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Anatomia do Cerebro

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PERCEPÇÃO, CONSCIÊNCIA E EMOÇÕES
Com o auxílio do livro de anatomia, neuroanatomia, fisiologia e da imagem abaixo identificar e caracterizar a área motora primária.
Córtex motor primário
O córtex motor primário (M1) corresponde ao giro pré-central (área 4) e é a área do córtex com o limiar mais baixo para provocar uma contração muscular contralateral por estimulação elétrica. Ele contém um mapa detalhado topograficamente organizado (homúnculo motor) da metade oposta do corpo, com a cabeça representada mais lateralmente e a perna e o pé representados na superfície medial do hemisfério no lóbulo paracentral. Um aspecto marcante é a representação desproporcional de partes do corpo em relação ao seu tamanho físico: grandes áreas representam os músculos da face e da mão, que são capazes de movimentos delicadamente controlados ou fracionados. O córtex da área 4 é agranular, e as camadas II e IV são difíceis de identificar. O aspecto mais característico é a presença na lâmina V de alguns corpos celulares piramidais extremamente grandes, as células de Betz, que podem chegar a 80 μm de diâmetro. Esses neurônios projetam seus axônios nos tratos corticospinal e corticobulbar. As principais conexões talâmicas da área 4 são com o núcleo posterolateral ventral (VPL), que por sua vez recebe fibras aferentes a partir dos núcleos cerebelares profundos. O núcleo VPL também contém uma representação topográfica da parte contralateral do corpo, a qual é preservada em sua projeção ponto a ponto para a área 4, onde ela termina amplamente na lâmina IV. Outras conexões talâmicas da área 4 são com os núcleos centromediano e parafascicular. Estes parecem fornecer a única rota através da qual o estímulo que advém dos gânglios da base, direcionado através do tálamo, atinge o córtex motor primário, uma vez que a projeção do segmento interno do globo pálido para o núcleo ventrolateral do tálamo está confinada à divisão anterior e não há sobreposição com o território cerebelotalâmico. A parte anterior do núcleo ventrolateral projetase para as áreas pré-motora e motora suplementar do córtex, sem projeção para a área 4. O córtex somatossensorial ipsilateral (SI) projeta-se de uma maneira topograficamente organizada para a área 4, e a conexão é recíproca. A projeção para o córtex motor se origina nas áreas 1 e 2, com pouca ou nenhuma contribuição a partir da área 3b. As fi bras derivadas de SI terminam nas camadas II e III da área 4, onde elas entram em contato principalmente com neurônios piramidais. Evidências sugerem que os neurônios ativados monossinapticamente por fibras derivadas de SI, assim como aqueles ativados polissinapticamente, fazem contato com as células piramidais da camada V, incluindo as células de Betz, que originam as fibras corticospinais. Neurônios relacionados a movimentos no córtex motor, que podem ser ativados a partir de SI, tendem a apresentar um início tardio de atividade, principalmente durante a execução do movimento. Tem sido sugerido que esta via desempenha um papel principalmente em fazer ajustes motores durante um movimento. Fibras corticocorticais ipsilaterais adicionais para a área 4 a partir da área atrás do sulco central advêm da segunda área sensorial somática (SII). Os neurônios na área 4 são responsivos à estimulação periférica e têm campos receptivos similares àqueles no córtex sensorial primário. As células localizadas posteriormente no córtex motor têm campos receptivos cutâneos, enquanto neurônios localizados mais anteriormente respondem à estimulação de tecidos profundos. O córtex motor recebe importantes fibras de associação do lobo frontal advindas do córtex pré-motor e da área motora suplementar, e também fibras derivadas da ínsula. É provável que estas vias modulem a atividade cortical motora em relação à preparação, orientação e organização temporal de movimentos. A área 4 envia e recebe fibras de/para seu par contralateral, e também projeta-se para o córtex motor suplementar contralateral. Independentemente de sua contribuição para o trato corticospinal, o córtex motor tem diversas projeções subcorticais. As conexões para o estriado e para os núcleos pontinos são abundantes. Ele também projeta-se para o núcleo subtalâmico. O córtex motor envia projeções para todos os núcleos no tronco encefálico, que são em si a origem das vias descendentes para a medula espinal, a saber, a formação reticular, o núcleo rubro, o colículo superior, os núcleos vestibulares e o núcleo olivar inferior.
ÁREAS DE PROJEÇÃO (ÁREAS PRIMÁRIAS)
Como já foi visto, essas áreas, também chamadas áreas primárias, relacionam-se diretamente com a sensibilidade ou com a motricidade. Existe uma só área primária motora, situada no lobo frontal, e várias áreas primárias sensitivas nos demais lobos. De modo geral, a cada tipo de sensibilidade especial corresponde uma área primária, enquanto todas as formas de sensibilidade geral convergem para uma só área, a área somestésica. 
