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Resumo: Capítulo 3 – HISTORICISMO (pp. 75-97), do livro: Ideologias e Ciência Social – Michael Löwy. 19ª ed. São Paulo: Cortez Editora. 2010. 1. A três proposições fundamentais do historicismo ✓ Tudo é história. ✓ Existe uma diferença fundamental entre ciências naturais e ciências sociais ✓ O pesquisador também é influenciado pelo momento histórico. 2. História do próprio HISTORICISMO ✓ Historicismo conservador – nasce na Alemanha. Representante: Droysen. Por que Alemanha? País que se atrasou em relação a Inglaterra e França no desenvolvimento industrial e político. As instituições atrasadas resistem em permanecer como algo orgânico com lento processo de transformação. ✓ Historicismo relativista - A Alemanha começa a se transformar também. As velhas estruturas sociais e políticas vão sendo solapadas pelo desenvolvimento industrial. Período de transição e incertezas que afeta o pensamento social. 3. WILHEM DILTHEY: sua contribuição para a teoria do conhecimento em ciências sociais. ✓ Distinção entre ciências naturais e ciências sociais. 3 critérios para esta distinção: 1. Nas ciências sociais sujeito e objeto são idênticos. 2. Juízos de valor e juízos de fato são inseparáveis nas ciências sociais. 3. As ciências naturais explicam e as ciências sociais compreendem ✓ Aponta a grande contradição existente nas ciências sociais: de um lado ela (as ciências sociais) almeja um conhecimento objetivo, válido e verdadeiro, mas por outro lado, cada obra científica é vinculada a uma visão de mundo, a um ponto de vista, por ser visão de mundo e ponto de vista é sempre parcial e, portanto, não pode ser objetivo. ✓ Não opta pelo ecletismo. Preferiu ficar no relativismo, mas apontando os perigos do relativismo pois este leva ao ceticismo que é um ponto morto em ciência. 4. GEORGE SIMMEL: sua proposta para superar o relativismo: a síntese ou o ecletismo. ✓ Ao contrário de Dilthey, Simmel prefere solucionar o problema através de um caminho mais curto, um atalho: fazer uma espécie de salada eclética entre vários pontos de vista polares produzindo um ponto de vista intermediário que seria a média dos pontos de vista extremos. Sua proposta é fazer uma síntese de pontos de vistas diferentes. ✓ Utilizando as colocações de Weber, Löwy contesta esta solução de Simmel apontando que as posições intermediárias não são mais verdadeiras do que os extremos. 5. Crítica de Löwy a solução final do historicismo. ✓ O historicismo descobre a relatividade dos pontos de vista, porém não consegue superar o relativismo. Para superar o relativismo opta pelo ecletismo que é uma solução fraca. 6. Proposta de Karl Mannheim para resolver o problema do relativismo ✓ Um pouco sobre Mannheim. É meio sociólogo ligado a classe burguesa e meio sociólogo ligado ao marxismo. A dose forte de marxismo nele existente é a ideia de que toda sociedade é composta por classes sociais (fala também em grupos sociais) que têm diferentes visões de mundo. No seu livro intitulado Ideologia e Utopia desenvolve esta ideia apontando que grupos ou classes sociais conservadoras carregam visões de mundo conservadoras (defesa a ordem estabelecida) e grupos ou classes sociais revolucionárias carregam visões de mundo crítico-negativas. ✓ A proposta de Mannheim para superar o relativismo existente no historicismo é semelhante daquela proposta por Simmel (a síntese eclética), só que com uma diferença. Apenas um grupo de pessoas teria a capacidade de fazer esta síntese que seria os “intelectuais desvinculados” ou “intelectuais livremente flutuantes”, ou, enfim, ao que ele chama de “intelligentsia”. São intelectuais que não se vinculam a nenhum partido ou movimento político e se consideram neutros. Estes são capazes de fazer a síntese, ter uma visão imparcial da sociedade. Desempenham este papel por três motivos: 1. Não tem vínculos sociais. 2. No seio da camada dos intelectuais existem indivíduos oriundos de inúmeras classes e 3. Independentemente de sua origem de classe os intelectuais vivem numa comunidade que lhes permitem a produção de um ponto de vista comum. 7. Crítica de Lowy a solução dada por Mannheim para superar o relativismo ✓ Mannheim se equivoca ao aplicar o “princípio da carruagem” no caso de Marx. ✓ Os intelectuais eles mesmos são tão parciais quanto o são as outras categorias sociais. ✓ Os intelectuais flutuantes, descompromissados, neutros são como uma pena (pluma) e enquanto tal mais cedo ou mais tarde acabam caindo num lugar no chão. Do mesmo modo, o intelectual flutuante pode ficar um bom tempo sendo neutro, sem tomar partido sem se envolver com nenhuma visão de mundo, sem se comprometer com nenhum interesse de classe, porém, mais cedo ou mais tarde, como uma pena, acaba pendendo para um lado, isto é, tomando partido (mesmo sem o saber) de uma visão de mundo. ✓ Portanto, mesmo a solução mais avançada do historicismo que é a posição de Mannheim não soluciona o problema da objetividade em ciências sociais.
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