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CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO: Direito DISCIPLINA: Economia PERÍODO: 2020-2 (EARTE) ESTUDO DIRIGIDO: PRIMEIRA PARTE 1. Textos: • VASCONCELOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. Cap. 2. • PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TONETO JUNIOR, Rudinei. Manual de introdução à economia [S.l: s.n.], 2012. • BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico. São Paulo: Cencage, 2016. Capítulos 2, 3 e 4. QUESTÕES A SEREM DESENVOLVIDAS 1ª) Por que a Economia existe como ciência? Segundo Otto Nogami (2016) a escassez é o problema econômico central de qualquer sociedade e, partindo dessa perspectiva, entende-se escassez não como ‘pobreza’ de algum produto ou insumo, mas sim de uma demanda maior do que se tem para ofertar. Assim, de acordo com a teoria de Malthus (1982), na qual a população cresceria em progressão geométrica enquanto o modo de produção, na melhor das hipóteses, em progressão aritmética demonstrando uma abertura para uma possível escassez. Dessa forma, infere-se que a economia é estudada como ciência no intuito da melhor gestão possível dos recursos da sociedade. Tendo como base o aprendizado empírico e teórico do comportamento humano e das organizações de produção. 2ª) Quais os problemas econômicos básicos? A longa dependência do Brasil, de seu passado colonial ao planejamento da metrópole, somada ao tipo específico de ocupação territorial que aqui vivenciamos e, que estava reconhecidamente presa a um projeto de extração contínua das riquezas (pau-brasil, cana- de-açúcar, borracha, café, ouro, etc.), indicam que após o século XX, amplia-se as mudanças quanto a organização, racionalidade e adaptabilidade perante aos meios de produção e seus principais empecilhos existetens na atualidade. Problemas econômicos são recorrentes em diferentes economias do globo, em que muita as vezes, se ocasionam pela produção excedente, mal gerenciamento dos recursos finitos e a constante (e crescente) demanda humana. Entre suas principais consequências podemos citar: • Aumento dos preços • Desemprego • Desvalorização do câmbio • Ociosidade em alguns setores da economia • Diferença de renda entre a população • Déficit governamental Nietzsche e Max Weber, são destaques do ponto de vista da antropologia sociológica ao tentar explicar, de forma relativista e não matemática, a transformação que o mundo tem enfrentado até os dias atuais. 3ª) No diagrama do fluxo circular, expliquem como funciona o sistema dos fluxos reais e fluxos monetários numa economia de mercado; O fluxo real representa tanto os serviços como os produtos que o setor privado disponibiliza no mercado às pessoas (famílias) que, por sua vez, procuram aqueles serviços e bens. Em sentido contrário, o fluxo monetário consiste na representação do gasto das famílias para adquirir os produtos oferecidos pelas empresas no mercado enquanto esses entes compram os fatores de produção das famílias. 4ª) Expliquem a diferença entre economia normativa e economia positiva; A diferença entre a economia positiva e a normativa reside na existência de juízo de valor ou não na proposição econômica. A positiva, não envolve juízo de valor, apenas proposições objetivas, daquilo que se afirma. Ex.: se o preço da gasolina subir em relação aos outros preços, isso significa que a quantidade que as pessoas comprarão de gasolina irá diminuir. Por outro lado, a normativa contém, explícita ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica. Ex.: ao afirmar “o preço da gasolina não deve subir” se expressa uma opinião ou juízo de valor, ou seja, se isso seria uma coisa boa ou má. É a análise do que deveria ser. 5ª) Façam uma pequena resenha comparando o sistema econômico capitalista com o de uma economia centralizada; Para entendermos as principais diferenças entre o sistema econômico capitalista e o sistema econômico planificado, é importante termos em mente que a definição de sistema econômico está relacionada à forma de organização social, política e econômica da sociedade para gerenciar a produção de bens, serviços e tudo o que compreende o sistema produtivo, abrangendo