ÁREA MOTORA PRIMÁRIA
Ocupa a parte posterior do giro pré-central correspondente à área 4 de Brodmann . Do ponto dc vista citoarquitetural, é um isocórtex heterotípico agranular caracterizado pela presença das células piramidais gigantes ou células dc Bctz. A estimulação elétrica da área 4 determina movimentos de grupos musculares do lado oposto, por exemplo, da mão, do braço etc. Do mesmo modo, focos epilépticos situados na área 4 causam movimentos de grupos musculares isolados, podendo se estender progressivamente a outros grupos, à medida que o estímulo se propaga. Com auxílio desses dois métodos — estimulação elétrica e observação de casos de epilepsia focal —. foi possível "mapear" o córtex motor primário de acordo com a representação das diversas partes do corpo, ou seja, foi possível fazer sua somatotopia. Essa somatotopia corresponde à já descrita para a área somestésica e pode ser representada por um homúnculo da cabeça para baixo. É interessante notar a grande extensão da área correspondente â mão quando comparada com as áreas do tronco e membro inferior. Isso mostra que a extensão da representação cortical dc uma parte do corpo na área 4 é proporcional não a seu tamanho, mas á delicadeza dos movimentos realizados pelos grupos musculares aí localizados. Os primeiros estudos sobre estimulação elétrica da área 4 levaram à idéia errônea de que em um determinado ponto dessa área estariam representados movimentos elementares envolvendo vários músculos. Entretanto, com técnicas mais modernas, em que a estimulação se faz com microeletrodos, foi possível evidenciar a contração de músculos isolados. Sabe-se também que o mesmo músculo pode estar representado cm mais de um ponto, indicando a existência de convergência desses pontos sobre um mesmo grupo de neurônios motores. As principais conexões aferentes da área motora são com o tálamo — através do qual recebe informações do cerebelo —, com a área somestésica e com as áreas pré-motora c motora suplementar. Por sua vez, no homem, a área 4 dá origem à maior parte das libras dos tractos córtico-espinhal c corticonuclear, principais responsáveis pela motricidade voluntária.
Com o auxílio dos livros de neuroanatomia, fisiologia e da imagem abaixo caracterizar o homúnculo de Penfield e correlacionar com a área motora correspondente.
3-Com o auxílio do livro de anatomia, neuroanatomia e fisiologia caracterizar os gânglios da base observando:
O termo núcleos da base (anteriormente gânglios da base1) é utilizado para denotar um número de massas nucleares subcorticais que se encontram na parte basilar (inferior) dos hemisférios cerebrais, em íntima relação com a cápsula interna. A definição tradicional de núcleos da base incluía o corpo estriado, o claustro e o corpo amigdaloide. O termo agora tem sido restrito ao corpo estriado e a suas estruturas associadas no diencéfalo e no mesencéfalo; coletivamente, eles formam um complexo funcional envolvido no controle dos movimentos e de aspectos motivacionais de comportamento. A função do claustro é desconhecida; o corpo amigdaloide está mais intimamenterelacionado ao lobo límbico e, consequentemente, é descrito naquele contexto. O corpo estriado consiste no núcleo caudado, no putame e no globo pálido. Por causa de sua íntima proximidade, o putame e o globo pálido foram inicialmente considerados uma estrutura única, denominada núcleo lentiforme (ou lenticular). Entretanto, embora o nome tenha sido retido na terminologia anatômica geral e em alguns nomes compostos (p. ex., sublenticular, retrolenticular), sabe-se agora que o putame e o núcleo caudado compartilham uma quimiocitoarquitetura e conexões comuns, e eles são referidos juntamente como neoestriado ou simplesmente estriado.
- localização, subdivisões
- Identificar e localizar os núcleos talâmicos associados aos gânglios da base
- Estabelecer as vias de conexão e operação dos gânglios da base: Via direta e indireta
atravessado por numerosos pequenos feixes de axônios de pequeno diâmetro, finamente mielínicos ou amielínicos, que são em sua maioria aferentes e eferentes do estriado. Eles se irradiam através do tecido estriatal, como se convergissem para o globo pálido, ou se irradiando deste. Os feixes são ocasionalmente referidos pelo termo arcaico “lápis de Wilson”, e são responsáveis pela aparência estriada do corpo estriado. Os neurônios do estriado dorsal e do estriado ventral são principalmente células multipolares de tamanho médio. Eles têm corpos celulares arredondados, triangulares ou fusiformes, misturados a um número menor de grandes células multipolares. A relação entre células de tamanho médio e grande é de pelo menos 20:1. Os maiores neurônios têm extensas árvores dendríticas esféricas ou ovoides, de até 60 μm de extensão. Os neurônios de tamanho médio também apresentam árvores dendríticas esféricas, de aproximadamente 20 μm de diâmetro, que recebem os terminais sinápticos de muitas aferências estriatais. Os dendritos das células estriatais de tamanhos médio e grande podem ser ricos em espículas ou não apresentar espículas. O neurônio mais comum (usualmente 75% do total) é uma célula de tamanho médio com dendritos espinhosos. Essas células utilizam o ácido γ-aminobutírico (GABA) como seu transmissor e também expressam os genes que codifi cam para encefalina ou para substância P/dinorfina. Os neurônios encefalinérgicos expressam receptores D2 para dopamina. Os neurônios que produzem substância P/dinorfi na expressam receptores D1. Esses neurônios são a principal, e talvez exclusiva, fonte de eferências estriatais para o pálido e para a parte reticular da substância negra. Os demais neurônios estriatais de tamanho médio são desprovidos de espículas e são células intrínsecas que contêm acetilcolinesterase (AChE), colina-acetiltranferase (CAT) e somatostatina. Grandes neurônios com dendritos espinhosos contêm AChE e CAT; a maioria, talvez todos, são neurônios intrínsecos. Grandes neurônios desprovidos de espículas são neurônios intrínsecos. As sinapses intrínsecas são provavelmente em sua maior parte assimétricas (do tipo II), enquanto as derivadas de fontes externas são simétricas (do tipo I). As aferências aminérgicas derivadas da substância negra, da rafe e do locus ceruleus terminam como axônios profusamente ramificados com varicosidades, que contêm vesículas de centro denso (o provável estoque de transmissores derivados de aminas). Muitas dessas varicosidades não apresentam especializações de membrana sináptica convencionais e podem liberar o transmissor de uma maneira análoga àquela encontrada em axônios simpáticos pós-sinápticos periféricos. Substâncias químicas neuroativas, sejam intrínsecas ou derivadas de aferências, não estão distribuídas uniformemente no estriado. Por exemplo, as concentrações de serotonina e de ácido glutâmico-descarboxilase (GAD) são mais altas inferiormente, enquanto a substância P, a acetilcolina (ACh) e a dopamina são mais altas anterossuperiormente. No entanto, existe uma organização neuroquímica de grânulos mais finos que informa a visão do estriado como um mosaico de ilhotas ou estriossomas (às vezes referidos como manchas), cada uma com 0,5-1,5 mm de diâmetro, compactadas em uma matriz básica. Os estriossomas contêm substância P e encefalina. Durante o desenvolvimento, os primeiros terminais dopaminérgicos derivados da substância negra são encontrados nos estriossomas. Embora essa exclusividade não persista após o nascimento, os estriossomas no núcleo caudado do adulto ainda contêm uma concentração mais alta de dopamina do que a matriz. Esta última contém ACh e somatostatina e é o alvo dos axônios talamoestriados. Receptores para pelo menos alguns neurotransmissores estão também diferencialmente distribuídos. Por exemplo, receptores para opiáceos são encontrados quase exclusivamente no interior dos estriossomas, e receptores muscarínicos também de forma predominante. Além do mais, a distribuição de substâncias neuroativas dentro dos estriossomas não é uniforme. Em seres humanos, a trama de estriossomas/matriz é menos evidente no putame, no qual ela parece consistir predominantemente em matriz, do que no núcleo caudado. Todas as aferências para o estriado terminam de uma maneira semelhante a um mosaico. O tamanho de um agregado de terminais é usualmente de 100-200 μm de diâmetro. Alguns agregados de terminais aferentes não estão organizados em paralelo com as evidentes distribuições de estriossomas/ matriz vistas em axônios nigroestriatais e talamoestriatais. Em geral, as aferências derivadas do neocórtex terminam na matriz estriatal e aquelas derivadas do alocórtex terminam nos estriossomas. Entretanto, a distinção não é absoluta: embora as aferências advindas do neocórtex se originem nas camadas V e VI, aquelas derivadas da parte superfi cial da camada V terminam predominantemente na matriz estriatal, enquanto aquelas derivadas de partes mais profundas do neocórtex projetam para os estriossomas. Os corpos celulares estriatais, que são as fontes de eferências, também formam agregados, mas novamente não estão uniformemente relacionados aos estriossomas. Por exemplo, os corpos celulares de alguns axônios estriatopalidais e estriatonigrais encontram-se agregados dentro dos estriossomas, e outros se encontram fora destes, mas ainda em agregados. Os neurônios e o neurópilo do estriado ventral são essencialmente similares àqueles do estriado dorsal, mas a organização estriossoma/matriz é menos bem definida e parece consistir predominantemente em estriossomas. Embora as conexões das divisões dorsal e ventral se sobreponham, a generalização pode ser feita de modo que o estriado dorsal esteja predominantemente conectado a áreas motoras e de associação do córtex cerebral, enquanto o estriado ventral está conectado ao lobo límbico e com os córtices orbitofrontal e temporal. Tanto para o estriado dorsal como para o estriado ventral, o globo pálido e a parte reticulada da substância negra são estruturas eferentes fundamentais. O arranjo fundamental é o mesmo para ambas as divisões. O córtex cerebral projeta-se para o estriado, o qual por sua vez projeta-se para o globo pálido e para a parte reticular da substância negra, e eferências derivadas do globo pálido e da parte reticular da substância negra influenciam o córtex cerebral (seja a área motora suplementar ou os córtices pré-frontal e giro do cíngulo através do tálamo) e o colículo superior. Todo o neocórtex envia axônios glutamatérgicos para o estriado ipsilateral. Previamente, esses axônios foram considerados colaterais de eferências corticais para outras regiões, mas sabe-se agora que eles se originam exclusivamente de pequenas células piramidais nas camadas V e VI. Também tem sido sugerido que algumas dessas células de origem localizam-se nas camadas supragranulares “de associação cortical” II e III. A projeção está organizada topograficamente. A maior parte dos estímulos derivados do córtex cerebral para o estriado dorsal é derivada dos lobos frontal e parietal, e a derivada do córtex occipitotemporal é relativamente pequena. Deste modo, o córtex de associação orbitofrontal projeta-separa a parte inferior da cabeça do núcleo caudado que se localiza próximo ao estriado ventral. O córtex de associação frontal dorsolateral e os campos oculares frontais projetam-se para o resto da cabeça do núcleo caudado, e grande parte do lobo parietal projeta-se para o corpo do núcleo caudado. Os córtices somatossensorial e motor projetam-se predominantemente para o putame. 
