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TUTORIA (sistema nervoso periférico)

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1 Lara Mendonça P3 
 
1- Entender o sistema nervoso 
periférico (estruturas); 
O sistema nervoso periférico (SNP) 
consiste em todos os nervos que são 
emitidos a partir do cérebro e da medula 
espinal (o sistema nervoso central, SNC). 
Se você imaginar o SNC como a rodovia 
principal, então o SNP forma todas as 
estradas secundárias que estão 
conectadas. Ele permite aos impulsos 
elétricos serem transmitidos para as 
regiões mais distantes do corpo humano, 
ou seja, para a periferia, e vice-
versa. Ambos podem ser subdivididos: o 
primeiro em sistema nervoso autônomo 
simpático e sistema nervoso autônomo 
parassimpático; e o segundo em divisões 
sensoriais e motoras. 
 
NERVOS PERIFÉRICOS 
 
 
Estrutura do neurônio 
Os elementos funcionais do sistema 
nervoso periférico são os nervos 
periféricos. Cada nervo consiste em um 
feixe de muitas fibras nervosas (axônios) e 
seus revestimentos de tecido conjuntivo, 
podendo ser comparados aos tratos 
(feixes) do SNC. Por sua vez, cada fibra 
nervosa é uma extensão de um neurônio 
cujo corpo celular é mantido dentro da 
substância cinzenta do SNC ou dentro 
dos gânglios do SNP. 
Os neurônios periféricos que transportam 
informações para o SNC são chamados 
de neurônios aferentes ou sensitivos, 
enquanto os que transmitem informações 
do SNC para a periferia são conhecidos 
como neurônios eferentes ou motores. 
Neurônios aferentes transmitem uma 
variedade de impulsos provenientes de 
receptores sensitivos (sensoriais) e dos 
órgãos sensoriais. Por exemplo, eles 
transmitem sensações gerais como toque, 
dor, temperatura e posição no espaço 
(propriocepção). Além disso, eles 
também transmitem informações 
sensoriais mais específicas, como os 
sentidos especiais do olfato, da visão, da 
audição e do equilíbrio. Por outro lado, os 
neurônios eferentes levam informações 
gerais do sistema nervoso para os órgãos 
efetores, por exemplo, os músculos 
esqueléticos, os órgãos viscerais e as 
glândulas. Eles são responsáveis por iniciar 
a contração muscular voluntária e 
involuntária, além de estarem envolvidos 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebro
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-medula-espinhal
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-medula-espinhal
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/visao-geral-e-tipos-de-tecido-conjuntivo
 
2 Lara Mendonça P3 
em outras outras funções motoras, como 
na secreção glandular. 
Os nervos também podem ser 
classificados em "nervos cranianos" ou 
"nervos espinais" de acordo com o local 
de saída do SNC. Os nervos 
cranianos emergem 
do crânio (cérebro / tronco cerebral), 
enquanto os nervos espinais deixam o 
SNC através da medula espinal. Existem 
12 pares de nervos cranianos e 31 pares 
de nervos espinais, dando um total de 43 
pares de nervos que formam a base do 
sistema nervoso periférico. 
O primeiro conjunto de nervos periféricos 
são os doze nervos 
cranianos: olfatório (NC I), óptico (NC 
II), oculomotor (NC III), troclear (NC 
IV), trigêmeo (NC V1, NC V2, 
NC V3), abducente (NC VI), facial (NC 
VII), vestibulococlear (NC 
VIII), glossofaríngeo (NC IX), vago (NC 
X), acessório (NC XI) e hipoglosso (NC XII). 
Nervos cranianos 
Os nervos cranianos são nervos periféricos 
que inervam principalmente estruturas 
anatômicas da cabeça e do pescoço. A 
exceção é o nervo vago, que também 
inerva vários 
órgãos torácicos e abdominais. Os nervos 
cranianos se originam de núcleos 
específicos localizados no cérebro. Eles 
deixam a cavidade craniana através 
dos forames (buracos) e se projetam para 
sua estrutura alvo respectiva. Os nervos 
cranianos são divididos em três grupos de 
acordo com o tipo de informação 
transportada pelas suas fibras: 
• Sensitivos 
• Motores 
• Mistos 
 
NERVOS ESPINAIS 
O segundo conjunto de nervos periféricos 
são os nervos espinais, dos quais 
existem 31 pares no total: oito 
cervicais, doze torácicos, cinco 
lombares, cinco sacrais (sagrados) e um 
coccígeo. 
 
