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RESUMO QUANDO O CAMPO É A CIDADE

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QUANDO O CAMPO É A CIDADE: FAZENDO ANTROPOLOGIA NA METRÓPOLE 
O texto de Magnani inicia-se com uma compração de canções sobre São Paulo e caracteristicas das pessoas que residem lá. Essa associação se conecta com o pensamento da origem dos estudos da antropologia que tinha como objetivo uma explicação sobre o fenomeno da diversidade e os costumes dos povos. O resumo em si foca nos termos da sociabilidade, sendo pensada como algo coletivo e individual.
Mesmo havendo diferentes tradições, mentalidades e costumes vistos na sociedade ocidental o que era mais debatido era o contraste dos civilizados e os povos primitivos. Essas diferenças eram explicadas com fundamentos nos postulados darwinistas de que todos pertenciam a mesma especie, e é a partir disso, que entra a antropologia. E em com isso foi considerado como um sinal de um processo evolutivo. Ou seja, enquanto alguns povos seguiam para evolução, outros não teriam seguido a evolução, pois ficaram presos em sistemas religiosos, principios morais e meios técnicos 
A Antropologia deixou para trás a explicação evolucionista, e passou por uma fase marcada pela pesquisa de campo, elaborando outros conceitos e paradigmas, abriu novas áreas de investigação. As mudanças chegam a seu termo induzida pela aguda consciência do processo de extinção de nações indígenas e também pela recusa de antigos povos colonizados.
Toda essa mudança fez com que Claude Lévi-Strauss questionasse se a antropologia não corria o risco de tornar-se uma ciência sem objeto. O mesmo questionamento veio com a resposta sendo o objeto da disciplina, o estudo em si. É ele próprio quem dá a resposta ao demonstrar que o objeto da disciplina não é só um estudo de um determinado tipo de sociedade mas de maneira de agir de outros homens sendo problemas de outros homens, com isso abre uma brecha para uma reflexão sobre as diferenças.
O destaque não é o reconhecimento e registro da diversidade cultural, mas sim em busca de significados de tais comportamentos, como experiÊncias humanas de sociabilidade de trabalho, entretenimento, relgiiosidade quando seu significado é desconhecido.
A seguir vemos o questionamento apresentado no texto: Podem os antropólogos, com os conceitos e instrumentos de pesquisa forjados no estudo dos então chamados povos "primitivos" - observação participante, análise qualitativa, foco de análise dirigido para recortes empíricos bem limitados e definidos - dar conta da complexidade que caracteriza as sociedades contemporâneas? Como estabelecer as mediações necessárias entre o trabalho de campo - particularizado, minucioso, atento para cada detalhe - e instâncias interpretativas mais amplas? Poderão superar, os antropólogos, a tentação do "padrão aldeia" e assim articular a singularidade de seu objeto com outras variáveis da vida urbana, principalmente nas
grandes e superpovoadas metrópoles? 
A resposta é dada como a não mais aceitação sobre a oposição entre "sociedades simples" e "sociedades complexas" para estabelecer o ponto de corte entre aqueles grupos que foram estudados pelos antropólogos e as sociedades urbano-industriais, não se pode negar que o modo de operar dessa disciplina, seja qual for o contexto de seu estudo, carrega marcas das primeiras incursões a campo.
 A Antropologia em qualquer lugar que esteja não dispensa o caráter relativizador que a presença do "outro" possibilita. Portanto não se pode desconhecer, entretanto, que o estudo das modernas sociedades nacionais traz novos desafios e problemas para a pesquisa e reflexão antropológicas. Trata-se, com efeito, de sociedades organizadas com base em princípios que introduzem outra escala e outros graus de complexidade nas esferas da economia, do poder, da organização social, da produção simbólica. Apesar das questõe urbanas a antropologia na area é recente e pouco sistematizada. Dada a relativa indiferenciação de areas e interesses teóricos por parte de alguns autores antropólogos. Porém, de inicio é possivel descobrir um elemento que é o conceito de comunidade, que se opõe ao de sociedade.
