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Arte no Contexto EscolarArte no Contexto Escolar AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Bem vindo(a)! Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande caminhada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você construir nosso conhecimento sobre a arte no contexto escolar. Além de conhecer sua história nos aprofundaremos em seu vasto conhecimento e assim o desenvolvendo juntamente com o mesmo. Na unidade I começaremos a nossa jornada estudando a arte e sua história ao longo dos anos, trazendo assim a abordagem da arte no período paleolítico superior, no Egito, na Grécia Antiga, em Roma, gótica, no renascimento, cada uma abordando sua trajetória de como foi desenvolvida. Já na unidade II vamos ampliar o conhecimento e abordaremos o pressupostos históricos sobre a arte e seu ensino no Brasil e no Mundo, abordando o que é a arte e o porquê de ensiná-la, como bem aprofundaremos nas leis do PCN e as novas leis da BNCC. Depois, nas unidade III e IV vamos tratar especi�camente de como trabalhar em sala de aula com a expressão dramática e musical nos diferentes níveis e modalidades de ensino, assim como o ensino de arte na construção do conhecimento e a especi�cidade das linguagens teatral, musical e estéticas. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos que foram destacados e aprofundados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e pro�ssional. Muito obrigada e bom estudo! Unidade 1 A Arte e sua História ao Longo dos Anos AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Introdução Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre a arte no contexto escolar, ou seja, a arte e sua história na educação. Além de conhecer seus principais conceitos e de�nições. Conhecer a história da arte pode ser empolgante, pois permite que você visualize a evolução da própria história da humanidade. Na unidade I, vamos abordar de forma ampla a arte e sua história ao longo dos anos, através de seu conhecimento, vamos viajar no contexto da arte, compreendendo como ela foi construída em diversos períodos. Esta noção é necessária para que possamos trabalhar a segunda unidade do livro, que discutirá sobre o pressuposto histórico sobre a arte e seu ensino no Brasil e no Mundo. A Arte no Período Paleolítico Superior AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Para darmos início em nosso conteúdo, no primeiro tópico vamos abordar a Arte no Período do Paleolítico, ao qual se de�ne como o início da arte (História da Arte) e suas primeiras produções artísticas. A arte desse período vai da Pré-História à Idade da Pedra Lascada, que tem como surgimento milhões de anos atrás e vem a se estender até 8.000 a.C. Porto (2014) destaca que é no período paleolítico superior onde se tem conhecimento das primeiras manifestações artísticas da humanidade, com as pinturas rupestres registradas nas paredes de cavernas, como em Lascaux, na França e em Altamira, na Espanha. Assim podemos dizer que o período Paleolítico é composto por três períodos, sendo eles: Idade da Pedra, que segue para o Mesolítico e se estende ao Neolítico (Idade da Pedra Polida) e, por �nal, a Idade do gelo, mais precisamente no Pleistoceno. Abordaremos neste contexto como a arte era representada, uma vez que ela é considerada a arte mais antiga da humanidade, onde seu povo era descrito como nômades, caçadores e coletores. Os registros eram compostos por gravuras nas paredes de cavernas, por objetos decorados e esculturas, onde naquela época eles esculpiam em formas femininas volumosas (ao qual se descrevia e representava a maneira da fertilidade).Tais esculturas eram esculpidas por meio de rochas, ossos e madeiras, porém outros tipos de arte foram encontrados, como de forma abstrata, que é representada por meio de riscos e linhas emaranhadas. É válido ressaltar que a arte paleolítica é apresentada de uma forma simplista e natural, como é possível observar na �gura 1. De acordo com Aguiar (2019), uma curiosidade que se destaca nos trabalhos realizados em pinturas e também em esculturas é a ausência da �gura masculina. Uma possibilidade destaca a representação feminina ocorre em decorrência da crença de que as pequenas estatuetas femininas consistiam em amuletos relacionados com a ideia da fertilidade, fator este considerado imprescindível à sobrevivência do grupo. Neste contexto, apresenta-se a vênus de Willendorf: Figura 1: Pintura rupestre. Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/drawing-ancient-horse-cave-rock-art-636144962 Segundo pesquisadores, os registros da arte do Período Paleolítico não podem ser comparados com desenhos de crianças, pois a arte dos Paleólogos é denominada artes leves e de registros simplista. A arte do período Paleolítico é destacada em algumas localidades do território brasileiro, no qual alguns sítios de arte rupestre estão sendo localizadas nas regiões do: Parque Nacional da Serra da Capivara em São Raimundo Nonato (Piauí) Parque Nacional Sete Cidades (Piauí) Cariris Velhos (Paraíba) Lagoa Santa (Minas Gerais) Rondonópolis (Mato Grosso) Peruaçu (Minas Gerais) Figura 2: Vênus de Willendorf. Altura: 11 em. Encontrada na Áustria. Museu de História Natural, Viena. Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/venus-willendorf-statuette-exact-copy-original-791551129 Em Piauí, na Serra da Capivara, é onde há a maior concentração desses registros em grutas. Os desenhos, segundo Behrens (2000), retratam rituais, cenas de lutas, de sexo, �guras de animais ou mesmo representações geométricas. No entanto, a autora destaca que diferentemente do que acontece em outros países, a arte rupestre brasileira não é preservada devidamente, “apesar de se tratar de um patrimônio histórico, (ou pré-histórico), o descuido, as queimadas e a depredação de turistas e vândalos têm ameaçado essas obras de arte de valor inestimáveis” (BEHRENS, 2000, p. 66). A Arte no Egito AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A civilização egípcia traz uma cultura bem complexa e desenvolvida em sua organização social, a qual é rica em manifestações culturais. Segundo Proença (2003), um dos aspectos de maior signi�cância na cultura egípcia é a religião. Porto (2014, p. 6) corrobora este apontamento ao indicar que para esta civilização “a arte surgiu a serviço da religião e das crenças religiosas”. Tamanha a in�uência da religião que alguns estudiosos a�rmam que no Egito Antigo produziu-se uma arte totalmente dedicada à �gura da morte. Pode parecer assustador, não é mesmo? Mas não é! Na realidade, isto se deve por conta de um aspecto cultural, que será melhor compreendido. Inicialmente, é necessário compreender que a religião era o ponto de embasamento de toda a vida egípcia. Duarte Júnior (1998) destaca que, além da crença em vários deuses, os egípcios antigos achavam que tais deuses podiam intervir na história humana. Também acreditavam em uma vida após a morte e que esta vida era até mais importante do que a vivida na terra. Invariavelmente, a arte criada por esse povo re�etia toda essa crença e no desejo de uma vida após a morte. Diante destes fatos, a arte egípcia concretizou-se inicialmente nos túmulos. Os túmulos não eram simples abrigos para um corpo sem vida, mas sim deveriam ser réplicas da casa onde moravam como visto nas tumbas dos faraós (PROENÇA, 2003). Assim, quando os deuses devolvessem a vida para o corpo morto, ele já estaria em paz, em meio a suas coisas e particularidades. As pessoas comuns não tinham todo esse privilégio, nem em vida tão pouco na morte (PROENÇA, 2003). Elas eram sepultadas em construções comuns, chamadas de “mastabas”.As mastabas eram edi�cações para abrigar os corpos e deram origem as construções das grandes pirâmides construídas posteriormente. REFLITA “O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”. Leonardo da Vinci. As pirâmides eram construídas para demarcar o governo dos faraós, no qual eles demonstravam seus poderes e governanças por meio de suas grandezas estruturais. Para Buoro (2003), as pirâmides representavam a grandiosidade e a imponência do poder político e também religioso. Ainda de acordo com o autor, a primeira pirâmide a ser construída e dar início ao marco representativo dos faraós foi a pirâmide Djoser, que foi construída pelo faraó Imhotep. Porém um marco ainda maior foi registrado na região do deserto de Guizé, com as belas e famosas pirâmides, como a construção da pirâmide de Quéops, que tem cerca de 146 metros de altura. Buoro (2003) ressalta que este monumento transcreve o domínio que os egípcios tinham com suas técnicas de construções, deixando claro assim a sua arquitetura. Prova disso está na construção de imensas paredes sem nenhum tipo de argamassa, o que ressalta o domínio da técnica de construção. Outro ponto diferencial da arte do Egito foi o desenvolvimento de uma escrita de grande complexidade, os hieróglifos. Está escrita era considerada sagrada, no qual os caracteres eram registrados em papiro e no interior e fachadas dos monumentos, seguindo uma técnica bastante rigorosa (PORTO, 2014). Há de se destacar também a “Lei da Frontalidade”, conforme apontado por Proença (2003), na qual toda imagem de pessoa ou divindade que é retratada deveria estar com o tronco sempre de frente. Nesta técnica, a demonstração dos personagens com o tronco de frente criava uma combinação de visão frontal, o que demonstrava um arranjo combinado de técnicas. Figura 3: Mastabas Egípcias. Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/view-mastaba-mereruka-saqqara-egypt-1219923421 A Arte na Grécia Antiga AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A arte grega retrata toda a história de democracia de seu povo. Para Proença (2003), o povo grego não se sujeitava às normas de reis autoritários, assim valorizavam muito as ações e produções humanas, pois para eles a criatura mais importante do universo era o homem. Strickland e Boswell (2014, p. 20) destacam: “a �loso�a grega se resumia nas palavras de Protágoras: ‘O homem é a medida de todas as coisas’, o que salienta a valorização humana. Desta forma, a arte na Grécia era denominada livre, uma vez que sua produção cultural permitia que os artistas viessem a criar e explorar a razão e o conhecimento. Isso não representa que o ato religioso (fé) não tinha importância, tal que ela �cava muito presente em suas obras retratadas, principalmente em templos religiosos e arquitetura. Para os gregos uma das suas principais manifestações artísticas eram representadas pelas esculturas. A partir de grandes blocos de pedra e mármore, as esculturas eram esculpidas em forma humana. Assim como suas arquiteturas em que tomavam formas através de traçados com linhas retas e são utilizadas até os tempos de hoje para construções de monumentos. Segundo Deckers (1976, p. 70): A escultura atinge na Grécia um dos mais elevados padrões de harmonia plástica. Certamente você já aprendeu que uma das características peculiares do povo grego é seu grande apreço pelos valores espirituais unido à justa valorização da beleza e vigor físicos. Tais valores cultivados na vida cotidiana são o cerne da educação grega e marcam profundamente a sua arte, sobretudo na escultura. Na medida em que as técnicas vão-se aperfeiçoando, criam um tipo ideal de beleza humana, um homem de proporções perfeitas. Este culto da beleza ideal ao invés de sacri�car contribui para realçar o naturalismo de suas estátuas. Werner Jaeger um grande (senão o maior) conhecedor da cultura grega explica: 'Os artistas gregos logram representar o corpo humano, livre e descontraído, fundados, não na imitação de movimentos e atitudes individuais, escolhidas ao acaso, mas sim na intuição das leis que governam a estrutura, o equilíbrio e o movimento do corpo’. Assim é que, isoladas ou em grupo, as estátuas gregas primam pela harmonia, ritmo, movimento, proporção e elegância das formas. (DECKERS, 1976, p. 70). Os escultores gregos tinham outros propósitos para sua arte. Não tinham a intenção de simplesmente representar o homem real, mas sim o belo. Isto é visto em diversas esculturas, onde corpus nus, músculos e jovens eram retratadas. Com o tempo, além do belo, esses artistas também quiseram representar a ideia de movimento, a�nal, o ser humano não é estático. Para tal, o mármore e a pedra não se apresentavam como totalmente adequados, devido o peso e rigidez, sendo que começou-se a utilizar o bronze como matéria-prima das obras, devido sua leveza e resistência. Outro ponto de destaque foi à arquitetura grega, destinava quase que exclusivamente à construção de templos religiosos, conforme apontam Calabria e Martins (1997, p. 42): A arquitetura grega era ligada basicamente aos templos, construídos com pedras sobre uma plataforma de dois ou três degraus com muitas colunas para garantir a sustentação do teto. O espaço interno era pequeno, destinado às margens de deuses e sacerdotes. Os cultos eram realizados na parte externa. (CALABRIA; MARTINS, 1997, p. 42). Figura 4: Escultura clássica Discobolus Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/discobolus-classical-sculpture-411615883 A arquitetura grega voltou-se em grande atenção à construção de templos magní�cos, que se tornaram referências clássicas que são admiradas até nos dias de hoje (PORTO, 2014). Um ponto de realce na arquitetura grega são as colunas, que adornadas em diferentes formas são utilizadas até nos dias de hoje, principalmente em igrejas, salões e museus. Calabria e Martins (1997) destacam três estilos distintos: Dórico, Jônico e Coríntio, que são vistas na sequência: Figura 6: Vale dos Templos (Valle dei Templi) Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/valley-temples-valle-dei-templi-temple-1106891756 As ordens dórica e Jônica buscavam por elementos orgânicos e abstratos para ornamentar as colunas e detalhes das construções, enquanto que os arquitetos da ordem coríntia utilizam de ornamentos decorativos com inspiração em folhas de acanto e outras plantas (MEDEIROS, 2013). Figura 7: Colunas antigas de ordo iônico, dórico e corintiano Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ancient-columns-ionic-doric-corinthian-ordo-520132585 A Arte Romana AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A formação cultural romana tem grande in�uência da arte e cultura grega, por isso, diversos autores, como Almeida (2010), compreendem esse período histórico como cultura greco-romana. Na arquitetura, Proença (2003) destaca que dois elementos, que antes desconhecidos na Grécia, permitiram aos romanos desenvolver espaços internos amplos, livres de colunas. Esses elementos são o arco e a abóboda das construções. “Talvez a contribuição mais importante de Roma tenha sido nas áreas de arquitetura e engenharia. Os construtores romanos não só desenvolveram o arco, a abóboda e o modo, como foram pioneiros no uso do concreto” (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 25). Antes da invenção do arco, havia uma limitação de tamanho entre uma coluna e outra, pois este tamanho não podia ser muito grande, devido à tensão sobre as vigas. Como a pedra era um dos principais materiais utilizados nas construções, e ela não suporta grandes tensões, era preciso o uso de muitas vigas. A utilização do arco possibilitou construir-se espaços mais amplos, resolvendo o problema da sobrecarga em vigas e colunas. A arquitetura romana também trouxe destaque na construção de prédios, monumentos, templos, que utilizando dos arcos e abóbadas possibilitava abrigarum grande número de pessoas. Como destaque da construção arquiteta romano, tem-se o Coliseu, em Roma. Figura 9: Construção em arco Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/imposing-walls-roman-triumphal-arch-amphitheater-376265683 “O an�teatro conhecido como Coliseu, concluído em 82 d.C. pelo imperador Domiciano, apresenta-se como uma das mais importantes construções romanas: ele podia abrigar 40 mil pessoas sentadas e mais 5 mil em pé” (PORTO, 2014). Tal relato representa a grandiosidade desta construção romana e a sua imponência. Outro ponto de destaque da manifestação da arte romanas são as pinturas, que segundo Almeida (2012), pode ser de�nida em quatro estilos: No primeiro estilo as pinturas eram feitas em blocos de gesso, o que dava a impressão de uma pintura feita sobre mármore. No segundo estilo, os artistas perceberam ser desnecessária a utilização do gesso, conseguindo assim, a ilusão de profundidade e de janelas abertas e demais saliências da pintura mural. No �nal do século I a.C., deu-se início ao terceiro estilo, o qual valorizava os pequenos detalhes, mas sem buscar a perfeição ou a realidade. Esse fato deu abertura ao quarto estilo. O quarto estilo da pintura romana voltou-se para a tentativa de representar mediante a arte a ideia de perfeição e beleza. Estilo, facilmente percebido nas esculturas e na riqueza de detalhes das pinturas. Proença (2003) destaca que os pintores romanos buscavam misturar realismo e imaginação, destacando o uso do colorido, da delicadeza e da precisão nos detalhes, sendo que suas obras ocupam até hoje grandes espaços nas construções, Figura 10: Coliseu Romano Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/colosseum-rome-sunrise-italy-europe-542649196 complementando ricamente a arte. A Arte Bizantina AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A arte bizantina tem seu berço em um cenário histórico de sucessivas invasões e guerras. No entanto, segundo Proença (2003), o que acabou sendo denominado de Império Bizantino é fruto da divisão do Império Romano do Ocidente e do Império Romano do Oriente. O Ocidente, com a capital Roma, foi vítima de invasões bárbaras que o fez cair completamente no poder dos invasores. Já o Império do Oriente conseguiu manter sua hegemonia política até a Idade Moderna. Enquanto Roma era devastada por bárbaros e declinava-se em ruínas, Bizâncio se tornou uma grande civilização, integrando a arte cristã como as premissas da Grécia, pautada na riqueza de cores (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). A arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta de seu imperador e demonstrar seu poder, luxo e riqueza. Assim, tal como a arte egípcia, a arte bizantina também utilizava os princípios da frontalidade. No entanto, os objetivos eram diferentes. Para Proença (2003) a postura rígida da �gura leva o observador a uma atitude de respeito e veneração pelo personagem representado. Outras regras foram criadas pelos sacerdotes para os artistas. Por exemplo, o lugar determinado de cada personagem sagrado na composição do quadro ou tela e como deveriam ser os gestos, as roupas e os símbolos destes personagens. Podemos perceber, com isso, que pouco, ou nenhum espaço havia para a criatividade SAIBA MAIS Você sabia que o Museu da Arte Moderna de São Paulo (MAM), é um dos mais importantes museus da Instituição Culturais do Brasil, Localiza-se sob a marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em um edifício inserido no conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer em 1954 e reformado por Lina Bo Bardi em 1982 para abrigar o museu. Ele contém um acervo se mais ou menos 5.000 peças, onde a maioria foram produzidos por Artistas Brasileiros. Este é um espaço onde todos podem vir a ter acesso. ACESSAR https://pt.wikipedia.org/wiki/Lina_Bo_Bardi https://mam.org.br/colecao/ nas representações artísticas. No entanto, o que