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EVASÃO EJA-1

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PRÁTICA INTERDISCIPLINAR VI
METODOLOGIA PARA COMBATER A EVASÃO NA EJA
Andréia Soares dos Santos1 
Antônia Maria da Silva 1
Graciela Garcia Saraiva1
Kézia Maia de Araújo Brandão1
Tatiana Fernandes da Rocha1
Maria Izaíra Gil2
RESUMO
Este seguinte trabalho visa abordar sobre as causas da evasão escolar dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O principal objetivo é descrever quem é alcançado por esse programa e o que leva essa pessoa a desistir, pois se essa pessoa teve o interesse em recomeçar, o que o levou a desistir. Quais as causas e motivos que o induziram a isso? O que o professor pode fazer para que esse quadro mude e que essa evasão não aconteça principalmente em sua sala? São questionamentos e soluções que procuraremos mostrar. É necessário que o professor tenha um olhar mais voltado para essa situação e procure reverter e mostrar a importância da educação continuada. 
 
Palavras-chave: Educação. Jovens. Adultos. Evasão. Escolar.
INTRODUÇÃO
Estaremos abordando um tema bastante relevante que é a Educação de Jovens e Adultos, essa modalidade de ensino se tornou bastante conhecida e valorizada pela sociedade, é uma opção muito procurada e aceita por aqueles que por variados motivos tiveram que abandonar seus estudos no período normal, então como um meio de conseguir uma melhor qualificação no mercado de trabalho, muitos jovens procuram esse meio para que seja concluído seus estudos. Essa modalidade também é muito utilizada por idosos que não puderam concluir seus estudos e que hoje procuram para se sentirem aceitos na sociedade.
Porém, apesar da procura, ainda existe uma grande evasão, onde muitos que se matriculam não continuam.
Veremos que os motivos são bem variados como, cansaço do dia, o difícil acesso a escola, a falta de apoio dos familiares, conteúdo pobre ou formas limitadas do professor em ensinar, dentre outros aspectos semelhantes. 
Por fim destacaremos as técnicas que pode vir a ser utilizada para que essa evasão possa diminuir. A tecnologia se tornou uma grande aliada e bem como o lúdico no auxílio das ações pedagógicas e não esquecendo que o estimulo e o incentivo diário é de suma importância para que haja resultados positivos.
1. O INÍCIO DA EJA NO BRASIL
Na colonização do Brasil, as poucas escolas existentes eram destinadas somente a elite, classes média e alta, as classes pobres não tinham acesso a instrução escolar e quando a recebiam era de forma indireta e não havia a necessidade de alfabetizar jovens e adultos. 
A educação escolar passou por três fases:
· A de predomínio dos jesuítas;
· A das reformas do Marquês de Pombal, principalmente a partir da expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal em 1759;
· E a do período em que D. João VI, então rei de Portugal, trouxe a corte para o Brasil (1808-1821).
O ensino dos jesuítas tinha como fim não apenas a transmissão de conhecimentos científicos, escolares, mas a propagação da fé cristã. A história da educação de jovens e adultos no Brasil no período colonial se deu de forma assistemática, nesta época não se constatou iniciativas governamentais significativas.
O ensino dos jesuítas teve um fim com o início do período pombalino. Pombal organizava as escolas de acordo com os interesses do Estado, com a chegada da família Real ao Brasil a educação perdeu o seu foco que já não era amplo.
Desde a Independência do Brasil, a educação passou por várias situações e desafios, houve várias leis que fazia da educação um direito de todos, mas em seguida aparecia um novo governante e privava o povo de tal direito.
A constituição de 1937 foi criada com o objetivo de favorecer o Estado pois o mesmo tira a sua responsabilidade; uma população sem educação (educação para poucos) torna a sociedade mais suscetível a aceitar tudo que lhe é imposto; logo se entende que esta constituição não tinha interesse que o conhecimento crítico se propagasse, mas buscava favorecer o ensino profissionalizante, naquele momento era melhor capacitar os jovens e adultos para o trabalho nas indústrias.
Um dos precursores em favor da alfabetização de jovens e adultos foi Paulo Freire que sempre lutou pelo fim da educação elitista, Freire tinha como objetivo uma educação democrática e libertadora, ele parte da realidade, da vivência dos educandos.
