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arte-no-contexto-escolar - Apostila

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Arte no Contexto EscolarArte no Contexto Escolar
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Bem vindo(a)!
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o
início de uma grande caminhada que vamos trilhar juntos a partir de agora.
Proponho, junto com você construir nosso conhecimento sobre a arte no contexto
escolar. Além de conhecer sua história nos aprofundaremos em seu vasto
conhecimento e assim o desenvolvendo juntamente com o mesmo.
Na unidade I começaremos a nossa jornada estudando a arte e sua história ao longo
dos anos, trazendo assim a abordagem da arte no período paleolítico superior, no
Egito, na Grécia Antiga,  em  Roma, gótica, no renascimento, cada uma abordando
sua trajetória de como foi desenvolvida.
Já na unidade II vamos ampliar o conhecimento e abordaremos o pressupostos
históricos sobre a arte e seu ensino no Brasil e no Mundo, abordando o que é a arte e
o porquê de ensiná-la, como bem aprofundaremos nas leis do PCN e as novas leis da
BNCC.
Depois, nas unidade III e IV vamos tratar especi�camente de como trabalhar em sala
de aula com a expressão dramática e musical nos diferentes níveis e modalidades
de ensino, assim como o ensino de arte na construção do conhecimento e a
especi�cidade das linguagens teatral, musical e estéticas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos que foram
destacados e aprofundados em nosso material. Esperamos contribuir para seu
crescimento pessoal e pro�ssional.
Muito obrigada e bom estudo!
Unidade 1
A Arte e sua História ao
Longo dos Anos
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o
início de uma grande jornada que vamos trilhar a partir de agora. Proponho, junto
com você, construir nosso conhecimento sobre a arte no contexto escolar, ou seja, a
arte e sua história na educação. Além de conhecer seus principais conceitos e
de�nições.
Conhecer a história da arte pode ser empolgante, pois permite que você visualize a
evolução da própria história da humanidade. Na unidade I, vamos abordar de forma
ampla a arte e sua história ao longo dos anos, através de seu conhecimento, vamos
viajar no contexto da arte, compreendendo como ela foi construída em diversos
períodos. Esta noção é necessária para que possamos trabalhar a segunda unidade
do livro, que discutirá sobre o pressuposto histórico sobre a arte e seu ensino no
Brasil e no Mundo.
A Arte no Período
Paleolítico Superior
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Para darmos início em nosso conteúdo, no primeiro tópico vamos abordar a Arte no
Período do Paleolítico, ao qual se de�ne como o início da arte (História da Arte) e
suas primeiras produções artísticas. A arte desse período vai da Pré-História à Idade
da Pedra Lascada, que tem como surgimento milhões de anos atrás e vem a se
estender até 8.000 a.C.
Porto (2014) destaca que é no período paleolítico superior onde se tem
conhecimento das primeiras manifestações artísticas da humanidade, com as
pinturas rupestres registradas nas paredes de cavernas, como em Lascaux, na
França e em Altamira, na Espanha.
Assim podemos dizer que o período Paleolítico é composto por três períodos, sendo
eles: Idade da Pedra, que segue para o Mesolítico e se estende ao Neolítico (Idade da
Pedra Polida) e, por �nal, a Idade do gelo, mais precisamente no Pleistoceno.
Abordaremos neste contexto como a arte era representada, uma vez que ela é
considerada a arte mais antiga da humanidade, onde seu povo era descrito como
nômades, caçadores e coletores. Os registros eram compostos por gravuras nas
paredes de cavernas, por objetos decorados e esculturas, onde naquela época eles
esculpiam em formas femininas volumosas (ao qual se descrevia e representava a
maneira da fertilidade).Tais esculturas eram esculpidas por meio de rochas, ossos e
madeiras, porém outros tipos de arte foram encontrados, como de forma abstrata,
que é representada por meio de riscos e linhas emaranhadas.
É válido ressaltar que a arte paleolítica é apresentada de uma forma simplista e
natural, como é possível observar na �gura 1.
De acordo com Aguiar (2019), uma curiosidade que se destaca nos trabalhos
realizados em pinturas e também em esculturas é a ausência da �gura masculina.
Uma possibilidade destaca a representação feminina ocorre em decorrência da
crença de que as pequenas estatuetas femininas consistiam em amuletos
relacionados com a ideia da fertilidade, fator este considerado imprescindível à
sobrevivência do grupo. Neste contexto, apresenta-se a vênus de Willendorf:
Figura 1: Pintura rupestre.
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/drawing-ancient-horse-cave-rock-art-636144962
Segundo pesquisadores, os registros da arte do Período Paleolítico não podem ser
comparados com desenhos de crianças, pois a arte dos Paleólogos é denominada
artes leves e de registros simplista.
A arte do período Paleolítico é destacada em algumas localidades do território
brasileiro, no qual alguns sítios de arte rupestre estão sendo localizadas nas regiões
do:
Parque Nacional da Serra da Capivara em São Raimundo Nonato (Piauí)
Parque Nacional Sete Cidades (Piauí)
Cariris Velhos (Paraíba)
Lagoa Santa (Minas Gerais)
Rondonópolis (Mato Grosso)
Peruaçu (Minas Gerais)
Figura 2: Vênus de Willendorf. Altura: 11 em. Encontrada na Áustria. Museu de
História Natural, Viena.
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/venus-willendorf-statuette-exact-copy-original-791551129
Em Piauí, na Serra da Capivara, é onde há a maior concentração desses registros em
grutas. Os desenhos, segundo Behrens (2000), retratam rituais, cenas de lutas, de
sexo, �guras de animais ou mesmo representações geométricas. No entanto, a
autora destaca que diferentemente do que acontece em outros países, a arte
rupestre brasileira não é preservada devidamente, “apesar de se tratar de um
patrimônio histórico, (ou pré-histórico), o descuido, as queimadas e a depredação de
turistas e vândalos têm ameaçado essas obras de arte de valor inestimáveis”
(BEHRENS, 2000, p. 66).
A Arte no Egito
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A civilização egípcia traz uma cultura bem complexa e desenvolvida em sua
organização social, a qual é rica em manifestações culturais. Segundo Proença
(2003), um dos aspectos de maior signi�cância na cultura egípcia é a religião. Porto
(2014, p. 6) corrobora este apontamento ao indicar que para esta civilização “a arte
surgiu a serviço da religião e das crenças religiosas”. Tamanha a in�uência da religião
que alguns estudiosos a�rmam que no Egito Antigo produziu-se uma arte
totalmente dedicada à �gura da morte.
Pode parecer assustador, não é mesmo? Mas não é! Na realidade, isto se deve por
conta de um aspecto cultural, que será melhor compreendido. Inicialmente, é
necessário compreender que a religião era o ponto de embasamento de toda a vida
egípcia. Duarte Júnior (1998) destaca que, além da crença em vários deuses, os
egípcios antigos achavam que tais deuses podiam intervir na história humana.
Também acreditavam em uma vida após a morte e que esta vida era até mais
importante do que a vivida na terra. Invariavelmente, a arte criada por esse povo
re�etia toda essa crença e no desejo de uma vida após a morte.
Diante destes fatos, a arte egípcia concretizou-se inicialmente nos túmulos. Os
túmulos não eram simples abrigos para um corpo sem vida, mas sim deveriam ser
réplicas da casa onde moravam como visto nas tumbas dos faraós (PROENÇA, 2003).
Assim, quando os deuses devolvessem a vida para o corpo morto, ele já estaria em
paz, em meio a suas coisas e particularidades.
As pessoas comuns não tinham todo esse privilégio, nem em vida tão pouco na
morte (PROENÇA, 2003). Elas eram sepultadas em construções comuns, chamadas
de “mastabas”.As mastabas eram edi�cações para abrigar os corpos e deram
origem as construções das grandes pirâmides construídas posteriormente.
REFLITA
“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.
Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”.
Leonardo da Vinci.
As pirâmides eram construídas para demarcar o governo dos faraós, no qual eles
demonstravam seus poderes e governanças por meio de suas grandezas estruturais.
Para Buoro (2003), as pirâmides representavam a grandiosidade e a imponência do
poder político e também religioso. Ainda de acordo com o autor, a primeira pirâmide
a ser construída e dar início ao marco representativo dos faraós foi a pirâmide
Djoser, que foi construída pelo faraó Imhotep. Porém um marco ainda maior foi
registrado na região do deserto de Guizé, com as belas e famosas pirâmides, como a
construção da pirâmide de Quéops, que tem cerca de 146 metros de altura.
Buoro (2003) ressalta que este monumento transcreve o domínio que os egípcios
tinham com suas técnicas de construções, deixando claro assim a sua arquitetura.
Prova disso está na construção de imensas paredes sem nenhum tipo de
argamassa, o que ressalta o domínio da técnica de construção.
Outro ponto diferencial da arte do Egito foi o desenvolvimento de uma escrita de
grande complexidade, os hieróglifos. Está escrita era considerada sagrada, no qual
os caracteres eram registrados em papiro e no interior e fachadas dos monumentos,
seguindo uma técnica bastante rigorosa (PORTO, 2014). Há de se destacar também
a “Lei da Frontalidade”, conforme apontado por Proença (2003), na qual toda
imagem de pessoa ou divindade que é retratada deveria estar com o tronco sempre
de frente. Nesta técnica, a demonstração dos personagens com o tronco de frente
criava uma combinação de visão frontal, o que demonstrava um arranjo combinado
de técnicas.
Figura 3: Mastabas Egípcias.