limitava a arte em seus temas, não limitava em suas técnicas. Uma das técnicas mais apreciadas ainda na atualidade tem suas origens na arte Bizantina. “Uma das maiores formas de arte, o mosaico surgiu durante os séculos V e VI em Bizâncio” (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 33). Os mosaicos e vitrais, com a utilização de diversas pedrarias, vidro coloridos em variada escala de cores, estão presentes em diversos países e culturas, demonstrando a aprovação e a extensão da cultura bizantina. Segundo Calabria e Martins (1997), a palavra “mosaico” tem origem na palavra grega mouseion, a mesma que deu origem à palavra música, que signi�ca próprio das musas. É uma forma de arte decorativa milenar. Na sua elaboração foram utilizados diversos tipos de materiais e teve diferentes aplicações através dos tempos. Figura 11: Imperador Justiniano Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ravenna-italy-september-19-2018-byzantine-1193330338 A Arte Gótica AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A partir das transformações econômicas provocadas pelo comércio, que ocorreram no início do século XVI, o foco da vida social se transferiu do campo para a cidade. Com isso, uma nova arquitetura apareceu nas cidades da Europa, sendo chamada desdenhosamente de gótica. Segundo Proença (2003), o termo gótico era usado, pois suas manifestações artísticas tinham uma aparência tão rude que parecia ter sido criada pelos godos: povo bárbaro que invadiu o Império Romano. Com o passar do tempo, o termo gótico perdeu seu caráter depreciativo e passou a fazer parte de um número maior de edi�cações europeias. Rivalizando com as construções gloriosas da Grécia e Roma da antiguidade, a catedral gótica adotou uma ousada tecnologia, onde construtores medievais ergueram construções de grande elaboração, com interiores que atingiam alturas sem precedentes no mundo da arquitetura (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). Um dos maiores símbolos da arquitetura gótica é a Catedral de Notre Dame, na França. A característica mais marcante dessa obra, segundo Proença (2003), é a abóboda de nervuras. Ela é muito diferente da abóboda de arestas adotada pelo estilo romântico porque deixa à mostra os arcos que formam sua estrutura. A seguir, uma imagem ilustrativa da abóboda de nervuras da Catedral de Notre Dame: Strickland e Boswell (2014, p. 36) destacam a importância deste estilo de construção: Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/paris-france-october-04-2017-interior-745547653 As catedrais góticas eram um símbolo tão importante de orgulho cívico que o pior insulto para a cidade era um invasor pôr abaixo a torre da catedral. A devoção coletiva por esses prédios era tão intensa que todos os segmentos da população participavam da construção. Cavalheiros e damas, em contemplativo silêncio, trabalhavam lado a lado com açougueiros e pedreiros, empurrando carrinhos de mão cheios de pedras. Edi�cações tão complexas levavam literalmente séculos para serem construídas – a Catedral de Colônia levou seis séculos – o que explica por que algumas parecem uma miscelânea de estilos sucessivos. (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 36). No entanto, a arte gótica não despontou apenas na arquitetura. Nas esculturas também deixou suas características marcantes, diferenciando-se novamente do romantismo. A escultura desse período também estava associada à arquitetura. Segundo Almeida (2010) os trabalhos esculturais adornavam e enriqueciam os portais, umbrais e o interior de grandes construções. Um exemplo destas esculturas são os trabalhos de Chartres, com data do início do período gótico, bem como as imagens da Catedral de Reims, do alto período gótico, demonstrando a evolução da arte medieval (STRICKLAND; BOSWELL, 2014) Plasticamente, as estátuas góticas pretendiam demonstrar a impressão de vigor, mas que também trouxesse um equilíbrio entre a força e a delicadeza. Outro aspecto fundamental das esculturas desse período, conforme destacado por Proença (2003), traz a naturalidade como uma das características mais marcantes.Observe a imagem da escultura a seguir, conhecida como Nobre Uta. Com a mão direita, que está apenas sugerida pela veste, ela parece aconchegar o rosto na gola de sua capa. “O mais surpreendente dessa tendência naturalista é conseguir retratar com perfeição a pose momentânea de uma pessoa real” (PROENÇA, 2003, p. 71). Figura 12: Nobre Uta Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/watercolor-gothic-sculpture-125094926 A Arte no Renascimento AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A Renascença teve início no começo dos anos 1400 em Florença, se estendendo à Roma e Veneza e, por volta de 1500, ao restante da Europa, abrangendo diversos países como a Alemanha, França, Países Baixos, Espanha e Inglaterra (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). O termo Renascimento é utilizado para designar um intenso período de produção cientí�ca e cultural, com o objetivo, segundo Proença (2003), de reviver os ideais da cultura greco-romana, ocorrendo como um movimento intelectual na tentativa de resgatar os valores humanos. Esse movimento intelectual, chamado de humanismo, pregava em amplo sentido a valorização do homem e da natureza em oposição ao divino e sobrenatural. Porto (2014) destaque que o movimento do Renascimento trouxe um despertar de entusiasmo após a inatividade da época Medieval, trazendo diversas possibilidades cientí�cas e criativas a serem explorados pelo homem. Muitos artistas desta época são conhecidos e apreciados até hoje: Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Rafael Sanzio (1483-1520), Sandro Botticelli (1444-1510) e diversos outros nomes. Todos eles manifestaram as principais características da pintura renascentista: o realismo. Com as inovações de técnicas e a descoberta das obras de artes, durante a renascença foi possível a utilização de novos estilos para se representar a realidade, Strickland e Boswell (2014) destacam quatro grandes avanços de pintura foram: pintura a óleo em telas esticadas; o uso da perspectiva; o uso da luz e sombra, e as composições piramidais na pintura. Uma das obras de grande destaque é O Nascimento de Vênus, que pode ser observado a seguir. Nascimento de Vênus é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli. A pintura mostra a Vênus surgindo nua de uma concha sobre as espumas do mar. A obra ainda apresenta Zé�ro, o vento do Oeste, assoprando na direção da deusa, acompanhado pela ninfa Clóris. À direita de Vênus, há uma Hora (deusas das estações) que lhe entrega um manto com �ores bordadas. Outra obra que não pode deixar de ser mencionada neste período é a Mona Lisa de Leonardo da Vinci. A personi�cação do “homem da Renascença” foi da Vinci, com talentos múltiplos, chegando perto do ideal deste estilo de arte. “Se Mona Lisa de Leonardo é o retrato mais famoso, seu afresco A última ceia é a pintura religiosa mais venerada há cinco séculos” (STRICKLAND E BOSWELL, 2014, p. 43). Porto (2014, p. 16) também destaca a importante de da Vinci: “É impossível falar de Renascimento sem mencionar Leonardo da Vinci, um homem à frente de seu tempo que transformou tanto o rumo das artes quanto o da ciência”. Figura 13: Nascimento de Vênus Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/france-circa-2008-postage-stamp-printed-166561178 Figura 14: Leonardo da Vinci (1452 - 1519) "Mona Lisa" Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/leonardo-da-vinci-1452-1519-mona-93004429 Diversos outros artistas e obras merecem destaque neste período, como: Michelangelo, e sua escultura Pietà, o afresco A Criação de Adão na Capela Sistina; Rafael e sua obra-prima da Escola de Atenas, no Vaticano, Roma; entre outros. O artista dessa época não se vê mais como um simples observador do mundo, subordinado às ditosas regras da Igreja. Ele se enxerga como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E assim, o mundo e a realidade devem ser compreendidos cienti�camente e não apenas admirados. Figura 15: Santa Ceia Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/prague-czech-republic-october-13-2018-1213653175 A Arte Barroca AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A arte barroca tem origem na Itália, mas se espalhou por diversos países da Europa (BARBOSA, 2002). Cada país trouxe suas especi�cidades e detalhes de acordo com a cultura e as personalidades dos artistas, entretanto algumas características mantiveram-se em comum. A arte barroca trouxe estilo e técnicas que valorizavam ricos materiais, pinturas grandiosas e espetaculares que traziam grande emoção à perspectiva protestante (GRAHAM-DIXON, 2013). Na arte barroca, o que se predominam são emoções, sentimentos e sensações. A pintura ainda se encarrega da função realista, mas agora, não deseja apenas representar somente a realidade de nobres, reis e rainhas, mas sim a vida e atividades do povo simples e camponês são retratadas pelo colorido das telas barrocas. Segundo Corroborando esta ideia, Strickland Boswell (2014, p.54) apresentam a compreensão: “A arte barroca conseguiu casar a técnica avançada e o grande porte do Renascença com a emoção, a intensidade e a dramaticidade do maneirismo, fazendo do estilo barroco o mais suntuoso e ornamentado na história da arte”. O movimento barroco se expandiu para a França, na qual a pintura adotou temas não religiosos, como tranquilas paisagens habitadas por divindades pagãs (STRICKLAND BOSWELL, 2014). Diversos outros países Europeus tiveram destaque neste tipo de arte, como Inglaterra, Holanda e Espanha e, dentre os artistas desse período, podemos destacar Caravaggio, que, apesar de uma vida curta e conturbada, rompeu