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Resumo_História_Lv_Frota

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Resumo de História – CHQAO – Livro do Frota
1820 - (Aula Prof. Clécio)
Ainda em 1820, ocorre a Revolta Liberal do Porto (em Portugal), feita pela burguesia portuguesa,
com os seguintes objetivos:
- diminuir os poderes do Rei de Portugal, através de uma monarquia constitucional;
- Retorno do Rei D. João VI (que estava no Brasil) para Portugal; e
- Recolonização do Brasil, que estava recebendo mais atenção que Portugal.
1822 - (Aula Prof. Clécio)
- 09 de janeiro, Dia do Fico: D. Pedro contrariando as ordens de retorno para Portugal, diz para o
povo brasileiro que permanece conhecido como dia do Fico.
- 04 de maio: Cumpra-se: qualquer lei ou ordem que viesse Portugal só seria cumprida com o
conhecimento e autorização de D. Pedro I.
- 07 de setembro: Independência ou Morte: Sem guerra, nem mortes, e sem a participação popular o
movimento de independência foi influenciado pela Elite Brasileira que preferia a Monarquia porque
esta favorecia a sua perpetuação no poder...
Cap 13 - O Primeiro Reinado (1822 a 1831)
A Organização (Pg 257 a 259)
- A 7 de setembro de 1822, Das margens do Ypiranga, D. Pedro dirigiu-se à capital paulista, onde a
notícia da Independência espalhara-se rapidamente;
- Figura relevante estava, à época, à frente de um Ministério o Patriarca José Bonifácio, pleno de
atitudes moderadas;
- Assente (ficou firmado) que D. Pedro seria Imperador, ideia provavelmente surgida nas reuniões
maçônicas de setembro, vindo ao encontro dos desejos do próprio monarca e do patriarca
conservador;
- Assim, a 12 de outubro de 1822, aniversário de D. Pedro, foi ele aclamado Imperador
Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil;
- Agitações foram causadas pelos maçons, partidários de Joaquim Gonçalves Ledo, refletiu-se na
imprensa em ataques violentos, principalmente no Correio do Rio de Janeiro, do português João
Soares Lisboa;
- José Bonifácio determinou o banimento deste (João Soares Lisboa) e influiu no Imperador para
fechar as lojas maçônicas, o que não ocorreu exatamente conforme José Bonifácio pretendia,
fazendo com que este e seu irmão se demitissem do governo, no dia 28, porém por aclamação do
povo voltou ao cargo dois dias depois, recompôs o ministério e como resultado de tudo isso,
desarticularam-se as pretensões dos liberais mais exaltados;
- Acalmados os ânimos, pode-se proceder à benção da Bandeira, a 10 de novembro de 1822, sendo
o estandarte entregue ao Tenente Luis Alves de Lima e Silva, primeiro militar a recebê-lo;
- D. Pedro I, comprometia-se a adotar e respeitar a futura Constituição, enfatizando “...se for digna
do Brasil e de Mim”
- A partir de fevereiro de 1823, começam a chegar à Corte os deputados para a Assembleia
Constituinte.
A Guerra nas Províncias (Pg 259 a 260)
- A presença/permanência de forças militares fiéis ao governo português, que recentemente tinha
partido para Portugal, sediadas em algumas províncias, constituía o maior empecilho à rápida
organização interna, após a Independência. Tornava-se necessário expulsá-las, acarretando um
período de lutas, as quais já se desenrolavam durante o mês de setembro de 1822;
- D. Pedro I, permitiu que portugueses optassem pelo Brasil, sendo-lhes concedido o prazo de
quatro meses, abriu o voluntariado e criou em (08.01.1823) um batalhão de estrangeiros, engajando
bávaros e irlandeses. Merece destaque o francês, Emille Lous Mallet, que em 1822 ingressava
como Cadete na Academia Imperial, tornando-se brasileiro quando tenente;
- O Imperador sabia que a sorte da Independência seria travada no mar, por isso uma marinha de
guerra eficaz era o que contava no momento;
- Por esse motivo, contratou Lorde Thomas Cochrane, que acabara de se distinguir na guerra de
Independência do Chile, apelidado pelos espanhóis de El Diablo, por causa de suas incríveis
façanhas.
A Guerra na Bahia (1823) (Pg 260 a 261)
- Como mencionado anteriormente, todas as regiões envolvidas em conflitos após a Independência
eram administradas por portugueses dissidentes ainda de D. João VI, e que não queriam perder seus
poderes locais;
- Neste conflito, vencido pelas tropas imperiais, destacaram-se a atuação de Lorde Thomas
Cochrane, Maria Quitéria de Jesus que, como soldado, demonstrou desempenho notável;
- Também destacou-se o navegante John Taylor que ao final do conflito apresou 16 navios
componentes do comboio português que fugia para Portugal.
A Guerra no Maranhão e Piauí (1823) (Pg 261 a 262)
- Como mencionado anteriormente, todas as regiões envolvidas em conflitos após a Independência
eram administradas por portugueses dissidentes ainda de D. João VI, e que não queriam perder seus
poderes locais;
- O presidente da junta governativa do Maranhão, Bispo D. Joaquim de Nazaré, liderava o partido
luso, encontrando aliado o Coronel Fidié;
- A adesão à Independência na Vila de São João da Parnaíba (PI), fez com que o Cel Fidié dirigi-se
contra esta, restabelecendo a autoridade portuguesa. O Cel Fidié logo foi derrotado, permitindo-lhe
o imperador a retirar-se para Portugal, onde veio a ser diretor do Colégio Militar de Lisboa. O Piauí
pode então definitivamente aderir à Independência;
- Em São Luís do Maranhão, após a chegada e atuação de Lorde Thomas Cochrane os habitantes
preferiram aderir à causa da Independência.
A Guerra no Pará (1823) (Pg 262)
- Como mencionado anteriormente, todas as regiões envolvidas em conflitos após a Independência
eram administradas por portugueses dissidentes ainda de D. João VI, e que não queriam perder seus
poderes locais;
- Na região do Pará, a fidelidade a Lisboa mostrava-se sólida;
- Porém, como ocorreram nas outras províncias, prenderam-se muitos revoltosos, fuzilaram-se
cinco para exemplo;
- Com mais uma grande atuação de Lorde Thomas Cochrane, quando este retorna ao Rio de
Janeiro, recebeu grandes homenagens e o título de Marquês do Maranhão.
Situação na Cisplatina (1823) (Região de Montevidéu) (Pg 262 a 263)
- Na Província da Cisplatina (território até então do Império de Portugal), as tropas de Carlos
Frederico Lecor aderiram ao Ato de Independência de D. Pedro I e sitiaram a Divisão de
Voluntários Reais, liderados por pelo português D. Álvaro da Costa, os quais se recusavam a aceitar
a Independência;
- Em janeiro de 1823, seguiu para Montevidéu o Capitão-de-Mar-e-Guerra Pedro Antônio Nunes,
nomeado comandante das forças navais em operações na Cisplatina, o sítio durou 17 meses;
- Após isso, estava consolidada a Independência no território que a história consagrara como Brasil.
O sangue derramado, os sacrifícios que se impuseram, os embates vigorosos não produziam uma
simples vitória de armas mas a definição do sentimento nacional.
A Constituinte em Ação (1823) (Pg 263 a 265)
- A Constituinte instalou-se a 3 de maio de 1823, com noventa deputados do cem previstos,
representando a elite do país com a incumbência de elaborar uma Constituição;
- Nesse mesmo dia, abriu-se a divergência entre os Constituintes e o Imperador;
- O Imperador defendia que sua espada defenderia a Pátria, a Nação e a Constituição, se fosse digna
do Brasil e dele próprio;
- A Assembleia desviou-se de seu objetivo principal, criando atritos com o imperador, que preferiu
ceder;
- Tornaram-se comuns desinteligências entre brasileiros e portugueses, insufladas pela excessiva
liberdade de imprensa, à frente da qual achava-se o jornal A Malagueta;
- Não contente com a anistia que D. Pedro I concedia aos agitadores, José Bonifácio renunciou ao
ministério. José Bonifácio rompia, assim, com D. Pedro I e, juntamente de seus dois irmãos,
passava a mover forte oposição ao imperador através do jornal o Tamoyo;
- Firmava-se, contudo, o imperador entre a burguesia de origem lusa, o que muito incomodava aos
liberais, que imaginavam ser uma reaproximação de D. Pedro I com seu pai D. João VI.
Preocupavam-se também, com as admissões de militares portugueses nas forçasdo Império;
- Os trabalhos prosseguiam lentos na Constituinte, o anteprojeto elaborado por Antônio Carlos,
apelidado pelo povo de “Constituição da Mandioca”, por ser ele censitário e apoiado no preço do
produto;
- A agitação interna continuava, o alvo recaia na política de integração luso-brasileira de D. Pedro I,
que ele perseguia com entusiasmo, certo de ser este o caminho para a consolidação da
independência;
- Sessões da Assembleia Constituinte tornaram-se agitadas, principalmente do dia 10 de novembro,
com a participação ruidosa do povo nas galerias;
- D. Pedro I enviou à Constituinte uma mensagem exigindo satisfação e melhor conduta;
- Por proposta de Antônio Carlos, declarou-se a Assembleia em sessão permanente e assim
passaram toda a noite de 11 para 12 de novembro de 1823 (Noite da Agonia);
- D. Pedro I determinou ao Brigadeiro José Manoel de Moraes, cercar o prédio e levar ao
presidente, João Severiano Maciel da Costa, o decreto de dissolução;
- Diversos deputados foram presos e deportados, em especial os Andradas e seus partidários,
logrando fugir para Pernambuco Francisco Soares;
- Depois de receber ovações do povo, que se via assim aliviado, D. Pedro I redigiu um documento
explicando seu gesto (dissolução da Constituinte) e prometendo uma Constituição duplamente
Liberal.
