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Sistema Respiratório Inferior

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Afecções Cirúrgicas do Respiratório Inferior 
Anatomia 
Cavidade torácica composta por: pulmão, brônquio, bronquíolos, alvéolos, diafragma, músculos intercostais e 
torácicos, costelas e pleura. 
- A pressão negativa do tórax garante a habilidade de inflar do pulmão: a respiração 
- Há a expansão do tórax durante o movimento respiratório. Tórax alterado dificulta respiração. 
- Auscultação deve ser clara e de percussão com som claro. 
- Bulhas cardíacas normofonéticas 
 
Trauma Torácico: pode ser por CONTUSÃO X PERFURANTE 
- Onda de choque? É a interrupção abrupta de um impacto 
- Quanto mais massa melhor dissipa a onda de choque, isso quer dizer que menos força o impacto terá. 
- Exemplo: um chute num gato X o mesmo chute num dogue alemão 
- Um chute pode quebrar as costelas de um gato, lesar pulmão ou ate coração, enquanto que o mesmo chute 
num dogue alemão pode deixa-lo intacto, sem nenhuma fratura nem lesão de pele, nada, devido o excesso de 
musculatura, gordura e pele que dissipam a energia não permitindo que chegue aos órgãos internos. 
- ‘’Mais massa dissipa melhor a mesma onda de choque’’ 
 
Contusão 
- É não perfurante da pele 
- Cardíacas (alteração de condução, tamponamento) 
- Pulmonares: pode romper alvéolo ou parênquima, liberando ar ou 
sangue na cavidade torácica. 
- Ruptura diafragmática: perda de pressão negativa 
- Ruptura de traqueia (pode levar a pneumotórax) 
- Hemotórax: hemorragia não represada no pericárdio (ruptura de 
grandes vasos) 
- Fratura de costelas: Flail-Chest 
 
Flail-Chest - costela flutuante 
- respiração paradoxal = quando o animal respira e enche a caixa torácica de ar ela expande e ponto da fratura 
faz o movimento inverso (entra pra dentro) e quando o animal expira a caixa torácica diminui e a ponta da 
fratura sai pra fora. 
- 0corre quando há fratura de costelas. 
- fraturas de costelas podem estabilizar com fio de aço que é a cerclagem. 
* Quando fratura duas ou mais costelas em mais de um ponto em cada costela 
 
PNEUMOTÓRAX 
- Traumas pode gerar pneumotórax, que é a perda da pressão negativa (presença de ar dentro do espaço 
pleural, onde deveria ser vácuo). 
- Se entra ar no tórax, ocupa o lugar do pulmão e ele não infla, assim sobrecarregando o outro pulmão ( 
pneumotórax hipertensivo) 
- Trauma contuso, sem lesão de pele, não permite o 
extravasamento do ar para fora do tórax, sendo de pior 
sintoma e mais grave que o perfurante. 
- Ar comprime o pulmão, coração, vasos e ar. 
 
Causas 
- Pneumotórax Aberto- ferimento perfurante ocorre 
quando o ar entra do meio externo para a cavidade 
torácica. 
- pneumotórax fechado/hipertensivo – não há lesão 
externa, somente interna, é a mais grave, pois o ar vai se 
acumulando, colaba o pulmão, devido ao escape de ar da 
via aérea para o espaço pleural. (EMERGÊNCIA) 
- Traumático- atropelamento, brigas, queda etc... 
- Iatrogênico - barotrauma, intubação traqueal, perfuração do lobo em toracocentese. 
- Espontâneo - neoplasias “bubbles”, cistos, abscessos, granuloma. 
 
