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01_-_Psicologia_Organizacional

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CURSO DE TÉCNICO EM SECRETARIADO 
MÓDULO 
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 
CETREDE - Centro de treinamento e desenvolvimento 
ÍNDICE 
__________________________________________ 
DEFICIÊNCIAS ............................................................................................................ 3 CAPÍTULO I – Psicologia ............................................................................................. 4 Psicologia Definição ........................................................................................................ 4 A diferença entre Psicólogos Psicanalistas e Psiquiatras ................................................ 4 Principais Especialidades da Psicologia .......................................................................... 5 CAPÍTULO II – Emoções ............................................................................................. 6 CAPÍTULO III – Mecanismo da Defesa ....................................................................... 7 CAPÍTULO IV – Bom humor no Trabalho ................................................................... 8 CAPÍTULO V – Comunicação ...................................................................................... 9 CAPÍTULO VI – Liderança ........................................................................................... 11 
Entendendo o Conceito de Liderança .............................................................................. 11 O que é Ser Líder ............................................................................................................. 12 Seja um Líder Completo .................................................................................................. 13 Cuidado com o Aprendiz de Feiticeiro ............................................................................ 14 CAPÍTULO VII – Profissionalismo .............................................................................. 15 O Retorno Financeiro Deve Ser Uma Conseqüência ...................................................... 15 CAPÍTULO VIII – A Psicologia ou as Psicologias ...................................................... 18 Ciências e o Senso Comum ............................................................................................. 18 CAPÍTULO IX – O Senso Comum ............................................................................... 19 Conhecimento da Realidade ............................................................................................ 19 CAPÍTULO X – Senso comum Uma Visão-de-mundo ................................................. 21 Áreas do Conhecimento................................................................................................... 21 A Psicologia Científica .................................................................................................... 22 O que é Ciências .............................................................................................................. 22 Objeto de Estudo da Psicologia ....................................................................................... 23 Diversidade de Objeto da Psicologia ............................................................................... 24 Subjetividade como Objeto da Psicologia ....................................................................... 25 CAPÍTULO XI – A Psicologia e o Misticismo ............................................................. 29 A Psicologia dos Psicólogos ............................................................................................ 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 33 
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CETREDE - Centro de treinamento e desenvolvimento 
DEFICIÊNCIAS 
 Deficiente é quem não consegue modificar sua vida, aceitar as imposições de outras pessoas ou da sociedade e não ser dono de seu destino. 
 Louco é quem não consegue ser feliz dentro de suas possibilidades.  Cego é quem não consegue olhar para o próximo e só tem olhos para seus problemas e suas dores 
 Surdo é quem não consegue tempo para ouvir um desabafo de um amigo ou um apelo de um irmão 
 Paralítico é que não consegue andar na direção daqueles com necessidade de ajuda. 
 Diabético é quem não consegue ser doce. 
 Anão é quem consegue deixar o amor crescer. 
 Miserável é quem não consegue falar com Deus (a pior das deficiências) Baseado no texto de Mário Qintana 
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CETREDE - Centro de treinamento e desenvolvimento 
CAPITULO I 
__________________________________________ PSICOLOGIA 
PSICOLOGIA GERAL 
Psicologia – Definição 
Psicologia (palavra de origem grega que significa “o estudo da mente ou da alma”) é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais. Os assuntos investigados pelos psicólogos são: o desenvolvimento, as bases fisiológicas do comportamento, a aprendizagem, a percepção, a consciência, a memória, o pensamento, a linguagem, a motivação, a emoção, a inteligência, a personalidade, o ajustamento, o comportamento anormal, o tratamento do comportamento anormal, as influências sociais e o comportamento social. 
Os estudantes às vezes visualizam os psicólogos primordialmente preocupados com questões que diz a respeito a uma pessoa em particular, como, por exemplo, se essa pessoa será capaz de trabalhar em nível universitário ou com ela pode resolver seus problemas conjugais. Porém muitos psicólogos buscam conhecimentos gerais e investigam mais assuntos impessoais, tais como as condições para melhorar a memória, os efeitos da perda do sono, se a inteligência declina na velhice ou se ansiedade pode levar à doença. 
A diferença entre Psicólogos, Psiquiatras e Psicanalistas. 
Dificilmente as pessoas sabem a diferença entre eles, principalmente porque psicólogos clínicos, psiquiatras e psicanalistas muitas vezes ocupam empregos semelhantes. Todos os três podem trabalhar em campos ligados à saúde mental. Eles se diferenciam por formação profissional. Os psicólogos clínicos geralmente têm título de Doutor em filosofia (Ph.D. em psicologia) antigamente o e hoje Bacharéis em Psicologia, e servem como internos durante um ano em campo ligado à saúde mental. Geralmente passam cerca de cinco anos na faculdade de psicologia aprendendo sobre o comportamento normal e anormal, diagnósticos (inclusive aplicação de testes) e tratamento. 
Os psiquiatras completam a faculdade de medicina e dela saem com um diploma de doutor em Medicina. Em seguida, para se qualificarem como psiquiatras, servem aproximadamente três anos, como residentes em instituição de saúde mental, mais comumente um hospital. Aí recebem treinamento detectar e tratar distúrbios emocionais, utilizando métodos psicológicos, bem como drogas, cirurgia e outros processos médicos. 
Psicanalistas – É o tempo que se designa o profissional que em cursos especializados se torna habilitado a usar a Psicanálise. Podem ser Psicólogos ou Psiquiatras. Estudaram intensivamente as teorias da personalidade e método do tratamento introduzido por Freud (conhecidos como psicanálise) em instituto de formação conhecido a eles próprios foram psicanalisado. 
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Principais especialidades da psicologia 
Psicólogo - clinico – Avalia e trata de pacientes com problemas psicológicos. Realiza pesquisas sobre comportamento normal e anormal, diagnósticos e tratamento. 
Psicólogo orientador – Aconselha pacientes com problemas ligeiros de ajustamento e promove o aperfeiçoamento nos meios educacionais e de trabalho, combina pesquisa, consultas e tratamento. 
Psicólogo experimental – Planeja realizar pesquisas em áreas especializadas, tais como aprendizagem, sensação, motivação, linguagem ou fisiológicas do comportamento. 
Psicólogo escolar – Promove o desenvolvimento intelectual, social e educacional de crianças nas escolas, estabelecendo programas e consultas, efetuando pesquisas, treinando professores e tratando jovens com problemas.Psicólogo educacional – Desenvolve, planeja e avalia materiais e métodos para programas educacionais. 
Psicólogo industrial organizacional – Combina o desenvolvimento de pesquisa, consulta e programas para aprimorar eficiência, e o moral no emprego. 
