
que difundiu a técnica, realiza-se uma re-
moção parcial do estômago seguido de uma 
junção do estômago remanescente com a 
parte mais distal do intestino delgado. Já 
na técnica do Duodenal switch, uma gas-
trectomia vertical é realizada (semelhante 
a um sleeve) e, em seguida, é feito um des-
vio da primeira porção do intestino com a 
parte distal do intestino delgado. 
Estas duas técnicas promovem intensa re-
dução na absorção de nutrientes e, se por 
um lado permitem excelente controle de 
peso e glicemia, por outro aumentam o 
risco de complicações nutricionais graves 
após a cirurgia. 
Sleeve gástrico (Fonte SBCBM)
Cirurgia de Scopinaro (Fonte SBCBM)
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 26ÍNDICE
4. Banda Gástrica Ajustável técnica 
pouco utilizada no Brasil. É realizada atra-
vés da colocação de um dispositivo silico-
nado inflável ao redor da parte proximal do 
estômago com o implante de um conector 
abaixo da pele do abdômen para regulação 
do grau de insuflação do mesmo. Inicial-
mente promissora, com o tempo mostrou-
-se pouco efetiva na perda do excesso de 
peso corporal e associada a diversas com-
plicações de difícil tratamento. Está em de-
suso no mundo todo.
5. Balão Intragástrico (não cirúrgico) 
única técnica endoscópica para tratamen-
to da obesidade liberada para uso rotineiro 
no Brasil. É um procedimento relativamen-
te simples, caracterizado pela colocação 
de um balão, com cerca de 600 ml de ca-
pacidade, inflado no interior do estômago. 
Pode permanecer por até 12 meses, de-
pendendo das especificações do fabricante 
do produto. 
Para pacientes com obesidade grau II ou 
superior, entretanto, apresenta resulta-
do limitado, especialmente a longo prazo. 
Após a remoção do dispositivo, é comum 
o reganho de peso. Apesar de baixo risco 
de complicações graves, é comum náuseas, 
dor abdominal e vômitos, especialmente 
nos primeiros dias após a colocação, o que 
leva cerca de 10 a 15% dos pacientes a não 
tolerar e solicitar a retirada do balão nos 
primeiros dias.
Diversas outras técnicas de tratamento 
cirúrgico ou endoscópico da obesidade 
estão sendo estudadas. No entanto, até o 
momento, estes são os procedimentos au-
torizados pelos órgãos reguladores (CFM e 
SBCBM) em nosso país.
A presença deste balão gera uma sensação 
de saciedade e uma redução na capacidade 
de ingesta alimentar. Apresenta bons re-
sultados para pacientes com sobrepeso ou 
obesidade leve (IMC abaixo < 35 Kg/m2). 
Banda gástrica ajustável (Fonte SBCBM)
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 27ÍNDICE
Como escolher a melhor 
técnica para cada paciente?
7
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 28ÍNDICE
A escolha datécnica a ser empregada cer-
tamente é um dos momentos mais aguar-
dados pelo paciente. Afinal, quem decide: o 
médico ou o paciente? A resposta é: os dois. 
O médico deve explicar todos os aspectos 
positivos e negativos de cada procedimen-
to para que o paciente, ciente dos fatos, 
possa participar da decisão. Por outro lado, 
cabe ao médico, após realizados todos os 
exames e todas as avaliações, levando em 
consideração a história pessoal, familiar e 
social do indivíduo, bem como seu desejo e 
expectativas acerca da cirurgia, opinar so-
bre qual técnica apresenta maior potencial 
de resultado positivo para atender aos an-
seios do paciente.
Veja alguns exemplos de fatores que 
influenciam na decisão:
1. Paciente com sintomas severos de doen-
ça do refluxo gastroesofágico: a gastrecto-
mia vertical deve ser evitada e o bypass é a 
técnica mais adequada;
2. Paciente com história familiar importan-
te de câncer gástrico: o bypass deve ser 
evitado, devido à exclusão de parte do es-
tômago nesta técnica, o que dificulta futu-
ras avaliações desta parte do órgão. Neste 
caso o sleeve deve ser considerado;
3. Pacientes com obesidade importante e 
diabetes tipo 2 de difícil controle: as de-
rivações biliopancreáticas podem ser uma 
boa opção;
4. Pacientes com osteoporose ou osteope-
nia: o sleeve pode ser uma boa alternativa, 
uma vez que não apresenta caráter forte-
mente disabsortivo e, dessa forma, tende a 
não piorar a osteopenia.
A escolha da melhor técnica para cada caso 
deve, portanto, ser realizada após todos os 
exames e avaliações pré-operatórios se-
rem realizados, em comum acordo entre ci-
rurgião e paciente, com vistas a um melhor 
resultado.
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 29ÍNDICE
Os dias que antecedem a 
cirurgia. Precisa perder peso 
para operar?
8
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 30ÍNDICE
A resposta é: não faça isso. Conforme dis-
semos anteriormente, no tratamento da 
obesidade, a cirurgia é apenas uma etapa. 
O seu tratamento da obesidade foi inicia-
do no dia em que você procurou o cirur-
gião bariátrico pela primeira vez. Durante 
as avaliações e exames pré-operatórios, é 
importante que o paciente busque estabili-
zar ou até reduzir o peso corporal. Nos dias 
mais próximos à cirurgia, é fundamental 
que o paciente perca algum peso, por me-
nor proporção que seja. A perda de peso 
reduz a gordura no fígado e, com isso, o ta-
manho deste órgão. Além disso, a perda de 
peso melhora o espaço intra-abdominal e a 
visualização durante a cirurgia. 
“Já cumpri todas as etapas: passei 
em consulta, fiz os exames, fiz as 
avaliações, retornei com o cirur-
gião, a cirurgia está liberada e 
a data está marcada. E agora? O 
que faço? Posso aproveitar para 
fazer umas despedidas da obesi-
dade??? churrascaria, pizzaria, 
doces...” 