com a tradição maneirista, trazendo solidez e um novo peso à cultura (GRAHAM-DIXON, 2013). É considerado o pintor um dos mais original do século XVII, com diversas obras, como a Madonna di Loreto (STRICKLAND BOSWELL, 2014). Figura 16: Madonna di Loreto Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rome-italy-december-2018-pilgrims-madonna-1264684759 Já no Brasil, a arte Barroca inicia no século XVIII e segundo Almeida (2010) está associada à religião católica. Como representante principal do período, podemos contar com as riquíssimas obras do Mestre Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho. Segundo Proença (2003, p. 196) duas linhas diferentes caracterizam o barroco brasileiro: Nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração, encontramos Igrejas com trabalhos em relevo feitos em madeira, as talhas recobertas por �na camada em ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. Já nas regiões onde não existiam nem açúcar nem ouro, a arquitetura teve outra feição. Aí as Igrejas apresentam talhas modestas e trabalhos realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que vinham das regiões mais ricas da época. (PROENÇA, 2003, p. 196). Assim, podemos notar que as regiões geográ�cas receberam diferentes in�uências de técnicas, materiais e produção, inclusive devido à situação econômica do local. O Estado de Minas Gerais possui uma região histórica, que abrange Ouro Preto, Tiradentes, Mariana e outras cidades, que possuem igrejas, praças, monumentos e fachadas que são arte nacional deste movimento. Figura 17: Ouro Preto, Minas Gerais Fonte: acesse o link Disponível aqui https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ouro-preto-minas-gerais-brazil-january-1618645138 Ainda assim, poucas obras da arte barroca são conhecidas. Outros artistas, além do Mestre Aleijadinho, também �zeram parte desse período da arte brasileira e não têm suas obras ainda reveladas para apreciação. Só isto, já serviria como tema de uma rica e importante pesquisa para se fazer com os alunos. As informações apresentadas até o prezado momento foram expostas para se contextualizar o tema, pois são importantes para que possamos compreender o estudo da Arte no Contexto Escolar. Os conceitos na primeiraunidade foram descritos de maneira abrangente, para que pudessem assim ter o entendimento de como surgiu a arte e suas diversas fases e desdobramentos que ocorreram ao longo do tempo. Quando falamos de arte, destacamos um conceito muito abstrato, que transcende a criação de obras de caráter estético, sendo uma forma do ser humano expressar os seus sentimentos, emoções e pensamentos. Assim, é preciso analisarmos a história da arte, como ela evoluiu e também as manifestações artísticas que compõem a histórias das sociedades. Boa leitura e bons estudos. Costa (2013) descreveu sobre a vocação de São Mateus, de Michelangelo, contando assim sobre sua breve trajetória. Válido conhecer essa breve escrita. ACESSAR Conclusão - Unidade 1 https://www.academia.edu/43997644/A_Voca%C3%A7%C3%A3o_de_S%C3%A3o_Mateus_a_arte_de_Caravaggio_na_Contra_Reforma_do_s%C3%A9culo_XVI Livro Filme ACESSAR https://youtu.be/RXjptJpdEBA Unidade 2 Pressupostos Históricos Sobre a Arte e seu Ensino no Brasil e no Mundo AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Introdução Olá aluno (a)! Conforme trabalhado na Unidade I, descrevemos sobre a história da arte, como ela foi se transformando ao longo dos tempos e quais foram seus períodos. Avaliamos assim um conteúdo inicial, mas que deixou um gostinho de quero mais, aquela vontade de conhecer e se aprofundar sobre a arte e sua bela trajetória. Na unidade II, vamos conhecer um pouco mais sobre a arte e a importância dela ser abordada e desenvolvida nas escolas. Também vamos conhecer sobre as Leis e suas Diretrizes, sobre o BNCC. Falando nisso, você sabe o signi�cado destas siglas? Fique por dentro deste conteúdo, pois vamos descobrir junto o seu signi�cado e a importância que ela tem em nosso contexto escolar. Então vamos embarcar neste conteúdo produzido com bastante apreço. Bons estudos! O que é Ensinar Arte e o Por que da Arte AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas e marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade curricular. As aulas iam desde traçados a copiar formas geométricas, porém nas aulas de arte a criança não tinha sua identidade abordada, uma vez que ela não era considerada produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito. Neste contexto, �ca a pergunta: Por que ensinar arte na escola? A arte vai além do simples ato de desenhar e do pintar, ela é uma maneira de estimular e de desenvolver a coordenação motora, tem um papel natural cognitivo de desenvolver a criatividade e autocon�ança, ou seja, tem a capacidade de auxiliar na formação da identidade das crianças, fomentando a maneira de pensar e agir. Desta maneira, a arte precisa estar presente nas salas de aulas no período letivo. Bosi (2000, p. 13) compreende a arte da seguinte maneira: A arte é um conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se transforma a matéria oferecida pela natureza e pela cultura. Nesse sentido, qualquer atividade humana, desde que conduzida regularmente a um �m, pode chamar-se artística. Para Platão, exerce a arte tanto o músico encordoando a sua lira quanto o político manejando os cordéis do poder, ou no topo de escala dos valores, o �lósofo que desmascara a retórica sutil do so�sta e purga os conceitos de toda ganga de opinião e erro para atingir a contemplação das ideias. (BOSI, 2000, p. 13). Neste sentido, conforme Senna (2015, p.1) destaca, a arte na escola não se limita ao ato de pintura e de desenho, ela é muito mais ampla e abrangente, está presente na música, no cinema, na TV, na publicidade, na arquitetura e em muito outros campos e áreas. Assim, todas estas áreas podem e devem ser exploradas com criatividade pelo professor, enriquecendo todo o processo de construção do conhecimento. Os professores nos tempos atuais vêm levando para a sala de aula algo dinâmico e que venha representar a arte como ela deve ser vista, compreendida e deixando assim o aluno ser o artista de seu próprio conteúdo. Assim, o aluno ganha protagonismo neste processo de aprendizagem, com maior estímulo no desenvolvimento de habilidades e capacidades. Barbosa (1991, p. 4-5) nos auxilia a iniciar nossa análise sobre as contribuições da arte para a educação a�rmando que: A arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país que se desenvolve [...]. Não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral da inteligência sem o desenvolvimento do pensamento divergente, do pensamento visual e do conhecimento representacional que caracterizam a arte. Se pretendemos uma educação não apenas intelectual, mas principalmente humanizada a, a necessidade, da arte é ainda mais crucial para desenvolver a percepção e a imaginação, para capturar a realidade circundante e desenvolver a capacidade criadora necessárias à modi�cação dessa realidade (BARBOSA, 1991, p. 4-5). Dessa forma, vemos a importância da arte na fundamentação da educação, com as possibilidades do desenvolvimento da criatividade, imaginação e emoções nas crianças, o que, consequentemente, auxilia em todo o processo educacional. Podemos perceber que a arte está presente desde em ações mais banais de nossa vida cotidiana até em complexas elaborações que exigem raciocínio, lógica, imaginação, criticidade. Como nos a�rma Barbosa (1991), esta disciplina contribui para o desenvolvimento dos processos de pensamento e aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance transformam o aluno, pois proporciona con�ança, capacidade de análise e visão ampla da realidade. Mas ainda sim nos questionamos como a arte pode fazer parte na formação humana. Podemos a�rmar que não apenas a arte, mas também a educação tem um vasto potencial neste quesito de transformar o conhecimento. A arte, aliada a educação, pode proporcionar a inserção cultural e social. Isso é possível, mediante a construção de um novo conhecimento. Neste momento podemos utilizar o método Piaget, que acredita que o conhecimento é sim resultado de uma construção contínua de mediação entre sujeito e o objeto, abrangendo tanto o físico quanto o social. Neste quesito, o indivíduo não aprende apenas como se fosse um armazenador de milhões de informações para serem guardadas em um baú (depósito de informações), mas sim como um ser atuante, re�exivo e responsivo. Nesse contexto, no processo de construção do conhecimento o indivíduo é um sujeito ativo, que aprende através do desenvolvimento e por meio do objeto de atuação da arte. É, portanto, neste ponto que consideramos fundamental a participação da arte no processo da construção do seu pensamento. O ato criativo, segundo Chagas (2009), é um processo que sempre traz algo da pessoa que o executa. Uma pintura, por exemplo, por mais que uma pessoa tente fazê-la igual à outra, nunca o será, sempre apresentará algo diferente, novo e especí�co. Como processo de criação do novo, a arte favorece a superação do que é igual, comum da reprodução. Ou seja, a arte favorece a construção de novos conhecimentos. De acordo com Souza (2010, p. 3): O objetivo a que se propõe o Ensino da Arte, em toda a sua especi�cidade prevista na forma de lei, é essencial para a construção da cidadania. O ensino da arte trata de relacionar sentimentos, trabalhar aspectos psicomotores e cognitivos, planejar e implementar projetos criativos e se engajar emocionalmente neles, num permanente processo re�exivo. (SOUZA, 2010, p. 3). Ressalta-se o impacto do ensino da arte na construção das habilidades do indivíduo, em sua atuação como cidadão. Assim, incluir