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/view-mastaba-mereruka-saqqara-egypt-1219923421
A Arte na Grécia Antiga
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte grega retrata toda a história de democracia de seu povo. Para Proença (2003),
o povo grego não se sujeitava às normas de reis autoritários, assim valorizavam
muito as ações e produções humanas, pois para eles a criatura mais importante do
universo era o homem. Strickland e Boswell (2014, p. 20) destacam: “a �loso�a grega
se resumia nas palavras de Protágoras: ‘O homem é a medida de todas as coisas’, o
que salienta a valorização humana.
Desta forma, a arte na Grécia era denominada livre, uma vez que sua produção
cultural permitia que os artistas viessem a criar e explorar a razão e o conhecimento.
Isso não representa que o ato religioso (fé) não tinha importância, tal que ela �cava
muito presente em suas obras retratadas, principalmente em templos religiosos e
arquitetura.
Para os gregos uma das suas principais manifestações artísticas eram representadas
pelas esculturas. A partir de grandes blocos de pedra e mármore, as esculturas eram
esculpidas em forma humana. Assim como suas arquiteturas em que tomavam
formas através de traçados com linhas retas e são utilizadas até os tempos de hoje
para construções de monumentos.
Segundo Deckers (1976, p. 70):
A escultura atinge na Grécia um dos mais elevados padrões de
harmonia plástica. Certamente você já aprendeu que uma das
características peculiares do povo grego é seu grande apreço pelos
valores espirituais unido à justa valorização da beleza e vigor físicos.
Tais valores cultivados na vida cotidiana são o cerne da educação grega
e marcam profundamente a sua arte, sobretudo na escultura. Na
medida em que as técnicas vão-se aperfeiçoando, criam um tipo ideal
de beleza humana, um homem de proporções perfeitas. Este culto da
beleza ideal ao invés de sacri�car contribui para realçar o naturalismo
de suas estátuas. Werner Jaeger um grande (senão o maior)
conhecedor da cultura grega explica: 'Os artistas gregos logram
representar o corpo humano, livre e descontraído, fundados, não na
imitação de movimentos e atitudes individuais, escolhidas ao acaso,
mas sim na intuição das leis que governam a estrutura, o equilíbrio e o
movimento do corpo’. Assim é que, isoladas ou em grupo, as estátuas
gregas primam pela harmonia, ritmo, movimento, proporção e
elegância das formas. (DECKERS, 1976, p. 70).
Os escultores gregos tinham outros propósitos para sua arte. Não tinham a intenção
de simplesmente representar o homem real, mas sim o belo. Isto é visto em diversas
esculturas, onde corpus nus, músculos e jovens eram retratadas.
Com o tempo, além do belo, esses artistas também quiseram representar a ideia de
movimento, a�nal, o ser humano não é estático. Para tal, o mármore e a pedra não
se apresentavam como totalmente adequados, devido o peso e rigidez, sendo que
começou-se a utilizar o bronze como matéria-prima das obras, devido sua leveza e
resistência.
Outro ponto de destaque foi à arquitetura grega, destinava quase que
exclusivamente à construção de templos religiosos, conforme apontam Calabria e
Martins (1997, p. 42):
A arquitetura grega era ligada basicamente aos templos, construídos
com pedras sobre uma plataforma de dois ou três degraus com muitas
colunas para garantir a sustentação do teto. O espaço interno era
pequeno, destinado às margens de deuses e sacerdotes. Os cultos
eram realizados na parte externa. (CALABRIA; MARTINS, 1997, p. 42).
Figura 4: Escultura clássica Discobolus
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/discobolus-classical-sculpture-411615883
A arquitetura grega voltou-se em grande atenção à construção de templos
magní�cos, que se tornaram referências clássicas que são admiradas até nos dias de
hoje (PORTO, 2014). Um ponto de realce na arquitetura grega são as colunas, que
adornadas em diferentes formas são utilizadas até nos dias de hoje, principalmente
em igrejas, salões e museus. Calabria e Martins (1997) destacam três estilos distintos:
Dórico, Jônico e Coríntio, que são vistas na sequência:
Figura 6: Vale dos Templos (Valle dei Templi)
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/valley-temples-valle-dei-templi-temple-1106891756
As ordens dórica e Jônica buscavam por elementos orgânicos e abstratos para
ornamentar as colunas e detalhes das construções, enquanto que os arquitetos da
ordem coríntia utilizam de ornamentos decorativos com inspiração em folhas de
acanto e outras plantas (MEDEIROS, 2013).
Figura 7: Colunas antigas de ordo iônico, dórico e corintiano
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ancient-columns-ionic-doric-corinthian-ordo-520132585
A Arte Romana
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A formação cultural romana tem grande in�uência da arte e cultura grega, por isso,
diversos autores, como Almeida (2010), compreendem esse período histórico como
cultura greco-romana.
Na arquitetura, Proença (2003) destaca que dois elementos, que antes
desconhecidos na Grécia, permitiram aos romanos desenvolver espaços internos
amplos, livres de colunas. Esses elementos são o arco e a abóboda das construções.
“Talvez a contribuição mais importante de Roma tenha sido nas áreas de arquitetura
e engenharia. Os construtores romanos não só desenvolveram o arco, a abóboda e o
modo, como foram pioneiros no uso do concreto” (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p.
25).
Antes da invenção do arco, havia uma limitação de tamanho entre uma coluna e
outra, pois este tamanho não podia ser muito grande, devido à tensão sobre as
vigas. Como a pedra era um dos principais materiais utilizados nas construções, e ela
não suporta grandes tensões, era preciso o uso de muitas vigas. A utilização do arco
possibilitou construir-se espaços mais amplos, resolvendo o problema da sobrecarga
em vigas e colunas.
A arquitetura romana também trouxe destaque na construção de prédios,
monumentos, templos, que utilizando dos arcos e abóbadas possibilitava abrigarum grande número de pessoas. Como destaque da construção arquiteta romano,
tem-se o Coliseu, em Roma.
Figura 9: Construção em arco
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/imposing-walls-roman-triumphal-arch-amphitheater-376265683
“O an�teatro conhecido como Coliseu, concluído em 82 d.C. pelo imperador
Domiciano, apresenta-se como uma das mais importantes construções romanas: ele
podia abrigar 40 mil pessoas sentadas e mais 5 mil em pé” (PORTO, 2014). Tal relato
representa a grandiosidade desta construção romana e a sua imponência.
Outro ponto de destaque da manifestação da arte romanas são as pinturas, que
segundo Almeida (2012), pode ser de�nida em quatro estilos:
No primeiro estilo as pinturas eram feitas em blocos de gesso, o que dava a
impressão de uma pintura feita sobre mármore.
No segundo estilo, os artistas perceberam ser desnecessária a utilização do
gesso, conseguindo assim, a ilusão de profundidade e de janelas abertas e
demais saliências da pintura mural.
No �nal do século I a.C., deu-se início ao terceiro estilo, o qual valorizava os
pequenos detalhes, mas sem buscar a perfeição ou a realidade. Esse fato deu
abertura ao quarto estilo.
O quarto estilo da pintura romana voltou-se para a tentativa de representar
mediante a arte a ideia de perfeição e beleza. Estilo, facilmente percebido nas
esculturas e na riqueza de detalhes das pinturas.
Proença (2003) destaca que os pintores romanos buscavam misturar realismo e
imaginação, destacando o uso do colorido, da delicadeza e da precisão nos detalhes,
sendo que suas obras ocupam até hoje grandes espaços nas construções,
Figura 10: Coliseu Romano
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/colosseum-rome-sunrise-italy-europe-542649196
complementando ricamente a arte.
A Arte Bizantina
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte bizantina tem seu berço em um cenário histórico de sucessivas invasões e
guerras. No entanto, segundo Proença (2003), o que acabou sendo denominado de
Império Bizantino é fruto da divisão do Império Romano do Ocidente e do Império
Romano do Oriente. O Ocidente, com a capital Roma, foi vítima de invasões
bárbaras que o fez cair completamente no poder dos invasores. Já o Império do
Oriente conseguiu manter sua hegemonia política até a Idade Moderna.
Enquanto Roma era devastada por bárbaros e declinava-se em ruínas, Bizâncio se
tornou uma grande civilização, integrando a arte cristã como as premissas da Grécia,
pautada na riqueza de cores (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). A arte bizantina tinha
um objetivo: expressar a autoridade absoluta de seu imperador e demonstrar seu
poder, luxo e riqueza.
Assim, tal como a arte egípcia, a arte bizantina também utilizava os princípios da
frontalidade. No entanto, os objetivos eram diferentes. Para Proença (2003) a postura
rígida da �gura leva o observador a uma atitude de respeito e veneração pelo
personagem representado. Outras regras foram criadas pelos sacerdotes para os
artistas. Por exemplo, o lugar determinado de cada personagem sagrado na
composição do quadro ou tela e como deveriam ser os gestos, as roupas e os
símbolos destes personagens.
Podemos perceber, com isso, que pouco, ou nenhum espaço havia para a
criatividade
SAIBA MAIS
Você sabia que o Museu da Arte Moderna de São Paulo (MAM), é um
dos mais importantes museus da Instituição Culturais do Brasil,
Localiza-se sob a marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo, em um
edifício inserido no conjunto arquitetônico projetado por Oscar
Niemeyer em 1954 e reformado por Lina Bo Bardi em 1982 para abrigar
o museu. Ele contém um acervo se mais ou menos 5.000 peças, onde a
maioria foram produzidos por Artistas Brasileiros.