Cada nervo espinal começa como 
várias pequenas raízes ou radículas que 
se unem para formar duas raízes 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/os-12-nervos-cranianos
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/os-12-nervos-cranianos
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cranio
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebro
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/o-nervo-olfatorio
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-optico
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-oculomotor-iii
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervos-troclear-iv-e-abducente-vi
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-trigemeo-v
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ramo-oftalmico-do-nervo-trigemeo-v1
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ramo-maxilar-do-nervo-trigemeo
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ramo-mandibular-do-nervo-trigemeo
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervos-troclear-iv-e-abducente-vi
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-facial
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vestibulococlear-viii
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-glossofaringeo-ix
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vago
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/o-nervo-acessorio
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-hipoglosso-xii
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-cabeca-e-do-pescoco
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/torax
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/abdomen-e-pelve
 
3 Lara Mendonça P3 
principais. A raiz anterior transporta fibras 
motoras de neurônios cujos corpos 
celulares estão localizados no corno 
anterior da medula espinal. A raiz 
posterior transporta fibras sensitivas de 
neurônios cujos corpos celulares se 
encontram no gânglio da raiz dorsal. Nas 
regiões torácica e lombar superior, a raiz 
anterior também transporta fibras 
autonômicas de neurônios pré- 
ganglionares simpáticos cujos corpos 
celulares estão localizados no corno 
lateral da medula espinal. A raiz anterior 
se junta à raiz posterior 
subsequentemente para formar o nervo 
espinal posteriormente dito, que 
transporta fibras mistas (sensoriais, 
motoras e autonômicas). 
Os nervos espinais deixam a coluna 
vertebral através dos forames (buracos) 
intervertebrais localizados entre duas 
vértebras adjacentes. Cada nervo 
espinal divide-se então em dois ramos 
chamados de ramo posterior (dorsal) e 
ramo anterior (ventral), ambos 
carregando fibras mistas. Os ramos 
posteriores deslocam-se posteriormente e 
dividem-se em ramificações que inervam 
estruturas pós-vertebrais. Os ramos 
anteriores inervam a pele e os músculos 
dos membros e do tronco anterior. 
Imediatamente após a divisão do nervo 
espinal nos dois ramos, ramificam-se 
fibras comunicantes menores. 
Esses ramos comunicantes 
brancos e cinzentos estabelecem uma 
comunicação entre os nervos espinais e 
os dois troncos simpáticos do sistema 
nervoso autônomo que percorrem a 
extensão da coluna vertebral. É 
importante notar que os ramos 
comunicantes cinzentos existem em 
todos os níveis da medula espinal, 
enquanto os ramos brancos são 
encontrados apenas nos níveis T1-L2. 
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO 
O sistema nervoso somático, também 
conhecido como sistema 
nervoso voluntário, é responsável por 
fornecer inervação sensitiva e motora a 
todas as estruturas do corpo humano, 
exceto órgãos, glândulas e vasos 
sanguíneos. Em outras palavras, ele 
transporta impulsos referentes às 
sensações do corpo (dor, tato, 
temperatura, propriocepção) e inerva os 
músculos esqueléticos que estão sob 
controle consciente ou voluntário, 
iniciando o movimento. Além disso, o 
sistema nervoso somático está envolvido 
nos reflexos espinais,como por exemplo 
no reflexo de retirada. Isso ajuda você a 
tirar sua mão instantaneamente ao tocar 
em um objeto quente. 
 
Tanto os nervos cranianos quanto os 
espinais contribuem para o sistema 
nervoso somático. Os nervos cranianos 
fornecem controle motor voluntário e 
percepção sensitiva da região da face. 
Com relação aos nervos espinais, como 
mencionamos anteriormente, os ramos 
posteriores deslocam-se posteriormente 
para inervar a coluna vertebral, os 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-mao
 
4 Lara Mendonça P3 
músculos vertebrais e a pele das costas, 
enquanto os ramos anteriores inervam os 
membros e o tronco anterior. A maioria 
dos ramos anteriores se unem para 
formar plexos nervosos dos quais muitos 
nervos periféricos principais se originam. 
A exceção são os ramos anteriores 
da região torácica, que viajam de uma 
forma relativamente independente uns 
dos outros sem formar plexos, 
como nervos intercostais e subcostais do 
tronco. 
 
Plexo cervical (Plexus cervicalis) 
Os plexos nervosos, formados pelos 
ramos anteriores dos nervos espinais, são 
os seguintes: 
• C1-C4 formam o plexo cervical 
• C5-T1 se agrupam no plexo 
braquial 
• T12-L4 formam o plexo lombar 
• L4 - S4 se agrupam no plexo sacral 
(sagrado) 
Os plexos lombares e sacrais também 
podem ser agrupados como plexo 
lombossacral (lombossagrado), mas os 
manteremos separados para melhor 
compreensão. 
Cada plexo nervoso produz vários nervos 
periféricos, que transportam fibras 
sensitivas e motoras para suas respectivas 
estruturas-alvo e vice-versa. 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA) 
Por último, mas não menos importante, 
chegamos na divisão autonômica do 
sistema nervoso periférico (SNP). O sistema 
nervoso autônomo (SNA) tem uma 
natureza involuntária, o que significa que 
não temos controle consciente sobre ele. 
É responsável por fornecer inervação 
sensitiva e motora para os músculos lisos, 
os vasos sanguíneos, as glândulas e os 
órgãos internos. Dessa forma, ele controla 
de forma coordenada as funções 
glandulares e viscerais, desempenhando 
um papel na manutenção 
da homeostase. 
Os nervos do SNA também são periféricos 
por natureza, de forma que a estrutura 
geral de um nervo periférico discutida 
anteriormente ainda se aplica. No 
entanto, há uma ressalva: todos os nervos 
autônomos fazem sinapse com um 
gânglio nervoso simpático ou 
parassimpático. A porção do nervo antes 
da sua sinapse com o gânglio nervoso é 
referida como pré-ganglionar, e carrega 
o impulso em direção ao aglomerado de 
corpos celulares no gânglio. Por outro 
lado, a porção do nervo após o gânglio é 
chamada de pós-ganglionar, e leva o 
impulso para longe dos corpos celulares. 
O SNA possui três grandes divisões: sistema 
nervoso simpático, sistema nervoso 
parassimpático e sistema nervoso 
entérico. O sistema nervoso 
simpático prepara o corpo para lidar com 
períodos de aumento do esforço físico 
através de ações como regulação dos 
vasos sanguíneos (geralmente 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/torax
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/plexo-braquial
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/plexo-braquial
 