medialmente. O córtex motor é exclusivo em enviar axônios através do corpo caloso para o putame oposto, onde eles terminam com a mesma ordenação espacial. Os córtices occipital e temporal projetam-se para a cauda do núcleo caudado e para a parte inferior do putame. O estriado também recebe aferências, que são mais irregular e espacialmente organizadas, a partir do tálamo intralaminar polissensorial. O núcleo central lateral, receptivo ao cerebelo, projeta-se para o estriado anterior (especialmente para o núcleo caudado), e o núcleo centromediano, receptivo ao cerebelo e ao globo pálido, projeta-se para o putame. Os estímulos aminérgicos para o núcleo caudado e para o putame são derivados da parte compacta da substância negra (grupo dopaminérgico A9, do núcleo retrorrubral (grupo dopaminérgico A8), do núcleo da rafe dorsal e o locus ceruleus (grupo noradrenérgico A6). O estímulo nigroestriatal é às vezes referido como via dopaminérgica “mesoestriatal”. Ele atinge o estriado por atravessar os campos em H (de Forel) no subtálamo e seguir no feixe prosencefálico mediano. Esses estímulos aminérgicos parecem modular as respostas do estriado a influências aferentes corticais e talâmicas. Eferências do estriado seguem para segmentos do globo pálido e para a parte reticular da substância negra, onde elas terminam de uma maneira topicamente ordenada. As fibras que terminam no segmento lateral ou medial do globo pálido originam-se de diferentes células estriatais . Aquelas para a parte lateral do globo pálido advêm de neurônios que colocalizam para GABA e encefalina, e dão origem à chamada “via indireta”. Este nome se refere ao fato de que esses neurônios estriatais influenciam a atividade de neurônios de saída dos núcleos da base no globo pálido medial através da porção intermediária do núcleo subtalâmico. Outros neurônios estriatais, os quais colocalizam para GABA e substância P/dinorfi na, projetam- se diretamente para o globo pálido medial e são, consequentemente, descritos como “via direta”. Um segundo efluxo é estabelecido a partir do estriado para a parte reticular da substância negra. Este também tem componentes diretos e indiretos, através do globo pálido lateral e do núcleo subtalâmico. Os axônios da projeção estriatonigral direta constituem o sistema “em pente” localizado lateralmente, que é espacialmente bastante distinto da via nigroestriatal dopaminérgica ascendente. Fibras nigroestriatais terminam em uma maneira espacialmente ordenada na parte reticular. O estriado ventral é o alvo principal das aferências corticais derivadas dos córtices límbicos, como o alocórtex, e de regiões límbicas associadas. Assim, o hipocampo (através do fórnice) e o córtex orbitofrontal (através da cápsula interna) projetam-se para o núcleo acumbens, e os córtices olfatório, entorrinal, cingulado anterior e visual temporal projetam-se para o núcleo acumbens e para o tubérculo olfatório em graus variáveis. O tubérculo também recebe aferências do corpo amigdaloide. As contiguidades das áreas corticais, que se projetam para o estriado ventral e para o estriado dorsal adjacente, enfatizam a natureza imprecisa dos limites entre as duas divisões. Todas as regiões corticais sobrepõem-se e limitam-se uma com a outra, projetam-se para partes adjacentes do estriado dorsal e também para o estriado ventral. O fundo do estriado e a parte ventromedial do núcleo caudado limitam-se com o tubérculo olfatório e com o núcleo acumbens e recebem conexões do córtex orbitofrontal e, em um Fibras corticoestriatais grau menor, dos córtices pré-frontal lateral e da parte anterior do giro do
cíngulo (os quais também se projetam para a cabeça contígua do núcleo caudado). Esta continuidade dos estriados dorsal e ventral, conforme revelado pelos arranjos de projeções corticoestriatais, é reforçada pela consideração dos estímulos aminérgicos para o estriado ventral. Eles são derivados da rafe dorsal (grupo serotoninérgico B7), do locus ceruleus (grupo noradrenérgico A6) e do núcleo paranigral (grupo dopaminérgico A10), além da parte mais medial da parte compacta da substância negra (A9) . As projeções dopaminérgicas constituem a chamada via dopaminérgica mesolímbica, que também se projeta para os núcleos septais, para o hipocampo, para o corpo amigdaloide e para os córtices pré-frontal e do giro do cíngulo, através do feixe prosencefálico medial. A continuidade lateromedial dos grupos celulares A9 e A10 é, deste modo, refletida nas posições relativas de suas fibras ascendentes no subtálamo e no hipotálamo (os campos em H e o feixe prosencefálico mediano, respectivamente), assim como na topografia lateromedial dos estriados dorsal e ventral, os quais por sua vez têm fontes contíguas e sobrepostas de aferências corticais. Assim como no estriado dorsal, as eferências do estriado ventral projetam-se para o globo pálido (neste caso, para a parte ventral do globo pálido) e para a parte reticular da substância negra . No último caso, a conexão é tanto direta como indireta através do núcleo subtalâmico. As projeções da parte reticular são como descritas para o sistema dorsal, mas os axônios derivados da parte ventral do globo pálido atingem o núcleo mediodorsal talâmico (que se projeta para o hipocampo). Axônios da parte ventral do globo pálido também atingem o complexo habenular do lobo límbico. As áreas encefálicas além dos núcleos basais, da substância negra e do núcleo subtalâmico, para os quais os sistemas dorsal e ventral parecem projetar-se, são, consequentemente, os córtices de associação pré-frontal, o giro do cíngulo e o colículo superior.