Psicólogo social – Estuda como as pessoas influenciam-se uma as outras. 
Psicólogo do desenvolvimento – Estuda as mudanças do comportamento em função de idade. 
Psicólogo da personalidade – Estuda como e por que as pessoas diferem uma as outras, e como essas diferenças podem ser avaliadas. 
Psicólogo comunitário – Trata de pessoas com problemas psicológicos no seio da comunidade. Promove ação comunitária e desenvolve programas comunitários para melhorar a saúde mental. 
Psicometrista quantitativo – Desenvolve e avalia testes; planeja pesquisas para medir o comportamento e as funções mentais. 
Ergonomista – Planeja e avaliam ambientes, equipamento mecânico, dispositivos de treinamento, programas e sistemas para aprimorar as relações entre as pessoas e seu ambiente. 
 
 
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CAPÍTULO II 
__________________________________________ EMOÇÃO 
A emoção é uma reação neural provocada por estímulos psico-fisiológicos. A unidade responsável é chamada de sistema límbico que é construída por neurônios e pelo lobo límbico. 
A emoção acontece o córtex cerebral recebe informações fisiológicas, ao termino desses recebimentos o organismo continua reagindo emocionalmente durante algum período fazendo com que se acredite no envolvimento de outros fatores relacionados à emoção. Há dois tipos de emoção: 
 Emoção-choque: caracterizada por um curto período, a um imprevisto.  Emoção-sentimento: caracterizada por períodos duradouros e intensos designados apenas por sentimento, durante a emoção, o comportamento pode ser:  Imediato: caracterizado por reações imediatas de curta duração como surpresa, vergonha e outros: 
 Secundário: caracterizado pela preparação da adaptação de circunstâncias como tranqüilidade ao receber uma notícia, abatimento e outros: 
 Permanente: onde o organismo exprime somente sentimentos bons e paixões anulando os desagradáveis. 
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CAPITULO III 
__________________________________________ MECANISMOS DE DEFESA 
Os mecanismos de defesa são ações subconscientes ou inconscientes que são ativadas quando algum tipo de manifestação é tido como ameaça para o ego. Nesse processo, o ego trabalha a fim de solucionar tais manifestações que não foram trabalhadas pelo consciente. Dessa forma, os mecanismos de defesa que buscam trabalhar sentimentos como frustração, vazio e outros são classificados como psicológicos, sociológicos, químicos e tecnológicos. 
Os mecanismos de defesa psicológicos são aqueles pelos qual um indivíduo busca algo ou alguém para colocar a responsabilidade, ou seja, para jogar a culpa. São fantasias, racionalização, deslocamento, sublimação, isolamento, compensação, regressão, apatia, generalização, somatização e outros. 
Os mecanismos de defesa sociológicos estão diretamente ligados ao envolvimento do indivíduo com a sociedade perante dificuldades e problemas. São mecanismos sociológicos qualquer forma de consumismo exagerado que se motiva em problemas. 
Os mecanismos de defesa químicos são aqueles em que um indivíduo busca o alívio e conforto perante as dificuldades em substâncias químicas como o álcool, cigarro e drogas. 
Os mecanismos de defesa tecnológicos são aqueles em que o indivíduo utiliza a tecnologia como “válvula de escape”. Um exemplo de mecanismo tecnológico é a utilização do computador de forma excessiva. 
Os mecanismos de defesa são utilizados como fuga da realidade quando o indivíduo está frente a angústias. Todas as pessoas utilizam algum tipo de mecanismo de defesa em face de algum problema, mas é interessante perceber se esses ocorrem de forma inconsciente ou consciente, pois quando ocorre conscientemente (intencional) já foge desse conceito acima. 
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CAPITULO IV 
__________________________________________ BOM HUMOR NO TRABALHO 
As organizações com o método de administração que focam resultado estão investindo cada vez mais no conceito da alegria. Os processos seletivos também estão permeados por essa idéia, as empresas que enfatizam o poder da alegria no ambiente de trabalho, buscam por candidatos “alegres”. 
Proporcionar um ambiente de trabalho agradável é o que especialistas da área de recursos humanos pronunciam atualmente. O bom humor no trabalho favorece as relações interpessoais, tornando-as mais agradáveis, aumenta a união entre a equipe, eleva a produtividade, ameniza o estresse, já que estimula a produção de hormônios responsáveis pela sensação de prazer. 
Pesquisadores das Universidades Columbia e do Missouri, nos Estados Unidos, concluíram após analisar estudos sobre os efeitos do bom humor no corpo e nas relações sociais, que as brincadeiras no ambiente de trabalho diminuem a fadiga. 
A sensação de bem-estar provocada pelo riso propicia maior fluência de idéias, decisões mais criativas, sucesso no trabalho, que pode ser observado a partir da melhora no relacionamento, diminuição da tensão e aumento da auto-estima. O bom humor favorece o aprendizado tornando-o mais eficaz. 
Manter o bom humor no trabalho muitas vezes se torna um desafio em condições de trabalho e colegas não muito satisfatórios. A convivência, se trabalhada, pode afastar o clima estressante que muitas vezes paira no ambiente de trabalho. Para tanto, vale ressaltar algumas dicas: cumprimentar os colegas ao chegar ao trabalho; procurar ver o lado cômico de fatos inesperados, como, por exemplo, dar uma boa risada depois de ter perdido aquele arquivo de texto produzido com tanto esforço; se possível usar roupas coloridas e alegres. 
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CAPITULO V 
__________________________________________ COMUNICAÇÃO 
As Dez Dimensões do feedback aos da uma visão abrangente sobre essa ferramenta valiosíssima para o desenvolvimento das relações entre as pessoas e do desempenho de nossos associados. São elas: 
1. Elaboração de um plano. Significa refletir sobre o que você deve dizer e, então, dar o feedback com exemplos objetivos, tendo preferencialmente a solução na “ponta da língua”, levando em conta as necessidades e os desejos de seu interlocutor. 
2. Abordagem especifica. Propõe saber o que de fato aconteceu para apresentar exemplos claros e compreensíveis; ficar levantando suposições é pouco recomendável. 
3. Foco em comportamentos. O feedback eficiente concentra-se comportamento especifico que podem ser analisados e mensurados. 
4. Escolha de hora e local. Refere-se à agilidade com que o retorno deve ser dado e ao local apropriado para isso. O ideal é que a opinião seja da imediatamente ou pouco tempo após a realização do trabalho ou evento, com exceção do feedback semestral ou anual. De preferência, deve ser adotado um clima agradável de pouca tensão. 
5. Feedback equilibrado. Refere-se ao equilíbrio entre retorno positivo e o corretivo. Muitos gerentes não consegue contrabalançar os dois tipos, preferindo praticar principalmente o feedback corretivo. 