5 Lara Mendonça P3 
vasoconstrição, embora nem sempre), 
dilatação de pupilas, aumento da 
frequência cardíaca e da pressão arterial 
e diminuição do peristaltismo. O sistema 
nervoso parassimpático ajuda o corpo a 
conservar energia, com as funções de 
"descanso e digestão", alimentação e 
reprodução. Isto é realizado através de 
ações que retardam o sistema 
cardiovascular, estimulam a secreção das 
glândulas e aumentam o peristaltismo. O 
sistema parassimpático também está 
envolvido na excitação sexual e no 
lacrimejamento (choro). Já o sistema 
nervoso entérico (SNE) localiza-se dentro 
das paredes do trato gastrointestinal e 
consiste nos plexos mioentérico (de 
Auerbach) e submucoso (de Meissner). 
Eles trabalham juntos para controlar o 
peristaltismo no sistema digestivo. Este 
sistema é frequentemente descrito como 
um “segundo cérebro”, pois atua de 
forma independente sendo influenciado 
apenas pelos impulsos do SNA. 
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 
 
Tronco simpático (Truncus sympathicus) 
As fibras pré-ganglionares dos nervos 
simpáticos deixam a medula espinal 
através das raízes anteriores de T1 a 
L2, entrando no nervo espinal 
correspondente. As fibras viajam então 
através dos ramos comunicantes 
brancos até os gânglios paravertebrais 
dos troncos do simpático, localizados em 
ambos os lados da coluna vertebral. 
Algumas fibras fazem sinapse nestes 
gânglios, enquanto outras passam por 
eles sem fazer sinapse, saindo dos troncos 
simpáticos como nervos 
esplâncnicos (maior, menor, imo, lombar, 
sacral). Esses nervos esplâncnicos fazem 
sinapse mais próximos de seus órgãos-
alvo nos gânglios pré-
vertebrais chamados de celíacos, 
aórtico-renais e mesentéricos (superiores 
e inferiores). As fibras pós-
ganglionares então se projetam sobre 
suas estruturas-alvo, de forma direta ou 
retornando através do ramo 
comunicante cinzento e seguindo o 
caminho dos nervos espinais por todo o 
corpo. Os órgãos-alvo incluem vasos 
sanguíneos, glândulas sudoríparas, 
músculos eretores do pêlo, íris e órgãos 
internos. Um exemplo de órgão alvo do 
sistema nervoso simpático é a glândula 
suprarrenal. A atividade do sistema 
nervoso simpático estimula a liberação 
de adrenalina (também conhecida 
como epinefrina) através do sistema 
medular simpático-suprarrenal. 
SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 
Chegamos agora ao sistema nervoso 
parassimpático, que pode ser dividido 
em parte craniana e parte sacral 
(sagrada). As fibras pré-ganglionares da 
parte craniana saem do tronco 
encefálico nos nervos cranianos 
oculomotor, facial, glossofaríngeo e 
vago. Elas fazem sinapse nos gânglios 
ciliar, pterigopalatino, ótico, 
submandibular e entéricos. Por fim, as 
fibras pós-ganglionares inervam as 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-circulatorio
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-circulatorio
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-digestorio-digestivo
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/rins-ureteres-e-glandulas-suprarrenais
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/rins-ureteres-e-glandulas-suprarrenais
 
6 Lara Mendonça P3 
glândulas salivares da cabeça, a íris, os 
músculos ciliares do olho e, no caso do 
nervo vago, as vísceras torácicas e 
abdominais. 
As fibras pré-ganglionares da parte sacral 
(sagrada) são muito mais restritas, saindo 
da medula espinal apenas através das 
raízes anteriores dos nervos espinais S2-S4. 
Elas viajam com os nervos esplâncnicos 
pélvicos, por fim inervando as vísceras 
pélvicas (cólon descendente, cólon 
sigmóide, reto, bexiga, pênis / clitóris). 
2- Compreender a neuropatia 
periférica diabética; 
 
O diabetes é a causa mais comum da 
neuropatia periférica, e este tópico 
merece sua atenção também porque a 
neuropatia é a complicação crônica 
mais comum e mais incapacitante do 
diabetes. Ela é responsável por cerca de 
dois terços das amputações não-
traumáticas (que não são causadas por 
acidentes e fatores externos). 
Essa complicação pode ser silenciosa e 
avançar lentamente, confundindo-se 
com outras doenças. Portanto, embora 
ela queira esconder-se de você, é 
importante conhecer melhor a 
neuropatia diabética e se prevenir, para 
ter uma vida longa e plena. 
 