Este é um espaço onde todos podem vir a ter acesso.
ACESSAR
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lina_Bo_Bardi
https://mam.org.br/colecao/
nas representações artísticas. No entanto, o que limitava a arte em seus temas, não
limitava em suas técnicas. Uma das técnicas mais apreciadas ainda na atualidade
tem suas origens na arte Bizantina.
“Uma das maiores formas de arte, o mosaico surgiu durante os séculos V e VI em
Bizâncio” (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 33). Os mosaicos e vitrais, com a
utilização de diversas pedrarias, vidro coloridos em variada escala de cores, estão
presentes em diversos países e culturas, demonstrando a aprovação e a extensão da
cultura bizantina. Segundo Calabria e Martins (1997), a palavra “mosaico” tem origem
na palavra grega mouseion, a mesma que deu origem à palavra música, que
signi�ca próprio das musas. É uma forma de arte decorativa milenar. Na sua
elaboração foram utilizados diversos tipos de materiais e teve diferentes aplicações
através dos tempos.
Figura 11: Imperador Justiniano
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ravenna-italy-september-19-2018-byzantine-1193330338
A Arte Gótica
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A partir das transformações econômicas provocadas pelo comércio, que ocorreram
no início do século XVI, o foco da vida social se transferiu do campo para a cidade.
Com isso, uma nova arquitetura apareceu nas cidades da Europa, sendo chamada
desdenhosamente de gótica. Segundo Proença (2003), o termo gótico era usado,
pois suas manifestações artísticas tinham uma aparência tão rude que parecia ter
sido criada pelos godos: povo bárbaro que invadiu o Império Romano. Com o passar
do tempo, o termo gótico perdeu seu caráter depreciativo e passou a fazer parte de
um número maior de edi�cações europeias.
Rivalizando com as construções gloriosas da Grécia e Roma da antiguidade, a
catedral gótica adotou uma ousada tecnologia, onde construtores medievais
ergueram construções de grande elaboração, com interiores que atingiam alturas
sem precedentes no mundo da arquitetura (STRICKLAND; BOSWELL, 2014). Um dos
maiores símbolos da arquitetura gótica é a Catedral de Notre Dame, na França. A
característica mais marcante dessa obra, segundo Proença (2003), é a abóboda de
nervuras. Ela é muito diferente da abóboda de arestas adotada pelo estilo romântico
porque deixa à mostra os arcos que formam sua estrutura. A seguir, uma imagem
ilustrativa da abóboda de nervuras da Catedral de Notre Dame:
Strickland e Boswell (2014, p. 36) destacam a importância deste estilo de construção:
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/paris-france-october-04-2017-interior-745547653
As catedrais góticas eram um símbolo tão importante de orgulho cívico
que o pior insulto para a cidade era um invasor pôr abaixo a torre da
catedral. A devoção coletiva por esses prédios era tão intensa que todos
os segmentos da população participavam da construção. Cavalheiros e
damas, em contemplativo silêncio, trabalhavam lado a lado com
açougueiros e pedreiros, empurrando carrinhos de mão cheios de
pedras. Edi�cações tão complexas levavam literalmente séculos para
serem construídas – a Catedral de Colônia levou seis séculos – o que
explica por que algumas parecem uma miscelânea de estilos
sucessivos. (STRICKLAND; BOSWELL, 2014, p. 36).
No entanto, a arte gótica não despontou apenas na arquitetura. Nas esculturas
também deixou suas características marcantes, diferenciando-se novamente do
romantismo.
A escultura desse período também estava associada à arquitetura. Segundo
Almeida (2010) os trabalhos esculturais adornavam e enriqueciam os portais,
umbrais e o interior de grandes construções. Um exemplo destas esculturas são os
trabalhos de Chartres, com data do início do período gótico, bem como as imagens
da Catedral de Reims, do alto período gótico, demonstrando a evolução da arte
medieval (STRICKLAND; BOSWELL, 2014)
Plasticamente, as estátuas góticas pretendiam demonstrar a impressão de vigor,
mas que também trouxesse um equilíbrio entre a força e a delicadeza. Outro
aspecto fundamental das esculturas desse período, conforme destacado por
Proença (2003), traz a naturalidade como uma das características mais marcantes.Observe a imagem da escultura a seguir, conhecida como Nobre Uta. Com a mão
direita, que está apenas sugerida pela veste, ela parece aconchegar o rosto na gola
de sua capa. “O mais surpreendente dessa tendência naturalista é conseguir retratar
com perfeição a pose momentânea de uma pessoa real” (PROENÇA, 2003, p. 71).
Figura 12: Nobre Uta
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/watercolor-gothic-sculpture-125094926
A Arte no Renascimento
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A Renascença teve início no começo dos anos 1400 em Florença, se estendendo à
Roma e Veneza e, por volta de 1500, ao restante da Europa, abrangendo diversos
países como a Alemanha, França, Países Baixos, Espanha e Inglaterra (STRICKLAND;
BOSWELL, 2014). O termo Renascimento é utilizado para designar um intenso
período de produção cientí�ca e cultural, com o objetivo, segundo Proença (2003),
de reviver os ideais da cultura greco-romana, ocorrendo como um movimento
intelectual na tentativa de resgatar os valores humanos. Esse movimento intelectual,
chamado de humanismo, pregava em amplo sentido a valorização do homem e da
natureza em oposição ao divino e sobrenatural.
Porto (2014) destaque que o movimento do Renascimento trouxe um despertar de
entusiasmo após a inatividade da época Medieval, trazendo diversas possibilidades
cientí�cas e criativas a serem explorados pelo homem.
Muitos artistas desta época são conhecidos e apreciados até hoje: Leonardo da Vinci
(1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Rafael Sanzio (1483-1520), Sandro
Botticelli (1444-1510) e diversos outros nomes. Todos eles manifestaram as principais
características da pintura renascentista: o realismo.
Com as inovações de técnicas e a descoberta das obras de artes, durante a
renascença foi possível a utilização de novos estilos para se representar a realidade,
Strickland e Boswell (2014) destacam quatro grandes avanços de pintura foram:
pintura a óleo em telas esticadas; o uso da perspectiva; o uso da luz e sombra, e as
composições piramidais na pintura.
Uma das obras de grande destaque é O Nascimento de Vênus, que pode ser
observado a seguir.
Nascimento de Vênus é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli. A pintura
mostra a Vênus surgindo nua de uma concha sobre as espumas do mar. A obra
ainda apresenta Zé�ro, o vento do Oeste, assoprando na direção da deusa,
acompanhado pela ninfa Clóris. À direita de Vênus, há uma Hora (deusas das
estações) que lhe entrega um manto com �ores bordadas.
Outra obra que não pode deixar de ser mencionada neste período é a Mona Lisa de
Leonardo da Vinci. A personi�cação do “homem da Renascença” foi da Vinci, com
talentos múltiplos, chegando perto do ideal deste estilo de arte. “Se Mona Lisa de
Leonardo é o retrato mais famoso, seu afresco A última ceia é a pintura religiosa
mais venerada há cinco séculos” (STRICKLAND E BOSWELL, 2014, p. 43).
Porto (2014, p. 16) também destaca a importante de da Vinci: “É impossível falar de
Renascimento sem mencionar Leonardo da Vinci, um homem à frente de seu
tempo que transformou tanto o rumo das artes quanto o da ciência”.
Figura 13: Nascimento de Vênus
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/france-circa-2008-postage-stamp-printed-166561178
Figura 14:  Leonardo da Vinci (1452 - 1519) "Mona Lisa"
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/leonardo-da-vinci-1452-1519-mona-93004429
Diversos outros artistas e obras merecem destaque neste período, como:
Michelangelo, e sua escultura Pietà, o afresco A Criação de Adão na Capela Sistina;
Rafael e sua obra-prima da Escola de Atenas, no Vaticano, Roma; entre outros. O
artista dessa época não se vê mais como um simples observador do mundo,
subordinado às ditosas regras da Igreja. Ele se enxerga como a expressão mais
grandiosa do próprio Deus. E assim, o mundo e a realidade devem ser
compreendidos cienti�camente e não apenas admirados.
Figura 15: Santa Ceia
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/prague-czech-republic-october-13-2018-1213653175
A Arte Barroca
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte barroca tem origem na Itália, mas se espalhou por diversos países da Europa
(BARBOSA, 2002). Cada país trouxe suas especi�cidades e detalhes de acordo com a
cultura e as personalidades dos artistas, entretanto algumas características
mantiveram-se em comum. A arte barroca trouxe estilo e técnicas que valorizavam
ricos materiais, pinturas grandiosas e espetaculares que traziam grande emoção à
perspectiva protestante (GRAHAM-DIXON, 2013).
Na arte barroca, o que se predominam são emoções, sentimentos e sensações. A
pintura ainda se encarrega da função realista, mas agora, não deseja apenas
representar somente a realidade de nobres, reis e rainhas, mas sim a vida e
atividades do povo simples e camponês são retratadas pelo colorido das telas
barrocas. Segundo Corroborando esta ideia, Strickland Boswell (2014, p.54)
apresentam a compreensão: “A arte barroca conseguiu casar a técnica avançada e o
grande porte do Renascença com a emoção, a intensidade e a dramaticidade do
maneirismo, fazendo do estilo barroco o mais suntuoso e ornamentado na história
da arte”.
