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TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 – Bairro: Castelo – Batatais-SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Meu nome é Eliana Izabel da Silva Cepolini. Sou fisioterapeuta formada pelo Centro Universitário Claretiano, com aperfeiçoamento no método Pilates Original pela Associação Brasileira de Pilates (ABP), e especialista no programa Saúde da Família pela Universidade Gama Filho (RJ). Já atuei na área de saúde hospitalar nos estados de São Paulo e Minas Gerais e coordenei o projeto Claretiano Solidário em Rondônia, entre 2008 e 2009. Atualmente desenvolvo pesquisas e consultorias direcionadas à educação em saúde e à educação não formal e atuo nos projetos de Extensão Universitária do Claretiano. E-mail: eliana.izabel.silva@gmail.com Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação Prof.ª Eliana Izabel da Silva Cepolini Batatais Claretiano 2019 Guia do Curso Caderno de Referência de Conteúdo TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Evandro Luís Ribeiro CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO Coordenador de Material Didático: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Extensão Título: Terapias Alternativas Aplicadas à Estética Versão: fev./2019 Formato: 15x21cm Páginas: 82 páginas SUMÁRIO GUIA DO CURSO .................................................................................................... 7 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 13 UNIDADE 1 – TERAPIAS ALTERNATIVAS, SPAS E ESTÉTICA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 15 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 15 4 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16 5 HISTÓRICO, TIPOS E FINALIDADES DOS SPAS ............................................... 17 6 TIPOS DE SPAS E FINALIDADES ....................................................................... 20 7 ESTRUTURA FÍSICA, ADMINISTRATIVA E TÉCNICA DOS SPAS....................... 22 8 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 26 9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 26 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 27 UNIDADE 2 – TERAPIA DAS PEDRAS, BAMBUTERAPIA, REFLEXOLOGIA E SHIATSU: ALGUNS FUNDAMENTOS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 29 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 29 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 29 4 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 30 5 TERAPIA DAS PEDRAS ..................................................................................... 31 6 BAMBUTERAPIA ............................................................................................... 37 7 A HISTÓRIA DA REFLEXOLOGIA ....................................................................... 44 8 TÉCNICAS BÁSICAS DA REFLEXOLOGIA .......................................................... 51 9 SHIATSU ............................................................................................................. 55 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 60 11 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 61 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 61 UNIDADE 3 – TERAPIA DE FLORAIS E ALGUMAS PERSPECTIVAS DO TURISMO DE SAÚDE E ESTÉTICA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 63 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 63 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 63 4 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 64 5 TERAPIA COM FLORAIS .................................................................................... 65 6 VIDA E FILOSOFIA DO DR. BACH ..................................................................... 66 7 O SISTEMA DE BACH ....................................................................................... 68 8 O SISTEMA DE MINAS – 1989 (78 ESSÊNCIAS) .............................................. 72 9 PERSPECTIVAS EM TERAPIAS ALTERNATIVAS ................................................ 73 10 TIPOS DE TURISMO DE SAÚDE E ESTÉTICA .................................................... 75 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 79 12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 80 AVALIAÇÃO DO CURSO .......................................................................................... 81 1 Guia do Curso Apresentação Seja bem-vindo! A partir deste momento, você iniciará o estudo do curso de Extensão Universitária, na modalidade EaD do Claretiano, denominado Terapias Alternativas Aplicadas à Estética. Teremos muita satisfação em desenvolvê-lo com você! Neste curso, iremos estudar algumas perspectivas desen- volvidas nas terapias alternativas aplicadas em estética, saúde e bem-estar. Desse modo, neste Guia do curso, você lerá as informações práticas indispensáveis para o estudo dos conteúdos relacionados, o qual se efetivará no Caderno de referência de conteúdo. Essas informações irão ajudá-lo a programar e a organizar seus estudos. Sugerimos, contudo,que não se limite apenas aos conteúdos explicitados neste caderno, mas que também interprete-os como um referencial por meio do qual possa expandir seus horizontes de conhecimentos, obtendo uma aprendizagem consistente. GC © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 8 Desejamos, pois, êxitos na realização de seus estudos, pesquisas e em sua vida profissional! Ementa Terapias alternativas, SPAs e estética. Histórico, tipos e fina- lidades dos SPAs. Terapia das Pedras. Bambuterapia. Reflexologia. Shiatsu. Terapia com florais: o Sistema de Bach e o Sistema de Mi- nas. Perspectivas em terapias alternativas. Tipos de turismo de saúde e estética. Objetivo geral Os alunos do curso de Extensão Universitária Terapias Alternativas Aplicadas à Estética na modalidade EaD do Claretiano, por meio do Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, serão capazes de conhecer e aplicar algumas técnicas básicas das terapias alternativas aplicadas à estética. Para isso, contarão com recursos técnico-pedagógicos facilitadores de aprendizagem, como Material Didático Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais, ambiente virtual, acompanhamento do tutor, complementados por debates no Correio. Ao final do curso, sob a orientação do tutor, os alunos rea- lizarão uma atividade que demonstre sua aprendizagem sobre os conteúdos estudados, levando em consideração as ideias discuti- das no Correio, disponibilizando-a no Portfólio. Objetivos específicos • Compreender e conceituar algumas terapias alternativas aplicadas à estética. • Reconhecer o histórico, a finalidade e os tipos de SPAs. • Verificar as aplicações da Terapia das Pedras, Bambutera- pia, Reflexologia e Shiatsu. • Analisar a Terapia dos florais – Sistema de Bach e Sistema de Minas. • Conhecer alguns tipos de turismo de saúde e estética. © Guia do Curso 9 Claretiano - Centro Universitário Competências (domínios cognitivos, habilidades e atitudes) Ao final deste estudo, os participantes do curso de Extensão Universitária Terapias Alternativas Aplicadas à Estética contarão com mais uma base teórica e prática para fundamentar criticamente sua profissão. Além disso, serão capazes de compreender e saber identificar a origem, as aplicações e algumas tendências das terapias alternativas no turismo de saúde e estética, possibilitando uma imersão inicial nesse campo do saber emergente no país. Duração e carga horária A carga horária do curso Terapias Alternativas Aplicadas à Estética será de 60 horas, com dedicação média de uma hora diá- ria. Este curso terá duração de 60 dias para o desenvolvimento do conteúdo e para a realização da avaliação final. No decorrer desse percurso, desenvolveremos atividades e interatividades a distân- cia. Observe, no quadro demonstrativo a seguir, a carga horária e as semanas em que serão desenvolvidas as atividades: UNIDADES SEMANAS ATIVIDADES A DISTÂNCIA 1 1ª semana 20 h 2 2ª e 3ª semana 20 h 3 4ª semana 20 h TOTAL 60 h Os temas e os conteúdos das três unidades, bem como a avaliação proposta para o curso, estão no Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), anexo a este Guia do Curso. Metodologia de estudo do curso Durante dois meses, estudaremos e debateremos juntos os conteúdos das três unidades que estruturam o curso Terapias Alternativas Aplicadas à Estética. Como você poderá observar no © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 10 CRC, procuramos elaborar um texto em uma linguagem simples, dialógica, mediacional, interativa e de fácil compreensão. Lembre-se de que você poderá utilizar a ferramenta Correio para eliminar eventuais dúvidas, realizar comentários ou descrever suas sugestões. Considerações Neste Guia do Curso, você encontrou as orientações e as informações práticas necessárias para o estudo do curso Terapias Alternativas Aplicadas à Estética. É imprescindível estudar e interagir, sistematicamente, com colegas e tutores, bem como realizar a avaliação proposta. Lembre- se, ainda, de que, se você ler e pesquisar a bibliografia indicada, ultrapassará, certamente, os conteúdos aqui apresentados. Portanto, aproveite esta oportunidade de ampliar seus co- nhecimentos pessoais e profissionais sobre as terapias alternati- vas aplicadas à estética, cujo campo de atuação vem crescendo, demandando profissionais para atuar nessa área. Desejamos êxito em seus estudos e em sua vida profissional! Bibliografia básica