O que causa? 
O controle inadequado da glicose, nível 
elevado de triglicérides, excesso de peso, 
tabagismo, pressão alta, o tempo em que 
você convive com o diabetes e a 
presença de retinopatia e doença renal 
(lembra-se delas?) são fatores que 
favorecem a progressão da neuropatia. 
Tanto as alterações nos vasos sanguíneos 
quanto as alterações no metabolismo 
podem causar danos aos nervos 
periféricos. 
A glicemia alta reduz a capacidadede 
eliminar radicais livres e compromete o 
metabolismo de várias células, 
principalmente dos neurônios. Os 
principais sinais são: 
• Dor contínua e constante; 
• Sensação de queimadura e 
ardência; 
• Formigamento; 
• Dor espontânea que surge de 
repente, sem uma causa 
aparente; 
• Dor excessiva diante de um 
estímulo pequeno, por exemplo, 
uma picada de alfinete; 
• Dor causada por toques que 
normalmente não seriam 
dolorosos, como encostar no 
braço de alguém. 
Ao mesmo tempo, em uma segunda 
etapa dessa complicação, pode haver 
redução da sensibilidade protetora, 
como falamos na seção 'Pés e membros 
inferiores'. As dores, que antes eram 
intensas demais mesmo com pouco 
estímulo, passam a ser menores do que 
deveriam. Daí o risco de haver uma 
queimadura e você não perceber em 
tempo. 
É comum também que o suor diminua e a 
pele fique mais seca. O diagnóstico da 
neuropatia pode ser feito por exames 
específicos e muito simples nos pés. 
As neuropatias diabéticas são as 
complicações crônicas mais prevalentes 
do diabetes mellitus (DM). Esse grupo 
heterogêneo de condições afeta 
diferentes partes do sistema nervoso e 
apresenta diversas manifestações 
clínicas. O reconhecimento precoce e o 
manejo apropriado da neuropatia no 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/reto
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bexiga-e-uretra
 
7 Lara Mendonça P3 
paciente com diabetes são importantes 
por vários motivos: 1.A neuropatia 
diabética é um diagnóstico de exclusão. 
Neuropatias não diabéticas podem estar 
presentes em pacientes com DM e 
podem ser tratadas com medidas 
específicas. 2.Existem várias opções de 
tratamento para a neuropatia diabética 
sintomática. 3.Até 50% das neuropatias 
periféricas diabéticas podem ser 
assintomáticas. Se não forem 
reconhecidas e se os cuidados 
preventivos com os pés não forem 
implantados, os pacientes correm o risco 
de lesões associadas aos pés insensíveis. 
4.O reconhecimento e o tratamento da 
neuropatia autonômica podem melhorar 
os sintomas, reduzir as sequelas e 
melhorar a qualidade de vida. Dentre as 
várias formas de neuropatia diabética, a 
polineuropatia distal simétrica (PNDS) e 
as neuropatias diabéticas autonômicas 
(NAD), particularmente a neuropatia 
autonômica cardiovascular (NAC), 
certamente são as mais estudadas.1-4 
Existem também várias formas atípicas 
de neuropatia diabética.1-4 Pacientes 
com pré-diabetes também podem 
desenvolver neuropatias semelhantes às 
neuropatias diabéticas.5-10 O Quadro 1 
fornece um esquema de classificação 
abrangente para as neuropatias 
diabéticas. Prevenção é o componente-
chave no cuidado com o DM devido à 
falta de tratamentos que se direcionem 
ao dano neural subjacente. O 
rastreamento de sintomas e sinais da 
neuropatia diabética também é 
primordial na prática clínica, pois pode 
detectar os estágios iniciais de 
neuropatia, possibilitando a intervenção 
precoce. Embora o rastreamento de 
formas atípicas mais raras de neuropatia 
diabética possa ser justificado, a PNDS e 
as NAD são as formas mais comuns 
encontradas na prática clínica. A 
evidência mais forte disponível para o 
tratamento diz respeito a essas formas 
mais comuns. Este posicionamento 
baseia-se em diversas revisões técnicas 
recentes, para as quais o leitor é 
encaminhado para uma discussão 
detalhada e o acesso às referências 
bibliográficas relevantes. 
 