O movimento barroco se expandiu para a França, na qual a pintura adotou temas
não religiosos, como tranquilas paisagens habitadas por divindades pagãs
(STRICKLAND BOSWELL, 2014). Diversos outros países Europeus tiveram destaque
neste tipo de arte, como Inglaterra, Holanda e Espanha e, dentre os artistas desse
período, podemos destacar Caravaggio, que, apesar de uma vida curta e
conturbada, rompeu com a tradição maneirista, trazendo solidez e um novo peso à
cultura (GRAHAM-DIXON, 2013). É considerado o pintor um dos mais original do
século XVII, com diversas obras, como a Madonna di Loreto (STRICKLAND BOSWELL,
2014).
Figura 16: Madonna di Loreto
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rome-italy-december-2018-pilgrims-madonna-1264684759
Já no Brasil, a arte Barroca inicia no século XVIII e segundo Almeida (2010) está
associada à religião católica. Como representante principal do período, podemos
contar com as riquíssimas obras do Mestre Antônio Francisco Lisboa, mais
conhecido como Aleijadinho.
Segundo Proença (2003, p. 196) duas linhas diferentes caracterizam o barroco
brasileiro:
Nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração,
encontramos Igrejas com trabalhos em relevo feitos em madeira, as
talhas recobertas por �na camada em ouro, com janelas, cornijas e
portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. Já nas
regiões onde não existiam nem açúcar nem ouro, a arquitetura teve
outra feição. Aí as Igrejas apresentam talhas modestas e trabalhos
realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que
vinham das regiões mais ricas da época. (PROENÇA, 2003, p. 196).
Assim, podemos notar que as regiões geográ�cas receberam diferentes in�uências
de técnicas, materiais e produção, inclusive devido à situação econômica do local. O
Estado de Minas Gerais possui uma região histórica, que abrange Ouro Preto,
Tiradentes, Mariana e outras cidades, que possuem igrejas, praças, monumentos e
fachadas que são arte nacional deste movimento.
Figura 17: Ouro Preto, Minas Gerais
Fonte: acesse o link Disponível aqui
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ouro-preto-minas-gerais-brazil-january-1618645138
Ainda assim, poucas obras da arte barroca são conhecidas. Outros artistas, além do
Mestre Aleijadinho, também �zeram parte desse período da arte brasileira e não
têm suas obras ainda reveladas para apreciação. Só isto, já serviria como tema de
uma rica e importante pesquisa para se fazer com os alunos.
As informações apresentadas até o prezado momento foram expostas para se
contextualizar o tema, pois são importantes para que possamos compreender o
estudo da Arte no Contexto Escolar.   Os conceitos na primeiraunidade foram
descritos de maneira abrangente, para que pudessem assim ter o entendimento de
como surgiu a arte e suas diversas fases e desdobramentos que ocorreram ao longo
do tempo.
Quando falamos de arte, destacamos um conceito muito abstrato, que transcende a
criação de obras de caráter estético, sendo uma forma do ser humano expressar os
seus sentimentos, emoções e pensamentos. Assim, é preciso analisarmos  a história
da arte, como ela evoluiu e também as manifestações artísticas que compõem a
histórias das sociedades.
Boa leitura e bons estudos.
Costa (2013) descreveu sobre a vocação de São Mateus, de Michelangelo,
contando assim sobre sua breve trajetória.
Válido conhecer essa breve escrita.
ACESSAR
Conclusão - Unidade 1
https://www.academia.edu/43997644/A_Voca%C3%A7%C3%A3o_de_S%C3%A3o_Mateus_a_arte_de_Caravaggio_na_Contra_Reforma_do_s%C3%A9culo_XVI
Livro
Filme
ACESSAR
https://youtu.be/RXjptJpdEBA
Unidade 2
Pressupostos Históricos
Sobre a Arte e seu Ensino
no Brasil e no Mundo
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Olá aluno (a)!
Conforme trabalhado na Unidade I, descrevemos sobre a história da arte, como ela 
foi se transformando ao longo dos tempos e quais foram seus períodos. Avaliamos 
assim um conteúdo inicial, mas que deixou um gostinho de quero mais, aquela 
vontade de conhecer e se aprofundar sobre a arte e sua bela trajetória.
Na unidade II, vamos conhecer um pouco mais sobre a arte e a importância dela ser 
abordada e desenvolvida nas escolas. Também vamos conhecer sobre as Leis e suas 
Diretrizes, sobre o BNCC. Falando nisso, você sabe o signi�cado destas siglas? Fique 
por dentro deste conteúdo, pois vamos descobrir junto o seu signi�cado e a 
importância que ela tem em nosso contexto escolar.
Então vamos embarcar neste conteúdo produzido com bastante apreço.
Bons estudos!
O que é Ensinar Arte e o
Por que da Arte
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas
e marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade
curricular. As aulas iam desde traçados a copiar formas geométricas, porém nas
aulas de arte a criança não tinha sua identidade abordada, uma vez que ela não era
considerada produtora e, por isso, cabia ao professor dirigir seu trabalho e
demonstrar o que deveria ser feito.
Neste contexto, �ca a pergunta: Por que ensinar arte na escola?
A arte vai além do simples ato de desenhar e do pintar, ela é uma maneira de
estimular e de desenvolver a coordenação motora, tem um papel natural cognitivo
de desenvolver a criatividade e autocon�ança, ou seja, tem a capacidade de auxiliar
na formação da identidade das crianças, fomentando a maneira de pensar e agir.
Desta maneira, a arte precisa estar presente nas salas de aulas no período letivo.
Bosi (2000, p. 13) compreende a arte da seguinte maneira:
A arte é um conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se
transforma a matéria oferecida pela natureza e pela cultura. Nesse
sentido, qualquer atividade humana, desde que conduzida
regularmente a um �m, pode chamar-se artística. Para Platão, exerce a
arte tanto o músico encordoando a sua lira quanto o político
manejando os cordéis do poder, ou no topo de escala dos valores, o
�lósofo que desmascara a retórica sutil do so�sta e purga os conceitos
de toda ganga de opinião e erro para atingir a contemplação das ideias.
(BOSI, 2000, p. 13).
Neste sentido, conforme Senna (2015, p.1) destaca, a arte na escola não se limita ao
ato de pintura e de desenho, ela é muito mais ampla e abrangente, está presente na
música, no cinema, na TV, na publicidade, na arquitetura e em muito outros campos
e áreas. Assim, todas estas áreas podem e devem ser exploradas com criatividade
pelo professor, enriquecendo todo o processo de construção do conhecimento.
Os professores nos tempos atuais vêm levando para a sala de aula algo dinâmico e
que venha representar a arte como ela deve ser vista, compreendida e deixando
assim o aluno ser o artista de seu próprio conteúdo. Assim, o aluno ganha
protagonismo neste processo de aprendizagem, com maior estímulo no
desenvolvimento de habilidades e capacidades.
Barbosa (1991, p. 4-5) nos auxilia a iniciar nossa análise sobre as contribuições da arte
para a educação a�rmando que:
A arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país
que se desenvolve [...]. Não é possível uma educação intelectual, formal
ou informal, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral
da inteligência sem o desenvolvimento do pensamento divergente, do
pensamento visual e do conhecimento representacional que
caracterizam a arte. Se pretendemos uma educação não apenas
intelectual, mas principalmente humanizada a, a necessidade, da arte é
ainda mais crucial para desenvolver a percepção e a imaginação, para
capturar a realidade circundante e desenvolver a capacidade criadora
necessárias à modi�cação dessa realidade (BARBOSA, 1991, p. 4-5).
Dessa forma, vemos a importância da arte na fundamentação da educação, com as
possibilidades do desenvolvimento da criatividade, imaginação e emoções nas
crianças, o que, consequentemente, auxilia em todo o processo educacional.
Podemos perceber que a arte está presente desde em ações mais banais de nossa
vida cotidiana até em complexas elaborações que exigem raciocínio, lógica,
imaginação, criticidade. Como nos a�rma Barbosa (1991), esta disciplina contribui
para o desenvolvimento dos processos de pensamento e aquisição de atitudes, cuja
utilidade e alcance transformam o aluno, pois proporciona con�ança, capacidade de
análise e visão ampla da realidade.
Mas ainda sim nos questionamos como a arte pode fazer parte na formação
humana. Podemos a�rmar que não apenas a arte, mas também a educação tem
um vasto potencial neste quesito de transformar o conhecimento. A arte, aliada a
educação, pode proporcionar a inserção cultural e social.
Isso é possível, mediante a construção de um novo conhecimento. Neste momento
podemos utilizar o método Piaget, que acredita que o conhecimento é sim
resultado de uma construção contínua de mediação entre sujeito e o objeto,
abrangendo tanto o físico quanto o social. Neste quesito, o indivíduo não aprende
apenas como se fosse um armazenador de milhões de informações para serem
guardadas em um baú (depósito de informações), mas sim como um ser atuante,
re�exivo e responsivo.  
Nesse contexto, no processo de construção do conhecimento o indivíduo é um
sujeito ativo, que aprende através do desenvolvimento e por meio do objeto de
atuação da arte. É, portanto, neste ponto que consideramos fundamental a
participação da arte no processo da construção do seu pensamento.
O ato criativo, segundo Chagas (2009), é um processo que sempre traz algo da
pessoa que o executa. Uma pintura, por exemplo, por mais que uma pessoa tente
fazê-la igual à outra, nunca o será, sempre apresentará algo diferente, novo e
especí�co. Como processo de criação do novo, a arte favorece a superação do que é
igual, comum da reprodução. Ou seja, a arte favorece a construção de novos
conhecimentos.
