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97 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Conforme estudado anteriormente, comunicar é transmitir ideias, sentimentos ou experiências de uma ou mais pessoas para outra ou outras”. Partindo desse conceito, é interessante saber que o objetivo desta unidade é levar você, aluno, a compreender o fenômeno da comunicação de maneira global, elucidando as relações de poder que existem nesse processo. Outro objetivo importante é o de desenvolver sua autonomia e sua visão crítica a respeito das formas de manipulação, como também o papel da mídia na atualidade. A partir desses conteúdos, estaremos ampliando seu repertório cultural, enfatizando a interdisciplinaridade. Pensar em quantas vezes somos tragados, entramos em armadilhas da sociedade de consumo e, é claro, entender o papel social do comunicólogo. A linguagem, a cultura e a tecnologia são elementos indissociáveis do processo de comunicação. Tattersall (2006, p. 73) afirma categoricamente sobre a linguagem: “[...] se estamos procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a cognição simbólica, a invenção da linguagem é a candidata mais óbvia.” Quanto à cultura e à tecnologia, parece pertinente concordar com Mayr (2006, p. 95) quando diz que: “uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira bem diferente daquela de um cidadão da era vitoriana” e que “essa mudança teve fontes múltiplas, em particular os incríveis avanços da tecnologia”. Souza Brasil (1973, p. 76), mais incisivo, enxerga a cultura como subordinada às formas de comunicação. 7 O QUE É TEORIA? O que ensinamos quando trabalhamos com as teorias? Esta questão nos remete aos encontros entre professores, faculdades ou lugares que têm como preocupação o espírito científico. Essa reflexão permite ir mais adiante e entender que o processo teórico e os métodos não são autônomos, e sim escolhas valorativas do pesquisador e, para isso, deve compreender o cenário intelectual no qual se encontra. Opções tomadas com relação ao saber da ciência, na qual se encontra – comunicação. Senão, o que entendemos por pesquisa, teoria, área, ciência…? (RUSSI-DUARTE, 2010, p. 96). Entendemos que Russi-Duarte levanta a questão de que há teorias, mas elas são escolhidas de modo que permitam acréscimos ou composições entre outras teorias e que o estudante, professor e a Unidade III 98 Unidade III instituição de ensino possam fazer escolhas de acordo com as características específicas e de acordo com a discussão do problema escolhido, situando e atendendo as observações do problema com implicações das bases conceituais. Teorias da comunicação Segundo Pignatari (1993, p. 11), a teoria da informação é também conhecida por teoria da comunicação e teoria da informação e da comunicação. Alguns teóricos e estudiosos chegam mesmo a distinguir entre informação e comunicação, o que nos parece um eco de uma outra distinção bastante arraigada e corrente, mais dificilmente, sustentável, qual seja, a distinção entre forma e fundo, entre forma e conteúdo. De outra forma, o termo “Comunicação” vem tendo aceitação mais rápida pela massa média do público letrado. Diante do conceito de Pignatari, esses são resultados de uma sistematização dessas distintas iniciativas, com pretensão científica de conhecer a comunicação. Entretanto, como a teoria é abrangente, ela dimensiona suas ligações interdisciplinares e faz um trabalho de recorte da realidade social e de várias disciplinas com a sociologia, a antropologia, a psicologia, entre conceitos que se integram refletindo uma abordagem específica, com o objetivo de constituir um novo olhar num domínio ou espaço interdisciplinar. A comunicação pode ser caracterizada de três maneiras diferentes. Em primeiro lugar, como relação das pessoas com mensagens, mas não entre si. Ou seja, as pessoas estão separadas e há mensagens entre elas e essas mensagens fazem a ligação. Mesmo as pessoas separadas entre si, elas comunicam seus conhecimentos, sentimentos e pensamentos. Outra maneira é como relação entre pessoas por meio de mensagens – as mensagens são instrumentos das pessoas. Nesse caso, as pessoas estão ligadas entre si e compartilham sentimentos, pensamentos e conhecimentos umas com as outras e isso ocorre por meio de emissão e recepção de mensagens. A partir de mensagens podem inaugurar um grupo com interesses afins ou uma comunidade. Figura 42 Disponível em: https://bit.ly/3zNDhwm. Acesso em: 30 jul. 2021 99 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Com relação às produções, às emissões e às recepções de mensagens, as pessoas interagem entre si e com as mensagens – pessoas e mensagens não podem ficar separadas na relação. A comunicação, nesse ponto, são as mensagens, e as mensagens também são as pessoas, ou seja, são os conteúdos das mensagens integradas que constituem a comunicação. Há uma interação social; quando trocam mensagens elas transmitem, interagem umas com outras, mesmo discordando ou concordando, e isso é entendido como interação social, como construção sociocultural. Saiba mais Para mais informações, leia: BRASIL. Ministério da Educação. Teorias da comunicação. Brasília, 2006. Disponível em: https://bit.ly/377gH5L. Acesso em: 30 jul. 2021. Ampliando os estudos da comunicação, encontraremos a indústria cultural e a sociedade de massa, conceitos que atingem outras esferas relacionais da comunicação. Assista ao filme indicado a seguir: BICHO de sete cabeças. Direção: Laís Bodanzky. Brasil: Buriti Filmes, 2000. 74 min. 7.1 Panorama histórico da comunicação e os meios de comunicação de massa, cultura de massa 7.1.1 Histórico da cultura de massa Buscando um breve panorama dos aspectos históricos da comunicação na humanidade, existem estudos desde os gregos; há mais de 2 mil anos, temos conhecimentos dos sofistas exercitando o uso da palavra e ensinando a arte do discurso. Platão, por exemplo, defende a importância do discurso. De acordo com Reale e Antiseri (1990, p. 151), Platão afirma que “a retórica não passa de pura adulação e adulteração do verdadeiro”. E os teóricos continuam dizendo que a retórica pode se comparar com a arte, por seu falseamento, “[...] que busca persuadir e convencer a todos sobre tudo sem dispor de conhecimento algum”. Já Aristóteles conceitua a retórica com a busca de todos os meios possíveis de persuasão, classifica e organiza suas técnicas. Desde o início do século XX há estudos a respeito de comunicação, e anteriormente outros tantos filósofos reivindicaram a discussão organizada de homens racionais, mas podemos pensar que os estudos específicos a respeito da comunicação começaram apenas no início do século XX. 100 Unidade III Os tipos móveis foram inventados por Gutenberg no século XV, que transformou um pouco esses meios. Essas mudanças não foram bruscas, pois nessa época as ferramentas eram precárias e o papel ainda era manufaturado. Primeiro produto da cultura de massa: romances de folhetim contêm um dos principais traços caracterizadores dos produtos para as massas, eles não eram feitos por aqueles que o consumiam. De um lado, surgem como grandes instantes históricos dessa cultura os períodos marcados pela Era da Eletricidade (fim do século XX) e pela Era da Eletrônica (a partir da terceira década do século XX) – quando o poder de penetração dos meios de comunicação se