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ALQUEMINTOS E FILO MOLLUSCA

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Zoologia dos 
Invertebrados 
Asquelmintos e Filo Mollusca
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profª Ms. Adriana Maria Giorgi Barsotti 
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
Nesta Unidade discorreremos brevemente sobre os vermes cilíndricos, conhecidos também 
como asquelmintos e sobre os moluscos, como polvos, lulas, caramujos e mexilhões.
Leia com atenção o material teórico, se necessário faça resumos ou esquemas como auxílio 
em seu aprendizado e memorização do conteúdo abordado. Pesquise outras fontes além das 
indicadas. Assista aos vídeos sugeridos e procure relacioná-los com seus estudos.
O objetivo desta unidade é compreender alguns aspectos fisiológicos e 
ecológicos desses dois táxons, bem como sua classificação.
Compreender as doenças causadas pelos asquelmintos, esses que igualmente 
aos platelmintos, possuem importância médica e veterinária.
Asquelmintos e Filo Mollusca
 · Introdução
 · Filo Mollusca
 · Classificação do Filo Mollusca
6
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
Contextualização
Os filos que compreendem os asquelmintos possuem certas similaridades e anteriormente 
foram classificados como Filo Aschelmintes. Entretanto, possuem grandes diferenças em suas 
relações filogenéticas e por isso mais recentemente passaram a ser tratados como filos separados. 
O Filo de maior importância é o Nematoda, pois suas espécies podem ter impacto sobre o 
homem e seus animais de estimação, devido à ocorrência de graves doenças.
O desenvolvimento de um celoma foi o principal passo na evolução de formas mais complexas, 
e os moluscos foram um dos primeiros animais a apresentarem essa característica. Atualmente, 
o Filo Mollusca possui cerca de cinquenta mil espécies vivas, é um táxon diverso, incluindo 
formas conhecidas como lulas, polvos, mexilhões e caramujos. O grupo varia de formas mais 
simples até organismos com as formas mais complexas entre os invertebrados.
7
Introdução
O nome asquelmintos é um termo conveniente e que engloba nove filos, os quais possuem 
animais marinhos e de água doce, sendo a maioria de vida livre, variando de um tamanho 
microscópico de até um centímetro de comprimento. Um celoma bem desenvolvido e um 
sistema sanguíneo vascular estão ausentes.
Muitos grupos possuem cílios que auxiliam na locomoção, entretanto, há grupos que 
apresentam uma cutícula espessa, e nessas formas a locomoção é praticamente muscular. Os 
protonefrídeos são órgãos excretores típicos para esse grupo.
Esse tamanho pequeno apresentado significa também que o corpo desses animais é composto 
por um número reduzido de células, no entanto, existem espécies de asquelmintos que possuem um 
número fixo de células, a mitose cessa após o desenvolvimento embrionário e o crescimento ocorre 
somente através do aumento no tamanho das células, fenômeno esse conhecido como eutelia.
Na região anterior desses animais se encontram a boca e órgãos sensoriais, embora não seja 
bem formada. Alguns filos apresentam uma cutícula externa, mas em outros essa está ausente. 
O trato digestório consiste basicamente de um tubo completo, que possui boca e ânus e, na 
maioria das vezes, há presença de uma região faringiana.
Historicamente os asquelmintos foram descritos como animais pseudocelomados, ou seja, 
possuíam uma cavidade preenchida por fluidos e revestida por um epitélio celômico, que surgiu 
como uma blastocele embrionária. Entretanto, pesquisas mais recentes demonstraram que muitos 
asquelmintos não possuíam cavidade corporal, assim como os animais acelomados (Figura 1). 
No entanto, alguns asquelmintos possuem, de fato, essa cavidade de tecido conjuntivo expandida e 
preenchida por fluido, sendo essa denominada de pseudocele (Figura 1). Esse fluido pseudocélico 
funciona como um esqueleto hidrostático e como um meio para o transporte interno.