a arte no processo de ensino é um e�ciente recurso para desenvolver a capacidade criativa dos alunos. Lippe (2006, p. 5) destaca sobre o ensino da arte: “Podemos dizer que o ensino da arte favorece a formação da identidade do jovem e da criança, tornando-os cidadãos engajados, por meio da aquisição de competências culturais e sociais no mundo em que estão inseridos”. SegundoChagas (2009) nos informa, a obrigatoriedade do Ensino da arte no Brasil, que engloba artes plásticas, educação musical e artes cênicas, só foi incluída no currículo em 1971, através da lei 5.692, e ainda assim os professores não tinham formação especí�ca. Vemos que não faz tanto tempo assim que a arte teve seu reconhecimento no processo de educação e formação de ensino. Além disso, diante deste contexto educacional, outros pontos precisaram ser veri�cados, como a preparação dos professores para exercerem um ensino de qualidade, além da estruturação de novos cursos e instituições de ensino. Na sequência, veremos alguns parâmetros curriculares nacionais para a sustentação do ensino da arte. Arte e Educação Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de Arte AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Com relação aos referenciais curriculares nacionais, podemos encontrar diversas sugestões para que os professores que atuam na Educação Infantil possam trabalhar. Juntamente com o PNE (Plano Nacional de Educação), podemos acrescentar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao qual veio para agregar o plano de ensino, contribuindo assim com a complementação adequada, aos seus reajustes e planejamento. Segundo o plano curricular, a Educação Infantil deve ser trabalhada em um contexto capaz de propiciar às crianças o acesso a elementos culturais que contribuam para o próprio desenvolvimento como indivíduo e também para a interação delas na sociedade. Neste contexto, vamos debater um pouco sobre como nasceram as bases curriculares (como foram atribuídas às leis), e de acordo com a Constituição Federal de 88, surgiu a LDB (Lei de Diretrizes Básicas) de 96, que foi adotada através da determinação e adoção de uma base comum para a educação básica. Nos meados de 1997 foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais, determinando assim cada disciplina com seu currículo escolar, com isso a BNCC, foi contemplada com o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014. A versão �nal que foi aprovada em 2017, acabou entrando em vigor entre os anos de 2018 e 2020, através das aprovações do MEC (Ministério da Educação). A Base Nacional Comum Curricular consiste em um documento de abrangência normativa para a de�nição de um conjunto progressivo de aprendizagens necessárias e fundamentais para que todos os alunos possam desenvolver suas habilidades e essências ao longo das etapas e processos da educação básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) de�ne que a Base deve direcionar os currículos das instituições de ensino federativas, bem como as propostas pedagógicas da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Há a preocupação de estruturar as competências, habilidades e conhecimentos que os estudantes devem desenvolver ao longo de toda a sua jornada acadêmica. Além disso, os princípios éticos e políticos compelidos pelas diretrizes curriculares nacionais da educação, devem direcionar a educação brasileira para uma formação humana, em uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Nesta abrangência, Chagas (2009) a�rma que a aula de arte, muitas vezes, é considerada nas escolas como um passatempo, ou simplesmente um momento de lazer. A mesma ainda aponta que muitas instituições de educação infantil utilizam os recursos da arte somente para enfatizar datas comemorativas, produzindo lembrancinhas para o dia das mães, pais entre outras datas. O que precisa ser revisto e repensado frente à importância da arte, bem como destacado pela BNCC. Em muitos casos, professores são desvalorizados e a arte �ca com uma visão errônea, as produções das crianças �cam desvalorizadas, retratadas como meras lembrancinhas que acabam não envolvendo a capacidade de criar, de o aluno pensar, re�etir e produzir. É necessário, então, a princípio, uma conscientização, valorização e contribuição da arte na educação, onde o próprio professor também deve atribuir mais signi�cados e responsabilidades ao seu papel de educador e transmissor do conhecimento do mundo da arte e cultura. Chiovatto (2000, p. 39) a�rma que “Os professores de arte sentem necessidade de aperfeiçoamento ao lidarem com a própria insegurança. Isso os mobiliza a buscar ampliar seus conhecimentos e desenvolver a si próprios”. Vemos uma questão muito mais ampla, a necessidade de capacitação e aprimoramento também por parte dos professores, visto as exigências na qualidade de ensino. É preciso reforçar a importância do papel do professor neste processo. Compreendemos que para ministrar uma boa aula o professor necessita estar seguro perante o conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula, isto é, ele precisa dominar o assunto de tal maneira que as discussões sejam produtivas e orientar o processo de descobertas por parte dos alunos, porém ainda hoje percebemos uma preferência por temas e técnicas de artes fáceis, para se desenvolver juntamente com a criança. Precisamos compreender que o trabalho com a arte vai muito além do que é fácil ou complexo. Segundo Chiovatto (2002, p. 43), a arte que ensinamos “é apreciável através de um conjunto de objetos, imagens e ideias que participem das mais complexas ações da humanidade”. Esses objetos, imagens e ideias podem até parecer simples, mas apenas aparentemente, pois intimamente, representam aquilo que chamamos arte. A partir de então, passam a fazer parte de uma categoria diferenciada dos demais objetos e coisas produzidas pelos homens. Isso signi�ca que a arte não está somente na imagem, ou no objeto, mas sim em seu signi�cado pessoal, cultural e temporal. Podemos ressaltar que considerando os Parâmetros curriculares Nacionais, conseguiu-se reestruturar a proposta curricular, reforçando a importância do projeto educacional e os seus desdobramentos. A melhoria da qualidade da educação é de responsabilidades de todos os que estão envolvidos neste processo de construção da educação. Ainda podemos salientar que o BNCC veio para enriquecer ainda mais, ou seja, ela veio para uni�car as diretrizes da base da educação básica, e tem como meta orientar na construção do Currículo da Educação Básica das escolas brasileiras, públicas e privadas. A base busca atender as exigências dos estudantes, preparando-os para que sejam protagonistas da sociedade, assim, deve-se assegurar os direitos de ensino e aprendizagem para o desenvolvimento dos alunos, conforme de�nido no plano nacional de educação. Portanto, a Base pode ser compreendida como um conjunto de direcionamentos para nortear as equipes pedagógicas no planejamento e estruturação dos currículos pedagógicos. Segundo Peres (2017, p. 27), vários especialistas, de todas as áreas do conhecimento, presente no currículo atual da Educação Básica, foram convocados para traçar os conhecimentos essenciais aos quais todos os estudantes brasileiros têm direito de ter acesso e se apropriar durante sua trajetória na Educação Básica, ano a ano, desde a creche até o �nal do Ensino Médio. Para Chiovatto (2000), o professor deve estar atento às possibilidades de incorporação do conteúdo artístico pelos alunos. Ele deve intervir para potencializar o encontro do aluno, com a obra de arte nas diferentes instâncias envolvidas em sua compreensão. Deverá, ainda, oferecer informações capazes de contextualizar a obra, ou seja, de dar sentido e estímulo para que o aluno re�ita e interaja. Essa interação do aluno com a arte é o que permite a recriação da obra, seja de forma estética, plástica ou apenas intelectualmente, podendo assim, avançar, transformar. Os Objetivos Gerais de Arte para o Ensino Fundamental AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho O ensino da arte no ensino fundamental dá sequência às vertentes desenvolvidas na educação infantil, a grande diferença é que a criança está mais desenvolvida e mais experiente, possui novos anseios e necessidades. Um olhar mais apurado da arte é visto nesta fase do ensino, o que é preciso ser considerado no momento de ensinar as crianças. Lippe (2016) indica que, seguindo as diretrizes dosparâmetros curriculares nacionais, alguns objetivos do ensino da arte devem ser destacados e proporcionar aos alunos: Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a re�exão ao realizar e fruir produções artísticas; Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais; Edi�car uma relação de autocon�ança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e as dos colega, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções; Compreender e saber identi�car a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identi�cando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos; Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando a arte de modo sensível; Compreender e saber identi�car aspectos da função e dos resultados do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista; Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervo nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, dispositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias (BRASIL, 1997b, p. 39) Vemos assim uma série de objetivos a serem buscados com o ensino da arte no ensino fundamental, ressaltando-se a necessidade de proporcionar ao aluno uma vivência com diversas formas e modelos de arte. O desenvolvimento do pensamento artístico apresenta um caráter