torna praticamente irrefreável. Por outro lado, a cultura de massa está ligada ao fenômeno do consumo, o momento de instalação definitiva dessa cultura seria mesmo o século XX, quando o capitalismo de organização (ou monopolista) criou as condições para uma efetiva sociedade de consumo cimentada, em ampla mediada, por produtos como a TV. A televisão, sem dúvida, ainda é o meio de comunicação de massa mais presente nas famílias brasileiras e, por sua vez, esse meio tem em suas mãos a maioria do público suscetível ao que a indústria cultural oferece. Uma massa não crítica que é bombardeada com produtos de consumo. Segundo Tomazi (2010), a TV desenvolve alguns produtose define o que é importante, ou seja, resolve o que é importante, desde o gosto do telespectador à opção política, sexualidade, religião. Não resta dúvida de que tudo isso está vinculado aos canais de mídias populares. O produto mais visto pela população é a novela, e a partir dela são incluídos temas como moda de roupas, cabelos, sapatos e, por que não falar, dos comportamentos. Exageradamente são divulgados os produtos escolhidos para vender no comércio, repetidamente, com a certeza da aprovação do público e do gosto da população. 7.1.2 Sociedade de massa e indústria cultural A indústria cultural é um objeto de estudo da área das ciências humanas por suas qualidades indicativas ou aspectos externos, ou por sua constituição interior, estrutural, ou seja, o estudo está relacionado não somente às origens, mas principalmente às consequências trazidas pela revolução industrial. O reconhecimento desse objeto nos remete a pensar, de fato, qual é o problema da indústria cultural? Ou seja, envolve a decisão para escolher sua qualidade, se ela é boa ou má. Trata-se de distinguir quais são os interesses que vêm por trás do produto na formação da sociedade, esta sociedade que consome os produtos que a indústria cultural vende. O pesquisador Tomazi (2010) reconhece que a indústria cultural ocorre a partir do século XVIII, com a multiplicação dos jornais na Europa. Para trabalhar seu alcance, tiveram como olhar o nível de escolaridade da população. A indústria cultural necessitava de pessoas com certo nível intelectual para a formação do mercado consumidor, de grande importância social, econômica e cultural. O autor informa que o primeiro meio de comunicação de massa foi o jornal. 101 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Antes de pensarmos em sociedade de massa e indústria cultural, precisamos pensar a respeito do conceito de massa e do conceito de meios. “Massa”, como o próprio nome diz, tem o papel de atingir muita gente, ou seja, transmitir mensagens para uma quantidade infinita de receptores. E os “meios” que utiliza estão vinculados aos meios de comunicação, como a imprensa escrita, o rádio, a televisão e outras tecnologias de comunicação (LIE; BRYM; HAMLIN, 2006, p. 221). Cultura de massa Historicamente, ocorreu na Europa o aparecimento da cultura de massa, na segunda metade do século XIX , quando surgiram outros meios e outros exemplos de canais, como teatro de revista, opereta, cartaz, fotografia e, posteriormente, a pintura. A partir desses meios, estabeleceu-se uma cultura que tais objetos não valem mais como algo a ser usado pelo indivíduo ou grupo que a produziu, funcionando como valor de troca. Indústria cultural Segundo Coelho (1993), o grande debate sobre a indústria cultural gira sempre em torno das questões de ética: os produtos da indústria cultural são bons ou maus para o homem, adequados ou não ao desenvolvimento das potencialidades e projetos humanos? Coelho (1993) diz que a indústria cultural é fruto da sociedade industrializada, de um período de consolidação de uma economia baseada no consumo de bens e produtos culturais em série, como os filmes, jornais, revistas, que são produzidos para a massa. Figura 43 Disponível em: https://bit.ly/3xcLl8o. Acesso em: 30 jul. 2021. 102 Unidade III 7.1.3 Opinião pública Na Revista Vernáculo, no artigo de Olicshevis (2006, p. 92), a autora comenta o seguinte: pode-se dizer que a opinião tem sua origem nos grupos e esses grupos transformam-se em públicos quando se organizam em torno dos temas de discussão e de interesse público. Assim, eles discutem e procuram uma atitude comum. Segundo Sarah Chucid da Via, atitude é “uma tendência para atuar, agir. Relaciona-se com os hábitos, com os comportamentos e transforma-se em opinião quando adquire um caráter verbal e simbólico [...]”. A autora explica as várias definições para o termo opinião pública, entre as principais, ela destaca: • a opinião pública pode ter ou não um caráter político; • é mais que a pura e simples soma das opiniões, pois resulta de uma elaboração maior; • é influenciada pelos veículos de comunicação massiva; • poderá ou não ter origem na opinião resultante da formação do público; • não deve ser confundida com a vontade popular. Assim, Olicshevis (2006) esclarece que a simples soma de opiniões não se caracteriza como opinião pública, uma vez que são necessárias a discussão e a incorporação da opinião pelo público. A conotação “pública” requer da atitude desses participantes uma interação de condutas que indicam, muitas vezes, a força da influência das mídias de massa. O que não quer dizer que seja a opinião da maioria, e sim de um determinado grupo que foi atingido pela massa. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que 82,7% dos domicílios nacionais possuem acesso à internet, um aumento de 3,6% em relação a 2018. [...] Em 2019, entre as 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no país, 143,5 milhões (78,3%) utilizaram a internet nos últimos três meses. Jovens adultos entre 20 e 29 anos foram os que mais acessaram. O uso é maior entre estudantes (88,1%) do que entre não estudantes (75,8%). Os estudantes da rede privada (98,4%) usam mais do que os da rede pública (83,7%) [...] (BRASIL, 2021). 7.1.4 Internet Como visto anteriormente nas metáforas da globalização, qualquer cidadão conectado à rede mundial de computadores poderá se comunicar ou mesmo produzir textos que terão alcance mundial. 103 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO É um novo momento, no qual surge um novo espaço de comunicação com imenso potencial de exploração, no qual o cidadão, sem a necessidade de mostrar sua cara, pode a qualquer momento expor sua opinião, fazer comentários ou mesmo tornar públicas suas histórias e indagações. Tem o poder, ainda, de interagir diretamente com outras pessoas de diversos continentes. No cenário contemporâneo da comunicação, a própria linguagem é muitas vezes descrita como interativa, pois o ato de se comunicar é por si uma interação que pode ocorrer entre dois ou mais atuantes, ao contrário da interatividade, que precisa ser intermediada por um meio eletrônico, usualmente um computador (MONTEZ; BECKER, 2005, p. 33). A comunicação sofreu uma grande transformação com a automatização de seus processos, principalmente com a intervenção da internet. A globalização proporcionou a circulação de conteúdos que promovem a um só espaço ideias, sugestões e mesmo oportunidades, que circulam livremente nos quatro cantos do planeta. Com tanto para se resolver e cada vez menos tempo, as pessoas têm encontrado distâncias cada vez mais curtas. Nesse cenário, apenas um toque em um teclado pode diminuir