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ORGANIZAÇÃO BIGUAR DO SABER
CURSO DE TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
CONTROLE BIOLOGICO DA DIATRAEA SARCHAROS EM CANA-DE-AÇÚCAR, COM A UTILIZAÇÃO DA VESPINHA CATESE FLOUPES
NAILDA LUIZA FAGUNDES
07 de janeiro2021 
ORBISESCOLA TÉCNICA
CURSO DE TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
CONTROLE BIOLOGICO DA DIATRAEA SARCHAROS EM CANA-DE-AÇÚCAR, COM A UTILIZAÇÃO DA VESPINHA CATESE FLOUPES
NAILDA LUIZA FAGUNDES
Projeto apresentado na disciplina de Controle Biológico da Diatraea Sarcharos em Cana-de-açúcar,com autilização da vespinha Catese Floupes Organização Biguar do Saber, como parte dos requisitos para obtenção de nota na matéria de Agropecuária.
Manhuaçu, MG
 07 Janeiros de 2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	4
REVISÃO DE LITERATURA	5
Cultura da (Saccharum spp )..........................................................................5-7
O controle biológico 	8
2.2. Forma de utilização 	9
1.Introdução
A cana-de-açúcar é uma gramínea de clima tropical e tem sido cultivada em regiões de clima quente com solos férteis e bem drenada, com características climáticas compatíveis com as exigências técnicas da cultura. Seu uso principal é como matéria-prima a ser fornecida, por esmagamento dos seus colmos para a extração de seu caldo, a um complexo industrial, com a finalidade de produzir açúcar, álcool, fermento e inúmeros outros derivados quer para fins alimentícios como para a indústria química. A necessidade dos países desenvolvidos substituírem os derivados de petróleo por biocombustíveis estimulou a demanda global de etanol. Em vários países, sobretudo nos Estados Unidos, a produção local não vem sendo suficiente para o consumo. O setor sucroalcooleiro do Brasil rapidamente respondeu a essa demanda com safra recordes consecutivas de cana-de-açúcar os biocombustíveis apresentam duas vantagens decisivas em relação ao petróleo, pois oferecem uma fonte de energia renovável, fornecida pelos vegetais (biomassa) frente aos combustíveis fósseis e constituem um recurso energético que polui bem menos que o petróleo ou o carvão, sendo que o seu consumo não agride o meio ambiente. Mas como toda cultura, a cana-de-açúcar é atacada por uma série de insetos-praga desde sua implantação até o corte. Após a plantação todo produtor deve-se ficar atento ao ataque de pragas, as quais são responsáveis por grandes perdas nas lavouras. Dentre elas a mais impactante por atacar a cana-de-açúcar é a broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis). Para este inseto o controle biológico com a utilização da vespinha Cotesia Flavipes apresenta-se como estratégia de controle viável, ecológico eficiente e a baixo custo.
2. Revisão literatura
A cana-de-açúcar originária do Sudeste Asiático vem sendo cultivada desde épocas remotas. A exploração canavieira assentou-se, inicialmente, sobre a espécie Saccharum. officiarum. Novas variedades foram obtidas pelo cruzamento da S. officiarum com espécies do gênero Saccharum e através de recruzamentos com as espécies ascendentes. A substituição dos derivados do petróleo por biocombustíveis estimulou a demanda global de etanol, pois além de constituir uma fonte de energia renovável, polui bem menos que os combustíveis fósseis, não agredindo o meio ambiente. O Brasil tornou-se o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, quer pela área cultivada, quanto pelo volume da produção. As grandes extensões cultivadas pela cana-de-açúcar poderão causar danos econômicos, pois uma única doença ou praga pode provocar a perda de toda a cadeia produtiva. A praga broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) ocorrendo durante todo o desenvolvimento da cultura, tornando-se desta forma necessários o monitoramento e o controle, com a finalidade de evitar danos na qualidade e quantidade da cana-de-açúcar.
 2.1 Cultura da (Saccharum spp) 
A cultura da cana-de-açúcar (Saccharum spp.) exerce importante papel na economia brasileira, principalmente pela grande produção alcançada nos últimos anos, colocando, assim, o Brasil como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. Os Estados São Paulo, Goiás e Minas Gerais são os maiores produtores brasileiros, sendo Minas Gerais, com volume estimado de cana-de-açúcar para a produção de açúcar e etanol na safra 2014/15 de 60,04 milhões de toneladas, sendo que, deste volume, cerca de 70% são registradas na região do Triângulo Mineiro. A partir do momento em que a agricultura passou da fase de subsistência para uma atividade mais comercial, provavelmente o homem tenha tomado consciência dos prejuízos provocados pelas pragas. Machado (1988), afirma que a produção de alimentos teve grande aumento devido ao uso de defensivos químicos para controlar insetos e pragas. Porém, se esses defensivos forem usados sem critério e continuamente, poderão causar sérios problemas ambientais, tais como a presença de resíduos em alimentos e desequilíbrio ecológico. Pensando nos problemas ambientais, entomologistas se preocuparam em utilizar outras formas de controle, avançando em pesquisas com inimigos naturais e assim conseguindo utilizá-los, sendo esse método chamado controle biológico de pragas. Uma agricultura intensiva (monocultura), como ocorre com o cultivo da cana-de-açúcar, provoca mudanças no meio ambiente, alterando as características do meio físico, reduzindo a biodiversidade, e refletindo de formas diferentes sobre a biota local, sendo prejudicial a algumas espécies e não a outras (MACHADO, HABIB, 2009). 