6. Controle emocional. Ao se relacionar com os outros e ao expressar uma opinião, cuidado para não “perder a cabeça” ou exagerar. É fundamental ser objetivo e permanecer calmo. Os acontecimentos do “aqui e agora” são mais importantes do que os de muito tempo atrás. 
7. Uso de técnica eficiente. Como ir direto ao assunto, estabelecer contato visual e focar as questões essenciais. 
8. Estilo eficaz. Refere-se à criação de uma abordagem pessoal na hora de dar feedback. Um estilo eficaz requer algum tempo para ser desenvolvido e incluir a prática de só dar “conselhos”, se a pessoa solicitar. 
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9. Descrição de sentimentos. Essa pratica podeser complicada para quem tem dificuldade de demonstrar o que sente. Nossos sentimentos são importantes alem de serem poderosos e impactantes quando combinados com uma mensagem de feedback. 
10. Capacidade de ouvir. Consiste em encorajar outra a pessoa e expressar seu ponto de vista e então atentamente o que ela diz. Isso requer habilidades de fazer perguntas genéricas que estimulem o outro a dizer o que pensa. 
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CAPITULO VI 
__________________________________________ LIDERANÇA 
Entendendo o conceito de liderança 
A primeira controvérsia que envolve o conceito de liderança é saber se ele define uma característica que pode ser desenvolvida ou se liderança é uma característica pessoal, genética. 
Minha opinião é que quando as pessoas falam conscientemente, isto é, quando falam o que pensam, referem-se à liderança como instrumento gerencial indispensável e que, felizmente, pode ser desenvolvido. 
Quando, no entanto, falam no plano do que sentem, ou seja, valendo-se de emocional, vem a liderança como característica pessoal, que alguns têm e outros não. Acreditam que aqueles que a possuem trazem-na desde o berço. No imaginário das pessoas, o líder mais alto no berçário. 
Nem a crença nem a busca para definir liderança são novas. A primeira tentativa foi feita por Platão no ano II a.C. Também o psicólogo William James, em 1880, afirmou que homens com Julio César ou Alexandre, o Grande, teriam nascidos com traços de personalidades que os levaram a grandeza. Os pesquisadores, contudo, nunca identificaram tração pudessem ser consistentemente associados à liderança. 
No inicio do século XX, a pergunta “como são os lideres?” deu lugar à questão “o que fazem os lideres?”. Nascia à teoria comportamental, e esta provou que comportamento podem ser aprendido, mais, para resultarem em liderança efetiva, devem ser adaptados a situações específicas. O enfoque nos aspectos situacionais da liderança se mantém até os dias de hoje. 
A todas essas tórias, eu acrescentava um conceito simples, mas que faz toda a diferença: 
 De nada adianta aprender e treinar os comportamentos corretos para cada situação se as pessoas não estiverem emocionalmente prontas para liderar.
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O que é ser líder? 
__________________________________________ 
Costumo definir o líder mostrando, em dois momentos distintos o que ele é emocionalmente. 
 
1. O líder sabe o que quer. Ele tem um sonho. 
2. O líder quer o que sabe. Para ele o importante é a concretização do sonho, não a glória de fazê-lo. Por isso ele compromete os outros com um sonho de tal forma que, depois de algum tempo, as pessoas estarão atrás do sonho, não mais do líder. 
Costumo a usar exemplo de lideres que seguiram esse roteiro, deixando evidente a despreocupação com autoria da concretização do sonho, ao lado de um profundo desejo de que este se tornasse realidade. Kennedy mostrou isso claramente. O sonho dele: colocar um americano na Lua antes dos russos. Que fez ele? Comprometeu a nação com o seu sonho e, dentro de algum tempo, os americanos queriam colocar um americano na Lua antes dos russos. 
O que conseguiram, apesar de Kennedy, a essa altura, não estar mais vivo. Não era essencial a presença dele. Todos estavam seguindo o sonho não mais o líder. Um outro exemplo é o Espártaco, um gladiador e escravo romano que teve um sonho muito à frente de sua época: queria ser livre. Que fez? Comprometeu seus amigos gladiadores e formou um exército que, é claro, conquistou a liberdade, ainda que apenas por um tempo. Mais quando foram cercados, Espártaco deveria ser sacrificado. Ante a pergunta comandante romano, que não sabia quem era Espártaco, este corajosamente se apresentou para a morte: “Eu sou Espártaco”. E, um a um todos se apresentaram – haviam se tornado Espártaco. Não mais seguiam alguém que tinha um sonho de liberdade. Seguiam o próprio sonho de liberdade e por ele, valia a pena até morrer. 
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Seja um líder completo 
__________________________________________ 
Se liderança é o processo de influenciar os outros para que trabalhem em direção a metas, líder é quem consegue esse comportamento. Ele é alguém que sabe o que quer – ele tem um sonho – e quer o que sabe – ele quer a concretização do sonho mais do que a glória de te-lo realizado. E o consegue, respeitando as duas condições propostas pelo filósofo alemão Immanuel Kant. 
1) Tratar as pessoas como maiores, para elas poderem ser autônomas. Elas precisam pensar por si mesmo para que possam entender e assumir as normas como suas, tornando-se autônomas e independentes. 
2) Deixar as pessoas viverem suas emoções de forma adequada e livre no papel profissional. 
Por isso a característica básica de um verdadeiro líder é a capacidade de ouvir. São três características ao líder para que tenha sucesso em comprometer os subordinados com os seus sonhos. 
 Coragem de colocar um sonho em prática de testá-lo podendo ou não ter sucesso;  Humildade para abdicar de ser seguido para que o sonho passe a ser o objetivo de todos; 
 Integridade moral e emocional, condição imprescindível para autenticidade no comprometimento. 
Para tanto, líder conta com alguns instrumentos gerenciais: 
 delegação 
 feedback 
 reconhecimento 
Assim, um líder deve delegar um desafio acompanhar o processo, reconhecer e comemorar quando liderado tiver sucesso. É só será um líder completo se fizer tudo isso respeitando seu estilo gerencial. 
 
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 Cuidado com o aprendiz de feiticeiro 
__________________________________________ 
Fantasia é um clássico. No episódio “O aprendiz de feiticeiro”, Disney ilustra a música com Mickey Mouse no papel do aprendiz de feiticeiro que enquanto aprende o ofício, tem como função tirar água do poço e colocá-la numa fonte num vai-e-vem incessante, uma tarefa exaustiva. 
Ambicioso, o aprendiz usa uns dos truques do mestre antes enfeitiça uma vassoura e consegue que cumpra a sua tarefa de transportar a água do poço. Só que, depois, não sabe como fazê-la parar. Para impedir uma inundação, ele tenta destruir a vassoura. Mas consegue apenas o oposto do desejado: em vez de acabar com ela ele a multiplica. A enorme inundação será finalmente contida pelo Feiticeiro, o único que conhecia o processo completo. 