De acordo com Souza (2010, p. 3):
O objetivo a que se propõe o Ensino da Arte, em toda a sua
especi�cidade prevista na forma de lei, é essencial para a construção
da cidadania. O ensino da arte trata de relacionar sentimentos,
trabalhar aspectos psicomotores e cognitivos, planejar e implementar
projetos criativos e se engajar emocionalmente neles, num
permanente processo re�exivo. (SOUZA, 2010, p. 3).
Ressalta-se o impacto do ensino da arte na construção das habilidades do indivíduo,
em sua atuação como cidadão. Assim, incluir a arte no processo de ensino é um
e�ciente recurso para desenvolver a capacidade criativa dos alunos.
Lippe (2006, p. 5) destaca sobre o ensino da arte: “Podemos dizer que o ensino da
arte favorece a formação da identidade do jovem e da criança, tornando-os cidadãos
engajados, por meio da aquisição de competências culturais e sociais no mundo em
que estão inseridos”.
SegundoChagas (2009) nos informa, a obrigatoriedade do Ensino da arte no Brasil,
que engloba artes plásticas, educação musical e artes cênicas, só foi incluída no
currículo em 1971, através da lei 5.692, e ainda assim os professores não tinham
formação especí�ca.
Vemos que não faz tanto tempo assim que a arte teve seu reconhecimento no
processo de educação e formação de ensino. Além disso, diante deste contexto
educacional, outros pontos precisaram ser veri�cados, como a preparação dos
professores para exercerem um ensino de qualidade, além da estruturação de novos
cursos e instituições de ensino. Na sequência, veremos alguns parâmetros
curriculares nacionais para a sustentação do ensino da arte.
Arte e Educação Segundo
os Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino de
Arte
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Com relação aos referenciais curriculares nacionais, podemos encontrar diversas
sugestões para que os professores que atuam na Educação Infantil possam
trabalhar. Juntamente com o PNE (Plano Nacional de Educação), podemos
acrescentar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao qual veio para agregar o
plano de ensino, contribuindo assim com a complementação adequada, aos seus
reajustes e planejamento. Segundo o plano curricular, a Educação Infantil deve ser
trabalhada em um contexto capaz de propiciar às crianças o acesso a elementos
culturais que contribuam para o próprio desenvolvimento como indivíduo e
também para a interação delas na sociedade.
Neste contexto, vamos debater um pouco sobre como nasceram as bases
curriculares (como foram atribuídas às leis), e de acordo com a Constituição Federal
de 88, surgiu a LDB (Lei de Diretrizes Básicas) de 96, que foi adotada através da
determinação e adoção de uma base comum para a educação básica. Nos meados
de 1997 foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais, determinando
assim cada disciplina com seu currículo escolar, com isso a BNCC, foi contemplada
com o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014. A versão �nal que foi aprovada
em 2017, acabou entrando em vigor entre os anos de 2018 e 2020, através das
aprovações do MEC (Ministério da Educação).
A Base Nacional Comum Curricular consiste em um documento de abrangência
normativa para a de�nição de um conjunto progressivo de aprendizagens
necessárias e fundamentais para que todos os alunos possam desenvolver suas
habilidades e essências ao longo das etapas e processos da educação básica.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) de�ne que
a Base deve direcionar os currículos das instituições de ensino federativas, bem
como as propostas pedagógicas da educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio. Há a preocupação de estruturar as competências, habilidades e
conhecimentos que os estudantes devem desenvolver ao longo de toda a sua
jornada acadêmica. Além disso, os princípios éticos e políticos compelidos pelas
diretrizes curriculares nacionais da educação, devem direcionar a educação
brasileira para uma formação humana, em uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
Nesta abrangência, Chagas (2009) a�rma que a aula de arte, muitas vezes, é
considerada nas escolas como um passatempo, ou simplesmente um momento de
lazer. A mesma ainda aponta que muitas instituições de educação infantil utilizam
os recursos da arte somente para enfatizar datas comemorativas, produzindo
lembrancinhas para o dia das mães, pais entre outras datas. O que precisa ser revisto
e repensado frente à importância da arte, bem como destacado pela BNCC.
Em muitos casos, professores são desvalorizados e a arte �ca com uma visão
errônea, as produções das crianças �cam desvalorizadas, retratadas como meras
lembrancinhas que acabam não envolvendo a capacidade de criar, de o aluno
pensar, re�etir e produzir.   É necessário, então, a princípio, uma conscientização,
valorização e contribuição da arte na educação, onde o próprio professor também
deve atribuir mais signi�cados e responsabilidades ao seu papel de educador e
transmissor do conhecimento do mundo da arte e cultura.
Chiovatto (2000, p. 39) a�rma que “Os professores de arte sentem necessidade de
aperfeiçoamento ao lidarem com a própria insegurança. Isso os mobiliza a buscar
ampliar seus conhecimentos e desenvolver a si próprios”. Vemos uma questão muito
mais ampla, a necessidade de capacitação e aprimoramento também por parte dos
professores, visto as exigências na qualidade de ensino. É preciso reforçar a
importância do papel do professor neste processo.
Compreendemos que para ministrar uma boa aula o professor necessita estar
seguro perante o conteúdo a ser desenvolvido em sala de aula, isto é, ele precisa
dominar o assunto de tal maneira que as discussões sejam produtivas e orientar o
processo de descobertas por parte dos alunos, porém ainda hoje percebemos uma
preferência por temas e técnicas de artes fáceis, para se desenvolver juntamente
com a criança.
Precisamos compreender que o trabalho com a arte vai muito além do que é fácil ou
complexo. Segundo Chiovatto (2002, p. 43), a arte que ensinamos “é apreciável
através de um conjunto de objetos, imagens e ideias que participem das mais
complexas ações da humanidade”.
Esses objetos, imagens e ideias podem até parecer simples, mas apenas
aparentemente, pois intimamente, representam aquilo que chamamos arte. A partir
de então, passam a fazer parte de uma categoria diferenciada dos demais objetos e
coisas produzidas pelos homens. Isso signi�ca que a arte não está somente na
imagem, ou no objeto, mas sim em seu signi�cado pessoal, cultural e temporal.
Podemos ressaltar que considerando os Parâmetros curriculares Nacionais,
conseguiu-se reestruturar a proposta curricular, reforçando a importância do projeto
educacional e os seus desdobramentos. A melhoria da qualidade da educação é de
responsabilidades de todos os que estão envolvidos neste processo de construção
da educação.
Ainda podemos salientar que o BNCC veio para enriquecer ainda mais, ou seja, ela
veio para uni�car as diretrizes da base da educação básica, e tem como meta
orientar na construção do Currículo da Educação Básica das escolas brasileiras,
públicas e privadas. A base busca atender as exigências dos estudantes,
preparando-os para que sejam protagonistas da sociedade, assim, deve-se
assegurar os direitos de ensino e aprendizagem para o desenvolvimento dos alunos,
conforme de�nido no plano nacional de educação. Portanto, a Base pode ser
compreendida como um conjunto de direcionamentos para nortear as equipes
pedagógicas no planejamento e estruturação dos currículos pedagógicos.
Segundo Peres (2017, p. 27), vários especialistas, de todas as áreas do conhecimento,
presente no currículo atual da Educação Básica, foram convocados para traçar os
conhecimentos essenciais aos quais todos os estudantes brasileiros têm direito  de
ter acesso e se apropriar durante sua trajetória na Educação Básica, ano a ano, desde
a creche até o �nal do Ensino  Médio.
Para Chiovatto (2000), o professor deve estar atento às possibilidades de
incorporação do conteúdo artístico pelos alunos. Ele deve intervir para potencializar
o encontro do aluno, com a obra de arte nas diferentes instâncias envolvidas em sua
compreensão. Deverá, ainda, oferecer informações capazes de contextualizar a obra,
ou seja, de dar sentido e estímulo para que o aluno re�ita e interaja. Essa interação
do aluno com a arte é o que permite a recriação da obra, seja de forma estética,
plástica ou apenas intelectualmente, podendo assim, avançar, transformar.
Os Objetivos Gerais de Arte
para o Ensino Fundamental
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
O ensino da arte no ensino fundamental dá sequência às vertentes desenvolvidas na
educação infantil, a grande diferença é que a criança está mais desenvolvida e mais
experiente, possui novos anseios e necessidades. Um olhar mais apurado da arte é
visto nesta fase do ensino, o que é preciso ser considerado no momento de ensinar
as crianças.
Lippe (2016) indica que, seguindo as diretrizes dosparâmetros curriculares nacionais,
alguns objetivos do ensino da arte devem ser destacados e proporcionar aos alunos:
Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de
busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a
emoção, a sensibilidade e a re�exão ao realizar e fruir produções
artísticas; 
Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em
artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e
conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais; 
Edi�car uma relação de autocon�ança com a produção artística
pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e as
dos colega, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de
procedimentos e soluções; 
Compreender e saber identi�car a arte como fato histórico
contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e
podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as
demais do patrimônio cultural e do universo natural, identi�cando a
existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos; 
Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e
curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e
apreciando a arte de modo sensível; 
Compreender e saber identi�car aspectos da função e dos resultados
do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de
aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista; 
Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com
artistas, documentos, acervo nos espaços da escola e fora dela (livros,
revistas, jornais, ilustrações, dispositivos, vídeos, discos, cartazes) e
acervos públicos (museus, videotecas, cinematecas), reconhecendo e
compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções
estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias (BRASIL,
1997b, p. 39)
Vemos assim uma série de objetivos a serem buscados com o ensino da arte no
ensino fundamental, ressaltando-se a necessidade de proporcionar ao aluno uma
vivência com diversas formas e modelos de arte. O desenvolvimento do pensamento
artístico apresenta um caráter cognitivo construtivo, que engloba o
amadurecimento de valores pela criança, bem como estímulo e construção de sua
personalidade.