Figura 1 – Plano corpóreo acelomado, pseudocelomado e eucelomado.
 
Fonte: Hickman, Larson e Roberts (2001).
A seguir descreveremos brevemente os filos representantes do grupo asquelmintos.
 » Filo Rotifera: esse nome é derivado da coroa ciliada, característica que, ao bater 
frequentemente, dá a impressão de rodas girando. Os rotíferos variam de quarenta 
micrometros a três milímetros de comprimento. Algumas espécies possuem formas bizarras e 
frequentemente estão associadas com seu modo de vida. Esse táxon possui cerca de 1.800 
espécies, que podem habitar ambientes marinhos, de água doce, terrestre ou podem até ser 
epizoicos. Os rotíferos são adaptados a muitos tipos de condição ecológica.
8
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
Glossário
Espécies espizoicas são aquelas que vivem sobre o corpo de outro animal (HICKMAN; LARSON; 
ROBERTS, 2004).
O corpo de um rotífero (Figuras 2 e 3) é composto por uma cabeça, onde se encontra a coroa 
ciliada, um tronco e uma cauda posterior, cobertos por uma cutícula. A boca se situa na coroa 
e os cílios coronais são utilizados tanto na locomoção como na alimentação. 
O tronco contém os órgãos viscerais e possui antenas sensoriais. Todos os rotíferos apresentam 
uma camada fibrosa dentro da epiderme, sendo essa bastante espessa em algumas espécies, 
formando uma lorica envolvente. 
O pé é mais fino e possui quatro artelhos. É um órgão de adesão e 
contém glândulas pedais que secretam um material adesivo.
A pseudocele é ampla, preenchida por fluido. O sistema 
digestivo é completo. Os rotíferos se alimentam com auxílio dos 
cílios. A faringe, denominada de mástax possui uma porção 
muscular equipada com mandíbulas duras, chamada de trofos, 
para sucção e trituração das partículas alimentares. Acredita-se 
que as glândulas salivares e gástricas secretem enzimas para 
a digestão. A absorção ocorre no estômago. 
O sistema excretor consiste em um par de túbulos protonefridiais 
com células-flama que se ligam a uma bexiga, a qual se esvazia em 
uma cloaca, onde os intestinos e ovidutos também se abrem. Os 
protonefrídeos ainda participam da osmorregulação.
O sistema nervoso consiste em um cérebro bilobado que 
envia nervos pares aos órgãos dos sentidos, mástax, músculos 
e vísceras. Os órgãos sensoriais incluem ocelos, cerdas e papilas 
sensoriais, poros ciliados e uma antena dorsal.
Figura 3 – Fotomicrografia de um rotífero de água doce.
 
Fonte: <http://www.sciencephoto.com>.
Figura 2 – Estrutura do rotífero Philodina.
 Fonte: Hickman, Larson e Roberts (2001).
9
Os rotíferos são dioicos, ou as fêmeas são partenogenéticas (Figura 4) e apresentam dimorfia 
sexual – os machos geralmente são menores que as fêmeas. De forma geral, o sistema reprodutivo 
das fêmeas possui dois ovários localizados no pseudoceloma e desembocam na cloaca ou em 
um poro genital, caso não possua intestino. Os machos apresentam testículo ligado a um duto 
espermático terminando em um órgão copulatório. 
Observe a seguinte Figura, a qual esquematiza de forma simples a reprodução partenogenética 
que ocorre em algumas espécies de rotíferos:
Figura 4 – Esquema da reprodução partenogenética.
 
Fonte: Hickman, Larson e Roberts (2001).
Glossário
Partenogênese é um tipo de reprodução assexuada onde um ovo não fecundado origina um 
novo indivíduo. 