CLAY, J. H.; POUNDS, D. M. Massoterapia clínica: integrando anatomia e tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2008. MOREN, S. A. Spas e salões de beleza: terapias passo a passo. São Paulo: Cengage Learning, 2009. PAI, H. J. Acupuntura: de terapia alternativa a especialidade médica. São Paulo: CEIMEC, 2005. TOMASI, L. Um Spa na Índia. Porto Alegre: Libretos, 2007. Bibliografia complementar ANDRADE, N.; BRITO, P. L.; JORGE, W. E. Hotel, planejamento e projeto. São Paulo: Senac, 2003. ARCHANGE, G. Manual da massagem chinesa. São Paulo: Andrei, 1986. CALVI, E. N. C. et al. Bambuterapia. São Caetano do Sul: Yendis, 2009. FIGUEIREDO, F.; MONT´'ALVÃO, C. Ginástica laboral e ergonomia. Rio Janeiro: Sprint, 2008. © Guia do Curso 11 Claretiano - Centro Universitário GOMES, E. Reabilitação através da massoterapia: teoria e prática. Florianópolis: Insular, 2009. GOMES, I. C. Passagem pela Índia: aventuras e lições de vida no país dos mitos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2005. HALLAWEL, P. Visagismo integrado: identidade, estilo e beleza. São Paulo: SENAC, 2009. LEAL, C. M. S. Reavaliar o conceito de qualidade de vida. Porto: Universidade dos Açores, 2008. LIDELL, L.; SARA. T. O novo livro de massagem: guia passo a passo de técnicas orientais e ocidentais. Barueri: Manole, 2002. MILL, R. C. Resorts: Administração e operação. Porto Alegre: Brokmam, 2003. MOORE, K.L. Fundamentos de anatomia clínica. Rio de Janeiro: Koogan, 2013. NORA, P. Turismo de saúde: um estudo comparativo. Dissertação (Mestrado em Turismo) – Caxias do Sul, Universidade de Caxias do Sul, 2009. RIGGS, A. Técnicas de massagem profunda: um guia visual. Barueri: Manole, 2009. ROCHA, C. M. B. G.; ROSA, I. C. A S. Saúde e Ambiente. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. SANCHEZ, C. O enfermeiro e as terapias complementares como abordagem no cuidar. In: MALAGUTTI, W.; MIRANDA, S. M. R. D. (Orgs.). Os caminhos da Enfermagem: de Florence à globalização. São Paulo: Phorte, 2010. SHERWOOD, L. Fisiologia humana: das células aos sistemas. São Paulo: Cengage Learning, 2011. STANWAY, A. Guia geral das terapias alternativas: terapias que desafiam a medicina ocidental. Rio de Janeiro: Xenon, 1993. E-referências BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC – SUS, 2006a. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/pnpic.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2018. BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo em saúde: orientações iniciais. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/ publicacoes/downloads_publicacoes/Turismo_de_Saxde_Versxo_Final_IMPRESSxO_. pdf>. Acesso em: 13 jun. 2018. Claretiano - Centro Universitário Apresentação Bem-vindo ao estudo do curso de Extensão Universitária denominado Terapias Alternativas Aplicadas à Estética, o qual está disponível para você em ambiente virtual (Educação a Distância). No Guia do Curso, você pôde ter uma ideia do que vamos discutir, debater e aprender juntos. Já nesta parte, denominada Caderno de Referência de Conteúdo, encontraremos o conteúdo das três unidades a serem estudadas durante as quatro semanas. Num primeiro momento, veremos algumas conceituações gerais sobre as terapias alternativas a partir do histórico e das finalidades dos SPAs. Na sequência, será possível adentrarmos as análises sobre a Terapia das Pedras e Bambuterapia, bem como tratarmos de alguns elementos relativos à Reflexologia e ao Shiatsu. Por fim, na última unidade, abordaremos a terapia com florais e outras perspectivasem terapias alternativas, bem como o turismo em saúde e estética. A partir desses apontamentos iniciais, queremos oferecer a você subsídios que o ajudem na construção de práticas e terapias CRC © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 14 alternativas em prol da saúde, da qualidade de vida, do bem-estar e da estética. Bons estudos! 1 EA D Terapias Alternativas, SPAs e Estética 1. OBJETIVOS • Analisar o histórico e a finalidade dos SPAs. • Reconhecer algumas terapias alternativas a partir da legislação vigente. • Introduzir o debate sobre terapias alternativas, saúde, estética e qualidade de vida. 2. CONTEÚDOS • Terapias alternativas, saúde, estética e qualidade de vida. • Tipos, origem e finalidade dos SPAs. • Estrutura dos SPAs. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 1616 1) Acesse a página da Associação Brasileira de Clínicas e SPA (ABC-SPAs) e consulte o histórico dessa entidade de referência na promoção de práticas de bem-estar. Nessa página, você também poderá consultar alguns artigos, reportagens e dicas sobre o mercado de trabalho e as novidades da área. Disponível em: <http://www. congressoabcspas.com>. Acesso em: 4 jun. 2018. 2) Leia a reportagem indicada a seguir, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, na qual é possível acompanharmos o crescimento dos SPAs urbanos, que promovem qualidade de vida e possibilitam rendimentos financeiros significativos, com muitas inovações atreladas à redução do stress. A reportagem está disponível em: <http://pme.estadao.com.br/ noticias/noticias,spas-urbanos-apostam-no-bem- estar-do-cliente-e-ja-faturam-r-370-milhoes-por- ano,2865,0.htm>. Acesso em: 4 jun. 2018. 4. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, os diversos tipos de SPAs cresceram de forma significativa em todo o mundo, seja pela demanda verificada , principalmente nos grandes centros urbanos, em que os níveis de cansaço mental e estresse são mais elevados, seja pelo aumento da preocupação com tratamentos de prevenção das doenças crônicas, ou, ainda, por uma contínua busca pela uma saúde integral e qualidade de vida. Nos dias atuais, não são apenas as formas curativas dos males do corpo físico e psíquico que inquietam a sociedade, e sim a saúde ideal, que se inicia com a prevenção, o bem-estar, a alimentação, o relaxamento e a beleza. Assim, nesta primeira unidade, você irá conhecer, entre outras informações, as origens do termo SPA, a concepção dos ideais de saúde e cura nos tempos mais remotos, bem como a evolução atual dos SPAs, o conceito em tratamento de saúde física Claretiano - Centro Universitário 17© U1 - Terapias Alternativas, SPAs e Estética e mental, os objetivos principais do SPA enquanto estabelecimento multidisciplinar e os tipos de tratamentos propostos. Importante também será compreender como é a implantação de um SPA, os principais aspectos necessários relacionados à infraestrutura física, à administração e a recursos técnicos específicos para os serviços oferecidos. Então, vamos lá! Dedique-se e bons estudos! 5. HISTÓRICO, TIPOS E FINALIDADES DOS SPAS Como definição do termo SPA, podemos citar duas versões: uma se refere à frase em latim “Sanitas Per Acquas”, que quer dizer “saúde pela água”, e outra que faz referência a uma cidade da Bélgica, com o nome de SPA Francorchamps, por possuir nascentes de águas utilizadas para banhos relaxantes (NORA, 2009). Mill (2003) descreve que, para a história, desde os egípcios e os romanos, o banho era usado para purificar a alma, acalmar o espírito, tratar algumas doenças e propiciar o relaxamento do corpo; de acordo com a cultura grega, banhar-se, dormir e sonhar aumentavam a longevidade e permitiam uma boa saúde. Por isso, ao longo da evolução das civilizações, foram criados termas e centros de bem-estar que eram utilizados como ponto de encontro para grandes intelectuais e filósofos da Antiguidade. Observe, na Figura 1, a referência à cura pela água durante o Império Romano: © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 1818 Figura 1 Os banhos de Caracala, de Lawrence Alma-Tadema, 1889. A partir de 25 a.C., os romanos construíram uma enorme fonte termal, marco inicial dos locais em que eram utilizados massagens e tratamentos para a prevenção e cura de doenças e para o relaxamento corporal, conhecidos como centros de bem- estar (ABC-SPAs, 2018a). Desde então, houve também a adesão de médicos ao tratamento dentro dos centros para doenças crônicas e dermatológicas, tendo a água como a referência de cura. Mais tarde, foi comprovado cientificamente que alguns minerais presentes na água eram benéficos – o iodo e bromo, por exemplo, eram eficazes no combate à infertilidade feminina. Na literatura, citamos, como exemplo, a publicação, em 1669, do livro Banhos Naturais, do médico inglês Thomas Guiddott. Desse modo, cada cultura atuava conforme as tradições: os asiáticos atentavam para as terapias corporais para tratar a Claretiano - Centro Universitário 19© U1 - Terapias Alternativas, SPAs e Estética saúde de forma integral, ou seja, para alcançar a harmonia entre o corpo e a mente, por meio de associações com banhos, equilíbrio nutricional e meditações. Já para os europeus, as saunas e os banhos proporcionavam relaxamento e bem-estar. A partir dessa filosofia de bem-estar e saúde, em diversas partes do mundo, foram desenvolvidas terapias alternativas e, assim, esse espaço onde os indivíduos se encontravam recebeu o nome de SPA. Além disso, nas várias culturas orientais, como no Japão e na Tailândia, os banhos quentes seguidos de frios são ancestrais, sendo que essa junção de saberes acabou por evoluir e se expandir para toda a Europa. Por fim, temos a contribuição dos Estados Unidos, com a criação do Day SPA, no Red Door Salon, em Manhattan, Nova York, por Elizabeth Arden. A partir de então, a expansão dos SPAs veio a ocorrer por volta da década de 1980 de forma contínua, tendo