Núcleo acumbens
O estriado ventral consiste no núcleo acumbens e no tubérculo olfatório. Em frente à comissura anterior, grande parte da substância cinzenta da substância perfurada anterior, e especialmente do tubérculo olfatório, é indistinguível do fundo do estriado, e contínuo com este, em termos de composição celular, histoquímica e interconexões. O núcleo caudado é contínuo medialmente com o núcleo acumbens, que se limita com os núcleos do septo, próximos à área paraolfatória, à faixa diagonal da área de Broca e ao fórnice. O núcleo acumbens recebe uma inervação dopaminérgica da área tegmental ventral do mesencéfalo (grupo celular A10). Acredita-se que ele represente o substrato neural para os efeitos recompensadores de várias classes de drogas de abuso e é, consequentemente, um importante determinante de seu potencial viciador. A observação experimental de que os efeitos ativadores locomotores de drogas estimulantes psicomotoras tais como anfetamina e cocaína (as quais atuam ao nível pré-sináptico sobre neurônios dopaminérgicos para aumentar a liberação de dopamina ou bloquear sua recaptura, respectivamente) sejam dependentes da transmissão de dopamina no núcleo acumbens, levou à hipótese de que as propriedades de reforço ou de recompensa dessas drogas sejam mediadas pelo sistema dopaminérgico mesolímbico.
Caracterizar a via piramidal e extra-piramidal utilizando os livros texto de anatomia, fisiologia e neurociências.
Com o auxílio dos livros de anatomia e neuroanatomia caracterizar o tronco encefálico observando:
- Divisão anatômica
O tronco do encéfalo (TE), também chamado de tronco cerebral, situa-se sobre a parte basal do osso occipital (clivo), ocupando o espaço mais anterior da fossa intracraniana posterior, e estende-se desde a medula espinal até o diencéfalo. Está localizado inferiormente ao cérebro e anteriormente ao cerebelo, recobrindo-o em grande parte. Caudalmente, o bulbo continua-se com a medula espinal no nível do forame magno, não havendo limite anatômico claro. Cranialmente, apresenta como limitecom o diencéfalo os tratos ópticos. Do sentido caudal para o rostral, o TE apresenta três subdivisões principais: bulbo (bulbo raquidiano, ou medula oblonga), ponte e mesencéfalo. No plano transversal, apresenta 3 divisões internas: o teto (exclusivamente no mesencéfalo), o tegmento e a base, do sentido dorsal para o ventral. O TE consiste em uma unidade definida topográfica e embriologicamente, mas não representa um sistema funcional uniforme. Grupos neuronais do TE tomam parte em virtualmente todas as tarefas do sistema nervoso central.
- Nervos que emergem dessa região
O TE contém muitos tratos ascendentes e descendentes de fibras. Alguns deles passam por toda a sua extensão, tendo origem na medula espinal ou no hemisfério cerebral, respectivamente. Outros têm sua origem ou término em núcleos do próprio TE. Alguns núcleos recebem ou enviam fibras para os nervos cranianos, e dez pares (do III ao XII) prendem-se à superfície do TE. Esses núcleos são denominados núcleos dos nervos cranianos.Além deles, o TE contém uma matriz de neurônios, chamada formação reticular, dentro da qual existem diversos núcleos identificados individualmente. Apesar de exercer funções muito importantes, o TE representa apenas 4,4% do peso total do encéfalo.
- Delimitações
- Centros de controle de funções vegetativas
Bulbo
O bulbo é derivado do mielencéfalo embrionário e tem a forma de um cone. Corresponde à parte menor mais caudal do TE e pode ser dividido em uma porção caudal (porção fechada) e uma porção rostral (porção aberta), com base na ausência ou presença do quarto ventrículo. Essa estrutura forma uma zona transicional, conectando a região menos diferenciada do sistema nervoso central, que é a medula espinal, com as regiões mais diferenciadas do encéfalo. Assim, o bulbo continua-se, em sua porção inferior, com a medula espinal e com a ponte, em sua porção superior. A organização interna das porções caudais do bulbo é bastante semelhante à da medula espinal. Os sulcos e as fissuras na superfície da medula espinal cervical, bem como muitas das colunas nucleares e as vias de fibras presentes no seu interior, prolongam-se por distâncias variáveis até o bulbo. À medida que vai tornando-se mais rostral, o bulbo vai diferenciando-se cada vez mais da medula espinal. Não existe uma linha de demarcação nítida entre a medula espinal e o bulbo; logo, considera-se que o limite entre eles esteja em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, o que corresponde ao nível do forame magno do osso occipital. Na face anterior, o limite superior do bulbo é determinado por um sulco horizontal, o sulco bulbopontino ou pontino inferior, que corresponde à margem inferior da ponte. A superfície do bulbo apresenta longitudinalmente sulcos mais ou menos paralelos, que se continuam com os sulcos da medula espinal. Esses sulcos delimitam as áreas anterior (ventral), lateral e posterior (dorsal) do bulbo, que, vistas pela superfície, aparecem como uma continuação direta dos funículos da medula espinal. A fissura mediana anterior termina cranialmente em uma depressão denominada forame cego. De cada lado da fissura mediana anterior, existe uma coluna longitudinal proeminente, a pirâmide bulhar, limitada lateralmente pelo sulco lateral anterior. Essa estrutura é formada por um feixe compacto de fibras nervosas que liga as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula espinal.