Segundo Tonnies há uma mesma argumentação. Comunidade é marcada pelos laços de sangue, relações primárias, consenso, rígido controle social. Já sociedade se caracteriza pela presença de questões secundárias. Por isso o autor descreve a transormação de uma forma tradicional de vida sob a influencia de uma economia predominantemente baseada em troca: De uma europa paroquial e agrária para uma sociedade cosmopolita e comercial. A perda de autonimia da economia doméstica para uma produção voltada para o mercado significa despojar do trabalho. Esta oposição serviu para distinguir o tipo metropolitano, ou seja, uma personalidade intelectual, calculista, reservada em contraste com cidade. Partindo por uma análise de Max Weber, ele ressalta o carater da racionalidade presente na cidade medieval do Ocidente com base na comunidade. Só assim, com a nova classe tournou uma condição para o surgimento do capitalismo.
Outro ponto de partida de um importante grupo de pesquisadores que que, no outro lado do mundo, fizeram da cidade seu objeto de preocupação e estudo.
A influencia dos autores europeus faz-se sentir o comunidade x sociedade. Com isso trata-se de explicar a dinamica urbana através de conceitos e formas que adquire a competição por espaço, recursos e controles que delimitam as areas naturais. A comunidade é entendida como o resultado de relações ao passo que a sociedade depende da comunicação entre seus membros compartilham atitudes, sentimentos, ideias comuns.
As pequenas localidades do interior que foram responsável por constituir um objeto de pesquisas sob influencia da Escola de Chicago, tendo o uma base teórico metodológica ambas disciplinas antropológicas e sociológicas eram a mesma desde a implatação das ciencias sociais em modelos academicos. Apesar de terem uma base comum, algumas fronteiras iam sendo estabelecidas e para a antropologia havia uma escolha de seus objetos e tarefas. As "três tarefas máximas da Antropologia no Brasil" eram: o estudo de culturas indígenas e seus contatos com a civilização; o estudo das culturas caboclas e o estudo da aculturação de certos grupos étnicos e raciais, como negros, japoneses, alemães, etc.
Todo esse cenário oferta uma pista para entender o motivo da refuçãi de produção de trabalhos em comparação a cidade de São Paulo. Os objetos privilegiados da antropoligia era consituidos pela população indigena , o que seguia a tendencia da .disciplin,am: "... nem a Antropologia nem a Sociologia estavam preocupadas em investigar as grandes transformações sociais em curso. Elas buscavam procurar ambas com as bases sobre as quais a transformação estava operando. 
Posteriormente a pesquisa antropológica voltou-se para a cidade de São Paulo em busca de temas e objetos de estudo.
E com isso, São Paulo não serviu para fornecer os dados para pesquisa antropológica, porém na década de setenta foi possível observar esses dados.
Essas transformações se pela base economica no esquema de poder e na composição social. Tornou-se então temaa de produção de ciencias sociais, com destaque na sociologia, economia e ciencia politica. Isso se explicava a partir do modelo de desenvolvimento em curso para compreender as consequencias do sistema produtivo. A antropologia neste caso continuava pontuando as "trÊs tarefas" que estudava população indigena, relações raciais, familia e temas que não estavam participando dos acontecimentos. Entretanto nos anos setenta a antropologia adquiriu uma visibilidade, isso se deu pelos grupos tradicionalmente estudados: índios, negros, camponeses, favelados. O mesmo ocorre com temas caros à reflexão antropológica como religião, sexualidade, papel da mulher na família e na sociedade, a cultura popular e outros: são pensados como "formas de resistência", de contestação, de luta.