A Constituição Imperial (1824) (Pg 265 a 266)
- No dia seguinte ao fechamento da Constituinte, o Imperador criou o Conselho de Estado que, sob
sua presidência, recebeu a tarefa de elaborar o texto constitucional, o qual foi baseado no
anteprojeto de Antônio Carlos;
- A 25 de março de 1824, a Carta, com 179 Artigos, era jurada e outorgada ao povo. Tratava-se de
uma Constituição Moderna, calcada em experiências registradas na Europa, adaptada à realidade
brasileira, plena de mobilidade, o que permitia a adoção de leis posteriores sem a necessidade de se
confeccionar outra Constituição. Por isso, vigorou até 1889;
- Por ela, o Brasil constituía um Império unitário, hereditário, representativo, composto de
províncias que se dividiam em municípios;
- Consagrou a divisão e harmonia dos Poderes, em número de quatro: O Moderador, de uso do
Imperador e proveniente da ideia de Clermont Tonnerre, desenvolvida pelo jurista suíço Benjamim
Constant (Positivista), servindo para moderar as lutas políticas (um verdadeiro fiel da balança);
- O Executivo, dos ministros de Estado, presidentes de províncias e prefeitos municipais;
- O Legislativo, dividido em Câmara Alta ou Senado, composto por Senadores Vitalícios
escolhidos em lista tríplice pelo Imperador e, Câmara Baixa ou dos Deputados Gerais, eleitos com
mandatos de quatro anos, onde ocorria a iniciativa das leis, podendo ser dissolvida;
- O Judiciário, com tribunais e juízes da Corte;
- Foi uma Carta Censitária pois estabeleceu a cifra de 100$ de renda anual para eleitores primários,
de 200$ para as eleições provinciais de Conselho e de 400$ para a eleição a deputado geral;
- Adotou a religião Católica Apostólica Romana como oficial conservando o imperante do
Regalismo e o Direito de Padroado;
- Toleravam-se outras religiões desde que praticadas na intimidade dos lares;
- Não entenderam os Liberais a magnitude e a perfeição jurídica dessa Constituição. Conspiraram
de novo e convulsionaram a Província de Pernambuco.
A Revolução de 1824 (Pg 266 a 270) - CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
- A oposição a D. Pedro I e a dissolução da Constituinte manifestaram-se forte em
Pernambuco, região de acentuado nativismo e espírito autonomista (dominada pelos Liberais),
sede da agricultura canavieira, em fase de crise;
- Após a sucessivas substituições do presidente da Província de Pernambuco, D. Pedro I nomeou
para presidente da Província o Morgado do Cabo, Francisco Pais Barreto, em 23 de fevereiro
de 1824. Este encontrou oposição de Pais de Andrade e um ambiente adverso preparado pelo por
propaganda do jornal Typhis Pernambuco, do carmelita Frei Joaquim do Amor Divino e Caneca,
apoiado por Cipriano Barata, que escrevia artigos inflamados no seu jornal Sentinela da
Liberdade na Guarita de Pernambuco;
- Os Pais de Andrade pediram ao governo norte-americano que alguns de seus navios pudessem
estacionar no Recife a fim de “defender a nossa liberdade”;
- Com o desejo de evitar uma conflagração, D. Pedro I determinou o bloqueio do porto de Recife e
destituiu Francisco Barreto, julgando que isso iria encerrar as divergências;
- Pais de Andrade aproveitou-se para insuflar a papulação, afirmando que estava pronto para nova
união com Portugal;
- Pais de Andrade prevaleceu-se da oportunidade e proclamando uma república a 2 de julho de
1824, com a adesão do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas, dando origem à
Confederação do Equador, a qual adotava provisoriamente a Constituição da Colômbia;
- O Imperador criou o Exército Cooperador da Boa Ordem e entregou seu comando ao Brigadeiro
Francisco de Lima e Silva, a Marinha Imperial era estava sob o comando do Lorde Cochrane que
cercou o porto de Recife e procurou uma solução pacífica;
- Após os combates os revoltosos foram derrotados e Pais de Andrade fugiu em uma jangada e
asilou-se na fragata inglesa Tweed, conseguindo alcançar a Europa, de onde retornou em 1831
(início do Período Regencial);
- Lima e Silva instalou, de pronto, um tribunal para apurar as responsabilidades que conduziram,
em Pernambuco, sete à forca e um fuzilamento, o Frei Caneca, pois ninguém o quis enforcar;
- Esse nefasto movimento pretenso Liberal e democrata, mas, na verdade, separatista e antipatriota,
ainda atrapalhou as negociações para o reconhecimento da independência que se desenrolavam em
Londres, o que explica o atraso do mesmo.
Legislatura Ordinária (1826) (Pg 270 a 272)
- Somente em 1826 reuniu-se a primeira Assembleia Legislativa ordinária, sendo maioria os
Liberais Monarquistas;
- Durante este período, a ação de Francisco Gomes da Silva, conhecido como Chalaça, se fez
presente junto ao imperador a ponto de se acreditar que integrava um gabinete secreto;
- A influência de Francisco Gomes da Silva se esmaeceu em dezembro de 1829, ocasião em que o
Marquês de Barbacena conseguiu seu afastamento;
- A imperatriz adoeceu em 1826, vindo a morrer no mesmo ano, estando grávida de três meses.
Seus padecimentos refletiam o estado de abandono que D. Pedro I a mantinha, cujas atenções e
favores dirigiam-se para a Marquesa de Santos. Alguns contemporâneos relatam maus-tratos a D.
Leopoldina perpetrados pelo imperador;
- Entre 1826 e 1827, governo e representantes do povo conviveram razoavelmente. Puderam
ser criados os primeiros cursos jurídicos, em Olinda e em São Paulo (1827), e os juízes de Paz
eletivos, bastante atuantes então;
- Organizaram-se os Conselhos Gerais das Províncias e o Supremo Tribunal de Justiça (1827);
- Uma lei de 1º de outubro de 1828, estruturava os municípios;
- Surge uma revolta dos batalhões mercenários estrangeiros (dois alemães e um irlandês, em 1828;
- Em 1829, proibiu-se o recrutamento de tropa estrangeira;
- Os eventos internacionais não ajudavam ao nosso monarca que perdia popularidade e via-se
atacado por suas atitudes, a maioria das quais certas, mas incompreensíveis por parte dos Liberais;
- Nesse momento os Andradas regressaram do longo exílio e se reconciliaram com o Imperador;
- Mas a oposição se agigantava nutrida pela imprensa incontida, nesse ano surge o Repúblico, do
agitador Antônio Borges da Fonseca, que preconizava a extinção da monarquia;
- Por ocasião de uma sessão da Assembleia Legislativa em 1830, durante sua fala D. Pedro I,
fez ver aos deputados a necessidade de se coibir, por meios legais, os abusos da imprensa, mais
ninguém lhe deu ouvidos;
- O período recebeu a aprovação e promulgação do Código Penal, de autoria de Bernardo Pereira
de Vasconcelos, em 1830.
Abdicação (1831) (Pg 272 a 274)
- A agitação liberal crescia, tomando como exemplo a queda de Carlos X (1830) na França,vitória
dos liberais contra o absolutismo;
- Em 1830, no Império Brasileiro o jornalista italiano Giovanni Batista Libero Badaró, que dirigia
o jornal extremista em São Paulo Observador Constitucional, tombava assassinado por três
indivíduos;
- Na Bahia, também era morto por um desconhecido o seu presidente, Visconde de Camumu,
partidário do Trono;
- O aumento do nativismo antiportuguês, os incidentes que ocorreram e a organização dos Liberais
só aumentava a tensão no Império nessa época;
- O Imperador tinha ido a Província de Minas, que se mostrava mais hostil naquele momento,
ao retornar a corte os portugueses haviam preparado uma recepção para recebê-lo, causando
muitos ciúmes aos brasileiros que na noite do dia 13 de março de 1831 invadiram os
quarteirões portugueses dando origem a um conflito conhecido como Noite das Garrafadas;
- Para tentar acalmar os ânimos das agitações D. Pedro I nomeou um ministério Liberal em 1831,
porém logo depois acabou demitindo o mesmo, o que exaltou ainda mais os ânimos, e, ressaltou,
ainda mais o poder absolutista do Imperador;
- A 7 de abril de 1831, D. Pedro I tomou de um papel e escreveu a sua abdicação em poucas
palavras, em favor de seu filho Pedro, ainda menor de idade;
- D. Pedro I demonstrou ser um homem fora dos padrões comuns; inteligente, trabalhador
incansável, excelente cavalariano, manejava armas da época com destreza, etc;
- Compreendia os avanço das teses liberais e chegou a achar que o povo podia participar do Poder,
o que espantou ao próprio Positivista Benjamim Constant;
- Assim, um exame das vantagens e desvantagens desse Primeiro Reinado, a balança pende
incontestavelmente para D. Pedro I, que pode, em muito pouco tempo, dotar o País de vários
benefícios permanentes, tais como a independência, a unidade territorial, a organização militar e
administrativa e a projeção nacional.
Situação do País (Pg 274 a 286) – 1º REINADO – D. Pedro I
- A Carta de 1824 estabeleceu um Império unitário hereditário e adotou normas que se aperfeiçoam
no correr desse reinado. A partir da Legislatura Ordinária de 1826, firmou-se o Poder Legislativo;
- Os ministros, quase sempre políticos influentes, ocupavam cargo de livre escolha do monarca.
- Conservaram-se as leis coloniais, em especial as Ordenações Filipinas, bem como se mantiveram
os hábitos processuais. O Supremo Tribunal de Justiça foi instituído em 1828, iniciando suas
atividades em 1829;
- A 5 de março de 1829, o Governo reorganizou o serviço de correios;
- As províncias, em número de 19, eram governadas por presidentes nomeados pelo Imperador,
dividiam-se em municípios, a frente dos quais estavam os prefeitos;
A Economia no 1º Reinado
- O esquema econômico implantado pelos portugueses para o Brasil não sofreu alterações
nesse primeiro reinado;
- O País continuou a basear sua economia na lavoura, executada por escravos africanos e seus
descendentes. Apesar das tentativas inglesas de abolir a nossa escravidão;
- Permanece o cultivo do açúcar nas zonas históricas com a mesma aristocracia rual;
- O Maranhão produz algodão, decaindo a safra em 1830;
- Prosseguia vantajosamente a cultura do tabaco, na Bahia;
- Já começa a aparecer o café, plantado na Baixada Fluminense, tomando conta do Vale do Rio
Paraíba, porém sua exportação ainda é pequena;
- O gado continua sendo criado extensivamente nas tradicionais áreas de pastagens;
- Com a bárbara perseguição que as baleias sofreram nos séculos anteriores, estava praticamente
extinta essa atividade econômica;
- Extraia-se e exportava-se o pau Brasil até 1826, quando Otto Unverdorben descobriu a anilina;
- A prospecção e lavra do ouro ficou a cargo de companhias inglesas;
- A Lei Bernardo de Vasconcelos, de 1828, adotou a liberalidade, ao mesmo tempo que o esse
político firmava doutrina que o País devia ater-se exclusivamente aos produtos agrícolas,
fornecendo-os aos mercados estrangeiros (Enterrava a possibilidade de
INDUSTRIALIZAÇÃO NA ÉPOCA). Com isso, o Brasil não se desapegou das formas
tradicionais de exploração da terra;
A Educação no 1º Reinado
- Em 1827, o governo criou dois cursos jurídicos, em Olinda e em São Paulo;
- A falta de recursos financeiros impediu os frutos esperados, apesar de a adoção do método de
Lancaster, pelo qual alunos adiantados ajudavam aos mais atrasados, permitindo a um único
professor atender a muitas turmas;
- Na verdade, o desejo de conservar o escravo alheio à educação e a permanência da mulher na
mesma situação, para que do homem sempre dependesse. Assim, a taxa de analfabetos fixava-se em
80%;
A Igreja e o Estado no 1º Reinado
- A Constituição manteve o Regalismo, isto é, a concepção de que a Igreja era uma instituição do
Estado. Assim, o Imperador aceitava ou não os atos papais em território nacional, placitando-os em
caso afirmativo. Existia um apoio financeiro do Estado à Igreja através da côngrua aos religiosos.