como referências o atendimento e os avanços tecnológicos em equipamentos, pois a sociedade exigia um ambiente que contemplasse o atendimento a várias carências, fossem elas emocionais, nutricionais, estéticas, relacionadas à redução de peso, ao exercício físico etc. No Brasil, segundo Zonta (2007), o conceito de SPA chegou também na década de 1980, trazido pela então empresária Ala Szerman que criou o Hotel Jequitimar, no Guarujá, litoral do estado de São Paulo. Seu objetivo era proporcionar tratamentos faciais, massagens e banhos, mas ela teve sucesso após adotar, como prioridade, programas de emagrecimento, além de colaborar para a fundação da Associação Brasileira de Clínicas e SPAs em 2002. Diante da vasta procura por novas ou tradicionais terapias para a manutenção da saúde ou cura das doenças modernas, a medicina ocidental demonstra também suas limitações, ou seja, comprova que existem possibilidades para, junto com a medicina tradicional, aliviar, tratar e curar os organismos em desequilíbrio. A partir dessa proposta, o Ministério da Saúde aprovou, por meio da Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, a Política Nacional © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 2020 de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, que são as denominadas terapias alternativas/complementares, a saber: terapia chinesa, acupuntura, fitoterapia e homeopatia (BRASIL, 2006). Assim, as Terapias Alternativas/Complementares (TAC) podem ser definidas como técnicas não convencionais ou tratamentos sem os medicamentos tradicionais utilizados na promoção da saúde, seja na prevenção, no tratamento ou na cura, buscando a saúde do indivíduo na sua integralidade (BRASIL, 2006). Para Tomasi (2007) e Gomes (2005), a busca pelas terapias alternativas/complementares é também uma forma de discutir o excesso de medicamentos químicos e suas reações, já que, ao longo dos séculos, outras técnicasforam usadas, em vários países, para tratar o indivíduo na sua integralidade, corpo, mente e espírito. Trata-se de desativar o círculo vicioso que muitas vezes é posto como a única alternativa. Devemos começar pelo ato mais simples e diário de cada dia: “[...] tenho que comer mais devagar, meditar em cima da comida, e não só jogar pra dentro sem mastigar direito. Tenho que ajeitar as costas, que a cada dia ficam mais tortas” (TOMASI, 2007, p. 114). Portanto, a principal finalidade de um SPA é reestabelecer o equilíbrio do corpo, mente e espírito, prevenir que o corpo adoeça e ainda tratar algumas doenças. Andrade, Brito e Jorge (2003, p. 85) citam que: “hoje, o interesse por este tipo de instalação vem se ampliando, com o foco sendo desviado para o controle de peso e o condicionamento físico”. Diante disso, vejamos, a seguir, os tipos de SPAs e as suas principais finalidades. 6. TIPOS DE SPAS E FINALIDADES Os SPAs, ou centros de bem-estar, termo utilizado no segmento turístico para a realização de atividades, vêm sendo Claretiano - Centro Universitário 21© U1 - Terapias Alternativas, SPAs e Estética amplamente difundidos devido à capacidade que têm de proporcionar, dentro de uma mesma estrutura, desde a saúde mental à estética. Portanto, há uma diversidade de ambientes que podem ser escolhidos a partir do interesse de cada pessoa. Para definir melhor os espaços conforme a destinação, a Associação Brasileira de Clínicas e SPAs (ABC-SPAs, 2018b) criou a classificação a seguir: • SPA de Destino: estrutura com hospedagem e alimentação com foco na promoção do bem-estar e da qualidade de vida. • SPA Resort/hotel: estrutura independente localizada em um re- sort ou hotel, que promove bem-estar, qualidade de vida, lazer e entretenimento; • Day SPA: estabelecimento desprovido de estrutura para hospe- dagem e normalmente localizado em áreas urbanas; • SPA Passeio: localizado em estruturas de entretenimento ou transporte como campos de golfe, clubes de entretenimento, navios e trens. Além da classificação dos SPAs, é possível descrever também as especialidades de cada estabelecimento, vista a extensa rede de terapias e programas disponível no mercado atual, buscando assim padronizar as ações desenvolvidas em cada ambiente. Acompanhe, a seguir, as atividades propostas para cada tipo de SPA: Tipos de SPAs e suas atividades –––––––––––––––––––––––– • SPA Naturista: estabelecimento voltado para as práticas baseadas na Medicina Naturista, tais como Homeopatia, Fitoterapia, Acupuntura, entre outras, e para a promoção de tratamentos nutricionais. • SPA Médico: estabelecimento com objetivos primários médicos ou clínicos visando à promoção da saúde humana e à qualidade de vida, apresentando serviços completos na área da estética médica, terapias e tratamentos complementares com atividade física monitorada. • SPA Holístico: estabelecimento com foco na promoção da saúde humana por meio de serviços baseados na Medicina Tradicional, direcionados ao bem-estar espiritual e ao equilíbrio entre corpo, mente e espírito. • SPA Esporte e Aventura: estabelecimento com serviços voltados para o lazer e entretenimento, com programas de qualidade de vida realizados por meio de atividades físicas e exercícios direcionados. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 2222 • SPA Nutricional: estabelecimento com o objetivo de orientação nutricional, desintoxicação e reeducação alimentar, apresentando cozinha especializada em alimentação dietética e balanceada, bem como outros serviços terapêuticos de promoção da saúde humana. • SPA Estético: estabelecimento que oferece serviços e tratamentos estéticos faciais e corporais, com filosofia de beleza aliada à saúde e ao bem-estar, apresentando variedade de equipamentos e mão de obra especializada. • SPA Termal: estabelecimento que proporciona saúde e bem-estar por meio de tratamentos de hidroterapia e banhos termais, apresentando infraestrutura adequada para tal. • SPA Wellness/Bem-estar: estabelecimento que proporciona o bem- estar físico, mental e espiritual por meio de variados programas e serviços especializados, sejam terapias corporais e banhos ou atividades físicas específicas (ABC-SPAs, 2018b). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Desse modo, cabe ressaltar que a indústria de wellness/ bem-estar está intensamente relacionada ao dia a dia de muitas pessoas, tanto nos variados tipos de tratamentos e necessidades fisiológicas quanto, simplesmente, na fruição de seus produtos e serviços. A tendência de utilização dos SPAs, tanto por homens como por mulheres, para a redução dos níveis de estresse, por exemplo, comprova que a necessidade de prazer, bem-estar e saúde está em alta, permitindo ao setor de saúde e turismo alcançar rendimentos financeiros significativos para a economia. 7. ESTRUTURA FÍSICA, ADMINISTRATIVA E TÉCNICA DOS SPAS Para a implantação de um SPA, independentemente da es- pecialidade ou classificação, um empreendedor deverá se atentar a alguns aspectos gerais para o seu bom funcionamento e qualida- de dos serviços oferecidos. Acompanhe a seguir alguns desses aspectos: 1) Desejo e competência para melhorar a ecologia humana em ambientes condizentes com a proposta, com ênfase em padrões de higiene adequados à atividade de saúde; Claretiano - Centro Universitário 23© U1 - Terapias Alternativas, SPAs e Estética 2) Necessidade de profissionais não apenas competentes, mas que tenham também energia positiva, carinho e emoção; 3) Atmosfera de alegria e competência em todas as áreas, do staff ao local, da toalhinha aos equipamentos mais sofisticados (NORA, 2009, p. 44). A partir desses pontos, o empreendedor deverá iniciar uma pesquisa de mercado consumidor, localização e serviços oferecidos pelos concorrentes. Apesar da relevância na diversidade de serviços disponibilizados dentro de um SPA, percebemos que a maior procura está sendo para o Day SPA e SPA urbano. Devido ao crescimento das grandes cidades e o aumento dos níveis de estresse, as práticas oferecidas nesses espaços tornaram-se cada vez mais frequentes no dia a dia das pessoas. Nesse sentido, cabe ressaltar que a estrutura física de um SPA terá suas variações de acordo com os serviços disponibilizados, assim como a responsabilidade técnica prevista em lei. Acompanhando as tendências mundiais, muitos SPAs estão sendo construídos dentro de empreendimentos hoteleiros e, assim, o processo de estruturação e profissionalização torna-se cada vez mais específico. Para auxiliar o empreendedor na construção de um SPA urbano, por exemplo, ou outras modalidades de SPA, o SEBRAE (2014) elaborou uma ficha técnica básica que contempla os requisitos essenciais, como estruturação física do ambiente, localização do imóvel, exigências legais específicas para os serviços disponibilizados, fiscalização sanitária, registro profissional, equipe de profissionais e equipamentos. Descreve, ainda, orientações quanto ao processo organizacional, ou seja, desde a entrada do cliente no SPA na recepção, avaliação e atendimento, até controle de custos, investimentos e diversificação das terapias oferecidas, marketing, automação nos processos e fiscalização tributária. Ainda, para se aprofundar sobre a implantação de um SPA, é importante utilizarmos algumas estratégias de mercado que permitam uma visão externa e interna, ou seja, uma análise © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 2424 de probabilidades para um bom e seguro desenvolvimento do empreendimento. Essa estratégia é retratada por meio da Análise