Estes e outros benefícios da perda ponde-
ral se refletem em uma cirurgia mais rápida 
e mais segura para o paciente, com menor 
chance de complicações, como sangramen-
tos durante a cirurgia e as temidas fístulas 
nos dias subsequentes. Além disso, busque 
fazer atividade física de leve a moderada 
intensidade e um intenso treinamento de 
fisioterapia pulmonar. Este fato leva a uma 
melhora da performance cardiopulmonar e 
a uma recuperação mais rápida e com me-
nor índice de complicações como atelecta-
sia, pneumonia e embolia pulmonar.
Portanto, o período anterior ao ato cirúrgi-
co deve ser encarado como parte integran-
te e fundamental do processo de emagre-
cimento. O comportamento do paciente 
nesta fase influencia diretamente no resul-
tado de todo o tratamento.
O tratamento da obesidade se 
inicia já na primeira consulta 
com o cirurgião bariátrico, 
não no dia da cirurgia.
Dr. Walter Feitosa
CUIDADO!
9
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 31ÍNDICE
A Cirurgia – da consulta pré-
anestésica ao centro cirúrgico.
9
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 32ÍNDICE
Vencido o período de avaliações e as buro-
cracias pré-operatórias, como se for o caso 
a liberação da cirurgia junto aos convênios, 
caminhamos para o tão aguardado dia da 
cirurgia. Vamos a algumas dicas e esclare-
cimentos desta fase.
Consulta Pré-Anestésica: A maioria dos 
serviços, inclusive o nosso, recomenda que 
o paciente passe por uma consulta pré - 
anestésica. Trata-se de uma etapa impor-
tante, na qual um médico anestesiologista 
irá questionar vários aspectos relevantes 
para o sucesso do procedimento como do-
enças apresentadas, medicamentos utiliza-
dos, histórico de alergias, irá checar todos 
os exames feitos pelo paciente e realizar 
um exame físico detalhado (inclui pesqui-
sa do perfil de intubação), buscando defi-
nir melhor tipo de anestesia (normalmen-
te anestesia geral exclusiva) e minimizar o 
risco associado durante o procedimento 
cirúrgico. Neste momento também, o pa-
ciente e familiares podem tirar qualquer 
dúvida que eventualmente possua quanto 
à anestesia e recuperação após cirurgia. 
Este é um passo que adiciona ainda mais 
tranquilidade e segurança ao processo.
Internação Hospitalar: Procure descan-
sar bastante na véspera da cirurgia e, se 
possível, vá dormir cedo. No dia da cirurgia, 
procure o setor de internação do hospital 
no horário orientado por sua equipe. Não 
se esqueça de levar os documentos e obje-
tos orientados a seguir. Sobre a documen-
tação, sugerimos que sejam separados com 
antecedência para que aborrecimentos e 
estresse desnecessários sejam evitados no 
esperado dia do procedimento. Caso seja 
permitido pelo hospital, leve um acompa-
nhante de sua confiança que possa te au-
xiliar no período de internação. Interne em 
jejum ou conforme orientado pelo seu mé-
dico. 
Para a internação, recomendamos o 
seguinte:
 Seguir o período de jejum recomen-
dado pela equipe médica assistente;
 Levar documentos de identificação 
pessoal;
 Levar carteirinha do convênio;
 Levar guia de internação entregue 
pelo médico responsável;
 Levar objetos de higiene pessoal (es-
cova de dente, shampoo, desodorante...);
 Levar TODOS os exames e avalia-
ções realizados durante o processo;
 Levar meia elástica de média com-
pressão (comprimento ¾), conforme pres-
crição médica;
 Levar dispositivo Respiron para fi-
sioterapia respiratória perioperatória, con-
forme solicitação médica;
ATENÇÃO!
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 33ÍNDICE
 Retirar todos os dispositivos metáli-
cos implantados em seu corpo, como brin-
cos, piercings e colares. Os apliques de ca-
belo também devem ser removidos;
 Evitar o uso de esmaltes nas unhas. 
Eles podem gerar interferências com o lei-
tor de oximetria e necessitar de remoção 
durante a cirurgia;
 Recomendamos que NÃO SEJAM 
LEVADOS objetos de alto valor, dinheiro 
ou cartões de crédito se não houver real 
necessidade;
 Checar junto ao setor de internação 
do hospital se há a necessidade / possibili-
dade de permanência de acompanhantes;
 Usar máscara facial se houver neces-
sidade, conforme a indicação das autorida-
des locais de saúde.
Preparação e Encaminhamento ao 
Centro Cirúrgico: 
após acomodado em seu quarto, o serviço 
de enfermagem fornecerá roupa específica 
de uso necessário para o centro cirúrgico. 
Um acesso venoso será providenciado para 
uso de medicamentos e hidratação (no pró-
prio quarto ou no centro cirúrgico). Além 
disso, será oferecido para alguns perfis de 
paciente um medicamento de efeito an-
siolítico para que os minutos que antece-
dem a cirurgia sejam mais agradáveis. Em 
seguida você será encaminhado ao centro 
cirúrgico, cerca de 1 hora antes do horário 
previsto, para os preparativos finais para o 
procedimento cirúrgico. 
Após realizada a cirurgia, o paciente irá 
permanecer na sala de recuperação anes-
tésica por cerca de 2 horas (já sem tubo da 
anestesia), até que esteja bem acordado e 
possa retornar ao quarto. Em algumas ra-
ras ocasiões, devido a problemas de saúde 
do paciente ou a dificuldades durante a ci-
rurgia e anestesia, poderá haver a necessi-
dade de encaminhar o paciente à Unidade 
de TerapiaIntensiva (UTI) onde permane-
cerá monitorizado e sob intensa vigilância 
nas horas subsequentes até condição de 
alta para o quarto. 
