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CONHECIMENTOS 
BANCÁRIOS
SUMÁRIO
1. ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: Documentos Básicos ........................... 02
2. PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: Capacidade e Incapacidade Civil
 Representação e Domicílio ............................................................................................. 03
3. CHEQUE: Requisitos Essenciais, Circulação, Endosso, Cruzamento,......................................
 Compensação ................................................................................................................... 04
4. SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO ................................................................... 14
5. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ............................................... 16
6. NOÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA E MONETÁRIA: Instrumentos de Política 
 Monetária, Formação de Taxas de Juros ..................................................................... 30
7. MERCADO FINANCEIRO ................................................................................................ 32
8. MERCADO PRIMÁRIO E MERCADO SECUNDÁRIO ................................................. 51
9. PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS ................................................................... 52
10. EXERCÍCIOS .................................................................................................................... 72
Conhecimentos Bancários
2
11 ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOSDOCUMENTOS BÁSICOS
 ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO 
 DE CONTAS
A abertura e movimentação de contas em agências bancárias 
obedecem a circulares do Banco Central do Brasil - BACEN - 
Circulares nº 559 e 597.
A conta corrente é um produto/serviço bancário envolvendo 
a relação entre o Banco e o cliente, sendo, através da con-
ta, movimentados: depósitos, saques, remessa de ordens de 
pagamento, débitos e créditos em conta, remessa de DOC - 
Documento de Crédito, etc.
Para a abertura de uma conta corrente é necessário cumprir 
alguns itens, como, por exemplo, preencher uma fi cha deno-
minada fi cha proposta. A fi cha proposta contém:
a) nome completo e qualifi cação do cliente, incluindo a indi-
cação obrigatória do CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou, no 
caso de empresas, a indicação do CNPJ (Cadastro Nacional de 
Pessoas Jurídicas);
b) data da abertura da conta;
c) assinatura do cliente e, no caso de empresas, a assinatura 
do responsável.
No momento da abertura da conta, o cliente deverá assinar 
o cartão de autógrafos que tem por objetivo conferir as assi-
naturas dos emitentes de cheques. As assinaturas, com o ad-
vento da informática, podem ser conferidas diretamente pe-
los terminais de computadores das agências. No instante da 
abertura da conta, o cliente deve efetuar um depósito inicial.
OBSERVAÇÃO:
As contas abertas para crédito de salário 
(Conta Funcional) podem ser abertas sem a 
necessidade do depósito inicial.
Cabe a cada banco determinar o valor mínimo para o depósito 
inicial.
Quando se trata de empresas, o banco exige o Contrato Social 
ou o Estatuto Social no caso das Sociedades Anônimas, além 
da documentação das pessoas que irão assinar os cheques 
em nome da empresa.
Conta Conjunta - Esta modalidade de conta é aberta em 
nome de dois ou mais clientes, podendo ser movimentada 
por qualquer um deles, no todo ou em parte, dependendo da 
convenção de solidariedade.
Não havendo a convenção de solidariedade, cada titular pode 
assinar sozinho os cheques; havendo a convenção de solida-
riedade, os cheques serão assinados pelos titulares da conta.
Taxa de Manutenção da Conta - Cabe a cada banco de-
terminar o valor a ser cobrado dos clientes a título de manu-
tenção da conta, que independe da conta ser movimentada 
ou não. Essa taxa pode ser mensal. A movimentação da conta 
pode ser feita através de depósitos, saques (por cheques ou 
cartão magnético), transferências de fundos (DOC - Docu-
mento de Crédito ou Ordem de Pagamento), crédito ou dé-
bito em conta. A movimentação da conta será acompanhada 
através do extrato bancário que está à disposição do cliente 
inclusive sendo retirado nos terminais eletrônicos.
O banco envia para o cliente um extrato mensal, independen-
te da solicitação.
OBSERVAÇÃO: Uma mesma pessoa (física 
ou jurídica) pode ser titular de mais de uma 
conta corrente no mesmo banco e/ou na 
mesma agência, não existindo limitações.
ANOTAÇÕES
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________________
3
Conhecimentos Bancários
PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: 
CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, 
REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIOREPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO 22
 CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL
O ser humano, desde o seu nascimento até a sua morte, tem 
capacidade para ser titular de direitos e obrigações.
Capacidade é a aptidão legal da pessoa física para exercer 
direitos e contrair obrigações por si só ou por outrem. A ca-
pacidade pode ser:
1) de direito;
2) de fato.
A capacidade de direito é o poder que tem a pessoa de 
ser titular de direitos. Todas as pessoas naturais são dotadas 
desta capacidade, pois tal capacidade advém da própria per-
sonalidade jurídica.
A capacidade de fato é o exercício da própria capacidade. 
Ocorre quando a pessoa adquire condições legais de poder 
atuar na órbita do Direito.
Exemplo:
Uma conta corrente pode ser aberta em nome de um menor. 
Neste caso, ele, como titular da conta, usufrui da sua capa-
cidade de direito, adquirida pelo próprio nascimento. No mo-
mento em que completar a idade exigida por lei, passará a ser 
titular absoluto dessa conta. Aí reside sua capacidade de fato, 
pois ele passará ao exercício de um direito do qual é titular.
Mesmo existindo a capacidade, a lei restringe o direito de 
exercê-la, tornando a pessoa incapaz para determinado ato. A 
lei assim o faz tendo em vista a idade, a saúde e o desenvol-
vimento intelectual de determinadas pessoas, com o intuito 
de protegê-las.
Incapacidade é a restrição que a lei faz à pessoa para a 
prática de ato da vida civil.
A incapacidade pode ser:
1 - absoluta;
2 - relativa.
A incapacidade absoluta ocorre quando o ato praticado 
pelas pessoas não surte efeito perante a lei. As pessoas ab-
solutamente incapazes não podem praticar ato algum da vida 
civil, necessitando para isso de um representante. São consi-
derados absolutamente incapazes:
• menores de 16 anos;
• loucos de todos os gêneros;
• surdos-mudos que não puderem exprimir sua vontade;
Ausente, para a lei, é todo aquele que se encontra em lugar 
incerto e não sabido.
A incapacidade relativa ocorre quando a lei restringe a 
pessoa da prática de certos atos da vida civil, não lhe sendo 
vedado, no entanto, o exercício de outros por si só. Para a 
prática dos atos que a lei o impede, o relativamente incapaz 
só poderá fazê-lo por intermédio de assistente.
São considerados relativamente incapazes:
• maiores de 16 anos e menores de 18;
• os pródigos;
• ébrios habituais;
• excepcionais.
Os pródigos são aqueles que dilapidam seus bens desordena-
damente. Dada a sua irresponsabilidade para com o Patrimô-
nio, o pródigo é assemelhado ao alienado mental.
A prodigalidade só é válida quando declarada pelo juiz, que só 
pode admiti-la se requeridapelos interessados legais (cônju-
ge, ascendentes e descendentes).
A incapacidade absoluta cessa aos 16 anos, pois a partir des-
sa idade cabe ao menor a prática de certos atos da vida civil, 
começando, assim, a incapacidade relativa.
 REPRESENTAÇÃO
Representação - É a forma de suprimento da incapacidade 
absoluta, sendo os representantes:
a) pais ou tutores: no caso dos menores impúberes;
b) curadores (nomeados em processo de interdição judicial): 
no caso dos loucos, surdos-mudos e ausentes.
 ASSISTÊNCIA
Assistência - É a forma de suprimento da incapacidade relati-
va, sendo os assistentes:
a) pais ou tutores: no caso dos menores púberes;
b) curadores: no caso de maior impedido de administrar os 
seus bens, cabe a prática desse ato a um curador nomeado 
pelo juiz.
 CURATELA E TUTELA
Curatela é o conjunto de encargos conferidos por lei a uma 
pessoa para administrar os bens de alguém que por si só não 
possa fazê-lo.
A lei protege, por intermédio do curador, os bens dos maiores 
que se tornam incapazes para a gestão dos negócios jurídicos.
Como a lei protege os menores órfãos ou cujos pais decaíram 
do poder familiar?
A lei os protege por intermédio da fi gura do tutor.
Tutela é o conjunto de encargos conferidos por lei a uma 
pessoa para que zele por um menor que se encontra fora do 
poder familiar e lhe administre os bens.
 DOMICÍLIO
O domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabe-
lece a sua residência com ânimo defi nitivo.
A fi xação da pessoa em determinado lugar é uma necessida-
de ditada pelo exercício dos direitos que, necessariamente, 
preveem ou supõem relações pessoais recíprocas. O domicílio 
é, portanto, o ponto de referência fi xado por lei, o lugar ou a 
sede legalmente estabelecida e onde se presume presente a 
pessoa para fi ns de direito. 
Conhecimentos Bancários
4
CHEQUECHEQUE 
 REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO, REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO, 
ENDOSSO, CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃOENDOSSO, CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃO33
Cheque - o cheque é uma ordem de pagamento à vista, emi-
tido pelo titular da conta corrente.
Cheque ao portador - é o cheque que não indica a quem 
deverá ser pago, no entanto, o Banco Central determina o 
valor mínimo para a emissão de um cheque ao portador, valo-
res acima do estabelecido só serão pagos através de cheque 
nominal.