SWOT, [...] uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada como base para gestão e pla- nejamento estratégico de uma corporação ou empresa. A Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão (ZONTA, 2007, p. 31). Diante dessa temática, Zonta (2007) descreveuas possíveis oportunidades e as ameaças no cenário de crescimento dos SPAs na região sul do Brasil e demonstrou, por meio da Análise SWOT, as futuras e promissoras perspectivas do ambiente/cenário em questão, que atualmente se confirmam. Observe no Quadro 1 alguns dados: Quadro 1 Análise do ambiente externo. Oportunidades (+) Ameaças (-) Existe grande potencial no segmento de SPAs de acordo com pesquisas. Os concorrentes estão chegando e existem planos de alguns meios de hospedagem para a criação da nova estrutura para SPAs. Tendência pela busca de terapias naturais aliadas à tecnologia principalmente pelas classes médias e altas. Novas técnicas surgem a cada dia na concorrência. O segmento apresenta-se estatisticamente lucrativo e estável nos mercados americano e europeu. Falta de aplicação de novas tecnologias pode gerar a insatisfação dos clientes efetivos. O cenário aponta a tendência para crescimento do mercado de SPAs no Brasil. Problema de infraestrutura e logística de transporte. O envelhecimento da população, unindo-se à busca por vitalidade. Mudança na política econômica, interferindo nos pontos de compra da demanda. Crescimento do mercado de luxo. Investimentos que deram certo e já são destaque no mercado. Claretiano - Centro Universitário 25© U1 - Terapias Alternativas, SPAs e Estética Oportunidades (+) Ameaças (-) Diferencial competitivo para os meios de hospedagem. Busca pelo culto ao corpo, prevenção de doenças do corpo e da mente. Inúmeras técnicas inovadoras surgem diariamente. As associações internacional e nacional de SPAs demonstram a seriedade do setor. O estresse diário faz com que desde donas de casa a executivos procurem por esses serviços. Interesse de grandes redes no sentido de investir na região Sul. Novo paradigma e conceito de wellness, bem-estar e a vitalidade da população. Fonte: Zonta (2007, p. 32). Diante de tudo que foi exposto até o momento, podemos afirmar que o crescimento no segmento de SPAs é contínuo, pois há uma intensa busca das pessoas por uma melhor qualidade de vida. Assim, as tendências atuais passam pela diversidade das atividades oferecidas, desde o tradicional menu de serviços ao atendimento de SPA dentro das empresas, visando ao reflexo na produtividade pela satisfação dos funcionários. Importante mencionarmos, também, a atenção dos modernos SPAs para a sustentabilidade e preservação ambiental; aperfeiçoamento das instalações com aproveitamento da luz solar para aquecimento, reciclagem de materiais, adesão ao consumo de produtos orgânicos e redução nos gastos com água são alguns exemplos. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 2626 8. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, você teve contato com o histórico dos SPAs, um ambiente que zela pela integralidade da saúde desde as antigas civilizações. Além disso, pôde reconhecer que os tipos de SPAs existentes visam atender a demanda que há pela busca na qualidade de vida, seja pela fadiga física do cotidiano, seja pelo equilíbrio vital do tripé corpo, mente e espírito. Por isso, os conceitos ora mencionados poderão auxiliá-lo na compreensão da proposta de um segmento que cresce de forma contínua e rápida no Brasil. Os SPAs são vistos, também, como uma opção de turismo em saúde com qualidade e reconhecimento internacional, ou seja, uma nova perspectiva que se apresenta disponível para profissionais e clientes. Na Unidade 2, estudaremos a Terapia das Pedras e a Bambuterapia, bem como algumas possibilidades da Reflexologia e do Shiatsu como elementares nas práticas alternativas aplicadas à saúde, à estética e à qualidade de vida. Até lá! 9. E-REFERÊNCIAS ABC-SPAS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLÍNICAS E SPA. A história dos Spas. Disponível em: <http://www.congressoabcspas.com/historia.asp>. Acesso em: 4 jun. 2018. ______. Classificação dos Spas. Disponível em: <http://www.congressoabcspas.com/ classificacao.asp>. Acesso em: 4 jun. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC – SUS, 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ pnpic.pdf>. Acesso em: 4 jun. 2018. ______. Ministério do Turismo. Turismo em saúde: orientações iniciais. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/ publicacoes/downloads_publicacoes/Turismo_de_Saxde_Versxo_Final_IMPRESSxO_. pdf>. Acesso em: 4 jun. 2018. ESTADÃO PME. Spas urbanos apostam no bem-estar do cliente e já faturam R$ 370 milhões por ano. Disponível em: <http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,spas-urbanos- apostam-no-bem-estar-do-cliente-e-ja-faturam-r-370-milhoes-por-ano,2865,0.htm>. Acesso em: 4 jun. 2018. Claretiano - Centro Universitário 27© U1 - Terapias Alternativas, SPAs e Estética SEBRAE. Como montar um Spa urbano. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/appportal/ reports.do?metodo=runReportWEM&nomeRelatorio=ideiaNegocio&nomePDF=SPA%20 urbano&COD_IDEIA=25787a51b9105410VgnVCM1000003b74010a>. Acesso em: 7 jun. 2018. Figura Figura 1 Os banhos de Caracala, de Lawrence Alma-Tadema, 1889. Disponível em: <http:// commons.wikimedia.org/wiki/Category:Baths _of_Caracalla_(Rome)_in_art#mediaviewer/ File:The_Baths_at_Caracalla.jpg>. Acesso em: 4 jun. 2018. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, N.; BRITO, P. L.; JORGE, W. E. Hotel, planejamento e projeto. São Paulo: Senac, 2003. BECHARA, E. C. (Org.). Dicionário Escola da Academia Brasileira de Letras: língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2011. GOMES, I. C. Passagem pela Índia: aventuras e lições de vida no país dos mitos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2005. MILL, R. C. Resorts: Administração e operação. Porto Alegre: Brokmam, 2003. NORA, P. Turismo de saúde: um estudo comparativo. Dissertação (Mestrado em Turismo) – Caxias do Sul, Universidade de Caxias do Sul, 2009. ZONTA, S. G. SPA – oportunidade de negócios para os empreendimentos hoteleiros da região sul através da inserção do conceito de wellness. Monografia (Turismo e Hotelaria) – Balneário Camboriú, Centro de Educação de Balneário Camboriú, 2007. TOMASI, L. Um Spa na Índia. Porto Alegre: Libretos, 2007. Claretiano - Centro Universitário EA D 2 Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos 1. OBJETIVOS • Compreender a Terapia das Pedras. • Identificar o potencial da Bambuterapia. • Apresentar alguns fundamentos da Reflexologia e do Shiatsu. 2. CONTEÚDOS • Terapia das Pedras. • Bambuterapia. • Reflexologia. • Shiatsu. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 30 1) Consulte a página oficial da Associação Brasileira de Shiatsu; lá você poderá acompanhar a origem milenar dessa prática e encontrar dicas sobre projetos e eventos, além de acessar um amplo canal de comunicação com inúmeras associações de Shiatsu de diferentes países. Disponível em: <https://associacaobrasileiradeshiatsu. wordpress.com/>. Acesso em: 7 jun. 2018. 2) Acesse o Portal Terra por meio da sua página de Saúde e consulte a linha do tempo sobre Reflexologia e suas inúmeras aplicações. Nessa apresentação, destacam- se o equilíbrio e a qualidade de vida alcançados com a massagem nos pés e considerações sobre alguns pontos baseados no mapa emocional. Disponível em: <http:// saude.terra.com.br/reflexologia/>. Acesso em: 7 jun. 2018. 3) Leia o artigo “O desenvolvimento de um grupo de gestantes com a utilização da abordagem corporal”. Nele, as autoras identificam e descrevem o uso da massagem com bambu nas gestantes a partir de uma pesquisa realizada em um hospital universitário na cidade de São Paulo. As autoras constataram que essa terapia, com as devidas precauções e orientações, pode reduzir pontos de dores na região lombar e trazer outros benefícios. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/ a05v14n2.pdf>.Acesso em: 7 jun. 2018. 4) Assista ao vídeo “Reportagem – Massagem bambuterapia”. Nele, é possível verificar a origem da Bambuterapia e conhecer algumas aplicações da técnica com objetivos específicos para cada paciente/ cliente. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=IDLla1msrpY>. Acesso em: 7 jun. 2018. 4. INTRODUÇÃO Na unidade anterior, você pôde iniciar as reflexões sobre as terapias alternativas atreladas ao SPA, bem como à saúde, à qualidade de vida e à estética. Claretiano - Centro Universitário 31© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Neste momento, faremos uma imersão para conhecermos a Terapia das Pedras, a Bambuterapia, a Reflexologia e o Shiatsu, terapias importantes dentre as inúmeras existentes. É importante salientar que todas possuem uma fundamentação teórica significativa e demandam uma continuidade permanente nas leituras aliada à prática. Bons estudos! 