Ao longo das mais diversas experiências de Paulo Freire pelo mundo, o resultado sempre foi gratificante e muitas vezes comovente. O homem iletrado chega humilde e culpado, mas aos poucos descobre com orgulho que também é um “fazedor de cultura” e, mais ainda, que a condição de inferioridade não se deve a uma incompetência sua, mas resulta de lhe ter sido roubada a humanidade.  O método Paulo Freire pretende superar a dicotomia entre teoria e prática: no processo, quando o homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na realidade, de certa forma. Percebendo – se como sujeito da história, toma a palavra daqueles que até então detêm seu monopólio. Alfabetizar é, em última instância, ensinar o uso da palavra.
Na época do regime militar, surge um movimento de alfabetização de jovens e adultos, na tentativa de erradicar o analfabetismo, chamado MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), esse método tinha como foco o ato de ler e escrever, essa metodologia assemelha – se a de Paulo Freire com codificações, cartazes com famílias silábicas, quadros, fichas, porém, não utilizava o diálogo como a de Freire e não se preocupava com a formação crítica dos educandos.
Anterior a criação do MOBRAL (1967), existiram também: a Campanha de Educação de Adultos e Adolescentes (1947 – 1963); a Campanha Nacional de Educação Rural (1952 – 1963); Mobilização Nacional contra o Analfabetismo (1962 – 1963) e as Comissões de Cultura Popular e Programa Nacional de Alfabetização (1963 – 1964) (ROCCO, 1979: 45).
Ao final da ditadura de Getúlio Vargas em 1945, o país se democratizava lentamente e dois anos depois se iniciou a Campanha de Educação de Adultos e Adolescentes, coordenada por Lourenço Filho que, como sua experiência de professor da época, conseguiu estender o programa para as diversas regiões brasileiras. Assim várias escolas supletivas foram criadas, mobilizando diversos campos administrativos, profissionais e também de voluntários.
A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, idealizada e realizada por Lourenço Filho, tinha por objetivo a utilização dos 25% do FNEP para a educação de adultos. Baseado no lema, "ainda por amor às crianças é que devemos educar adolescentes e adultos" pretendia com o atendimento dos adultos elevar o nível de vida das crianças. Razões de ordem nacional e internacional permitiram o aparecimento dessa Campanha. Estávamos vivendo politicamente as mudanças ocasionadas pela Revolução de 1930 e volta da democratização do país. (ROCCO, 1979).
É importante ressaltar que, nesse período da história brasileira, o analfabetismo era concebido como "causa" da situação econômica, social e cultural da época, e não como "efeito". Essa concepção validava a visão do analfabeto adulto como incapaz e assim, marginalizado. Tais concepções sobre o adulto analfabeto e também sobre a sua capacidade de aprender "inspiraram" o Ministério da Educação para criar um material didático dirigido ao ensino da leitura e escrita para adultos no ano de 1947. O método adotado nesse material era o silábico e as lições partiam de palavras-chaves que eram escolhidas a partir de suas características fonéticas. Fazia-se a memorização das sílabas para que assim pudessem formar novas palavras. No entanto, começaram a surgir críticas no final da década de 50 sobre a Campanha de Educação de Adultos que questionavam as deficiências administrativas, financeiras e o método e orientação pedagógica que seguiam. Tais críticas denunciavam o caráter superficial desse processo de ensino e aprendizagem, uma vez que deveria ser realizado num período de tempo muito curto, também acentuavam as inadequações do método para uma diversidade cultural tão grande presente nas regiões brasileiras. As campanhas de Educaçãode Jovens e Adultos criadas e lançadas a partir de 1942 sobreviveram até 1964. Também porque, a partir da década de 1950, as posições e situações políticas, sociais e econômicas brasileiras passam por alterações, atingindo obviamente o âmbito educacional, e os programas de educação de adultos criados até então, passavam a apresentar inadequações ao novo cenário educacional que nascia. E é neste momento de modificações que Paulo Freire inicia suas primeiras ações educativas e em prol dos educandos adultos.
Paulo Freire apresentava uma proposta de alfabetização e de educação que visava a conscientização dos sujeitos no processo. E um de seus princípios básicos de ensino e aprendizagem era: a leitura de mundo precede a da palavra (FREIRE, 2000).