 
 Explore
Saiba um pouco mais sobre os rotíferos em:
http://ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=167&Itemid=469
http://ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=167&Itemid=469
10
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
 » Filo Gastrotricha: este filo inclui animais pequenos, medindo cerca de 65 a 500 micrômetros 
(Figura 5). São achatados ventralmente e arqueados dorsalmente, não possuem coroa nem 
mástax como os rotíferos. Possuem um corpo cerdoso ou escamoso. As células na superfície 
ventral podem ser dotadas de cílios. A cabeça é lobulada e ciliada.
O sistema digestivo é completo, sendo composto por boca, faringe, um estômago-intestino e 
um ânus. A digestão perece ser extracelular. Os protonefrídeos possuem solenócitos em vez de 
células-flama. 
O sistemanervoso inclui um cérebro e um par de troncos nervosos laterais. As estruturas 
sensoriais se assemelham às dos rotíferos, exceto pelos ocoelos, que geralmente estão ausentes.
A reprodução ocorre por partenogênese em algumas espécies e outras são hermafroditas. 
Figura 5 – Representante de gastrótricos.
 Fonte: <http://www.sciencephoto.com>.
 » Filo Nematoda: seus integrantes são popularmente chamados de vermes redondos. 
Esse Filo o maior número de representantes, cerca de doze mil espécies descritas. Os 
nematódeos de vida livre são encontrados no mar, na água doce ou solo. Aparecem seja 
em regiões polares até os trópicos em todos os tipos de ambientes, incluindo desertos. 
Os nematódeos também parasitam virtualmente todos os tipos de animais e muitos 
tipos de plantas. 
11
Possuem forma cilíndrica com as extremidades afiladas (Figura 6), cutícula flexível, ausência 
de cílios, flagelos e protonefrídeos. Seu sistema excretor consiste em uma ou mais células 
glandulares que se abrem por um poro excretor. A faringe dos nematódeos é muscular. O uso 
da pseudocele como um órgão hidrostático é bem desenvolvido nesse grupo. 
A superfície corporal externa é espessa com uma cutícula acelular secretada pela hipoderme, 
a qual possui núcleos localizados em cordões hipodérmicos. Esses cordões possuem nervos 
longitudinais e os cordões laterais possuem os canais excretores. A cutícula, composta por 
colágeno, serve para conter a grande pressão hidrostática gerada pela pseudocele. 
Os músculos se contraem apenas longitudinalmente, dado que não há presença de músculos circulares. 
O tubo digestivo (Figura 6) dos nematódeos possui uma boca, uma faringe muscular, intestino não 
muscular, um reto e um ânus. A defecação é realizada por músculos que mantêm o ânus aberto e sua 
força de expulsão é fornecida pela alta pressão pseudocelomática que envolve o intestino.
Os nematódeos não apresentam nenhum sistema complexo para trocas gasosas e circulação, 
essas funções são realizadas por difusão e pelo fluido da cavidade corporal. Seu sistema excretor 
é formado por uma ou duas células renete que se conectam diretamente a um poro excretor 
ventral. Esse arranjo também é único entre os metazoários.
O sistema nervoso (Figura 6) é composto por um anel nervoso circunfaringial e vários glânglios 
associados, os quais se conectam aos nervos longitudinais, esses que passarão por dentro dos 
cordões epidérmicos. Possuem órgãos dos sentidos que constituem-se de papilas e cerdas táteis, 
além de dois órgãos quimiorreceptores, os anfídeos e os fasmídeos.
A maioria dos nematódeos é dioica (Figura 6), os machos são menores que as fêmeas e suas 
extremidades posteriores possuem um par de espículas copulatórias. A fertilização é interna e os 
ovos são armazenados no útero até a postura.
Figura 6 – A) Nematódeos fêmeas em vista lateral e cortes transversais (C, D); B) Nematódeo macho em vista lateral.
 
Fonte: Ruppert, Fox e Barnes (2005).
