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Doenças da tireóide Visão geral Relações anatômicas Nervo laríngeo recorrente Em caso de compressão, pode evoluir com rouquidão Traqueia Em caso de compressão, pode evoluir com dispneia Esôfago Pode evoluir com disfagia em casos mais avançados Folículo tireoidiano É a unidade funcional da tireóide Composto por Células C ou parafoliculares Produzem calcitonina Células foliculares Possuem a bomba de Na+/I2- Sintetiza tireoglobulina e enzima TPO Colóide Possui alta concentração de iodo Síntese hormonal Visão geral Ocorre no folículo tireoidiano Mecanismos 1. A célula folicular sintetiza a tireoglobulina e as enzimas, liberando no colóide 2. O iodeto é levado para dentro da células pelo simporte Na+/I2- Pela pendrina move o iodeto para o colóide, onde irá sofrer as alterações Oxidação A TPO (tireoperoxidase) oxida o iodeto (I2-) em iodo Organificação A TPO liga o iodo ao radical tirosil da tireoglobulina MIT Monoiodotirosina DIT Diiodotirosina Acoplamento DIT + MIT T3 DIT + DIT T4 Ainda estão conectados à tireoglobulina e mantidos na célula 3. A tireoglobulina é separa dos hormônios por uma enzima Os hormônios acoplados são, primeiramente, movidos do colóide para a célula folicular Por ação enzimática as moléculas são divididas Tireoglobulina É reutilizada T3 ou T4 Seguem para o plasma 4. T3 e T4 são liberados no plasma T4 É a maioria no plasma, porém não têm função biológica É trasformado em T3 nos tecidos periféricos pela deiodinase tipo I Possui T1/2 de 7 dias T3 Possui T1/2 de 24 horas Enzimas deiodinase D1 Realiza conversão periférica de T4 em T3 D2 Realiza conversão de T4 em T3 no hipotálamo D3 Conversão de T4 e T3 em T3 reverso É biologicamente inativo Síndrome do eutireoideo doente É produzido por desvio de metabolismo, quando há inibição de D1 Ex. Inflamação/sepse Adm de iodo/amiodarona Propanolol Glicocorticóide Hipertireoidismo De forma geral, é causada por patologias na tireóide que levam ao aumento de sua função Pode ser uma causa de tireotoxicose, que é a síndrome clínica decorrente do excesso de hormônios tireoidianos (de origem tireoidiana ou não) Clínica Ocorre pela potencialização dos receptores simpáticos Insônia, nervosismo, intolerância ao calor, perda de peso, polifagia, hiperdefecação, tremor, taquicardia, queda de cabelo, pele quente e úmida PA divergente Aumento da PAS, com grande diferença de PAD Ocorre pela grande [] de beta nos vasos, causando vasodilatação Etiologias Doença de Graves Definição Doença autoimune da tireoide É responsável por 85-90% dos casos de hipertireoidismo Acomete mais mulheres (9:1) Fisiopatologia Ocorre a produção de anticorpos anti-receptor TSH (TRAb) Se ligam ao receptor de TSH e causam a ativação contínua do AMPc Possui efeito do TSH, porém com maior potência e por mais tempo Causa feedback negativo, suprimindo os níveis de TSH Aumenta os níveis de hormônios tireoidianos Manifestações típicas Tríade Bócio difuso Toda a tireóide estará hiperfuncionante, portanto há aumento da captação de iodo de forma geral na cintilografia Mixedema pré-tibial Ocorre pelo acúmulo de glicosaminoglicanos na derma reticular Oftalmopatia - exoftalmia Ocorre por inflamação da porção posterior do olho Retração palpebral + edema periorbitário + congestão conjuntival + proptose acentuada Pode ser por reação cruzada dos anticorpos nos músculos exógenos e retrooculares Lagoftalmia pode ocorrer Consiste no fechamento inadequado das pálpebras Também pode ocorrer Baquetemento digital Unhas de Plummer Presença de sopro e frêmito na tireóide Ocorre pelo aumento da vascularização Diagnóstico Alteração da função tireoidiana TSH suprimida <0,05 u/mL T4L aumentado Em caso de dúvida, solicitar Anti-TRAb É positivo em 100% dos casos Quando solicitar Gestantes RN Cintilografia da tireóide Indica captação difusa RAIU 24h Adm compromido de iodo radioativo e avalia a captação pela tireóide Tratamento Medicamentoso Inibidores da ação da tireoide Inibidores de TPO Inibidores de D1 Apenas em caso de sintomas adrenérgicos muito exacerbados Radioablação Caso conduta medicamentosa não funcione Cirúrgico Bócio multinodular tóxico Adenoma tóxico ou doença de Plummer Hipotireoidismo Definição Doença causada por qualquer desarranjo funcional, que interfira na produção de níveis adequado de gormônios tireoidianos Ocorre redução do metabolismo oxidativo Tipos Primária Ocasionada por disfunção na tireóide Pode ser Congênito Adquirido Autoimune Secundária Ocorre por alteração no SNC Pode ser Hipofisária Hipotalâmica Hipotireoidismo primário Tipos Congênito Etiologias