a distância e todos podem interagir sem sair de onde estão, possibilitando encontros e contatos sociais e até mesmo transações comerciais. Nunca se comunicou tanto com tamanha velocidade em um espaço tão abrangente. No passado, a comunicação estava na mão de escritores e oradores, no entanto, hoje verificamos esse poder na mão de toda e qualquer pessoa. No mundo virtual tudo é tão instantâneo que hoje o próprio fotógrafo envia a imagem e a notícia simultaneamente, não há mais tempo disponível para enviar para o redator, senão a notícia passa. O mundo virtual funciona assim: acesso rápido e interação. Pierre Lévy nos esclarece que “é virtual aquilo que existe apenas em potência, e não em ato” (1999, p. 47). A globalização, unindo-se à comunicação, revolucionou a forma como as pessoas se comunicam e interagem, são mensagens instantâneas publicadas e postadas a todo o momento. Estar conectado faz parte da transformação do processo de comunicação, seja para a vida profissional, seja para a vida pessoal. Debates acontecem virtualmente, conferências são realizadas entre todos os continentes, e as divulgações de eventos pelas redes sociais digitais são tão eficazes quanto as campanhas publicitárias veiculadasnas mídias tradicionais. Essa é a virtualização do saber, do conhecer, é o que gera a dependência das pessoas para promoverem a integração, assumindo um papel cada vez mais importante na vida em sociedade. São por essas razões que se fala em cibercultura, que, na definição de Pierre Lévy, é “o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (1999, p. 17). 104 Unidade III Ou seja, é o conjunto de experiências vivenciadas no mundo virtual que são utilizadas pelos bens materiais e intelectuais, unindo-se à parte prática, inclusive experimentando ações e atitudes. Imagine agora todo esse processo de comunicação sem a agilidade que a tecnologia nos proporcionou? O caminho trilhado até então era moroso e desgastante, hoje rapidamente obtém-se um resultado rico em alternativas e soluções. É possível, ainda, compartilhar com uma nação as dúvidas e melhorias por meio das redes sociais e grupos de estudos montados com profissionais da área, estudiosos ou mesmo qualquer público interessado. Essa é a comunicação dos dias atuais, e imediatismo e repercussão são características marcantes dessa nova fase. Saiba mais O enredo do filme indicado a seguir fala da possibilidade de uma pessoa entrar na mente de outra usando tecnologia e recodificação. A CELA. Direção: Tarsem Singh. EUA; Alemanha: New Line Cinema; Kinowelt Filmverleih, 2000. 107 min. 7.1.5 Contracultura Para falarmos de contracultura, será necessário primeiro compreender o que é cultura. Conforme comenta Laraia (2009, p. 52): “toda a experiência de um indivíduo é transmitida aos demais, criando assim um interminável processo de acumulação”. Logo, podemos compreender que a cultura é expansiva e pode ser interpretada de várias maneiras, desde a forma de se comportar, como os costumes e hábitos de um povo. Envolve maneiras palpáveis ou não que se perpetuam de uma geração a outra. Trata-se de um movimento de multiplicidade de maneiras e modos de se visualizar e compreender o mundo de forma particular de determinado grupo. Já a contracultura é datada dos anos 1960 e tem como característica a rebeldia, os cabelos compridos e o envolvimento da mocidade, que trazia um movimento distante de tudo que havia sido até ali. Essa geração contrariava costumes e hábitos enraizados pela sociedade, tripudiava e fazia novas manifestações nos meios de comunicação em massa. Contracultura: “Significava também novas maneiras de pensar, modos diferentes de encarar e de se relacionar com o mundo com as pessoas. Enfim, um outro universo de significados e valores, com suas regras próprias” (PEREIRA, 1983, p. 8). 105 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Figura 44 – Novos Baianos, grupo formado em 1969 Disponível em: https://bit.ly/37a9UIl. Acesso em: 30 jul. 2021. Podemos pensar que um dos fatores que influenciaram a mudança dos interesses em aprofundar a teoria da comunicação foi o que ocorreu em relação às mudanças ocasionadas pelos desenvolvimentos tecnológicos, acrescentando os novos meios de comunicação que entraram no mercado. Com o largo desenvolvimento, houve a necessidade de institucionalização e profissionalização deste homem que aos poucos se envolvia com as máquinas, minimizando e maximizando as novas configurações espaçotemporais dessa nova realidade comunicativa. Saiba mais Para aprofundar seus conhecimentos, leia a reportagem indicada a seguir, que acentua o que foi a Tropicália, movimento muito importante para o Brasil. TROPICÁLIA, 50 anos: a história do movimento que marcou a cultura nacional. EBC, 2017. Disponível em: https://bit.ly/2VkedhN. Acesso em: 30 jul. 2021. O filme a seguir, de Giuseppe Tornatore, aborda quando o cinema apareceu no meio social em uma pequena cidade da Itália. CINEMA paradiso. Direção: Giuseppe Tornatore. Itália; França: Columbia Pictures do Brasil, 1988. 118 min. 106 Unidade III Mudanças Com esse novo cenário, havia a necessidade de sensibilizar a sociedade, que precisava usar melhor a comunicação para execução de seus projetos daquele momento. Os meios de utilização facilitaram todos os âmbitos entre as áreas técnicas, científicas e culturais da sociedade. O crescimento populacional e a crescente urbanização do mundo mudou o cenário e, de fato, houve a consolidação do capitalismo industrial e da sociedade de consumo. Além dessas mudanças mencionadas, houve a expansão do imperialismo, a divisão política do globo entre capitalismo e socialismo. Quanto à área científica, houve aceleração dos estudos, facilitada pela tecnologia, promulgando a pesquisa e toda a instrumentalização necessária para esta expansão. Saiba mais Para ampliar seu conhecimento, leia a obra a seguir, que trata de economia, política e ética. HOPE, H.-H. Uma teoria do socialismo e do capitalismo. São Paulo: LVM, 2013. 7.2 Teoria hipodérmica 7.2.1 O contexto social Ao entrar em contato com essa teoria, não podemos isolá-la do contexto histórico, visto que entre os anos de 1914 a 1918 houve a explosão da Primeira Guerra Mundial, que começou a utilizar a propaganda de massa como estratégia de guerra e as pessoas despertaram para os seus efeitos. A teoria hipodérmica surgiu entre as duas Guerras Mundiais. “Cada elemento do público é pessoal e diretamente atingido pela mensagem” (MILLS, 1975, p. 79). Foi um momento de grande difusão em larga escala das comunicações de massa, o que resultou na primeira reação ao fenômeno das comunicações em massa. A guerra demanda recursos para a sua manutenção, e as nações precisam de pessoas para o alistamento militar, de trabalhadores para as atividades nas fábricas, e, acima de tudo, de recursos financeiros para financiar os exércitos e a guerra (DEFLEUR; BALL-ROKEACH, 1993, p. 179). Em virtude dessa necessidade de cooperação dos indivíduos com o seu país, a teoria hipodérmica inaugura, com base na psicologia behaviorista, entendendo a força dos meios de comunicação como ação de alienação, mais especificamente, a propaganda, como fonte de estímulo para que as pessoas promovessem uma determinada resposta. 