Entretanto, o golpe militar de 1964 abafou o movimento de Paulo Freire e de seus seguidores que estava apenas começando e a nova gestão política influenciou diretamente todos os setores da sociedade brasileira, inclusive a educação. O governo repressor implantado na época só permitiu a realização de programas assistencialistas para atender a demanda de adultos analfabetos. E no ano de 1967 aprovou-se pela lei nº 5379 o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização). A concepção que o MOBRAL e seus educadores defendiam sobre o analfabeto era de "pessoas com baixo nível socioeconômico, porém com grande bagagem cultural". Consideravam seus alunos como pessoas tímidas e inseguras, logo o papel do educador seria o de modificar esse quadro. Os princípios metodológicos trabalhados no MOBRAL eram a funcionalidade e a aceleração. Funcionalidade significava partir da individualidade dos alunos adultos e isso desencadeava a aceleração no processo educativo. (JANUZZI, 1987).
Na verdade, a preocupação central do MOBRAL era que um indivíduo fosse alfabetizado para facilmente receber as informações e desempenhar corretamente seu papel na sociedade e no desenvolvimento. E a diferença entre o movimento e a prática de Paulo Freire se encontra no referencial ideológico dos dois, pois enquanto o educador propunha a "educação como prática da liberdade", o MOBRAL propunha intrinsecamente o condicionamento do indivíduo para a manutenção do status quo. (BELLO, 1993). 
O MOBRAL concebe a educação como investimento, como preparação de mão-de-obra para o desenvolvimento inquestionável, isto é, como estava sendo concebido pelo Modelo de Brasileiro de Desenvolvimento. Assim sendo, o que tem de fazer é realmente usar esse método anti-dialógico, que em nenhum momento possibilita a horizontalidade com o MOBRAL/CENTRAL de onde emanam os objetivos a serem atingidos. Então, o processo de alfabetização passa a ser o momento em que a preocupação é com o ensinar a palavra, treinar o aluno para ler e escrever a palavra já que traz o significado adequado. A ênfase na decodificação da palavra, na aprendizagem das técnicas de ler e escrever, facilita o desenvolvimento de habilidades que permitem a apreensão de informações que fazem o alfabetizando entrar no grupo de que participam do desenvolvimento. Esse método propõe situações de análise e de síntese relacionando-as com uma palavra que representa a realidade que deve ser alcançada, desejável, onde já estão os grupos que contribuem para o desenvolvimento (JANNUZZI, 1987:65).
 
Quanto ao método de alfabetização, o MOBRAL apresentava-o como eclético e baseado na decomposição de palavras geradoras, e ainda acentuava que seus princípios metodológicos eram novamente a funcionalidade e a aceleração.
Na década de 80 iniciou-se a abertura política no Brasil e outras experiências mais democráticas em EJA, foram ampliando-se aos poucos. O MOBRAL foi extinto no ano de 1985, e essas experiências educativas direcionadas aos grupos populares da sociedade continuaram e tornaram-se mais fortes e voltavam-se lentamente para a filosofia de Paulo Freire.
O Ensino Supletivo foi criado em 1970 como mais uma campanha de alfabetização de adultos e adolescentes. No caso, ele deveria suprir a escolarização dos adolescentes e adultos que não frequentaram a escola no período regular e também propiciar a atualização e aperfeiçoamento (ROCCO, 1979:77).
2. POSSÍVEIS CAUSAS DE EVASÃO NA EJA E AS CONTRIBUIÇÕES QUE PODEM SER ADOTADAS PARA EVITAR OU AMENIZAR TAL PROBLEMA
Os educadores atuais de EJA, em sua grande maioria, não são preparados para trabalharem com as especificidades da clientela em questão. Sobre este aspecto, a proposta curricular para o 1º segmento em EJA sugere que, "para favorecer a leitura compreensiva e motivar os jovens e adultos que se iniciam no mundo da escrita, é fundamental selecionar textos significativos e interessantes." (BRASIL, 2001:57).
 O despreparo desses educadores deve-se também as baixas condições da formação e profissionalização que os cursos da área da educação oferecem e também é claro pela falta de estímulos gerados pelos baixos salários que recebem. (GADOTTI, 2007).
No entanto sabe-se que a escola não tem dado conta dessa premissa, o que contribui para a evasão que é uma das grandes responsáveis pela necessidade da existência e continuidade do ensino da EJA. As pessoas que procuram esta modalidade de ensino têm um histórico de vida que as impossibilitou de frequentar a escola quando criança. Mas que, no entanto, tem todo o direito de buscar alternativas para concluírem seus estudos. 