Nas primeiras horas após o procedimento, 
alguns pacientes sentem dor leve a mo-
derada inerentes ao trauma cirúrgico que 
após medicações e evolução do tempo de 
repouso se resolvem, dando uma ótima 
qualidade no pós-operatório para que o 
paciente sente, vá ao banheiro, ande ativa-
mente com ajuda do familiar e inicie a “fase 
dos copinhos” no dia seguinte.
Fique tranquilo, durante todo o tempo 
você será auxiliado por pessoas (grupo de 
enfermagem, nutrição, fisioterapia e médi-
cos plantonistas) que dedicam suas vidas 
para cuidar bem de outras pessoas. Todos 
estarão trabalhando com muita seriedade 
e comprometimento para o seu bem estar 
e para sua segurança.
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 34ÍNDICE
Os primeiros dias 
após a cirurgia.
10
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 35ÍNDICE
10
Após realizada a cirurgia o paciente perma-
nece na sala de recuperação anestésica até 
que esteja bem acordado e possa retornar 
ao leito. 
Recomenda-se que o paciente use meia 
elástica de média compressão para preven-
ção de trombose venosa profunda. Pode 
haver dor abdominal de leve a moderada e 
náuseas após a cirurgia, o que é facilmente 
controlado com medicamentos habitual-
mente prescritos. No dia seguinte à cirur-
gia inicia-se a dieta (fase dos copinhos), que 
será líquida, coada e com volume restrito 
(média de 30-50 ml a cada 20-30 minutos). 
A alta hospitalar geralmente ocorre no se-
gundo dia após o procedimento, desde que 
não ocorram complicações.
No quarto, algumas horas após a 
cirurgia, o paciente é estimulado 
a deambular e a iniciar a fisiote-
rapia motora e respiratória (com 
auxílio do RESPIRON). 
A dieta deverá ser líquida e coada na primei-
ra semana, com volume reduzido e então, 
após este período, poderá haver progres-
são, sempre de acordo com as orientações 
do profissional nutricionista. O paciente 
geralmente deverá retornar ao consultó-
rio do cirurgião para acompanhamento 
pós-operatório programado aos 15, 30, 90 
dias além de a cada 3 meses até final do pri-
meiro ano ou conforme necessidade para 
casos específicos. Além disso, deverão ser 
agendadas previamente as consultas com 
os profissionais da equipe multidisciplinar 
(em especial nutricionista e psicólogo) para 
acompanhamento de exames e progressão 
da dieta alimentar.Em casa, recomenda-se que o pa-
ciente use a meia elástica por 15 
a 30 dias, conforme orientado 
no momento da alta hospitalar. 
As medicações prescritas para 
uso domiciliar geralmente são: 
analgésicos, anti-inflamatórios, 
protetor gástrico e heparina de 
baixo peso para prevenção de 
trombose venosa. (o anticoagu-
lante será aplicado numa prega 
cutânea - barriga, braço ou coxa 
- num horário já estabelecido no 
hospital de 7-14 dias a depender 
do caso)
Nos primeiros 30 dias que suce-
dem à cirurgia, deve-se dar pre-
ferência para medicamentos lí-
quidos. Comprimidos devem ser 
macerados e cápsulas abertas, 
ingerindo-se apenas o seu conte-
údo interno (pó ou grânulos). 
A ingestão de comprimidos ou cápsulas 
deve ser evitada pelo elevado risco de im-
pactação no estômago ou na anastomose 
gastrojejunal, podendo levar a úlceras ou 
outras complicações locais. 
IMPORTANTE!
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 36ÍNDICE
Dieta antes 
e após a cirurgia.
11
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 37ÍNDICE11
O controle dietético é algo fundamental 
para o tratamento da obesidade. No perío-
do que antecede a cirurgia, recomenda-se 
que o paciente faça uma restrição de ali-
mentos hipercalóricos buscando alcançar 
algum grau de perda ponderal e de redução 
na esteatose hepática. Estes objetivos não 
só refletem o comprometimento do pa-
ciente com o tratamento de sua obesidade, 
como também trazem segurança adicional 
ao procedimento. Nos 3 a 5 dias anteriores 
ao procedimento cirúrgico, recomenda-se 
uma dieta líquida bastante restrita buscan-
do máximo de redução da esteatose e, por 
conseguinte, do volume hepático. É óbvio, 
portanto, que as farras alimentares (famo-
sas despedidas) que antecedem à cirurgia 
são contraindicadas, pois contradizem o 
que explicamos anteriormente. 
No período pós-operatório, a dieta geral-
mente é reintroduzida pela equipe médica 
no dia seguinte ao procedimento. Reco-
menda-se uma dieta hídrica no primeiro 
dia (água, chás, gelatinas, água de coco, 
Gatorade...) a um volume de 30 a 50 mL a 
cada 30 minutos. Havendo boa aceitação, é 
recomendada uma dieta líquida coada por 
5 a 7 dias. Depois destes primeiros dias, se-
gue um período de cerca de uma semana a 
mais de dieta líquida não coada, no mesmo 
volume. Apenas após este período de cerca 
de 2 semanas, a dieta será progredida con-
forme protocolo do serviço e orientação da 
nutricionista responsável, geralmente para 
pastosa e, enfim, alimentos de consistência 
normal. O uso de açúcar deve ser evitado 
nos primeiros 6 meses, sendo recomendá-
vel o uso de adoçantes de baixo teor caló-
rico ou consumo de alimentos “in natura” 
neste período. É fundamental o acompa-
nhamento nutricional com um profissional 
experiente em cirurgia bariátrica pois se-
rão recomendadas quantidades específicas 
para estes pacientes de macro e micro nu-
trientes como proteínas, carboidratos e al-
guns alimentos além de orientações sobre 
conduta alimentar inerente ao caso.