Muitos vertebrados e invertebrados são parasitados por nematódeos. A seguir descreveremos 
brevemente algumas doenças causadas por esses animais, entretanto, é importante você se 
aprofundar nesse assunto:
12
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
 » Ascaris lumbricoides: causador da doença popularmente conhecida como 
ascaridíase (Figura 7), sendo o parasita mais comum encontrado no homem.
Uma fêmea dessa espécie pode botar até duzentos mil ovos por dia, transmitidos através 
das fezes do hospedeiro. Esses ovos têm uma tolerância a condições adversas, como 
falta de oxigênio e dessecação; 
A infecção ocorre normalmente quando os ovos são ingeridos com vegetais crus, ou 
quando crianças colocam seus dedos ou brinquedos sujos de terra na boca. Os hábitos 
de defecação anti-higiênicos fazem com que ovos viáveis permaneçam no solo por 
muitos meses. 
Quando o hospedeiro ingere os ovos, jovens eclodem perfurando a parede intestinal, 
atingindo veias ou vasos linfáticos e sendo levados para os pulmões. Nos pulmões, 
arrombam os alvéolos e são levados para a traqueia. Quando alcançam a faringe, 
os jovens são engolidos, passam pelo estômago e amadurecem dois meses após a 
ingestão dos ovos. 
Figura 7 – Ciclo da doença ascaridíase lumbricoide.
 
 Fonte: slideplayer.com.br
 » Wuchereria bancrofti: causador da doença popularmente conhecida como elefantíase 
(Figura 8). Os vermes vivem no sistema linfático. As fêmeas liberam microfilárias jovens 
no sangue e no sistema linfático. Quando se alimentam, os mosquitos ingerem as 
microfilárias e essas se desenvolvem nos mosquitos até atingirem a fase infecciosa. 
Contaminam então outro hospedeiro através da picada do mosquito contaminado. 
As manifestações dramáticas de elefantíase ocasionalmente são produzidas depois de 
uma longa e repetida exposição aos vermes. A condição é marcada por um crescimento 
excessivo de tecido conjuntivo junto com inchaço das partes afetadas (Figura 9). 
13
Figura 8 – Ciclo da doença elefantíase.
 
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 9 – Perna afetada por um crescimento excessivo de tecido conjuntivo, elefantíase de perna.
Fonte: Wikimedia Commons
 
 Explore
Consulte os livros citados nas referências bibliográficas desta Unidade. Desse modo, 
poderá se aprofundar na diversidade de formas e funções fisiológicas, além de 
doenças importantes sob o ponto de vista médico e veterinário.
14
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
Filo Mollusca
Os membros desse filo incluem formas como ostras, lulas, polvos e caramujos. Depois dos 
artrópodes, esse é o maior filo encontrado, com cerca de cinquenta mil espécies vivas. 
Apesar de mostrarem grande diversidade de formas, os moluscos são construídos no mesmo 
plano fundamental (Figura 10). 
O plano corporal dos moluscos consiste em uma porção cefalopediosa, contendo órgãos de 
alimentação, sensoriais cefálicos e de locomoção, além de uma massa visceral, a qual contém os 
órgãos dos sistemas digestivo, circulatório, respiratório e reprodutivo. A partir da epiderme duas pregas 
se projetam, formando o manto protetor ou pálio, o qual circunda um espaço entre o manto e a 
parede do corpo, sendo denominado de cavidade do manto, que abriga as brânquias (ctenídeos) 
ou um pulmão. Em algumas espécies de moluscos o manto secreta uma concha protetora sobre a 
massa visceral, composta por carbonato de cálcio (CaCO3) e uma substância orgânica denominada 
de conchiolina. Algumas espécies apresentam cromatóforos na epiderme.
Glossário
Cromatóforos são células responsáveis pela mudança de cor do corpo.