 
 
8 Lara Mendonça P3 
 
3- Conhecer outras neuropatias 
periféricas (etiologia, causas, 
tipos); 
Neuropatia afeta os nervos periféricos, 
que são os responsáveis por encaminhar 
informações do cérebro e da medula 
espinhal para o restante do corpo. 
Algumas complicações mais graves da 
neuropatia periférica pode causar danos 
permanentes aos nervos, sendo algumas 
vezes um problema incapacitante e até 
mesmo fatal. O aparecimento das 
neuropatias periféricas (NP) é de certo 
modo variável e as causas são inúmeras, 
pois nem sempre é fácil pontuar a causa. 
Tendo em vista que há diversos fatores 
que podem estar por trás deste 
problema, uma análise clínica sequencial 
e lógica é a melhor conduta médica 
para o diagnóstico e o tratamento, se 
possível precoce. Isso se dá através da 
combinação do quadro clínico, do 
exame de eletroneuromiografia (ENMG) 
e dos exames laboratoriais. Em grande 
parte, é possível a definição da etiologia 
da neuropatia, permitindo assim saber o 
prognóstico e o tratamento da doença. 
HORA DA REVISÃO: O sistema nervoso é 
composto por fibras (nervos), gânglios 
nervosos e órgãos terminais. Além disso, a 
função do SNP é realizar a conexão do 
sistema nervoso central com as outras 
partes do corpo humano. O SNP é um 
termo muito utilizado em neuroanatomia 
para designar a parte do sistema nervoso 
no qual os neurônios ou seus processos 
estão relacionados a uma espécie de 
célula satélite periférica, conhecida 
como célula de Schwann. Além disso, 
compreende os nervos cranianos, com 
exceção do nervo óptico, as raízes 
espinais, o gânglio dorsal, os troncos dos 
nervos periféricos, as ramificações 
terminais e o sistema nervoso autônomo. 
As fibras nervosas são prolongamentos 
finos dos neurônios, em especial dos 
axônios e seus invólucros gliais. As fibras 
nervosas são muito importantes, pois 
realizam a condução dos impulsos 
nervosos para o sistema nervoso central 
e no sentido contrário. Ademais, elas se 
organizam em feixes e cada feixe forma 
um nervo. 
Cada fibra nervosa é envolta por uma 
camada conjuntiva 
denominada endoneuro, cada feixe é 
envolto por uma bainha conjuntiva 
denominada perineuro e o conjunto de 
feixes agrupados paralelamente formam 
um nervo. O nervo também é envolto 
por uma bainha de tecido conjuntivo 
chamada epineuro. No corpo humano 
existe um número muito grande de 
nervos. Seu conjunto forma a rede 
nervosa. O endoneuro circunda cada 
fibra nervosa e é composto por tecido 
conjuntivo frouxo produzido pelas células 
de Schwann, composto por colágeno 
reticular tipo III e alguns poucos 
 
9 Lara Mendonça P3 
fibroblastos. Além disso, possui capilares 
em seu interior, os quais são revestidos 
por endotélio não fenestrado, unido por 
junções de oclusão. Existem três tipos de 
fibras nervosas: fibras motoras, sensitivas e 
autonômicas. As fibras 
motoras controlam os movimentos, nesse 
sentido, se houver algum dano nas fibras 
motoras, poderá 
acarretar fraqueza, atrofia, fasciculações
, lembrando que fasciculações são 
contrações visíveis, finas e rápidas, 
algumas vezes vermiculares, 
espontâneas e intermitentes das fibras 
musculares. Além disso, danos nas fibras 
motoras podem causar alterações dos 
reflexos osteotendíneos. As fibras 
sensitivas, que transmitem 
as sensações, dor, tato, ao serem 
acometidas, apresentam alterações na 
sensibilidade. As fibras nervosas 
sensitivas irão se subdividir em fibras 
grossas e finas. O acometimento 
de fibras grossas irá causar problemas 
na sensibilidade vibratória, no tato de 
pressão e até mesmo 
na propriocepção, também conhecida 
como cinestesia, que é o termo utilizado 
para caracterizar a capacidade em 
reconhecer a localização espacial do 
corpo, sua posição e orientação, a força 
exercida pelos músculos e a posição de 
cada parte do corpo em relação às 
demais, sem utilizar a visão. Já o 
acometimento de fibras finas irá 
comprometer, principalmente, a dor e 
a temperatura. As 
fibras autonômicas inervam os órgãos e 
glândulas e, se forem acometidas, 
podem acarretar hipotensão 
postural, disfunção erétil, gastroparesia, 
além de alterações na motilidade 
intestinal, como por exemplo, 
constipação ou diarreia. 
EPIDEMIOLOGIA: 
A prevalência das NP no mundo é em 
torno de 2 a 4%. Nota-seque em pessoas 
com idade superior a 55 anos a 
prevalência aumenta para 8%. Nos 
países desenvolvidos, a causa mais 
comum das NP é o diabetes mellitus, pois 
há uma maior incidência de pessoas 
diabéticas nos países desenvolvidos, 
como por exemplo, nos Estados Unidos. 
Em termos globais, a hanseníase 
continua sendo a maior causa de 
neuropatia. No Brasil, a dor crônica é 
condição clínica bastante frequente, 
acometendo entre 28 e 41% da 
população brasileira. Os dados sobre a 
prevalência de dor com característica 
neuropática na população em geral não 
são fidedignos, devido a grande 
heterogeneidade dos estudos realizados 
no território brasileiro, as diferentes 
definições e os métodos de avaliação 
utilizados. 
QUADRO CLÍNICO: 
O quadro clínico das neuropatias 
periféricas possui algumas manifestações 
clínicas das NP que variam muito. 
Algumas manifestações clínicas podem 
ter diversas combinações quanto a 
presença e a intensidade dos sinais e 
sintomas sensitivos, autonômicos e 
motores, seguindo a fibra que é 
acometida. Alguns parâmetros devem 
ser considerados na avaliação e na 
classificação das NP, dentre eles, 
destacam-se: a velocidade de 
instalação que pode ser classificada 
como aguda, subaguda e crônica; e o 
tipo de fibra nervosa envolvida: motora, 
sensitiva, autonômica ou mista. Isso vai 
revelar quais são as possíveis 
complicações. Caso um indivíduo tenha 
a fibra nervosa motora prejudicada, o 
paciente poderá apresentar dores 
musculares, alterações dos reflexos 
osteotendíneos, dentre outros, além 
disso, o paciente pode ter mais de uma 
fibra acometida, no caso das fibras 
mistas. Ademais, o tamanho da fibra 
nervosa envolvida: grossa, fina ou mista 
também é importante, visto que os sinais 
e sintomas poderão revelar qual tipo de 
fibra foi acometido: as fibras grossas irão 
causar problemas na sensibilidade 
 