Importante frisarmos novamen-
te o papel fundamental do nutri-
cionista neste processo (sugeri-
mos reler o capítulo 5). Além da 
montagem do cardápio periope-
ratório, o papel deste profissio-
nal é imprescindível na reeduca-
ção alimentar. 
Orientações que vão desde a escolha dos 
alimentos, formas de preparo, periodicida-
de, tempo de cada refeição, qualidade da 
mastigação e modo adequado de consumo 
são fundamentais na perda ponderal e na 
prevenção da recidiva da obesidade. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 38ÍNDICE
Atividade física após a 
cirurgia. Quando e como 
fazer?
12
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 39ÍNDICE
Atividade física após a 
cirurgia. Quando e como 
fazer?
Conforme já foi salientado neste texto, a 
manutenção da perda de peso a médio e 
longo prazos depende não apenas da cirur-
gia, mas também de outros fatores, como a 
reeducação alimentar e a prática regular de 
atividade física. Antes da cirurgia, devido 
ao peso elevado e risco de lesões osteoar-
ticulares, recomenda-se a prática de exer-
cícios leves ou moderados, sob adequada 
supervisão. 
Além de facilitar a perda ponderal anterior 
à cirurgia, este hábito melhora a perfor-
mance cardiopulmonar e facilita a retoma-
da de exercícios após a cirurgia. Ou seja, a 
atividade física pré-operatória ajuda a me-
lhorar o resultado pós-operatório e a dimi-
nuir os riscos da cirurgia.
Após a cirurgia bariátrica, recomenda-se 
que já no primeiro dia o paciente inicie ca-
minhadas leves e curtas dentro do próprio 
quarto ou no corredor do hospital, evitando 
ficar longos períodos parado. Nesta fase, o 
objetivo é a melhora circulatória nos mem-
bros inferiores, com consequente redução 
do risco de trombose venosa profunda. 
Após 15 dias, já no conforto de seu lar, deve 
acrescentar caminhadas leves de cerca de 
20 a 30 minutos uma ou duas vezes ao dia. 
Após 30 dias do procedimento caminhadas 
mais intensas são estimuladas e passados 
60 dias da cirurgia todas as modalidades de 
atividade física já são liberadas, inclusive 
musculação e levantamento de peso. 
É de extrema importância que o paciente 
seja assessorado por um profissional edu-
cador físico, com formação adequada e ca-
pacidade técnica para montar uma rotina 
de atividades personalizada para cada pa-
ciente. A perda ponderal leva a mudanças 
posturais dos pacientes que, se não forem 
devidamente diagnosticadas e corrigidas, 
podem precipitar lesões graves durante as 
atividades. 
A correção postural é frequentemente ne-
cessária e parte integrante do processo 
nesta fase.
“Éde extrema importância 
que o paciente seja assessora-
do por um profissional edu-
cador físico, com formação 
adequada e capacidade técnica 
para montar uma rotina de 
atividades personalizada para 
cada paciente.”
 Adorísio Bonadiman 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 40ÍNDICE
“Quanto peso irei perder 
e em quanto tempo?”
13
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 41ÍNDICE
“Quanto peso irei perder 
e em quanto tempo?”
Esta é uma pergunta recorrente no con-
sultório e vale ressaltar que estar bem in-
formado das possibilidades reais de perda 
de peso relacionadas ao tempo de cirur-
gia e ainda as particularidades que podem 
ocorrer de pessoa para pessoa, irá reduzir 
a ansiedade do paciente que não deverá em 
momento algum usar comparações ou criar 
expectativas irreais ou apressadas sobre a 
perda do excesso de peso.
Apesar do valor variar entre os diversos es-
tudiosos do assunto, uma perda ponderal 
superior a 50% do excesso de peso corpo-
ral já representa um bom resultado para o 
tratamento cirúrgico, embora este número 
seja frequentemente superior a 60%. En-
tretanto, o total de peso perdido irá variar 
de acordo com diversos fatores, como a 
técnica cirúrgica empregada e as caracte-
rísticas individuais de cada paciente. 
Após um bypass, por exemplo, espera-se 
uma perda em torno de 75% do excesso 
de peso ou 35% do peso total do indivíduo, 
variando de 30 a 40% de acordo com as 
características constitucionais e compor-
tamentais de cada um. Por outro lado, após 
um Sleeve gástrico, a perda será entre 25 
e 30% do peso total ou 60 a 65% do exces-
so de peso corporal. Lembramos que estas 
duas técnicas somadas representam mais 
de 90% das cirurgias bariátricas realizadas 
no Brasil.
O período de maior velocidade na perda 
ponderal é representado pelos 6 primeiros 
meses, o que pode ser acelerado por dietas 
bastantes restritivas e pela prática de ativi-
dades físicas. Geralmente a velocidade de 
perda de peso ocorre da seguinte maneira, 
considerando-se uma cirurgia de bypass 
gástrico:
• 1a semana: cerca de 1 kg/dia;
• 1o mês: 8 a 12% do peso corpo-
ral total;
• 2o mês: cerca de 6% do peso cor-
poral total;
• 3o mês: cerca de 4% do peso cor-
poral total;
• 4o ao 12o mês: cerca de 15 a 20% 
do peso corporal total;
• Em geral a perda de peso após 
o primeiro ano é bastante reduzi-
da, tendendo à estabilidade entre 
18 e 24 meses.
Vale ressaltar, entretanto, que tanto a ve-
locidade quanto a perda total de peso esta-
rão intimamente ligadas às características 
biológicas e comportamentais de cada indi-
víduo. Naturalmente, para indivíduos que 
seguem uma dieta menos calórica e prati-
cam atividade física regular sob adequada 
supervisão, espera-se uma perda de peso 
maior em relação àqueles pacientes que 
optam por um estilo de vida mais liberal. 