 
 Explore
Leia mais sobre a formação e a função das conchas em: 
http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=artigos_ver&id=75
A cabeça tem uma boca, a qual possui em seu interior uma estrutura denominada rádula, 
um órgão linguiforme raspador e protrátil. A rádula consiste de uma membrana com fileiras de 
dentes diminutos fixadas, flexionados em direção posterior (Figura 11) e está estendida sobre 
o odontóforo. A rádula tem dupla função: raspar, arrancando finas partículas de superfícies 
mais rígidas e que servem como uma esteira condutora para o transporte de partículas em 
direção ao trato digestivo. Além da boca, na cabeça estão presentes órgãos sensoriais, como 
fotorreceptores e tentáculos.
Figura 10 – Molusco generalizado, vista lateral.
Fonte: Ruppert, Fox e Barnes (2005).
http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=artigos_ver&id=75
15
Figura 11 – Seção longitudinal da rádula.
Fonte: Hickman, Larson e Roberts (2001).
O pé do molusco está adaptado para fixação a um substrato ou uma combinação de funções. 
É uma estrutura em forma de sola, na qual ondas de contração muscular promovem uma 
locomoção por rastejamento. O muco secretado é utilizado para auxiliar a adesão ou como uma 
esteira viscosa.
As trocas gasosas ocorrem através do manto e de órgãos especializados, como os ctenídeos, 
brânquias e pulmão.
A circulação ocorre por meio de um sistema circulatório aberto, o qual possui um coração 
propulsor,vasos e seios sanguíneos. O coração dorsal é envolto pelo pericárdio e apresenta 
duas ou três câmaras – um par de aurículas e um ventrículo. Nos cefalópodes há ainda os 
corações branquiais. Esses são vasos dilatados que bombeiam o sangue para as brânquias e daí 
ao coração, que o distribui já oxigenado para os tecidos. No sangue da maioria dos moluscos 
existe como pigmento respiratório, a hemocianina.
O sistema digestivo é completo. Algumas espécies filtram nas brânquias algas microscópicas, 
protozoários e bactérias, e possuem no interior do ceco intestinal um estilete cristalino que 
secreta enzimas digestivas. Os animais não filtradores utilizam a rádula para raspar superfícies 
e se alimentar. 
Há glândulas salivares que se abrem sobre a parede interior da cavidade bucal e secretam 
muco para lubrificar a rádula e envolver partículas alimentares ingeridas. O alimento envolvido 
pelo muco passa para o esôfago tubular, do qual se move para o estômago. Do estômago 
desembocam um par de glândulas digestivas laterais – fígado. A digestão é realizada 
intracelularmente e na cavidade gástrica. O intestino funciona na formação de pelotas fecais, 
que são despejadas na cavidade do manto e carreadas pelas correntes exalantes.
O sistema nervoso consiste de vários pares de gânglios com cordões nervosos conectivos. É 
dotado de células neurossecretoras que produzem um hormônio de crescimento e auxiliam na 
osmorregulação. Há vários tipos de órgãos sensoriais especializados.
A maioria dos moluscos é dioica, ou seja, possui sexos separados, porém algumas espécies são 
hermafroditas. A larva livre-natante do ovo é uma trocófora (Figura 12), a qual se metamorfoseia 
dando origem a um pequeno juvenil. Outro estágio larval livre-natante é o de véliger.
16
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
Figura 12 – Larva trocófora generalizada.
Fonte: Hickman, Larson e Roberts (2001).
Classificação do Filo Mollusca
Este filo compreende sete classes, a saber: Bivalvia; Gastropoda; Cephalopoda; Polyplacophora; 
Scaphopoda; Monoplacophora e Aplacophora, as quais serão brevemente descritas.
 » Classe Bivalvia: conhecidos como Pelecypoda, ou animais com “pé em forma de 
machadinha”. Os animais representantes dessa classe são dotados de duas valvas e 
incluem os mexilhões, ostras, vieiras e teredos.
A cabeça dos bivalves não é bem desenvolvida, entretanto, a cavidade do manto é a mais 
espaçosa entre os demais moluscos.
