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Pesquisa Impactos Físicos e Psicológicos da Pandemia nos Trabalhadores da Saúde. Organizadores: Gabriel Pieri Max da Silva Maciel Miguel Angel Soto Ortiz Introdução Sabe-se que a Pandemia do novo COVID-19 é a maior emergência na saúde pública internacional das últimas décadas. Além das dificuldades físicas enfrentadas pelos profissionais da saúde, tais como falta de EPI e pouca infraestrutura para lidar com pacientes do novo coronavírus, os trabalhadores têm o desafio constante de manter um equilíbrio psicológico saudável, a fim de desempenhar satisfatoriamente seu trabalho. O aumento progressivo de mortes, aliado ao medo constante de um "Inimigo Invisível" levou muitos brasileiros e estrangeiros a um crescente desequilíbrio emocional que desencadeia problemas como ansiedade, estresse, paranoias, depressão e, em últimos casos, suicídio. Para conhecer o impacto da pandemia nos trabalhadores da saúde da tríplice fronteira, foram entrevistados 18 enfermeiros, 9 técnicos de enfermagem, dois médicos, dois biólogos, dois agentes comunitários de saúde, dois técnicos em saúde bucal, dois estudantes da área da saúde, um dentista, um fisioterapeuta e um psicólogo, todos em sua maioria, trabalhadores da rede pública de Foz do Iguaçu. Assim, os 40 entrevistados responderam questões relacionadas à sua saúde física e psicológica, mostrando os problemas mais comuns entre este grupo crítico. Será apresentado aqui, além de dados obtidos pelos organizadores, informações úteis para a manutenção da saúde física e mental dos trabalhadores da área da Saúde, principalmente para atuantes em Unidades Básicas de Saúde e Hospitais, durante esse período de pandemia. Considerações Iniciais Uma análise bibliográfica dos impactos da pandemia nos profissionais da saúde permite afirmar que, nos últimos meses, a quantidade de distúrbios psicológicos desenvolvidos durante o período da Pandemia foi intensificado e, desde o começo, pesquisas têm mostrado a necessidade do desenvolvimento de ações a fim de remediar tal quadro, como a pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde entre Abril e Maio deste ano, em que foi verificada a elevada proporção de ansiedade (86,5%); uma moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático (45,5%); e uma baixa proporção de depressão (16%) em sua forma mais grave. Outro parâmetro analisado para a pesquisa apresentada nessa cartilha foi a presença do medo nos profissionais da saúde, levando em conta que o local de trabalho dos profissionais de saúde é a linha de frente do combate ao vírus. Desse modo, deve- se reconhecer que os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo e da ansiedade adaptativos por serem excessivos e pelo caráter repetitivo e desproporcional que ocorre na maioria dos dias, diante de diversas atividades presentes e futuras. O medo é associado a pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga. Considerações Iniciais O estresse, já muito considerado no contexto da saúde pública brasileira também intensificou-se após o início da pandemia. Com ele, vários outros impactos se sobrepuseram para o profissional da saúde, dentre ele: dores musculares, dores na coluna, enxaquecas, inchaço, insônia e angústia. Nesse ínterim, o aumento da sensação de inutilidade, da solidão e da exaustão física e mental são parâmetros que conferem relevância à necessidade de cuidados físicos e psicológicos redobrados com profissionais da saúde nesse período delicado da pandemia. Por fim, deve-se considerar que o confinamento pode despertar sintomas antes “camuflados” pelo cotidiano: vício em trabalho, mídia e bate-papos online. O exercício da introspecção, pensar nas escolhas tomadas e refletir as experiências diárias ficam à mercê de paranoias e pensamentos negacionistas, frequentemente devido à propagação de Fake News. Resultados Da Pesquisa O que os dados mostram? As maiores complicações desenvolvidas pelos trabalhadores da saúde foram Ansiedade e Dores Musculares, atingindo mais de 60% dos entrevistados. No entanto, apenas 25% dos entrevistados disseram ter buscado auxílio durante o período da pandemia. Mesmo assim, 43% dos que buscaram tratamento relatam que os resultados obtidos foram insatisfatórios, o que pode implicar no aumento de manifestações de preditores de Estresse Pós-traumático (TEPT) e depressão entre profissionais de saúde. O que os dados mostram? 