5. TERAPIA DAS PEDRAS Há um grande tesouro de bençãos, escondido nas plantas e oculto nas pedras. Oh! Doce e excelsa Natureza, deixa-me seguir as tuas pegadas! (Conde de Stolberg, 1775 apud CASTRO; SILVA, 2005, p. 39). A utilização das pedras para fins terapêuticos pode ter sido praticada há pelo menos 3000 anos pelos chineses, desde a dinastia Shang, juntamente com a prática da massagem tradicional, usadas para aliviar o cansaço dos músculos. Já para os monges tibetanos, o uso ocorreu mil anos após os chineses; elas eram usadas no período em que praticavam jejum, a princípio para inibir a sensação de fome e aumentar o vigor do organismo. Para algumas etnias indígenas, as pedras quentes permitiam a cura de doenças. Castro e Silva (2005) oferecem elementos que corroboram o entendimento dos chineses, que consideram as pedras de cor escura como fortes, de propriedade yang, emitindo equilíbrio e proteção, enquanto as pedras brancas ou transparentes são yin, e recebem energia e luz. A formação da pedra ou rocha depende da sua origem, ou seja, suas propriedades terapêuticas são utilizadas conforme a composição de cada uma. As pedras mais comuns para a terapia são as de origem vulcânica, devido à sua grande capacidade de armazenar e transmitir calor, pois sofreram, durante os milhares de anos, ação de alta temperatura. Essas pedras são pretas e lisas, mas dificilmente são encontradas no Brasil, sendo provenientes © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 32 principalmente da Indonésia. Existem ainda as rochas conhecidas como sedimentares, cuja formação ocorreu a partir da erosão de outras rochas e pela ação do vento, da água, da temperatura e das geleiras (APANAT, 2015). Segundo a Associação Paulista de Naturologia, as pedras mais indicadas para massagem são: ágata, calcedônia, feldspato, basalto amigdaloide e pedras plutônicas. No Brasil, as pedras mais utilizadas são as de basalto, de formato arredondado, o que facilita o deslizamento sem causar atrito nos locais de aplicação, e os cristais, que possuem origem no magma. Sabe-se que as pedras podem conduzir temperaturas quente ou fria para o corpo. Essa aplicação de calor e frio, ou de ambos, é uma técnica oriental denominada termoterapia, que desencadeia efeitos fisiológicos no organismo com o objetivo de curar doenças (APANAT, 2015). Pedras quentes O uso das pedras quentes durante a massagem foi introduzido no Ocidente na década de 1990 pela terapeuta Mary Hanigan, em Tucson, nos Estados Unidos. O calor retido nas pedras ao entrar em contato com o corpo, mais especificamente com as fibras musculares, produz uma sensação de relaxamento e bem- estar; já o uso da alternância extrema das temperaturas causa um aumento do fluxo sanguíneo e da circulação linfática, enquanto o deslizamento das pedras sobre os músculos produz calor e relaxa. O frio, por sua vez, estimula, melhora a oxigenação dos tecidos, reduz o nível de estresse e aumenta a capacidade do sistema imunológico (MOREN, 2009). Nesse sentido, ao intensificar a circulação sanguínea por meio da pele, podemos, por exemplo, desencadear uma desintoxicação do fígado, intestino e rins, uma vez que ocorre uma troca acelerada dos fluidos linfáticos e digestivos, melhorando as funções do organismo. Claretiano - Centro Universitário 33© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos No Brasil, essa técnica foi introduzida há alguns anos pela esteticista Ala Szerman. Após enfrentar sessões de quimioterapia para o tratamento de um câncer de mama, ela utilizou a massagem com as pedras quentes na sua própria recuperação. Segundo Szerman (2015), As pedras são dispostas ao longo dos músculos, no intuito de trans- mitir energia, que religa a força interior. A aplicação é profunda. [...] Os tamanhos e formatos das pedras são escolhidos de acordo com o local da aplicação para que o encaixe seja o melhor possível no corpo. A posição das pedras acompanha a localização dos sete chacras para buscar o equilíbrio físico e mental, conforme podemos observar na Figura 1. Figura 1 Posição para pedras quentes. Como relembra Andraos (2013), o uso das pedras durante a terapia varia conforme a necessidade de cada cliente/paciente, e suas propriedades energéticas devem ser empregadas a partir de uma breve anamnese. Acompanhe agora as características de algumas das pedras mais utilizadas nessa terapia: © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 34 Quadro 1 Características das pedras mais utilizadas em terapia. Ágata: pode ser de várias cores. A azul auxilia no combate ao estresse e proporciona o reequilíbrio das emoções, já a vermelha tem como propriedade energética a purificação do organismo. Calcedônia: ajuda na absorção das energias negativas e na diminuição das sensações de tristeza e angústia. Seixos: são pequenos pedregulhos formados a partir da ação das marés e rios. Ônix: é uma rocha considerada forte, que estimula a força, a resistência e a capacidade de enfrentar grandes desafios. Quartzo: a cor verde possui propriedades terapêuticas que auxiliam no processo de cura/ tratamento de doenças, além de ter efeito calmante sobre o sistema nervoso. Vulcânicas: possuem propriedades terapêuticas que reduzem as dores físicas, devido à sua capacidade de absorver calor e por emitirem energias positivas regeneradoras que proporcionam vitalidade. Claretiano - Centro Universitário 35© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Assim, o uso da massagem com pedras quentes/frias tem se tornado mais uma terapia integrativa nos SPAs e clínicas para clientes/pacientes que buscam uma melhoria em sua qualidade de vida, frente aos inúmeros efeitos indesejados da tensão do cotidiano. Diante disso, é imprescindível conhecermos os principais benefícios proporcionados pela massagem com as pedras após sua aplicação. Então, vejamos a seguir. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Redução dos níveis de estresse: o uso das pedras quentes alternado com as frias aumenta a circulação, ocasionando uma troca celular rápida que reflete no sistema nervoso, equilibrando as emoções. Relaxamento muscular: o uso das pedras quentes com a massagem aumenta a vasodilatação e provoca sensação térmica de bem-estar. Liberação de toxinas: com a manipulação das pedras sobre a pele, ocorre um aumento da circulação, e acredita-se que, no fígado, rins e intestino, também haja uma aceleração nas trocas celulares, ocasionando assim uma desintoxicação. Melhora a mobilidade das articulações: o calor das pedras proporciona a vasodilatação e permite que as estruturas fiquem menos rígidas. Alívio de dores musculares: ao serem manipulados os pontos de tensão com as pedras e como resultado do calor conduzido por elas, as fibras musculares tendem a relaxar, diminuindo assim as dores. Equilíbrio mental: as energias ocultas nas pedras há milhares de anos são revigorantes, auxiliam na recuperação da autoestima einteriorização de cada ser (ANDRAOS, 2013). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– No entanto, é importante deixar claro que essa prática, assim como toda técnica de massagem, só deve ser realizada após a anamnese e depois de nos atentarmos para as principais contraindicações: processo inflamatório agudo, quadro pós- cirúrgico, hipertensão descontrolada, doença de pele, tumor maligno, gravidez, alterações vasculares e de sensibilidade etc. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 36 A aplicação da massagem com as pedras deve ser realizada em ambiente adequado e calmo, geralmente em SPAs e clínicas, que já dispõem dessa estrutura. O terapeuta deve aquecer as pedras em local próprio até uma temperatura em que seja possível mantê-las em suas mãos, portanto, a uma temperatura agradável, lembrando que o cliente/paciente deverá sempre ser consultado sobre a sensibilidade. A massagem com as pedras tem como sequência as seguintes manobras. • Decúbito dorsal: podem-se utilizar óleos para facilitar o deslizamento; a massagem deve ser iniciada pelos membros inferiores, com deslizamento profundo e em círculos; no abdômen, as manobras são suaves e circulares nas laterais e na parte superior; segue-se para os membros superiores com as mesmas manobras, atingindo a região do músculo trapézio e a base do crânio. • Decúbito ventral: as pedras devem ser posicionadas nas regiões dos chacras, e a massagem deve ser iniciada pelos membros inferiores, com deslizamento profundo e circular, sempre de modo ascendente, a fim de auxiliar no retorno venoso. Depois, as pedras devem ser retiradas e iniciam-se os deslizamentos com suave pressão em toda a região paravertebral e escapular. Na região da face, com o uso de pequenas pedras, realizam-se pequenos deslizamentos suaves. Ainda que a terapia com as pedras seja mais utilizada com o objetivo de relaxar e estimular o equilíbrio do organismo, alguns efeitos relacionados à estética podem ser observados e vêm sendo oferecidos nas sessões de massagem facial. O uso das pedras frias, por exemplo, é ótimo para fechar os poros e tonificar a pele, enquanto as quentes abrem os poros para receber os ativos importantes na hidratação da pele. Claretiano - Centro Universitário 37© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos 6. BAMBUTERAPIA O bambu é uma planta encontrada nos continentes asiático e americano, assim como no Brasil, com uma grande variedade da espécie. Por possuir a capacidade de se desenvolver em vários tipos de solos e condições climáticas, é uma planta forte, que cresce em seus primeiro cinco anos debaixo do solo, fortalecendo suas raízes e criando forças. A utilização do bambu como uma ferramenta de massagem, a Bambuterapia, surgiu na França recentemente, apesar de existirem relatos de que na China seu uso é bem mais antigo. Apesar da restrita literatura disponível sobre essa técnica, podemos descrever o seu uso para as seguintes manobras: drenagem linfática, massagem corporal e facial e relaxamento (CALVI et al., 2009). Os formatos de bambu utilizados durante as manobras são variados, desde aqueles com a haste pequena e calibre espesso, até os mais finos e com hastes longas. Para evitar as áreas com farpas, o bambu deve ser envernizado e uniformizado, tornando sua superfície lisa para manter a integridade do tecido cutâneo. Para a aplicação da técnica, são necessárias entre sete e dez varetas de bambu, com quatro variedades de tamanho, que são escolhidas de acordo com a região e extensão da área a ser tratada (observe a Figura 2). Após cada sessão, é necessário realizar a assepsia das varetas com álcool a 70%, sem umedecer a região interna. Fonte: Calvi et al. (2009, p. 26). Figura 2 Kit básico para aplicação da Bambuterapia. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 38 A prática da Bambuterapia com a finalidade de estimular o sistema linfático [...] consiste nos princípios básicos da drenagem linfática manual, na qual o sistema linfático é estimulado a trabalhar em um ritmo mais rápido, mobilizando a linfa até os gânglios linfáticos e auxilian- do o sistema venoso (CALVI et al., 2009, p. 25). Além de estimular os linfonodos (também denominados gânglios ou ínguas), a Bambuterapia para a drenagem linfática uti- liza-se de alguns pontos da acupuntura para melhorar o equilíbrio energético do organismo, no cuidado integral do cliente/paciente, unindo corpo, mente e espírito. O estímulo ocorre com as extre- midades do bambu ou com as pontas dos dedos, pressionando-os por alguns segundos. Cricenti (2011) afirma que esses pontos estão localizados ao longo do trajeto dos principais meridianos/canais; e, como você verá a seguir, estão dispostos na região posterior do membro su- perior, correlacionados com o meridiano yang do intestino grosso (IG). Ou seja, os pontos demarcados na Figura 3, quando estimula- dos, desencadeiam efeitos fisiológicos no intestino grosso. Fonte: Cricenti (2011, p. 9). Figura 3 Localização do ponto IG-4 na acupuntura. Claretiano - Centro Universitário 39© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Fonte: Calvi et al. (2009, p. 43). Figura 4 Estímulo do ponto IG-4 com o bambu. Portanto, é imprescindível que tenhamos um conhecimento prévio dos pontos da acupuntura, assim como das noções básicas de anatomia para evitar pressões desconfortáveis e inseguras nos locais de proeminências ósseas e sobre os órgãos. As manobras durante a drenagem são diferentes conforme a região do corpo. a) Membros inferiores: deslizamento superficial e profun- do, rolamento, pinçamento, amassamento e percussão com varetas grossas e hastes longas. Fonte: Calvi et al. (2009, p. 53). Figura 5 Deslizamento profundo em membro inferior. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 40 b) Abdômen e cintura: deslizamento superficial, profundo, e fricção alternada bilateral de abdômen, rolamento unilateral da cintura com varetas grossas e de hastes curtas. Fonte: Calvi et al. (2009, p. 62). Figura 6 Fricção alternada em região lateral e medial. c) Membros superiores: deslizamento superficial e profun- do com varetas grossas e de hastes curtas. Fonte: Calvi et al. (2009, p. 69). Figura 7 Deslizamento profundo cruzado. Claretiano - Centro Universitário 41© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos d) Costas: rolamento lateral, deslizamento profundo, alternado na região dos flancos e cervical com varetas grossas e de hastes curtas. Ao redor da escápula, realiza- se deslizamento superficial com varetas finas e de hastes curtas. Fonte: Calvi et al. (2009, p. 87). Figura 8 Rolamento lateral. Essas manobras desencadeiam vários efeitos para o organismo, sendo os principais redução de edema, melhora no retorno venoso, diminuição da fadiga muscular e dor; além disso, promovem desintoxicação, oxigenação e nutrição dos tecidos, bem como relaxamento geral e bem-estar psicológico. Quais os benefícios da Bambuterapia para a gestante? Para Cambiagui (2001), na gestante a técnica de massagem com utilização de bambu sobre a superfície corporal e debaixo de determinadas regiões do corpo na posição deitada, sobretudo na região lombar, proporciona a percepção das regiões de maior tensão, podendo, assim, aliviar os desconfortos provocados pelas modificações corporais e proporcionar a sensação de bem-estar. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 42 Calvi et al. (2009) ainda cita a Bambuterapia como um método que auxilia na redução de medidas, ou seja, ao promover uma tração do tecido conjuntivo, ocorre um deslocamento de líquidos nos vasos que atingem o sistema linfático, ocasionando a eliminação do excesso de líquido acumulado no organismo. As manobras devem ser rápidas e com ritmo, a fim de promover a modelagem corporal e a renovação celular, no entanto, sem serem exageradas para não causar rupturas de capilaressanguíneos e linfáticos. Ainda segundo o autor, as manobras aplicadas na massagem modeladora podem ser por: Deslizamento superficial geral – movimentos deslizantes, leves e suaves acompanhando os sistemas linfático e sanguíneo. Aquecimento – movimentos rápidos e rítmicos a fim de estimular a tonificação e ativar a circulação. Deslizamento profundo geral – exercido com pressão suficiente para aumentar o escoamento do sangue e da linfa. Amassamento rolante – mobiliza os tecidos superficiais e profun- dos dos tecidos (CALVI et al., 2009, p. 98). Nesse sentido, a massagem facial com o bambu também tem se tornado uma terapia cada vez mais procurada em SPAs e clíni- cas, tendo como objetivo principal o rejuvenescimento, a melhora da elasticidade da pele e tonificação muscular, além de auxiliar no tratamento de cefaleias, paralisia facial e minimizar os efeitos da congestão nasal. As manobras são realizadas com a estimulação dos pontos reflexos da acupuntura, encontrados na região facial, buscando a harmonia e equilíbrio entre eles, pois alguns auxiliam, por exem- plo, na regulação da produção de hormônios, enquanto outros melhoram a função metabólica e digestiva. Observe, na Figura 9, a localização dos pontos da face e, nas Figuras 10 e 11, algumas manobras. Claretiano - Centro Universitário 43© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Fonte: Calvi et al. (2009, p. 126). Figura 9 Localização dos pontos da face. Fonte: Calvi et al. (2009, p. 128). Figura 10 Ponto que atua no baço e pâncreas. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 44 Fonte: Calvi et al. (2009, p. 128). Figura 11 Ponto que regula a ação hormonal. Muitas das expressões faciais rígidas são causadas pela tensão excessiva dos músculos da face. Portanto, a estimulação desses pontos e as manobras faciais de deslizamento superficial, rolamento e percussão suave desencadeiam o relaxamento na musculatura facial. Esse tratamento acarreta, por conseguinte, uma melhora na elasticidade, na estética facial, na autoestima, enfim, no bem-estar e na qualidade de vida. Assim, a Bambuterapia pode ser considerada uma terapia alternativa e coadjuvante na prevenção, no tratamento e no alívio de vários sintomas que acometem o cliente/paciente em sua condição integral, ou seja, não somente o aspecto físico, mas, como já mencionamos, a tríade corpo, mente e espírito. 7. A HISTÓRIA DA REFLEXOLOGIA [...] o paciente diz “Não me machuque”, e o terapeuta responde “Agirei de forma a que me elogie” (VENNELLS, 2003, p. 181). Claretiano - Centro Universitário 45© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Precisar quando a Reflexologia foi usada pela primeira vez não é tarefa fácil. A epígrafe anterior é o registro mais antigo dessa técnica e está escrita na parede do túmulo de um médico egípcio chamado Ankmahor, localizado em Saqqara, no Egito, de cerca de 2330 – 2500 a.C. Essa passagem remete à figura de dois homens massageando os pés. Existe ainda a teoria de que a terapia foi praticada na América do Sul pelos incas e transmitida aos índios americanos. Assim, acredita-se que a Reflexologia possa ser ainda mais antiga, ou seja, por volta de 5000 anos atrás, na Índia e na China, quando os pontos de pressão eram utilizados como forma de tratamento, provavelmente esquecidos por um longo tempo após o início da prática da acupuntura. Apesar disso, há relatos de que os chineses utilizavam a combinação de ambas as práticas (VENNELLS, 2003; WILLS, 1995). No entanto, até o início do século 20, a Reflexologia era pouco conhecida no Ocidente, tendo sido redescoberta pelo médico americano William Fitzgerald. Ele percebeu que, após apertar fortemente algumas áreas do corpo, ocorriam respostas em áreas bem distantes, e passou, então, a praticar a técnica em hospitais da Europa (WILLS, 1995). Para Stanway (1993), a terapia foi disseminada no Ocidente pela americana Eunice D. Ingham, na década de 1930. Eunice desenvolveu os estudos de Fitzgerald e se especializou na teoria das zonas e dos meridianos, ou seja, percebeu que as várias terminações nervosas do corpo correspondiam a determinadas “zonas”, a um mapa anatômico (Figura 12). [...] Fitzgerald descobriu que o corpo podia ser dividido em dez zonas verticais que se estendiam da cabeça aos dedos dos pés, correspondentes aos dez dedos das mãos e aos dez dedos dos pés (VENNELLS, 2003, p. 18). © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 46 Fonte: Wills (1995, p. 44). Figura 12 As dez zonas do corpo com base na teoria das zonas. Nesse sentido, Vennells (2003) menciona a complexidade das terminações nervosas como sendo um dos motivos para definir a teoria das zonas como conclusiva e assertiva, uma