Cheque nominal - o cheque nominal é aquele que indica a 
quem o cheque deve ser pago.
Cheque cruzado - é o cheque que apresenta duas linhas 
paralelas no dorso do mesmo. O cheque cruzado não pode 
ser sacado diretamente no caixa, pois só pode ser depositado 
em conta corrente.
Cheque administrativo - é o cheque emitido entre agências 
bancárias, sendo movimentado como dinheiro, assemelha-se 
ao cheque visado ou DOC (Documento de Crédito Bancário).
Cheque pré-datado - surge como um pagamento à vista. 
No entanto, seu depósito só será feito no dia predeterminado 
e acordado entre as partes.
Após ser aceito, passa a apresentar características de uma 
Nota Promissória, e não mais de uma ordem de pagamento 
à vista.
Esse posicionamento não tem validade jurídica e nem corres-
ponde com a realidade.
Um banco pode recusar o pagamento de um cheque pelos 
motivos:
- insufi ciência de fundos;
- não-reconhecimento da assinatura do emitente;
- erro de preenchimento;
- bloqueio (obedecendo às normas existentes);
- conta encerrada.
O cheque tem o prazo de trinta dias após a data de emissão 
para ser apresentado ao banco, se for emitido na praça e de 
sessenta dias se for emitido em outra praça.
Um cheque tem a validade de seis meses, após esse prazo ele 
torna-se prescrito.
O Banco Central, por meio da Resolução n° 2.197, de 1995, 
estabeleceu a criação do Fundo Garantidor de Créditos, que é 
administrado por entidade privada sem fi ns lucrativos.
CHEQUE
Disciplinado pela Lei n° 7.357, de 2 de setembro de 1985.
É uma ordem de pagamento à vista.
 REQUISITOS
Art. 1º O cheque contém:
I - a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e 
expressa na língua em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar a quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição fi nanceira que deve 
pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador) ou de seu mandatário 
com poderes especiais.
• A Circular n° 2.313, de 26 de maio de 1993, do Banco Cen-
tral do Brasil, faculta a inclusão da expressão “pagável em 
qualquer agência” no modelo-padrão de cheque.
Parágrafo único. A assinatura do emitente ou a de seu man-
datário com poderes especiais pode ser constituída, na forma 
da legislação específi ca, por chancela mecânica ou processo 
equivalente.
Art. 2º O título a que falte qualquer dos requisitos enume-
rados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos 
casos determinados a seguir:
I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de 
pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se 
designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro 
deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável 
no lugar de sua emissão;
II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o 
cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.
 DO ACEITE
Art. 6º O cheque não admite aceite, considerando-se não 
escrita qualquer declaração com esse sentido.
 CHEQUE NOMINATIVO OU AO 
 PORTADOR
Art. 8º Pode-se estipular no cheque que seu pagamento seja 
feito:
I - a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa “à or-
dem”;
II - a pessoa nomeada, com a cláusula “não à ordem”, ou 
outra equivalente;
III - ao portador.
Parágrafo único. Vale como cheque ao portador o que não 
contém indicação do benefi ciário e o emitido em favor de pes-
soa nomeada com a cláusula “ou ao portador” ou expressão 
equivalente.
• Vide art. 2° da Lei n° 8.021, de 12 de abril de 1990, sobre 
emissão de cheque ao portador. 
Art. 9º O cheque pode ser emitido:
I - à ordem do próprio sacador;
II - por conta de terceiro;
III - contra o próprio banco sacador, desde que não ao por-
tador.
5
Conhecimentos Bancários
 ESTIPULAÇÃO DE JUROS
Art. 10. Considera-se não escrita a estipulação de juros in-
serida no cheque.
 DA DIVERGÊNCIA
Art. 12. Feita a indicação da quantia em algarismos e por 
extenso, prevalece esta no caso de divergência. Indicada a 
quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algaris-
mos, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor 
quantia. ENDOSSO.
 DA TRANSMISSÃO
Art. 17. O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusu-
la “à ordem”, é transmissível por via de endosso.
§ 1° O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula 
“não à ordem” ou outra equivalente, só é transmissível pela 
forma e com os efeitos de cessão.
§ 2° O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obriga-
do, que podem novamente endossar o cheque.
Art. 18. O endosso deve ser puro e simples, reputando-se 
não escrita qualquer condição a que seja subordinado.
§ 1° São nulos o endosso parcial e o do sacado.
§ 2° Vale como em branco o endosso ao portador. O endos-
so ao sacado vale apenas como quitação, salvo no caso de 
o sacado ter vários estabelecimentos e o endosso ser feito 
em favor de estabelecimento diverso daquele contra o qual o 
cheque foi emitido.
Art. 19. O endosso deve ser lançado no cheque ou na folha 
de alongamento e assinado pelo endossante ou seu mandatá-
rio com poderes especiais.
§ 1° O endosso pode não designar o endossatário. Consistin-
do apenas na assinatura do endossante (endosso em branco), 
só é válido quando lançado no verso do cheque ou na folha 
de alongamento.
§ 2° A assinatura do endossante, ou a de seu mandatário com 
poderes especiais, pode ser constituída, na forma de legisla-
ção específi ca, por chancela mecânica, ou processo equiva-
lente.
Art. 20. O endosso transmite todos os direitos resultantes do 
cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador:
I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa;
II - endossar novamenteo cheque, em branco ou a outra 
pessoa;
III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o en-
dosso e sem endossar.
Art. 21. Salvo estipulação em contrário, o endossante garan-
te o pagamento.
Parágrafo único. Pode o endossante proibir novo endosso; 
neste caso, não garante o pagamento a quem seja o cheque 
posteriormente endossado.
 DO AVAL
Art. 29. O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo 
ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, 
ou mesmo por signatário do título.
Art. 30. O aval é lançado no cheque ou na folha de alonga-
mento. Exprime-se pelas palavras “por aval”, ou fórmula equi-
valente, com a assinatura do avalista. Considera-se como re-
sultante da simples assinatura do avalista, aposta no inverso 
do cheque, salvo quando se tratar da assinatura do emitente.
Parágrafo único. O aval deve indicar o avalizado. Na falta de 
indicação, considera-se avalizado o emitente.
Art. 31. O avalista se obriga da mesma maneira que o avali-
zado. Subsiste sua obrigação, ainda que nula e por ela garan-
tida, salvo se nulidade resultar de vício de forma.
Parágrafo único. O avalista que paga o cheque adquire to-
dos os direitos dele resultantes contra o avalizado e contra os 
obrigados para com este em virtude do cheque.
 DA VALIDADE DO CHEQUE
Apresentação e pagamento: O cheque é pagável no dia de 
sua apresentação, independente da data nele lançada, salvo 
se prescrito cambialmente.
 PRESCRIÇÃO CAMBIAL
O cheque não pode mais ser pago pelo banco de dado, após 
210 dias na praça e 240 dias fora da praça. A prescrição cam-
bial (prazo para o banco pagar o cheque) é caracterizado 
somando-se ao prazo de apresentação os 6 (seis) meses da 
prescrição executiva.
Art. 32. O cheque é pagável à vista. Considera-se não escri-
ta qualquer menção em data de emissão pagável no dia da 
apresentação.
Art. 33. O cheque deve ser apresentado para pagamento, a 
contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando 
emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) 
dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.
Parágrafo único. Quando o cheque é emitido entre lugares 
com calendários diferentes, considera-se como de emissão o 
dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.
 DA SUSTAÇÃO E DA REVOGAÇÃO
Art. 35. O emitente do cheque pagável no Brasil pode revo-
gá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por 
via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadas do ato.
Parágrafo único. A revogação ou contra-ordem só produz efei-
to depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo 
promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o 
prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.
Art. 36. Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente 
e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, 
manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em 
relevante razão de direito.
§ 1° A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem 
se excluem reciprocamente.
§ 2° Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invo-
cada pelo oponente.
OBSERVAÇÕES:
I - O cheque revogado só é valido como 
documento comum para fundamentar uma 
ação de cobrança, por procedimento ordi-
nário.
II - O sacado, expirado o prazo de apre-
sentação, poderá pagar o cheque até a ex-
piração da prescrição cambial: 210 dias na 
praça e 240 dias fora da praça.
6
Conhecimentos Bancários
 DA MORTE DO EMITENTE
Art. 37. A morte do emitente ou sua incapacidade superve-
niente à emissão não invalidam os efeitos do cheque.
 PAGAMENTO PARCIAL DO CHEQUE
Art. 38. O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este 
lhe seja entregue quitado pelo portador.
Parágrafo único. O portador não pode recusar pagamento 
parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que esse paga-
mento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva 
quitação.
Art. 39. O sacado que paga cheque “à ordem” é obrigado a 
verifi car a regularidade da série de endossos, mas não a au-
tenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obri-
gação incumbe ao banco apresentante do cheque à câmara 
de compensação.
Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresen-
tante, no vaso da parte fi nal desde artigo, o banco sacado 
responde pelo pagamento do cheque falso, falsifi cado ou alte-
rado, salvo dolo ou culpa do correntista, do endossante ou do 
benefi ciário, dos quais poderá o sacado, no todo ou em parte, 
reaver o que pagou.
 PAGAMENTO SIMULTÂNEO
Art. 40. O pagamento se fará à medida que forem apre-
sentados os cheques e se dois ou mais forem apresentados 
simultaneamente, sem que os fundos disponíveis bastem para 
o pagamento de todos, terão preferência os de emissão mais 
antiga e, se da mesma data, os de número inferior.
 MOEDA ESTRANGEIRA
Art. 42. O cheque em moeda estrangeira é pago, no prazo 
de apresentação, em moeda nacional ao câmbio do dia do 
pagamento, obedecida a legislação especial.
Parágrafo único. Se o cheque não for pago no ato da apresen-
tação, pode o portador optar entre o câmbio do dia da apre-
sentação e o do dia do pagamento para efeito de conversão 
em moeda nacional.
 CHEQUE CRUZADO
O cheque cruzado é aquele que apresenta “duas linhas” para-
lelas no seu inverso.
O cruzamento torna o cheque pagável somente por meio de 
depósito em conta, não necessariamente pela compensação.
Art. 44. O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, 
mediante a aposição de dois traços paralelos no inverso do 
título.
§ 1° O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver 
nenhuma indicação ou existir apenas a indicação “banco” ou ou-
tra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços 
existir a indicação do nome do banco.
§ 2° O cruzamento geral pode ser convertido em especial, 
mas este não pode converter-se naquele.
§ 3° A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é 
reputada como não existente.
Art. 45. O cheque com cruzamento geral só pode ser pago 
pelo sacado ou banco ou a cliente do sacado, mediante crédi-
to em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser 
pago pelo sacado ao banco indicado ou, se este for o sacado, 
a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o 
banco designado incumbir outro da cobrança.
§ 1° O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu 
ou de outro banco. Só pode cobrá-lo por conta de tais pes-
soas.
§ 2° O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser 
pago pelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quais 
para a cobrança por câmara de compensação.
§ 3° Responde pelo dano, até a ocorrência do montante do 
cheque, o sacado ou o banco portador que não observar as 
disposições precedentes.
 CHEQUE PARA SER 
 CREDITADO EM CONTA
Art. 46. O emitente ou o portador podem proibir que o che-
que seja pago em dinheiro mediante a inscrição transversal, 
no inverso do título, da cláusula “para ser creditado em conta” 
ou outra equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder 
o lançamento contábil (crédito em conta, transferência em 
conta, transferência ou compensação), que vale como paga-
mento. O depósito do cheque em conta do seu benefi ciário 
dispensa o respectivo endosso.
§ 1° A inutilização da cláusula é considerada como não exis-
tente.
§ 2° Responde pelo dano, até a concorrência do montante 
do cheque, o sacado que não observar as disposições prece-
dentes.
 VISAMENTO E MARCAÇÃO 
 DO CHEQUE
O visamento consiste na prévia confi rmação do pagamento 
pelo banco sacado.
A marcação da data para pagamento só pode ser feita pelo 
próprio banco; portanto, de nada vale o emitente ou portador 
escrever no cheque “bom para o dia tal”, pois tal expressão 
cabe ao banco apor, eximindo, assim, o sacador de qualquer 
responsabilidade.
Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do porta-
dor legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao 
portador e ainda não endossado, visto, certifi cação ou outra 
declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada 
no título.
§ 1° A aposição de visto,certifi cação ou outra declaração 
equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente 
a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do 
portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem 
que fi quem exonerados o emitente, endossantes e demais 
coobrigados.
§ 2° O sacado creditará à conta do emitente a quantia re-
servada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes 
disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização.
 CHEQUE ESPECIAL
Confere ao seu titular o direito de emiti-lo não só sobre a provi-
são de fundos existente em poder do sacado, mas também nos 
limites do crédito especial, conferido pelo banco ao emitente.
 CHEQUE BANCÁRIO OU 
 ADMINISTRATIVO
É emitido por um banco, contra ele próprio, nas fi liais ou 
agências, a requerimento ou pedido de alguém. Será sempre 
nominativo e não comporta a contra-ordem.
7
Conhecimentos Bancários
 O CHEQUE VIAGEM
Conhecido como cheque turismo, já contém impressa a im-
portância que por ele deve ser paga, trazendo na parte supe-
rior a assinatura do sacador, que deverá ser confrontada com 
a segunda assinatura, aposta na parte inferior do cheque no 
momento de sua emissão.
Os cheques de viagem são vendidos por estabelecimentos 
bancários que sejam previamente autorizados pelo Banco 
Central, de forma isolada ou em talonário, para serem pa-
gos em suas sucursais ou fi liais, situadas em outras praças 
do território nacional, ou mesmo no estrangeiro (cf. Amaury 
Campinho).
Art. 66. Os vales ou cheques postais de poupança ou asse-
melhados, os cheques de viagem regem-se pelas disposições 
especiais a eles referentes.
 CHEQUE FISCAL
É o emitido pelo fi sco para restituição de tributos pagos a 
maior ou indevidamente. É emitido em benefício do contri-
buinte, com a cláusula “não à ordem”, por isso não se trans-
fere por endosso.
 DA AÇÃO POR FALTA DE PAGAMENTO 
 E DO PROTESTO
Art. 47. Pode o portador promover a execução do cheque:
I - contra o emitente e seu avalista;
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apre-
sentado em tempo hábil, e a recusa de pagamento é com-
provada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e 
datada sobre o cheque, com a indicação do dia de apresen-
tação, ou ainda, por declaração escrita e dada por câmara de 
compensação.
§ 1° Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa 
o protesto e produz os efeitos deste.
§ 2° Os signatários respondem pelos danos causados por de-
clarações inexatas.
§ 3° O portador que não apresentar o cheque em tempo há-
bil, ou não comprovar a recusa de pagamento pela forma 
indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o 
emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de 
apresentação e os deixou de ter em razão de fato que não lhe 
seja imputável.
§ 4° A execução independe do protesto e das declarações 
previstas neste artigo se a apresentação ou o pagamento do 
cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido 
à intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.
Art. 48. O protesto ou as declarações do artigo anterior de-
vem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do emi-
tente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta 
ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações 
podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte.
§ 1° A entrega do cheque para protesto deve ser prenotada 
em livro especial e o protesto tirado no prazo de 3 (três) dias 
úteis a contar do recebimento do título.
§ 2° O instrumento do protesto, datado e assinado pelo ofi cial 
público competente, contém:
a) a transcrição literal do cheque, com todas as declarações 
nele inseridas, na ordem em que se acham lançadas;
b) a certidão da intimação do emitente, de seu mandatário 
especial ou representante legal, e as demais pessoas obriga-
das no cheque;
c) a resposta dada pelos intimados ou a declaração da falta 
de resposta;
d) a certidão de não haverem sido encontrados ou de serem 
desconhecidos o emitente ou os demais obrigados, realizada 
a intimação, nesse caso, pela imprensa.
§ 3° O instrumento de protesto, depois de registrado em livro 
próprio, será entregue ao portador legitimado ou àquele que 
houver efetuado o pagamento.
§4° Pago o cheque depois do protesto, pode este ser cancela-
do, a pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento 
de cópia autenticada da quitação que contenha perfeita iden-
tifi cação do título.
 DISPENSA DO PROTESTO
Como a letra de câmbio, o protesto pode ser desnecessário se 
consta no cheque a cláusula “sem despesa”.
Art. 49. O portador deve dar aviso da falta de pagamento 
a seu endossante e ao emitente, nos 4 (quatro) dias úteis 
seguintes ao do protesto ou das declarações previstas no art. 
147 desta Lei ou, havendo cláusula “sem despesa”, ao da 
apresentação.
§ 1° Cada endossante deve, nos 2 (dois) dias úteis seguintes 
ao do recebimento do aviso, comunicar seu teor ao endossan-
te precedente, indicando os nomes e endereços dos que de-
ram os avisos anteriores, e assim por diante, até o emitente, 
contando-se os prazos do recebimento do aviso precedente.
§ 2° O aviso dado a um obrigado deve estender-se, no mes-
mo prazo, a seu avalista.
§ 3° Se o endossante não houver indicado seu endereço, ou o 
tiver feito de forma ilegível, basta o aviso ao endossante que 
o proceder.
§ 4° O aviso pode ser dado por qualquer forma, até pela sim-
ples devolução do cheque.
§ 5° Aquele que estiver obrigado a aviso deverá provar que o 
deu no prazo estipulado. Considera-se observado o prazo se, 
dentro dele, houver sido posta no correio a carta de aviso.
§ 6° Não decai do direito de regresso o que deixa de dar 
o aviso no prazo estabelecido. Responde, porém, pelo dano 
causado por sua negligência, sem que a indenização exceda 
o valor do cheque.
Art. 50. O emitente, o endossante e o avalista podem, pela 
cláusula “sem despesa”, “sem protesto” ou outra equivalen-
te, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para 
promover a execução do título, do protesto ou da declaração 
equivalente.