107 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Lasswell formulou a teoria hipodérmica, que está baseada em teorias psicológicas. As teorias que fundamentaram a teoria hipodérmica foram a teoria do behaviorismo e a teoria do comportamento condicionado, que tiveram como referência as ideias do pesquisador Ivan Pavlov a partir da análise em propagandas do rádio, que era um dos poucos meios de comunicação dos anos 1930, e ele percebeu um importante objeto de estudo. Essa teoria também é chamada de teoria da agulha hipodérmica, teoria da bala mágica ou teoria da correia de transmissão. Prezado aluno, antes de iniciarmos a teoria hipodérmica, é preciso entender as bases teóricas que a sustentam: o behaviorismo e o comportamento condicionado. O termo behaviorismo vem do inglês (behavior) e tem o significado de comportamento. Há outros nomes que são utilizados para essa teoria, como teoria comportamental, análise experimental do comportamento e comportamento condicionado. Em 1913, Watson escreveu um artigo com o título “Psicologia como os behavioristas a veem”, em que discute o comportamento como objeto da psicologia. O teórico pesquisou para deixar a psicologia no lugar de ciência, para que fosse possível medi-la, aplicá-la em diferentes sujeitos e em diferentes condições. Dessa forma, ela alcança o lugar de ciência e rompe com a filosofia, abordagem e tradição anterior. Conforme comentam os pesquisadores; “só quando se começa a relacionar os aspectos do comportamento com os do meio é que há a possibilidade de existir uma psicologia científica” (KELLER; SCHOENFELD, 1970, p. 97). Bock, Furtado e Teixeira (1992) dizem que o behaviorismo estudou o comportamento e, principalmente, o que que acontecia com o comportamento em relação ao meio onde ele se encontrava. E como ambos – comportamento e ambiente – sãoamplos e multifacetados, os psicólogos e estudiosos entenderam e chegaram aos conceitos de “estímulo e resposta”. Essas palavras têm origem no latim – stimulus e responsio – e são abreviadas como SR. As duas são o ponto de partida para essa ciência do comportamento. Assim, os teóricos podem estudar o homem desde os anos mais tenros de sua infância, observando o processo de aprendizagem e como resultam esses produtos das associações que ele estabelece com o meio onde está inserido durante toda sua vida, entre os estímulos desse meio e as respostas comportamentais. Oliveira (2003, p. 9 apud CORREIA; SOUZA, 2014, p. 4) enfatiza que essa teoria “influenciou todo o pensamento comunicacional da primeira metade do século passado e tornou-se um ponto de partida essencial tanto para os que concordam quanto para os que discordam [...]”. Segundo Correia e Souza (2014), o teórico Ivan Carlo Andrade de Oliveira acredita que a teoria hipodérmica foi a primeira grande teoria de comunicação e influenciou outras ideias e críticas posteriores. Como falamos anteriormente, essa teoria tem explicações no behaviorismo e nos elementos que a constituem – estímulo e reposta – como ele diz, não existe estímulo sem resposta. Com esses elementos, Oliveira (2003, apud CORREIA; SOUZA, 2014) explica a reação da mensagem radiofônica, que, a partir de um determinado estímulo, havia uma resposta das massas, ou seja, aceitação ou rejeição. 108 Unidade III Na visão de DeFleur e Ball-Rokeach, em uma sociedade de massa existem três características comuns: “a primeira é que os indivíduos se encontram em um estado de isolamento psicológico; a segunda é a questão da impessoalidade no trato com os outros indivíduos; e a terceira demonstra que as pessoas estão livres de suas obrigações sociais informais” (1993, p. 177-178). Relacionando as teorias, os atores seguem afirmando: Dessa forma, a sociedade tem os seus vínculos entre os indivíduos enfraquecidos, criando condições para o isolamento e a alienação social (WOLF, 2007, p. 6). E, com isso, surge a preocupação de como os meios de comunicação podem moldar a opinião pública, e, assim, incitá-los a uma determinada postura ou atitude (DEFLEUR; BALL-ROKEACH, 1993, p. 181). E agora, aluno, a onde iremos chegar com tantas teorias para justificarmos nossos estudos da teoria hipodérmica? Como vimos, o rádio foi o meio de comunicação utilizado para divulgar as notícias da época e a reação à mensagem radiofônica correspondia à aceitação das massas. Segundo DeFleur e Ball-Rokeach (1993), quando isso ocorre significa que não há o feedback propriamente dito, uma crítica ou uma análise quanto ao conteúdo exposto ao público, considerado atomizado, amorfo, e há uma reação de maneira uniforme e imediata. Entretanto, a teoria do comportamento condicionado também está relacionada à hipodérmica, parece ser uma extensão do behaviorismo, pondo em prática sua ideia. Oliveira cita a experiência do cachorrinho como exemplo de seu funcionamento: À visão da comida, o cachorrinho respondia salivando – uma reação do organismo preparatória para o ato de digerir a comida. Pavlov passou a tocar uma sineta toda vez que alimentava o animal. Por fim, tocava apenas a sineta. Mesmo não havendo comida, o cão respondia ao estímulo (som da sineta) com uma resposta (salivando) (OLIVEIRA, 2003, p. 9 apud CORREIA; SOUZA, 2014, p. 5). Saiba mais Leia a obra indicada a seguir: SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. Brasília: UNB, 1970. 109 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO 7.3 Modelo de Lasswell Figura 45 – Lasswell Disponível em: https://bit.ly/3ywlTvK. Acesso em: 30 jul. 2021. A teoria hipodérmica abraça a ideia de que os meios de comunicação são soberanos e manipuladores das massas, já o cientista político Harold D. Lasswell vai além. Pode-se dizer que o modelo de Lasswell é uma evolução da teoria hipodérmica. O estudioso acredita que para a perfeita compreensão da mensagem é necessário o levantamento de cinco questionamentos: Quem? Diz o quê? Através de que canal? A quem? Com que efeito? Baseado nessas cinco perguntas, Lasswell aplicava as questões e, conforme as respostas dos entrevistados, o autor as qualificava como completas e claras. As diretrizes do processo de comunicação de massa eram: • um agente ativo estimulante sob uma massa totalmente passiva e absorvente; • um modelo cheio de intenção, pois a ideia era justamente obter um efeito, um resultado por meio da influência da comunicação; • embora outros teóricos tenham ideias contrárias, Schulz (1982 apud WOLF, 2005) diz em sua reflexão que os efeitos dizem respeito a destinatários atomizados, isolados, ou seja, mesmo sendo a massa como um todo, existe a individualidade de cada um, resultando em uma absorção e interação em graus diferentes. A partir dessa compreensão, podemos observar a eficácia do modelo que tinha como objetivo influenciar a massa. 110 Unidade III Para o modelo de Lasswell, as relações informais eram pouco relevantes ou mesmo irrelevantes, pouco acrescentavam ao resultado das campanhas publicitárias. Para análise dos resultados, a massa era dividida por critérios de faixa etária, sexo e outros. Assim, surgiu a communication research, que vem pontuando a análise dos efeitos e a análise dos conteúdos, deixando para trás a teoria hipodérmica. Observe a seguir: Quem? 1 Quem? 4 O quê? 2 Em que canal? 3 Com que intenções? 6 Em que condições? 7 Com que efeitos? 