Isso ilustra bem o que está acontecendo na empresas. Atualmente, profissionais de diferentes especialidades oferecem aos exaustivos um trabalho de consultoria e aconselhamento baseado e sua própria experiência individual. Dependendo da experiência, empatia, capacidade de comunicação e maturidade, tal trabalho pode ser de fato produtivo; desde ao nível do consciente, do racional. 
A entrada no nível emocional, isto é, o trabalho de desenvolvimento da liderança, que precisa ser feito no inconsciente, exige capacitação legal e técnica – formação em Psicologia ou medicina com especialização em Psiquiatria. Outro requisito é que o profissional já tenha se submetido a um trabalho de auto-conhecimento, para que seus feedbacks sejam depoimentos e não julgamento. 
Desenvolver lideres, portanto, é um trabalho para a experiência, sabedoria e o conhecimento da um Feiticeiro – nunca de um simples aprendiz. 
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CAPITILO VII 
__________________________________________ PROFISSIONALISMO 
Profissionalismo é a palavra de ordem 
A empregabilidade é a qualificação que torna o profissional apto ocupar, qualquer momento, uma vaga no mercado de trabalho. É condição indispensável no atual modelo da organização de produção mundial. 
É fundamental entender o quer é ser profissional e adotar comportamento condizente com esse entendimento. Antes de qualquer coisa, profissionalismo é agir com responsabilidade, empenho em atingir a qualidade zelo para recursos e instrumentos. 
O retorno financeirodeve ser uma conseqüência 
Alguém que coloca o ganho em primeiro lugar não é profissional. Fazer por exemplo, um trabalho mal feito sob a alegação de se ganha mal é uma demonstração de picaretagem. 
 
Faça a coisa certa 
A vontade de fazer o certo, de buscar a melhoria na execução da tarefa para que o resultado seja o mais qualitativo e os custos sejam menores. Eis mais um ingrediente fundamental do profissionalismo. Rejeita-se a indisciplina, o improviso injustificado, o desleixo. 
Leve o trabalho a sério 
Considerar com seriedade os compromissos, a necessidade do cliente, as demandas tarefa, tudo isso faz parte da conduta profissional. Outro ponto: o profissional deve ter consciência de suas limitações, não se metendo a executar tarefas de risco para as quais não esteja preparado. Com clientes, empregadores ou parceiros não esperamos que ninguém faça milagres, mas que tenha conduta previsível e adequada. 
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CETREDE - Centro de treinamento e desenvolvimento 
Busque constantemente o aprimoramento 
 Apenas o que é esperado não é mais suficiente. O profissional precisa, além disso, empenhar-se em buscar a melhorar, a inovação, o aumento de qualidade e deve repassar isso ao seu cliente. 
O bom profissional é aquele que: 
 Não enrola, faz seu trabalho sem esperar que outro falca; 
 Diz quando não sabe realizar uma tarefa e mostra entusiasmo em aprender;  Assume a responsabilidade por seus erros 
 Está sempre pronto colaborar, a testar idéias, a comprometer o seu tempo com um novo projeto; 
 Tudo é possível desde que tentando com firmeza; 
 É bem humorado, com sorriso pronto, disposto; 
 É disciplinado em todos os aspectos; 
 Tem bom relacionamento interpessoal; 
 Trabalha em equipe; 
 É pro ativo; 
 Faz tudo e ainda encontra tempo para colaborar, ajudar; 
 Não faz fofoca no ambiente de trabalho; 
 Não contamina o ambiente de trabalho; 
 Não aceita fazer ou ajudar a fazer coisas que vão contra seus princípios e que possam prejudicar a empresa ou outras pessoas; 
 Não esconde informações importantes de seus colegas, chefes e subordinados para ter vantagem e os tratar com respeito. 
Preserve sua imagem 
Honradez é uma qualidade fundamental. O profissional tem brio e se respeita como ser de valor, e não como mero mercenário. Isso acaba sendo fundamental até mesmo do ponto de vista comercial: o profissional “vende” credibilidade credenciais e qualificação. A preocupação com a imagem, nesse prisma é fundamental. 
Profissionalismo é acreditar em seus méritos, rejeitar manobras, truques, expediente em sua trajetória profissional. 
O que se pode e o que não pode fazer para atingir o sucesso? Frequentemente nas decisões e no comportamento de trabalho as pessoas e vêem tentadas a usar de esperteza 
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CETREDE - Centro de treinamento e desenvolvimento 
para subir um degrau a mais. O profissionalismo rejeita isso, até porque, mesmo do ponto de vista de evolução na carreira, não é mais eficiente em sistema e estruturas empresariais onde a contabilidade é fundamental. 
O que atrapalha sua vida profissional 
 Mentira 
 Representação esperta de papéis 
 Truques persuasivos em benefício próprio 
 “Fazer a caveira” de colegas e outras formas de politicagem barata  Prejudicar os outros intencionalmente, mas com disfarce de uma cobertura qualquer. 
 Bajulação 
 Fingir que não ver ou percebe algo, para fugir da responsabilidade. 
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CAPITULO VIII 
__________________________________________ A Psicologia ou as psicologias 
CIÊNCIA E SENSO COMUM 
Quantas vezes, no nosso dia a dia, ouvimos o termo psicologia? Qualquer um entende um pouco dela. Poderíamos até mesmo dizer que “de psicólogo e de louco todo mundo tem um pouco”. O dito popular não é bem este (“de médico e de louco todo mundo tem um pouco”), mas parece servir aqui perfeitamente. As pessoas em geral têm a “sua psicologia”. 
Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Por exemplo, quando falamos do poder de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de “psicologia” para vender seu produto; quando nos referimos à jovem estudante que usa seu poder de sedução para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e quando procuramos aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir nossos problemas, dizemos que ele tem “psicologia” para entender as pessoas. 
Será essa a psicologia dos psicólogos? Certamente não. Essa psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma psicologia. O que estamos querendo dizer é que as pessoas, normalmente, têm um domínio, mesmo que pequeno e superficial, do conhecimento acumulado pela Psicologia científica, o que lhes permite explicar ou compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico. 
É a Psicologia científica que pretendemos apresentar a você. Mas, antes de iniciarmos o seu estudo, faremos uma exposição da relação ciência/senso comum; depois falaremos mais detalhadamente sobre ciência e, assim, esperamos que você compreenda melhora a Psicologia científica. 
