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Métodos de Avaliação da Composição Corporal

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https://lanutri.injc.ufrj.br/ 
 
 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
 
Texto elaborado pela Equipe Técnica do Laboratório de Avaliação Nutricional 
(LANUTRI) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC). 
 
A avaliação nutricional é uma importante ferramenta para determinar a presença de fatores, 
condições ou diagnósticos que possam afetar o estado nutricional do indivíduo. Por meio da análise da 
composição corporal é possível estimar os compartimentos corporais (massa de gordura e massa 
corporal magra), que podem fornecer informações importantes sobre a eficácia de intervenções clínicas, 
relacionadas à prática de atividade física e nutricionais. 
Os métodos de avaliação da composição corporal são divididos em três grupos: direto, indiretos e 
duplamente indiretos. 
1. O método direto, apesar de apresentar elevada precisão, tem utilidade limitada, pois a análise 
é realizada por dissecação física ou físico-química de cadáveres. 
 
2. Os métodos indiretos são procedimentos laboratoriais que oferecem estimativas muito 
precisas sobre os componentes da composição corporal (Ex: pesagem hidrostática, 
plestimografia, absorciometria de raio-x de dupla energia – DXA, tomografia computadorizada 
– TC e ressonância magnética - RM). Esses métodos são utilizados principalmente para validar 
as técnicas duplamente indiretas. 
 
3. Os métodos duplamente indiretos são baseados nas medidas antropométricas (perímetros 
corporais e dobras cutâneas) e na bioimpedância elétrica (BIA). São classificados como 
“métodos duplamente indiretos”, pois resultam de equações ou normogramas derivados dos 
métodos indiretos. Estas equações normalmente são formuladas para populações muito 
específicas, como atletas, não-atletas, jovens, idosos, crianças, homens, mulheres, negros, 
brancos e asiáticos, etc. 
Os princípios básicos de obtenção da composição corporal são distintos entre os métodos. Abaixo alguns 
exemplos: 
BIA → Este método se baseia na condução de uma corrente elétrica de baixa intensidade através do 
corpo, e posterior registro da condutibilidade e da resistência promovida pelos diversos tecidos 
corporais ao fluxo da corrente elétrica. Os tecidos que contêm pouca água e eletrólitos, tais como tecido 
adiposo e o tecido ósseo, são maus condutores da corrente eléctrica, oferecendo grande oposição à 
passagem da mesma. Tecidos biológicos como o sangue, as vísceras e os músculos são bons condutores 
devido aos elevados conteúdos em fluidos e eletrólitos. A impedância é uma combinação de dois 
componentes: Resistência (oposição da massa corporal extracelular) e Reactância (oposição adicional 
das membranas celulares ou massa corporal intracelular). Baseado nessas diferenças de condutividade, 
equações são utilizadas para estimar a composição corporal. 
DXA → Esse método é baseado na atenuação de raios em diferentes níveis de energia e permite realizar 
a mensuração corporal total e por segmentos (cabeça, tronco e membros). O princípio básico da 
absorciometria é o “escaneamento” com a utilização de uma fonte de raio-x com um filtro que converte 
um feixe de raio-x em picos fotoelétricos de baixa e alta energia que atravessam o corpo do indivíduo. 
Após passar pelo corpo, os raios X atenuados são medidos por um detector discriminante de energia. A 
atenuação diferenciada dos feixes de fótons nos tecidos orgânicos permite a construção de imagens da 
 
 https://lanutri.injc.ufrj.br/ 
 
 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
 
Texto elaborado pela Equipe Técnica do Laboratório de Avaliação Nutricional 
(LANUTRI) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC). 
 
área de interesse, e, após tratamento matemático das informações, torna-se possível estabelecer 
estimativas quanto à densidade e ao conteúdo mineral ósseo, ao componente de gordura corporal e à 
massa isenta de gordura dos tecidos não-gordurosos. 
TC → Esse método é baseado na relação entre o grau de atenuação de um feixe de raio-x e a densidade 
dos tecidos através dos quais o feixe passou. Desta relação, uma imagem a duas dimensões da anatomia 
interior da área analisada pode ser construída. 
RM → Por esse método, uma imagem dos tecidos do corpo é gerada por radiação eletromagnética, sob 
influxo de forte campo magnético que excita o núcleo dos átomos de hidrogênio das moléculas de água 
e de lipídios. O núcleo emite sinais que, captados pelo computador, são tratados e transformados em 
imagens, permitindo assim diferenciar os tecidos moles (gordura e músculo) das estruturas ósseas. 
Algumas vantagens e desvantagens em relação a cada método de avaliação da composição 
corporal. 
MÉTODOS VANTAGENS DESVANTAGENS 
BIA 
- Várias opções de equipamentos portáteis. 
- Não requer alto grau de habilidade técnica 
do avaliador. 
- Procedimento não invasivo, rápido e de 
baixo custo. 
 