O conhecimento sensorial precisa abordado neste processo, conforme é destacado
por Souza (2010, p. 4):
Ao invés de consumir grandes quantidades de conhecimento escolar,
que será esquecido logo após as provas, o ensino de Arte reivindica
para si, através de um trabalho prático, orientado para a ação, ancorar o
conhecimento sensorial que envolve todos os sentidos: visão, tato,
olfato, audição, gustação. Onde o ensino tradicional promove o
pensamento linear, casual, a arte oferece pensamento em rede,
discursivo e trabalha com a inteligência emocional. A tentativa é a de
superar um discurso modernista em que razão/sentimento, corpo/alma
são tratados de uma forma dicotômica. (SOUZA, 2010, p. 4).
Você se lembra o que aprendia nas aulas de artes quando tinha em volta de 10 anos?
Apenas era dado papel e lápis para desenhar ou também era incentivado (a) a
desenvolver outras habilidades e sensibilidades relacionadas à arte?
É preciso que o ensino da arte abranja também a socialização humana, despertando
o interesse dos alunos e desenvolvendo o processo criativo e também de
autoconhecimento.
Brasil (1997, p. 42) ressalta como conteúdos gerais do ensino fundamental em arte
são:
A arte como expressão e comunicação dos indivíduos;
Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal, técnicas,
materiais e procedimentos na criação da arte;
Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões;
Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional,
nacional e internacional: produções, reproduções e suas histórias;
A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as produções e suas
formas de documentação, preservação e divulgação em diferentes culturas e
momentos históricos.
Lippe (2006) destaca que é preciso compreender a arte como uma integração entre
as pessoas e agentes envolvidos na educação com a cultura, fazendo dos recursos
artísticos formas de desenvolver a capacidade de expressão.
Neco e Roim (2015) apontam que a arte no ensino fundamental, mesmo dividindo
espaço na grade curricular com outras matérias e possuindo menor quantidade de
aulas do que em anos anteriores de ensino, possui grande importância e impacto
sobre as crianças pode abordarem novos conhecimentos, destacando-se novas
habilidades com cores, poesia, música, cultura, interpretações, entre outros.
Vemos assim, a gama de diversidade a ser desenvolvida pelas aulas de artes,
trabalhando um conteúdo amplo e de grandes valores educativos. O conhecimento
da arte possibilita perspectivas para que o aluno possa interpretar o mundo ao qual
está inserido.
Portanto, podemos compreender que a arte e suas atividades pedagógicas no
ensino fundamental são muito mais do que atividades recreativas e passatempos,
mas detêm grande sentido de ensino aos alunos. A arte é capaz de desenvolver a
criatividade e a sua expressão.
SAIBA MAIS
Você sabia que a arte nas escolas é de fundamental importância, assim
como as demais disciplinas a arte se tornou importante, pois trabalha o
cognitivo da criança, desenvolve seu potencial, além de mostrar para a
própria criança e ao pro�ssional da educação, a tamanha
responsabilidade que ele adquiriu.
Assim como mostra uma pesquisa desenvolvida pelo XI Congresso
Nacional de Educação, com o tema Uma Re�exão sobre o ensino da
Arte nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
ACESSAR
REFLITA
De acordo com Saviani (2009, p.7), “uma pedagogia que advoga um
tratamento diferencial a partir da descoberta das diferenças individuais.
Eis a ‘grande descoberta’: os homens são essencialmente diferentes;
não se repetem; cada indivíduo é único”.
https://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/7679_6390.pdf
E assim chegamos ao �nal de mais uma unidade, sendo que ela veio debater três
tópicos importantes, sendo elas: “O que é ensinar arte e o por que da arte”, pois
durante muitos anos, o ensino da arte era visto e resumido a tarefas pouco criativas e
marcadamente repetidas, de uma maneira que era desvalorizada na grade curricular,
sendo que as aulas pouco tinham continuidade em seu ano letivo. As aulas iam desde
traçados a copiar formas geométricas, porém nas aulas de arte a criança não tinha
sua identidade abordada, uma vez que ela não era considerada produtora e, por isso,
cabia ao professor dirigir seu trabalho e demonstrar o que deveria ser feito.
Tendo como segundo tópico: “Arte e Educação segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais para o ensino de Arte”, com relação aos referenciais curriculares nacionais,
podemos encontrar diversas sugestões para que os professores que atuam na
Educação Infantil possam trabalhar. Juntamente com o PNE (Plano Nacional de
Educação), podemos acrescentar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ao qual
veio para agregar o plano de ensino, contribuindo assim com a complementação
adequada, aos seus reajustes e planejamento. Segundo o plano curricular, a Educação
Infantil deve ser trabalhada em um contexto capaz de propiciar às crianças o acesso a
elementos culturais que contribuam para o próprio desenvolvimento como indivíduo
e também para a interação delas na sociedade.
E, para �nalizar, abordamos também o tópico que fala sobre: “Os objetivos gerais de
Arte para o Ensino Fundamental”, o ensino da arte no ensino fundamental dá
sequência às vertentes desenvolvidas na educação infantil, a grande diferença é que
a criança está mais desenvolvida e mais experiente, possui novos anseios e
necessidades. Um olhar mais apurado da arte é visto nesta fase do ensino, o que é
preciso ser considerado no momento de ensinar as crianças.
Na sequência será apresentada a unidade III, abordando um tema que representa
expressões dramáticas e musicais nos diferentes níveis e modalidades de ensino.
Vamos em frente! 
Conclusão - Unidade 2
FICA A DICALivro
Uma dica de leitura complementar é sobre o livro
“Arte na Educação Escolar”, da autora Maria Heloisa,
este livro é diz sobre o ensino e a aprendizagem da
arte, ao qual fazem parte da produção artística, em
todos os tempos. Ressalta sobre a mudança da
educação tradicional para o processo de
aprendizagem no âmbito do ensino da arte.
Livro
Filme
Unidade 3
Expressão Dramática e
Musical nos Diferentes
Níveis e Modalidades de
Ensino
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Introdução
Oi caro (a) aluno(a),
Bem-vindo (a) ao estudo de mais uma unidade. Animado para continuar nessa
caminhada de aprendizagem? Então vamos em frente!
Nesta seção vamos estudar sobre a expressão dramática e musical nos diferentes
níveis e modalidades de ensino.
Inicialmente, apresentaremos como os conteúdos da arte são desenvolvidos nos
diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como os critérios para seleção
destes conteúdos. A re�exão a ser desenvolvida deve compreender o ensino da arte
como fundamental para o processo de aprendizagem relacionado à arte e a
criatividade, sendo necessário que os conteúdos estejam alinhados aos objetivos
especí�cos ao ensino da arte.
Na sequência, abordaremos sobre os conteúdos gerais da arte segundo os
parâmetros curriculares nacionais. Como a arte possui uma abordagem de
conteúdo bastante ampla, é preciso compreender esse processo. E, para �nalizar, a
última seção abordada nesta unidade traz a arte voltada para uma perspectiva
inclusiva e como a arte é tratada na educação especial, um aspecto muito
importante e necessário à sociedade a ser compreendido pela arte no contexto
escolar.
Bons estudos!
Os Conteúdos de Arte nos
Diferentes Níveis e
Modalidades de Ensino e
os Critérios para Seleção de
Conteúdos
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Prezado (a) estudante, você já parou para re�etir como são diversos os conteúdos da
arte que o professor tem em mãos para trabalhar junto aos alunos?  São múltiplas as
possibilidades e ferramentas, assim é preciso se planejar e organizar o
desenvolvimento das aulas de arte, tanto com uma abordagem teórica quanto uma
abordagem prática. Neste sentido, Porto (2014) destaca quatro principais linguagens
artísticas da abordagem pedagógica da arte, sendo: arte visual, música, dança e
teatro.
A seguir, abordaremos os principais conteúdos englobados no ensino da arte e suas
estratégias de ensino e avaliação.
Quando abordamos sobre os conteúdos do ensino de arte, é válido observar a
riqueza que pode ser proporcionado ao estudante, em uma gama vasta de
informações e assuntos.
A arte pode ser discutida através de produções artísticas visuais por meio de
desenhos, pinturas, gravuras, colagem, esculturas, instalações, cinema, vídeos e
outros meios. Sendo assim é papel do professor planejar, organizar, e identi�car os
diversos conteúdos, bem como as maneiras deles sem melhor trabalhados em sala
de aula. Assim, o docente não pode simplesmente transmitir o conteúdo, de forma
automática e passiva, mas é preciso envolver e desenvolver o aluno em seu universo
de aprendizagem. O aluno precisa desenvolver uma sensação de ser o agente ativo
do processo, criando apreço pelo que aprendeu, e também buscar mais esta
desenvolturas, ou seja, com vontade de aprender, sendo dinâmico e proativo neste
âmbito de conhecimento
Neste contexto, Edwards (1984) traz uma abordagem deste processo da arte no
contexto escolar:
Desenhar é um processo curioso, tão interligado ao processo de ver
que seria difícil separar os dois. A capacidade de desenhar depende da
capacidade de ver como um artista vê - e esta maneira de ver pode
enriquecer enormemente a vida de uma pessoa. (EDWARDS, 1984, p.