trato piramidal ou corticoespinal, formado por fibras descendentes que se originam no córtex cerebral ipsilateral. Na porção caudal do bulbo, 75 a 90% dessas fibras cruzam obliquamente o plano mediano em feixes interdigitados que constituem a decussação das pirâmides. Através desse cruzamento, as fibras recobrem parcialmente a fissura mediana anterior, passando a formar o trato corticoespinal lateral da medula espinal. Lateralmente às pirâmides e estendendo-se até 2 cm abaixo da ponte, existem 2 proeminências ovoides, as olivas (olivas bulhares ou eminências olivares), cada uma delas formada por uma grande massa de substância cinzenta, que reflete a presença, em posição subjacente, dos núcleos olivares inferiores. Ventralmente à oliva, emergem do sulco lateral anterior as radículas (filamentos radiculares) do nervo hipoglosso (XII par craniano). Do sulco lateral posterior, emergem as radículas que se unem para formar os nervos glossofaríngeo (IX par) e vago (X par). As radículas que constituem a raiz craniana ou bulhar do nervo acessório (XI par) encontram-secaudalmente às radículas do nervo vago. No entanto, elas situam-se ao longo de uma linha contínua com essas radículas, estendendo-se até a medula espinal cervical superior, onde irão unir-se à raiz espinal. A metade caudal, ou porção fechada do bulbo, é percorrida por um estreito canal, continuação direta do canal central da medula espinal. Esse canal abre-se posteriormente para formar o quarto ventrículo, cujo assoalho é, em parte, constituído pela metade rostral, ou porção aberta do bulbo. No óbex, a margem inferior do quarto ventrículo, o sulco mediano posterior, divide-se para formar os limites inferiores desse ventrículo. Entre os sulcos mediano posterior e lateral posterior, está situada a área posterior do bulbo, continuação do funículo posterior da medula espinal e, como este, dividida em fascículos grácil e cuneiforme pelo sulco intermédio posterior. Esses fascículos são constituídos por fibras nervosas ascendentes, vindas da medula espinal, que se estendem em direção rostral pelo bulbo. Com a abertura do quarto ventrículo, os fascículos grácil e cuneiforme são deslocados lateralmente. Os núcleos grácil e cuneiforme, situados na parte mais cranial dos respectivos fascículos, formam pequenas proeminências na superfície dorsolateral do bulbo, denominadas tubérculo grácil, situado medialmente, e tubérculo cuneiforme, lateralmente. Devido ao aparecimento do quarto ventrículo, os tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme afastam-se como os 2 ramos de um "V". Acima, encontram-se os pedúnculos cerebelares inferiores, que contêm os corpos restiformes nas superfícies dorsolaterais do bulbo, formados, em grande parte, pela confluência de fibras do trato espinocerebelar posterior, de fibras olivocerebelares
e fibras reticulocerebelares, juntamente às fibras cuneocerebelares, originadas do núcleo cuneiforme acessório. Essas fibras voltam em direção posterior, chegando às partes centrais do cerebelo. O corpo restiforme recebe um contingente de fibras vestibulocerebelares e fibras cerebelovestibulares, o corpo justarrestiforme, na base do cerebelo para formar o pedúnculo cerebelar inferior. No entanto, muitas vezes o termo "pedúnculo cerebelar inf erior" é utilizado como sinônimo de corpo restiforme.
Ponte
A face anterior da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbopontino. Três nervos cranianos têm origem aparente em cada lado do TE ao nível do sulco bulbopontino: o nervo abducente (VI nervo craniano), que emerge entre a pirâmide do bulbo e a ponte; o nervo facial (VII nervo craniano), que emerge entre a oliva e a ponte, mantendo relação íntima com o VIII nervo situado lateralmente; o nervo vestibulococlear (VIII nervo craniano), que penetra no TE pelo ângulo bulbopontino (seu componente coclear passa pela superfície dorsolateral do corpo restiforme e seu componente vestibular, pelo bulbo abaixo do corpo restiforme). Entre os nervos facial e vestibulococlear, emerge o nervo intermédio, que é a raiz sensorial do VII nervo, muitas vezes de difícil identificação nas peças de rotina. A ponte consiste em uma grande elevação na superfície anterior do TE e situa-se entre o bulbo e o mesencéfalo. Localiza-se anteriormente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do osso esfenoide. É formada por uma parte ventral, ou base da ponte, e uma parte dorsal, ou tegmento da ponte. O tegmento da ponte tem estrutura bastante
semelhante às do bulbo e do tegmento do mesencéfalo. A base da ponte, no entanto,tem estrutura muito diferente das outras áreas do TE. Ela apresenta estriação transversal devido à presença de numerosos feixes de fibras transversais que a percorrem. No limite entre o tegmento e a base da ponte, observa-se um conjunto de fibras mielínicas de direção transversal, o corpo trapezoide. Esse corpo trapezoide será estudado como parte integrante do tegmento. A base da ponte é uma área sem correspondentes em outros níveis do TE. Ela é derivada da parte basal do metencéfalo embrionário e surgiu durante a filogênese com o neocerebelo e o neocórtex, mantendo íntimas conexões com essas 2 áreas do sistema nervoso. O tamanho da base da ponte varia entre as espécies animais, sendo proporcional ao desenvolvimento neocortical. Atinge seu máximo desenvolvimento no ser humano, onde é maior que o tegmento. Os núcleos pontinos da ponte basal transmitem informação proveniente do neocórtex para o cerebelo. As fibras corticopontinas terminam nesses núcleos pontinos, enquanto as fibras pontocerebelares, originadas nesses núcleos, chegam ao cerebelo através do pedúnculo cerebelar médio (ou braço da ponte), que penetra no hemisfério cerebelar correspondente. A região do TE compreendida entre a base da ponte e o assoalho do quarto ventrículo é chamada de tegmento pontino, que se continua rostralmente com o tegmento mesencefálico e, na direção caudal, com a parte central ou formação reticular do bulbo. Embora diversos núcleos associados a vários nervos cranianos localizem -se no tegmento pontino, o nervo trigêmeo (V par craniano) é o único nervo a apresentar origem aparente na ponte, situada na face anterolateral, fazendo-o mediaimente ao pedúnculo cerebelar médio. Considera-se como limite entre a ponte e o braço da ponte o ponto de emergência do nervo trigêmeo. Esse nervo tem 2 componentes: uma grande raiz sensorial, a portio major, e uma raiz motora, menor, a portio minor. Ambas são vistas como raízes distintas na superfície medial do pedúnculo cerebelar médio. Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte, as fibras transversais que se cruzam na linha média formam um sulco, o sulco basilar, no qual geralmente a artéria basilar se aloja. A parte dorsal ou tegmento da ponte tem estrutura semelhante ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo com os quais se continua, não existindo linha de demarcação com a parte dorsal da porção aberta do bulbo, de forma que ambas constituem o assoalho do quarto ventrículo.