10 Lara Mendonça P3 
vibratória, no tato de pressão 
(protopático) e até mesmo na 
propriocepção. Já as fibras finas, terão 
comprometimento, principalmente, da 
dor e da temperatura. Outro parâmetro 
a ser considerado é a distribuição, sendo 
proximal, distal e difusa. Tal fato irá 
determinar o local onde a fibra será 
comprometida. Ademais, o padrão de 
acometimento nervoso também é 
relevante, podendo ser mononeuropatia, 
mononeuropatia múltipla, 
polineuropatia. O último fator é a 
patologia, que pode ser classificada 
quanto a degeneração axonal, 
desmielinização segmentar ou mista. Na 
degeneração axonal não há 
modificações que indiquem 
degeneração dos axônios, tais como 
restos de mielina em células de Schwann 
ou macrófagos. Na desmielinização 
segmentar há acometimento interno 
isolado ou múltiplo da bainha de mielina. 
Ao se avaliar o panorama clínico, nos 
pacientes em que a história e o exame 
neurológico sugerem o diagnóstico de 
NP, a confirmação pode ser realizada 
pelo exame de eletroneuromiografia 
(ENMG). Pode-se, então, classificar a 
distribuição do acometimento periférico, 
podendo ser mononeuropatia, 
mononeuropatia múltipla ou 
polineuropatia, tal como o tipo de 
acometimento fisiopatológico, seja ele 
axonal ou desmielinizante. Já o estudo 
anatomopatológico mostra diversos 
processos distintos que podem estar 
presentes em várias combinações em um 
mesmo paciente. São eles: degeneração 
walleriana, desmielinização segmentar e 
degeneração axonal. Na fibra nervosa, o 
elemento que é considerado mais 
suscetível é a mielina, acometida de 
forma primária ou secundária. Como dito 
anteriormente, a degeneração focal da 
bainha de mielina com preservação do 
axônio é chamada de desmielinização 
segmentar. A degeneração walleriana 
pode ocorrer se houver uma interrupção 
focal do axônio. A degeneração axonal 
centrípeta resulta em uma lesão 
metabólica do neurônio. Em ambas, 
ocorre a degeneração secundária da 
mielina. As neuropatias periféricas 
podem ser classificadas em 
mononeuropatia, mononeuropatia 
múltipla e polineuropatia e tal 
classificação é de extrema importância 
para o diagnóstico diferencial. 
A mononeuropatia ou mononeurite, é um 
tipo de neuropatia que só acarreta um 
único nervo periférico ou craniano. É 
importante que haja a diferenciação da 
neuropatia periférica da neuropatia 
autonômica. Essa diferenciação é feita 
por meio da limitação da extensão, haja 
vista que a mononeuropatia é um 
trauma localizado. Geralmente, a 
neuropatia do nervo ulnar é uma das 
mais comuns, devido a compressão na 
região do cotovelo. A mais comum é a 
síndrome do túnel do carpo, provocada 
pela compressão do nervo mediano no 
túnel carpiano. 
4- Entender as vias nociceptivas e 
as neuropáticas (vias de dor); 
A dor neuropática (DN) é motivo de 
sofrimento e incapacidade para muitos 
pacientes, constituindo um problema de 
saúde pública. Por isso, todos os médicos 
deveriam saber diagnosticá-la. Seus 
sintomas, mecanismos e tratamento a 
distingue da dor nociceptiva, razão pela 
qual o seu diagnóstico correto é 
importante para que o adequado 
tratamento seja instituído1. O objetivo 
deste estudo foi discutir o quadro clínico 
da DN, assim como os exames clínicos, o 
teste quantitativo sensorial e a 
microscopia ótica confocal de córnea 
são brevemente abordados. A discussão 
de outros métodos diagnósticos, 
incluindo os estudos eletrofisiológicos e o 
emprego de questionários padronizados, 
ocorre em outras sessões dessa 
publicação. 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-00132016000500015&script=sci_arttext&tlng=pt#B1
 