A maioria das espécies é marinha, sedentária e comedora de materiais filtrados, dependendo 
das correntes ciliares produzidas pelas brânquias para recolher material alimentar. 
Os bivalves são lateralmente comprimidos e suas valvas são unidas por dois grandes músculos 
chamados adutores, responsáveis pela abertura e fechamento da concha. Na superfície interna 
dessas valvas podemos evidenciar as cicatrizes de inserção desses músculos adutores – anterior 
e posterior –, além dos locais onde se prendem os músculos retratores – anterior e posterior –, 
responsáveis pelo recolhimento do pé e o protrator que auxilia o estendimento do pé.
A parte mais velha da concha é denominada umbo e o crescimento se dá através de linhas 
concêntricas ao seu redor (Figura 13).
17
Figura 13 – Superfície interna da valva esquerda do marisco marinho Mercenaria.
Fonte: seagrant.noaa.gov.
 
Trocando Ideias
A produção da pérola é um subproduto de um mecanismo preventivo usado pelos bivalves 
quando um objeto estranho aloja-se entre a concha e o manto (HICKMAN; LARSON; ROBERTS, 
2004). Assim, você sabe como a pérola é formada?
As margens posteriores dos lobos do manto estão modificadas para formar uma abertura 
exalante dorsal, denominada de sifão exalante e uma inalante ventral, denominada de sifão 
inalante (Figura 14).
As trocas gasosas ocorrem através do manto e das brânquias, essas que são modificadas, 
grandes e laminares para a alimentação por filtração. As brânquias produzem um muco que 
aglutina as partículas alimentares, as quais são conduzidas através dos cílios das brânquias até 
a boca do animal. 
Os bivalves possuem três camadas distintas: a externa, denominada perióstraco, reveste o 
animal e é formada por material orgânico; a camada mediana, denominada de prismática, 
que é constituída de prismas calcários; e a camada mais interna, chamada de nacarada, que é 
constituída de material orgânico e calcário. 
O sistema nervoso possui três pares de gânglios e um sistema de nervos. Órgãos sensoriais 
são pobremente desenvolvidos, incluindo um par de estatocistos, um par de osfrádios, células 
tácteis e, às vezes, células pigmentares no manto.
Os bivalves são dioicos, os gametas são eliminados para dentro da câmara suprabranquial e 
posteriormente arrastados para fora através de uma corrente exalante. Na maioria das espécies 
a fecundação é externa. O embrião desenvolve-se em trocófora, véliger e estágio juvenil.
18
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
Figura 14 – Filhotes da espécie Panopea generosa, observe os sifões inalante e exalante.
 Fonte: seagrant.noaa.gov.
 » Classe Gastropoda: é a mais diversificada, com cerca de quarenta mil espécies 
viventes, incluindo caracóis, lesmas, lapas, lebres-do-mar etc. Possui espécies marinhas, 
de água doce e terrestres (Figuras 15, 16, 17 e 18). Esses moluscos apresentam 
basicamente simetria bilateral, mas devido à torção, um processo de rotação, a massa 
visceral é assimétrica.
Quando há presença de concha, essa é sempre univalve e pode ou não ser enrolada. O 
ápice da concha é a parte mais velha e menor e as voltas tornam-se sucessivamente maiores e 
enrolam-se ao redor do eixo central ou columela (Figura 19).
Figuras 15, 16, 17 e 18 – Diversidade de formas dos moluscos gastrópodes.
Fonte: iStock / Getty Images.
19
Figura 19 – Corte longitudinal através de uma concha.
Fonte: Ruppert, Fox e Barnes (2005).
Os gastrópodes conquistaram todos os tipos de hábitats, lagos, florestas, pastagens, musgos, 
subsolo etc., ou seja, todos os modos de vida foram adotados com sucesso. 
Esses animais geralmente são sedentários ou vagarosos, pois carregam uma concha pesada. 