5 disse a Figura 46 – Fluxograma Lasswell tenta compreender o fenômeno de massa na sociedade pelo viés da propaganda, a qual já sabemos tratar-se de um dos meios de massa mais populares e abrangentes. A escolha da propaganda como um tópico de estudo cresceu a partir de um desejo de examinar o lugar ocupado pelo simbólico e os eventos não simbólicos da guerra ou da paz. [...] O comportamento envolvido numa sequência de uma comunicação é [...] sinal da manipulação, e os sinais são eventos físicos (a saber, movimentos do músculo, sons e similares). Não obstante, os sinais são particularmente reconhecidos como indicações satisfatórias dos modos e das imagens; em uma palavra, do simbólico (LASSWELL, 1971, p. 9). Para o cientista político, a propaganda era o objeto de investigação para compreender o fenômeno da comunicação em massa. Qual a real importância dos meios de comunicação perante a sociedade? Quão influenciadores esses meios poderiam ser? Desse modelo, surgiram três diretrizes comunicacionais, as quais estudaremos a seguir. 7.3.1 Teoria empírico-experimental ou teoria da persuasão Adequada à mensagem do destinatário, essa teoria leva em conta as diferenças entre os indivíduos, e são essas particularidades que atrairão a atenção dos destinatários. 111 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Como premissa, o grupo dos indivíduos utiliza a homogeneidade, ou seja, características semelhantes entre eles, servindo de critérios de divisão para compor subgrupos. Desse modo, uma campanha publicitária deverá atender às expectativas de determinado grupo de interesse, e a ideia é que o destinatário adapte a mensagem aos seus valores, pois, ao longo do tempo, a tendência é que esse valor se acentue. Portanto, a propaganda deve promover o interesse do destinatário e, principalmente, ser reconhecida e estar de acordo com os valores do indivíduo. 7.3.2 Teoria empírica de campo ou teoria dos efeitos limitados Para essa teoria de manipulação de massa, há o filtro do próprio indivíduo, envolvendo a análise e reflexão de cada um. Sendo assim, a mídia exerce influência, desde que o indivíduo aceite ser influenciado. Logo, essa influência é limitada, uma vez que o destinatário pode sofrer outras influências do meio. 7.3.3 Teoria funcionalista das comunicações de massa A teoria funcionalista é baseada em uma visão mais ampla, e não apenas no olhar dos efeitos da manipulação sobre o indivíduo. “[…] A questão de fundo já não são os efeitos, mas as funções exercidas pela comunicação de massana sociedade” (WOLF, 2005, p. 25). A visualização ganha amplitude e o objetivo é entender o quanto os meios de comunicação contribuem para a sociedade. “[…] a teoria funcionalista representa uma importante etapa na crescente e progressiva orientação sociológica da communication research (WOLF, 2005, p. 26). 8 ESTUDOS CULTURAIS 8.1 Edgar Morin Figura 47 – Edgar Morin Disponível em: https://bit.ly/3lnW0dS. Acesso em: 30 jul. 2021. 112 Unidade III Edgar Morin nasceu em 8 de julho de 1921. Formado em Economia Política, História, Geografia e Direito, esse francês atuou como pesquisador, professor e escritor. Além de criticar o ensino fragmentado, ele apontou os problemas da pós-modernidade e defendeu que devemos incorporar na educação os problemas cotidianos, interligando o currículo aos saberes. Em suas publicações desde 1977 (da série “O Método”), o primeiro livro foi Teoria da complexidade. Em 1999, lançou A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento e Os sete saberes necessários à educação do futuro. Ele também fez títulos que dissertam sobre a educação e entende que o ser humano é reducionista, ou seja, ele tem um pensamento simplista. O grande trabalho, segundo o autor, é trabalhar com o homem de forma que ele compreenda a complexidade e propõe a reforma do pensamento humano. Para construir o pensamento complexo, é preciso esforçar-se para compreender a complexidade e combater a simplificação. O estudioso entende que a cultura é um corpo muito complexo de normas e símbolos, imagens e mitos que são responsáveis por estruturar as ordens das emoções e dos instintos. Além disso, Morin acredita que a cultura de massa é baseada na industrialização, que transfere às imagens a fábrica de sonhos e que, por sua vez, são apropriados pela alma humana por meio dos objetos. Esse progresso técnico, consequentemente, invade intimamente a vida das pessoas e, como o autor afirma, há um derramamento de mercadorias culturais em suas residências orientando as emoções e fornecendo apoios imaginários à vida, à alma e aos sonhos. Morin (1969, p. 18) acrescenta que “todo um setor das trocas entre o real e o imaginário se efetua no modo estético, através das artes, dos espetáculos, dos romances, das obras ditas de imaginação”. E acrescenta que as vedetes, a quem chama de olimpianos, são também os playboys, artistas, astros de cinema, atletas, reis, Picasso e Dali, entre outros. O capitalismo também tem a função de desviar as massas de seus problemas, nomeando-o como “o barbitúrico do povo ou mistificação deliberada”. A cultura de massa “mantém e amplifica esse vouyerismo, fornecendo mexericos, confidências, revelação sobre a vida das celebridades. O espectador moderno é aquele que sempre vê tudo em plano aproximado” (MORIN, 1969, p. 27). Como o autor comenta, a sociedade norte-americana construiu suas estruturas de massa baseada na sua cultura, juntamente ao capitalismo, que se desenvolveu ao lado dos meios de comunicação de massa, mostrando que seu interesse é o retorno lucrativo. O que é pior é que essa sociedade criou uma dependência das marcas e das imagens mais vendidas. Essas marcas e imagens mais vendidas se tornam símbolos de uma cultura e tudo o que faz parte de uma cultura, como a arte e as expressões culturais de todos os tipos de apresentações, representando um mundo possível a todos. Sem se importar, a cultura de massa produz a realidade de muitos. Além disso, tais produtos, que se tornaram marcas e imagens mais vendidas, aprisionam o humano, condicionando-o às compras, comprometendo seu salário e acumulando dívidas. Depois de certo tempo, logo essas marcas e imagens serão substituídas por outras. 113 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO No livro A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento (2003), Morin inicia com Montaigne e suas preocupações com a educação quando escreve que: A primeira finalidade do ensino foi formulada por Montaigne: mais vale uma cabeça bem-feita que bem cheia. O significado de “uma cabeça bem cheia” é óbvio: é uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido. “Uma cabeça bem-feita” significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de: – uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; – princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido (MORIN, 2003, p. 17). Figura 48 – Outono, de Giuseppe Arcimboldo (1593) Disponível em: https://bit.ly/3A79cIt. Acesso em: 30 jul. 2021. Ao mencionar suas preocupações na área da educação, Morin completa mostrando que o humano que aprende também precisa de marcas e imagens para compor seu conhecimento: Todo conhecimento constitui, ao mesmo tempo, uma tradução e uma reconstrução, a partir de sinais, signos, símbolos, sob a forma de representações, ideias, teorias, discursos. A organização dos conhecimentos é realizada em função de princípios e regras; comporta operações de ligação (conjunção, inclusão, implicação) e de separação (diferenciação, oposição, seleção, exclusão). O processo é circular, passando da separação à ligação, da ligação à separação, e, além disso, da análise à síntese, da síntese à análise. Ou seja: o conhecimento comporta, ao mesmo tempo, separação e ligação, análise e síntese (MORIN, 2003, p. 24). 