11 Lara Mendonça P3 
CONCEITO DE DOR NEUROPÁTICA 
Dor originada de lesão ou doença que 
afeta as vias somatossensoriais aferentes, 
manifestando-se com vários sintomas, 
sendo os mais comuns a dor contínua em 
queimação, a dor em choque e a 
alodínea mecânica. 
CARACTERÍSTICAS DA DOR NEUROPÁTICA 
A DN se manifesta por meio de vários 
sintomas, sendo os mais comuns a dor 
contínua em queimação, sensação de 
choque e alodínea mecânica. Estudos 
neurofisiológicos e biópsia de pele 
sugerem que dor em queimação é 
reflexo de atividade espontânea em 
fibras nociceptivas aferentes, enquanto a 
sensação de choque presumidamente 
são originadas de estímulos ectópicos de 
alta frequência, gerados em fibras Aβ 
desmielinizadas. Já os mecanismos 
envolvidos nas gêneses da alodínea 
mecânica ainda não são totalmente 
esclarecidos, sabendo-se, entretanto, 
que estímulos inócuos podem causar dor 
pela estimulação de fibras aferentes 
sensibilizadas. 
A DN pode ser classificada como 
espontânea (em queimação, aperto e 
pressão) e provocada (em fisgada e 
choque) por meio da escovação da 
pele, por pressão e por estímulo térmico, 
como o frio. A hiperalgesia, aumento da 
resposta a um estímulo normalmente 
doloroso, pode ser frequentemente 
observada. Pacientes com DN também 
se queixam de sintomas parestésicos e 
disestésicos, como formigamento, 
fisgadas e agulhadas. 
DOR NOCICEPTIVA OU 
INFLAMATÓRIA 
 
Manifesta-se quando a via dolorosa ou o 
receptor nervoso aos estímulos da dor, 
que é chamado de nociceptor, é 
ativado fisiologicamente por meio de um 
estímulo nocivo. A origem da dor 
nociceptiva está associada a lesões de 
tecidos, ossos, músculos e ligamentos. 
Osteoartrite, por exemplo, caracterizada 
por inflamações em algumas 
articulações, causa a dor nociceptiva. 
Alguns estudos dividem a dor 
nociceptiva em visceral e somática. 
Enquanto esta última é caracterizada 
por se manifestar na superfície do corpo, 
a visceral, como o nome diz, atinge 
órgãos internos e, por vezes, é mais difícil 
de se determinar. No entanto, em termos 
gerais, a literatura científica descreve a 
dor neuropática como local e referida, e 
o tratamento geralmente é eficaz; na 
maioria dos casos envolve inicialmente a 
prescrição de medicamentos. 
DOR NEUROPÁTICA 
 
É definida como dor causada por lesão 
ou disfunçãodo sistema nervoso. Esse 
tipo de dor geralmente está associado a 
algumas patologias, como o acidente 
vascular encefálico (AVC), a esclerose 
múltipla, lesões na medula, tumores, 
diabetes, entre outros. A dor neuropática 
diabética, por exemplo, costuma piorar 
à noite; já a conhecida neuralgia do 
trigêmeo é descrita como uma dor “em 
facadas” em um lado da face, sendo 
habitualmente muito severa. 
Outro tipo de dor neuropática 
encontrada na prática clínica é aquela 
secundária ao herpes zoster. Pode ser 
grave, incapacitante e durar meses. 
O diagnóstico da dor neuropática pode 
ser dificultado pela incapacidade de se 
identificar e medir a sensação dolorosa, 
muitas vezes referida de forma muita 
imprecisa pelo paciente. O profissional 
da saúde, ao tratar a dor neuropática, 
pode prescrever analgésicos comuns, 
analgésicos opioides e 
até antidepressivos, a depender do caso. 
Exames complementares também 
podem ser utilizados para o diagnóstico 
e tratamento da dor. 
 
 
https://meucerebro.com/vitamina-d-e-esclerose-multipla-existe-relacao/
https://meucerebro.com/vitamina-d-e-esclerose-multipla-existe-relacao/
https://meucerebro.com/remedio-de-doido-psicofarmacos/
 