Ocorre pela deficiência endêmica de iodo na dieta Cretinismo É o hipotireoidismo que ocorre no período de lactância, pela deficiência alimentar de iodo durante a gestação T3 e T4 na embriogênese Maturação neuronal Fechamento do tubo neural Auxilia o GH no desenvolvimento musculoesquelético Erros inatos do metabolismo Bócio desormogenético Mutação no gene da TPO Síndrome de Pendred Inatividade ad pendrina, que mobiliza o iodo da célula para colóide Agenesia ou hipoplasia da tireóide Mutação dos genes do TSH receptor Síndrome de resistência ao hormônio tireoidiano Adquirido Etiologias Ablação radioativa Drogas Metimazol Propiluracil Lítio Diminui a [] de AMPc intracelular nas células foliculares Ácido p-aminosalicílico Utilizado no tratamento de tuberculose Autoimune Etiologias Tireoidite de Hashimoto É uma doença autoimune que causa falência gradual da tireóide Maior prevalência em mulheres (10/20:1) Possui forte componente genético Patogenia Ocorre um evento que rompe a auto-tolerância e induz a autoimunidade tireidiana LCTD8+ Induz a apoptose celular Ocorre via FAS-ligante LCTD4+ Secreção de citocinas pró-inflamatórias IFN-gama causa recrutamento e ativação de macrófagos Causa lesão dos tireócitos Macrófagos LB Diferencia em plasmócito para a produção de anticorpos Anti-TPO Anti-tireoglobulina Manifestações Mixedema Desenvolvimento gradual do hipotireoidismo Pode ser precedido por tireotoxicose transitória Aumento de T3 e T4 periféricos, pelo rompimento das células na apoptose e liberação de seu conteúdo Bócio Ocorre aumento difuso e simétrico da tireoide Pode ser unilateral, em alguns casos Indolor Pela ausência de necrose Risco aumentado de Doenças autoimunes Linfoma não Hodgkins de células B Histologia A análise histológica pós-biópsia só é solicitado em caso de alteração indefinida pela USG Alterações Infiltrado mononuclear Pode formar folículo linfóide pelo acúmulo de LB com centro de plsmócitos Células de Hurthle Patognomônico É uma metaplasia de tireócitos (de cúbico torna-se colunar) Síndrome poliendócrina autoimune do tipo 1 e 2 Produção de anticorpos contra glândular endócrinas Mixedema Consiste na manifestação do hipotireoidismo em adultos e crianças mais velhas Aspectos clínicos Lentidão das atividades física e mental Fadiga generalizada Apatia Preguiça mental Intolerância ao frio Acima do peso, comumente Constipação Sudorese e secreção sebácea diminuídas Pele fria e pálida Encurtamento da respiração Capacidade de exercício reduzida Aumento do colesterol total e LDL Aumento do ciclo e metrorragia Pode haver interação do TSH com o folículo ovariano Causa aumento da fase pré-ovulatória Hipotireoidismo secundário Central Deficiência de TSH Deficiência de TRH Tireoidite de Quervain, granulomatosa ou subaguda Visão geral É comum entre os 40 e 50 anos Atinge principalmente mulheres (4:1) É considerada uma inflamação autolimitada da tireoide, de etiologia infecciosa, comumenteviral Associada com evolução clínica em 3 fases Tireotoxicose transitória Hipotireoidismo Normalização (>90% dos casos) Dura de algumas semanas a meses Patogenia Ocorre uma doença viral, que acaba por mimetizar os antígenos tireoidianos Agentes mais comuns Coxsackie vírus Caxumba Sarampo Adenovírus Causa a ativação dos LTCD8+ Manifestações Aumento uni ou bilateral Ocorre pela ativação de LTCD8 e neutrófilos (necrose e granulomas), formando abcesso na tireoide Tireoide dolorosa Por conta da necrose Cápsula intacta Inflamação transitória Dura de 2-6 semanas Fases Hipertireoidismo transitório Dura de 2-6 semanas, pela inflamação Ocorre pela lesão das células foliculares Aumento do T3 e T4 Aumento da captação de iodo radioativo Hipotireoidismo subclínico A longo prazo pode evoluir para hipotireoidismo, conforme a extensão da lesão A função pode retornar em 6-8 semanas Exames laboratoriais TSH É o hormônio mais importante na avaliação de hipo e hipertireoidismo Concentração Está aumentado fisiologicamente nos 3 primeiros dias de vida do RN Ciclo circadiano Pico de secreção entre 22h-4h Testes 1ª geração 2ª geração 3ª geração Radioimunoensaio Sensibilidade de 75% Especificidade 90% Ensaios imunométricos Sensibilidade de 96% Especificidade de 93% Sensibilidade de 97% Especificidade de 93% Limite de detecção inferior a 0,02 mU/L Indicação Acompanhamento de pacientes assintomáticos TSH entre 3-4,5 Autoanticorpos positivos Rotina TSH Maiores de 35 anos de 5 em 5 anos Gestantes Pessoas com história positiva Patologias não tireoidianas que alteram o TSH Recuperação de hipertireoidismo Doença não tireoidiana grave Primeiro trimestre de gestação Uso de