Mesencéfalo
O mesencéfalo representa o menor e menos diferenciado segmento do TE infratentorial e localiza-se rostralmente à ponte, estendendo-se superiormente até o diencéfalo e o terceiro ventrículo. Separa-se da ponte pelo sulco pontomesencefálico, ou pontino superior, e do cérebro por um plano que liga os corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo, à comissura posterior. No sentido transversal, é constituído por 3 partes:
a) porção dorsal ou teto do mesencéfalo ou lâmina quadrigeminal, dorsal ao aqueduto cerebral;
b) porção central ou tegmento do mesencéfalo, representando a continuação do tegmento pontino;
c) porção ventral, que é bem maior, denominada base do mesencéfalo, formada pelos pedúnculos cerebrais ou cruz do cérebro, e contendo fibras de origem neocortical, correspondentes a projeções corticais descendentes
O aqueduto cerebral (de Sylvius) situa-se ventralmente ao teto do mesencéfalo e conecta o terceiro ventrículo, do diencéfalo, com o quarto ventrículo, do rombencéfalo. O aqueduto cerebral percorre longitudinalmente
o mesencéfalo e é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta, a substância cinzenta periaquedutal. Ventral ao aqueduto cerebral, contínuo com o tegmento pontino, estendendo-se rostralmente até o terceiro ventrículo, fica o tegmento mesencefálico. Em uma visão anterior, os pedúnculos cerebrais aparecem como 2 grandes feixes de fibras ou 2 elevações muito proeminentes, que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar profundamente no cérebro. Delimitam, assim, uma profunda depressão triangular na linha média, a fossa interpeduncular, formando a parte mais ventral do mesencéfalo. A fossa interpeduncular é limitada anteriormente por 2 eminências pertencentes ao diencéfalo, os corpos mamilares. O fundo da fossa interpeduncular apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos e é chamada de substância perfurada posterior. A substância negra é uma lâmina cinzenta pigmentada, de cor bem mais escura, formada por neurônios contendo melanina, que separa, de cada lado, o tegmento do mesencéfalo do pedúnculo cerebral em uma seção transversal. Correspondendo à substância negra na superfície do mesencéfalo, existem 2 sulcos longitudinais, um lateral, o sulco lateral do mesencéfalo, e outro medial, o sulco medial do pedúnculo cerebral. Esses sulcos marcam na superfície o limite entre a base e o tegmento do mesencéfalo. Do sulco medial, emerge o nervo oculomotor (III par craniano). O teto do mesencéfalo é constituído por 4 eminências: 2 colículos inferiores, relacionados com a audição, e 2 coliculos superiores, relacionados com os órgãos da visão, além da área pré-tectal. Os colículos inferiores e os superiores também são conhecidos como corpos quadrigeminais e são separados por dois sulcos perpendiculares em forma de cruz. Na parte superior do ramo longitudinal dessa cruz, aloja-se o corpo pineal, que pertence ao diencéfalo. Caudalmente a cada colículo inferior, emerge o nervo troclear (IV nervo craniano), muito delgado. Caracteriza-se por ser o único dos pares cranianos que emerge dorsalmente, contornando o mesencéfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo. Cada colículo liga-se a uma pequena eminência oval do diencéfalo, o corpo geniculado, por meio de um feixe superficial de fibras nervosas que constitui o seu braço. Dessa forma, o colículo inferior liga-se ao corpo geniculado medial por meio do braço do colículo inferior, e o colículo superior se relaciona com o corpo geniculado lateral por meio do braço do coliculo superior, que tem parte do seu trajeto escondido entre o pulvinar do tálamo e o corpo geniculado medial. O corpo geniculado lateral pode ser encontrado na extremidade do trato óptico. O cerebelo ocupa posição dorsal e está conectado ao
TE por 3 pares de pedúnculos:
a) pedúnculos cerebelares inferiores (corpos restiformes e justarrestiformes): conectam as vias cerebelares ao bulbo;
b) pedúnculos cerebelares médios (braços da ponte): ligam o cerebelo à ponte; e
c) pedúnculos cerebelares superiores (braços conjuntivos): fazem a conexão das vias cerebelares ao mesencéfalo.