vez que é quase impossível identificar de forma segura todas as áreas dos pés que refletem nas demais partes do corpo. No entanto, os inúmeros benefícios desencadeados pela massagem nos pés servem de evidências de que a prática da Reflexologia é mais uma terapia integrativa na promoção da saúde. Zonas reflexas Para Vennells (2003), a Reflexologia é o ato de massagear pontos nos pés, desencadeando reflexos involuntários, com o objetivo de diminuir as tensões e tratar doenças. Assim, restabelecer a saúde do corpo e da mente seria a premissa para a utilização da terapia. Claretiano - Centro Universitário 47© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos De acordo com Wills (1995, p. 46), o reflexo é mais que um movimento involuntário, e sim uma reflexão de todo o organismo em uma pequena área dos pés, buscando o equilíbrio de [...] uma energia vital chamada força de vida ou prana, que circula de maneira rítmica e equilibrada entre todos os órgãos do corpo. Ela também permeia toda célula e tecidos vivos. Se essa energia for bloqueada, o órgão relacionado com o bloqueio passará a so- frer algum mal-estar. Do mesmo modo, as doenças vinculadas com bactérias e vírus podem perturbar o equilíbrio energético do corpo. A energia vital interna está diretamente relacionada com o bom funcionamento do organismo; essa energia deve circular li- vremente por entre os canais-meridianos, desde o ponto situado no topo da cabeça até os pés. Desse modo, compreender o fun- cionamento muscular e esquelético dos pés, bem como entender como os seus principais reflexos agem nas demais partes do corpo, é fundamental na prática da Reflexologia, além de ser necessário um tempo para desenvolver as habilidades da técnica. Para que possamos localizar as principais partes anatômicas influenciadas pelos reflexos e suas respectivas áreas do restante do corpo que sofrem influência desses reflexos, é necessário co- nhecermos, inicialmente, as principais estruturas ósseas que cons- tituem o pé. Observe, então, as Figuras 13, 14 e 15: © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 48 Fonte: Dângelo e Fattini (2003, p. 189). Figura 13 Vista superior do pé. Fonte: Dângelo e Fattini (2003, p. 190). Figura 14 Vista inferior do pé. Claretiano - Centro Universitário 49© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Fonte: Dângelo e Fattini (2003, p. 190). Figura 15 Vista lateral do pé. Com relação às principais estruturas musculares, cabe aqui apenas citá-las, uma vez que a anatomia geral dos pés deve ser estudada separadamente, o que permitirá a você reconhecer e identificar, de forma segura, quais estruturas atuam no momento da técnica de Reflexologia. Depois de compreendermos a estrutura física dos pés, deve- mos, de agora em diante, compreender, também, as três zonas de energia dos pés que envolvem a prática da Reflexologia, as zonas transversas. Zonas transversas Para Wills (1995), as zonas transversas foram evidenciadas pela terapeuta alemã Hanne Marquardt, as quais indicam três ní- veis do corpo, horizontalmente divididas em: cintura escapular, costa inferior ebase da pélvis. Essas zonas ou regiões são desdo- bradas em reflexos em inúmeros pontos do pé. Parte superior do pé/sistema linfático Os músculos que constituem a parte superior do pé são denominados intrínsecos e são divididos em três camadas, pois os demais são plantares, dispostos de maneira compacta e de difícil palpação. Portanto, o mais importante é compreender quais músculos estão sendo contraídos quando ocorre um movimento © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 50 do pé. Essas indicações permitem o entendimento do sistema linfático e sua aplicação na Reflexologia. O sistema linfático é composto por uma rede de vasos e linfonodos que transportam a linfa para a corrente sanguínea. Para um bom funcionamento desse sistema, é preciso que o corpo esteja em movimento, ou seja, problemas que causam o acúmulo de fluidos entre os tecidos desencadeiam o edema. Observe, na Figura 16, os reflexos que correspondem ao sis- tema linfático. Fonte: Vennells (2003, p. 43). Figura 16 Reflexos que correspondem ao sistema linfático. Portanto, essas são as regiões/áreas em que a Reflexologia atua como forma de prevenção, tratamento e cura de determinados desequilíbrios. O relaxamento físico e mental acontece pela simples ação de massagear os pés e, somado ao fato de estimular pontos específicos, possibilita grandes chances de se equilibrar o processo saúde-doença ao longo da vida. Claretiano - Centro Universitário 51© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos 8. TÉCNICAS BÁSICAS DA REFLEXOLOGIA Assim como nas variadas terapias integrativas, o tempo é um grande aliado na hora de adquirirmos a habilidade necessária para dominarmos a técnica por completo. No entanto, ao utilizarmos a Reflexologia, mesmo nos primeiros atendimentos, a eficácia pode ser alcançada, visto que essa terapia é considerada poderosa, mesmo nas mãos mais inexperientes. Vennells (2003) cita que a massagem nos pés ocorre de diversas formas e em modos específicos de pressão. A força empregada deve ser suave, uma combinação de toque leve com massagem profunda, pois algumas partes dos pés são mais sensíveis do que outras, assim como existem os clientes/pacientes mais sensíveis. Portanto, devemos adaptá-la às necessidades de cada um. Na prática chinesa, a massagem é profunda e dolorosa, por vezes com o uso de bastões curtos para pressionar a planta dos pés. Na prática ocidental, a massagem profunda poder ser feita usando técnicas como a da pressão com os nós dos dedos, porém [...] você só deve usá-las quando tiver adquirido experiência suficiente. Nunca se deve fazer uma massagem profunda se o paciente sentir dor, embora um pouco de desconforto seja aceitável com o consentimento dele (VENNELLS, 2003, p. 47). Assim, cada terapeuta irá encontrar seu modo próprio de realizar as técnicas de Reflexologia, levando em consideração a experiência que possui e a confiança nele depositada. A seguir, apresentaremos a você as técnicas básicas que devem nortear a prática da Reflexologia. Lembre-se de que o treino é parte essencial nessa terapia; assim, você poderá usar as mãos de início como forma de sentir a pressão que está sendo empregada. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 52 Sustentação básica do pé Essa técnica, segundo Vennells (2003), está baseada na posição que sustenta todo o pé durante a manipulação para evitar que ele se mova muito; o toque é suave, porém firme. Você deverá segurar firmemente a parte superior do pé com seus dedos e, com o polegar, a região plantar do cliente/paciente. A mão esquerda deverá ser usada para sustentação quando for trabalhar o lado externo do pé, e a mão direita, quando estiver trabalhando na lateral interna do pé direito. Fonte: Vennells (2003, p. 48). Figura 17 Sustentação básica do pé. Técnica do dedo ou polegar “andante” Essa técnica deve ser praticada na mão para que possamos compreender o movimento e a intensidade da pressão exercida. Os movimentos do polegar devem ser ritmados, constantes e seguir uma linha reta pela palma; segure a parte de trás das mãos com os dedos da outra e [...] diminua lentamente a pressão enquanto desliza o polegar um pouco para frente. Então, aplique de novo a pressão suave. Diminua-a, deslize para a frente, aplique a pressão e assim por diante (VENNELLS, 2003, p. 49). Claretiano - Centro Universitário 53© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Fonte: Vennells (2003, p. 49). Figura 18 Técnica do polegar “andante” aplicada na mão. Massagem com os dedos e com o polegar Nessa técnica, o dedo indicador é usado para massagear a lateral e a parte superior do dedo do pé, enquanto o polegar ajuda a sustentar o dedo e, a outra mão, é a sustentação básica. Fonte: Vennells (2003, p. 50). Figura 19 Massagem com um dedo. Massagem com dois dedos Nessa técnica, a parte superior do pé é massageada utilizando os dedos indicador e médio; também podem ser realizados movimentos circulares enquanto os dedos fazem pressão. © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 54 Fonte: Vennells (2003, p. 51). Figura 20 Massagem com os dois dedos. Massagem/pressão com os nós dos dedos Na massagem com os nós dos dedos, devemos apertar suavemente o tornozelo segurando com o polegar e o dedo indicador para, em seguida, exercer a massagem em círculos sobre a área do calcanhar com um pouco mais de pressão. [...] os nós dos dedos podem ser pressionados e arrastados para baixo, ou pressionados e girados suavemente em um leve movimento, pressionados e girados de novo, e assim por diante. Você também pode fazer a massagem como se amassasse ingredientes para fazer pão, trabalhando da esquerda para a direita ou de cima para baixo, desde que cubra toda a área do calcanhar (VENNELLS, 2003, p. 52). Fonte: Vennells (2003, p. 52). Figura 21 Massagem com os nós dos dedos. Claretiano - Centro Universitário 55© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Bom, como já dissemos anteriormente, a prática e o aprofundamento contínuos são itens essenciais para que o terapeuta encontre os pontos reflexos de forma precisa e segura. A Reflexologia é uma terapia segura quando empregada com as indicações básicas e pode proporcionar mais saúde e qualidade de vida para todos. 