ainda a distribuição desses recursos. Em outras palavras, o sistema econômico enfrentará os problemas fundamentais da economia: • O que produzir e em qual quantidade os bens e serviços devem ser produzidos de forma a satisfazer as necessidades da sociedade presentes e futuras • Como devem ser produzidos os bens e serviços, definindo os setores produtivos responsáveis, a tecnologia empregada, etc. • Para quem produzir, definindo qual será o público alvo que terá acesso à esses bens e serviços No sistema capitalista, a economia é regida pelas forças de mercado, isto é, oferta e demanda, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Os consumidores são livres para decidir o que comprar, como usar a renda e a busca por bens e serviços é individual, bem como as empresas, os produtores tem a livre iniciativa para tomada de decisão do que produzir, como quanto e para quem produzir. A livre iniciativa também se estende aos trabalhadores que podem escolher, dentre as opções disponíveis, onde buscar empregos e onde trabalhar. O sistema econômico capitalista é baseado na concorrência, pois por meio da livre iniciativa os trabalhadores, consumidores e produtores identificarão suas respectivas necessidades, presente e tendências futuras, investindo os recursos produtivos para atender o que a oferta e a demanda de bens e serviços e dos fatores de produção; resolvendo seus próprios problemas econômicos, regulando os preços, sem a necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica. Nesse contexto, o poder público fica limitado a garantir e resolver questões relacionadas à segurança, paz, saneamento básico, infraestrutura, sem interferir nas questões econômicas fundamentais, exceto se for para amenizar as crises. Em síntese, no sistema econômico capitalista temos: • Propriedade privada dos fatores de produção • Livre iniciativa tanto do empresário, quanto do consumidor e do trabalhador • Livre concorrência • Auto regulação do mercado, preços determinados pelas forças de mercado (oferta e demanda) Por outro lado, no sistema econômico centralizada ou economia centralizada/planificada, os problemas fundamentais da economia, isto é, o que produzir, quanto como e para quem produzir são planejados e decididos por um órgão central de planejamento. Não existe a auto regulação do mercado e a iniciativa privada e livre iniciativa, pois o Estado é o dono dos meios de produção, e as empresas existentes são estatais. O Estado, a partir de um levantamento das necessidades da população e dos recursos disponíveis, decidirá os bens e serviços que serão produzidos para atender as necessidades da sociedade, atuando, inclusive, sobre a formação dos preços, imposto, fornecimento de bens públicos, direcionamento do trabalhador ao trabalho (não há, liberdade de escolha do trabalho para a maior parte dos trabalhadores). Parte 2: (História do pensamento economico) Desenvolvam um texto comparando as seguintes escolas das doutrinas econômicas: Mercantilista, fisiocrática, clássica, marxista, keynesiana. O texto necessariamente precisa conter: principais autores de cada escola, principais fontes de riqueza na visão de cada escola e visão geral de cada escola. MERCANTILISMO: O mercantilismo teve sua predominância, em alguns países europeus, no século XVI ao XVIII, após o feudalismo, tendo seus principais autores William Petty, Thomas Mun, Jean-Baptiste Colbert e Charles Davenant. Essa escola econômica tinha como ideia básica que a principal fonte de riqueza eram os metaisacumulados, como ouro e prata. Afirma que é o mercado e comercio que é o criador de riquezas. Acreditavam que com um governo absolutista conseguiriam um maior acúmulo de riquezas e, assim, construiriam um Estado “forte e autossuficiente”. Seus princípios básicos eram o incentivo às manufaturas, já que essas gerariam mais lucros do que as matérias primas em sim; o protecionismo alfandegário, favorecendo a exportação sobre a importação, mediante tarifas alfandegárias; a balança comercial favorável, se esforçavam para exportar mais do que importar deixando-os, assim, em boa situação financeira; a soma zero, o lucro de uma parte sempre acarretaria na perda da outra; FISIOCRÁTICA: Foi fundada sofre influência do iluminismo e se opõe ao mercantilismo, tendo seu principal autor François Quesnay e os demais autores Turgot e Gornay. O pensamento fisiocrata impõe que a agricultura é o verdadeiro modo de gerar riqueza, possibilitando maior margem de lucro mesmo com pouco investimento. Essa escola econômica defende o liberalismo econômico com a não intervenção do Estado na economia, sendo essa governada pela ordem natural. Os fisiocratas reduzem a sociedade em três classes: a produtora, aqueles responsáveis pelo cultivo da terra; os proprietários, os donos das terras que se sustentam da renda que é gerada pela classe agrícola, e os estéreis que integram todos os cidadão que se ocupam de outras atividades diferentes da agricultura. Portanto, encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível. É também sobre a atividade agrícola que recaem todos os impostos, do qual estão isentos os demais integrantes da sociedade. Os fisiocratas também defendiam a teoria do excedente, produzindo riquezas acima da demanda. CLÁSSICA: O pensamento clássico se desenvolve na segunda metade do século XVIII e no século XIX. Teve como seu principal autor Adam Smith e outros como, Malthus e David Ricardo. Essa escola centra suas ideias nas transformações do processo produtivo, trazidas pela Revolução Industrial. Adam Smith afirma, assim, que o trabalho humano seria a principal fonte de riqueza de uma nação. Por conseguinte, qualquer mudança que melhore as forças produtivas colaborará com o enriquecimento de uma nação. Sendo algumas a mecanização e a divisão social do trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam especializar-se em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas. Os clássicos, então, defendem o liberalismo e elaboram que cada individuo deve satisfazer suas necessidades da melhor forma possível sem se preocupar com o bem-estar coletivo. MARXISTA: Surge com seu principal autor, Karl Marx, no século XIX, em contraponto às teorias e o desenvolvimento capitalista. Para essa escola a principal fonte de riqueza era o trabalho, entretanto, ao contrário dos clássicos, defende a intervenção do Estado na economia, para, assim, diminuir as desigualdades sociais e combater a instabilidade do capitalismo, detendo, dessa forma, todos os meios de produção e acabando com a propriedade privada, distribuindo, essa, de forma mais uniforme entre a população. As principais de ideias de Marx que se mostravam, contra o capitalismo vigente seriam os conceitos de trabalho e mais-valia. Para ele o problema do capitalismo seria a mais-valia, ou seja, a forma de como o empresário usaria o trabalhador para enriquecer. KEYNESIANA: Durante o início do século XX, apesar do pensamento da economia clássica ainda prevalecer, com a quebra da Bolsa de Nova York, Keynes começou a propor novas ideias econômicas. Tendo, assim, como os principais autores do keynesianismo, John Maynard Keynes. Essa escola propunha, então, uma doutrina político-econômica que defendia o Estado como um agente ativo e indispensável contra a recessão e alta no desemprego. Keynes não concordava que a economia não era autorregulada, contrariando assim os pensadores que defendiam o livre-mercado. As principais ideias eram a ênfase na macroeconomia; a orientação pela demanda; as políticas fiscais e monetárias ativas e a garantia plena de emprego. Assim, para a busca de riqueza, Keynes baseava-se no princípio de que os consumidores aplicam as proporções de seus gastos tanto em bens, quanto em poupanças, em função da renda. Quanto maior a renda, maior seria a porcentagem poupada, assim, se a renda agregada aumenta em função do aumento do emprego, a taxa de poupança aumenta simultaneamente; e como a taxa de acumulação de capital aumenta, a produtividade marginal do capital reduz-se, e o investimento é reduzido, já que o lucro é proporcional à produtividade marginal do capital. Referências: ARENDT, H. 1994. Da Violência. Petrópolis: Vozes. BAUDRILLARD, J. 2007. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70. GIDDENS, A. 1990. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp.
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