§ 1° A cláusula não dispensa o portador da apresentação do 
cheque no prazo estabelecido, nem dos avisos. Incumbe a 
quem alega a inobservância de prazo a prova respectiva.
§ 2° A cláusula lançada pelo emitente produz efeito em rela-
ção a todos os obrigados; a lançada por endossante ou por 
avalista produz efeito somente em relação ao que lançar.
§ 3° Se, apesar da cláusula lançada pelo emitente, o portador 
promove protesto, as despesas correm por sua conta. Por elas 
respondem todos os obrigados, se a cláusula é lançada por 
endossante ou avalista.
 VALOR A EXECUTAR
Na execução, o credor terá direito aos juros legais, além das 
despesas e atualização do valor da emissão.
Art. 51. Todos os obrigados respondem solidariamente para 
com o portador do cheque.
§ 1° O portador tem o direito de demandar todos os obriga-
8
Conhecimentos Bancários
dos, individual ou coletivamente, sem estar sujeito a observar 
a ordem em que se obrigaram. O mesmo direito cabe ao obri-
gado que pagar o cheque.
§ 2° A ação contra um dos obrigados não impede que sejam 
os outros demandados, mesmo que se tenham obrigado pos-
teriormente àquele.
§ 3° Regem-se pelas normas das obrigações solidárias as re-
lações entre obrigados do mesmo grau.
Art. 52. O portador pode exigir do demandado:
I - a importância do cheque não pago;
II - os juros legais desde o dia da apresentação;
III - as despesas que fez;
IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda, 
até o embolso das importâncias mencionadas nos itens ante-
cedentes.
Art. 53. Quem paga o cheque pode exigir de seus garantes:
I - a importância integral que pagou;
II - os juros legais, a contar do dia do pagamento;
III - as despesas que fez;
IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda, 
até o embolso das importâncias mencionadas nos itens ante-
cedentes.
 DA PRESCRIÇÃO E DA AÇÃO DE 
 LOCUPLETAMENTO
Art. 59. Prescreve em 6 (seis) meses, contados da expiração 
do prazo de apresentação,a ação que o art. 47 desta Lei 
assegura ao portador.
Parágrafo único. À ação de regresso de um obrigado ao paga-
mento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, 
contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia 
em que foi demandado.
Art. 60. A interrupção da prescrição produz efeito somente 
contra o obrigado em relação ao qual foi promovido o ato 
interruptivo.
Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou ou-
tros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-
pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados 
do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e 
seu parágrafo desta Lei.
COMPENSAÇÃO
É a troca de cheques e outros papéis que representam va-
lor, efetuada pelos bancos entre si por meio das câmaras de 
compensação.
 ENDOSSO 
é a forma pela qual se processa a transferência de um título 
nominativo. O endosso é caracterizado pela assinatura do en-
dossante, no verso do título.
INTERVENIENTES
• Endossante: aquele que assina procedendo à transferência 
do título de crédito e os direitos nele inscritos.
• Dossatário: aquele que recebe o título pela transferência 
efetivada pelo endossante.
TIPO DE ENDOSSO
Em branco.
Em preto (ou pleno).
Irregular (impróprio) 
Mandato caução (pignoratício).
Póstumo (ou tardio).
Em branco: quando não faz menção do novo benefi ciário.
Em preto: quando o endossante indica o novo benefi ciário.
Mandato: constitui o endossatário em mandatário do en-
dossante, uma vez que a assinatura desde não caracteriza 
transferência.
Caução: formaliza no título a garantia de uma obrigação, 
pois a expressão “valor em garantia” caracteriza que o título 
não se está transferindo.
OBSERVAÇÃO:
O mandato e a caução são denominados 
“endosso irregular” ou “impróprio” porque 
não caracteriza a transferência do título.
- Podem participar da compensação os estabelecimentos ban-
cários autorizados a receber depósitos do público, movimen-
táveis por cheques, e outras instituições fi nanceiras, a critério 
do Banco Central do Brasil.
- Cada estabelecimento admitido no sistema mantém uma 
conta de depósitos junto ao Banco do Brasil que acolhe toda a 
movimentação de recursos bancários da Instituição, inclusive 
o resultado da compensação.
- Esse estabelecimento é identifi cado por um número-código, 
atribuído pelo Banco Central do Brasil, válido em todas as pra-
ças do país. O número código da CEF é 104. No cheque, 
este número é inserido no campo “Banco”.
- Cada agência bancária é identifi cada por sufi xo-numérico 
correspondente ao respectivo número de ordem de inscrição 
no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazen-
da. No cheque, este sufi xo-numérico é transcrito no campo 
“Agência”.
- As sessões de compensação (troca, devolução e fecha-
mento) se realizam em recinto fechado, nas dependências 
dos executantes, recebendo o nome de “câmara de compen-
sação”. Cada câmara de compensação possui um número-
código, atribuído pelo executante. Este número é inserido no 
campo “Comp.” do cheque.
Para melhor visualização, assinalamos no cheque os campos 
onde estão inseridos tais dados:
1 - Número-código da câmara de compensação
2 - Número-código do banco
3 - Sufi xo-numérico (CGC) da agência
9
Conhecimentos Bancários
 COMPENSAÇÃO DE CHEQUES E PAPÉIS
O Banco do Brasil, por determinação do Banco Central, é a 
entidade responsável pelo serviço de compensação de che-
ques e demais papéis.
Tal serviço é executado entre os bancos, na determinação 
conhecida como câmara de compensação de cheques, permi-
tindo a cobrança de cheques, transferência de fundos, paga-
mento de títulos, bem como outras obrigações.
Modalidades do Serviço de Compensação:
- local;
- integrada regional;
- nacional.
As compensações locais ou nacionais efetuam apenas trocas 
de cheques, enquanto a compensação integrada efetua a tro-
ca de inúmeros documentos.
Cheques Trocados entre Prazo de Devolução em Dias úteis
Capitais 3
Capital e interior 4
Cidades do interior 5
Regiões de difícil acesso 6
QUADRO DE COMPENSAÇÃO/DEVOLUÇÃO
Operação Cheques maiores em D Cheques menores em D
Troca no BB (câmara de compensação) Até 24h do Dia D Das 7h30min às 12h do dia D + 1
Processamento (computadores dos bancos) Até 2h do dia D + 1 Até 2h do dia D + 2
Posição fi nanceira dos bancos Até 2h do dia D + 1 Prévia até 11h do dia D + 1
Defi nitiva até 2h do dia D + 2 (acerto)
Devolução de cheques De 15 às 17h do dia D + 1 Das 15 às 17h do dia D + 2
Saldo contábil banco recebedor D D (Deduzido da base de cálculo)
Reserva no banco recebedor D + 1 D + 1
Saldo disponível na conta do cliente para saque por cheque D + 1 D + 2
Saldo disponível na conta do cliente para saque em R$ D + 2 D + 3
Fonte: Banco Central
NOMENCLATURA DO SISTEMA
Para efeito de compensação em geral, é adotada a nomen-
clatura seguinte:
• Executante: Banco do Brasil S.A.
• Participante: toda instituição fi nanceira admitida no servi-
ço de compensação.
• Remetente: todo participante que encaminha documentos 
aos demais, por meio das sessões de troca e devolução.
Observe no diagrama que o Banco do Brasil, além de execu-
tante, é participante, remetente e destinatário, como todos os 
outros bancos.
O serviço de compensação é desenvolvido por meio de três 
modalidades:
Sistema Local
Sistema Integrado Regional
Sistema Nacional
SISTEMA LOCAL
Abrange as unidades de instituições fi nanceiras localizadas 
em uma mesma cidade (praça), onde o executante mantenha 
agência. Admite-se também a participação de dependências 
localizadas em praças circunvizinhas que se disponham a 
comparecer às sessões de compensação, nos horários deter-
minados, por sua exclusiva conta e risco.
Observe o diagrama.
10
Conhecimentos Bancários
Nota-se que para a implantação de um sistema local, numa 
determinada cidade, é necessária:
• a existência de agência do Banco do Brasil;
• a existência de, pelo menos, mais uma agência de um outro 
banco.
ATENÇÃO:
São compensáveis por meio do sistema lo-
cal os documentos girados sobre o próprio 
sistema e também as fi chas de compensa-
ção relativas à cobrança de títulos, girados 
sobre qualquer praça, desde que a instituição fi nanceira des-
tinatária mantenha dependência na praça sede do sistema.
SISTEMA INTEGRADO REGIONAL
Centraliza numa determinada cidade, previamente escolhida 
pelo executante, de comum acordo com os participantes, o 
movimento compensatório do maior número possível de pra-
ças localizadas na região, mesmo que sejam de outro Estado.
Em tal sistema encontramos:
Praça Centralizadora: Cidade escolhida como sede do Sis-
tema Integrado Regional, onde funciona a câmara de com-
pensação e onde fi cam instaladas as unidades centralizadas 
dos participantes.
Centralizadora de Compensação: Unidade instalada pelo 
participante, localizada na praça sede do Sistema Integralizado 
Regional. Encarregada de receber, remeter e preparar os docu-
mentos para troca/devolução.