A Sociedade no 1º Reinado
- A sociedade brasileira permaneceu praticamente estanque, após a independência, com as mesmas
características coloniais, ou seja, alicerçada na riqueza colonial;
- Vagarosamente, começou a criar corpo uma classe média letrada, constituída de militares,
profissionais liberais, funcionários, religiosos e pequenos comerciantes;
- A vida do escravo não muda muito, usavam poucas roupas, eram mal alimentados, trabalhavam
em excesso. A mortalidade infantil entre os escravos atingia o índice de 80%;
- A sociedade fechava os olhos à promiscuidade das senzalas.
A Imigração no 1º Reinado
- Encontrar trabalhadores brancos nessa época, que desejassem se aventurar em terras brasileiras,
revelava-se uma árdua tarefa;
- Os alemães receberam lotes em Santo Amaro e Itapecirica (1829), perto da capital paulista;
- As províncias do Paraná e Santa Catarina e no Rio Grande, a colônia de São Leopoldo (1824),
sendo esta última a que mais prosperou;
- Observa-se que era proibido a utilização de escravos nas colônias estrangeiras.
A Cultura no 1º Reinado
- A elite letrada, existente antes da independência, aumentou durante esse Primeiro Reinado
impulsionada pelos desejos de afirmação nacional. O liberalismo europeu e o desenvolvimento
urbano acentuaram esse progresso;
- Uma burguesia inteligente e ávida de leitura exigia a presença de escritores, livros e jornais;
- Tornaram-se numerosos os franceses que, chegados ao Brasil, contribuíram para o progresso da
imprensa;
- Diversos jornais circulavam nas principais cidades, conservando-se mais antigo a Gazeta do Rio
de Janeiro;
- Outros jornais possuíram curta vida e se prenderam a momentos políticos. Citemos o caso de O
Tamoyo, de Vasconcelos Drumond e França Miranda, liderando a política andradina (dos irmãos
Andrada);
- O Typhis Pernambuco, de Frei Caneca, em 1824;
- O Observador Constitucional, em São Paulo, do italiano anarquista Giovanni Baptista
Libero Badaró, além de O Tribuno do Povo, O Pirilampo Popular, estes em 1830, refletindo o
pensamento da esquerda ultraliberal:
- Iniciava suas atividades o Observatório Nacional;
- Muito cresceu a coleção do Museu Imperial, com a oferta pessoal de D. Pedro I;
- Na arquitetura ainda predominava o tipo do casarão português com linhas neoclássicas nas
fachadas;
- No final desse Primeiro Reinado, começou a adquiri notoriedade Francisco Manoel da Silva,
discípulo do Padre José Maurício. Compôs o hino para celebrar a abdicação de D. Pedro I, tendo
ele se tornado Hino Nacional sem que se saiba como;
A Saúde no 1º Reinado
- Apesar da existência das escolas cirúrgicas fundadas pelo Príncipe Regente D. João VI em
Salvador e no Rio de Janeiro, a medicina progrediu com lentidão durante o Primeiro Reinado;
- A população era castigada por várias doenças sem solução: apareceram referências sobre febre
amarela em 1828;
- Deve-se assinalar o quanto se bebia, talvez por causa da abundância e barateza da cachaça e
proliferação de tascas e tavernas em quase todos os aglomeradosurbanos.
A Força Militar no 1º Reinado
- A formação de uma força militar, tornou-se preocupação precípua de D. Pedro I, para expelir as
tropas portuguesas e obter unidade territorial. O monarca baseou-se em normas militares
portuguesas, contratando-se, inevitavelmente, mercenários para contrabalançar as desconfianças e
preencher claros;
- A primeira atuação do imperador foi diferenciar os militares brasileiros dos fiéis a Portugal;
- Criou a Imperial Guarda de Honra, a 1º de dezembro de 1825;
- À Marinha, deu-se predominância, devido as lutas pela independência e defesa da Costa e para
transportar as tropas era a forma mais eficaz;
- Contudo, ainda era necessário a contratação de mercenários, em sua maioria ingleses,
encabeçados por Lorde Thomas Cochrane;
- O monarca procurou, ainda, incentivar a carreira naval, diversos decretos de 1822 a 1823,
visavam completar as guarnições de soldados, pois os oficiais em sua maioria eram da marinha
portuguesa que haviam optado em ficar no Brasil;
- No correr do Primeiro Reinado, o material flutuante cresceu com os navios apresados durante a
guerra de independência e com outros construídos por causa da guerra contra as Províncias Unidas,
isso provocou uma permanente atividade nos estaleiros e arsenais;
- As tropas de terra, posto que não tão bem organizadas, logo no início, como as de mar, não
escaparam da formação de um batalhão de estrangeiros (na maioria irlandeses), em 1823;
- O Exército ficou constituído de Infantaria (27 Batalhões de Caçadores e Granadeiros), Cavalaria
(7 Regimentos e da Imperial Guarda de Honra) e Artilharia (com 17 Corpos);
- Em 1824, por força de lei, os batalhões de estrangeiros deixavam de existir, somente brasileiros
ou naturalizados podiam pertencer às fileiras;
- O tempo do serviço militar estendia-se por oito anos, mas quase sempre se excedia dele, tal a falta
de rapazes dispostos a enfrentar a dura vida da caserna, muito próxima a uma semiescravidão;
- Em 1829, existiam 89 Batalhões de caçadores, 39 Corpos de Cavalaria e alguns Corpos de
Artilharia;
- Desde esta época, notava-se a intenção de intervenções do Poder Legislativo através de
Liberais Extremistas, na existência de uma Força Armada profissional, o que ia de encontro
as ideias do Imperador D. Pedro I e por isso este era chamado de por aqueles de absolutista.
Cap 14 - O Primeiro Reinado (1822 a 1831) – Política Externa (Pg 291 a 294)
- Ao governo Imperial interessava o reconhecimento da independência, sem o qual o Brasil não
podia pertencer ao concerto das nações. Porém, não dispunha o nosso Imperador de diplomatas de
carreira;
- Os EUA foram a primeira nação a proceder o nosso reconhecimento (sem indenização);
- Seguiram-se o México, em 1825, a Argentina, em 1823;
- A Inglaterra encontrava-se em delicada situação, ou seja, presa aos laços de amizade com
Portugal, mas interessada no comércio promissor com o Brasil;
- Na verdade os ingleses desejavam acabar com o trabalho escravo no Brasil não somente por
motivos humanitários, mas também para o açúcar, por nós produzido, não concorresse com o
açúcar antilhano;
- Portugal e a Inglaterra queriam reconhecer a Independência do Brasil mediante indenizações ou
acordos comerciais;
- O reconhecimento pela Inglaterra ocorreu somente após uma convenção de 1826, pela qual nos
comprometíamos a extinguir o tráfico negreiro em quatro anos, e, em 1827, um Tratado de
Comércio, reproduzindo-se as vantagens dos Tratados de 1810 (vantagens fiscais nas tarifas
alfandegárias);
- As negociações com a França foram mais tranquilas, ocorrendo o reconhecimento em 1826;
- E assim, seguiram-se: Áustria, em 1825 – Espanha, em 1834 – Suécia, em 1826 – Suíça, em 1826
– Rússia, em 1827.
O Incidente de Chiquitos (Pg 294)
- Não passou de um mal-entendido do presidente da Província de Mato Grosso (Nuno Eugênio de
Locio e Seilbitz) que, atendendo solicitações do governador da província boliviana de Chiquitos
(Sebastião Ramos), que havia sido derrotado pelos partidários do General Sucre e da independência
naquela época, resolvera entregar a referida província ao Império Brasileiro;
- A região de Chiquitos chegou a ser ocupada por um destacamento militar brasileiro, em 1825;
- Um mês depois, a situação ficou bem mais esclarecida e o governo imperial determinou o
imediato retorno dos invasores.
A Perda da Cisplatina (Pg 294 a 301)
- A Cisplatina não passava de uma área dominada militarmente pelo Império, onde tradições e
cultura apresentavam-se diferentes das do Brasil. A República das Províncias Unidas (Argentina
hoje) ansiava incorporá-la, chegando, mesmo, a trativas diplomáticas no Rio de Janeiro. Porém, o
Império não desejava entregá-la à referida República, pois esta fecharia o Rio da Prata aos
navios brasileiros, comunicação única com a província de Mato Grosso;
- Esta situação, apresentou-se aos patriotas da Banda Oriental do Uruguai uma oportunidade
propícia para deflagarem a bandeira de sua independência;
- D. Juan Antonio Lavalleja juntamente 32 companheiros e com a adesão do prestigioso D.
Frutuoso Rivera (ex Brigadeiro do Imperial Exército Brasileiro) ao mesmo tempo que cercavam
Montevidéu e lutavam contra a dominação do Império Brasileiro, Lavalleja articulou um governo
provisório, declarando a independência da Banda Oriental, anulando os atos de incorporação ao
Império, no mesmo dia, reuniam-se às Províncias Unidas do Rio da Prata;
- A aceitação, por parte do governo das Províncias Unidas, da incorporação da Cisplatina (1825) e a
sua comunicação ao governo imperial provocaram a declaração de guerra a 10 de dezembro, por
representar uma afronta à nossa soberania. A luta concentrou-se em Colônia e Montevidéu, ainda
em poder do Império, pois o centro da província encontrava-se em mãos dos orientais;
- Foram ocorrendo vários eventos navais, reunindo os argentinos do General Martin Rodriguez com
os patriotas uruguaios em Durazno, totalizando aproximadamente 12 mil homens;
- Altos gastos se apresentavam com a disputa pela região da Cisplatina, o que impacientava a
opinião pública brasileira. Por isso, decidiu o Imperador colocar-se à frente das operações militares.