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CAPÍTULO IX 
__________________________________________ O SENSO COMUM: 
CONHECIMENTO DA REALIDADE 
Existe um documento da vida pode ser entendido como vida por excelência: é a vida do cotidiano. É no cotidiano que flui, que as coisas acontecem, que nos sentimentos vivos, que sentimos a realidade. Neste instante estou lendo um livro de Psicologia, logo mais estarei numa sala de aula fazendo uma prova e depois irei ao cinema. Enquanto isto, tenho sede e tomo refrigerante na cantina da escola; sinto um sono irresistível e preciso de muita força de vontade para não dormir em plena aula; lembro-me que havia prometido chegar cedo para o almoço. Ela procura compreender, elucidar e alterar esse cotidiano, a partir do se estudo sistemático. 
 Quando fazemos ciências, buscamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Afastamo-nos dela para refletir e conhecer além das aparências. O cotidiano e o conhecimento científico que temos da realidade aproximam-se porque a ciência se refere ao real; afastam-se porque a ciência abstrai a realidade para compreendê-la melhor, ou seja, a ciência afasta-se da realidade, transformando-a em objeto de investigação o que permite a construção do conhecimento científico sobre o real. 
Para compreender isso melhor, pense na abstração (no distanciamento e trabalho mental) que Newton teve de fazer para, partindo da fruta que caía da árvore (fato do cotidiano), formular a lei da gravidade (fato científico). 
Ocorre que, mesmo o mais especializado dos cientistas, quando sai de seu laboratório, está submetido a dinâmico do cotidiano, que cria suas próprias “teorias” a partir das teorias científicas, seja como forma de “simplifica-las” para o uso no dia-a-dia, ou como sua maneira peculiar de interpretar fatos, a despeito das considerações feitas pela ciência. Todos nós estudantes, psicólogos, físicos, artistas, operários, teólogos vivemos a maior parte do tempo esse cotidiano e a suas teorias, isto é, aceitamos as regras do seu jogo. 
O fato é que a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente, sem fazer nenhum 
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cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica. 
Quando alguém em casa reclama de dores no fígado, ela faz um chá de boldo, que é uma planta medicinal já usada pelos avós de nossos avós, sem, no entanto, conhecer o princípio ativo de suas folhas nas doenças hepáticas e se nenhum estudo farmacológico. 
E nós mesmos, quando precisamos atravessar uma avenida movimentada, com o tráfego de veículos sabemos perfeitamente medir a distancia e velocidade do automóvel que vem em nossa direção. Até não conhecemos queusasse máquina de calcular ou fita métrica para essa tarefa. Esse tipo de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso comum. Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros, a nossa vida no dia-a-dia seria muito complicada. 
A necessidade de acumularmos esse tipo de conhecimento espontâneo parece-nos óbvia. Imagine termos de descobrir diariamente que as coisas tendem a cair, graças ao efeito da gravidade; termos que descobrir diariamente que algo atirado pela janela a cair e não subir; que um automóvel em velocidade vai se aproximar rapidamente de nós e que, para fazer um aparelho eletrodoméstico funcionar, precisamos de eletricidade. 
O senso comum, na produção desse tipo de conhecimento percorre um caminho que vai do hábito à tradição, a qual, quando estabelecida, passa de geração para geração. Assim, aprendemos com nossos pais atravessar uma rua, a fazer o liquidificador funcionar, plantar alimentos na época e de maneira correta, conquistar a pessoa que desejamos e assim por diante. 
E é nessa tentativa de facilitar o dia-a-dia que o senso comum produz suas próprias “teorias”; na realidade, o conhecimento que, numa interpretação livre, poderíamos chamar de teorias médicas, físicas, psicológicas etc. 
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CAPÍTULO X 
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SENSO COMUM: UMA VISÃO-DE-MUNDO 
Este conhecimento do senso comum além, de sua produção característica, acaba por se apropriar, de uma maneira muita singular, de conhecimentos produzidos pelos outros setores da produção do saber humano. O senso comum mistura e recicla esses outros saberes, muito mais especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo a uma determinada visão-de-mundo. 
O que estamos querendo mostrar a você é que o senso comum integra, de um modo precário (mas esse seu modo), o conhecimento humano. É claro que isso não ocorre muito rapidamente. Leva certo tempo para que o conhecimento mais sofisticado e especializado seja absorvido pelo senso comum, e nunca é totalmente. Quando usamos o termo “rapaz complexado”, “menina histérica”, “ficar neurótico”, estamos usando termos pela Psicologia científica. Não nos preocupamos em definir as palavras usadas e nem deixamos de ser entendidos pelo outro. Podemos até está muito próximos do conceito científico mas, na maioria das vezes, nem o sabemos. Esses são exemplos da apropriação que o senso faz de ciência. 
ÁREAS DO CONHECIMENTO 
Somente esse tipo de conhecimento, porém, não seria suficiente para as exigências de desenvolvimento da humanidade. O homem, desde os tempos primitivos, foi ocupando cada vez mais espaço neste planeta, e somente esse conhecimento intuitivo seria pouco para que ele dominasse a Natureza em seu próprio proveito. Os gregos, pó volta do século 4 a.C., já dominavam cálculos matemáticos, que ainda hoje são considerados difíceis por qualquer jovem colegial. Os gregos precisavam entender esses cálculos para resolver seus problemas agrícolas, arquitetônico, navais etc. Era uma questão de sobrevivência. Com o tempo, esse, esse tipo de conhecimento foi-se especializando cada vez mais, até atingir o nível de sofisticação que permitiu ao homem atingir a Lua. A este tipo de conhecimento, que definiremos com mais cuidado logo adiante, chamamos de ciência. 
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Mas o senso comum e a ciência não ao as únicas formas de conhecimento que o homem possui para descobrir e interpretar a realidade. 
Povos antigos, e entre eles cabe sempre mencionar os gregos preocuparam-se com a origem e com o significado da existência humana. As especulações em torno desse tema formaram um corpo de conhecimento denominado filosofia. A formulação de um conjunto de pensamentos sobre a origem do homem, seus mistérios, princípios morais, forma um corpo de conhecimento humano, conhecido como religião. No Ocidente um livro muito conhecido traz as crenças e tradições de nossos antepassados e é para muitos um modelo de conduta: a Bíblia. Esse livro é o registro do conhecimento religioso judaico-cristão. Um outro livro semelhante é livro sagrado dos hindus: Livros dos Vedas. Veda, em sânscrito (antiga língua clássica da Índia), significa conhecimento. 
Por fim, o homem, já desde a sua pré-história deixou marcas de sua sensibilidade nas paredes das cavernas quando, desenhou a sua própria figura e a figura da caça, criando expressão do conhecimento que traduz a emoção e a sensibilidade. Denominamos arte a esse tipo de conhecimento. 
Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios do conhecimento humano. 
A PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
Apesar de conhecermos a existência de uma psicologia do senso comum e de certo modo, estamos preocupados em defini-la é com outra psicologia que esse livro deverá ocupar-se – a Psicologia científica. Foi preciso definir o senso comum, para que o leitor pudesse demarcar o campo de atuação de cada uma, sem confundi-las. 
Entretanto atarefa de definir a Psicologia como ciência é bem mais árdua e complicada. Comecemos a definir o que entendemos por ciência (que também não é simples), para depois explicarmos porque a Psicologia é hoje considerada uma de suas áreas. 
O QUE É CIÊNCIA 
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fato ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e religiosa esses conhecimento devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada para que se permita a verificação de sua validade. Assim podemos apontar o objeto dos diversos ramos da ciências e saber exatamente como determinado conteúdo foi 
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construído, possibilitando a reprodução da experiência. Dessa forma, o saber pode ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. 
Essa característica da produção científica possibilita sua continuidade: um novo conhecimento é produzido sempre a partir alho anteriormente desenvolvido. Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança. Nesse sentido a ciência caracteriza-se como um processo. 
Pense num desenvolvimento do motor movido a álcool hidratado. Ele nasceu de uma necessidade concreta (crise do petróleo) e foi planejado a partir do motor a gasolina, com alteração de poucos componentes deste. No entanto os primeiros automóveis movidos a álcool apresentavam muitos problemas, como o mau funcionamento nos dias frios. Apesar disso, esse tipo de motor foi se aprimorando. 
A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim, tornarem-se válidas para todos. 
Objetivo específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento, objetividade fazem ciência uma forma de conhecimento que supera muito o conhecimento espontâneo do senso comum. Esse conjunto de características é o que permite que denominemos cientifico a um conjunto de conhecimento. 
OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA 
Como dissemos anteriormente, um conhecimento, para ser considerado cientifico, requer um objetivo específico de estudo. O objetivo da Astronomia são os astros, e o objetivo da Biologia são os seres vivos. Essa classificação bem geral demonstra que é possível tratar o objeto dessas ciências com certa distância, ou seja, é possível isolar o objeto de estudo. No caso da Astronomia, o cientista-observador está, por exemplo, num observatório e o astro observador, há anos luz de distância de seu telescópio. Esse cientista ao corre mínimo risco de confundir-se com o fenômeno que está estudando. 
O mesmo não ocorre com a Psicologia, que, como a Antropologia, a Economia, a Sociologia e todas as ciências humanas, estuda o homem. 
Certamente, essa divisão é ampla demais e apenas coloca a Psicologia entre as ciências humanas. Qualé, então, o objeto de estudo da Psicologia? 
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Se dermos a palavra a um psicólogo comportamentalista, ele dirá: “O objetivo de estudo da Psicologia é o comportamento humano”. Se a palavra foi dada a um psicólogo psicanalista, ele dirá: “O objeto de estudo da Psicologia e o inconsciente”. Outros dirão que é a consciência humana, e outros ainda, a personalidade. 
DIVERSIDADE DE OBJETOS DA PSICOLOGIA 
A diversidade de objetos da Psicologia é explicada pelo fato de este campo do conhecimento ter-se constituído com área do conhecimento científico só muito recentemente (final do século 19), a despeito de existir a muito tempo na Filosofia enquanto preocupação humana. Esse ato é importante, já que a ciência se caracteriza pela exatidão de construção teórica, e, quando uma ciência é muito nova, ela não teve tempo ainda de apresentar teorias acabadas definitivas, que permitam determinar com maior precisão seu objeto de estudo. 
Um outro motivo que contribui para dificultar uma clara definição de objeto da Psicologia é fato de cientista – o pesquisador – confundir-se a ser pesquisado. No sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é homem, neste caso o pesquisador está inserido na categoria a ser estudada. Assim, a concepção de homem que o pesquisador traz consigo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em Psicologia. 
Isso ocorre porque há diferentes concepções de homem entre os cientistas (na medida em que estudos filosóficos e teológicos e mesmo doutrina políticas acaba definido o homem à sua maneira, e o cientista acaba necessariamente se vinculando a uma destas crenças). É o caso da concepção de homem natural, formulada pelo filósofo francês Rousseau, que imagina que o homem era puro e foi corrompido pela sociedade, e que cabe então ao filósofo reencontrar nossa pureza perdida. Outros vêem o homem como ser abstrato, com características definidas e que não mudam, a despeito das condições sociais a que esteja submetido. Nós autores deste livro, vemos esse homem como ser datado, determinado pelas condições históricas e sociais que o cercam. 
Na realidade, este é um “problema” enfrentado por todas as ciências humanas, muito discutido pelos cientistas de cada área e até agora sem perspectivas de solução. Conforme, a definição de homem adotada, teremos uma concepção de objeto que combine com ela. Como, neste momento há uma riqueza de valores sociais que permitem concepções de homem, diríamos simplificadamente que, no caso da 
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Psicologia, esta ciência estuda “diversos homens” concebido pelo conjunto social. Assim, a Psicologia hoje se caracteriza por uma diversidade de objeto de estudo. Por outro lado, essa diversidade de objetos justifica-se porque os fenômenos psicológico são tão diversos, que não podem ser acessíveis ao mesmo nível de observação e, por tanto não podem ser sujeitos aos mesmos padrões de descrição, medida, controle e interpretação, o psicólogo está também estabelecendo um determinado critério de seleção dos fenômenos psicológicos e assim definindo um objeto. 
Essa situação leva-nos a questionar a caracterização da psicologia como ciência e a postular que no momento não existe uma psicologia, mas Ciências psicológicas embrionárias e em desenvolvimento. 
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA PSICOLOGIA 
Considerando toda essa dificuldade na conceituação única do objeto de estudo da Psicologia, optamos por apresentar uma definição que lhe sirva como referência para os próximos capítulos, uma vez que irá se deparar com diversos enfoques que trazem definições específicas desse objeto, (o comportamento, o inconsciente, a consciência etc.). 
A identidade da psicologia é que diferencia dos demais ramos das ciências humanas, e pode ser obtida considerando-se cada um desses ramos enfoca o homem de maneira particular. Assim, cada especialidade – a Economia, a Política, História etc. – trabalha essa matéria-prima de maneira particular, construindo conhecimentos distintos e específicos a respeito dela. A Psicologia colabora com o estudo da subjetividade: e essa sua forma particular, específica de para compreensão da totalidade da vida humana. 
Nossa matéria-prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) é o homem corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade. 
A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, e nos igua la, de outro lado, na medida em que os elementos que a constituem são experienciados 
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no campo comum da objetividade social.Esta síntese a subjetividade é o mundo de idéias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. 