Praça Centralizada ou Integrada: Toda praça que parti-
cipa de um Sistema Integralizado Regional de Compensação.
O sistema vincula as “praças centralizadas ou integradas” a 
uma “praça centralizadora”, para fi ns de encaminhamento de 
documentos e consolidação dos valores compensados na re-
gião.
No diagrama a seguir, observa-se que cidades dos Estados 
de Goiás e Minas Gerais participam do Sistema Integrado de 
Brasília.
ATENÇÃO:
• Um cheque de Goiânia pode ser deposi-
tado normalmente em Brasília como o de 
Brasília em Goiânia. Isso ocorre em relação 
a todas as cidades integradas a um sistema.
• Uma mesma cidade pode participar de dois Sistemas Inte-
grados Regionais. As cidade de Paracatu, por exemplo, par-
ticipa também do Sistema Integrado Regional de Patos de 
Minas.
SISTEMA NACIONAL
Abrange todas as unidades dos participantes, instaladas no 
País.
São compensáveis, pelo Sistema Nacional, os “cheques” e 
“recibos de Ordem de Pagamento” girados sobre praças não 
abrangidas pelo Sistema Local ou Sistema Integrado Regional 
em que estiveremsendo trocados.
 DEVOLUÇÃO E REAPRESENTAÇÃO
A compensação se processa por meio de duas sessões, sendo 
a primeira destinada à troca de documentos entre os partici-
pantes e a segunda à devolução dos documentos impugnados 
pelos destinatários.
Os cheques recebidos pela compensação podem ser devolvi-
dos por vários motivos, dentre eles:
Sem provisão de fundos:
11 - cheque sem fundos – 1ª apresentação;
12 - cheque sem fundos – 2ª apresentação;
13 - conta encerrada;
14 - prática espúria.
 PÓSTUMO
É o endosso efetuado após o vencimento do título ou após o 
protesto.
A lei uniforme passou a admitir:
• Quando feito após o vencimento do título, produz os mes-
mos efeitos do endosso dado antes.
• Se feito após o protesto, tem o valor de uma cessão de 
crédito.
OBSERVAÇÕES:
I - O endosso é sempre em relação ao total 
do título, pois o endosso parcial é nulo.
II - Ao endossante é facultado fazê-lo com 
a proibição de novo endosso.
III - Ao endossante cabe também o direito de endossar o 
título, mencionando que o faz apenas para transferência, não 
assumindo coobrigação.
11
Conhecimentos Bancários
CENTRALIZADORA DE COMPENSAÇÃO DE CHEQUES E OUTROS PAPÉIS – COMPE
Motivos de Devolução de Documentos na Compensação de Cheques e Outros Papéis (COMPE)
MOTIVO
BASE REGULAMENTAR
TAXA
Nº DESCRIÇÃO R$ A SER PAGA PELO
CHEQUES
11 insufi ciência de fundos - 1ª apresentação
Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
12 insufi ciência de fundos - 2ª apresentação
Res. n° 1682, arts. 6°, 7° e 14
0,35
+
6,82
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
13 conta encerrada
Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
14
prática espúria (Compromisso Pronto Acolhimento) Res. n° 1682, arts. 6°, 8°, 13 e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
20
folha de cheque cancelada por solicitação do 
correntista Circ. n° 3050, art. 1° 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
21
contra-ordem ou oposição ao pagamento Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
22
divergência ou insufi ciência de assinatura Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
23
cheques de órgãos da administração federal em 
desacordo com o Decreto-Lei n° 200 Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
24
bloqueio judicial ou determinação do BACEN Res. nº 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco sacado, 
transferível ao cliente 
emitente
25
cancelamento de talonário pelo banco sacado Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco sacado
26
inoperância temporária de transporte Res. n° 1682, art. 6° 0,35 banco remetente
27
feriado municipal não previsto Res. n° 1682, art. 6° 0,35 banco remetente
12
Conhecimentos Bancários
28
contra-ordem ou oposição ao pagamento motivada 
por furto ou roubo Circ. n° 2655, art. 1° 0,00
não há pagamento de 
taxa
29
falta de confi rmação do recebimento do talonário 
pelo correntista Circ. n° 2655, art. 3° 0,35 banco remetente
30
furto ou roubo de malotes Cta-Circ. n° 2692, item III, d 0,35 banco remetente
31
erro formal de preenchimento Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35
banco remetente, 
transferível ao cliente 
depositante
32
ausência ou irregularidade na aplicação do carimbo 
de compensação Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco remetente
33
divergência de endosso Res. nº 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco remetente
34
cheque apresentado por estabelecimento que não o 
indicado no cru/.amento em preto, sem o endosso-
mandato
Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco remetente
35
cheque fraudado, emitido sem prévio controle ou 
responsabilidade do estabelecimento bancário 
(“cheque universal”), ou ainda com adulteração da 
praça sacada
Res. n° 1682, arts. 6° e 14 e Circ. 
n°2313, art. 4° 0,35 banco remetente
36
cheque emitido com mais de um endosso 
- Lei n°9.31 1/96 Cta-Circ. n° 2713, item 1, a 0,35 banco remetente
37
registro inconsistente - CEL Circ. n° 2398, art. 15 0,35 banco remetente
40
moeda inválida Cta-Circ. 2608, item 2 0,35 banco remetente
41 cheque apresentado a banco que não o sacado Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco remetente
42
cheque não compensável na sessão ou sistema 
de compensação em que apresentado e o recibo 
bancário trocado em sessão indevida
Res. n° 1682, arts. 6° e 14 e Cta. Circ. n° 
2322, art. 1°, item I 0,35 banco remetente
43
cheque devolvido anteriormente pelos motivos 
21, 22, 23, 24, 31 e 34, persistindo o motivo de 
devolução
Res. n° 1682, arts. 6° e 14 e Circ. n° 
1584, art.7°, item I 0,35 banco remetente
44
cheque prescrito Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco remetente
45
cheque emitido por entidade obrigada a emitir 
Ordem Bancária Res. n° 1682, arts. 6° e 14 0,35 banco remetente
13
Conhecimentos Bancários
46
CR - Comunicação de Remessa cujo cheque 
correspondente não for entregue no prazo devido Cta-Circ. n° 2376, art.l0, item I 0,35 banco remetente
47
CR - Comunicação de Remessa com ausência ou 
inconsistência de dados obrigatórios Cta-Circ. n° 2376, art.l0, item II 0,35 banco remetente
48
cheque de valor superior a R$ 100,00 sem 
identifi cação do benefi ciário Circ. n° 2444, art.l0 0,35 banco remetente
49
remessa nula, caracterizada pela reapresentação de 
cheque devolvido pelos motivos 12, 13, 14, 20, 25, 
28, 30, 35, 43, 44 e 45
Res. n° 1682, arts. 6° e 14, Circ. n° 
1584, art. 7°, item II e Cta-Circ. n° 2970 0,35 banco remetente
ANOTAÇÕES
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Conhecimentos Bancários
14
44 SISTEMA DE PAGAMENTOS SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIROBRASILEIRO
A movimentação de recursos fi nanceiros entre os bancos co-
merciais ou bancos múltiplos com carteira comercial provoca 
aumento de liquidez de um banco e redução da liquidez de 
outro banco, através do processo de transferência de liquidez 
dentro do sistema bancário.
Como os bancos dispõem de uma conta corrente junto ao 
banco central denominada conta de reservas bancárias, as 
transferências serão efetuadas através dessa conta.
Visando maior segurança e efi ciência no processo de transfe-
rência de recursos, além de transferir os riscos das operações 
para os participantes do mercado, o banco central implantou 
o Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro garante um conjunto de 
operações processadas de forma ágil e fl exível, com muita 
segurança e reduzindo ao máximo o riscode inadimplência 
por parte das instituições.
Com a implantação do SPB e visando um melhor monitora-
mento da movimentação da conta de reservas bancárias pelo 
Banco Central, criou-se, também, o Sistema de Transferência 
de Reservas.
Relações operacionais entre o Banco Central e insti-
tuições monetárias:
• bancos comerciais;
• bancos múltiplos com carteira comercial;
• clearings - câmaras de compensações. Os demais partici-
pantes do mercado do sistema de pagamentos brasileiros, 
são: Papel do Banco Central;
• a regulamentação da liquidação fi nanceira da conta de re-
servas bancárias;
• as exigências operacionais ao seus titulares;
• as exigências operacionais às clearings autorizadas a ope-
rar; e
• o estabelecimento das regras de controle de riscos a se-
rem seguidas no SPB. A redução do risco de crédito do BC, 
incluindo:
a) o monitoramento em tempo real do saldo da conta de re-
servas bancárias de cada instituição;
b) o estabelecimento dos horários a serem seguidos no lan-
çamento dos resultados fi nanceiros obtidos nas diferentes 
clearings; e
c) o estabelecimento de contratos com deveres e responsabi-
lidades entre o BC, as instituições titulares de conta de reser-
vas bancárias e as clearings autorizadas.