cognitivo construtivo, que engloba o amadurecimento de valores pela criança, bem como estímulo e construção de sua personalidade. O conhecimento sensorial precisa abordado neste processo, conforme é destacado por Souza (2010, p. 4): Ao invés de consumir grandes quantidades de conhecimento escolar, que será esquecido logo após as provas, o ensino de Arte reivindica para si, através de um trabalho prático, orientado para a ação, ancorar o conhecimento sensorial que envolve todos os sentidos: visão, tato, olfato, audição, gustação. Onde o ensino tradicional promove o pensamento linear, casual, a arte oferece pensamento em rede, discursivo e trabalha com a inteligência emocional. A tentativa é a de superar um discurso modernista em que razão/sentimento, corpo/alma são tratados de uma forma dicotômica. (SOUZA, 2010, p. 4). Você se lembra o que aprendia nas aulas de artes quando tinha em volta de 10 anos? Apenas era dado papel e lápis para desenhar ou também era incentivado (a) a desenvolver outras habilidades e sensibilidades relacionadas à arte? É preciso que o ensino da arte abranja também a socialização humana, despertando o interesse dos alunos e desenvolvendo o processo criativo e também de autoconhecimento. Brasil (1997, p. 42) ressalta como conteúdos gerais do ensino fundamental em arte são: A arte como expressão e comunicação dos indivíduos; Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal, técnicas, materiais e procedimentos na criação da arte; Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões; Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional e internacional: produções, reproduções e suas histórias; A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções e suas formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos. Lippe (2006) destaca que é preciso compreender a arte como uma integração entre as pessoas e agentes envolvidos na educação com a cultura, fazendo dos recursos artísticos formas de desenvolver a capacidade de expressão. Neco e Roim (2015) apontam que a arte no ensino fundamental, mesmo dividindo espaço na grade curricular com outras matérias e possuindo menor quantidade de aulas do que em anos anteriores de ensino, possui grande importância e impacto sobre as crianças pode abordarem novos conhecimentos, destacando-se novas habilidades com cores, poesia, música, cultura, interpretações, entre outros. Vemos assim, a gama de diversidade a ser desenvolvida pelas aulas de artes, trabalhando um conteúdo amplo e de grandes valores educativos. O conhecimento da arte possibilita perspectivas para que o aluno possa interpretar o mundo ao qual está inserido. Portanto, podemos compreender que a arte e suas atividades pedagógicas no ensino fundamental são muito mais do que atividades recreativas e passatempos, mas detêm grande sentido de ensino aos alunos. A arte é capaz de desenvolver a criatividade e a sua expressão. SAIBA MAIS Você sabia que a arte nas escolas é de fundamental importância, assim como as demais disciplinas a arte se tornou importante, pois trabalha o cognitivo da criança, desenvolve seu potencial, além de mostrar para a própria criança e ao pro�ssional da educação, a tamanha responsabilidade que ele adquiriu. Assim como mostra uma pesquisa desenvolvida pelo XI Congresso Nacional de Educação, com o tema Uma Re�exão sobre o ensino da Arte nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. ACESSAR REFLITA De acordo com Saviani (2009, p.7), “uma pedagogia que advoga um tratamento diferencial a partir da descoberta das diferenças individuais. Eis a ‘grande descoberta’: os homens são essencialmente diferentes; não se repetem; cada indivíduo é único”. https://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/7679_6390.pdf E assim chegamos ao �nal de mais uma unidade, sendo que ela veio debater três tópicos importantes, sendo elas: “O que é ensinar arte e o por que da arte”, pois durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas e marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade curricular, sendo que as aulas pouco tinham continuidade em seu ano letivo. As aulas iam desde traçados a copiar formas geométricas, porém nas aulas de arte a criança não tinha sua identidade abordada, uma vez que ela não era considerada produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito. Tendo como segundo tópico: “Arte e Educação segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Arte”, com relação aos referenciais curriculares nacionais, podemos encontrar diversas sugestões para que os professores que atuam na Educação Infantil possam trabalhar. Juntamente com o PNE (Plano Nacional de Educação), podemos acrescentar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao qual veio para agregar o plano de ensino, contribuindo assim com a complementação adequada, aos seus reajustes e planejamento. Segundo o plano curricular, a Educação Infantil deve ser trabalhada em um contexto capaz de propiciar às crianças o acesso a elementos culturais que contribuam para o próprio desenvolvimento como indivíduo e também para a interação delas na sociedade. E, para �nalizar, abordamos também o tópico que fala sobre: “Os objetivos gerais de Arte para o Ensino Fundamental”, o ensino da arte no ensino fundamental dá sequência às vertentes desenvolvidas na educação infantil, a grande diferença é que a criança está mais desenvolvida e mais experiente, possui novos anseios e necessidades. Um olhar mais apurado da arte é visto nesta fase do ensino, o que é preciso ser considerado no momento de ensinar as crianças. Na sequência será apresentada a unidade III, abordando um tema que representa expressões dramáticas e musicais nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Vamos em frente! Conclusão - Unidade 2 FICA A DICALivro Uma dica de leitura complementar é sobre o livro “Arte na Educação Escolar”, da autora Maria Heloisa, este livro é diz sobre o ensino e a aprendizagem da arte, ao qual fazem parte da produção artística, em todos os tempos. Ressalta sobre a mudança da educação tradicional para o processo de aprendizagem no âmbito do ensino da arte. Livro Filme Unidade 3 Expressão Dramática e Musical nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Introdução Oi caro (a) aluno(a), Bem-vindo (a) ao estudo de mais uma unidade. Animado para continuar nessa caminhada de aprendizagem? Então vamos em frente! Nesta seção vamos estudar sobre a expressão dramática e musical nos diferentes níveis e modalidades de ensino. Inicialmente, apresentaremos como os conteúdos da arte são desenvolvidos nos diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como os critérios para seleção destes conteúdos. A re�exão a ser desenvolvida deve compreender o ensino da arte como fundamental para o processo de aprendizagem relacionado à arte e a criatividade, sendo necessário que os conteúdos estejam alinhados aos objetivos especí�cos ao ensino da arte. Na sequência, abordaremos sobre os conteúdos gerais da arte segundo os parâmetros curriculares nacionais. Como a arte possui uma abordagem de conteúdo bastante ampla, é preciso compreender esse processo. E, para �nalizar, a última seção abordada nesta unidade traz a arte voltada para uma perspectiva inclusiva e como a arte é tratada na educação especial, um aspecto muito importante e necessário à sociedade a ser compreendido pela arte no contexto escolar. Bons estudos! Os Conteúdos de Arte nos Diferentes Níveis e Modalidades de Ensino e os Critérios para Seleção de Conteúdos AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Prezado (a) estudante, você já parou para re�etir como são diversos os conteúdos da arte que o professor tem em mãos para trabalhar junto aos alunos? São múltiplas as possibilidades e ferramentas, assim é preciso se planejar e organizar o desenvolvimento das aulas de arte, tanto com uma abordagem teórica quanto uma abordagem prática. Neste sentido, Porto (2014) destaca quatro principais linguagens artísticas da abordagem pedagógica da arte, sendo: arte visual, música, dança e teatro. A seguir, abordaremos os principais conteúdos englobados no ensino da arte e suas estratégias de ensino e avaliação. Quando abordamos sobre os conteúdos do ensino de arte, é válido observar a riqueza que pode ser proporcionado ao estudante, em uma gama vasta de informações e assuntos. A arte pode ser discutida através de produções artísticas visuais por meio de desenhos, pinturas, gravuras, colagem, esculturas, instalações, cinema, vídeos e outros meios. Sendo assim é papel do professor planejar, organizar, e identi�car os diversos conteúdos, bem como as maneiras deles sem melhor trabalhados em sala de aula. Assim, o docente não pode simplesmente transmitir o conteúdo, de forma automática e passiva, mas é preciso envolver e desenvolver o aluno em seu universo de aprendizagem. O aluno precisa desenvolver uma sensação de ser o agente ativo do processo, criando apreço pelo que aprendeu, e também buscar mais esta desenvolturas, ou seja, com vontade de aprender, sendo dinâmico e proativo neste âmbito de conhecimento Neste contexto, Edwards (1984) traz uma abordagem deste processo da arte no contexto escolar: Desenhar é um processo curioso, tão interligado ao processo de ver que seria difícil separar os dois. A capacidade de desenhar depende da capacidade de ver como um artista vê - e esta maneira de ver pode enriquecer enormemente a vida de uma pessoa. (EDWARDS, 1984, p. 12). Para que a arte possa ser assertiva no processo de ensino e aprendizagem, é necessário que tenha se conteúdos especí�cos a serem oferecidos, ou seja, conteúdos adequados a determinadas situações e necessidades de aprendizagem. Segundo esta abordagem, o papel do professor deve ser ativo e