Em viagem para o sul, desembarcou em Santa Catarina e atingiu Porto Alegre. Porém, foi chamado
às pressas por causa do falecimento da Imperatriz (D. Leopoldina, em 1826), deixando no comando
das forças o Marechal Felisberto Caldeira Brant, Marquês de Barbacena;
- O Marquês de Barbacena iniciou pesada marcha, em 1827, com 4.500 homens e 12 peças de
artilharia, em direção a Bagé. À tropa comandada por Manoel Bento Ribeiro juntaram-se as forças
do Marechal Brown;
- Enquanto isso, os argentinos e orientais, conduzidos pelo General Alvear, deixaram Durazno e
dirigiram-se para Bagé, prosseguindo a marcha em direção ao Rio Santa Maria. Alvear resolveu
atravessar o Passo do Rosário antes de Barbacena, o que não ocorreu por estar o rio invadeável;
- Sabedor Barbacena que os inimigos tentavam atravessar o Rio Santa Maria no Passo do Rosário,
dirigiu-se rápido ao local. E, nele travou-se uma importante batalha campal, talvez a maior de toda
a América Latina;
- O Exército Imperial dispunha de 6.338 homens, incluindo os 560 patriotas. O Exército
comandado por Alvear contava com um total de 9.803 homens, incluindo-se os orientais sob as
ordens do General Lavalleja;
- A Grande Batalha do Passo do Rosário no Rio Santa Maria, segundo relatos do texto pode ser
considerada como um empate técnico ou Batalha Indecisa;
- Após grande derrota imposta aos Argentinos pelos Tenentes Joquim Marques de Lisboa, futuro
Marquês de Tamandaré, e Joaquim Ignácio, depois Visconde de Inhaúma, os Argentinos através do
Presidente Rivadávia enviou um emissor para negociar um tratado de paz;
- Mas o povo argentino não se conformou, e o clamor popular impediu o cumprimento do Tratado e
provocou a queda de Rivadávia;
- Ao contrário do que acontecia na Repúblicavizinha, a guerra entre nós alcançava notório
índice de impopularidade, mais ainda na província ameaçada, o Rio Grande, contribuindo para o
desprestígio do Imperador, que não se preocupou em esclarecer a opinião pública;
- Em 1828, após conversações resultou a Convenção Preliminar de Paz, aceitando os dois países
beligerantes a independência da Cisplatina com o nome de República da Banda Oriental do
Uruguai. Abria-se uma nova era na diplomacia brasileira no Prata: a defesa do Uruguai;
- A guerra nos custara 80 mil contos e 8 mil baixas.
A Sucessão Portuguesa (Pg 301 a 302)
- Enquanto transcorria a guerra com as Províncias Unidas, morria, em Portugal, D. João VI (1826),
sendo aclamado novo rei o Imperador do Brasil com o título de D. Pedro IV;
- Em 26 de abril de 1826, D. Pedro I aceitou a coroa de Portugal, talvez lhe tenha passado na mente
o desejo de unir as duas coroas, mas o momento brasileiro não mais permitiria retornar ao passado;
- Preferiu, assim, D. Pedro conservar o Trono do Brasil, abdicando o de Portugal, em 02 de maio de
1826, em favor de sua filha D. Maria da Glória, que contava com sete anos, estipulando, ainda, que
se casaria com seu tio, o Infante D. Miguel;
- D. Miguel proclamara-se rei a 15 de julho de 1828. O nosso Imperador não pode ficar alheio a
essas sucessões, D. Pedro I não conseguiu mais governar o Império Brasileiro sem se desligar dos
problemas que ocorriam em Portugal, o que por sua vez aumentava ainda mais o desgaste do
Imperador junto aos brasileiros.
Missões de Barbacena (Pg 302 a 303)
- Não se mostrava prudente à política nacional continuar viúvo o nosso imperador. Assim, este
incumbiu a Felisberto Caldeira Brant Pontes, Marquês de Barbacena, de partir para a Europa para
trazer-lhe a nova Imperatriz;
- Sua missão era espinhosa: deveria ser capaz de esmaecer a postura política liberal do pretendente,
sua infidelidade conjugal comprovada e o desconhecimento que as cortes europeias possuíam do
Brasil;
- No fundo, o grande objetivo das missões de Barbacena era encontrar uma nova Imperatriz para D.
Pedro I e evitar que a Marquesa de Santos assumisse tal papel;
- Encontrada a Imperatriz, foi feito um casamento por procuração, e, assinado um contrato que
negociava a saída da Marquesa de Santos da Corte.
Cap 15 - O Segundo Reinado – A Regência (1831 a 1840)
Regências Trinas (Pg 305 a 313)
- Filho de D. Pedro I com D. Leopoldina, o segundo Imperador nascera a 2 de dezembro de 1825 e,
portanto, não podia governar (possuía de 5 para 6 anos), nem mesmo suas irmãs, todas menores. A
Carta de 1824 previa, para esse caso, a formação de uma regência, composta de três personalidades,
que administrasse em seu nome, exercendo apenas algumas atribuições do Poder Moderador;
- Como a Assembleia Geral estava em recesso, foi designada uma Regência Provisória, composta
do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva e dos Senadores Nicolau de Campos Vergueiro e José
Joaquim Carneiro de Campos, Marquês de Caravelas;
- A Regência Provisória concedeu anistia para os criminosos políticos. Todo o país recebeu o
impacto de uma onda do liberalismo, numa euforia de liberdade, misto de confusão entre
democracia e anarquismo. Por isso, a regência provisória representou, naquele momento, a fórmula
salvadora diante da crise política;
- A Assembleia Geral instalou-se no dia 3 de maio de 1831, apoiando Lima e Silva a causa do
Imperador Pedro II, sinônimo de ordem. Na sessão de 17 de junho de 1831, foi escolhida a
regência Trina Permanente, composta pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, com isso se
procurando o apoio militar, e pelos deputados João Bráulio Muniz e José da Costa Carvalho.
Nunca estivemos tão próximos da secessão, da desagregação territorial, quanto nesse ano de
1831;
- O Brigadeiro Francisco de Lima e Silva percebeu o quanto seria difícil governar o País
convulsionado pelos extremistas, e, acabou praticamente governando sozinho, pois Bráulio Muniz
afastou-se, alegando moléstia, e, Costa Carvalho retirou-se para São Paulo;
- Lima e Silva, não esmoreceu, chamou para ocupar a pasta da Justiça o Deputado Padre Diogo
Antônio Feijó, liberal, maçom, hábil político. Podemos dizer que ele consolidou o Império pelas
severas medidas que aplicou nesse momento convulso;
- Após o 7 de abril, formaram-se grupos políticos que se hostilizavam:
1) Os Liberais moderados, ou chimangos (apoiavam a Regência);
2) Os Liberais Exaltados, também chamados de Jurujubas ou farroupilhas (eram contra a
Regência);
3) Os Restauradores, que apelavam para a volta de Pedro I, apelidados de Caramurus, por causa do
Jornal o Caramuru (queriam a volta de D. Pedro I);
- Vários movimentos de insurgência surgiram, inclusive a Divisão Militar de Polícia da Corte,
derramando-se indisciplinarmente pela cidade;
- Fruto das agitações e da insurgência a Divisão Militar de Polícia da Corte foi extinta, em
consequência o Regente criou a Guarda Nacional, em 18 de agosto de 1831, subordinada ao
Ministro da Justiça, e extinguiu milícias e ordenanças;
- Seguiram-se vários movimentos insurgentes e agitações políticas em todo o Brasil, mas todos
acabaram praticamente da mesma forma, ou seja, foram facilmente derrotados pelas tropas do
Império sem conseguir suas reivindicações, porém alguns movimentos chamaram mais atenção e
serão abordados a seguir:
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1) A Revolta dos Malês (1835)
- Foi uma revolta que se destacou no período por ter motivação religiosa, tendo sido levada a cabo
por escravos de religião islâmica, os chamados malês. Esses escravos tinham como objetivo a
libertação de todos os escravos de religião islâmica, a garantia da liberdade de culto e eram, em sua
maioria, das etnias hauçá, igbomina e picapó.
- Os revoltosos propunham o fim do catolicismo, o assassinato e o confisco de bens de todos os
brancos e mestiços, a implantação de uma monarquia islâmica no Brasil, bem como defendiam
também a escravização ou assassinato dos não islâmicos.
- A Revolta do Malês, portanto, se insere no contexto das revoltas sociais do Brasil Imperial,
demonstrando a insatisfação do povo com a situação política e econômica e, no caso específico, a
perseguição e falta de liberdade religiosa no Brasil durante o Império.
2) A Cabanagem (1835 a 1840)
- No Pará, uma revolta, chamada de Cabanagem, conflagrou essa província, originando-se na sua
capital e alcançando o interior;
- Ficaram conhecidos por cabanos os nacionalistas que se opunham aos portugueses, eram os
revolucionários de condições humildes, que habitavam em cabanas ou similares;
- Tudo começou com as agitações provocadas pelo cônego João Batista de Campos que desejava se
impor no governo da província, liderando os liberais exaltados;
- A rebelião representava as classes mais baixas da população. As forças rebeldes eram formadas,
em sua maioria, por índios, mestiços e membros de uma classe média desejosa de mais influência.
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- Em 1822, após essa série de agitações pelo Brasil, concluía a Regência que a origem de muitos
movimentos sediciosos se encontrava no próprio Paço Imperial, na pessoa do Tutor José Bonifácio.
