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resumo Guerra do paraguai

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Mato Grosso: uma província na Guerra do Paraguai – 1864-1870.
Razões da Guerra
As razões da Guerra é tema de difícil consenso nas diversas correntes historiográficas. Porém, há uma que todas parecem concordar, qual seja, as relacionadas à intervenção do Brasil em território uruguaio nos conflitos de fronteira que envolveram estancieiros brasileiros e o governo Blanco daquele país. 
Os conflitos entre os estancieiros gaúchos e as autoridades uruguais já vinham de longe. Os fazendeiros gaúchos, proprietários de terras no Brasil e no Uruguai, não estavam satisfeitos com o governo Blanco, sob a direção de Aguirre. Suas principais queixas: queriam que o governo daquele país coibisse a fuga de cativos do Rio Grande do Sul para o Uruguai e providenciasse sua devolução; sentiam-se prejudicados diante da impossibilidade de romperem a fronteira e aumentarem suas terras no território vizinho; de transportarem liveremente seu gado e trabalhadores escravizados através dos dois lados da fronteira. Por isso, os criadores gaúchos pressionavam o governo imperial para que esse usasse sua influência militar e diplomática para assegurar seus interesses na região.
Conforme assenta, Vitor Izecksohn, o Rio Grande do sul era uma província estratégica para as intervenções do Império no Prata, por sua proximidade com aqueles países e também pelo fornecimento de boa parte das forças que normalmente sustentavam as ações militares na região. Desta forma, para o poder central do Império, preservar a lealdade da elite gaúcha havia se constituído num dos grandes desafios após o encerramento da “Revolução Farroupilha”.
	Mas esse confronto não foi apenas um ato isolado; assim como outros conflitos na região platina, esse fato estava relacionado com o processo de construção dos estados nacionais da citada região, onde o Uruguai foi espaço geográfico cobiçadíssimo tanto pelo império brasileiro, como pelas ex-colônias ibéricas. 
O Império brasileiro tinha a pretensão de estender seu domínio até as margens do Rio da Prata. Porém, amargou a derrota quando teve que aceitar a independência da província Cisplatina, que deu origem à república do Uruguai. No entanto, os representantes do Império brasileiro, não abandonaram a ambição de ser força hegemônica na região e impedir a formação de um poderoso Estado platino que viesse a unificar o antigo Vice-Reino do Prata. De acordo com Ricardo Salles, o governo imperial visava abrir a bacia do Prata à livre navegação, favorecendo a comunicação com as províncias do Centro-Oeste, Mato Grosso e Goiás.
A reiterada posição intervencionista do governo brasileiro em relação ao Uruguai, acabou resultando no bloqueio do porto de Montevidéu e no apoio declarado à rebelião encabeçada pelo caudilho Colorado Flores, benevolente com os interesses dos estancieiros gaúchos e também merecedor da confiança do governo de Buenos Aires. 
Segundo Izecksohn , em resposta o governo paraguaio entregou um ultimato ao governo brasileiro, em agosto de 1864, no qual declarava que qualquer ocupação do território uruguaio por tropas brasileiras seria considerada uma violação do principio do “equilibrio entre os Estados” na região do Rio da Prata, uma questão de fundamental interesse para o Paraguai, já que traduzia a garantia de paz e de segurança na área. 
Com o desembarque de tropas brasileiras em Montevidéu e o apresamento do navio mercante Marquês de Olinda em Assunção, os acontecimentos se precipitaram rápido para uma guerra de grandes proporções entre os Estados da região.
A Guerra começou em novembro de 1864. O governante paraguaio Francisco Solano López ordenou o aprisionamento do vapor brasileiro Marquês de Olinda que navegava pelo rio Paraguai rumo à província de Mato Grosso, o que simbolicamente significou o início de uma guerra entre o país guarani e o império brasileiro: a Guerra do Paraguai. 