A evasão na EJA pode ser motivada por muitos fatores como o cansaço após ter trabalhado o dia todo, a distância da casa até a escola, sendo que muitos precisam utilizar o transporte escolar. Outro fator é a falta de apoio da família, falta de apoio do governo, da escola, da direção, dos professores que muitas vezes não estimulam seus alunos; e também o próprio desinteresse dos alunos, que não veem perspectivas para o futuro, isso tudo interfere nas causas de abandono da instituição escolar. Existem muitos fatores que podem contribuir direta ou indiretamente na evasão escolar dos adolescentes sendo uma grande preocupação para educadores, gestores, governo, entre outras instituições. O fracasso escolar também é uma das causas de evasão, pois os alunos que frequentam a EJA, em sua maioria já tiveram passagens desastradas com insucesso pelas instituições de ensino, sendo ínfimo o número dos que não tiveram passagem alguma pelo sistema de ensino formal. Sendo também cada vez maior o número de adolescentes e jovens recém-saídos do ensino regular, por onde tiveram passagens acidentadas e nem um pouco positivas.
A alfabetização de jovens e adultos é um desafio, não só para governamentais, universidades, professores, como também para toda a sociedade e o próprio aluno.
 A evasão escolar pode ser considerada um problema social, que envolve não só os alunos e suas famílias, mas também as escolas, certamente a administração pública. Ao contrário do que se pensar, a principal causa da evasão nas escolas está ligada ao desinteresse do aluno nos estudos e não na necessidade precoce de trabalhar para ajudar com as contas da casa por mais que esse também seja um fator bastante presente.
Mas os dados revelam que a maioria dos estudantes abandona a escola antes mesmo de completar o ensino fundamental. Dos que ingressam no ensino médio, um percentual relevante não consegue avançar e acaba desistindo: segundo o censo Escolar 2015, de cada 100 alunos dessa etapa, 12 são reprovados e 8 abandonam a escola.
 O abandono da escola por jovens e adultos pode englobar questões que nada tem a ver com a escola em si, mas como estão as instabilidades familiares, crise econômica e entrada precoce no mercado de trabalho. Uma pesquisa da Unicef reforça a importância do combate à exclusão escolar como estratégia de redução das desigualdades: 53% das crianças e adolescentes fora da escola vivem uma renda per capita de até meio salário mínimo. E o principal motivo da evasão escolar dos homens é a inserção no mercado de trabalho e entre as mulheres, a gravidez precoce. 
Grande parte dos gestores tem encontrado dificuldades para lidar com o problema, eles afirmam que soluções adotadas para reduziro abandono ainda são insatisfatórias, e apesar de haver esse problema, nada ainda foi feito para combatê-lo. Entende-se que um dos grandes desafios dos gestores escolares tem sido a melhoria dos índices de aproveitamento escolar, a permanência do aluno na escola e a sua aprovação que de fato, signifique o aproveitamento qualitativo da aprendizagem do aluno
Azevedo (2011, p.05) esclarece que: 
O problema da evasão e da repetência escolar no país tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes do ensino público, pois as Causas e consequências estão ligadas a muitos fatores como social, cultural, político e econômico, como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se agravar, diante de uma prática didática ultrapassada.
De acordo com a pesquisa, no Amazonas os alunos até procuram a escola para se matricularem no início do ano, mas não conseguem concluir. O índice de evasão está a cima de 30%, de acordo com os alunos a evasão se pela metodologia que não é boa. As atividades pedagógicas e os recursos didáticos utilizados acabam sendo incompatíveis com as características do grupo. Para reduzir o problema, é preciso que os estudantes se sintam valorizados na escola e percebam que estão aprendendo conteúdos necessário para que, auxiliem na vida cotidiana e acadêmica.
A solução do problema é complexa e deve envolver diversos setores da sociedade. Mas tudo começa na escola, e aqui várias ações podem ser tomadas para combater a evasão escolar, que podemos pontuar alguns:
· Identificar as fragilidades da escola;
· Aplicar uma boa gestão escolar;
· Melhorar a infraestrutura do local;
· Criar relação próxima com as famílias dos alunos;
· Estimular e motivar esse aluno;
· Utilizar recursos pedagógicos que auxiliem nesse ensino.
Valorizar o corpo pedagógico é necessário para conseguir atingir bons resultados dentro de salas de aula.
A prática nem sempre obedece às leis que a legitimam, como declara Capucho (2012, p. 23): 
Jovens, adultos, idosos, precisam ser reconhecidos (as) como sujeitos de direito, pois, em virtude das situações de desigualdade presentes na sociedade brasileira, e ausência do Estado na garantia dos direitos, lhes foi negado o direito à educação no passado, e lhes é dificultado no presente. [...] as políticas públicas precisam focar medidas especiais e emergenciais com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas. 