9. SHIATSU Shiatsu é uma técnica japonesa que surgiu por volta do século 16 que se utiliza dos dedos, palmas das mãos, cotovelos, braços, joelhos e até pés para exercer certa pressão sobre determinados pontos do corpo, denominados pelos orientais de tsubos (GOMES, 2009). Rappenecker e Kockrick (2008) citam que, na década de 1970, Masunaga elaborou um mapa com o trajeto dos meridianos, que são a base inicial para buscar a compreensão da prática do shiatsu e seus efeitos no plano energético de cada organismo. No entanto, é necessário mencionar que: [...] a afirmação de que meridianos existem pode ter várias significações distintas. No “mundo material“, significa que meridianos existem da mesma forma como ossos, músculos, vasos sanguíneos e nervos e, portanto, impõe que sejam reconhecidos como realidade. Quando relacionada ao “mundo energético“, essa mesma afirmação significa a existência de algo que é denominado como “meridiano” e que pode ser trabalhado de maneira concreta. Nesse caso, trata-se mais de uma proposta para vivenciar, tocar algo e observar por si mesmo a reação provocada pelo toque. No mundo material, a existência das coisas independe da pessoa que as vivencia. No mundo energético, todavia, a existência está condicionada ao vivenciamento e à experimentação (RAPPENECKER; KOCKRICK, 2008, p. 1). Nesse sentido, os meridianos, ou espaços existentes entre as estruturas que formam o corpo, podem ser reais apenas quando sentidos pelo cliente/paciente que recebe o toque, pois na prática do shiatsu a subjetividade na experiência vivenciada é a principal © TERAPIASALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 56 característica. Todavia, o encontro de duas pessoas (profissional e cliente/paciente) ainda continua a ser a essência do shiatsu (RAPPENECKER; KOCKRICK, 2008). No shiatsu o terapeuta trabalha com as diferentes profundi- dades que existem logo abaixo de cada local do corpo, ou seja, o toque empregado facilita a comunicação entre as várias regiões do corpo, tornando o cliente/paciente um ser único e total. Portanto, nessa prática, os meridianos fazem parte dessa comunicação. Durante a manipulação: O que pode ser percebido e tocado são as ramificações principais dos meridianos. Segundo a concepção da Medicina do Extremo Oriente, cada meridiano é a manifestação de um órgão energético. Partindo dos meridianos principais, eles se propagam cada vez mais ramificados por todo o corpo e, com suas mais finas ramificações, finalmente alcançam cada célula do organismo (RAPPENECKER; KOCKRICK, 2008, p. 4). De acordo com Stanway (1993), o ato de massagear é também o momento em que se transfere de forma simples o poder de cura existente em cada pessoa para outro indivíduo, neutralizando os padrões de energia que estão desequilibrados. Para os orientais, essa é uma ação curativa, por razões quase nunca explicáveis, mas que aliviam dores físicas e emocionais, desencadeada perfeitamente pela expressão natural da capacidade de cada ser humano em harmonizar a energia vital de outra pessoa. Para que possamos entender os meridianos, é necessário conhecermos os dozes órgãos energéticos, que recebem os mesmos nomes dos órgãos anatômicos, no entanto, suas funções vão além, ou seja, penetram e integram todos os planos de manifestação da vida – o físico, mental, intelectual e espiritual do homem. No plano energético, as informações sobre esses órgãos são transportadas pelos meridianos, denotando bloqueios e alterações que, ao serem percebidos pelo terapeuta, indicam o trecho ou as partes a serem trabalhados para restabelecer a harmonia do todo (RAPPENECKER; KOCKRICK, 2008). Claretiano - Centro Universitário 57© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Esses órgãos energéticos, ao serem tocados suavemente ao longo dos meridianos, emitem uma vibração que pode ser perce- bida com mais facilidade por alguém que observa a manipulação do que por quem a pratica, reação esta ocorrida na periferia do local, conhecida como energia yang; quando o toque é mais pro- fundo e aproxima-se do centro, é a energia yin que se manifesta com mais frequência (RAPPENECKER; KOCKRICK, 2008). Para Zen (2002), os dozes meridianos estão localizados nas laterais direita e esquerda do corpo, portanto, em pares e de modo assimétrico. Aqueles que possuem trajeto ascendente são de na- tureza yang, e os de trajeto descendente, yin, com períodos de intensificação energética durante o dia por cerca de duas horas. Assim, ao definir a parte do meridiano a ser trabalhado, o terapeuta encontra uma posição adequada para manipulação e pressiona de forma atenta com o polegar ou o dedo médio da mão. As reações podem ser variadas de uma pessoa para outra, no entanto, o que se percebe é que algo diferente está acontecendo. Acompanhe, a seguir, os doze principais meridianos: 1) Meridiano do pulmão. 2) Meridiano do intestino grosso. 3) Meridiano do estômago. 4) Meridiano do baço-pâncreas. 5) Meridiano do coração. 6) Meridiano do intestino delgado. 7) Meridiano da bexiga. 8) Meridiano do rim. 9) Meridiano do pericárdio. 10) Meridiano do triplo aquecedor. 11) Meridiano da vesícula biliar. 12) Meridiano do fígado. Embora os nomes correspondam aos órgãos anatômicos, suas funções, como já mencionamos, não se restringem apenas © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 58 às suas características fisiológicas, mas, também, ao simbolismo emocional e a determinadas regiões do corpo. Logo, os dozes me- ridianos percorrem todo o corpo e assim ocorre a possibilidade de se estimular um determinado órgão energético em diferentes localidades. Observe, nas Figuras 22, 23 e 24, um exemplo dos dozes me- ridianos na região do punho. Fonte: Rappenecker e Kockrick (2008, p. 164). Figura 22 Região inferior do antebraço. Fonte: Rappenecker e Kockrick (2008, p. 165). Figura 23 Região superior do antebraço. Claretiano - Centro Universitário 59© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos Fonte: Rappenecker e Kockrick (2008, p. 166). Figura 24 Região lateral do antebraço. Viu só como é ampla e complexa a “rede imaginária” de es- paços que transportam a energia vital (chamada de ki na medicina tradicional chinesa)? É essa energia que alimenta e sustenta todo o campo energético no qual o ser humano está envolvido. Manobras do shiatsu A manipulação na técnica do shiatsu deve ser iniciada com uma mão apoiada nas áreas próximas ao meridiano que será tratado, e a outra deve exercer a pressão sobre este. Para o terapeuta, a sensação é de que ambas as mãos se encontram e as regiões tocadas começam a vibrar; o cliente/paciente pode alterar o ritmo da respiração conforme se aumenta o grau de vibração e a pressão não é dolorosa. Zen (2002) salienta que as manobras do shiatsu podem ser realizadas sobre a pele com o uso de óleos ou cremes, e ainda sobre roupas leves; o cliente/paciente pode estar deitado em decúbito ventral/dorsal ou mesmo sentado, uma vez que os pontos © TERAPIAS ALTERNATIVAS APLICADAS À ESTÉTICA 60 a serem manipulados irão depender de uma anamnese prévia, item complementar de grande valia, pois, também no diálogo, os órgãos energéticos se expressam, sendo possível ter uma ideia mais profunda do problema. A massagem é então realizada com manobras de deslizamento superficial e profundo, fricção, pinçamento, pressão e amassamento, tendo como referência os trajetos dos meridianos, com tempo médio de cinquenta minutos cada sessão. Importante lembrar que todo o corpo pode ser manipulado quando os objetivos forem o relaxamento e a harmonia do sistema energético, visto que, em casos específicos, o tratamento pode abordar os referentes meridianos. Portanto, pode ser por meio de um simples toque, ou de uma extrema sensibilidade de quem realiza o toque, que ocorrerá a abertura de espaços profundos nunca imaginados no plano físico. Espaços carregados de tensão e energia suprimida pelos bloqueios e alterações no equilíbrio físico, emocional e espiritual. Assim, a prática do shiatsu tem muito da intuição, o que passa não somente pela habilidade em encontrar o ponto certo, mas pela capacidade de se colocar à disposição do outro para ser instrumento de alívio e cura. 10. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, foi possível compreendermos a Terapia das Pedras, assim como identificarmos o potencial da Bambuterapia e, por fim, conhecermos alguns fundamentos da Reflexologia e Shiatsu. As imagens que foram apresentadas sobre essas terapias visaram ilustrar alguns procedimentos, os quais devem ser atrelados às teorias e legislações vigentes para saúde e estética. Na última unidade do curso, estudaremos a terapia com florais – o Sistema de Bach e o Sistema de Minas –, assim como traçaremos uma breve perspectiva sobre as terapias alternativas em consonância com o turismo de saúde e estética. Vamos lá? Claretiano - Centro Universitário 61© U2 - Terapia das Pedras, Bambuterapia, Reflexologia e Shiatsu: Alguns Fundamentos 11. E-REFERÊNCIAS ABRASHI – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SHIATSU. Verdadeiro valor da formação em Shiatsu. Disponível em: <https://associacaobrasileiradeshiatsu.wordpress.com/>. Acesso em: 7 jun. 2018. APANAT – ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE NATUROLOGIA. Home Page. Disponível em: <http:// www.apanat.org.br/site/terapias/>. Acesso em: 8 jun. 2018. MOTA, D. D. C. F.; PIMENTA, C. A. M. Fadiga em pacientes com câncer avançado: conceito, avaliação e intervenção. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/rbc/n_48/v04/pdf/ revisao3.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2018. PORTAL