75,8% dos entrevistados que relataram o desenvolvimento de ansiedade durante a pandemia relataram pelo menos um outro sintoma psicológico adjacente. Dor na coluna foi o terceiro sintoma físico mais descrito pelos profissionais como desenvolvido durante a pandemia. No entanto, todos que relataram dores na coluna também tiveram dores musculares em outras partes do corpo. 17,5% dos entrevistados relataram nenhuma implicação para a sua saúde física durante a pandemia. Por outro lado, 100% dos entrevistados desenvolveram pelo menos um sintoma psicológico. O que fazer para minimizar os danos? Evite o Excesso de Informações Reserve um período do dia para manter-se informado. O pensamento constante na doença pode levar ao sofrimento emocional. Atividades físicas aliviam o estresse e diminuem a ansiedade. É possível manter essas atividades em locais longe de aglomeração, em ambientes protegidos. Movimente-se Encontre uma motivação Utilize a tecnologia a seu favor e aproveite para realizar chamadas de vídeo e voz com familiares. Permanecer em casa é para o bem comum, mas você não está sozinho. Aproveite para descobrir novas habilidades e talentos. Veja filmes e leia aqueles livros que você não encontrava tempo antes. Mantenha o contato com família e amigos. O que fazer para minimizar os danos? O que fazer para minimizar os danos? Permita-se o ócio. Não precisamos ser produtivos o tempo todo, permita-se relaxar e descansar. Parar alguns minutos para observar sua respiração pode trazer muitos benefícios para sua saúde mental e emocional. Medite. Cuide-se! Se você tem alguma doença ou síndrome, certifique-se de que possui medicamentos disponíveis. Ative seu grupo de amigos para pedir ajuda caso necessário. Para obter ajuda específica de profissionais de saúde mental, você pode procurar a unidade básica de saúde ou a unidade de saúde da família mais próxima de sua moradia. em caso de sofrimento psíquico intenso e/ou situação de maior vulnerabilidade, procure um centro de atenção psicossocial (Caps) - unidades do sus, para adultos e crianças, que fazem parte da rede de atenção psicossocial (Raps). para maiores informações sobre o sus, como receber ajuda ou se manifestar em relação ao tema, ligue para o disque saúde - 136 (ouvidoria geral do sus). Como buscar ajuda online? Links e acesso para serviços online de atendimento: Befrienders: www.befrienders.org Centro de valorização da vida CVV: www.cvv.org.br Disque: 188 E-mail: atendimento @cvv.org.br A Chave da Questão: Aconselhamento terapêutico online Instagram: @achavedaquestao Psicólogos Voluntários: Link. Whasatpp: (21) 99096-0969 Escuta 60+: Acolhimento e escuta solidária para pessoas com mais de 60 anos. Instagram: @escuta60mais Telefone: (11)3280-8537 Grupo Creare: Grupo de Estudos Pesquisas e Ações em Psicologia de Orientação Psicodramática. Link. http://www.befrienders.org/ http://www.cvv.org.br/ https://www.instagram.com/achavedaquestaoo/ https://www.sitedepsicologia.com/ https://www.instagram.com/escuta60mais/ https://sites.google.com/view/grupocreare/ Referências Formulário usado para montar os gráficos. CHEN, Q. et al. Mental health care for medical staff in China during the COVID-19 outbreak. The Lancet Psychiatry, v. 7, n. 4, p. e15–e16, abr. 2020. Covid-19: OMS divulga guia com cuidados para saúde mental durante pandemia. Disponível em: <https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792>. Acesso em: 2 nov. 2020.KATERINE DA CRUZ LEAL SONODA. Unifesspa Contra a Covid-19: A Escuta Clínica em Tempos de Pandemia, v. 1, n. 1, p. 8, maio 2020. LENTINE, E. C.; SONODA, T. K.; BIAZIN, D. T. Estresse dos Profissionais de Saúde das Unidades Básicas de Saúde do Município de Londrina. 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