A irrevogabilidade e incondicionalidade dos pagamen-
tos, ou seja:
a) quando executadas através do STR e, depois de lançadas 
na conta de reservas bancárias, as ordens de pagamento não 
poderão ser canceladas, ou seja, serão irrevogáveis e incon-
dicionais; e
b) quando as ordens forem compensadas por valores multila-
terais líquidos, na liquidação fi nanceira ao fi nal do dia no BC, 
via clearings, terão garantia de liquidação e, também, não 
poderão ser canceladas, ou seja, serão irrevogáveis e incon-
dicionais. O conhecimento pleno dos participantes do SPB em 
relação aos riscos associados aos sistemas em que operam, 
incluindo:
• a defi nição dos riscos em operar no SPB;
• a explicitação de suas responsabilidades individuais e con-
juntas perante eles; e
• os mecanismos de repartição de perdas, em caso de inadim-
plência de um dos participantes. A redução da defasagem en-
tre a contratação das operações e a sua liquidação fi nanceira, 
incluindo:
c) a introdução do STR, apoiado no monitoramento do saldo 
da conta de reservas bancárias em tempo real e a própria 
ação ajunta do mercado na busca de sua efi ciência operacio-
nal para minimização dos riscos, que lhe foram transferidos 
com o novo SPB. A estruturação de clearings com novos me-
canismos de redução dos riscos e de contingência adequados, 
incluindo:
• a sistemática de entrega contra pagamento - Delivery Ver-
sus Payment - DVP;
• o estabelecimento de limites bilaterais pelos participantes 
e o estabelecimento de limites multilaterais pelas clearings, 
ambos monitorados em tempo real;
• as garantias fornecidas pelos participantes às clearings;
• as regras de repartição de perdas nos casos de inadimplên-
cia; e
• as condições para a execução das garantias. A adoção de 
base legal adequada:
I) consolidada pela Lei n° 10.214, de 27/3/01 para entrar em 
vigor de forma inicial em 22/4/02 e de forma defi nitiva em 
24/6/02.
Com o intuito de tornar viável e efi ciente o SPB, o Ban-
co Central adotou algumas ações, entre elas: 
No tocante às contas de reservas bancárias:
1. Para evitar que o BC tenha que assumir o risco de falta 
de liquidez dos bancos comerciais ou múltiplos com carteira 
comercial (as instituições fi nanceiras monetárias, ou seja, as 
que têm conta de reserva bancária junto ao BC), eles não po-
dem, em hipótese alguma e em nenhum momento do dia, ter 
saldo negativo em sua conta de reserva bancária. Consequen-
temente, as instituições não poderão mais sacar a descoberto 
de suas contas de reservas bancárias, pois a maior parte de 
suas movimentações será feita por meio de operações em 
tempo real, mediante a disponibilidade de recursos em reais 
ou em títulos públicos federais.
2. Cria-se nos bancos a atividade do “Piloto de Reservas”, 
representado por profi ssional especializado, para garantir a 
permanente disponibilidade de recursos na conta de reser-
vas bancárias que, a cada momento, seja capaz de honrar os 
compromissos do banco e de seus clientes.
3. Todas as contas de reservas bancárias serão monitoradas 
pelo BC através do Sistema de Transferência de Reservas - 
STR, seja em tempo real, operação por operação, na mo-
15
Conhecimentos Bancários
dalidade Liquidação Bruta em Tempo Real - LBTR, seja pela 
compensação líquida de saldos, na modalidade Liquidação 
Defasada Líquida - LDL.
4. Um sistema de prioridade de lançamento das movimenta-
ções nas contas de reservas bancárias será estabelecido de 
forma a garantir velocidade, consistência e segurança do con-
junto de operações.
5. As instituições que necessitem garantir sua liquidez ao lon-
go de um dia de operações, de forma a fazer face ao seu fl uxo 
de pagamentos, poderão obter recursos em reais junto ao BC 
- redesconto intradia, ao custo zero, com o registro em tempo 
real do resultado fi nanceiro na conta de reservas bancárias. A 
operação é viabilizada através da venda de títulos públicos fe-
derais de sua carteira, desde que o façam com o compromisso 
de recompra ao fi nal desse mesmo dia – Repurchase Agree-
ment - Repo. O BC determinará diariamente quais os títulos 
que serão aceitos como garantia nas operações de Repo.
6. As operações de movimentação nas contas de reservas 
bancárias não poderão ser canceladas, pois os lançamentos 
são fi nais, ou seja, irrevogáveis e irreversíveis. A correção de 
um valor lançado em uma operação errada, exigirá uma ope-
ração inversa à anterior, para a restituição do valor errada-
mente lançado, pois apenas a instituição detentora de uma 
conta de reservas bancárias poderá executar lançamentos a 
débito desta conta e a crédito de uma outra conta.
7. Para poderem participar da compensação no SPB e con-
tribuir para retirar a responsabilidade de risco do BC, cada 
um dos bancos participantes deverá disponibilizar recursos 
em sua conta de reservas bancárias, ao início de cada dia, 
no momento da abertura das operações de movimentação, 
que serão utilizados ao longo de todo o dia. Os valores des-
tes pré-depósitos — prefunding, serão variáveis, pois deve-
rão ser compatíveis com a média histórica diária, para uma 
determinada janela de operações, de cada um dos bancos 
participantes.
O sistema de pagamentos brasileiro usa como instrumento 
operacional o Sistema de Transferência de Reservas que per-
mite a movimentação das contas de reservas bancárias das 
instituições fi nanceiras.
Através do SPB as operações interbancárias e entre clientes 
envolvendo cheques e outros papéis com valor igual ou supe-
rior a R$ 5 mil serão liquidados no mesmo dia.
ANOTAÇÕES
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Conhecimentos Bancários
16
ESTRUTURA DO SISTEMA ESTRUTURA DO SISTEMA 
FINANCEIRO NACIONALFINANCEIRO NACIONAL
O Sistema Financeiro Nacional foi estruturado e regulado pela 
Lei n°. 4.595, de 31/12/64, conhecida por “Lei da Reforma 
Bancária”. Inicialmente, prevaleceu a tese de especialização 
das instituições por atuação, tanto na captação como na 
aplicação de recursos. Assim, as operações de curto prazo, 
basicamente empréstimos para capital de giro, estavam 
atribuídas aos bancos comerciais, enquanto para as 
operações de médio e longo prazo foram criados os bancos 
de investimentos. As sociedades de crédito, fi nanciamento e 
investimento assumiram o mercado de crédito ao consumidor 
e as operações de fi nanciamento imobiliário passaram a ser 
realizadas por instituições componentes do Sistema Financeiro 
de Habitação. Já o crédito de longo prazo para o setor 
produtivo fi cou sob a responsabilidade do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A partir de 1967, a evolução do sistema fi nanceiro foi 
caracterizada pela concentração de instituições fi nanceiras, 
através de fusões e incorporações bancárias e de incentivos 
à capitalização de empresas. Surgiram as Sociedades 
Distribuidoras de Títulos e Valores e as Sociedades de 
Arrendamento Mercantil. Logo se verifi cou a intensifi cação do 
papel dos bancos privados como fi nanciador do setor público 
(União, Estados, Municípios e Empresas Estatais), situação 
que permanece até os dias atuais.
O Conselho Monetário Nacional permitiu que os intermediários 
fi nanceiros se transformassem em Bancos Múltiplos, que 
englobam atividades até então segmentadas por instituição 
fi nanceira.
O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema 
normativo e um subsistema operativo.
O Subsistema Normativo, tendo como órgão máximo o 
Conselho Monetário Nacional, regula e controla o subsistema 
operativo, por meio de normas legais expedidas pelas 
autoridades monetárias, ou pela oferta seletiva de crédito 
levada a efeito pelos agentes fi nanceiros.
O subsistema operativo é constituído pelas instituições 
fi nanceiras públicas ou privadas, que atuam no mercado 
fi nanceiro.
Composição do Sistema Financeiro Nacional:
Conselho Monetário Nacional - CMN Conselho Nacional de Seguros Privados 
- CNSP
Conselho de Gestão da
Previdência Complementar
CGP Entidades Supervisoras
Banco Central do 
Brasil
BACEN
Comissão de Va-
lores Mobiliários 
- CVM
Superintendência de 
Seguros Privados
SUSEP
IRB-Brasil 
Resseguros
Secretaria de Previdência 
Complementar - SPC
ÓRGÃOS NORMATIVOS
OPERADORAS
Instituições fi nanceiras 
captadoras de depósitos 
à vista
Bolsas de mercadorias e 
futuros
Sociedades seguradoras Entidades fechadas de 
previdência complementar 
(fundos de pensão)
Demais instituições 
fi nanceiras
Bolsas de valores Sociedades de capitalização
Outros intermediários 
fi nanceiros e 
administradores de 
recursos de terceiros
Entidades abertas de 
previdência complementar
INSTITUIÇÕES NORMATIVAS
Tendo como órgão máximo o Conselho Monetário Nacional, 
regula e controla o subsistema operativo, por meio de normas 
legais expedidas pelas autoridades monetárias, ou pela oferta 
seletiva de crédito levada a efeito pelos agentes fi nanceiros.
