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RESENHA DO FILME: SOU SURDA E NEM SABIA.

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RESENHA DO FILME “SOU SURDA E NÃO SABIA”
 
 
O filme relata a história de Sandrine, uma menina surda de nascença, de pais ouvintes, e que não sabia que era surda até seus 9 anos de idade. Sandrine relata as dificuldades enfrentadas em sua infância até a descoberta da surdez. Aparentemente uma menina “normal”, alguns comportamentos dela, aos poucos, fazem seus pais desconfiarem da surdez e ao decorrer do filme, mostra a dificuldade de eles aceitarem isso. 
Da perspectiva de Sandrine, através da linguagem de sinais, ela conta momentos marcantes e felizes que teve com os pais, enquanto achavam ser uma criança ouvinte e como isso mudou, e se distanciaram, a partir do momento da desconfiança de sua surdez, o que a fez ficar confusa e sem entender o motivo da mudança de sua relação afetiva ter mudado de repente. O que a fazia buscar por eles, pelo que eles tinham antes, mas sem sucesso.
Quando chegou a fase escolar, foi inserida em uma instituição de pessoas ouvintes, onde não entendia o que acontecia, imaginava que a professora e os outros colegas falavam através de seus cérebros, tentando fazer o mesmo sem sucesso. Começou a pensar que tinha nascido no lugar errado e que devia existir um outro lugar, outro planeta de pessoas como ela. Se sentia totalmente invisível.
No filme através do que Sandrine passava, e através do questionamento sobre o diagnóstico precoce de surdez, como se houvesse cura com isso, passava a ideia de para comunicar somente existe a forma verbal, como se invalidasse as outras formas, ou que nem existissem, gerando em pais , após o diagnóstico, uma sensação de que falharam, de que aquilo era um problema e o que seria do futuro desse filho surdo. 
Tanto na época do filme, como agora, ainda há muito preconceito com as pessoas que são surdas, em especial nas escolas com a falta de inclusão. Vem a reflexão do quanto mais poderia ser ensinado nas escolas, a importância das formas de comunicação, da inclusão. Não apenas para quem é surdo, mas também aos que tem limitações de comunicações por causa de algum transtorno e que acabam sendo excluídos ou ficando invisíveis diante do “normal”, do “típico”. 
Percebe-se no filme todo o sofrimento que Sandrine passou até descobrir quem ela era e que não estava sozinha e como existe outras formas de viver e feliz. Como é importante a consciência das necessidades do outro e não da nossa ou do que pensamos que o outro precisa, as expectativas que colocamos neles. 
Ainda há um caminho longo a percorrer quando se refere ao preconceito, até pelo desconhecido, por ser tão pouco falado e inserido em nossos ambientes coletivos. É uma grande falha, principalmente em tempos tão atuais, com tantas tecnologias, existir tão pouco espaço para assunto e ele não ser de caráter obrigatório nos locais de ensino. 
Essa falha ali no ensino, no início, prejudica lá na frente, no dia a dia, nos locais de atendimentos ao público. E quando falamos de saúde, da importância do conhecimento da linguagem de sinais, eu como estudante de graduação de enfermagem, através da discussão desse assunto, da discussão sobre o filme, vejo o quanto é importante no trabalho do enfermeiro. Na realidade, não consigo pensar o quanto não é importante em qualquer área da vida, pois é essencial sabermos nos comunicar com os diversos pares que existem em nosso meio, e não só o outro deve tentar comunicar-se, todos nós devemos ter nossa porção nisso. 
Mais especificamente na enfermagem, que tipo de atendimento queremos dar às pessoas se não as entendermos, se houver falha nessa comunicação. O quanto esse tipo de consciência interfere positiva ou negativamente na nossa ou outras vidas, na saúde que é algo tão importante. E sabendo disso não buscarmos esse conhecimento que nos comunica com o todo? A Língua de Sinais é de grande importância dentro da nossa formação acadêmica e profissional para que possamos ser o elo entre a população e a saúde, prestando os devidos cuidados a todos. Sendo assim não devendo ser de caráter opcional e eletivo, mas obrigatório. E não apenas na graduação em enfermagem ou nas ciências da saúde, mas em todos os conhecimentos e cursos. Na verdade, será que se fosse de base curricular escolar primária, precisaríamos discutir tanto sobre a obrigatoriedade e importância disso dentro de cursos de graduação e especialmente dentro da saúde?! Acredito que dentro da graduação teríamos apenas uma continuidade básica sobre LIBRAS.

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