medicações como dopamina, glicocorticoides, entre outros com ação supressiva na secreção do TSH Pode ocasionar um real hipotireoidismo central transitório, com T4L baixo T3L e T4L As suas concentrações são relevantes, pois o hormônio livre é biologicamente ativo As várias alterações nas proteínas transportadoras (adquiridas ou herdadas) alteram as concentrações séricas do T4 e do T3 total (T3T), independente do status tireoidiano Determinação laboratorial T4L é o principal no plasma Não têm função biológica Não é suscetível a alteração das TBG T3 80% advém da conversão periférica Recomendações As concentrações de T3L e T4L são medidas por imunoensaios competitivos (IMAs) Hipertireoidismo Utilizar TSH e T4L para rotina e seguimento do tratamento Hipotireoidismo O T4L pode ou não ser utilizado no hipotireoidismo O T3 tem baixa acurácia para o diagnóstico de hipotireoidismo A dosagem do T3, em conjunto com a interpretação do T4L, tem utilidade no diagnostico e monitoramento do hipertireoidismo Razão T3T/T4T alta (> 20) sugere doença de Graves (DG) Anticorpos antitireoidianos Antitireoglobulina (AntiTg ou TgAb) Positivo em 70-80% dos pacientes com tireoidite autoimune 30-40% dos pacientes com DG 10-15% dos pacientes positivam com doenças não autoimunes da tireoide Anticorpo antiperoxidase tireoidiana (TPOab ou Anti-TPO) Presentes no soro de 90-95% dos pacientes com TA Tireoidite de Hashimoto Cerca de 80% dos pacientes com DG 10-15% dos pacientes positivam com doenças não autoimunes da tireoide Anticorpo antirreceptor de TSH (TRAb) Definição Ação Indicação Os auto-anticorpos anti-receptores de TSH podem Simular a ação do TSH Causa hipertireoidismo por Doença de Graves Antagonizar a ação do TSH Causa hipotireoidismo Mais comum em neonatos Tipos Anticorpo agonista - hipertireoidismo Anticorpo antagonista - hipotireoidismo Anticorpo neutro - sem alterações Pode ser agonista, antagonista ou indiferente Estimula diretamente a função tireoidiana ou inibe os efeitos biológicos do TSH Presente em 90% dos casos de DG É realizado apenas se o paciente tem doença da tireoide Gestantes com DG (1º e 3º trimestre, enre 20- 24 semanas) Avaliar antes de interromper o tratamento medicamentoso Neonatos Hipertireoidismo fetal Tireotoxicose neonatal transitória Hipertireoidismo subclínico Ocorre pelas alterações laboratoriais, independente dos sintomas Deve-se sempre considerar mais de um exame Hiper clínico primário Hiper clínico secundário Hiper subclínico primário TSH suprimido T4 e T3 aumentado TSH suprimido T4 e T3 normais TSH aumentado T3 e T4 aumentados Hipotireoidismo subclínico É definido pelas alterações laboratoriais Hipo clínico Hipo subclínico TSH aumentado T3 e T4 diminuídos TSH aumentado T3 e T4 normais Alterações laboratoriais Dislipidemia Redução da glicemia Hiponatremia Aumento da creatinina e ácido úrico Retenção de CO2 Aumento das enzimas musculares É a primeira alteração observada Aumento LDL Receptores de LDL estão diminuídos em número e atividade Ao utilizar estatinas, deve-se observar risco de rabdomiólise Redução do metabolismo diminui a liberação de cortisol pela supra renal Hipoglicemia em casos graves Cortisol têm ação catabólica, como o glucagon Ocorre por aumento do ADH (antidiurético) → maior absorção de água Diminuição da TFG Ocorre pela bradipneia Bócio eutiroideo É uma das manifestações mais comuns de doença tireoidiana na adolescência Caracterização Sem hipo ou hipertireoidismo Não ocorre por inflamação Não há neoplasia associada Não é de região endêmica dito puberal, quando o bócio simples ocorre dos 8-18 anos de idade Triagem da disfunção tireoidiana Insuficiência tireoidiana mínima (hipotireoidismo subclínico) A cada cinco anos em indivíduos com idade igual ou superior a 35 anos Pacientes com risco aumentado de disfunção tireoidiana, como Gestantes Dosagem de rotina do TSH em mulheres grávidas História prévia de disfunção tireoidiana Presença de bócio História prévia de cirurgia tireoidiana História prévia de radioterapia cervical Presença de outras doenças autoimunes (por exemplo, diabetes melito tipo 1, vitiligo, anemia perniciosa, insuficiência adrenal primária etc.) Uso de medicações: lítio, citocinas, amiodarona, agentes contrastados História familiar de doença tireoidiana ou outra doença autoimune Presença de alterações laboratoriais que sugerem hipotireoidismo Hipercolesterolemia, hiponatremia, anemia, elevações de creatinofosfoquinase e lactato desidrogenase, hiperprolactinemia Presença de comorbidades como apneia do sono, depressão e demência
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