Fazem parte do subsistema normativo:
• Conselho Monetário Nacional - CMN 
• Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
• Conselho de Gestão da Previdência Complementar - CGPC
ENTIDADES SUPERVISORAS
São entidades Supervisoras:
• Banco Central do Brasil - BACEN
• Comissão de Valores Mobiliários - CVM
• Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
• IRB - Brasil Resseguros
• Secretaria de Previdência Complementar - SPC
Operadores:
Consideram-se instituições fi nanceiras, para os efeitos de 
legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, 
55
17
Conhecimentos Bancários
que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, 
intermediação ou aplicação de recursos fi nanceiros próprios 
ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a 
custódia de valor da propriedade de terceiros. 
Equiparam-se às instituições fi nanceiras as pessoas físicas 
que exerçam quaisquer das atividades referidas acima, de 
forma permanente ou eventual.
As instituições fi nanceiras podem ser agrupadas em:
• Instituições de crédito à curto prazo - bancos comerciais, 
caixas econômicas, cooperativas de crédito, bancos múltiplos 
com carteira comercial, “factoring”; 
• Instituições de crédito de médio e longo prazo - 
caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de 
desenvolvimento, bancos múltiplos, “leasing”;
• Instituições de crédito ao consumidor - caixas econômicas, 
fi nanceiras, bancos múltiplos com carteira de aceite, 
consórcios; 
• Sistema fi nanceiro da habitação - caixas econômicas, 
sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias, 
associações de poupança e empréstimo, bancos múltiplos 
com carteira imobiliária;
• Instituições de intermediação de títulos e valores mobiliários 
(mercado de capitais) - sociedades corretoras, sociedades 
distribuidoras, bancos de investimento, bancos múltiplos com 
carteira de investimento, agentes autônomos de investimento; 
• Instituições de seguros e capitalização - seguradoras, 
entidades de previdência privada (abertas e fechadas), 
companhias de capitalização, corretoras de seguros. 
As instituições fi nanceiras somente poderão funcionar no País 
mediante prévia autorização do Banco Central ou decreto do 
Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
As instituições fi nanceiras públicas são órgãos auxiliares da 
política de crédito do Governo Federal. O Conselho Monetário 
Nacional regulará as atividades, capacidade e modalidade 
operacionais das instituição fi nanceiras federais. A nomeação 
do Presidente das instituições fi nanceiras públicas é 
competência exclusiva do Presidente da República.
 CONSELHO MONETÁRIO 
 NACIONAL
É o órgão de cúpula, disciplinador da moeda e do crédito, 
com funções exclusivamente deliberativas. É, portanto, um 
órgão normativo e não executivo. Atua como sistematizador 
da política monetária e creditícia nacional, com vistas ao 
progresso econômico e social do país.
O Conselho Monetário delibera mediante resoluções, por 
maioria de votos, cabendo ao presidente do Conselho a 
prerrogativa de deliberar “ad referendum” dos demais 
membros, nos casos de urgência e de relevante interesse, 
submetendo sua decisão ao colegiado na primeira reunião que 
se seguir àquela deliberação. O Conselho Monetário reunir-
se-á ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, 
sempre que for convocado por seu presidente.
A Secretaria Executiva do Conselho Monetário é exercida pelo 
Banco Central do Brasil. O Conselho Monetário Nacional conta 
com 3 (três) membros e tem a seguinte composição (MP 542 
de 01/ 06/1994).
• Ministro de Estado da Fazenda, como Presidente do 
Conselho. 
• Ministro de Estado do Planejamento. 
• Presidente do Banco Central do Brasil. 
O Conselho Monetário Nacional, como entidade superior do 
sistema fi nanceiro, tem como objetivos:
• Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais 
necessidades da economia nacional e seu processo de 
desenvolvimento.
• Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo 
ou corrigindo os surtos infl acionários ou defl acionários de 
origem interna e externa, as depressões econômicas e outros 
desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais.
• Regular o valor externo da moeda e equilíbrio no balanço 
de pagamentos do País, tendo em vista a melhor utilização 
dos recursos em moeda estrangeira.
• Orientar a aplicação dos recursos das instituições 
fi nanceiras quer públicas, quer privadas, tendo em vista 
propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveisao desenvolvimento harmônico da economia nacional.
• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos 
instrumentos fi nanceiros, com vistas à maior efi ciência do 
sistema de pagamentos e de mobilização de recursos. Zelar 
pela liquidez e solvência das instituições fi nanceiras.
• Coordenar as políticas monetárias, creditícia, orçamentária, 
fi scal e da dívida pública, interna e externa.
• Atuar como órgão central do Sistema Financeiro de 
Habitação e do Sistema Financeiro de Saneamento e conexos. 
Compete privativamente ao Conselho Monetário Nacional:
• Autorizar as emissões de papel-moeda; 
• Estabelecer condições para que o Banco Central do Brasil 
emita papel-moeda de curso forçado, nos termos e limites 
decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do 
meio circulante;
• Defi nir a forma como o Banco Central do Brasil 
administrará as reservas internacionais vinculadas;
• Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo 
Banco Central do Brasil, por meio dos quais estimarão as 
necessidades globais de moeda e crédito; 
• Determinar as características gerais das cédulas e das 
moedas;
• Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive 
compra e venda de ouro e quaisquer operações em moeda 
estrangeira; 
• Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as 
operações creditícias em todas as suas formas, inclusive 
aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte 
das instituições fi nanceiras; 
• Determinar a percentagem máxima dos recursos que 
as instituições fi nanceiras poderão emprestar a um mesmo 
cliente ou grupo de empresas;
• Estipular índices e outras condições técnicas sobre 
encaixes, imobilizações e outras relações patrimoniais, a 
serem observadas pelas instituições fi nanceiras; 
• Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a 
serem observadas pelas instituições fi nanceiras;
• Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o 
capital mínimo das instituições fi nanceiras privadas, levando 
em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes 
e agências ou fi liais: 
• Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central 
do Brasil em suas transações com títulos públicos e de 
entidades de que participe o Estado;
• Autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições fi nanceiras 
púbicas federais a efetuar a subscrição, compra e venda de 
ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das 
sociedades de economia mista e empresas do Estado;
• Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos 
corretores de fundos públicos: Estatuir normas para as 
18
Conhecimentos Bancários
operações das instituições fi nanceiras públicas; fi xar o 
recolhimento compulsório sobre os depósitos;
• Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central 
do Brasil, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas 
da União; 
• Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos 
processos de empréstimos exte: nos dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios;
• Baixar normas que regulem as operações de câmbio, 
inclusive swaps, fi xando limites, taxas, prazos e outras 
condições; Regular o Mercado de Capitais, conforme 
determinado pela Lei n°. 4.728/65; 
• Estabelecer os limites e as condições de ingresso no País 
e saída do País da moeda nacional. 
Através da medida Provisória 542 de 30/06/1994, também a 
Comissão Técnica de Moeda e Crédito.
Funcionam junto ao CMN, as seguintes Comissões Consultivas:
• Normas e Organizações do Sistema Financeiro;
• Mercados de Valores Mobiliários e Futuros; 
• Crédito Rural; 
• Crédito Industrial; 
• Endividamento Público; 
• Política Monetária e Cambial; 
• Processos Administrativos.
 BANCO CENTRAL DO BRASIL
O BC é a entidade criada para atuar como órgão executivo 
central do sistema fi nanceiro, cabendo-lhe a responsabilida-
de de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o 
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. 
Está sediado em Brasília, possuindo representações regionais 
em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, 
Rio de Janeiro e São Paulo. 
São de sua privativa competência as seguintes atribuições: 
• emitir papel-moeda e moeda metálica nas condições e limi-
tes autorizados pelo CMN; 
• executar os serviços do meio circulante; 
• receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comer-
ciais e os depósitos voluntários das instituições fi nanceiras e 
bancárias que operam no País; 
• realizar operações de redes conto e empréstimo às institui-
ções fi nanceiras dentro de um enfoque de política econômica 
do Governo ou como socorro a problemas de liquidez;
• regular a execução dos serviços de compensação de che-
ques e outros papéis;
• efetuar, como instrumento de política monetária, operações 
de compra e venda de títulos públicos federais; 
• emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as 
condições estabelecidas pelo CMN; 
• exercer o controle de crédito sob todas as suas formas; 
• exercer a fi scalização das instituições fi nanceiras, punindo-
as quando necessário; 
• autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica ope-
racional de todas as instituições fi nanceiras; 
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer car-
gos de direção nas instituições fi nanceiras privadas; 
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados fi -
nanceiros e de capitais;
• controlar o fl uxo de capitais estrangeiros, garantindo o cor-
reto funcionamento do mercado cambial, operando, inclusive, 
via ouro, moeda ou operações de crédito no exterior; 
• determinar via Copom, a taxa de juros de referência para as 
operações de um dia - a taxa Selic.