12 Lara Mendonça P3 
Fisiologia da dor 
Os nervos periféricos podem ser 
considerados como uma extensão do 
Sistema nervoso central (SNC), 
consistindo de fibras nervosas sensoriais, 
motoras e autônomas. São condutores 
elétricos sobre os quais as informações 
sensoriais e motoras são transmitidas. Os 
terminais nervosos das fibras nervosas 
sensoriais reconhecem e transformam 
vários estímulos ambientais em sinais 
elétricos (potenciais de ação) que são 
transmitidos ao corno dorsal do SNC, 
onde são alterados e retransmitidos ao 
tronco cerebral e ao cérebro que 
interpreta e produz a sensação de dor 
(MUIR III, 2009). Estes terminais nervosos 
são terminações livres, não mielinizadas 
chamados de nociceptores (PATEL, 2010) 
A classificação de um nociceptor é 
baseada na classificação da fibra 
nervosa e na sua extremidade terminal. 
Existem dois tipos de fibras nervosas: uma 
de pequeno diâmetro, não mielinizada 
que conduz o impulso nervoso de forma 
lenta (7,2 km/h) chamada de fibras C, e 
outra de diâmetro maior, levemente 
mielinizada e que conduz impulsos 
nervosos de forma rápida (72 km/h) 
chamadas de fibras Aδ. 
Os nociceptores das fibras-C respondem 
a vários estímulos como térmico, 
mecânico e estímulos químicos. Já os 
nociceptores das fibras-Aδ são de dois 
tipos e respondem a estímulos mecânicos 
e mecanotermais (PATEL, 2010). A 
sensação de dor é composta por duas 
categorias: uma dor primária, rápida, 
forte e aguda e depois uma dor 
secundária, lenta e contínua. Esse 
padrão de dor é explicado pela 
diferença da velocidade de 
propagação do impulso nervoso nos dois 
tipos de fibras nervosas descritas 
anteriormente. O impulso nervoso de 
rápida condução dos nociceptores das 
fibras-Aδ produz a sensação da dor 
primária, enquanto os nociceptores das 
fibras-C produzem a sensação da dor 
secundária (BEAR et al., 2008; PATEL, 
2010). O corno dorsal da medula espinhal 
(CDME), local onde os neurônios fazem 
suas sinapses, é subdividido em camadas 
(lâminas) distintas de acordo com as 
características citológicas de seus 
neurônios. A maioria dos neurônios da 
lâmina I responde exclusivamente a 
estímulos nocivos. A lâmina II é formada 
quase que exclusivamente por 
interneurônios excitatórios e inibitórios, 
alguns dos quais respondem somente a 
aferências nociceptiva. As lâminas III e IV 
contêm neurônios que recebem 
aferências de fibras Aβ, respondendo 
predominantemente a estímulos não-
nocivos. A lâmina V recebe aferências 
de fibras Aβ, Aδ, C e de estruturas 
viscerais (PURVES et al., 2005). A 
transmissão sináptica entre as fibras 
aferentes primárias e neurônios do CDME 
é mediada por neurotransmissores, 
aminoácidos excitatórios, aminoácidos e 
receptores inibitórios e receptores 
excitatórios. 
Quando se produz uma lesão em um 
tecido, ocorre liberação local e difusa de 
íons K + e H + , ATP, prostaglandinas, 
bradicininas e fatores de crescimento 
dos nervos, ativando assim os 
nociceptores periféricos. A resposta 
inflamatória 5 produzida ativa os 
mastócitos, linfócitos, neutrófilos os quais 
liberam substâncias vasoativas como 
histamina e substância P, que sensibilizam 
ainda mais os nociceptores resultando 
em uma hiperalgesia primária. Os 
linfócitos, neutrófilos e macrófagos 
liberam citocinas (IL-1, IL-6, fator de 
necrose tumoral α) formando uma “sopa 
de mediadores” amplificando a resposta 
de dor. Todos estes eventos são 
denominados de sensibilização periférica 
(CRUCIANI & NIETO, 2006; MUIR III, 2009). 
Após a hiperalgesia primária, 
desencadeia-se a hiperalgesia 
secundária. Esta ocorre em um tecido 
não lesionado em torno do local da 
lesão, devido à sensibilização central. A 
sensibilização central se inicia por um 
 
13 Lara Mendonça P3 
estímulo doloroso crônico que ativa as 
fibras C, provocando a liberação de 
glutamato, substância P e fator 
neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) 
em terminais nervosos centrais. Isto 
resulta na ativação de receptores do 
AMPA, NMDA, tirosinoquinases, que 
aumentam a atividade de um grupo de 
moléculas sinalizadoras que alteram a 
expressão de genes, resultando em 
mudanças neuroquímicas 
(neuroplasticidade) na medula espinhal, 
o que faz com que todos os estímulos 
resultem em dor (MOALEM & TRACEY, 
2006; MUIR III, 2009). A informação sobre 
a dor é conduzida da medula espinhal 
ao encéfalo por meio de vias 
ascendentes da dor. As fibras Aδ e C 
entram na medula espinhal pela raiz 
dorsal dos nervos espinhais e fazem suas 
sinapses nas lâminas específicas (PURVES 
et al., 2005, BEAR et al., 2008). As 
informações nociceptivas recebidas 
pelos neurônios sensoriais periféricos 
seguem por neurônios do trato 
ascendente, que ativam o sistema 
tálamo-cortical, produzindo a 
consciência da sensação de dor.

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