Todo esse processo se deu a esses estudos sobre a realidade dos centros urbanos, com a justificatiba de conhecer de perto esse modo de vista, já que os conceitos como "consciência de classe", "interessesde classe" e outros não davam conta de todo o que se processava no cotidiano. A antropologia questionava para direcionar uma pesquisa entográfica. E diante a esse cenário os temas e objetos centrais passaram a ser: os moradores da periferia de São Paulo. Pesquisas sobre estratégias de sobrevivência na metrópole; religiões populares urbanas; comunidades eclesiais de base; cultura e festas populares; formas de lazer e entretenimento; movimentos 
No ponto lazer e a lógica do pedaço há um cenário de estudos e pesquisas, sendo o lazer um dos temas que começavam a despertar interesse. Tratava-se de uma atividade pouco valorizada porque, pensava que era uma atividade que estava nas antípodas daquilo que se considerava o lugar canônico da formação da consciência de classe e, além de ocupar uma parte mínima do tempo do trabalhador, não apresentava implicações políticas explícitas. Entretanto haviam objeções:
"(...) Em primeiro lugar, é considerado irrelevante, enquanto tema de pesquisa: há coisas mais ‘sérias’ como o trabalho, a política. Aliás, nem mesmo existe: no caso específico dos trabalhadores, há quem constate que o tempo livre é basicamente utilizado para complementar os magros orçamentos domésticos; quando existe, ressente-se da falta de espaço, equipamentos, ou então está irremediavlemente contaminado pelos mass-media, não passando, portanto, de válvula de escape e alienação”. (MAGNANI, 1984: 11)
A argumentação, contudo, prosseguia:
"(...) atividade marginal, instante de esquecimento das dificuldades cotidianas, lugar,
enfim, de algum prazer - mas talvez por isso mesmo possa oferecer um ângulo
inesperado para a compreensão de sua visão de mundo: é lá que os trabalhadores podem falar e ouvir sua própria língua"
Entrentando há uma questão sobre a negação em estudar o lazer em contexto do bairro. Para uma visão tradicional, o lazer só poderia ser pensado se também fosse pensado no trabalho. Esse contexto deu-se nos primeiros tempos da Revolução Industrial. Quando a disciplina, o ritmo e intensidade do trabalho só conheciam um limite: o da exaustão física e psíquica dos trabalhadores arrancados de seu tradicional modo de vida, no qual a interrupção do trabalho - seja agrícola, artesanal, de coleta - era ditada pelos ciclos da natureza e legitimada por um calendário religioso que marcava o tempo através das festas e rituais. 
O capitalismo inaugura uma nova ordem sócio-econômica onde a produção já bão se alinhava com as necessidades de consumo do grupo doméstico, mas tinha como base o mercado, que aliás fornecia um dos fatores envolvidos no processo produtivo: a força de trabalho. O problema da conservação era devido ao vendedor que, de posse do salário, devia arcar com os custos de vida. Sendo assim, as condições de vida e de trabalho no inicio do sistema capitalista foi ligado a conquistas da classe trabalhadora. O que leva-se ao paradoxo do tempo livre, necessário e funcional desde o ponto de vista da lógica do capitalm que seria como um fator indispensável para a manutenção e reprodução da força de trabalho. E com isso o resultado da luta do movimento operário pela diminuição da jornada de
trabalho, descanso semanal remunerado, férias e outros benefícios.
O movimento operário organizado de tempo livre era muito importante, pois representava não apenas a necessária reposição da energia gasta, mas um desenvolvimento e uma independencia dos valores burgueses. Esse momento livre era representado por peças teatrais, competições desportivas, sessões de canto e música, leituras, passeios, além de debates e cursos de formação. O tema lazer se surgiu por consequencia do trabalho e em oposição dele. Porém a pesquisa teve um outro contexto , se tratava das condições de seu exercicio. A mudança era pensada na lógica do capital, para a qual o significado do lazer já estava dado.
E o que foi percebido era usos do tempo livre nos finais de semana dos bairros de periferia: circos, bailes, festas de batizado, aniversário e casamento, torneios de futebol de várzea, quermesses, comemorações e rituais religiosos (católicos e dos cultos afro-brasileiros), excursões de "farofeiros", passeios, etc. 
Com isso, as modalidades simples e tradicionais, que não possuem "sofisticação" da indústria do lazer, nem apresentam conotações políticas ou de classe explícitas, mas estão profundamente vinculadas ao modo de vida e tradições dessa população. Porém apesar dessas "regras" do tempo livre pelas formas de lazer, foi constatado que a dinamica ia muito alem da necessidade da reposição de energia. Assim, foi possível perceber diferenças em termos "em casa" e "fora de casa". No primeiro termo, "em casa", estavam aquelas formas de lazer associadas a
ritos que celebram as mudanças significativas têm como referência a família, ou seja, festas de batizado, aniversário, casamento, etc. O segundo termo da "fora de casa", engobla locais como bares, lanchonetes, salões de baile, salões paroquiais e terreiros de candomblé ou umbanda, campos de futebol de várzea, o circo etc. - que se situam nos limites da vizinhança e assim estão dentro de uma forma de controle.