Além disso, os cálculos relacionados a per-
da de peso devem sempre ser feitos sobre o 
excesso de peso e perfil da obesidade, que 
varia de pessoa para pessoa.SE LIGA!
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 42ÍNDICE
Principais complicações 
da Cirurgia Bariátrica.
14
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 43ÍNDICE14
Conforme dissemos, a Cirurgia Bariátrica 
é um tratamento eficaz e seguro no trata-
mento da obesidade. Entretanto, por mais 
segura que seja e por mais experiente que 
possa ser a equipe assistente, riscos sem-
pre existirão. Todas as medidas necessárias 
são tomadas com o objetivo de se minimi-
zar estes riscos. Abaixo listaremos as prin-
cipais complicações da cirurgia bariátrica e 
as eventuais medidas que podem ser toma-
das para reduzir o seu risco.
1. Trombose Venosa Profunda (TVP) 
e Tromboembolismo Pulmonar (TEP): 
A Trombose Venosa Profunda (TVP) refe-
re-se à formação de coágulos no interior 
dos vasos sanguíneos, especialmente nas 
pernas e coxas. É uma situação cujo risco 
se eleva em pacientes submetidos a cirur-
gias de grande porte, especialmente com 
longos períodos de imobilização. Além dis-
so, fatores como tabagismo, doença veno-
sa pré-existente (como varizes), história 
pessoal de doenças oncológicas e quimio-
terapias ou de trombofilias, uso de deter-
minados medicamentos (como anticoncep-
cionais orais) e a própria obesidade, entre 
outros, aumentam o risco de sua ocorrên-
cia. O grande risco inerente à TVP é a pos-
sibilidade de Tromboembolismo Pulmonar 
(TEP) que ela gera, ou seja, a possibilidade 
de um trombo se deslocar, seguir pela cor-
rente sanguínea e, ao chegar aos pulmões, 
impactar e dificultar a passagem do sangue, 
comprometendo a sua oxigenação, causan-
do repercussões hemodinâmicas graves e 
potencialmente fatais ao paciente. O óbito 
após a cirurgia bariátrica é bastante raro 
(0,04% segundo literatura mundial), quan-
do ocorre na primeira semana após a cirur-
gia, a principal causa é a ocorrência de TEP 
grave.
Cientes da frequência e da potencial gravi-
dade da TVP/TEP, no período perioperató-
rio da cirurgia bariátrica, medidas preven-
tivas são uma preocupação constante nas 
equipes. As principais são:
 Suspensão de medicamentos de 
efeito pró-trombóticos, como os anticon-
cepcionais orais por pelo menos 30 dias an-
teriores à cirurgia;
 Prática regular de atividades físicas 
leves nos dias anteriores à cirurgia;
 Uso de botas pneumáticas de com-
pressão intermitente durante a cirurgia;
 Uso de meias elásticas durante os 15 
a 30 dias seguintes à cirurgia;
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 44ÍNDICE
 Estímulo à fisioterapia e à deambula-
ção precoce após a cirurgia, já nas primei-
ras 6 horas se possível;
 Evitar longos períodos parado no lei-
to;
 Uso de medicamentos, como as he-
parinas de baixo peso molecular, nos dias 
seguintes à cirurgia (7 a 14 dias).
2. Fístulas Digestivas: 
São relativamente raras atualmente, mas 
seguem sendo as complicações mais temi-
das após a cirurgia bariátrica. Trata-se da 
ocorrência de pequenos defeitos nas linhas 
de grampeamento ou nas anastomoses re-
alizadas nas cirurgias. Através delas, con-
teúdos que deveriam permanecer na luz 
do trato digestivo podem extravasar para 
cavidade abdominal ou torácica, trazendo 
graves prejuízos e potencial risco à vida do 
paciente. 
Com a melhora na qualidade dos materiais 
e com o constante aprimoramento nas téc-
nicas cirúrgicas, a incidência desta grave 
complicação tornou-se bastante incomum, 
mas não desprezível. As principais medidas 
para minimizar o risco de sua ocorrência 
são: 
 Perda de peso pré-operatória, o que 
facilita e torna mais ágil o procedimento ci-
rúrgico, reduzindo os riscos associados;
 Uso de materiais de boa qualidade, 
como grampeadores, fios cirúrgicos e ma-
teriais de videolaparoscopia;
 Técnica cirúrgica adequada;
 Realização de testes intra-operató-
rios para flagrar pequenos defeitos nas li-
nhas de grampo e anastomoses, como teste 
do azul de metileno por exemplo;
 Uso de drenos em casos seleciona-
dos. Vale ressaltar que o uso de drenos não 
reduz a ocorrência de fístulas, mas pode fa-
cilitar o diagnóstico e tratamento iniciais.
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 45ÍNDICE
3. Sangramentos: 
Hemorragias durante e após a cirurgia po-
dem ocorrer. Na maioria das vezes, são san-
gramentos leves que não trazem prejuízo 
maior ao paciente. Entretanto, em algumas 
situações, sangramentos vultosos podem 
acontecer, necessitando inclusive de he-
motransfusões. As principais causas são:
• Lesões acidentais do baço ou fígado du-
rante a cirurgia;
• Lesões de vasos perigástricos;
• Úlceras gástricas ou de anastomose após 
a cirurgia;
• Sangramentos da parede abdominal
As principais medidas para redução do ris-
co de sangramento são:
• Técnica cirúrgica e materiais cirúrgicos 
adequados;
• Perda de peso pré-operatória, com o in-
tuito de se reduzir a esteatose hepática 
e, por conseguinte, o volume do fígado; 
• Uso de medicamentos para prevenção 
de úlceras, como os inibidores da bomba 
São mais comuns após cirurgias que envol-
vam tanto o estômago quanto o intestino, 
com o bypass gástrico, devidoà presença 
de brechas que podem permanecer e fa-
vorecer as herniações. Também podem 
ocorrer após o Sleeve, sendo neste caso 
associadas a formação de aderências in-
tra-abdominais. Para prevenção, cuidados 
técnicos intra-operatórios adequados, com 
fechamento dos espaços entre as alças que 
possam favorecer rotações, são recomen-
dados.
de prótons (Omeprazol, Pantoprazol, Eso-
meprazol, Lansoprazol, Dexilansoprazol ou 
Rabeprazol).