 No entanto verificasse que o ataque de pragas ocorre redução na produção da cana-de-açúcar, assim como a broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis). D. Saccharalis está amplamente distribuída nos canaviais brasileiros e é a espécie de maior impacto no país. 
Broca-da-cana-de-açúcar Diatraea Sarcharos é considerada uma das principais pragas da cana-de-açúcar, o aumento nos ataques na cana pode estar relacionado ao crescimento das áreas cultivadas e do fim das queimadas para colheita, o que contribui para a sua sobrevivência e multiplicação. Safras mais chuvosas e com temperaturas mais elevadas favorecem para maior pressão de ataque e oferecem maior risco à produtividade dos canaviais.
 Os produtores precisam ficar em alerta para tomar de decisões mais assertivas no manejo dessa praga. Conhecer o período de infestação, as metodologias para monitoramento, o comportamento da praga, a reação ao ataque pelas diferentes variedades de Cana, dentre outros fatores, são fundamentais para um manejo eficiente. Segundo Pinto (2006), a broca-da-cana ocorre durante todo o desenvolvimento da cultura, entretanto, sua incidência é menor quando a planta é jovem e não possui entrenós formados. A cana de ano e meio, que é plantada no começo do ano, geralmente é mais atacada pela broca no verão, e na cana de ano, plantada em setembro outubro, o ataque é mais intenso no inverno. Dependendo da região e certas variedades, o ataque da broca é quase constante o ano todo, com um pequeno declínio no inverno.
 O ataque das lagartas em plantas novas pode ocasionar a morte do ponto de crescimento, sintoma conhecido por “coração morto”. O ataque de lagartas em cana adulta resulta na abertura de galerias nos colmos, causando redução de peso dos colmos e da produtividade do canavial. Quando há formação de galerias transversais, há o favorecimento para quebra de colmos pela ação do vento. Podem ocorrer também sintomas de enraizamento aéreo e surgimento de brotações laterais devido ao seu ataque. 
 A ocorrência da broca-da-cana é favorecida por altas temperaturas (calor) e grande quantidade de chuva. Mesmo presente em todas as regiões produtoras do Brasil, a região Centro-Sul tem sido a mais afetada. O clima favorável nessa região pode ser um dos fatores responsáveis pelos ataques mais expressivos. Nessa região, a broca pode ocorrer durante o ano todo, porém, os maiores níveis populacionais têm sido identificados na primavera e no verão. 
 Os ovos são achatados, de formato oval, depositados na face superior e inferior das folhas, de forma aglomerada (de5 a 50 ovos/aglomerado), inicialmente possuem coloração branca e posteriormente, com o desenvolvimento embrionário, ficam alaranjados. As lagartas recém eclodidas são de coloração branca, tornam-se creme à medida que se desenvolvem e apresentam manchas escuras sobre o dorso. Inicialmente alimentam-se da raspagem de folhas, e após a primeira ecdise penetram abrindo galerias pela parte mais macia do colmo. As galerias podem ser longitudinais ou transversais nos colmos. As pupas são formadas dentro das galerias e apresentam coloração castanha. Os adultos são mariposas amarelo-palha, com pontuações escuras nas asas anteriores, as asas posteriores são esbranquiçadas. As mariposas apresentam hábito noturno e ficam escondidas durante o dia.
O monitoramento é a base para um manejo efetivo, as estratégias a serem adotadas, tanto com o uso de biológicos quanto os químicos, serão altamente dependentes do monitoramento, que deve ser iniciado a partir do segundo mês de desenvolvimento da cana após o plantio, ou após o corte da cana. Controle biológico uma das principais estratégias de manejo da broca é o uso de agentes biológicos de controle. Parasitas da espécie Cotesia flavipes tem sido eficientemente utilizado para combater a broca na fase larval. Tal estratégia tem possibilitado um controle efetivo da broca através da criação e liberação em massa desses parasitóides nos canaviais no momento correto.