12).
Para que a arte possa ser assertiva no processo de ensino e aprendizagem, é
necessário que tenha se conteúdos especí�cos a serem oferecidos, ou seja,
conteúdos adequados a determinadas situações e necessidades de aprendizagem.
Segundo esta abordagem, o papel do professor deve ser ativo e exigente e não
simplesmente um fornecedor de materiais e um apoio emocional. No ensino de Arte
é preciso aliar a teoria à prática, com o intuito de construir no discente um
pensamento histórico crítico, necessário à uma aprendizagem assertiva, seguindo-
se essa prática à análise das obras e dos conteúdos.
Para a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (2019), é proposta uma abordagem
das linguagens de maneira que se articule diversas dimensões do conhecimento
que, simultaneamente, caracterizam a singularidade da experiência artística. Tais
dimensões perpassam os conhecimentos das Artes visuais, da Dança, da Música e
do Teatro e as aprendizagens os alunos em cada contexto social e cultural.
Ainda de acordo com a BNCC (2019), essas dimensões, necessárias para uma
mensuração da arte e seu processo de ensino, são:
• Criação: refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam,
produzem e constroem. Trata-se de uma atitude intencional e
investigativa que confere materialidade estética a sentimentos, ideias,
desejos e representações em processos, acontecimentos e produções
artísticas individuais ou coletivas. Essa dimensão trata do apreender o
que está em jogo durante o fazer artístico, processo permeado por
tomadas de decisão, entraves, desa�os, con�itos, negociações e
inquietações. 
• Crítica: refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos em
direção a novas compreensões do espaço em que vivem, com base no
estabelecimento de relações, por meio do estudo e da pesquisa, entre
as diversas experiências e manifestações artísticas e culturais vividas e
conhecidas. Essa dimensão articula ação e pensamento propositivos,
envolvendo aspectos estéticos, políticos, históricos, �losó�cos, sociais,
econômicos e culturais. 
• Estesia: refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao
espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos
diferentes materiais. Essa dimensão articula a sensibilidade e a
percepção, tomadas como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o
mundo. Nela, o corpo em sua totalidade (emoção, percepção, intuição,
sensibilidade e intelecto) é o protagonista da experiência. 
• Expressão: refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as
criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em
âmbito individual quanto coletivo. Essa dimensão emerge da
experiência artística com os elementos constitutivos de cada
linguagem, dos seus vocabulários especí�cos e das suas
materialidades. 195 LINGUAGENS – ARTE ENSINO FUNDAMENTAL 
• Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura
para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e
culturais. Essa dimensão implica disponibilidade dos sujeitos para a
relação continuada com produções artísticas e culturais oriundas das
mais diversas épocas, lugares e grupos sociais. 
• Re�exão: refere-se ao processo de construir argumentos e
ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos,
artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as
manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como leitor
(BNCC 2019, p. 196).
Vemos que essas dimensões abordam de forma bastante construtiva a percepção
da arte como experiência de aprendizagem. Essas dimensões são referência a serem
abordadas em sala de aula, onde o professor deve trazer esse contexto de uma
maneira de avaliação. Busca-se, desta maneira, um processo para a construção da
arte no contexto escolar.
Após esses levantamentos, podemos compreender os conteúdos da arte nos
diferentes níveis de ensino.
A educação infantil é compreendida como sendo o início e base para a Educação
Básica, necessário para otimizar as aprendizagens e desenvolvimento das crianças.
Neste contexto, é preciso estruturar uma abordagem para a prática do diálogo,
construindo uma identidade à criança, sobressaindo-se a construção dos sentidos,
ou seja, é necessário que a criança venha a construir sua capacidade de assimilar,
contendo o estímulo do professor. A BNCC (2019) destacacomo fundamental neste
processo as interações e brincadeiras, como forma de experiência para as crianças.
A educação infantil traz ensinamentos essenciais de comportamento, habilidades, e
experiências como possibilidades de aprendizagem, para os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento. Diante das especi�cidades dos diferentes grupos
por faixa etária deste período, é preciso estimular uma aprendizagem adequada a
cada grupo, considerando um ritmo de aprendizagem e práticas pedagógicas
capazes de aguçar as crianças, tendo como eixos estruturantes as interações e
brincadeiras.
A transição da educação infantil para o ensino fundamental permeia uma série de
mudanças que precisam integrar e dar continuidade ao processo de aprendizagem
das crianças. Assim, é preciso o estabelecimento de estratégias pedagógicas para a
adaptação das crianças para os adolescentes, considerando uma perspectiva de
continuidade do percurso educativo (BNCC, 2019).
De acordo com o Parâmetro curricular nacional e a mais recente atualização da
BNCC (2019), a arte no ensino fundamental pode ser trabalhada em dois momentos
distintos, sendo: para os Anos Iniciais e Anos Finais, onde cada um trabalha voltado a
sua maneira de abordar e analisar o estudo da arte e seus respectivos conteúdos.
Para os anos iniciais, podemos destacar que os alunos vivem um momento de
transição de orientação curricular, onde é buscada uma organização curricular
estruturada por áreas de conhecimento e componentes curriculares.
De acordo com o BNCC (2019, p. 201), nessa nova etapa da educação:
O ensino de Arte deve assegurar aos alunos a possibilidade de se
expressar criativamente em seu fazer investigativo, por meio da
ludicidade, propiciando uma experiência de continuidade em relação à
Educação Infantil. Dessa maneira, é importante que, nas quatro
linguagens da Arte – integradas pelas seis dimensões do conhecimento
artístico –, as experiências e vivências artísticas estejam centradas nos
interesses das crianças e nas culturas infantis. (BNCC, 2019, p. 201).
A arte pode ser trabalhada e assegurada junto com o ensino das competências
relacionadas à alfabetização e o letramento, possibilitando assim a abertura do
ensino e acesso à leitura, relacionada à linguagem verbal e não verbal. Busca-se a
expressão da criatividade, que propicie uma continuação do ensino em relação a
educação infantil.
Para os Anos Finais, é necessário assegurar aos alunos o direito de pensar sobre suas
interações e manifestações artísticas e culturais, ou seja, dar o direcionamento
necessário à esta etapa, como forma de orientação. Segundo a BNCC (2019), espera-
se que a arte seja um componente que contribua para um aprofundamento das
aprendizagens nas diferentes linguagens – tanto no diálogo entre elas, quanto com
as outras áreas do conhecimento –, com vista a possibilitar aos estudantes maior
autonomia nas experiências e vivências artísticas.
Neste período para os anos �nais do ensino fundamental, buscam-se objetos de
conhecimento que propiciem contextos e práticas, um aprendizado exploratório e
construtivo. O BNCC (2019, p. 205) destaque que: “o diferencial dessa fase está na
maior sistematização dos conhecimentos e na proposição de experiências mais
diversi�cadas em relação a cada linguagem, considerando as culturas juvenis”.
A arte também tem seu espaço no ensino médio. O ensino médio consiste na etapa
�nal da educação básica, constituído predominantemente por adolescentes e
jovens, sendo que a arte nesta fase precisa fornecer um protagonismo nestes alunos.
A BNCC do ensino médio precisa ser organizado de maneira a dar continuidade ao
ensino infantil e ao fundamental, fomentando habilidades e competências
especí�cas, como na área da matemática, língua portuguesa, ciências humanas, da
natureza, entre outras. A arte nesta etapa precisa:
Promover o entrelaçamento de culturas e saberes, possibilitando aos
estudantes o acesso e a interação com as distintas manifestações
culturais populares presentes na sua comunidade. O mesmo deve
ocorrer com outras manifestações presentes nos centros culturais,
museus e outros espaços, de modo a propiciar o exercício da crítica, da
apreciação e da fruição de exposições, concertos, apresentações
musicais e de dança, �lmes, peças de teatro, poemas e obras literárias,
entre outros, garantindo o respeito e a valorização das diversas culturas
presentes na formação da sociedade brasileira (BNCC, 2019, p. 483).
Diante desta complexidade da arte e seus conteúdos nos diversos níveis e
modalidade de ensino, é preciso considerar alguns critérios para a seleção de
conteúdos, visando otimizar o processo de ensino e aprendizagem. Os parâmetros
curriculares nacionais destacam a necessidade de se considerar os seguintes
critérios:
• Conteúdos compatíveis com as possibilidades de aprendizagem do
aluno; 
• Valorização do ensino de conteúdos básicos de arte necessários à
formação do cidadão, considerando, ao longo dos ciclos de
escolaridade, manifestações artísticas de povos e culturas de diferentes
épocas, incluindo a contemporaneidade; 
• Especi�cidades do conhecimento e da ação artística (BRASIL, 1997, p.
41-42).
Analisando tais critérios, vemos uma estruturação para ocorrer adequadamente a
seleção e ordenação dos conteúdos gerais da arte, possibilitando o desenvolvimento
de competências e habilidades do aluno.
A transmissão de conhecimentos nos permite vislumbrar coisas que ainda não
conhecíamos, não podemos negar que boa parte dos nossos conhecimentos foi
construída a partir dos ensinamentos de nossos pais, professores e amigos. Para
compreender melhor essa questão, precisamos compreender como a escola
fundamenta o ensino. Ou seja, dentro das escolas, como o ensino é concebido?
Como acontece a construção dos conhecimentos?