114 Unidade III Em seus estudos, o teórico insere “cabeça bem-feita” para dizer que não é uma cabeça cheia, mas uma cabeça com conteúdos e aprendizados acumulados, que haja uma ligação organizada de inteligência e aptidão geral entre esses saberes, de forma que todos os elementos possibilitem competências cognitivas para a resolução de problemas. 8.2 Stuart Hall Figura 49 – Stuart Hall Disponível em: https://bit.ly/3s1RGCJ. Acesso em: 30 jul. 2021. Em 3 de fevereiro de 1932, Stuart Hall nasceu na cidade de Kingston, Jamaica. Trabalhou no Reino Unido e contribuiu com obras e os estudos da cultura dos meios de comunicação. Lecionou na Universidade de Birmingham e tornou-se entre 1979 e 1997 professor na Open University. Autor de várias obras, como Diáspora: identidade e mediações culturais e Questões de identidade cultural. Hall entende que o uso da linguagem é determinado por uma moldura de poderes, instituições, política e economia. Em seu postulado, apresenta as pessoas como “produtores” e “consumidores” de cultura ao mesmo tempo. Em suas obras, Hall (1997) entende que até o século XX tínhamos uma sociedade moderna e sólida e diante de paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, traçados por esta mesma sociedade, fornecendo-nos igualmente sólidas localizações e estruturas para construção de indivíduo social. A esse fenômeno ele nomeia como a “modernidade tardia”. A partir de algumas transformações, essas paisagens foram fragmentadas e modificadas, e, assim, ocorreram modificações das identidades dessas pessoas e tais identidades foram desconstruídas, sendo transformadas em um novo modelo de identidade que esse homem tinha dele mesmo como sujeito integrado. Para esse fenômeno, Hall (1997) nomeou essa perda como “sentido de si mesmo” e também como “deslocamento ou descentração do sujeito”. A descentração dos indivíduos sucedeu tanto do 115 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO seu lugar no mundo social e cultural quanto em si mesmo. Com esses processos de mudança, Hall (1997) estuda três concepções de identidades, que são: sujeito do iluminismo, sujeito sociológico e sujeito do pós-moderno. A globalização é tratada por Stuart Hall como um meio de provocar uma sobreposição das identidades nacionais por outras mais específicas de identificação cultural. Ele acredita que o processo de globalização está se deslocando e levando a ideia sociológica e as identidades nacionais a um distanciamento do conceito clássico de sociedade, que era um sistema bem delimitado. A sociedade “em rede”, ou seja, uma compressão do “espaço-tempo”, é capazde criar possibilidades para uma hibridização de identidades diferentes. Com essa sociedade “em rede”, tem-se a impressão de que o mundo é menor e as distâncias são bem mais curtas, por exemplo: acontecimentos em um continente imediatamente têm impacto quase que instantâneo nas pessoas de outro continente. Nesse ponto de vista, Hall (1997) diz que para esses lugares distantes criam-se laços identitários “acima” ou “abaixo” da escala do Estado-nação. Assim, vemos o quanto os conceitos de homem, moldura e paisagem, espaço-tempo, modernidade tardia, deslocamento ou descentração do sujeito estão interligados para justificar uma crise de identidade e os impactos destes laços identitários. 8.3 McLuhan e aldeia global Figura 50 – McLuhan Disponível em: https://bit.ly/3xjnWlH. Acesso em: 30 jul. 2021. 116 Unidade III McLuhan acredita que tudo o que é produzido pelo homem e usado em seu próprio benefício torna-se uma extensão do corpo físico desse indivíduo. Partindo dessa ideia, a televisão, enquanto produto da criação humana e de usufruto próprio, torna-se uma extensão dos olhos e ouvidos do ser, bem como o computador é a extensão do cérebro. McLuhan chama de prótese técnica e ainda utiliza a expressão “o meio é a mensagem”, referindo-se à televisão como meio e à comunicação como a mensagem, ressaltando ser o meio um elemento de grande importância para o processo de comunicação, e não apenas uma via de acesso. Conforme Carpenter e McLuhan (1974, p. 11), “o meio é a mensagem” significa, em termos da era eletrônica, que já se criou um ambiente totalmente novo. O conteúdo deste novo ambiente é o velho ambiente mecanizado da era industrial. O novo ambiente reprocessa o velho tão radicalmente quanto a TV está reprocessando o cinema. Ao pensar no avanço da comunicação, podemos destacar a grande participação da televisão devido ao seu longo alcance, somada à difusão do rádio, e entendemos que ambos foram de alcance jamais visto: trata-se de aldeia global abrangendo novas tecnologias e em grande expansão. Saiba mais Para entender melhor o exposto, assista ao documentário a seguir: SE o mundo fosse uma aldeia. 2013. 1 vídeo. (23m55s). Publicado por Agnaldo Carvalho. Disponível em: https://bit.ly/3fpHsXr. Acesso em: 2 ago. 2021. Ideologia [...] um dos traços fundamentais da ideologia consiste, justamente, em tomar as ideias como independentes da realidade histórica e social, quando, na verdade, é essa realidade que torna compreensíveis as ideias elaboradas e a capacidade ou não que elas possuem para explicar a realidade que as provocou (CHAUÍ, 2004, p. 13). Ideologia, enquanto ciência, estuda a formação das ideias e sua origem. Possui características de crenças, percepções ou ideias pertencentes a um grupo, provenientes de uma situação histórica em que predominam as vontades e os desejos de determinado grupo dentro de um período de tempo, mas vale ressaltar que se trata de um conhecimento da sociedade que não está na posição de respeitar critérios de objetividade. Nessa medida, ideologia é sinônimo de teoria, está sendo entendida como a organização sistemática de todos os conhecimentos científicos, desde a formação das ideias mais gerais, na matemática, até as menos gerais, na sociologia e as mais particulares, na moral (CHAUÍ, 2004, p. 29). 117 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Figura 51 – Cazuza Disponível em: https://bit.ly/3rME6mt. Acesso em: 30 jul. 2021. Ideologia Meu partido é um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito, ah, eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Frequenta agora as festas do “Grand Monde” Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia, eu quero uma pra viver O meu tesão agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock’n’roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem sou eu Ah, saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia, eu quero uma pra viver Ideologia, pra viver Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia, eu quero uma pra viver Meu partido é um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos 118 Unidade III Tão barato que eu nem acredito, ah, eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Frequenta agora as festas do “Grand Monde” Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia, eu quero uma pra viver O meu prazer agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock’n’roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem sou eu Ah, saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia, eu quero uma pra viver Ideologia, pra viver Pois aquele garoto que ia mudar o mundo, mudar o mundo Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia, eu quero uma pra viver Fonte: Araujo Neto e Frejat (1988). 