Em dezembro do mesmo ano, Solano López ocupou a então desprotegida província de Mato Grosso; uma expedição fluvial paraguaia desembarcou em Coimbra, dando início à invasão. No início de 1865, Lopez pediu autorização à Argentina para que suas tropas pudessem atravessar seu território e alcançarem o Uruguai. Diante da negativa de Mitre – que apoiava a intervenção brasileira contra os blancos uruguaios – Lopez ocupou a província fronteiriça de Corrientes.
Em 1º de maio de 1865, os governos de Brasil, Argentina e do Uruguai (governado por Flores), assinaram o Tratado da Tríplice Aliança, sacramentando um acordo militar, político e diplomático “inédito entre os dois tradicionais adversários -Brasil e Argentina”. (Izecksohn, 2002:33).
Izecksohn classifica o conflito em duas fases distintas; a ofensiva de Lopez dividida nas campanhas de Mato Grosso de 1864 -1867 e Corrientes de 1864 -1865 e a contra-ofensiva da Tríplice Aliança dividida nas campanhas de Humaitá (1866-1868), Pikissiry (1868) e Cordilheiras (1869-1870).
Em outubro de 1865, o então presidente da província do Mato Grosso, Augusto Leverger fala sobre a invasão do Mato Grosso, onde a mobilização de um efetivo militar foi feito de improviso, diante do pavor da população:
 No meio do susto das famílias, algumas das quais retiraram-se espavoridas, vistes pegar em armas o 1º Batalhão da Guarda Nacional, única força que aqui existia improvisar-se hum Batalhão de Voluntários, e até os militares que se achavam presos, pedir armamento para coadjuvar a defesa da cidade. Ao chamado do Governo, e ainda espontaneamente não tardarão em reunir-se à mencionada força os 2º e 3º Batalhões da Guarda Nacional, compostos de habitantes da vizinhas Frequezias, e posteriormente o 4º Batalhão pertencente aos Municípios do Diamantino e do Rosário. (Relatório do presidente da província).
 Como já registrado, em dezembro de 1864, os paraguaios invadiram a Província de Mato Grosso, organizados a partir de duas expedições. Via fluvial, sob o comando do coronel Barrios atacou o Forte Coimbra; os militares brasileiros do forte, comandados pelo tenente-coronel Porto Carrero, após serem derrotados abandonaram a fortaleza e seguiram em direção à Corumbá. Depois de ocupar o forte já vazio, em janeiro de 1865, os paraguaios tomaram as cidades de Albuquerque e de Corumbá. A segunda expedição paraguaia, via terrestre, comandada pelo coronel Francisco Resquin atacou a colônia militar fronteiriça de Dourados onde acabou com a frente militar brasileira; matou seu comandante, o tenente Antônio João Ribeiro e seus soldados. Os invasores prosseguiram até as vilas de Nioaque e Miranda, derrotando as tropas do coronel José Dias da Silva. Enviaram em seguida um destacamento até Coxim, tomada em abril de 1865.
Mesmo afastado do front por razões políticas, o marquês Caxias foi chamado ao alto comando das forças armadas imperiais e preparou um plano de guerra em duas frentes: a principal, para onde foram transportados o maior número possível de tropas, no Rio Grande do Sul, que também contaria com o apoio de forças militares da Argentina e do Uruguai, e uma posterior, em larga escala, no Paraguai, através do Passo da Pátria (Paso de la Patria).
No dia 7 de janeiro de 1865, procurando dar fim a escassez completa de soldados no exército imperial e para ter como combater as frentes inimigas que avançavam, d. Pedro criou por decreto os Corpos de Voluntários da Pátria. A formação deste Corpo de Voluntários trouxe para o Mato Grosso soldados de diferenciadas regiões do império: Minas Gerais, São Paulo e Goiás são alguns dos exemplos. Esse corpo de Voluntariado sofreu inúmeras adversidades em sua trajetória e foi em terras mato-grossenses que enfrentaram inúmeras privações, provações e dificuldades.