Encontraremos as respostas para essas e outras questões na própria história da
educação. Já levantamos diversas informações sobre isto, bem como veremos mais
algumas complementações nos tópicos seguintes.
Conteúdos Gerais de Arte
Segundo a BNCC
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
A arte como componente curricular centra-se nas seguintes linguagens: Artes
visuais, dança, música e teatro. Sendo que estes elementos fundamentam processos
pedagógicos voltados para as práticas de leitura, produção e construção de formas
artísticas, pensamentos e emoções, entre outros.
Neste contexto, é válido ressaltar que:
O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos
alunos com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às
diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue,
importantes para o exercício da cidadania. A Arte propicia a troca entre
culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças
entre elas. Nesse sentido, as manifestações artísticas não podem ser
reduzidas às produções legitimadas pelas instituições culturais e
veiculadas pela mídia, tampouco a prática artística pode ser vista como
mera aquisição de códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte precisa
alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social,
permitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores (BNCC, 2019,
p.199).
Vemos, desta forma, que a arte cria um cenário de compartilhamento de saberes e
produções, no qual os alunos estão envoltos em processos de criação. As ações
artísticas produzidas trazem um modo de produção e organização dos
conhecimentos em artes.
Os parâmetros curriculares nacionais enfatizam os conteúdos de arte no ensino
como conteúdos que colaborem para a formação do cidadão, que se institua
igualdade de participação, promovendo a formação artística e estética do
aprendizado. Brasil (1997, p. 41) destaca que “É desejável que o aluno, ao longo da
escolaridade, tenha oportunidade de vivenciar o maior número de formas de arte;
entretanto, isso precisa ocorrer de modo que cada modalidade artística possa ser
desenvolvida e aprofundada”.
Nesta seara, os conteúdos gerais do ensino fundamental em Arte são:
• A arte como expressão e comunicação dos indivíduos; 
•Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal,
técnicas, materiais e procedimentos na criação em arte; 
• Produtores em arte: vidas, épocas e produtos em conexões; 
• Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura
regional, nacional e internacional: produções, reproduções e suas
histórias; 
• A arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as
produções e suas formas de documentação, preservação e divulgação
em diferentes culturas e momentos históricos (BRASIL, 1997, p. 42).
Vemos que os conteúdos gerais buscam uma articulação do contexto de ensino e
aprendizagem, possibilitando aos professores estabelecer uma conformidade da
arte no contexto escolar.
Com a homologação do BCNN, buscou-se instituir uma integração da política
nacional da educação básica, bem como elaboração de conteúdos educacionais que
atendam aos critérios de qualidade, adequados para o pleno desenvolvimento da
educação.
Ainda neste contexto, Porto (2015) destaca a necessidade de uma abordagem
pedagógica adequada a cada uma das linguagens artísticas, sendo trabalhadas as
especi�cidades e particularidades da arte, destacando uma perspectiva educacional
que estimule o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem.
A BNCC destaca que a arte, compreendida como uma unidade temática, articula o
ensino de uma arte integrada, explorando as relações e articulações entre os
diferentes tipos de linguagens artística, bem como ferramentas de comunicação e
informação. “O componente curricular de Arte deve garantir aos alunos o
desenvolvimento de algumas competências especí�cas” (BNCC, 2019, p. 197).
Diante de todos esses apontamentos, veri�camos a preocupação em se determinar
um referencial de qualidade para o ensino da arte, mediante uma riqueza de
conteúdos que pode ser proporcionada aos alunos, estimulando o pensamento
crítico, a criatividade e um ensino ativo,
O trabalho pedagógico da arte busca estabelecer conteúdos sólidos, que
estruturem o currículo escolar, sendo um processo de apropriação de
conhecimento, reforçando as linguagens artísticas. As práticas de ensino da arte
permeiam um cenário cultural e histórico, gerando e construindo sentidos aos
alunos.
A Arte Voltada para uma
Perspectiva Inclusiva / A
Arte na Educação Especial
AUTORIA
Daislene Rodrighero de Carvalho
Frente à importância da arte como estratégia pedagógica de ensino, o
desenvolvimento cognitivo da arte na educação especial ganha ainda mais
destaque. A disciplina de artes como uma perspectiva inclusiva traz em sua
abrangência uma relevância social, pois através da arte na educação é possível
desenvolver percepções visuais, auditivas e corporais, além da intuição, imaginação,
pensamento holístico, entre outros desenvolvimentos da criatividade, em especial a
pessoa com  necessidades educativas especiais.
Neste contexto, podemos destacar:
O principal objetivo do ensino da arte para o portador de necessidades
educativas especiais é oferecer-lhes oportunidade de desenvolver suas
potencialidades através da criatividade, raciocínio, percepção e
domínio motor, tendo o acompanhamento de pessoas e pro�ssionais
esclarecidos de sua importância, compreendendo os resultados e
efeitos provenientes das práticas sugeridas (WEBER, 2017, p. 261).
Vemos assim que a arte possibilita que ocorra a integração das pessoas com
de�ciência com a sociedade, pois fundamenta-se o desenvolvimento cognitivo
(FERREIRA, 2011). As atividades artísticas estimulam habilidades e o
desenvolvimento do potencial do indivíduo, auxiliando a inclusão na sociedade a
qual estão inseridos.
Ferreira (2011, p. 60) apresenta que:
Considerando o desenvolvimento por meio da arte como fator
fundamental para qualquer criança, e, especialmente, para os
portadores de necessidades especiais, as artes visuais, a expressão
corporal, as artes cênicas, a música e o artesanato deverão estar
sempre presentes na tentativa de incluí-los na sociedade e fortalecer a
identidade dessas pessoas, uma vez que esse aluno tem sempre a
sensação de ser excluído, porque na maioria das vezes a sociedade o
trata como um incapaz. Nesse sentido, a arte pode proporcionar
oportunidade de desenvolvimento emocional, encorajamento e
con�ança, e, também, o sentimento de valor, favorecendo o
crescimento global dos portadores de necessidades especiais.
Portanto, a arte é um conteúdo especial que deve estar sempre
presente na educação do ser humano. (FERREIRA, 2011, p. 60).
Destarte, a arte pode ser um forte elo de ligação na inclusão de pessoas com
de�ciência à comunidade que ela faz parte. A escola deve se posicionar como um
espaço inclusivo, fornecendo um atendimento com equidade, atendendo a todas as
necessidades educacionais e desenvolvendo uma proposta pedagógica que
desenvolva as potencialidades dos estudantes que apresentem necessidades
educacionais especiais, em todas as fases e modalidades de ensino.
Weber (2017) defende que o professor tem a capacidade de proporcionar
experiências e aprendizados, através da arte, para a formação e evolução da
personalidade do estudante que necessita de atividades educativas especiais. Neste
contexto, destaca-se o fato que, em uma perspectiva inclusiva, é preciso que a escola
se organize pedagogicamente para poder ofertar ações educacionais diferentes
para proporcionar o desenvolvimento acadêmico (ZILIOTTO, 2015).
Corroborando este posicionamento, Ferreira (2011) indica diversos pontos que
precisam ser compreendidos e praticados, dos quais destacam-se: estruturação de
espaços adequados aos alunos; cursos de treinamento e formação dos professores,
enfoque à temas adequados; materiais planejados e articulados especi�camente a
este público alvo.
Fernandes (2006, p. 66) traz uma abordagem necessária de se compreender neste
cerne:
Necessidades especiais signi�cam suprimir barreiras arquitetônicas,
reorganizar e adaptar ambientes, contar com o apoio de pro�ssionais
especializados e a �exibilização de currículos, entre tantas outras
possibilidades buscadas na modi�cação do contexto regular de ensino
para acolher o aluno e suas singularidades. (FERNANDES, 2006, p. 66).
Destaca-se assim, que ao se propor o acesso às pessoas com de�ciência, é preciso
uma rede de apoio à escolarização diante da oferta da educação especializada.
Diante deste cenário, podemos destacar que em 2008 o Ministério da Educação
publicou a nova Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Tal publicação tem como objetivo defender os direitos dos alunos com
de�ciência, garantindo a qualidade de ensino a este público, bem como possibilitar
o desenvolvimento de capacidades de todos os alunos e a inclusão social (ZILIOTTO,
2015).
Para tanto, a operacionalização da arte pode ocorrer por diversas formas, como
pintura, música, dança, teatro, entre outras, oportunizando aos alunos com
de�ciência de desenvolverem suas habilidades, fortalecendo suas capacidades e,
consequentemente, concretizando o ensino inclusivo.
Ferreira (2011) traz em seu livro diversas sugestões de atividades a serem trabalhadas
com alunos com necessidades educativas especiais, das quais destacarei a
dramatização. Para a autora, a dramatização é uma maneira do educador iniciar o
desenvolvimento de artes cênicas, possibilitando aos alunos encenar histórias,
situações rotineiras, ou ainda textos criados por eles. A dramatização reforça a
comunicação, o estímulo da linguagem verbal e de trabalhos artísticos fortalece a
criatividade dos alunos.
Com a �nalidade de estimular o convívio social, o desenvolvimento da expressão
corporal e da comunicação, este tipo de ensino pode ser utilizado em diversas
etapas do ensino e disciplinas curriculares. Desta forma, vemos a dramatização
como um poderoso instrumento de ensino, que promove a socialização, aumento
da criatividade e construção do conhecimento.
SAIBA MAIS
Aluno, você sabia que a utilização de jogos e brincadeiras podem ser
ferramentas muito úteis na educação inclusiva? Muito mais do que
apenas uma forma de entretenimentos,

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