O Padre Feijó propôs a sua demissão, aceita pela câmara mas rejeitada pelo Senado;
- No mesmo dia Feijó pedia demissão do Ministério da Justiça, nos dias seguintes, integrantes da
Guarda Nacional reuniram-se em várias partes da cidade do Rio de Janeiro, movimento
provavelmente orquestrado por Feijó, declaravam-se demitidos os Regentes, em ofício enviado à
Câmara;
- Vencido, Feijó retirou-se para São Paulo, outro gabinete se formou com Honório Hermeto
Carneiro Leão (1831);
- Sem o seu maior opositor, sentiram-se fortes os restauradores. Ocorreram grandes tumultos de rua
provocados por liberais exaltados;
- Com o afastamento definitivodo Ministro da Justiça Liberal (Feijó) a corrente Conservadora
assume o Ministério da Justiça, substituindo inclusive o tutor de D. Pedro II, em 1833;
- Em meio às lutas políticas, aprovava-se o Código de Processo Criminal (1832), que concedia ao
cidadão enormes garantias: o habeas corpus, o júri, a fiança, pondo fim a organização judiciária
anacrônica;
- Em 1834, a aprovação do Ato Adicional, assim batizado, acrescentava 32 artigos a Carta
Constitucional de 1824, sendo os que seguem as principais alterações (Considerados abusivos
pelos liberais):
1) Regência Una, a partir de então e escolhida pelos eleitores e não pela Assembleia;
2) Acabava o Conselho de Estado;
3) Criava Assembleias Legislativas Províncias, com mandado bienal e autonomia financeira;
4) Criava o Corpo de Polícia próprio para as Províncias;
5) Criava o município Neutro, ou da Corte, no Rio de Janeiro, etc;
- Para o cargo de regente único candidataram-se o Padre Feijó, apoiado por Lima e Silva e pelos
moderados, e Holanda Cavalcanti, que representava os exaltados e descontentes. Feijó venceu com
uma diferença de 600 votos.
A Regência de Feijó (1835) (Pg 313 a 315)
- Animado em poder desenvolver um plano de grandes realizações, o Padre Feijó tomou posse a 12
de outubro de 1835. Feijó não era um político habilidoso, faltava-lhe a capacidade para enfrentar os
adversários e absorver as críticas ao seu procedimento arbitrário;
- Pouco antes de iniciar seu mandato, a 20 de setembro, principiara, no Rio Grande do Sul, uma luta
civil que tomaria grandes proporções;
- Feijó acreditou que pacificaria o Rio Grande do Sul nomeando presidente da província o gaúcho
José de Araújo Ribeiro, o que acaba não ocorrendo;
- A saúde já lhe ia faltando. Afastavam-se os moderados, e, em vão, Feijó tentou fundar um partido
que se chamaria de Progressista. Por isso, no ano de 1836, Bernardo Pereira de Vasconcelos e
outros políticos oposicionistas criavam o Partido do Regresso, que visava a congregar os
políticos moderados para combater os excessos do federalismo; no ano seguinte transformou-
se em Partido Conservador, recebendo a adesão dos antigos caramurus, em sua oposição
nasceu o Partido Liberal, em princípio em 1838;
- O Regente nomeou Pedro de Araújo Lima ministro do Império, em 1837, e, no dia seguinte,
materializou a sua demissão.
Os Regressistas no Governo (Conservadores) (Pg 315 a 319)
- Designado interinamente regente, apoiado pelo seu partido, o Conservador, logrou Araújo
Lima facilmente eleger-se, em 1838, tendo como opositor o Liberal Holanda Cavalcanti, o qual
havia concorrido anteriormente com Feijó;
- Araújo Lima, não acumulava grande cultura, nem possuía inteligência apurada, porém conhecia
perfeitamente o jogo político, a ponto de apelidarem-no de “Maquiavel do Lavradio”;
- Araújo Lima e seu partido, que tanta oposição desenvolveram contra o Padre Feijó, provaram o
amargo sabor das revoltas. No sul, Os farrapos ganhavam terreno. Para examinar a região
conflagrada, dirigiu-se ao Sul o Ministro da Guerra, Tenente-Coronel Luis Alves de Lima e Silva
(Caxias), que pode, assim, estudar os problemas da luta que se travava, o que muito lhe serviria
depois para pacificar a província e encerrar a Revolução;
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A Revolução Farroupilha (1835 a 1845)
- A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, foi uma revolta
separatista que mobilizou a elite estancieira que morava no interior do estado e teve como grande
causa a insatisfação dessa elite com a falta de autonomia e com os pesados impostos cobrados,
sobretudo no charque (carne-seca).
- Essa revolta, que contou com nomes como Bento Gonçalves e David Canabarro, foi a maior
revolta provincial de todo o período monárquico brasileiro, pois teve duração de 10 anos.
- Foi somente em 11 de setembro de 1836 que os farrapos decidiram pela separação e foi
proclamada a República de Piratini ou República Rio-Grandense.
- Um momento marcante aconteceu em julho de 1839, quando David Canabarro e Giuseppe
Garibaldi lideraram a conquista de Laguna e fundaram a República Juliana, localizada no atual
estado de Santa Catarina.
- Os farrapos foram derrotados, em grande parte pela ação do Barão de Caxias, um dos grandes
nomes do Exército brasileiro no século XIX.
A Sabinada (1837 a 1838)
- Refletia-se no Norte a agitação do Sul, na capital da Província da Bahia, o médico Francisco
Sabino Alves da Rocha Vieira provocou um movimento de caráter separatista, iniciado em 6
de novembro de 1837;
- O objetivo dos participantes da Sabinada era proclamar a emancipação política da província da
Bahia e fundar uma república independente enquanto o imperador D. Pedro II estivesse
impossibilitado de assumir o trono;
- O rebeldes proclamaram o “Estado Livre Bahiense”, com forma republicana;
- A Sabinada se diferenciou das outras rebeliões regências por ter sido liderada por um membro da
classe média, a liderança mais abastada não significou a ausência da participação de pobres e
escravos;
- Os rebeldes foram combatidos e vencidos pelas tropas do Império após combates de 13 a 15 de
março de 1838.
A Balaiada (1838 a 1841)
- No Maranhão, Raimundo Gomes Vieira Jutaí provocou um movimento sedicioso (revolta),
começado em 13 de dezembro de 1838, ao qual se juntaram Manuel Francisco dos Anjos
Ferreira, conhecido como Balaio, que fabricava Balaios (cestos), e negros fugidos, dirigidos por
Cosme Bento das Chagas, que se intitulou “tutor e defensor das liberdades bentevis”, fazia parte
do movimento, o vaqueiro Raimundo Gomes conhecido como Cara Preta;
- Esse movimento, conhecido por Balaiada, fora instigado pelos liberais contra o governo da
Regência (Conservador);
- A população do Maranhão era basicamente formada por escravos e sertanejos miseráveis, a
situação de pobreza era agravada pela queda das exportações e dos preços do algodão que sofriam
com a desvalorização devido à concorrência com o produto produzido pelos norte-americanos;
- Para pacificar a província, o Conde de Lages, Ministro da Guerra, escolheu o Tenente-Coronel
Luís Alves de Lima, que conduziu pessoalmente a ação de pacificação;
- A notícia da maioridade chegava à Província, a 23 de agosto, quase toda pacificada: grandes
festejos ocorreram em São Luís.
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- Apesar dessas agitações absorverem as atenções da Regência, Araújo Lima ainda pode criar:
em 1837, o Imperial Colégio Pedro II, em 1838, o Arquivo Público (hoje Nacional), em 1839,
remodelou a Escola Militar, reorganizou o Exército, em 1838, mandou proceder o
recenseamento da capital. Sem ter sido obra desta administração, nasceu, em 1838, o Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro;
- A mais importante realização de Pedro de Araújo Lima residiu na Lei Interpretativa do Ato
Adicional de 1840, pois o Ato Adicional de 1834 passou a ser visto como abusivo e
encaminhador de liberdades excessivas;
- A 6 de abril de 1838, em Niterói, falecia o Patriarca da Independência (em 1831, ao abdicar do
trono brasileiro e retornar à Portugal, D. Pedro I escolheu José Bonifácio como tutor de seu filho,
o futuro D. Pedro II. Ele permaneceu no cargo até 1833, quando foi demitido pelo governo da
Regência).
A Situação do País (Interna) (Pg 319 a 326) – Período Regencial
- Salvar a unidade territorial e política, permitindo, ao mesmo tempo, que a opinião se cristalizasse
em partidos políticos, eis o grande objetivo e a grande obra alcançada pela Regência;
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- Aproveitaram-se os franceses da anarquia que conflagrava a província do Pará, na fronteira
com a Guiana Francesa, ainda mal vigiada, os habitantes de Caiena invadiram terras do Amapá,
apesar do Tratado de Utrecht de 1713, e construíramum fortim, na margem direita do Oiapoque,
onde se mantiveram por cinco anos, de 1835 a 1841, retirando-se por interferência/mediação
inglesa, a pedido do governo brasileiro;
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- Resolvido a questão com a França, iniciava-se em 1837 e 1838, o conflito diplomático com a
Guiana Inglesa. Um viajante alemão, naturalizado inglês, Robert Schomburgk, com o pretexto que
os índios ficariam mais bem protegidos sob a bandeira inglesa e professando a religião
protestante, mas na realidade, visando à riqueza selvagem e inóspita daquela área, a bem dizer
abandonada, este viajante levantou uma dúvida sobre a linha fronteiriça, o que foi aceito por
Henry Light, governador de Georgetown; e Normanby, Ministro das Colônias, ratificou-a.
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- Às agitações políticas da época regencial corresponde a presença de variados jornais, todos com
um papel destacado como fomentadores do clima de intranquilidade então presente;
- As folhas do Liberais Exaltados viviam dos ataques ao governo, eram, em geral, transitórias e mal
escritas: A Trombeta dos Farroupilhas, A Malagueta, O Grito dos Oprimidos, O Cabrito, O Cidadão
Soldado, O Burro Magro, A Formiga e O Capadócio....
- Os Restauradores ou Caramurus imprimiam: O Caramuru, O Martelo, O Brasil Aflito, Palhaço da
Oposição, O Meia Cara, O Tamoio Constitucional,....
- Na economia, o café, dominando completamente o Vale do Paraíba, lidera as exportações nesse
período, seguindo-se o açúcar e do algodão. O café permitiu à Regência enfrentar a crise
econômica;
- A lavoura do café em expansão exigiu escravos em maior quantidade, já que em nada se
diferenciava da época do açúcar no século XVII, ou seja, foi monocultural, escravocrata e
latifundiária;
- Apesar, de ter havido uma lei emanada pela Legislatura de 1831, declarando ilegal o tráfico
de escravos, e, portanto, colocando o problema na competência do Ministério da Justiça (Padre
Diogo Feijó), este não encontrou meios de executá-la;
- Aumentava o preço dos negros entrados ilicitamente no Brasil;
- A produção de açucareira encontrava-se em crise, havia concorrência com as plantações da
América Central e a fabricação de açúcar de beterraba na França;
- O Ouro ainda continuou sendo obtido largamente; calcula-se em 30ton o montante durante esse
período. A Imperial Brazilian Mining Association, Inglesa era responsável pela exploração;
- O Comércio exterior mostrou-se deficitário, havendo mais importação do que exportação,
obrigando a presença de empréstimos ao estrangeiro;
- Durante a Regência de Araújo Lima, o governo adotou medidas protecionistas ao comércio,
estipulando o aumento das tarifas alfandegárias;
- A Sociedade, uma classe média, muito reduzida, localizada quase sempre nos centros urbanos,
formada por funcionários públicos, pequenos e médios comerciantes;
- Durante esse período regencial, enquanto se desenrolavam graves as lutas políticas, verificou-se o
aparecimento de um movimento messiânico em ambiente de população interiorana e rústica.