Como já assinalado, para o Mato Grosso, o Império brasileiro enviou uma expedição para combater os paraguaios. A coluna era comandada pelo coronel Manuel Pedro Drago e composta com mais de 2.800 soldados; saiu de Uberaba, em Minas Gerais, em abril de 1865, e só chegou a Coxim em dezembro do mesmo ano, após percorrerem mais de dois mil quilômetros através de quatro províncias do Império. A coluna brasileira encontrou Coximjá abandonada pelos invasores. O mesmo aconteceu em Miranda, onde chegou em setembro de 1866. Em janeiro de 1867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna, reduzida a 1.680 homens; Camisão decidiu invadir o território paraguaio, onde conseguiu chegar somente até Laguna, em abril. A coluna perseguida pela cavalaria inimiga foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a retirada da Laguna.
Apesar dos esforços da coluna do coronel Camisão e da resistência organizada pelo presidente da província, que conseguiu libertar Corumbá em junho de 1867, a região invadida permaneceu sob o controle dos paraguaios. Só em abril de 1868 é que os invasores se retiraram, transferindo as tropas para o principal teatro de operações, no sul do Paraguai.
Doenças
De acordo com Squinelo (2012), esse Voluntariado era carente de infraestrutura desde sua formação e esteve sujeito à inexperiência dos comandantes, falta de conhecimento geográfico, falta de armamentos bélicos, falta de víveres e, por consequência, por inúmeras vezes esteve sujeito a doenças e epidemias, que matavam mais que o próprio conflito. A região mato-grossense invadida era bastante insalubre por causa das cheias de rios que provocavam perda de soldados tomados pelas epidemias, como a de beribéri[footnoteRef:1], falta de abastecimento de alimentos, dificultado pelas inundações do Rio Paraguai. A aparição de pestes também pode atribuir-se aos milhares de cadáveres insepultos, as más condições higiênicas, a enorme quantidade de bactérias que assolavam o acampamento e campos de batalha contribuíram para a imensa mortandade que existiram durante a campanha. Segundo Maria Teresa Garritano, a longa lista de motivos para a expansão de enfermidades e pestes deve juntar-se ao grave dano do sistema ecológico e ao equilíbrio natural que se efetuou com a presença de grande quantidade de pessoas que se deslocavam incessantemente pelos pântanos, pelas matas e bosques, penetrando no habitat natural dos agentes transmissores de doenças. [1: O beribéri é uma doença que se caracteriza por alterações nervosas, cerebrais e cardíacas. A doença se instala como consequência da carência da vitamina B1 no organismo. Os sintomas de beribéri são: sensação de formigamento nos dedos dos pés, que se torna particularmente intensa à noite; câimbras musculares na panturrilha; dor nas pernas e nos pés; pode haver confusão mental; laringite e visão dupla. A vitamina B1 também recebe o nome de tiamina e é encontrada: na cutícula do arroz, no levedo de cerveja, nos grãos, na gema de ovo, no fígado, no rim, na carne de porco, no peixe, no amendoim, na noz, nos legumes, e em vegetais verdes e folhosos. Desempenha importante papel no sistema nervoso, nos músculos e coração, além de auxiliar as células no metabolismo da glicose. Sua deficiência causa lesão cerebral potencialmente irreversível. http://www.tuasaude.com/beriberi/.] 
Soldados no front: homens, mulheres, crianças, índios e negros
Nos estudos sobre o recrutamento para a Guerra do Paraguai, há unanimidade nas conclusões de que no início do conflito os envolvidos acreditavam que seria de curta duração, somando-se à imagem construída de uma guerra da civilização moderna contra a “barbárie” paraguaia indígena guarani, que deveria ser derrotada; com essa idéia divulgada pelos representantes do governo imperial, criou-se um movimento patriótico; muitos homens foram motivados e alistaram-se para participar no front de combates, acompanhados por suas mulheres e filhos. No entanto, com o prolongamento da Guerra, além de manifestações de protestos em todas as províncias do Brasil, tornou-se difícil o recrutamento de novos soldados, inclusive com a resistência da Guarda Nacional. (Fragoso, 1934:35-37).