Na mesma perspectiva Freire (1999) afirma que é preciso um trabalho pedagógico, que parta do conhecimento do aluno, sendo relevante e significativo para a formação do educando.
Ainda segundo o autor (1999, p 83) é necessário que: 
[...] a escola onde tem lugar de destaque à apreensão crítica do conhecimento significativo através da relação dialógica. É a escola que estimula o aluno a perguntar, a criticar, criar; onde se propõe a construção do conhecimento coletivo, articulando o saber popular e o saber crítico, científico, mediados pelas experiências no mundo.
Então o que fazer para minimizar este problema que reforça as desigualdades sociais e dificulta diminuir significativamente o número de analfabetos ou estudantes que não concluíram seus estudos na idade adequada neste país? 
Nesta perspectiva Freire (1999) apresenta a educação popular, que remete a uma educação significativa, que visa à formação do indivíduo com valores, conhecimento e consciência de cidadania, que busca utilizar o que a pessoa já tem de conhecimento popular para transformar na matéria-prima do ensino. 
Para o autor (1999, p. 91): 
Quando a gente compreende a educação como possibilidade, e gente descobre que a educação tem limites. É exatamente porque é limitável, ou limitada ideológica, econômica, social, política e culturalmente, que ela tem eficácia. 
Assim se tratando de evasão, segundo Scortegagna (2011, p.111) “Na EJA evidenciam-se as dificuldades da formação dos professores, aliadas à inadequação curricular e a falta de metodologias específicas que contribuem para o fracasso de muitos jovens e adultos na educação, ocasionando a evasão”. 
Torna-se fundamental para mudar este cenário, de acordo com a mesma autora, investir e estimular a formação do profissional para que este consiga administrar tanto as questões relativas ao ensino quanto as questões sociais em que os alunos foram ou estão sendo submetidos. 
É preciso que os educadores façam sua parte, seguindo Freire (1999), é a eficácia da prática educativa, que é elemento fundamental no processo de resgate de liberdade. E a escola é o espaço privilegiado na promoção dos direitos, da inclusão, do respeito e a valorização das diferenças, sem qualquer forma de preconceito ou discriminação, em que o educando obtém uma formação indispensável para o exercício da cidadania. 
Numa perspectiva de intervenção para que a evasão seja minimizada no cotidiano escolar é preciso conscientizar os adolescentes, incentivá-los, motivá-los e integrá-los para que se sintam importantes e como parte da vida escolar. Baseando-se na proposta inovadora de Paulo Freire, que pregava a necessidade de uma educação voltada para a libertação e conscientização das pessoas como sujeitos capazes de transformar a realidade social. Uma educação democrática e libertadora, comprometida com a realidade social, econômica e cultural dos mais pobres. Scortegagna (2011) 
Para Freire (2005, p.34), “a construção de uma sociedade não poderá ser conduzida pelas elites dominantes, incapazes de oferecer as bases de uma política de reformas, mas apenas pelas massas populares que são a única forma capaz de operar a mudança”. 
É preciso que os educadores nas escolas públicas deem conta dessa premissa, intervindo de forma crítica e dinâmica, na formação de seus alunos. 
Para que os alunos da EJA permaneçam no contexto escolar, é preciso um trabalho de dinamização do espaço escolar, que é um espaço privilegiado para o conhecimento e deve dar espaço para os sonhos e expectativa dos adolescentes, oportunizar momentos de lazer (ludicidade), de motivação e de acesso à cultura. 
Para que os alunos construam seu “ser e estar no mundo” eles precisam se relacionar com outras pessoas e ter acesso a outros conhecimentos que só a escola pode oferecer. Para isso o primeiro passo é a motivação, que é processo que mobiliza para a ação, a partir de uma relação estabelecida com o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. 
Assim a base da motivação, está sempre na necessidade, no desejo, na intenção, no interesse, na vontade ou mesmo na predisposição para agir. A motivação está também incluída o ambiente que estimula o organismo e que oferece o objeto de satisfação. E, por fim, na motivação está incluído o objeto que aparece como a possibilidade de satisfação da necessidade Bock (1999), são objetos de motivação para os adolescentes: atividades esportivas, atividades de lazer, dinâmicas, tecnologia, música, dança, redes sociais, entre outras. Em outras palavras, a motivação é a vontade e o interesse em fazer um esforço para alcançar determinadas metas, e é um elemento essencial para o desenvolvimento do ser humano, principalmente quando se trata de aprendizagem. 