8.4 Jean Baudrillard e o simulacro Figura 52 – Jean Baudrillard Disponível em: https://bit.ly/3ln3DBr. Acesso em: 30 jul. 2021. 119 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Jean Baudrillard nasceu na França em 1929, sendo o primeiro de sua família a cursar o ensino superior. Ele realizou seus estudos na Sorbonne e foi professor da Universidade de Nanterre, em Paris. Seu nome fico conhecido nos meios acadêmicos depois que lançou o livro Esquecer Foucault. Ele caracterizou os fenômenos do simulacro, da simulação e do hiper-realismo e, por meio dos media, principalmente a televisão, teve o domínio de sua teoria no ocidente desde os anos 1970. Baudrillard diz que a simulação é o fingimento orquestrado, de forma que as pessoas são donas do seu destino por meio de um cenário que lhes permitem a ilusão de um mundo real. O autor cita como exemplo o programa Big Brother ou programas televisivos que expõem grupos de pessoas exibindo sua intimidade, seu caráter e modos de viver. O pesquisador entende que tanto a plateia quanto os atores sociais passam a ter seus poderes, haja vista a mídia que trabalha com a interatividade, deixando nas mãos dos telespectadores e/ou atores decisões aos finais de séries, realities e outros. Simulacro é um procedimento relativo à produção de sentidos. Quanto mais próximo estiver da realidade, do objeto, menos deixará de ser uma representação. O distanciamento colabora para o surgimento das manifestações de simulacros. Quanto mais distante, mais se tem uma ideia do real, mais se imagina o que é o real, menos clareza se tem do que é a realidade. É como se houvesse uma transformação das coisas em algo parecido com sua forma original (BAUDRLLARD, 1992, p. 53). O autor destaca outro exemplo de simulação, associado aos protestos de massa que são organizados por sindicatos, nos quais o grupo de manifestantes finge ser contrário ao governo e funciona entre o que é real e o que é fictício, desconstruindo a possibilidade de ser uma revolução anticapitalista, democrática e que haja uma comoção, de modo que a sociedade passe a um estágio novo. Quanto ao hiper-realismo, o estudioso defende que este conceito é a realidade sem o sonho, as elites subvertem e manipulam os valores éticos, estéticos e políticos das massas populares em seu grau extremo. É a síntese fechada, englobando a tese e a antítese de modo “pluralista”. Baudrillard considera a classe dos sindicatos e dos profissionais da informação como agentes de simulacros que atuam efetivamente como aparelhos e entidades que fingem estar ou estão momentaneamente à esquerda,cultivando o descontentamento de alguma classe operária e as quotas sindicais, e depois aparecem ao lado do governo para assinar os acordos com os ministros. Ao transmitir os protestos, também funciona como mais um aparelho que trabalha conotativamente à transmissão sensacionalista ininterrupta, repetindo ao longo do dia, da semana, e quanto tempo seja necessário, até a banalização da causa; esvaziando os objetivos das classes operárias e fortalecendo os simulacros (BAUDRLLARD, 1992). 120 Unidade III Figura 53 – Escultura hiper-realista do artista Ron Mueck Disponível em: https://bit.ly/3xelq00. Acesso em: 30 jul. 2021. Conforme Baudrillard (1992), livre do real, você pode fazer algo mais real que o real: o hiper-real. Saiba mais Assista ao filme indicado a seguir. O enredo aponta a criação de realidades virtuais pela tradução de códigos analógicos em códigos digitais. MATRIX. Direção: Lilly Wachowski. EUA: Warner Bros, 1999. 136 min. Noosfera Biosfera é um processo biológico e por ele estamos conectados à biomassa, algo que envolve a nossa interação humana com simbiose do planeta. Sobre as previsões revolucionárias, não foram previstos o computador quântico, alguma descoberta que ocasione novos materiais ou algum fator que altere o curso da tecnologia, acelerando o desenvolvimento dos computadores pessoais e a expansão das redes e, posteriormente, dos sites. De forma bastante abrangente, vamos pensar na imensidão do universo. Assim, como temos a atmosfera, a biosfera, a geosfera, a tecnosfera, existe também a noosfera. No momento atual, nos encontramos na tecnosfera, em que há interação do homem com a máquina por meio de toques e movimentos físicos, por vezes são atendidos por comandos orais e até por piscadas dos cílios. A neurociência vai mais adiante, realizando a comunicação entre máquina e indivíduo diretamente, por meio do cérebro humano. A próxima fase evolutiva será a noosfera, isso significa permear um mundo de ideias. A noosfera tem início com o pensamento humano, a partir do “passo da reflexão”. Alguns autores referem-se à noosfera como sendo uma rede mundial de comunicação dos pensamentos humanos. 121 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Morin (2001) nos esclarece que “a noosfera não é apenas o meio condutor/mensageiro do conhecimento humano. Produz também o efeito de um nevoeiro, de tela entre o mundo cultural, que avança cercado de nuvens, e o mundo da vida” (p. 143), lembrando-nos do pensamento coletivo, procedente dos sistemas virtuais e globalizados do mundo moderno. O autor ainda acrescenta que as “coisas do espírito” (p. 139) possuem autonomia, se reproduzem, se reconstituem, se reelaboram. Para ele, “as ideias são dotadas de vida própria porque dispõem, como os vírus, de um meio (cultural/cerebral) favorável da capacidade de autonutrição e de autorreprodução” (MORIN, 2001, p. 138). Considerações finais Ao estudar as teorias revolucionárias e complexas do pensamento humano defendidas pela comunicação de massa, cultura de massa, foi possível trazer a sociedade de massa e a indústria cultural ao cenário da comunicação, mergulhando no mundo virtual – internet, cibercultura, globalização, interatividade, simulacro, simulação, hiper-realismo etc. Desse modo, você terá mais embasamento teórico para analisar tais temas. Portanto, prezado aluno, a partir do que foi discutido, propomos mais estudo e aprofundamento em teóricos e em suas teorias tão complexas, pois estarão sempre presentes em sua profissão, que tem a comunicação como base teórica. Foi importante destacar o efeito das propagandas no ser humano, o poder de manipulação das mídias, os exageros midiáticos apoteóticos que buscam resultados comerciais despejando objetos, costumes, valores, comidas, roupas, separando você de você mesmo. 