Diante desta realidade, libertar os cativos foi a primeira solução para suprir as necessidades de combatentes; com a continuidade do conflito, o Governo Imperial através de decreto criou e incentivou os corpos de Voluntários da Pátria. Exatamente numa fase crucial da Guerra - depois de seguidas derrotas – onde os aliados partiam para ofensivas decisivas, os entusiasmos patrióticos minguaram e os alistamentos diminuíram.
A partir daí, o velho e conhecido método do recrutamento forçado veio à tona; os “escolhidos” eram os membros do partido opositor ao que estava no poder em cada província: os contrários a ordem política e social vigente, os considerados desordeiros, perigosos, os presos e condenados por crimes, e, principalmente, a população pobre, os habitantes das cidades do interior, das zonas rurais, os libertos, os índios de Mato Grosso, bem como, de outras províncias. A população empobrecida tanto da Corte como das províncias rebelavam-se contra as autoridades recrutadoras, os delegados de polícia e seus prepostos, que "iam caçar o caboclo no Amazonas e no Pará, o tabaréu nordestino na caatinga, o matuto na sua tapera, o caiçara no litoral, enfim brancos, mulatos e negros que, depois de reunidos e contados, eram despachados em magotes" (General Paulo Queiroz Duarte, 1990:102).
Para fugir das perseguições das forças legais, os considerados como potenciais “soldados-voluntários” elaboraram diversas estratégias contra o recrutamento forçado[footnoteRef:2]: [2: LUCENA FILHO, Márcio. Pernambuco e a Guerra do Paraguai: o recrutamento e os limites da ordem. Dissertação de Mestrado em História. Recife: UFPE, 2000, p.97; SILVA, Edson. Índios no Nordeste: História e memória da Guerra do Paraguai. http://www.ifch.unicamp.br/ihb/Textos/EdsonSilva.pdf.
] 
· fugas para as matas ou desaparecimento do seu local de moradia;
· deserções de tropas já formadas;
· declarações de doenças;
· casamentos até com mulheres mais velhas;
· homens que se vestiam de mulher;
· ataques de grupos armados contra as forças legais que traziam recrutados a força para a capital; ataques à cadeias do interior libertando os presos a serem enviados como soldados para a guerra, rebeliões etc; 
· os mais aquinhoados, utilizavam-se de doações de recursos, equipamentos, trabalhadores escravizados e empregados à Guarda Nacional e aos Corpos de Voluntários para lutarem em seu lugar; os que podiam menos, faziam oferecimento de familiares, ou seja, alistavam seus parentes, filhos, sobrinhos, agregados etc.
Mulheres e crianças
De acordo com Maria Pascal, tanto as tropas brasileiras como as paraguaias eram acompanhadas por um verdadeiro exército de mulheres. Esposas, prostitutas, companheiras, crianças, que passavam pelas mesmas dificuldades dos soldados; elas cozinhavam, lavavam, cuidavam dos feridos, abrigavam-se em barracas, distribuíam solidariedade humana, sendo por vezes até maltratadas pelos maridos. Combatiam e morriam esquecidas. As vivandeiras e andarilhas seguiam a tropa, vendendo víveres e bebidas.