4. Hérnia Internas: 
As chamadas hérnias internas (popular-
mente “nós no intestino”) são rotações nas 
alças intestinais, que podem ser observa-
das após realização de qualquer cirurgia 
no abdômen, e levam à dor recorrente ou à 
obstrução intestinal. 
Complicações em qualquer 
cirurgia são possíveis mas 
devido a criteriosa preparação 
da cirurgia bariátrica esses 
riscos atualmente são 
controlados e baixos. 
Dr. Walter Feitosa
Hérnia interna após cirurgia de bypass gástrico 
(Fonte SBCBM)
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 46ÍNDICE
5. Deficiências Nutricionais e Desnu-
trição Proteico-calórica: 
A desnutrição proteico-calórica grave é 
rara após a cirurgia bariátrica e, quando 
acontece, geralmente é observada após 
cirurgias de derivação biliopancreática ou 
está associada a problemas técnicos na ci-
rurgia de bypass, como desvios excessiva-
mente longos no intestino. Já deficiências 
nutricionais são comuns e representam 
um lado negativo esperado da cirurgia. Isso 
acontece porque as alterações no trânsito 
alimentar, propositalmente confecciona-
das na cirurgia, trazem prejuízo na absor-
ção de nutrientes. Se por um lado esta di-
ficuldade absortiva é importante na perda 
e no controle ponderal, por outro lado po-
dem trazer deficiências nutricionais impor-
tantes, como de vitaminas B12, ácido fólico 
e ferro, necessitando de constante reposi-
ção pós-operatória. As principais medidas 
preventivas são:
 Adequado acompanhamento nutri-
cional após a cirurgia;
 Reposição profilática de vitaminas e 
sulfato ferroso;
 Realização de exames periódicos e 
correção de eventuais deficiências obser-
vadas;
 Uso de técnicas cirúrgicas já consa-
gradas, com baixo potencial de desnutrição 
grave associada.
Outras complicações (como hematoma 
/ infecção das feridas operatórias, pneu-
monia por atelectasias e úlceras gástricas) 
também podem ocorrer e devem ser dis-
cutidas com a equipe responsável pelo tra-
tamento. Importante ressaltar que, apesar 
do risco de complicações, o custo-benefício 
da cirurgia bariátrica bem indicada e bem 
conduzida é extremamente favorável, su-
plantando os riscos indicados pela baixíssi-
ma incidência dessas complicações. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 47ÍNDICE
Cuidados estéticos e cirurgia 
plástica reparadora após 
Cirurgia Bariátrica.
15
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 48ÍNDICE
Inicialmente é preciso dizer que associar 
grandes perdas de peso a uma melhora es-
tética imediata é um equívoco. A ausência 
do conteúdo gorduroso e perda proteica 
inicial poderá se associar a um excesso de 
pele, queda de cabelo e alterações na qua-
lidade das unhas e da pele que, por vezes, 
pode deixar o paciente desapontado nos 
meses iniciais (em especial no período de 
6 a 8 meses). Isso pode ser particularmen-
te observado em face, braços, abdômen e 
seios, levando os pacientes a desejarem 
cirurgias corretivas. Neste fase, uma suple-
mentação de proteína, vitaminas e subs-
tâncias como colágeno pode melhorar a 
qualidade e vitalidade da pele. 
A cirurgia bariátrica é um procedimento 
que visa reestabelecer a saúde e melhorar 
a qualidade de vida do paciente, uma vez 
que a obesidade, como já dito anteriormen-
te, está associada a diversas doenças (como 
diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, 
apneia do sono e problemas articulares) e a 
importantes limitações físicas. Entretanto, 
a preocupação estética é recorrente entre 
os pacientes, por isso discutiremos breve-
mente aqui.
Vale lembrar, todavia, que a per-
da de peso, apesar de mais intensa 
nos primeiros 6 meses, irá perdurar 
por cerca de 18 a 24 meses após a 
cirurgia. Por isso, qualquer proce-
dimento cirúrgico com finalidade 
estética corretiva deve ser realiza-
do após este período, já com peso 
estabilizado. 
Cirurgias realizadas antes que o peso se 
estabilize podem apresentar prejuízo es-
tético após alguns meses, devido as novas 
mudanças na massa corporal. Lembre-se: a 
cirurgia bariátrica é primordialmente para 
cuidar da saúde. O ganho estético acontece, 
não é imediato e, por isso, requer paciência 
por parte do paciente para se submeter a 
cirurgias corretivas e procedimentos esté-
ticos não-cirúrgicos no melhor momento 
e por médico especialista, como cirurgião 
plástico e dermatologista, proporcionando 
melhores resultados. 16
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 49ÍNDICE
Quem fez Cirurgia 
Bariátrica pode voltar 
a engordar?
16
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 50ÍNDICE
A cirurgia bariátrica, apesar de ser uma 
ferramenta importantíssima no controle 
do excesso de peso, não representa um tra-
tamento “isolado e definitivo’ no controle 
desta complexa entidade que é a obesida-
de. É sim a principal peça de uma complexa 
estrutura composta, além do cirurgião ba-
riátrico, por todos os membros da equipe 
multidisciplinar e pelo paciente que, devi-
damente ciente de todo o processo de tra-
tamento, deve atuar ativamente em cada 
uma das etapas. 