Vinculou-se ao Sebastianismo, resultado do desaparecimento misterioso de D. Sebastião em
uma batalha;
- Em princípio, em 1836, apareceu em Pernambuco, comarca de Flores, João Antônio dos Santos,
pregando a chegada próxima de D. Sebastião (então desaparecido), trazendo grande riqueza a seus
adeptos. À medida que percorria a região, o número de seguidores aumentava;
- Também domina essa fase regencial, uma indisfarçável política de erradicação e
desmantelamento das Forças Armadas, com pretexto de economia;
- As forças militares estacionadas nas províncias ficavam subordinadas aos seus presidentes, para
fins administrativos, e a comandantes das armas, para fins militares. Este sistema gerou inúmeros
atritos de competência de autoridade;
- A Lei de 18 de agosto de 1831 extinguiu milícias e guardas municipais, criando a Guarda
Nacional, sob orientação de uma autoridade civil: o Ministro da Justiça. Ligando-se, assim, mais
aos interesses políticos do que aos de defesa nacional, prestou, contudo, relevantes serviços. Tinha
por objetivo defender a ordem, a Constituição e promover o policiamento em alguns de seus
aspectos. Isso limitava as Forças Armadas à guerra externa;
- A Lei de 1837, permitia aos recrutados (às Forças Armadas) apresentar substitutos ou pagar
400$000 réis como isenção do serviço, medida que apenas facilitava aos ricos e contribuiu para
despopularizar a instituição militar. Para a Marinha era comum pegar-se, a força, mestiços e índios
que vinham incautos às cidades;
- O Corpo de Guardas Municipais Permanentes, criado em 1831, auxiliar do Exército, e com a
incumbência de policiamento da Corte, desempenhou, durante esse período, suas funções ganhando
elogios de todos. De 1832 a 1839, permaneceu em seu comando-geral, o Tenente-Coronel Luís
Alves de Lima, que já começava a demonstrar as qualidades que o tornariam famoso na História.
Cap 16 - O Segundo Reinado - Política Interna de 1840 a 1870
O Golpe da Maioridade (Pg 331 a 332)
- Com os Conservadores no poder, através do Regente Araújo Lima, os Liberais sentiam-se
insatisfeitos e fundaram em 1840 o Clube da Maioridade; local onde se reuniam os adeptos da
causa (os dois irmãos Holanda Cavalcanti, os irmãos Ottoni, o Padre José Bento Ferreira de Melo,
o Padre José Antônio Marinho, Limpo de Abreu, para relacionar somente os mais influentes).
- Com uma campanha jornalística, conduzida pelos jornais Maioridade Despertador, conquistaram
gradualmente o apoio da população;
- O Regente Araújo Lima ainda tentou protelar a maioridade para dezembro quando D. Pedro II
completaria 15 anos, propondo o decreto de férias parlamentares, mas não obteve sucesso;
- Então em 23 de julho de 1840, D. Pedro II teve declarada sua maioridade aos 14 anos, a qual era
considerada Inconstitucional pois nesta não estava prevista;
- Por esse motivo, o Ato da Maioridade, articulado pelos Liberais, pode ser considerado um golpe;
- Aos Liberais o Imperador entregou a articulação do seu primeiro gabinete de governo.
A Disputa pelo poder (Pg 333 a 335) - (LIBERAIS X CONSERVADORES)
- A disputa pelo poder político nessa época resumia-se no seguinte cenário:
- Os Conservadores até o final do período regencial, através de Araújo Lima debatiam-se em meio a
revoltas procurando manter a ordem administrativa do Império;
- Por outro lado, os Liberais aplicaram o golpe da maioridade com maestria, retirando do poder dos
conservadores e sem muita preocupação com os interesses nacionais-
- Foi formado o Ministério da Maioridade, Liberal, também conhecido como Ministério das
Famílias, com os dois Andradas (Antônio Carlos e Martim Francisco), Aureliano de Souza
Coutinho, Antônio de Paula Holanda Cavalcanti e Albuquerque, seu irmão Francisco de Paula e
Antônio Paulino Limpo de Abreu;
- Houve uma tentativa, sem sucesso, de negociar diretamente com os revoltosos o fim da
Revolução Farroupilha;
- Em 1840 ocorrem as eleições para a Câmara, os Liberais que tinham montado um Ministério
Liberal conseguem também a maioria nestas eleições, que ficaram conhecidas como “eleições do
cacete”, por ter sido debaixo da porrada mesmo;
- Essa violência não agradou a opinião pública e o anseio de muitos estadistas, o que levou o
Imperador a destituir o Ministério Liberal;
- Os Conservadores formaram então um novo gabinete em 23 de março de 1841, restaurando o
Conselho de Estado, Reformando o Código Processo Criminal;
- A Revolta da Balaiada (MA) encaminha-se para o seu final, com a decisiva atuação do Coronel
Luis Alves de Lima, sendo promovido a Brigadeiro em 1841 e na mesma data concedido o título de
Barão de Caxias;
- Os Liberais aguardavam o início dos trabalhos políticos na Câmara, onde tinham a maioria para
poder criar oposição ao recém-criadoMinistério Conservador, porém foram surpreendidos com a
dissolução da Câmara em 1842;
- Sentindo-se frustrados recorreram as armas e convulsionaram as províncias de SP e MG.
Revoltas de 1842 (Pg 335 a 337) - LIBERAIS
- Os Liberais de São Paulo, persuadidos pelo Padre Diogo Feijó (Liberal, Ex-ministro da Justiça e
Ex-1º Regente) e pelo Senador Liberal Nicolau Vergueiro, depuseram em Sorocaba (SP), o
Presidente da Província, José da Costa Carvalho, proclamando em seu lugar, a 17 de maio de 1842,
o Coronel da Guarda Nacional Rafael Tobias de Aguiar.
- O Liberais Mineiros, gravitando em torno de Teófilo Otoni e sua família, conseguiram sublevar a
Guarda Nacional e igualmente depuseram o Presidente da Província, Bernardo Jacinto da Veiga, em
1842, escolhendo para governá-la, José Feliciano Pinto Coelho da Cunha (sobrinho do Marques de
Itanhaém);
- Para acabar com os revoltosos e pacificar as duas Províncias, o governo designou o Brigadeiro
Luís Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias, que exercia o comando das armas da Corte, após seu
recente retorno do Maranhão;
- Ocorreram vários embates entre a Coluna Libertadora e as tropas Imperiais, nas regiões de
Sorocaba, Guaratinguetá, Campinas, Taubaté, etc, em São Paulo e em Barbacena, Sabará, Arraial S.
Luzia, Teófilo Otoni, etc, em Minas Gerais;
- Os Liberais revoltosos foram derrotados e anistiados. Também ficaram conhecidos por
muitos anos por os “Luzias”;
- Barão de Caxias, recebeu a promoção de Marechal de campo por sua brilhante atuação em mais
uma pacificação.
Pacificação do Rio Grande do Sul (Pg 338 a 340)
- Os farrapos permaneciam dominando uma parte da conflitada província sulina, recebendo armas e
cavalhadas dos platinos. As agitações, causadas pelos Liberais, em São Paulo e em Minas Gerais
favorecia-os.
- Novamente o Barão de Caxias chega a Porto Alegre em 1842, após ter pacificado a Revolta de
1842. De imediato estabeleceu a ordem na tropa que estava dispersa;
- Seguiram-se diversos conflitos nas regiões de Camaquã, Rio Pardo, Passo de Rosário, Alegrete,
Santana do Livramento, São Gabriel, entre outros;
- Enquanto essas ações se desenvolviam no Sul, o governo Imperial acertava um infeliz tratado com
o ditador Argentino Juan Manoel de Rosas em 1843, pelo qual os argentinos lhe ajudariam a
esmagar a revolta farroupilha, em troca de amparo brasileiro contra os inimigos da permanência de
Rosas no Poder. Mas o próprio Rosas não cumpriu a sua parte no Tratado.
- A Pacificação só ocorreu em 1845, após habilidosa negociação entre Caxias e os revoltosos, o que
resultou uma paz honrosa, com punições apenas para os crimes comuns, não sendo a Província
subjugada, mas PACIFICADA. Além da anistia ampla e geral, isentava-se do serviço militar os que
participaram das lutas, mantinham-se os postos aos oficiais, vincularam-se os escravos soldados ao
serviço do Estado;
- Por Caxias ter sido forte para vencer e humano para perdoar, recebeu o título de Conde e foi
escolhido Senador pelo Rio Grande do Sul;
- Esta campanha, a mais longa de nossas guerras internas, representou um laboratório de táticas
com utilização proveituosa nas guerras externas.
Ascensão de D. Pedro II (Pg 340/341)
- Em pouco menos de três anos, D. Pedro II tornou-se conhecedor da complexa Administração
Imperial e começou a compreender as diversas facetas da política;
- Casou-se, por procuração, em 1843, com a Princesa Italiana Teresa Cristina Maria de Bourbon.
Dessa união matrimonial, nasceram em 1846, a Princesa D. Isabel e, em 1847 sua Irmã D.
Leopoldina;
- O Imperador lançou as bases de Petrópolis, na fazenda Córrego Seco, por lá organizando uma
colônia alemã em 1843. Em 1856, Petrópolis era elevada à categoria de cidade;
- De seu pai D. João VI, D. Pedro II herdara o instinto da economia, da mãe recebera o dom do
intelectualismo. Exerceu o poder com rigor e disciplina, não perdoando as condutas desonestas;
- Utilizava-se do Poder Privativo Moderador com discrição e bom senso, mais para mediar
conflitos à qualidade de magistratura do que de autoridade.