O mundo social e cultural, conforme vai sendo experienciado por nós, possibilita-nos a construção de um mundo interior. São diversos fatores que se combinam e nos levam a uma vivência muito particular. Nós atribuímos sentido a essas experiências e vamos nos constituindo a cada dia. 
A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui o nosso modo de ser: sou filho de japoneses e militante de um grupo ecológico, detesto Matemática, adora samba e black music, pratico ioga, tenho vontade mas não consigo ter uma namorada. Meu melhor amigo é filho de descendentes de italianos, primeiro aluno da classe em Matemática, trabalha e estuda, é corintiano fanático, adora comer sushi e navegar pela Internet. Ou seja, cada qual é o que é: sua singularidade. 
Entretanto, a síntese que a subjetividade representa não é inata ao individuo. Ele a constrói aos poucos, apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao mesmo tempo em que atua sobre este mundo, ou seja, é ativo na sua construção.Criando e transformando o mundo (externo), o homem constrói e transforma a si próprio. 
Um mundo objetivo, em movimento, porque seres humanos o movimentam permanentemente com suas intervenções; um mundo subjetivo em movimento porque os indivíduos estão permanentemente se apropriando de novas matérias-primas para constituírem suas subjetividades 
De certo modo, podemos dizer que a subjetividade não só é fabricada, produzida, moldada, mas também é automoldável, ou seja, o homem pode promover novas formas de subjetividade, recusando-se ao assujeitamento e à perda de memória imposta pela fugacidade da informação;recusando a massificação que exclui e estigmatiza o diferente, a aceitação social condicionada ao consumo, a medicalização do sofrimento. Nesse sentido, retomamos a utopia que cada homem pode participar na construção do seu destino e de sua coletividade. 
Por fim, podemos dizer que estudar a subjetividade, nos tempos atuais, é tentar compreender a produção de novos modos de ser, isto é, as subjetividades emergentes, 
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cuja fabricação é social e histórica. O estudo dessas novas subjetividades vai desvendando relações do cultural, do político, do econômico e do histórico na produção do mais íntimo e do mais observável no homem aquilo que o captura, submete-o ou mobiliza-o para pensar e agir sobre os efeitos das formas de submissão da subjetividade (como dizia o filósofo francês Michel Foucault). 
O movimento e a transformação são os elementos básicos de toda essa história. E aproveitamos para citar Guimarães Rosa, que em Grande Sertão: Veredas, consegueexpressar, de modo muito adequado e rico, o que aqui vale a pena registrar: “O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam”. 
Convidamos a você refletir um pouco sobre esse pensamento de Guimarães Rosa. As pessoas não estão sempre iguais. Ainda não foram terminadas. Na verdade, as pessoas nunca serão terminadas, pois estarão sempre se modificando. Mas por quê? Como? Simplesmente porque a subjetividade este mundo interno construído pelo homem como síntese de suas determinações não cessará de se modificar; pois as experiências sempre trarão novos elementos para renová-la. 
Talvez você esteja pensando: mas acho que sou o que sempre fui eu não me modifico! Por acompanhar de perto suas próprias transformações (não poderia ser diferente!), você pode não percebê-las e ter a impressão de ser como sempre foi. Você é o construtor de sua transformação e, por isso, ela pode passar despercebida, fazendo-o pensar que não se transformou. Mas você cresceu, mudou de corpo, de vontades, de gostos, de amigos, de atividades, afinou e desafinou, enfim, tudo em sua vida muda e, com ela, suas vivências subjetivas, seu conteúdo psicológico, sua subjetividade. Isso acontece com todos nós. 
Bem, esperamos que você já tenha uma noção do que seja subjetividade e possamos então, voltar a nossa discussão sobre o objeto da Psicologia. A Psicologia como já dissemos anteriormente, é um ramo das Ciências Humanas e a sua identidade, isto é, aquilo que a diferencia, pode ser obtida considerando-se que cada um desses ramos enfoca de maneira particular o objeto homem, construindo conhecimentos distintos e específicos a respeito dele. Assim, com o estudo da subjetividade, a Psicologia contribui para a compreensão da totalidade da vida humana. É claro que a forma de se abordar a subjetividade, e mesmo a forma de concebê la, dependerá da concepção de homem adotada pelas diferentes escolas psicológicas. No 
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momento, pelo pouco desenvolvimento da Psicologia, essas escolas acabam formulando um conhecimento fragmentário de uma única e mesma totalidade o ser humano: o seu mundo interno e as suas manifestações. A superação do atual impasse levará a uma Psicologia que enquadre esse homem como ser concreto e multideterminado. Esse é o papel de uma ciência crítica, da compreensão, da comunicação e do encontro do homem com o mundo em que vive, já que o homem que compreende a História (o mundo externo) também compreende a si mesmo (sua subjetividade), e o homem que compreende a si mesmo pode compreender o engendramento do mundo e criar novas rotas e utopias. 
Algumas correntes da Psicologia consideram-na pertencente ao campo das Ciências do Comportamento e, outras, das Ciências Sociais. Acreditamos que o campo das Ciências Humanas é mais abrangente e condizente com a nossa proposta, que vincula a Psicologia à História, à Antropologia, à Economia etc. 
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CAÍTULO XI 
__________________________________________ A PSICOLOGIA E O MISTICISMO 
A Psicologia, como área da ciência, em se desenvolvendo na história desde 1875, quando Wilhelm Wundt (1832 – 1926) criou o primeiro laboratório de experimentos em Psicologia, em Leipzig, na Alemanha. Esse marco histórico significou o desligamento da idéias abstratas e espiritualistas que defendiam a existência de uma alma nos homens, a qual seria de vida psíquica. A partir daí, a história da Psicologia é fortalecimento de seu vínculo com os princípios e métodos científicos. A idéia de um homem autônomo, capaz de se responsabilizar pelo seu próprio desenvolvimento e pela sua vida, também vai se fortalecendo a partir desse momento. 
Hoje, a Psicologia ainda não consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois é uma da Ciência relativamente nova (com pouco mais de cem anos). Além disso, sabe-se que não esgotará o que há para conhecer, pois a realidade está em permanente movimento e novas perguntas surgem a cada dia, o homem está em movimento e em transformação, colocando também novas perguntas para a Psicologia. A invenção dos computadores, por exemplo, trouxe e trará em nossas formas de pensamento, em nossa inteligência, e a Psicologia precisará absorver essas transformações em seu quadro teórico. 
Alguns dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos a buscar resposta em outros campos do saber humano. Com isso, algumas práticas não psicológicas têm sido associadas às práticas psicológicas. O tarô, da astrologia, a quiromancia, numerologia, entre outras práticas adivinhatória e/ou místicas, têm sido associadas ao fazer e ao saber psicológico. 
