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Toracocentese @gabi.vetgram Objetivos: 1. Coletar líquido acumulado no espaço pleural para análises citológica e microbiológica; 2. Aliviar sintomas de dispneia causados pelo acúmulo de líquido ou ar no espaço pleural. Indicações: · Cães e gatos com efusão pleural; · Cães e gatos com dispneia causada por grande acúmulo de ar no espaço pleural (pneumotórax). Contraindicações e cuidados: 1. Deve-se suspeitar de efusão pleural no exame físico de um cão ou gato com movimentos respiratórios rápidos e superficiais, sons cardíacos e sons pulmonares ventrais abafados. Se a dispneia for grave, aconselha-se realizar toracocentese terapêutica antes da contenção do animal para exame radiográfico; 2. Felinos com efusões torácicas crônicas desenvolvem comumente pleurite fibrinosa, que impede a expansão normal dos pulmões e a retração elástica normal do órgão. Punção inadvertida com agulha, no pulmão destes animais, pode resultar em pneumotórax grave, sem resolução; 3. Quando houver hemotórax, deve-se usar a toracocentese apenas para remover sangue suficiente para aliviar a dispneia e restaurar a capacidade ventilatória do animal. O sangue não puncionado será reabsorvido. Posicionamento e contenção: · Necessita-se de contenção mínima nesses casos. A toracocentese pode ser realizada com o animal em estação ou em decúbito lateral ou esternal. Se o animal estiver dispneico, aconselha-se a administração de oxigênio durante o procedimento, para diminuir a ansiedade do animal. A sedação é raramente necessária ou aconselhada. Considerações anatômicas: 1. O espaço pleural do animal normal é somente um espaço virtual, já que as pleuras, parietal e visceral, estão justapostas. Várias enfermidades podem levar ao acúmulo de líquido no interior deste espaço (efusão pleural); 2. A maior parte dos cães e gatos com efusão pleural apresenta líquido em ambos os lados do tórax. O melhor local para realizar a toracocentese depende da quantidade e localização do líquido pleural identificado ainda no exame físico ou raio x. A inserção do cateter entre o sexto e nono espaço intercostais, logo acima da junção costocondral, geralmente é bem-sucedida. O líquido tende a se acumular ventralmente quando o animal está em estação ou decúbito esternal. A toracocentese terapêutica, em geral, é realizada bilateralmente; 3. Nos animais com pneumotórax, o ar acumula-se dorsalmente quando o paciente está em estação ou decúbito esternal. A toracocentese nesses animais deve ser realizada sobre os campos pulmonares caudais dorsais. Pode-se utilizar percussão para identificar o local mais ressonante para a toracocentese, decorrentes indicações for a de aliviar os sintomas respiratórios do pneumotórax; 4. O suprimento sanguíneo ao tórax é fornecido pelas artérias intercostais que se situam na porção caudal de cada costela, junto a uma veia e um nervo. Sempre que a toracocentese for realizada, o cateter deve ser inserido no limite cranial da costela, para evitar a punção de um vaso intercostal. Equipamentos: · Cateter butterfly calibre 19 ou 21 G; · Torneira de três vias; · Seringa; · Em cães de grande porte ou em animais com efusões espessas, pode utilizar-se uma agulha ou cateter de calibre maior em vez do butterfly, mas a agulha deve ser conectada à seringa, e à torneira usando-se um tubo de extensão, para minimizar o movimento da agulha ou do cateter durante o movimento da seringa; · Solução de lidocaína, seringa de 3ml, agulha calibre 25 G; · Luvas esterilizadas. Técnica: 1. Conter o animal cuidadosamente em estação ou em decúbito lateral ou esternal. Administrar oxigênio se o animal estiver dispneico; 2. Determinar o local onde o procedimento deve ser realizado. Quando houver efusão pleural, deve-se realiza-la entre o sexto e oitavos espaços intercostais, próximo a junção costocondral; 3. Tricotomizar e fazer assepsia do local. Usar luvas esterilizadas e técnica asséptica; 4. Dessensibilizar o local com solução de lidocaína, se a agulha permanecer inserida por vários minutos, para a toracocentese terapêutica; 5. Com a seringa fixada, o bisel direcionado cranialmente e a torneira aberta entre a agulha ou cateter e a seringa, avançar a agulha através da pele e músculos intercostais junto à margem cranial de uma costela. A mão que segura a agulha deve ser apoiada na parede torácica, a fim de que a agulha não se mova com a respiração ou os movimentos do animal; 6. Aplicar a sucção leve à seringa para que a entrada no espaço pleural seja imediatamente identificada pela entrada de líquido ou ar na seringa; 7. À medida que se adentra o espaço pleural, continuar avançando a agulha enquanto levemente se direciona a extremidade caudalmente, a fim de que a agulha toque a pleura parietal com o bisel voltado para o interior do tórax. Isso permitirá a aspiração de líquido ou ar do tórax sem laceração do pulmão; 8. Se ar e líquido não forem obtidos, ou se o fluxo for interrompido, tentar em outro local. Complicações possíveis; · Pode ocorrer pneumotórax iatrogênico em consequência de punção do pulmão. Em geral é leve e raramente requer tratamento específico, exceto nos animais com pleurite fibrosante ou neoplasia pulmonar, o que impede a retração elástica normal do pulmão. Manuseio das amostras: · O líquido coletado deve ser submetido a análise citológica e microbiológica. ·
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