Banco dos Bancos Depósitos compulsórios Redescontos de liquidez
Gestor do Sistema 
Financeiro Nacional
Normas/Autorizações/Fiscalização/
Intervenção
Executor da 
Política 
Monetária
Determinação da taxa Selic 
Controle dos meios de pagamento 
(liquidez no mercado) 
Orçamento monetário/
Instrumentos de política monetária
Banco Emissor Emissão do meio circulante Sanea-mento do meio circulante
Banqueiro do 
Governo
Financiamento ao Tesouro Nacio-
nal (via emissão de títulos públi-
cos) 
Administração das dívidas públicas 
internas e externas 
Gestor e fi el depositário das reser-
vas internacionais do País 
Representante junto às institui-
ções fi nanceiras internacionais do 
Sistema Financeiro Nacional
Centralizador do 
Fluxo Cambial
Normas/Autorizações/Registros/
Fiscalização/lntervenção
Em resumo, é por meio do BC que o Estado intervém direta-
mente no sistema fi nanceiro e, indiretamente, na economia.
 COMISSÃO DE VALORES 
 MOBILIÁRIOS
A Comissão de Valores Mobiliários - CVM - foi criada pela Lei 
6.385, em 07/12/76, e fi cou conhecida como a Lei da CVM, 
pois até aquela data faltava uma entidade que absorvesse a 
regulação e a fi scalização do mercado de capitais, especial-
mente no que se referia às sociedades de capital aberto. 
Fixou-se, portanto, como o órgão normativo do sistema fi -
nanceiro, especifi camente voltado para o desenvolvimento, a 
disciplina e a fi scalização do mercado de valores mobiliários 
não emitidos pelo sistema fi nanceiro e pelo Tesouro Nacional. 
Assim, a sua principal missão é proteger os investidores, man-
ter a efi ciência e a ordem dos mercados e aumentar a facilida-
de de formação de capital por parte das empresas.
A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a Nova Lei 
das S.A., editada em 30/10/2001, em conjunto com o Decreto 
3.995 e a Medida Provisória 8, consolidou e alterou os dis-
positivos da Lei 6.404, de 15/12/1976 - Lei das Sociedades 
por Ações -, e da Lei da CVM e das pequenas modifi cações 
em ambas introduzidas, anteriormente, pela Lei 9.457, de 
15/05/97. 
Os poderes fi scalizatório e disciplinador da CVM foram am-
pliados para incluir as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as 
entidades do mercado de balcão organizado e as entidades 
de compensação e liquidação de operações com valores mo-
biliários que, da mesma forma que as Bolsas de Valores, fun-
cionam como órgãos subordinadosà fi scalização da Comissão 
de Valores Mobiliários. 
19
Conhecimentos Bancários
Elas operam com autonomia administrativa, fi nanceira e patri-
monial e com a responsabilidade de fi scalização direta de seus 
respectivos membros e das operações com valores mobiliários 
nelas realizadas, mas, sempre, sob a supervisão da CMV.
Sob a disciplina e a fi scalização da CVM foram consolidadas as 
seguintes atividades: 
• emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; 
• negociação e intermediação no mercado de valores mobi-
liários; 
• negociação e intermediação no mercado de derivativos; 
• organização, funcionamento e operações das Bolsas de Va-
lores; 
• organização, funcionamento e operações das Bolsas de Mer-
cadoria e futuros; 
• administração de carteiras e custódia de valores mobiliários; 
• auditoria das companhias abertas; 
• serviços de consultor e analista de valores mobiliários. 
Redefi niram-se os valores mobiliários sujeitos ao regime da 
nova Lei, como sendo:
• as ações, debêntures e bônus de subscrição; 
• os cupons, direitos, recibos de subscrição e certifi cados de 
desdobramento relativos aos valores mobiliários; 
• os certifi cados de depósito de valores mobiliários; 
• as cédulas de debêntures; 
• as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários 
ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; 
• as notas comerciais; 
• os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos 
ativos subjacentes sejam valores mobiliários; 
• outros contratos derivativos, independentemente dos ativos 
subjacentes;
• quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou 
contratos de investimento coletivo, que gerem direito de par-
ticipação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante 
de prestação de serviços, cujos rendimentos advém do esfor-
ço do empreendedor ou de terceiros.
Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei: 
• os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; 
• os títulos cambiais de responsabilidade de instituição fi nan-
ceira, exceto as debêntures. 
Complementarmente, como já dito, para reforçar o poder au-
tônomo, fi scalizador e disciplinador da CVM, o governo, em 
31/10/2001, editou a Medida Provisória 8, que, entre outras 
decisões, caracterizou-a como uma: “Entidade autárquica em 
regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com per-
sonalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autori-
dade administrativa independente, ausência de subordinação 
hierárquica, mandato fi xo e estabilidade de seus dirigentes, e 
autonomia fi nanceira e orçamentária”. 
Assim, sob a ótica das Bolsas, os objetivos fundamentais da 
CVM fi cam caracterizados como o do fortalecimento do merca-
do de ações e dos demais valores mobiliários, através do(a): 
• estímulo à aplicação de poupança no mercado acionário; 
• garantia do funcionamento efi ciente e regular das bolsas de 
valores e instituições auxiliares que operem neste mercado; 
• proteção aos titulares de valores mobiliários contra emis-
sões irregulares e outros tipos de atos ilegais que manipulem 
preços de valores mobiliários nos mercados primários e se-
cundários de ações; 
• fi scalização da emissão, do registro, da distribuição e da 
negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de 
capital aberto. 
Finalmente, em 21/12/06, através da Resolução 3.427 do 
CMN, foi estabelecida como política a ser observada no mer-
cado de valores mobiliários e como orientação geral das ati-
vidades-fi m da CVM, a adoção de um modelo de regulação 
e supervisão baseado em risco, com a implantação de um 
Sistema de Supervisão Baseada em Risco do mercado de va-
lores mobiliários - SBR. Esse sistema é inspirado no formato 
adotado no mercado inglês, e vai fazer com que a autarquia 
organize de forma mais sistemática as prioridades tanto na 
área de regulação quanto de fi scalização.
 CONSELHO DE RECURSOS DO 
 SISTEMA FINANCEIRO 
 NACIONAL
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional 
(CRSFN) foi criado pelo Decreto n°. 91.152, de 15.03.85. 
Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional (CMN) para 
o CRSFN a competência para julgar, em segunda e última 
instância administrativa, os recursos interpostos das decisões 
relativas à aplicação das penalidades administrativas referidas 
nos itens I a IV do art. 1° do referido Decreto. Permanece 
com o CMN a competência residual para julgares demais 
casos ali previstos, por força do disposto no artigo 44, § 5°, 
da Lei 4.595/64.
Com o advento da Lei n°. 9.069, de 29.06.95, mais 
especifi camente em razão do seu artigo 81 e parágrafo 
único, ampliou-se a competência do CRSFN , que recebeu 
igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos 
interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil 
relativas a aplicação de penalidades por infraçã o à legislação 
cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial.
ESTRUTURA
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional 
é constituído por oito Conselheiros, possuidores de 
conhecimentos especializados em assuntos relativos aos 
mercados fi nanceiro, de câmbio, de capitais, e de crédito rural 
e industrial, observada a seguinte composição:
I. um representante do Ministério da Fazenda (Minifaz);
II. um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);
III. um representante da Secretaria de Comércio Exterior 
(MIDIC);
IV. um representante da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM);
V. quatro representantes das entidades de classe dos 
mercados afi ns, por estas indicados em lista tríplice.
As entidades de classe que integram o CRFSN são as seguintes: 
Abrasça (Associação Brasileira das Companhias Abertas), 
Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), 
CNBV (Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação 
Brasileira das Associações de Bancos), Abel (Associação 
Brasileira das Empresas de Leasing), Adeval (Associação das 
Empresas Distribuidoras de Valores), AEB (Associação de 
Comércio Exterior do Brasil), sendo que os representantes das 
quatro primeiras entidades têm assento no Conselho como 
membros-titulares e os demais, como suplentes.
20
Conhecimentos Bancários
Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos 
suplentes, são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com 
mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única 
vez.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores 
da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral 
da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fi el 
observância da legislação aplicável, e um Secretário-
Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável 
pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. 
Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores 
Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam 
o respectivo apoio técnico e administrativo.
O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do 
Conselho e o vice presidente é o representante designado 
pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes 
das entidades de classe que integram o Conselho.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
CAPTADORAS DE DEPÓSITO À 
VISTA
 BANCOS COMERCIAIS
Os Bancos Comerciais são intermediários fi nanceiros que 
transferem recursos dos agentes superavitários para os 
defi citários, mecanismo esse que acaba por criar moeda 
através do efeito multiplicador. Os Bancos Comerciais estão 
autorizados a: 
• descontar títulos,
• realizar operações de abertura de crédito simples ou em 
conta corrente, 
• realizar operações especiais de crédito rural,
• realizar operações de câmbio e comércio internacional,
• captar depósitos à vista e a prazo fi xo, 
• obter recursos junto às instituições ofi ciais para repasse aos 
clientes, etc..
 BANCO DO BRASIL
O Banco do Brasil S.A. é uma sociedade de economia mista 
e pessoa jurídica de direito privado. Confi gura-se, em sua 
concepção moderna, como banco múltiplo, atuando em praças 
do País e no Exterior. O Banco do Brasil é uma sociedade 
anônima de capital

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