exigente e não simplesmente um fornecedor de materiais e um apoio emocional. No ensino de Arte é preciso aliar a teoria à prática, com o intuito de construir no discente um pensamento histórico crítico, necessário à uma aprendizagem assertiva, seguindo- se essa prática à análise das obras e dos conteúdos. Para a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (2019), é proposta uma abordagem das linguagens de maneira que se articule diversas dimensões do conhecimento que, simultaneamente, caracterizam a singularidade da experiência artística. Tais dimensões perpassam os conhecimentos das Artes visuais, da Dança, da Música e do Teatro e as aprendizagens os alunos em cada contexto social e cultural. Ainda de acordo com a BNCC (2019), essas dimensões, necessárias para uma mensuração da arte e seu processo de ensino, são: • Criação: refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem e constroem. Trata-se de uma atitude intencional e investigativa que confere materialidade estética a sentimentos, ideias, desejos e representações em processos, acontecimentos e produções artísticas individuais ou coletivas. Essa dimensão trata do apreender o que está em jogo durante o fazer artístico, processo permeado por tomadas de decisão, entraves, desa�os, con�itos, negociações e inquietações. • Crítica: refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos em direção a novas compreensões do espaço em que vivem, com base no estabelecimento de relações, por meio do estudo e da pesquisa, entre as diversas experiências e manifestações artísticas e culturais vividas e conhecidas. Essa dimensão articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos, políticos, históricos, �losó�cos, sociais, econômicos e culturais. • Estesia: refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais. Essa dimensão articula a sensibilidade e a percepção, tomadas como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo. Nela, o corpo em sua totalidade (emoção, percepção, intuição, sensibilidade e intelecto) é o protagonista da experiência. • Expressão: refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito individual quanto coletivo. Essa dimensão emerge da experiência artística com os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários especí�cos e das suas materialidades. 195 LINGUAGENS – ARTE ENSINO FUNDAMENTAL • Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais. Essa dimensão implica disponibilidade dos sujeitos para a relação continuada com produções artísticas e culturais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos sociais. • Re�exão: refere-se ao processo de construir argumentos e ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como leitor (BNCC 2019, p. 196). Vemos que essas dimensões abordam de forma bastante construtiva a percepção da arte como experiência de aprendizagem. Essas dimensões são referência a serem abordadas em sala de aula, onde o professor deve trazer esse contexto de uma maneira de avaliação. Busca-se, desta maneira, um processo para a construção da arte no contexto escolar. Após esses levantamentos, podemos compreender os conteúdos da arte nos diferentes níveis de ensino. A educação infantil é compreendida como sendo o início e base para a Educação Básica, necessário para otimizar as aprendizagens e desenvolvimento das crianças. Neste contexto, é preciso estruturar uma abordagem para a prática do diálogo, construindo uma identidade à criança, sobressaindo-se a construção dos sentidos, ou seja, é necessário que a criança venha a construir sua capacidade de assimilar, contendo o estímulo do professor. A BNCC (2019) destacacomo fundamental neste processo as interações e brincadeiras, como forma de experiência para as crianças. A educação infantil traz ensinamentos essenciais de comportamento, habilidades, e experiências como possibilidades de aprendizagem, para os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Diante das especi�cidades dos diferentes grupos por faixa etária deste período, é preciso estimular uma aprendizagem adequada a cada grupo, considerando um ritmo de aprendizagem e práticas pedagógicas capazes de aguçar as crianças, tendo como eixos estruturantes as interações e brincadeiras. A transição da educação infantil para o ensino fundamental permeia uma série de mudanças que precisam integrar e dar continuidade ao processo de aprendizagem das crianças. Assim, é preciso o estabelecimento de estratégias pedagógicas para a adaptação das crianças para os adolescentes, considerando uma perspectiva de continuidade do percurso educativo (BNCC, 2019). De acordo com o Parâmetro curricular nacional e a mais recente atualização da BNCC (2019), a arte no ensino fundamental pode ser trabalhada em dois momentos distintos, sendo: para os Anos Iniciais e Anos Finais, onde cada um trabalha voltado a sua maneira de abordar e analisar o estudo da arte e seus respectivos conteúdos. Para os anos iniciais, podemos destacar que os alunos vivem um momento de transição de orientação curricular, onde é buscada uma organização curricular estruturada por áreas de conhecimento e componentes curriculares. De acordo com o BNCC (2019, p. 201), nessa nova etapa da educação: O ensino de Arte deve assegurar aos alunos a possibilidade de se expressar criativamente em seu fazer investigativo, por meio da ludicidade, propiciando uma experiência de continuidade em relação à Educação Infantil. Dessa maneira, é importante que, nas quatro linguagens da Arte – integradas pelas seis dimensões do conhecimento artístico –, as experiências e vivências artísticas estejam centradas nos interesses das crianças e nas culturas infantis. (BNCC, 2019, p. 201). A arte pode ser trabalhada e assegurada junto com o ensino das competências relacionadas à alfabetização e o letramento, possibilitando assim a abertura do ensino e acesso à leitura, relacionada à linguagem verbal e não verbal. Busca-se a expressão da criatividade, que propicie uma continuação do ensino em relação a educação infantil. Para os Anos Finais, é necessário assegurar aos alunos o direito de pensar sobre suas interações e manifestações artísticas e culturais, ou seja, dar o direcionamento necessário à esta etapa, como forma de orientação. Segundo a BNCC (2019), espera- se que a arte seja um componente que contribua para um aprofundamento das aprendizagens nas diferentes linguagens – tanto no diálogo entre elas, quanto com as outras áreas do conhecimento –, com vista a possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências e vivências artísticas. Neste período para os anos �nais do ensino fundamental, buscam-se objetos de conhecimento que propiciem contextos e práticas, um aprendizado exploratório e construtivo. O BNCC (2019, p. 205) destaque que: “o diferencial dessa fase está na maior sistematização dos conhecimentos e na proposição de experiências mais diversi�cadas em relação a cada linguagem, considerando as culturas juvenis”. A arte também tem seu espaço no ensino médio. O ensino médio consiste na etapa �nal da educação básica, constituído predominantemente por adolescentes e jovens, sendo que a arte nesta fase precisa fornecer um protagonismo nestes alunos. A BNCC do ensino médio precisa ser organizado de maneira a dar continuidade ao ensino infantil e ao fundamental, fomentando habilidades e competências especí�cas, como na área da matemática, língua portuguesa, ciências humanas, da natureza, entre outras. A arte nesta etapa precisa: Promover o entrelaçamento de culturas e saberes, possibilitando aos estudantes o acesso e a interação com as distintas manifestações culturais populares presentes na sua comunidade. O mesmo deve ocorrer com outras manifestações presentes nos centros culturais, museus e outros espaços, de modo a propiciar o exercício da crítica, da apreciação e da fruição de exposições, concertos, apresentações musicais e de dança, �lmes, peças de teatro, poemas e obras literárias, entre outros, garantindo o respeito e a valorização das diversas culturas presentes na formação da sociedade brasileira (BNCC, 2019, p. 483). Diante desta complexidade da arte e seus conteúdos nos diversos níveis e modalidade de ensino, é preciso considerar alguns critérios para a seleção de conteúdos, visando otimizar o processo de ensino e aprendizagem. Os parâmetros curriculares nacionais destacam a necessidade de se considerar os seguintes critérios: • Conteúdos compatíveis com as possibilidades de aprendizagem do aluno; • Valorização do ensino de conteúdos básicos de arte necessários à formação do cidadão, considerando, ao longo dos ciclos de escolaridade, manifestações artísticas de povos e culturas de diferentes épocas, incluindo a contemporaneidade; • Especi�cidades do conhecimento e da ação artística (BRASIL, 1997, p. 41-42). Analisando tais critérios, vemos uma estruturação para ocorrer adequadamente a seleção e ordenação dos conteúdos gerais da arte, possibilitando o desenvolvimento de competências e habilidades do aluno. A transmissão de conhecimentos nos permite vislumbrar coisas que ainda não conhecíamos, não podemos negar que boa parte dos nossos conhecimentos foi construída a partir dos ensinamentos de nossos pais, professores e amigos. Para compreender melhor essa questão, precisamos compreender como a escola fundamenta o ensino. Ou seja, dentro das escolas, como o ensino é concebido? Como acontece a construção dos conhecimentos? Encontraremos as respostas para essas e outras questões na própria história da educação. Já levantamos diversas informações sobre isto, bem como veremos mais algumas complementações nos tópicos seguintes. Conteúdos Gerais de Arte Segundo a BNCC AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho A arte como