O insucesso no tratamento cirúrgico da 
obesidade, caracterizado pelo reganho de 
mais de 50% do peso perdido, pode ocorrer 
por diversos motivos, como falhas técni-
cas da cirurgia ou doenças de base do pa-
ciente que favoreçam o reganho de peso. 
Mas o fator mais importante na falha do 
tratamento, sem dúvida, é a baixa partici-
pação do paciente no processo. É preciso 
que se entenda que a cirurgia é, de fato, 
apenas uma parte de um processo mais 
amplo. Após a bariátrica, é necessário man-
ter uma dieta saudável, balanceada, com 
consumo elevado de vegetais e proteínas 
e menor ingesta de carboidratos e açúca-
res. O acompanhamento com profissional 
nutricionista é indispensável. Além disso, 
a prática regular de atividades físicas é de 
mister importância na prevenção da reci-
diva da obesidade. Após um período médio 
de 5 anos, se não houver um adequado en-
gajamento do paciente, independente da 
técnica cirúrgica realizada, há uma chance 
não desprezível de reganho de peso. A ci-
rurgia proporcionará ao paciente operado 
uma perda ponderal que outros tratamen-
tos dificilmente poderão oferecer. Mas a 
manutenção, a longo prazo, desta perda de 
peso dependerá bem mais do paciente e de 
suas mudanças de hábito, do que do proce-
dimento cirúrgico em si.
“E o paciente operado que apresentou 
reganho de peso poderá ser operado 
novamente?” 
A resposta é “depende”. Para se indicar uma 
nova cirurgia bariátrica (chamada cirurgia 
revisional) para um paciente já operado e 
que apresentou recidiva da obesidade, di-
versos fatores deverão ser considerados, 
sendo os principais:
Técnica utilizada na primeira cirurgia. 
Por exemplo, caso um paciente que tenha 
se submetido a uma cirurgia de Sleeve 
apresente reganho de peso, ele poderá ser 
submetido a uma cirurgia revisional e a sua 
cirurgia transformada em um bypass, com 
perda adicional de peso. Por outro lado, 
para um paciente que já realizou um bypass 
ou uma derivação biliopancreática e teve 
reganho de peso, o tratamento cirúrgico 
da recidiva deverá ser avaliado com maior 
cautela, pois provavelmente não trará be-
nefícios.
O reganho de peso pode acon-
tecer quando a técnica cirúr-
gica foi mal indicada ou mal 
executada. Mas ela ocorre 
principalmente pela baixa ade-
são do paciente ao seguimento 
multidisciplinar pós-operató-
rio.
Dr. Adorísio Bonadiman 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 51ÍNDICE
Presença de problemas na cirurgia 
inicial que possam ser corrigidos por 
novo ato cirúrgico. Caso o paciente apre-
sente alças excessivamente curtas ou fístu-
las no pouch gástrico eo estômago excluso 
após um bypass, por exemplo, poderá haver 
benefício em um tratamento cirúrgico. 
Importante ressaltar, entretanto, que o 
tratamento da recidiva da obesidade após 
uma cirurgia inicial não é primordialmen-
te cirúrgico. A cirurgia nesta situação fre-
quentemente traz ganhos frustrantes em 
termos de perda de peso. 
Ressalto novamente o que disse em opor-
tunidades anteriores: “o seu tratamento 
da obesidade deve ser encarado como uma 
maratona, em alguns casos como uma pro-
va de Ironman, nunca como uma corrida de 
100 metros rasos”. A cirurgia não deve ser 
encarada como um caminho mais fácil, mas 
sim como parte importante de um longo ca-
minho a seguir.
Converse muito com seu cirurgião e, estan-
do seguro de suas escolhas, encare a cirur-
gia como uma excelente ferramenta no au-
xílio do tratamento da obesidade, esta vilã 
que pode roubar importantes momentos 
de sua valiosa vida.
Outros fatores como doenças de 
base, baixa prática de atividade 
física e, principalmente, hábitos 
alimentares inadequados são mais 
relevantes e devem ser corrigidos. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 52ÍNDICE
Autoestima
e Sexualidade.
17
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 53ÍNDICE
A obesidade como doença crônica e infla-
matória interfere também no eixo hormo-
nal tanto de homens como de mulheres, 
causando transtornos no âmbito da sexua-
lidade e autoestima. Muitos são os fatores 
que podem levar a essas alterações como 
distúrbio da autoimagem, vergonha com 
o corpo atual, ansiedade e depressão, que 
levam a mentalização de culpa e fracasso 
quanto ao desempenho sexual. Além de fa-
tores orgânicos que a obesidade interfere, 
em especial, nos hormônios que dão a libi-
do sexual.
Nossa equipe médica e multidisciplinar fi-
cam atentas a essas demandas tanto no 
pré-operatório com avaliações periódicas 
do psicólogo e, quando necessário, da gi-
necologista (sexóloga) e urologista, como 
também após a cirurgia bariátrica por sa-
ber que existem mudanças e benefícios en-
volvidos. Essas alterações positivas com o 
emagrecimento e resolução/controle das 
doenças associadas são:
Melhora do condicionamento físico e 
da resistência sexual.
Menor vergonha do corpo (aceitação 
da sua nova autoimagem).
Menor medo de falhar no ato sexual.
Menor desconforto ou dores na ato se-
xual.
 
Diminuição da disfunção erétil. 
 
Aumento do apetite sexual.
Aumento da quantidade e qualidade 
das relações sexuais por melhor vida 
social e/ou relação do casal.
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 54ÍNDICE
Contracepção 
e Gestação.