A Revolução Praieira (1848) - (Pg 341 a 343)
LIBERAIS (Praieiros) x CONSERVADORES (Guabirus)
- Ocorrida em Pernambuco, em 1848, ganhou o nome de Praieira, por causa da Rua da Praia, no
Recife, onde se editava o Jornal Diário Novo;
- Com tendências Liberais e burguesas, os praieiros se opunham aos marinheiros, apelido dos
portugueses, e aos “guabirus” (CONSERVADORES);
- Os praieiros dirigiam os seus clamores contra o Presidente da Província, Herculano Ferreira Pena,
acusado de criar dificuldades ao comércio do açúcar e a impedir a nacionalização do comércio
varejista;
- Opunham-se, também, ao poderio da família Cavalcanti e de suas aliadas, proprietários de
latifúndios, o que lhes permitia dispor de força política, controle da Guarda Nacional;
- Uma de suas metas era a Reforma da Lei de Terras;
- Como líderes do movimento destacaram-se Manoel Pereira de Moraes e o desembargador
Joaquim Nunes Machado;
- Travaram-se tenaz combate pelas ruas de Recife, porém, mais uma vez foram os revoltosos forma
derrotados e o Imperador concedeu anistia aos implicados nessa revolta em 1852.
A Questão do Tráfico - (Pg 343 a 344)
- O fim do tráfico negreiro era o primeiro passo para a gradual abolição da escravatura. A Inglaterra
exigiu essa condição para efetuar o reconhecimento da nossa Independência, mas a economia
Brasileira era muito dependente da mão de obra escrava;
- O Marquês de Barbacena propôs e foi promulgada pela Regência, em 1831, uma lei que
terminava com o tráfico negreiro, mas à mesma era Inexequível;
- Em 1845, O Bill Aberdeen representou uma atitude inglesa de repressão ao tráfico, autorizava e
estipulava severas medidas contra os navios negreiros (apreensões SFC), reservando-se no
direito de visita aos navios suspeitos para a liberação da carga;
- Porém em vez de frear o tráfico a Lei Bill Aberdeen desencadeou o contrabando das “peças” e
uma reação nacionalista popular;
- De todos os importadores, famoso ficou Manoel Pinto da Fonseca, estabelecida na Corte,
possuidor de uma feitoria em Cabinda, destruída pelos ingleses em 1841;
- Proposta por D. Pedro II e pelos Liberais foi aprovada em 1850 a Lei Euzébio de Queiróz, a qual
proibia o tráfico/comércio internacional de escravos;
- O fim do tráfico negreiro fez com que o preço do escravo africano aumentasse muito no Brasil.
Consolidação Política (Pg 344 a 348) – Alternância na Presidência do Conselho de Ministros
entre LIBERAIS X CONSERVADORES
- Em 1843, os Conservadores, liderados por Honório Hermeto Carneiro Leão, formaram um
gabinete forte que e se mantiveram no poder até 1844, quando subiram ao poder os Liberais
Moderados ou Chimangos, conhecido como ministério das “vacas gordas”;
- O gabinete dos Liberais, em 1844, foi responsável por impor as primeiras tarifas protecionistas
alfandegárias, aproveitando-se do término do Tratado de Comércio com a Inglaterra, em 1844, o
qual ficou conhecido como Tratado Alves Branco, elevando de 30% a 60% o imposto sobre
produtos estrangeiros;
- Alagoas passou por uma pequena crise, que logo foi combatida pelo governo;
- Em 1847, D. Pedro II acatando sugestões, convocou Manoel Alves Branco para compor o
Ministério, esta sábia medida do Imperador, que restringia as suas atividades monárquicas aos
mais importantes aspectos do Poder Moderador, permitiu ao Império atingir a culminância política;
- O bom funcionamento do parlamentarismo exigia que o gabinete possuísse permanente apoio na
Câmara dos Deputados Gerais e confiança do Imperador;
- O parlamentarismo Às Avessas ocorria porque quem tinha o poder de dissolver a Câmara ou o
Gabinete de Ministros era o Imperador através do Poder Moderador, o que não ocorre no
parlamentarismo tradicional (Inglaterra por exemplo);
- Em 1849, Visconde de Monte Alegre (José da Costa Carvalho) assume o Gabinete e distingui-sepela aprovação da Lei Euzébio de Queiróz (1850), o que demonstrou o amadurecimento das
instituições;
- Também a partir de 1850 o Brasil é acometido pela Febre Amarela, tornando-se endêmica por
mais de meio século;
- O Censo Geral, realizado em 1851, causou alvoroço e incompreensões no Recife, ocasionando
uma sublevação, liderada por João dos Remédios, e ficou conhecida como dos “marimbondos”, a
1852;
- Devido ao grande amadurecimento político houve uma conciliação partidária, em 1853, devido ao
domínio do jogo político por D. Pedro II;
- Para chefiar o Gabinete da Conciliação, Pedro II chamou Honório Hermeto Carneiro Leão,
Visconde de Paraná, em três anos, executou notável governo, com realizações impressionantes;
- Esse ministério granjeou o mérito de aplicar, no Brasil, as práticas econômicas industriais que
mudavam a fisionomia da Europa, apoiando as ações de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de
Mauá;
- Em 1861, surgiu a “Liga Progressista”, aliança entre os Liberais e os Conservadores Moderados;
- Em 1864, combatemos o governo de Aguirre e aceitamos a guerra contra o Paraguai (1865);
- Em 1866, um decreto abriu os rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira, Negro e São
Francisco à navegação mercante internacional.
Cap 17 – O Segundo Reinado (1840 a 1870)
Política Externa
A Guerra de Oribe e Rosas (Pg 351 a 358)
- Inicialmente, A Guerra de Oribe (Uruguaio) e Rosas (Ditador Argentino) contra o General
Uruguaio Frutuoso Rivera seria somente entre esses dois países, porém o Brasil mantinha boas
relações e apoiava o General Uruguaio Frutuoso Rivera;
- Manoel Oribe (Uruguaio) era integrante dos Blancos ou Unitários, já o General Frutuoso Rivera
(Uruguaio) pertencia aos Colorados ou Federalistas (apoiado pelos brasileiros);
- O governo Imperial começava a se convencer de que teria de prestar auxílio a Montevidéu. Assim,
querendo uma solução pacífica para o conflito buscou apoio da Inglaterra e da França para mediar o
conflito;
- Em 1845, Inglaterra e França fazem a primeira tentativa de mediação do conflito, o que acaba em
fracasso;
- Em 1848, Inglaterra e França fazem nova tentativa de mediação do conflito, o que acaba mais uma
vez em fracasso, pois Montevidéu continuava cercada de acordo com os desejos de Rosas;
- Em 1850, Rosas obteve autorização para anexar o Paraguai aumentando assim o seu domínio
territorial;
- O Brasil através de Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá), apoiava as carências dos
habitantes de Montevidéu que estava cercada;
- Em 1851, o gabinete imperial determinou a ofensiva naval. O Brasil contava com o apoio General
Urquiza (Argentino) insatisfeito com Rosas, e com a eficácia da atuação do Conde Caxias nomeado
presidente da Província do Rio Grande e comandante das Operações no Uruguai iniciam-se assim as
investidas contra Rosas e Oribe;
- Logo no início dos embates, Oribe assina acordo de paz com o General Urquiza (Uruguaio), em
1851;
- Faltava então a derrota de Rosas para encerrar o conflito. Em 1852, o próprio Rosas comandando
suas forças (24 mil homens) sofre a investida final das tropas brasileiras, destacaram-se nessas
investidas o Marquês de Souza (Boi de Botas) e Manoel Luíz Osório, tomando a chácara de Rosas e
derrotando suas tropas;
- O derrotado procurou abrigo em um navio Inglês para onde partiu anistiado, estava encerrado este
conflito.
A Questão com a Inglaterra (Pg 358 a 360)
- A Questão com a Inglaterra que levou à ruptura das relações diplomáticas com o Brasil foi
baseado em três incidentes, em parte exagerados pelo representante inglês na Corte do Rio de
Janeiro (desde fevereiro de 1860), William Dougal Christie;
- 1º Incidente: Em 1860, marujos ingleses travaram luta corporal com remadores brasileiros;
- 2º Incidente: Em 1861, o cargueiro britânico Prince of Wals naufragou na costa do Albardão no
RS, tendo sua carga roubada por desconhecidos;
- 3º Incidente: Em 1862, três oficiais da fragata Fort em passeio pela Tijuca, embriagaram-se e
desacataram o soldado Manoel Luiz Teixeira, sentinela do posto policial. O Alferes Braz Cupertino
do Amaral, que comandava o posto, os colocou em prisão, desconhecendo suas identidades;
- Reunindo tudo em um único caso, Christie exigiu uma indenização de ₤6.525, pela carga roubada
no Sul, e satisfações exageradas pelo vexame que haviam sofrido os oficiais de S. Majestade, a
Rainha Vitória;
- O Imperador D. Pedro II, recusou-se a atender a tais reclamos, e afirmava que perderia a coroa
antes de reprimir intervenções desse gênero;
- Christie surpreendeu a corte imperial com um ultimato, e, então apressou cinco de nossos
mercantes (1862), bloqueando, em seguida, o porto do Rio de Janeiro;
- O governo imperial resolveu pagar, sob protesto, ₤3.200 ao governo inglês, como indenização da
carga do Prince of Wals, “por não convir à dignidade do Brasil árbitros em negócios tão
mesquinhos de dinheiro...”
- Christie restituiu, então, os navios apresados;
- Quanto ao procedimento das autoridades brasileiras no caso dos oficiais da Fort e a retaliação
inglesa, entregava-se ao arbitramento do Rei Leopoldo I, da Bélgica;
- Em 1863, o Rei Leopoldo I, no castelo de Laecken, emitiu parecer favorável à atitude brasileira,
condenando, assim, as represálias do Almirante Warren;
- O incidente diplomático colocara em evidência o patriotismo do imperador e de seus súditos, mas
também a fraqueza militar da Nação;
- O Marquês de Caxias lançou a ideia do serviço militar obrigatório, bem como a criação do cargo
de ajudante geral (Ch EM), também nasceram vários quartéis;
- A prontificação desses melhoramentos militares ocorreu em 1872.