O Lúdico é a forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, raciocínio através de jogos, música, dança e mímica. O intuito é educar, ensinar se divertindo e interagindo com os outros. O brincar é considerado uma importante fonte de desenvolvimento e aprendizado. Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e satisfatório. E desenvolver este lado lúdico com adolescentes que em sua maioria já não tem tempo nem espaço para estas atividades, vai atraí-los para o espaço escolar. 
As dinâmicas de grupo também são ótimos recursos para utilizar com adolescentes, buscando interagir, integrar, sociabilizar, compartilhar, desenvolver capacidades, habilidades, atenção, memória, além de descontrair, tornar o ambiente agradável e promover a aprendizagem de maneira prazerosa. 
O humor também é uma estratégia, capaz de motivar, atrair e provocar o aluno incentivando-o a buscarnovas analogias com suas próprias experiências de vida.
Assim o acesso às experiências culturais diversas e a novas linguagens, contribui para o desenvolvimento do aluno como sujeito sociocultural, crítico e criativo. As tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, sendo impossível não as utilizar em algum momento da vida. E também despertam o interesse e a motivação dos adolescentes. Na escola ela deve estar muito presente, pois pode tornar as aulas mais atrativas e dinâmicas quando bem utilizadas e com planejamento pedagógico. O uso das tecnologias na educação, veio para facilitar, agilizar e dinamizar o trabalho dos professores no processo de ensino aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos que a Educação de Jovens e Adultos passou por diversas modificações ao longo dos anos até chegar ao que conhecemos hoje, houve muitas conquistas ao longo da história e muitas perdas também. 
Verificamos a luta de grandes homens para que a educação chegasse até ao menos favorecidos. Paulo Freire com suas técnicas bastante proveitosa e de grande importância para facilitar a compreensão e a educação dessas pessoas que por variados motivos tiveram que abandonar os estudos. 
Mediante todas as propostas apontadas, podemos observar que o todo o trabalho pedagógico deve estar pautado no lúdico, pois essa ferramenta tem grande importância de auxílio na diminuição da evasão da EJA, pois o lúdico em todas as faixas etárias se torna sempre um grande aliado do professor. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
Alencar, Ricardo. A Diminuição de Alunos na EJA. Publicado em 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TIQ6NmX95bc Acesso em 08 de junho de 2020
COLETI, Laura Maria Baron. Do Mobral (movimento brasileiro de alfabetização) aos programas de EJA (educação de jovens e adultos) atuais: evolução ou manutenção das práticas pedagógicas? Unesp – Marília. 
.............. BELLO, José Luiz de Paiva. Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. História da Educação no Brasil. Período do Regime Militar. Pedagogia em Foco, Vitória, 1993.
............ BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Educação para Jovens e Adultos: ensino fundamental: proposta curricular - 1º seguimento. Brasília: MEC, 2001.
............. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 39 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
............. GADOTTI, Moacir, ROMÃO, José E. (Orgs). Educação de Jovens e Adultos: Teorias, prática e proposta. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2007.
............ JANUZZI, Gilberta Martino. Confronto pedagógico: Paulo Freire e Mobral. 3. ed. São Paulo: Cortez: Autores associados, 1987.
............ ROCCO, Gaetana Maria Jovino Di. Educação de adultos: Uma contribuição para o seu Estudo no Brasil. São Paulo, Loyola, 1979. Disponível em: http://www.alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem02/COLE_3895.pdf Acesso em 10 de junho de 2020
Histórico da EJA no Brasil: Matéria publicada no ano de 2013. Disponível em: https://pedagogiaaopedaletra.com/historico-da-eja-no-brasil/ Acesso em 10 de junho de 2020Olinquevicz, Rozana de Fátima Tomacheski. Superação da evasão na EJA fase II: um desafio para a educação pública no Paraná. UNESPAR: PDE 2013
.............. BOCK, Ana M. Bahia (org.). Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999
............. CAPUCHO, V. Educação de Jovens e Adultos: Prática Pedagógica e Fortalecimento da Cidadania. São Paulo: Cortez, 2012
............. FREIRE, P. A Educação na Cidade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1999. Pedagogia do Oprimido Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
.............. SCORTEGAGNA, P. A. Fundamentos Teóricos e Metodológicos de Jovens e Adultos. Ponta Grossa. UEPG/NUTEAD, 2011. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_fafiuv_ped_pdp_rozana_de_fatima_tomacheski.pdf. Acesso dia 10 de junho de 2020

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