Estas não são práticas da Psicologia. São outras formas de saber – de saber sobre o humano – que não pode ser confundido com Psicologia, pois: 
 Não são no campo da Ciência, a partir do método e dos princípios científico; Estão em posição aos princípios da Psicologia, que vê não só o homem como autônomo, que se desenvolve e se constitui a partir de sua relação com o mundo. As práticas 
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místicas têm pressupostos opostos, pois nelas há concepção de destino, da existência de forças que não estão no campo humano e do mundo material. 
A Psicologia, ao relacionar-se esses saberes, deve ser capaz de enfrentá-los sem preconceitos, reconhecendo que o homem construiu muitos “saberes” em busca de sua felicidade. Mas é preciso demarcar nossos campos. Esses saberes não estão no campo da Psicologia, mais podem se tornara seu objeto de estudo. 
É possível estudar as práticas adivinhatórias e descobrir o que elas têm de eficiente, de acordo com os critérios científicos, e aprimorar tais aspectos para uso eficiente e racional. Nem sempre esses critérios científicos têm sido observados e alguns psicólogos acabam por usar tais práticas sem o devido cuidado e observação. 
Esses casos, seja daquela que usa a prática mística com acompanhamento psicológico, seja o do psicólogo que usa desse expediente sem critério científico comprovado, são previsto pelo código de ética dos psicólogos e, por isso, passíveis de punição. No primeiro caso, como prática de charlatanismo e, no segundo, desempenho inadequado da profissão. 
Entretanto, é preciso ponderar que esse campo fronteiriço entre a Psicologia científica e especulação mística deve ser tratada com o devido cuidado. Quando se trata de pessoa, psicologia ou não, que decididamente usa do expediente das práticas místicas como forma de tirar proveito pecuniário ou de qualquer outra ordem, prejudicando terceiros, temos um caso de polícia e punição daqueles que se utilizam dessas práticas de forma tão clara. 
Nestes casos, não podemos tornar absoluto o conhecimento científico como “conhecimento por excelência” e dogmatiza-lo a ponto de correr risco de criar um tribunal semelhante ao da Santa Inquisição. É preciso reconhecer que pessoas que acreditam em práticas adivinhatórias ou místicas têm direito de consultar e de serem consultadas, e também temos de reconhecer, nos cientistas, que não sabemos muita coisa sobre psiquismo humano e que, muitas vezes, novas descobertas seguem estranhos e insondáveis caminhos. O verdadeiro cientista deve ter os olhos para o novo. 
Em fim, nosso alerta aqui vai em dois sentidos: 
 Não se deve misturar a Psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que são baseadas em pressuposto diversos e ao opostos da Psicologia. 
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 “Mente é pára-quedas: melhor aberta”. È preciso está aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido estudados no âmbito da Ciência, podem trazer novos sabres, ou seja novas respostas para perguntas ainda não respondidas. 
A ciência, como uma das de saber do homem, tem seu campo de atuação com métodos e princípios próprios, mas como forma de saber,não está nunca estará. A ciência é a verdade um processo permanente de conhecimento do mundo exercício de diálogo entre o pensamento humano e a realidade em todos os seus aspectos. Nesse sentido tudo o que ocorre com homem é motivo de interesse para a Ciência, que deve explicar seus princípios e métodos para construí respostas. 
A PSICOLOGIA DOS PSICÓLOGOS 
(...) somos obrigados a renunciar à pretensão de determinar para as múltiplas investigações psicológicas um objeto (um campo de fatos) unitário e coerente. Consequentemente, e por sólidas razões, não somente históricas mas doutrinárias, torna se impossível à Psicologia assegurar-se uma unidade metodológica. (...) 
Por isso, talvez fosse preferível falarmos, ao nível de “psicologia”, em “ciências psicológicas”. Porque os adjetivos que acompanham o termo “psicologia” podem especificar, ao mesmo tempo, tanto um domínio de pesquisa (psicologia diferencial), um estilo metodológico (psicologia clínica), um campo de práticas sociais (orientação, reeducação, terapia de distúrbios comportamentais etc.), quanto determinada escola de pensamento que chega a definir, para seu próprio uso, tanto sua problemática quanto seus conceitos e instrumentos de pesquisas. (...) não devemos estranhar que a unidade da Psicologia, hoje nada mais seja que uma expressão cômoda, a expressão de um pacifismo e enganador. Donde não haver nem um inconveniente em falarmos de “psicologias” no plural. Numa época mutação acelerada como a nossa, a Psicologia se situa no imenso domínio das ciências “exatas”, biológicas, naturais e humanas. Há diversidade de domínio e diversidade de métodos. Uma porém, precisa ficar clara: os problemas psicólogos não são feitos para os métodos; os métodos é que são feitos para problemas.(...) 
Interessa-nos indicar uma razão central pela qual a Psicologia se reparte em tantas tendências ou escolas: a tendência organicista, a tendência fisicalista, psico-
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sociológica, a tendência psicanalítica etc. Qual o obstáculo supremo impedindo que todas essas tendências continuem a “constituir escolas” cada vez mais fechadas, a ponto de dês agregarem outra chamada “ciência psicológica”? A meu ver, esse obstáculo é devido ao fato de nenhum cientista, consequentemente, nenhum psicólogo poder considerar-se um cientista “puro”. 
Como qualquer cientista, todo psicólogo está comprometido com uma posição filosófica ou ideológica. Este fato tem importância fundamental nos problemas estudados pela Psicologia. Esta não é mesma em todos os países. Depende dos meios culturais. Suas variações dependem da diversidade das escolas e das ideologias. Os problemas psicológicos se diversificam segundo as correntes ideológicas ou filosóficas venham reforçar esta ou aquela orientação na pesquisa, consigam ocultar ou impedir este ou aquele aspecto dos domínios a serem explorados ou consigam esterilizar esta ou aquela pesquisa, opondo-se implícita ou explicitamente a seu desenvolvimento. (...) 
Hilton Japlassu. A psicologia dos psicólogos 
2. ed.Rio de Janeiro, Imago 1983. p.24-6
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
DAVIDFF, Linda L. Introdução à Psicologia. São Paulo. Macgraw-Hill de Brasil, 1983 
MORGAN, Clifford Thomas. Introdução à Psicologia. São Paulo, Mcgraw – Hill do Brasil, 1977. 
TELFORD, Charles W; & SAWREY, James M. Psicologia: uma introdução aos princípios fundamentais do comportamento. São Paulo, Cultrix, 1968. 
Dutra, Joel Souza, Competências – Instrumentos para gestão de pessoas na empresa moderno, SP: Atlas, 2004. 
 
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