componente curricular centra-se nas seguintes linguagens: Artes visuais, dança, música e teatro. Sendo que estes elementos fundamentam processos pedagógicos voltados para as práticas de leitura, produção e construção de formas artísticas, pensamentos e emoções, entre outros. Neste contexto, é válido ressaltar que: O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercício da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre elas. Nesse sentido, as manifestações artísticas não podem ser reduzidas às produções legitimadas pelas instituições culturais e veiculadas pela mídia, tampouco a prática artística pode ser vista como mera aquisição de códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte precisa alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social, permitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores (BNCC, 2019, p.199). Vemos, desta forma, que a arte cria um cenário de compartilhamento de saberes e produções, no qual os alunos estão envoltos em processos de criação. As ações artísticas produzidas trazem um modo de produção e organização dos conhecimentos em artes. Os parâmetros curriculares nacionais enfatizam os conteúdos de arte no ensino como conteúdos que colaborem para a formação do cidadão, que se institua igualdade de participação, promovendo a formação artística e estética do aprendizado. Brasil (1997, p. 41) destaca que “É desejável que o aluno, ao longo da escolaridade, tenha oportunidade de vivenciar o maior número de formas de arte; entretanto, isso precisa ocorrer de modo que cada modalidade artística possa ser desenvolvida e aprofundada”. Nesta seara, os conteúdos gerais do ensino fundamental em Arte são: • A arte como expressão e comunicação dos indivíduos; •Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal, técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte; • Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões; • Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional e internacional: produções, reproduções e suas histórias; • A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções e suas formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e momentos históricos (BRASIL, 1997, p. 42). Vemos que os conteúdos gerais buscam uma articulação do contexto de ensino e aprendizagem, possibilitando aos professores estabelecer uma conformidade da arte no contexto escolar. Com a homologação do BCNN, buscou-se instituir uma integração da política nacional da educação básica, bem como elaboração de conteúdos educacionais que atendam aos critérios de qualidade, adequados para o pleno desenvolvimento da educação. Ainda neste contexto, Porto (2015) destaca a necessidade de uma abordagem pedagógica adequada a cada uma das linguagens artísticas, sendo trabalhadas as especi�cidades e particularidades da arte, destacando uma perspectiva educacional que estimule o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem. A BNCC destaca que a arte, compreendida como uma unidade temática, articula o ensino de uma arte integrada, explorando as relações e articulações entre os diferentes tipos de linguagens artística, bem como ferramentas de comunicação e informação. “O componente curricular de Arte deve garantir aos alunos o desenvolvimento de algumas competências especí�cas” (BNCC, 2019, p. 197). Diante de todos esses apontamentos, veri�camos a preocupação em se determinar um referencial de qualidade para o ensino da arte, mediante uma riqueza de conteúdos que pode ser proporcionada aos alunos, estimulando o pensamento crítico, a criatividade e um ensino ativo, O trabalho pedagógico da arte busca estabelecer conteúdos sólidos, que estruturem o currículo escolar, sendo um processo de apropriação de conhecimento, reforçando as linguagens artísticas. As práticas de ensino da arte permeiam um cenário cultural e histórico, gerando e construindo sentidos aos alunos. A Arte Voltada para uma Perspectiva Inclusiva / A Arte na Educação Especial AUTORIA Daislene Rodrighero de Carvalho Frente à importância da arte como estratégia pedagógica de ensino, o desenvolvimento cognitivo da arte na educação especial ganha ainda mais destaque. A disciplina de artes como uma perspectiva inclusiva traz em sua abrangência uma relevância social, pois através da arte na educação é possível desenvolver percepções visuais, auditivas e corporais, além da intuição, imaginação, pensamento holístico, entre outros desenvolvimentos da criatividade, em especial a pessoa com necessidades educativas especiais. Neste contexto, podemos destacar: O principal objetivo do ensino da arte para o portador de necessidades educativas especiais é oferecer-lhes oportunidade de desenvolver suas potencialidades através da criatividade, raciocínio, percepção e domínio motor, tendo o acompanhamento de pessoas e pro�ssionais esclarecidos de sua importância, compreendendo os resultados e efeitos provenientes das práticas sugeridas (WEBER, 2017, p. 261). Vemos assim que a arte possibilita que ocorra a integração das pessoas com de�ciência com a sociedade, pois fundamenta-se o desenvolvimento cognitivo (FERREIRA, 2011). As atividades artísticas estimulam habilidades e o desenvolvimento do potencial do indivíduo, auxiliando a inclusão na sociedade a qual estão inseridos. Ferreira (2011, p. 60) apresenta que: Considerando o desenvolvimento por meio da arte como fator fundamental para qualquer criança, e, especialmente, para os portadores de necessidades especiais, as artes visuais, a expressão corporal, as artes cênicas, a música e o artesanato deverão estar sempre presentes na tentativa de incluí-los na sociedade e fortalecer a identidade dessas pessoas, uma vez que esse aluno tem sempre a sensação de ser excluído, porque na maioria das vezes a sociedade o trata como um incapaz. Nesse sentido, a arte pode proporcionar oportunidade de desenvolvimento emocional, encorajamento e con�ança, e, também, o sentimento de valor, favorecendo o crescimento global dos portadores de necessidades especiais. Portanto, a arte é um conteúdo especial que deve estar sempre presente na educação do ser humano. (FERREIRA, 2011, p. 60). Destarte, a arte pode ser um forte elo de ligação na inclusão de pessoas com de�ciência à comunidade que ela faz parte. A escola deve se posicionar como um espaço inclusivo, fornecendo um atendimento com equidade, atendendo a todas as necessidades educacionais e desenvolvendo uma proposta pedagógica que desenvolva as potencialidades dos estudantes que apresentem necessidades educacionais especiais, em todas as fases e modalidades de ensino. Weber (2017) defende que o professor tem a capacidade de proporcionar experiências e aprendizados, através da arte, para a formação e evolução da personalidade do estudante que necessita de atividades educativas especiais. Neste contexto, destaca-se o fato que, em uma perspectiva inclusiva, é preciso que a escola se organize pedagogicamente para poder ofertar ações educacionais diferentes para proporcionar o desenvolvimento acadêmico (ZILIOTTO, 2015). Corroborando este posicionamento, Ferreira (2011) indica diversos pontos que precisam ser compreendidos e praticados, dos quais destacam-se: estruturação de espaços adequados aos alunos; cursos de treinamento e formação dos professores, enfoque à temas adequados; materiais planejados e articulados especi�camente a este público alvo. Fernandes (2006, p. 66) traz uma abordagem necessária de se compreender neste cerne: Necessidades especiais signi�cam suprimir barreiras arquitetônicas, reorganizar e adaptar ambientes, contar com o apoio de pro�ssionais especializados e a �exibilização de currículos, entre tantas outras possibilidades buscadas na modi�cação do contexto regular de ensino para acolher o aluno e suas singularidades. (FERNANDES, 2006, p. 66). Destaca-se assim, que ao se propor o acesso às pessoas com de�ciência, é preciso uma rede de apoio à escolarização diante da oferta da educação especializada. Diante deste cenário, podemos destacar que em 2008 o Ministério da Educação publicou a nova Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Tal publicação tem como objetivo defender os direitos dos alunos com de�ciência, garantindo a qualidade de ensino a este público, bem como possibilitar o desenvolvimento de capacidades de todos os alunos e a inclusão social (ZILIOTTO, 2015). Para tanto, a operacionalização da arte pode ocorrer por diversas formas, como pintura, música, dança, teatro, entre outras, oportunizando aos alunos com de�ciência de desenvolverem suas habilidades, fortalecendo suas capacidades e, consequentemente, concretizando o ensino inclusivo. Ferreira (2011) traz em seu livro diversas sugestões de atividades a serem trabalhadas com alunos com necessidades educativas especiais, das quais destacarei a dramatização. Para a autora, a dramatização é uma maneira do educador iniciar o desenvolvimento de artes cênicas, possibilitando aos alunos encenar histórias, situações rotineiras, ou ainda textos criados por eles. A dramatização reforça a comunicação, o estímulo da linguagem verbal e de trabalhos artísticos fortalece a criatividade dos alunos. Com a �nalidade de estimular o convívio social, o desenvolvimento da expressão corporal e da comunicação, este tipo de ensino pode ser utilizado em diversas etapas do ensino e disciplinas curriculares. Desta forma, vemos a dramatização como um poderoso instrumento de ensino, que promove a socialização, aumento da criatividade e construção do conhecimento. SAIBA MAIS Aluno, você sabia que a utilização de jogos e brincadeiras podem ser ferramentas muito úteis na educação inclusiva? Muito mais do que apenas uma forma de entretenimentos,
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