- Método duplamente indireto. 
- A precisão é influenciada pelas 
especificidades técnicas do equipamento. 
- Resultados são influenciados pelo estado de 
hidratação do avaliado, alimentação, 
atividade física, temperatura, ciclo 
menstrual, consumo de álcool e por 
condições de saúde (ex: nefropatias, 
hepatopatias, obesidade grave, etc.). 
- Nem sempre os equipamentos fornecem 
resultados brutos de Resistência e 
Reactância ou dispõem de equações 
adequadas aos indivíduos que se pretende 
avaliar. 
TC 
- Alta acurácia e precisão. 
- Imagens de alta resolução. 
 
- Equipamento requer um local adequado 
para instalação (não é portátil). 
- Procedimento de alto custo e alta exposição 
radioativa. 
- Necessidade de técnicos especializados 
para análise da imagem. 
 
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 https://lanutri.injc.ufrj.br/ 
 
 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
 
Texto elaborado pela Equipe Técnica do Laboratório de Avaliação Nutricional 
(LANUTRI) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC). 
 
MÉTODOS VANTAGENS DESVANTAGENS 
DXA 
- Alta acurácia e precisão. 
- Procedimento não invasivo com baixa 
exposição à radiação. 
 
- Equipamento requer um local adequado 
para instalação (não é portátil). 
- Procedimento de alto custo. 
- Requer habilidade técnica específica e 
experiência do operador. 
RM 
- Imagens de alta resolução. 
- Procedimento não invasivo e não utiliza 
radiação iônica. 
 
- Equipamento requer um local adequado 
para instalação (não é portátil). 
- Procedimento de alto custo. 
- Necessidade de técnicos especializados 
para análise da imagem. 
 
Dentre os métodos utilizados para a avaliação da composição corporal, a BIA tem sido amplamente 
utilizada, devido à forte correlação com métodos considerados padrão ouro e à maior acessibilidade 
comparada a outros métodos mais complexos. Entretanto, uma das maiores limitações desse método é 
a grande sensibilidade em relação ao estado hídrico do avaliado, à ingestão de alimentos e à realização 
de atividade física antes do exame, sendo necessários protocolos pré-testes muito rígidos. 
Atualmente existe uma variedade de aparelhos de BIA no mercado, contudo, é necessária a condução de 
pesquisas com o objetivo de testar os diferentes modelos comercializados e a especificidade de suas 
equações preditivas para diferentes populações, a fim de obter evidências sobre validade, precisão e 
confiabilidade dos resultados obtidos. A seguir serão apresentados alguns artigos sobre comparação de 
diferentes modelos portáteis de análise de BIA com outros equipamentos mais precisos e/ou padrão 
ouro com objetivo de discutir a validade e confiabilidade desses equipamentos para a prática clínica. 
Em estudo realizado em adultos, a BIA (Tanita®, modelo UM 014, pé a pé) superestimou o percentual de 
gordura corporal em homens e subestimou o percentual de gordura corporal em mulheres, em 
comparação com DXA (LAMB et al., 2014). Quando comparado os resultados da BIA (Tanita®, modelo 
BC 305, tetrapolare frequência simples de 50 kHz) com a TC, foi observada correlação positiva para 
predição da gordura visceral, contudo, a precisão da BIA foi limitada, especialmente entre os indivíduos 
com excesso de peso (IMC ≥ 25,0) (LU et al., 2017). Outro estudo realizado com adultos e idosos, concluiu 
que a BIA (Biodynamics®, modelo 310, tetrapolar) apresentou satisfatória sensibilidade e especificidade 
para predizer gordura visceral nos dois grupos etários, quando comparada aos dados obtidos pela TC 
(EICKEMBERG et al., 2013). 
Em um estudo com atletas (jogadores de basquete), foi observado que não houve boas correlações entre 
DXA e as avaliações da composição corporal usando dois equipamentos de BIA (Omron®, modelo 306C, 
mão a mão e frequência simples de 50 kHz; Tanita®, modelo 521, pé a pé e frequência simples de 50 
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 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
 
Texto elaborado pela Equipe Técnica do Laboratório de Avaliação Nutricional 
(LANUTRI) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC). 
 