Algumas espécies possuem um opérculo que fecha a abertura da concha quando o corpo é 
recolhido para o interior.
Entre todos os moluscos, apenas os gastrópodes sofrem torção, fenômeno esse que move a 
cavidade do manto, antes posterior, para frente do corpo, fazendo com que os órgãos e a massa 
visceral sofram uma rotação de 90º e posteriormente 180º. 
Algumas espécies sofrem enrolamento, um processo independente da torção. Na verdade, 
as evidências fósseis indicam que o desenvolvimento de uma concha planispiral – cada volta da 
concha exatamente em cima da anterior – tenha se desenvolvido anteriormente à torção. Assim 
como a torção, o enrolamento faz com que os órgãos sejam redistribuídos. 
 
 Explore
Leia nos livros relacionados nas referências bibliográficas mais detalhes sobre esse fenômeno.
Os hábitos alimentares dos gastrópodes são variados, podendo ser herbívoros, predadores e 
carniceiros, entretanto, todos utilizam a rádula, a qual é adaptada para cada tipo de hábito alimentar.
A respiração é realizada por um ctenídeo localizado na cavidade do manto, as espécies 
desprovidas dessa estrutura dependem do manto e epiderme do corpo. As espécies pulmonadas 
possuem uma área do manto altamente vascularizada e que serve como pulmão, o qual se 
abre para o exterior por meio do pneumostômio. 
20
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
A maior parte das espécies possuem nefrídio único. Os sistemas circulatório e nervoso são 
bem desenvolvidos. Órgãos dos sentidos incluem olhos ou fotorreceptores, estatocistos, órgãos 
tácteis e quimiorreceptores.
 » Classe Cephalopoda: inclui lulas, polvos, náutilos e sibas. Todos são marinhos e 
predadores ativos.
O pé desses animais é modificado, tendo a forma de um funil para expelir água da cavidade 
do manto e está localizado na região cefálica. A margem anterior prolonga-se em braços ou tentáculos.
As conchas dos nautiloides(Figura 20) foram transformadas para a flutuação, através de 
câmaras de gás, possibilitando ao animal nadar carregando sua concha. 
Figura 20 – Nautillus sp.
Fonte: J. Baecker/Wikimedia Commons.
Os cefalópodes nadam expelindo água da cavidade do manto através de um funil (Figura 
21). O corpo da lula é hidrodinâmico e moldado para natação veloz. 
Figura 21 – Lula.
Fonte: iStock/Getty Images.
21
Os polvos têm um corpo globular e não possuem nadadeiras. Apesar de poderem nadar 
através do lançamento de jatos de água, são mais adaptados para rastejar usando discos de 
sucção em seus braços (Figura 22).
Figura 22 – Polvo.
Fonte: iStock/Getty Images.
Os cefalópodes têm um par de brânquias, músculos radiais na parede do manto comprimem 
a parede e aumentam a cavidade do manto, drenando água para dentro. Músculos circulares 
contraem e expelem a água através do funil.
O sistema circulatório dos cefalópodes consiste em uma rede fechada de vasos e capilares 
que conduzem sangue através dos filamentos branquiais. 
Os cefalópodes possuem um sistema nervoso e sensorial mais complexo. Possuem um cérebro, 
que é o maior entre os invertebrados, consistindo de lobos e milhões de células nervosas. Esses 
animais possuem olhos complexos, com córnea, retina, lente e câmara. Seus braços possuem 
muitas células tácteis e quimiorreceptoras.
Você Sabia ?
Que aparentemente os polvos são incapazes de distinguir cores, mas podem ser ensinados a 
discriminar formas. Lembra-se do polvo da copa?
Cefalópodes podem se comunicar através de sinais visuais, como movimentos dos braços, 
nadadeiras, corpo e mudanças de cores. Especificamente as mudanças de cores são realizadas 
pelos cromatóforos. Além disso, algumas espécies desenvolveram órgãos luminescentes.