2.2 O controle biológico
O controle biológico da broca-da-cana-deaçúcar, (Diatraea saccharalis) com a utilização da vespinha Cotesia flavipes teve inicio na década de 70 no Estado de São Paulo. Nos dias atuais, aproximadamente, 90% das áreas de cultivo de cana-de-açúcar no Brasil são utilizadas vespinhas para o controle da broca-da-cana. Biologia da vespinha C. flavipes passa por vários estádios de desenvolvimento, que são algumas fases larvais, a pupa e o adulto. Por ser um parasitóide, a vespinha só pode completar seu ciclo de vida associada às lagartas de Diatraea. O parasitismo se inicia por uma picada da vespa, que deposita grande quantidade de ovos no interior da lagarta os ovos eclodem larvas que se alimentam do interior da lagarta, que, por sua vez, morre exaurida, sem conseguir completar seu ciclo de vida. Quando estão bem desenvolvidas, as larvas migram para fora do corpo da lagarta e passam à fase de pupa. Essas pupas são revestidas por casulos de coloração branca, que unidos formam uma "massa" branca, de onde emergem os adultos após alguns dias. Os adultos são vespinhas pequenas com comprimento ao redor de 2 a 3 mm, de coloração preta e que, logo após o nascimento, acasalam-se.
2.3 Forma de utilização
 A liberação dessa vespinha é feita em uma única vez ou de forma parcelada, sempre que a população atingir o mínimo de 10 lagartas (maiores do que 1,5 cm) por hora/homem de coleta. A amostragem é realizada por pessoas treinadas que andam aleatoriamente pela área, abrindo colmos e coletando lagartas da praga. São liberadas 6.000 vespinhas por hectare (4 copos/ha), quantidade que pode ser repetida, cerca de 15 dias após, caso a população de lagartas não parasitadas persista acima de 10/hora homem. O produtor pode adquirir o parasitóide na fase de pupa ("massas"), acondicionadas em copos contendo cerca de 1.500 indivíduos cada um. Esses copos devem permanecer tampados, em sala com ar condicionado (cerca de 27± 2ºC), com umidade ao redor de 80% e iluminada, pois as vespinhas necessitam dessas condições para emergir e copular. A liberação é realizada somente depois de 12 horas do início do "nascimento" (emergência) dos adultos, para que a cópula seja realizada. É usual liberar 1.500 adultos (um copo) por ponto, em quatro pontos por hectare. Deve-se caminhar de um ponto ao outro com o copo aberto e, ao chegar ao local, pendurálo por entre as folhagens. As vespinhas devem ser transportadas ao campo com muito cuidado, pois não podem ficar expostas ao sol nem sofrer variações bruscas de temperatura. As liberações têm de ser realizadas ao entardecer ou pela manhã, tentando evitar as horas mais quentes do dia. Em canaviais muito fechados, como aqueles que acamaram pela ação de ventos, é recomendada a realização das liberações ao redor da área, estando neste local por aproximadamente 25 metros. Para o acompanhamento do parasitismo, cerca de 10 a 15 dias depois da liberação, uma nova amostragem populacional é feita para observação de lagartas parasitadas ou "massas" da vespinha. As lagartas coletadas são colocadas em recipientes pequenos com pedaços de dieta e mantidas em sala climatizada para confirmação do parasitismo. Após o cálculo do parasitismo (% de parasitismo = (total de lagartas parasitadas e massas da vespinha/total de lagartas e pupas) x 100), é verificado se o controle foi eficiente ou se nova liberação deverá ser feita – neste último caso, se for constatado parasitismo inferior a 20% e a população da broca estiver em nível de controle. O nível de dano econômico é variável em função de cultivá-la, época de plantio, condições da cultura etc., e adota-se como aceitável um valor entre 2 e 4% de índice de intensidade de infestação. 
Conclusão 
Concluiu-se que, os danos causados pela broca influenciam principalmente na produtividade e qualidade da cana-de-açúcar. O controle biológico da Diatraea saccharalis pelo parasitóide Cotesia flavipes, é uma prática cada vez mais utilizada nas regiões onde se cultiva a cana-de-açúcar. Além da eficiência comprovada da Cotesia flavipes em parasitar a praga e da dificuldade em controlar a broca com produtos químicos, este método possui ainda algumas vantagens facilidade de criação em laboratório, liberação no campo, interrupção do ciclo evolutivo da praga e não provoca desequilíbrio à fauna sendo benéfica e não deixa resíduo. Portanto, o controle biológico traz somente benefícios às usinas e ao meio ambiente.
Referências 
https://rehagro.com.br/blog/controle-biologico-da-cana-de-acucar/ Disponível em: Acesso em: 27 maio. 2021
MACHADO, L. A. Criações de insetos de laboratório para utilização em pesquisas de controle biológico. In: CRUZ, B. P. B. (Coord.). Pragas das culturas e controle biológico. Campinas: Fundação Cargill, 1988, p.8.
MACHADO, L. A.; HABIB, M. Perspectivas e impactos da cultura de cana-de-açúcar no Brasil. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: Acesso em: 27 maio. 2021
PINTO, A. de S. Controle de pragas da cana-de-açúcar. Sertãozinho: Biocontrol, 2006, 64p. (Boletim Técnico Biocontrol, n.1)