18
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 55ÍNDICE
Naturalmente, a paciente que irá se subme-
ter a uma cirurgia bariátrica não deve estar 
grávida pelo alto risco de complicações que 
a cirurgia em si ou que a anestesia acarreta 
ao feto (abortamento, sangramentos, en-
tre outros). Todas as pacientes que vão se 
submeter a esta modalidade de tratamento 
devem fazer uma avalição com o ginecolo-
gista para que, durante este processo cirúr-
gico associado a perda de peso importante, 
a paciente busque meios de não engravi-
dar. É necessário que se indique um méto-
do contraceptivo efetivo para mulheres em 
idade fértil, sendo muito recomendados os 
métodos injetáveis ou colocação de Dispo-
sitivo Intrauterino (DIU). Métodos como 
uso de preservativo e tabelinha não são in-
dicados pelo alto índice de falhas. O uso de 
anticoncepcionais orais deve ser avaliado 
caso a caso pois, a depender do procedi-
mento cirúrgico realizado, a absorção pode 
ser alterada no pós-operatório e sua eficá-
cia comprometida. 
Uma gestação durante o período de per-
da ponderal intensa pode ser catastrófica, 
com danos irreparáveis à saúde materna e 
fetal. A restrição alimentar e perda de peso 
materna acentuada podem trazer compli-
cações como restrição ao crescimento fe-
tal, malformações e demência. 
Ressalta-se ainda que, independente do 
momento da gestação, o acompanhamento 
por profissional gineco-obstetra é impera-
tivo para reduzir o risco de complicações 
como atrasos no desenvolvimento fetal, 
partos prematuros, pré-eclâmpsia e dia-
betes gestacional, entre outras, associadas 
ou não ao procedimento bariátrico prévio. 
Lembre-se: gestação deve ser planejada e 
devidamente acompanhada por profissio-
nais competentes para que corra na mais 
perfeita ordem e segurança, tanto para a 
mãe quanto para o feto.
A orientação geral é que apenas 
após pelo menos 18 meses da re-
alização da cirurgia bariátrica, 
com peso estável e com as doen-
ças associadas resolvidas ou con-
troladas, as pacientes devam ten-
tar engravidar. 
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 56ÍNDICE
Mitos e Verdades
em Cirurgia Bariátrica
19
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 57ÍNDICE
1. Cirurgia bariátrica leva à dependência 
alcoólica.
2. Cirurgia bariátrica leva à queda de ca-
belo.
3. Após 1 ano de cirurgia, os pacientes vol-
tam a engordar.
4. Obesidade aumenta o risco de câncer.
5. Quem faz cirurgia bariátrica não con-
segue se alimentar direito e têm vômito e 
entalo com frequência.
6. Ficarei com flacidez após a cirurgia.
Pacientes portadores de obesidade que 
são submetidos ao tratamento cirúrgico 
seguindo critérios adequados de indicação 
e seguimento pré e pós-operatório adequa-
do por equipe multidisciplinar raramente 
apresentam este tipo de problema. No en-
tanto, para pacientes que já apresentam 
tendência ao consumo exagerado de bebi-
da alcoólica, após a cirurgia, com as limita-
ções alimentares oriundas do método ci-
rúrgico empregado, pode haver uma troca 
de compulsão e o uso abusivo do álcool se 
tornar um problema recorrente.
Certamente você já ouviu um monte de 
informação, positivas e negativas, sobre a 
cirurgia bariátrica. De forma bem objetiva, 
elencamos a seguir alguns mitos e algumas 
verdades sobre o tema. Veja:
tanto, com algumas medidas clínicas, como 
reposição de vitaminas, oligoelementos e 
colágeno, este efeito pode ser bastante re-
duzido. Um acompanhamento com profis-
sional nutricionista e dermatologista ajuda 
muito. E o mais importante: esta queda não 
é definitiva. Fique tranquilo.
Durante o período inicial, geralmente do 
terceiro ao oitavo mês após a cirurgia, pode 
haver queda acentuada de cabelo. No en-
A maioria dos pacientes adequadamente 
selecionados e submetidos a técnicas cirúr-
gicas consolidadas para tratamento da obe-
sidade apresentam manutenção da perda 
de peso após vários anos da cirurgia. A mé-
dio e longo prazos, a cirurgia bariátrica é o 
tratamento mais efetivo para tratamento 
da obesidade.
Diversos estudos têm demonstrado que 
a obesidade representa um fator de risco 
para muitas outras doenças graves, entre 
elas, diversos tipos de câncer em diferen-
tes órgãos, como esôfago, estômago, intes-
tinos, pâncreas, vesícula biliar, fígado, rins, 
mamas ovários, endométrio e tireoide en-
tre outros. Por outro lado, a perda de peso 
leva a uma redução significativa deste risco, 
confirmando a importância do tratamento 
efetivo da obesidade.
Na maioria das vezes, os sintomas de vômi-
to e entalo são oriundos de erros alimenta-
res pós-operatórios, como o hábito de co-
mer rápido e mastigar pouco os alimentos. 
Pacientes que façam acompanhamento nu-
tricional adequado pré e pós-operatório ra-
ramente apresentam alguma destas quei-
xas.
A perda ponderal significativa e rápida 
pode levar a uma flacidez especialmente 
de braços, seios, face e abdômen. Entretan-
to, algumas medidas como reposição ade-
quada de colágeno e vitaminas e a prática 
adequada de atividade física podem ajudar 
a contornar este problema. Para aquelas 
áreas com sobras de pele, após estabilizado 
o peso, pode ser indicada cirurgia plástica 
reparadora.
MITO
EM TERMOS
EM TERMOS
MITO
MITO
VERDADE
Cirurgia Bariátrica: Transformando vidas. 58ÍNDICE
7. A Covid-19 é mais grave em pacientes 
obesos.
8. Quem faz cirurgia bariátrica pode ter 
pedra na vesícula.
9. O acompanhamento com nutricionista e 
psicólogo é opcional após

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