Quarto ventrículo
O quarto ventrículo é a cavidade do rombencéfalo situada entre a porção superior do bulbo e a ponte, anteriormente, e o cerebelo, posteriormente . Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral, por meio do qual o IV ventrículo comunica-se com o III ventrículo. A cavidade do IV ventrículo prolonga-se de cada lado para formar os recessos laterais, situados na superfície posterior do pedúnculo cerebelar inferior . Esses recessos comunicam-se de cada lado com o espaço subaracnóideo por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka). Além disso, existe uma abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie), situada centralmente na metade caudal do teto do ventrículo. Através dessas aberturas, o líquido cerebrospinal (liquor), que enche a cavidade ventricular, passa para o espaço subaracnóideo. O assoalho do IV ventrículo, ou fossa romboide, tem a forma de um losango. Essa fossa pode ser dividida em 2 triângulos de tamanhos diferentes. O triângulo superior (maior) situa-se atrás da ponte, e o triângulo inferior (menor), atrás do bulbo. A estrutura que separa o asso alho em 2 triângulos corresponde às estrias medulares do IV ventrículo, finas cordas de fibras nervosas que cruzam transversalmente a área vestibular até o sulco mediano, relacionadas a vias auditivas. Limita-se inferolateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores e pelos tubérculos dos núcleosgrácil e cuneiforme. Na porção superolateral, limita-se pelos pedúnculos cerebelares superiores, que são feixes compactos de fibras nervosas que saem de cada hemisfério cerebelar e fletem-se cranialmente, convergindo para penetrar no mesencéfalo. Em toda a sua extensão, o assoalho do IV ventrículo é percorrido pelo sulco mediano, que desaparece, cranialmente, no aqueduto cerebral e, caudalmente, no canal central do bulbo. De cada lado do sulco mediano existe uma eminência medial, limitada lateralmente pelo sulco limitante. Esse sulco separa os núcleos motores, derivados da lâmina basal e situados medialmente, dos núcleos sensoriais, derivados da lâmina alar e situados lateralmente. De cada lado, o sulco limitante alarga-se para formar 2 depressões, a fóvea superior e a fóvea inferior, situadas, respectivamente, nas metades cranial e caudal da fossa romboide. Medialmente à fóvea superior, a eminência medial dilata-se para constituir, de cada lado, uma elevação arredondada, o colículo facial, formado por fibras do nervo facial, que, nesse nível, contornam o núcleo do nervo abducente. Na parte caudal da eminência medial, observa-se, de cada lado, uma pequena área triangular de vértice para baixo, o trígono do nervo hipoglosso, que corresponde ao núcleo do XII nervo craniano. Lateralmente ao trígono do nervo hipoglosso e caudalmente à fóvea inferior, existe uma área triangular de coloração ligeiramente acinzentada, o trígono do nervo vago, que corresponde ao núcleo dorsal do X nervo craniano. Lateralmente ao sulco limitante e estendendose de cada lado em direção aos recessos laterais, pode-se observar uma grande área triangular, a área vestibular, que corresponde aos núcleos vestibulares do nervo vestibulococlear. Estendendo-se da fóvea superior em direção ao aqueduto cerebral, lateralmente à eminência medial, situa-se o locus coeruleus, de coloração ligeiramente escura, relacionado com o mecanismo do sono, mais especificamente com a fase de sono paradoxal. A metade cranial do teto do IV ventrículo é constituída por uma lâmina fina de substância branca, o véu medular superior, que se estende entre os 2 pedúnculos cerebelares superiores. A metade caudal do teto do IV ventrículo é constituída por 3 formações principais: o nódulo do cerebelo, uma pequena parte da substância branca; o véu medular inferior, formação bilateral constituída por uma fina lâmina branca presa medialmente às bordas laterais do nódulo do cerebelo; e a tela coroide do IV ventrículo, que une as 2 formações anteriores às bordas da metade caudal do assoalho do IV ventrículo. A tela coroide é formada pela união do epitélio ependimário, que reveste internamente o ventrículo, com a pia-máter, e reforça externamente esse epitélio. A tela coroide envia fibras irregulares e muito vascularizadas, que se invaginam na cavidade ventricular para formar o plexo coroide do IV ventrículo, situado no véu medular inferior. A invaginação ocorre ao longo de 2 linhas verticais situadas próximo ao plano mediano, que se encontram perpendicularmente com uma linha horizon tal, que se dirige, de cada lado, para os recessos laterais. O plexo coroide do IV ventrículo tem a forma de um T, cujo braço vertical é duplo. Os plexos coroides produzem o líquido cerebrospinal (liquor) que se acumula na cavidade ventricular e passa para uma dilatação do espaço subaracnóideo, denominada cisterna magna, através das aberturas laterais e mediana do IV ventrículo. Essas 3 aberturas permitem que o liquor passe do sistema ventricular para o espaço subaracnóideo, isto é, por fora do sistema nervoso central. Através das aberturas laterais próximas ao flóculo do cerebelo, exterioriza-se uma pequena porção do plexo coroide do IV ventrículo. Imediatamente rostral ao óbex, em cada lado do quarto ventrículo, existe uma eminência arredondada, a área postrema. Essa área é uma das várias regiões ependimárias especializadas que não apresentam barreira hematencefálica, referidas como órgãos circunventriculares.
Com auxílio dos livros de anatomia e neuroanatomia caracterizar o cerebelo observando:
 Localização anatômica
Anatomicamente, o cerebelo situa-se na fossa posterior do crânio, dorsalmente em relação ao tronco cerebral, e é formado por uma parte ímpar, mediana, o vermis, e, de cada lado, pelos hemisférios cerebelares. O cerebelo pode ser dividido em 3 lobos separados por 2 fissuras : o lobo anterior, o lobo posterior e o lobo floculonodular.O lobo floculonodular é a parte ontogeneticamente mais antiga do cerebelo e está intimamenterelacionado com o desenvolvimento do sistema vestibular e do controle do equilíbrio. Os lobos anterior e posterior constituem o corpo do cerebelo
Lobo rostral: Lóbulo quadrangular, cúlmen do vérmis superior, lóbulo central do vérmis superior.
 Pedúnculo cerebelar: superior, médio e inferior
Lobo caudal: Lóbulo simples, lóbulo semilunar rostral e caudal, lóbulo biventre e tonsila.
Lóbulo flóculo-nodular

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