122 Unidade III Resumo Nesta unidade, foi possível trabalhar com o conteúdo das teorias e técnicas da comunicação, levando alguns conceitos complementares e importantes da comunicação. Para tal, entramos em contato com o panorama histórico dos principais movimentos para contextualizá-lo entre o tempo e a teoria em relação aos meios de comunicação. Mostramos o estudo da sociedade de massa e indústria cultural aliado aos conceitos de opinião pública, entre outros elementos, como internet, contracultura e as principais mudanças que essa evolução possibilitou. Vimos que a teoria hipodérmica, que surgiu na Primeira Guerra Mundial, contribuiu com um dos maiores alicerces dessas teorias, além de buscar ajuda na psicologia behaviorista e estudiosos que entendiam a força dos meios de comunicação. Finalizamos com modelos de estudiosos como Lasswell, que entende o fenômeno das massas utilizando pesquisa em propaganda como força à sociedade e também interessado nas teorias empíricas e experimentais de campo. Também vimos outros estudiosos com suas respectivas teorias, como os estudos culturais de Morin, teórico que faz propostas educacionais mostrando o pensamento simplista do humano, propondo e desconstruindo para se tornar um pensamento complexo. Em seguida, Hall, que postula a identidade humana a partir das molduras que ela constrói em sua sociedade. Por fim, o francês Baudrillard e sua pesquisa e os conceitos que atribuiu a simulação, simulacro e a hiper-realidade, associando a mídia e o comportamento do homem em relação a ela. 123 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Exercícios Questão 1. (Enade 2009, adaptada) Leia o quadro abaixo, que representa o processo comunicativo proposto por Lasswell. Quadro 3 Quem (who) estudo de emissores Diz o quê (what) I Através de que canal (where) análise dos meios – pesquisa de mídia Para quem (who) II Com que efeito (why) análise dos efeitos Assinale a alternativa que contém as duas expressões que correspondem, respectivamente, aos números I e II indicados no quadro. A) Análise de conteúdo; análise de audiência. B) Análise de conteúdo; análise dos meios. C) Análise de recepção; estudos de conteúdo. D) Análise de texto; análise do target. E) Estudo de significados; estudos de recepção. Resposta correta: alternativa A. Análise da questão Os estudos funcionalistas afirmam que o ato de comunicar está preso a um esquema desenvolvido a partir do paradigma de Lasswell, constituído por cinco perguntas básicas, expostas a seguir. • Quem? • Diz o quê? • Em que canal? • Com que efeito? • Para quem? 124 Unidade III Esse modelo formaliza a estrutura. O rigor e a decomposição dos elementos envolvidos fundamentaram os estudos científicos do processo comunicativo. Qualquer uma dessas variáveis define e organiza um setor específico de pesquisa. Assim, temos que: • a primeira variável define como objeto de estudo o emissor; • a segunda variável define como objeto de estudo o conteúdo; • a terceira variável define como objeto de estudo as características do meio; • a quarta variável define como objeto de estudo os efeitos; • a quinta variável define como objeto de estudo o receptor. No caso da questão em análise, o item I refere-se a what, ou seja, ao conteúdo que é veiculado pelos meios de comunicação. O item II refere-se a whom, ou seja, aos receptores. Questão 2. (Enade 2012, adaptada) Entre os principais elementos que compõem o processo comunicativo proposto por Lasswell, podemos identificar: • o emissor; • o canal; • a mensagem; • o receptor. Entretanto, com o advento das tecnologias digitais, os elementos constituintes do processo comunicativo inauguram uma nova lógica comunicacional. Considerando esse contexto, avalie as afirmativas. I – O processo de comunicação proposto por Lasswell corresponde a uma lógica comunicacional linear, e os elementos que integram esse processo podem ser representados da seguinte forma: Emissor – Mensagem – Canal – Receptor II – A nova lógica comunicacional, com o surgimento das tecnologias digitais, rompe com a perspectiva “transmissionista” e inaugura o seguinte modelo: Emissor/Receptor – Mensagem/Canal – Emissor/Receptor125 TEORIAS E TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO III – Na nova lógica comunicacional, o emissor adquire a centralidade do processo de comunicação e pode ser representado da seguinte forma: Receptor Receptor – Emissor – Receptor Receptor É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: o modelo de Lasswell elenca cinco questões cruciais para a compreensão correta da mensagem midiática, expostas a seguir. • Quem? (emissor) • Diz o quê? (mensagem) • A quem? (receptor) • Através de que canal? (meio) • Com que efeito? (efeitos/resposta) Assim, a proposta de Lasswell corresponde a uma lógica comunicacional linear e descreve o processo de comunicação de massa sob a perspectiva de que ele é assimétrico, com um emissor ativo, que produz o estímulo, e uma massa passiva, que reage a tal estímulo. Nessa proposta, o emissor é o elemento mais importante. 126 Unidade III II – Afirmativa correta. Justificativa: com o surgimento das tecnologias digitais, há ruptura na lógica comunicacional anteriormente vigente. Assim, a perspectiva deixa de ser “transmissionista”, ou seja, deixa de ter o emissor como elemento principal e passa a considerar outras relações, de forma mais complexa, no processo de comunicação: Emissor/Receptor – Mensagem/Canal – Emissor/Receptor Deve-se ressaltar que as teorias da comunicação estão em constante desenvolvimento, já que o papel da mídia muda conforme sua evolução tecnológica, sua abrangência e sua função social. Portanto, uma “falha” (para os dias de hoje) do modelo de Lasswell seria considerar a relação comunicador/destinatário de forma isolada e independente das relações sociais, situacionais e culturais. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: na nova lógica comunicacional, o emissor não é o elemento central do processo de comunicação, não há “elemento central”. Os papéis são menos claros e bastante flexíveis; portanto, não se pode falar em centralidade, como se fazia anteriormente. 127 REFERÊNCIAS Audiovisuais ANTUNES, A.; SCIENCE, C. Inclassificáveis. Intérprete: Arnaldo Antunes. In: ANTUNES, A. O silêncio: BMG Brasil, 1997. 1 CD. Faixa 6. ARAUJO NETO, A. D.; FREJAT, R. Ideologia. Intérprete: Cazuza. In: CAZUZA. O tempo não para: Philips Records, 1988. 1 CD. Faixa 3. BARBOSA, A. Samba do Arnesto. Intérprete: Adoriran Barbosa. In: BARBOSA, A. Saudosa maloca: EMI, 2010. 1 CD. Faixa 14. BICHO de sete cabeças. Direção: Laís Bodanzky. Brasil: Buriti Filmes, 2000. 74 min. BUARQUE, C. Gota d’água. Intérprete: Bibi Ferreira. In: BUARQUE, C. Gota d’água: RCA Victor, 1975. 1 disco. Faixa 7. A CELA. Direção: Tarsem Singh. EUA; Alemanha: New Line Cinema; Kinowelt Filmverleih, 2000. 107 min. CINEMA paradiso. Direção: Giuseppe Tornatore. Itália; França: Columbia Pictures do Brasil, 1988. 118 min. O ENIGMA de Kasper Hauser. Direção: Werner Herzog. Alemanha: Werner Herzog Filmproduktion, 1974. 110 min. GIL, G. Pela internet. Intérprete: Gilberto Gil. In: GIL, G. Quanta. São Paulo: Warner Music, 1997. 1 disco. Lado A. Faixa 11. MATRIX. Direção: Lilly Wachowski. EUA: Warner Bros, 1999. 136 min. NARRADORES de Javé. Direção: Eliane Caffé. Brasil: RioFilme, 2004. 100 min. O NÁUFRAGO. Direção: Robert Zemeckis. EUA: 20th Century Fox, 2000. 144 min. SE o mundo fosse uma aldeia. 2013. 1 vídeo. (23m55s). Publicado por Agnaldo Carvalho. Disponível em: https://bit.ly/3fpHsXr. Acesso em: 2 ago. 2021. O SHOW de Truman. Direção: Peter Weir. EUA: Paramount Pictures, 1998. 103 min. 128 Textuais ADORNO, T. W.; HORKHEIMER. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. AGUIAR, V. T. O verbal e o não verbal. São Paulo: Unesp, 2004. ANDRADE, O. Poesias reunidas. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. ARSUAGA, J. L. O colar do neandertal: em busca dos primeiros pensadores. São Paulo: Globo, 2005. BACELAR, J. Apontamentos sobre a história e o desenvolvimento da impressão. 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