kHz) e dobras cutâneas. No entanto, a BIA modelo pé a pé apresentou melhor padrão para estimativa do 
percentual de gordura corporal em comparação ao DXA do que os outros métodos. A correlação com o 
DXA foi menor para as dobras cutâneas do que para os equipamentos de BIA (PLOUDRE et al., 2018). 
Estudo realizado com adolescentes, comparou quatro equipamentos de BIA (BIA 1- Biodynamics®, 
modelo 450, tetrapolar; BIA 2 - Tanita®, modelo BC-558, tetrapolar; BIA 3 - Biospace InBody®, modelo 
230, tetrapolar equipada com oito eletrodos táteis e BIA 4 – Tanita®, modelo 2220, bipolar) com DXA 
para predição do percentual de gordura corporal. Foi observado que a BIA 3 apresentou resultados mais 
próximos ao DXA, apresentando, também, maior concordância, enquanto a BIA 2 apresentou os piores 
resultados. De forma geral, os equipamentos de BIA apresentaram boa capacidade preditiva para 
estimar o excesso de gordura corporal em adolescentes (GONÇALVES et al., 2013). 
Outro estudo realizado com BIA (Omron®, modelo BF 306W, multifrequência, tetrapolar) em indivíduos 
com sobrepeso, não observou boa correlação entre a BIA e o DXA para predição da gordura corporal. Os 
resultados da BIA subestimaram o percentual de gordura, contudo, este método demonstrou ser mais 
eficaz para mensurar alterações no percentual de gordura e na massa de gordura (kg) durante um 
programa de perda de peso em indivíduos com sobrepeso em comparação ao método de dobras 
cutâneas (BENITO et al., 2019). 
De acordo com os artigos discutidos, foi possível observar a utilização de diversos modelos de BIA, com 
diferentes resultados entre eles. Nesse sentido, a variação entre os resultados dos estudos pode ser em 
virtude das diferenças na faixa etária, gênero, tipo de equipamento e protocolo de preparo utilizado. No 
geral, os estudos concluíram que a BIA é um método válido para avaliação da composição corporal, 
contudo, seus resultados oscilam de acordo com as especificidades técnicas dos aparelhos. 
Os dispositivos bipolares são os mais comuns e analisam a impedância dos segmentos corporais 
inferiores (pé a pé) ou superiores (mão a mão). Esses instrumentos bipolares geralmente são 
considerados menos precisos do que modelos com mais eletrodos (tetrapolares ou octopolares) que 
medem a impedância em todo o corpo. Vale ressaltar também que os modelos mais simples não 
oferecem os resultados brutos do exame (Resistência e Reactância), fornecendo diretamente os valores 
de percentual de gordura corporal e massa corporal magra (que são calculados por equações do 
equipamento muitas vezes desconhecidas), não sendo possível a utilização desses dados em equações 
para avaliação de populações específicas (ex. obesos, atletas, adolescentes, etc). 
Dessa forma, apesar da BIA parecer superestimar ou subestimar valores quando comparada a outros 
métodos mais precisos, pode ser considerada um método alternativo por ser relativamente simples e 
prática, não invasiva e mais acessível quando comparada aos equipamentos padrão ouro, podendo ser 
utilizada na prática clínica e em estudos clínicos ou epidemiológicos para a avaliação da composição 
corporal. 
 
 
 
 
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 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 
 
 
Texto elaborado pela Equipe Técnica do Laboratório de Avaliação Nutricional 
(LANUTRI) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC). 
 
Referências 
Hsueh-Kuan L, Yu-Yawn C, Chinagwen Y, et al. Discrepancies between leg-to-leg bioelectrical Impedance 
analysis and computerized tomography in abdominal visceral fat measurement. Sci Rep, 7(1), p.1-8, 
2017. 
Benito PJ, Candela CG, Cabañas MD, Szendrei B, Castro EA. Comparison between different methods for 
measuring body fat after a weight loss program. Rev Bras Med Esporte, 25(6), p. 474-479, 2019. 
Ploudre A, Arabas JL, Jorn L, Mayhew JL. Comparison of techniques for tracking body composition 
changes across a season in college women basketball players. Int J Exerc Sci, 11(4), p. 425-438, 2018. 
Gonçalves VS, Faria ER, Franceschini SC, Priore SE. Capacidade preditiva de diferentes equipamentos de 
bioimpedância elétrica, com e sem preparo prévio, na avaliação de adolescentes. J. Pediatr, 89(6), p. 567-
574, 2013. 
Eickemberg C, Oliveira CC; Roriz AK, Fontes GA, Mello AL, Sampaio LR. Bioelectrical impedance and 
visceral fat: a comparison with computed tomography in adults and elderly. Arq Bras Endocrinol Metab, 
57(1), p. 27-32, 2013. 
Lamb MJE, Byrne CD, Wilson JF, Wild SH. Evaluation of bioelectrical impedance analysis for identifying 
overweight individuals at increased cardiometabolic risk: a cross-sectional study. PLoS One, 9(9), p. 
e106134, 2014.

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