Quando o espaço é demarcado torna-se ponto de referência para distinguir determinado grupo de frequentadores como pertencentes a umarede de relações, recebe o nome de "pedaço". Esse termo designa aquele espaço entre o privado (a casa) e o público, onde se desenvolve uma sociabilidade básica. Portanto os momentos de lazer não podem ser considerados apenas por seu lado instrumental e individualizado e como reposição das energias gastas no processo produtivo. Isto porque, como a análise da categoria "pedaço" permitiu verificar, que existe um afirmativo referido ao estabelecimento e reforço de laços de sociabilidade. Seja desde o núcleo familiar até o círculo mais amplo que envolve amigos, colegas, "chegados" (no âmbito do "pedaço") e desconhecidos (fora do pedaço).
Para uma pesquisa antropológica com finalidade de estudo sendo um objeto constituído por práticas que se desenvolvem em espaços múltiplos usos, sendo lazer no centro da cidade, seria delimitando as unidades para análises, é necessário destacar a realidade vista pelo senso comum. Tendo as descontinuidades no modo urbano não é possivel considerar um resultado de fatores naturais , exemplo topografia ou outras intervenções. Essas descontinuidades são produzidas por formas de apropriação do espaço, sendo necessário uma analise e uma identificação. Partindo do ponto de vista do bairro, há uma forma de apropriação de espaço, tendo referência a articulação de vinculos que ja existem: familia, vizinhança, procedência, o que resulta na sociabilidade de certo pedaço. A existencia desses pedaços, também em regiões centrais da cidade e quando se trata de areas residencias, é o mesmo raciocinio. Já em outros meios usados como lazer, a diferença está na ideia do pedaço tradicional, os frequentadores não necessariamente se conhecem, mas se reconhecem enquanto portadores dos mesmos simbolos que remetem a gostos, orientações,valores, habitos de consumo, modos de vida semelhantes.
 Com isso, quando jovens negros saem de suas casas e dirigem-se ao pedaço, no texto informado o Centro da Cidade - Centro Comercial Presidente, eles vão para encontrar seus iguais, desenvolvendo a sociabilidade. Uma outra forma de apropriação do espaço tem como sua base física uma amplitude, permitindo a circulação de gente de varias procedências. No texo o autor aborda três tópicos para se pensar sobre o que ele diz ser a macha do lazer. 
A mancha não se restringe ao lazer. As marcas dessas duas formas de apropriação e uso do espaço na cidade, são diferentes. No primeiro caso, onde o determinante são relações que se estabelecem entre seus membros. Por outro lado a mancha também se algutinou em torno de estabelecimentos fazendo com que houvesse uma implantação mais estável na paisagem e no imaginário.
Entretanto a cidade não é um aglomerado de pontos, pedaços ou manchas excludentes: as pessoas circulam entre eles, fazem suas escolhas entre as várias alternativas.Com isso há o termo trajeto, que surgiu da necessidade de categorizar uma forma de uso do espaço. O trajeto se aplica em fluxos no espaço mais abrangente da cidade e no interior das manchas urbanas.
E, por fim, a noção de circuito, que liga os estabelecimentos, espaços e equipamentos caracterizados pelo exercício de determinada prática ou oferta de determinado serviço, sendo reconhecido em sua totalidade pelos usuários: circuito gay, cines de arte, esotérico, salões de dança e outros. Todas as categorias acima descrevem diferentes formas de uso e apropriação do espaço, constituem chaves para leitura, entendimento e orientação na cidade.
 Contudo, é possível estudar com esse texto os termos da diversidade e dos costumes dos povos. Levantamento de respostas para demonstrar o objeto da disciplna, nao sendo apenas um estudo de sociedade mas pensar na maneira do agir dos outros homens para questionar as diferenças. O reconhecimendo da diversidade cultural é de suma importancia para o instrumento dos estudos antropológicos, entretanto é necessário abordar os comportamentos humanos de sociabilidade de trabalho, entretenimento, religiosidade quando não há um significado. E assim podendo se observar a importancia das particularidades de cada individuo, seja de uma forma individual ou coletiva, como uma sociabilidade. Assim vemos a importancia de uma pesquisa de campo para reconhecer seus espaços e analisando toda forma de apropriação.

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