No lado paraguaio, algumas mulheres chegaram a receber a patente de sargento e no final do conflito exerciam todas as funções de um soldado: cavando trincheiras, cortando lenha, fabricando pólvora, abastecendo o acampamento. No lado brasileiro não exerciam as mesmas funções das paraguaias, mas combatiam; muitas delas pegaram em armas substituindo companheiros mortos, e destacavam-se por sua valentia e admiração da tropa. O Visconde de Taunay, Joaquim Pimentel, Max Von Versen, Dionísio Cerqueira, José B. Bormann, todos registram sua presença; argentinas, brasileiras, paraguaias, chinas, índias, negras, carregando crianças, sem registro de função, sob forte preconceito machista, que só destacou entre elas, aquelas chamadas de “mulheres símbolos”, como Ana Nery e Mme. Lynch. Após o alistamento de seus filhos na Guerra a viúva Ana Nery acompanhou-os ao Paraguai convertendo-se em enfermeira abnegada e querida da tropa. Elisa Alice Lynch, irlandesa, casou-se aos quinze anos e separou-se três anos depois. Uniu-se a Solano Lopes, tiveram cinco filhos, vivendo com o Marechal até sua morte em Cerro Corá.[footnoteRef:3] [3: PASCAL, Maria Aparecida Macedo - As Mulheres e a Guerra do Paraguai.
 http://www.mackenzie.com.br/fileadmi/EST/Publicacoes_-_artigos/pascal_11.0.pdf]Ainda segundo Maria Pascal, em 1864, no ataque paraguaio ao Forte Coimbra, no Mato Grosso, cerca de setenta mulheres, a maioria delas esposas de militares fabricaram 3.500 balas de fuzil, rasgando pedaços de roupa para adaptar as balas aos cartuchos com calibre maior . Duas delas, mulheres simples do povo, Aninha Gargalha e Maria Fuzil tiveram seus nomes registrados, quando se aproveitando da escuridão da noite, desceram até o rio em busca de água para os defensores do forte.
Dionísio Cerqueira (1948, p.3) relata em “Reminiscências da Campanha do Paraguai”.
Estas mulheres não tinham medo de coisa alguma. Iam às linhas avançadas mais perigosas, levar a comida aos maridos. Nas linhas mais encarniçadas de atiradores, via-se estas infelizes se aproximarem dos feridos, rasgarem suas saias em ataduras, para lhes estancarem o sangue, montá-los na garupa de seus cavalos e conduzi-los em meio às balas, para os hospitais. Algumas trocavam as amazonas por bombachas nos dias de combate e as pontas de suas lanças se salientavam nas laterais de seus regimentos.
Referências bibliográficas
DUARTE, Paulo de Queiroz. Os Voluntários da Pátria. Biblioteca do Exército Editora. Rio de Janeiro, 1986.
IZECKSOHN, Vitor. O Cerne da Discórdia: a Guerra do Paraguai e o núcleo profissional
do Exército brasileiro. Rio de Janeiro: BIBLIEX, 2002.
LUCENA FILHO, Márcio. Pernambuco e a Guerra do Paraguai: o recrutamento e os limites da ordem. Dissertação de Mestrado em História. Recife: UFPE, 2000.
PASCAL, Maria Aparecida Macedo - As Mulheres e a Guerra do Paraguai.
 http://www.mackenzie.com.br/fileadmi/EST/Publicacoes_-_artigos/pascal_11.0.pdf.
Squinelo, Ana Paula A Guerra do Paraguai e sua História Social da Saúde. 
http://www.anpuhms.org/eventos/xiencontrohistoriams/anais/.
SALLES, Ricardo. Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania na formação do exército. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1990.
SENNA, Adriana Kivanski de. As mulheres em luta: madame Linch e a Guerra do Paraguai (olhares historiográficos)..(FURG, Brasil). http://www.fee.tche.br/sitefee/download/jornadas/1/s16a1.pdf.
 SILVA, Edson. Índios no Nordeste: História e memória da Guerra do Paraguai. http://www.ifch.unicamp.br/ihb/Textos/EdsonSilva.pdf.
SILVEIRA, Mauro César. A Batalha de Papel – A guerra do Paraguai através da caricatura. LPM Editores: Porto Alegre, 1996.
Imagens, pinturas fotos: Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes. http://people.ufpr.br/~lgeraldo/brasil2imagensD.html.

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