Um dispositivo protetor que os cefalópodes possuem é o saco de tinta, o qual contém uma 
glândula de tinta que secreta sépia, um fluido escuro contendo melanina.
São dioicos e os machos possuem um braço modificado como órgão intromitente, denominado 
de hectocótilo, que é utilizado para introduzir o espermatóforo na cavidade do manto da 
fêmea. Os ovos são fecundados e em seguida aderidos às pedras.
22
Unidade: Asquelmintos e Filo Mollusca
Assista ao vídeo disponível em:
 » https://www.youtube.com/watch?v=JvP0TD-Cr3o - e observe o grande poder 
de camuflagem dos cefalópodes.
 » Classe Aplacophora: os moluscos dessa classe são bênticos, marinhos, vermiformes 
e não possuem concha. Apresentam um pé rudimentar, representado por um longo 
sulco ventral. A epiderme é coberta por espículas de aragonita (Figura 23). A cavidade 
do manto nesses animais é reduzida. Não possuem olhos nem tentáculos ou nefrídeos.
Figura 23 – Membro da Classe Aplacophora.
 Fonte: museum.wa.gov.au.
 » Classe Monoplacophora: os monoplacóforos possuem uma única concha cobrindo 
todo o corpo (Figura 24). O pé forma um disco muscular fraco, com oito pares de 
músculos retratores. Uma pequena cavidade do manto em torno do pé contém de 
três a seis pares de ctenídeos. Esses animais possuem rádula e uma cabeça reduzida e 
desprovida de olhos. Os tentáculos estão presentes somente ao redor da boca.
Figura 24 – Representante da Classe Monoplacophora.
Fonte: investigacion.izt.uam.mx.
https://www.youtube.com/watch?v=JvP0TD-Cr3o
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 » Classe Polyplacophora: todos os representantes dessa classe são marinhos, 
apresentando um corpo elíptico, uma face ventral e um pé achatado e desenvolvido, 
rodeado por um sulco, no qual as brânquias estão inseridas. O corpo é protegido por 
uma concha dividida em oito peças transversais (Figura 25). O pé funciona como 
ventosa, permitindo a esses animais se fixarem nas rochas. 
Figura 25 – Representante da Classe Polyplacophora, Tonicella lineata.
 Fonte: Wikimedia Commons.
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Material Complementar
MOLLUSCA. [20--]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/24_05_
Mollusca.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2015.
MOLUSCOS – origens da vida – o jogo da sobrevivência, parte 1. 9 jul. 2011. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=io1fPFe_K_Q>. Acesso em: 2 mar. 2015.
SANTOS, L. A. dos. Doenças causadas por Nematelmintos. [20--]. Disponível em: 
<http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/ciclo_seminarios/nao_tecnicos/2011/CSNT2011_
DoencasCausadasPorNematelmintos_Leonardo.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2015.
VERMINOSES causadas por nematelmintos. 3 maio 2014. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=ODGZhPV_utc>. Acesso em: 2 mar. 2015.
http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/24_05_Mollusca.pdf
http://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/24_05_Mollusca.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=io1fPFe_K_Q
http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/ciclo_seminarios/nao_tecnicos/2011/CSNT2011_DoencasCausadasPorNematelmintos_Leonardo.pdf
http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/ciclo_seminarios/nao_tecnicos/2011/CSNT2011_DoencasCausadasPorNematelmintos_Leonardo.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=ODGZhPV_utc
https://www.youtube.com/watch?v=ODGZhPV_utc
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Referências
BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
______. Invertebrates. 2. ed. Sunderland: Sinauer Associates, 2002.
HICKMAN, C. P.; LARSON, A.; ROBERTS, L. S. Princípios integrados de Zoologia. 11. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
______. Integrated principles of Zoology. 11. ed. New York: McGraw-Hill, 2001.
RUPPERT, E. E.; FOX, R.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005.
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Anotações

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