A Guerra de Aguirre – 1851 (Pg 360 a 364) – URUGUAI
- Com a morte do General Eugênio Garzón (1851), militar respeitado e capaz de reconstruir o
Uruguai, elegeu-se presidente da República daquele país Juan Francisco Giró (do partido
Blanco/contrário aos brasileiros), que colocou óbices à ratificação dos acordos de 1851
(tratados de pacificação que tinham sido assinados entre Rivera e Oribe, na Guerra de Rosas e
Oribe contra o Urugaio Rivera);
- COMENTÁRIO PESSOAL: O Partido blanco assume o poder no Uruguai em 1851, e, após
diversas alterações no mandato de presidente e algumas agitações, em 1864 o presidente do
Senado Atanazio Cruz Aguirre assume o mandato de presidente sem ter havido eleições por causa
da revolução que o país se encontrava, Rivera e Venâncio Flores (apoiados por brasileiros) irão
mais uma vez travar conflitos para ocupar as posições no Uruguai;
- Envolveu-se mais uma vez o império nos negócios internos uruguaios, sempre visando à proteção
de nossa fronteira, não completamente firmada;
- Enquanto nossas tropas (com um efetivo total de seis mil homens) transpunham a fronteira, sob o
comando do Marechal de Campo João Propício Mena Barreto;
- Destaca-se ainda, o assalto para a tomada de Paissandu pelo Almirante Tamandaré, tornando-se o
maior feito dessa campanha, apoiado ainda pelo Coronel Emilio Mallet e suas baterias;
- Desesperado, Aguirre queimou publicamente os tratados assinados com o Brasil. E ordenou
o ataque e conquista da cidade brasileira de Jaguarão.
- Aguirre ainda, arrastou pelas ruas de Montevidéu uma bandeira brasileira, afirmando ter sido a
mesma apresada em Jaguarão, de nada lhe serviu essa mentira;
- Em 2 de fevereiro de 1865, tropas de Venâncio Flores e as brasileiras, bem como a esquadra
imperial, cercaram a capital uruguaia;
- Em 15 de fevereiro de 1865, o mandato de Aguirre como presidente do Senado (e interino da
República) expirou, este passou o governo ao presidente do Senado, Tomás Villalba, que se
valendo dos bons ofícios do Ministro Italiano Barbolani, assinou com o Visconde do Rio
Branco, nosso plenipotenciário especial, uma capitulação e o Tratado de 20 de fevereiro de
1865, que encerrava a intervenção brasileira;
- De inimigo, o Uruguai passou a aliado, colocando-se ao lado do Império na campanhacontra Solano López.
A Guerra da Tríplice Aliança (Pg 364 a 392)
- Francisco Solano López estudou na Europa, onde as tendências militares se estimularam, ao
retornar ao Paraguai em 1855, participou do governo de seu pai, Carlos Antônio Lopez, a quem
veio a substituir após sua morte (sem eleições). Solano López achava que seria o árbitro da política
sul-americana, iria ser o “Napoleão do Rio da Prata”;
- Francisco Solano demonstrou possuir dotes de estadista, honesto, trabalhador, administrador
eficaz, querido do povo que o envolvia de especial carisma;
- Procurou transformar o país numa potência, organizando um exército de 80mil homens;
- O maior problema do Paraguai consistia na sua posição mediterrânea, sem acesso ao mar,
condição que não lhe permitia desenvolvimento, pois o comércio, dependia dos vizinhos;
- O Império Brasileiro, desejava manter o livre trânsito pelo Rio Paraguai, objetivando
atingir a província de Mato Grosso;
- A fronteira entre os dois países não ganhara solidez, desejando o Paraguai a linha dos rios
Branco e Ivinheima, enquanto o Brasil pleiteava a dos rios Apa e Iguatemi, ou seja, o motivo da
disputa entre os dois países era o acesso ao mar pela livre navegação pelo Rio Paraguai;
- Com habilidade, o Visconde do Rio Branco obteve o Tratado de 12 de fevereiro de 1858 ,
assinado em Assunção, que liberava a navegação do Rio Paraguai a qualquer nação;
- MOTIVO DA GUERA: Solano Lopez queria ser o mediador do conflito que estava
acontecendo entre Brasil e Uruguai (A Guerra de Aguirre – 1851 a 1865). Porém, o Brasil não
aceitou essa mediação, então, como represália Solano Lopez aprisionou o Navio Brasileiro
Marquês de Olinda (1864);
- A guerra foi, portanto, desencadeada pelo governo paraguaio, matriz da vontade de Estado
brasileiro de eliminar López, por ter sido o seu artífice;
- Solano Lopez, toma inicitiva da movimentação de suas tropas com uma coluna ao Norte
vencendo as tropas do Império e ocupando Forte Coimbra, Corumbá, Dourados, Nioac e Coxim;
- Para avançar com as suas tropas ao Sul, Solano Lopez precisava ultrapassar terras argentinas,
solicitando passagem ao governo argentino por seu território, que, com isso, não concordou,
resolveu Lopez pela invasão, colocando outro país (Argentina) contra si.
- Os paraguaios ocuparam a cidade de Corrientes, aprisionando dois vapores argentinos (1865).
Concentrados em Encarnación, dez mil homens, sob a chefia do Coronel Antonio de La Cruz
Estigarribia, marcharam para o Passo de São Borja através da província argentina de Corrientes;
- As forças militares disponíveis no Império Brasileiro apresentavam-se em número inferior ao
efetivo paraguaio. Por causa da Guerra Contra Aguirre (Brasil x Uruguai), encontravam-se nas
vizinhanças de Montevidéu cerca de 9466 homens, estando no comando desta força o Brigadeiro
Manuel Luiz Osório;
- A Guarda Nacional representava uma reserva ponderável mas não adestrada;
- O governo preparou-se para a luta, criando 57 batalhões chamados Voluntários da Pátria (decreto
nº 3,3371, de 07.01.1865). Assim, sessenta mil homens arregimentaram-se e embarcaram para o
Sul, numa compreensão tácita de que a invasão precisava ser repelida e a honra nacional
desagravada;
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
- FORMAÇÃO DA TRÍPLICE ALIANÇA: Ao mesmo tempo, o governo agia diplomaticamente,
obtendo uma aliança com a Argentina e o Uruguai. Francisco Otaviano de Almeida Rosa, nosso
delegado especial, celebrava o Tratado da Tríplice Aliança, secreto, a 1º de maio de 1865, com D.
Rufino Elizalde (Argentina) e D. Carlos de Castro (Uruguai);
- ACORDOS DA TRÍPLICE ALIANÇA:
1) Estabeleceram os signatários a existência de um comando único, de acordo com a área onde se
desenvolvessem as operações militares;
2) A impossibilidade de ser acertada a paz em separado com o Paraguai, da deposição de López,
como término das atividades bélicas, realçando-se que a guerra não era movida ao povo mas ao
governo paraguaio; e
3) A esquadra brasileira escapava ao comando-em-chefe aliado (que ficaria com o presidente
argentino, o General Mitre, nas operações militares fora do Brasil);
- AUXÍLIO FINANCEIRO DOS BANQUEIROS INGLESES:
- A diplomacia imperial ganhou a confiança das nações europeias e o apoio financeiro
indispensável à campanha militar de banqueiros ingleses somente interessados no lucro do
capital, época em que se devia adquirir todo o material bélico no estrangeiro.
- Recusamos, polidamente, o oferecimento de bons ofícios do Peru (1866). Completou essa
política a franquia mercante internacional dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira,
Negro e São Francisco (1866), apressava-se o Brasil em conceder nos seus rios navegáveis o
que desejava no Prata;
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
- O Contingente que se encontrava perto de Montevidéu passou a ser o 1º Corpo de Exército com o
mesmo Brigadeiro Osório no seu comando;
- Tamandaré decidiu retomar a cidade argentina de Corrientes e ativar bloqueio;
- A batalha de Riachuelo representou o aniquilamento da força naval paraguaia, permitindo à
esquadra brasileira dominar o Rio Paraná, até a embocadura do Prata;
- A outra coluna terrestre de Solano López, chefiada pelo General Estigarribia, avançava pelo Sul,
tomando São Borja, Itaqui e Uruguaiana;
- Após esse avanço das tropas paraguaias, o próprio Imperador Brasileiro viajou até Porto Alegre e
percorrendo a província e atingindo Uruguaiana, para incentivar pessoalmente a reação das tropas
brasileiras;
- As tropas do General Venâncio Flores, presidente do Uruguai e do General Argentino Mitre
(aliados do Brasil), avançaram sobre as tropas paraguaias, causando a rendição de Estigarribia, com
5.515 homens. Preso o chefe paraguaio na cidade de Desterro (SC), conseguiu, depois, ser
transferido para o Rio de Janeiro, tendo se estabelecido por menagem, morando em Botafogo; 
- A partir dessa grande derrota, López passou para a defensiva, esperando, encastelado em seu
território, a invasão dos aliados;
- Para libertar a província de Mato Grosso dos invasores, formou-se uma coluna de Voluntários
(2.500 homens). Integrava a coluna o Tenente de Engenharia Alfredo d'Escragnolle Taunay (depois
Visconde de Taunay), que em francês, narrou toda a epopeia;
- Completou a libertação de Mato Grosso o Combate Naval de Alegre (1867);
- Depois de passarem alguns dias inativos por causa de fortes chuvas, os aliados atacaram Curupaiti
no dia 22 de setembro de 1866. A perda em Curupaiti além de ter abatido o moral militar dos
aliados produziu oposição interna nos países que compunham a Aliança. O General Mitre
retornou à Argentina para abafar distúrbios políticos. O General Venâncio Flores restirou-se para
Montevidéu, enfrentou dificuldades internas e veio a ser assassinado tempos depois (1868). O
Visconde de Porto Alegre acampou em Curuzu, cresceram as ideias de se acertar uma paza
qualquer preço;
- O Marquês de Caxias recebia a nomeação para o comando-em-chefe das forças brasileiras e a
promoção ao posto de Marechal-de-Exército. Adoentado, o Almirante Tamandaré retirava-se do
teatro de operações. Com Caxias, retornava à guerra Osório, comandante do 3º Corpo recém-
criado;
- Caxias assumiu as tropas em condições precárias, mas a partir de suas ações reverteu esse quadro.
O moral da tropa recebeu atenção especial: mandou construir uma igreja e organizaram-se
pequenos teatros e espetáculos de diversões. Nos improvisados hospitais, muito se distinguiu Ana
Justina Ferreira Nery (modelo da Enfermeira Brasileira);
- Com a melhoria de condições, em 1867, Caxias inciou a marcha de flanco das forças aliadas para
o enfrentamento a Solano López, com o objetivo de contornar a fortaleza de Humaitá, que se
acreditava inexpugnável;

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