Sintomas: 
- Dispneia Expiratória 
- Taquipnéia / Taquicardia 
- Mucosas cianóticas 
- Som timpânico a percussão 
- Enfisema subcutâneo pode estar presente (local ou extenso) 
- Auscultação: ausência de sons respiratórios 
 
Diagnóstico rápido e estabilização do paciente 
- Semiologia 
 1° sempre que houver suspeita de pneumotórax, é preciso estabilizar o paciente. 
 2° posteriormente fazemos o exame físico = auscultação + percussão + semiologia: evolução , 
histórico, sintomatologia, etc.... 
- Toracocentese: 
 Diagnostico terapêutico 
 Entre 7° e 9° EIC (em borda cranial da costela) 
 Realizar em decúbito esternal: melhor respiração – posição anatômica 
 Liquido (puncionar ventralmente), Ar (puncionar dorsalmente) 
 Caterte calibroso, equipo, torneira de três vias, luvas estéril. 
 Bloqueio paracostal se houver tempo 
 Obs.: dói puncionar varias vezes, logo pode-se ser colocado dreno torácico.. 
- T-Fast – FOCUSED ASSESSMENT SONOGRAPHY FOR TRAUMA (é um ultrassom que avalia se tem liquido 
livre no abdômen, mais que pode ser usado no tórax também) 
- Raio-X / TC torácica ( coração flutuante , consegue visualizar lobos) 
- Dreno torácico: 
 Indicado quando tem que drenar com frequência (a cada 2h) e a quantidade de conteúdo drenado for à 
mesma ou aumentar a cada drenagem. COLOCA dreno! Repetidas punções favorecem infecções. 
 Colocação do dreno: 
o Colocar o animal em decúbito lateral, incisionar a pele, para inserção do dreno próximo a 10° ou 
11° EIC. 
o Divulsionar e Tunelizar o dreno ate o 7° e perfurar o tórax com a pinça hemostática 
o Fixar o dreno na pele e o deixa junto com a torneira de 3 vias ( que impede que entre ar) 
o A fixação do dreno tem que ser mais caudal com sutura sandália de bailarina 
o O dreno pode drenar tanto ar como efusão. 
o Outra opção para a torneira de 3 vias é a válvula de hemlich 
 
 Selo d’agua acopla no animal e não precisa ficar drenando. 
o É um Frasco com 2 canos, um com entrada para o pulmão e a 
outro com saída para o meio externo. 
o Ao inspirar expulsa o ar livre do tórax pelo dreno para o frasco, 
fazendo a agua borbulhar e em seguida sai do frasco. 
o Ao expirar, não é possível puxar ar de dentro do frasco, pois a agua 
tenta subir o cano SELANDO-O e impossibilitando a subida de agua e 
de ar. 
o Usar num caso de pneumotórax aberto com resolução lenta que 
não precisa de toracotomia exploratória 
o Só se utiliza o selo d´agua em animais maiores 
 
- Toracotomia exploratória. 
 Sedação/analgesia 
 Estabilizar paciente com toracocentese/dreno torácico. 
 Reconstrução cirúrgica da parede torácica se houver demanda. 
 Toracotomia exploratória corretiva (mais comum a paracostal) 
 Obs.: importante identificar sondas e drenos. 
 Teste do borracheiro: Em cirurgia, para conferir se há lesão de parênquima pulmonar deve 
preencher a cavidade com soro fisiológico aquecido para procurar por bolhas, objetivando lesão 
pulmonar. 
 Pós-Operatório: 
o Curativo, enfaixar para conforto, colocar roupinha e não deixar proprietário tirar. 
o Faz-se para aliviar a dor a colocação de uma sonda no subcutâneo para infundir 
anestésicos localmente, a cada 3h +/-. 
o Medicação: Analgesia (Opióides Tramal, Dipirona), AIE (Prednisona), Antibiótico. 
o Prescrição: Repouso, restringir espaço, alimentação normal. Retorno médico 
Obs.: Não tem pressão interna suficiente para agua nem sangue ENTRAR no pulmão ao inspirar. Numa lesão 
perfurante o alvéolo não consegue aspirar liquido 
 
PDA – PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO 
 
Definição 
- Derivado do 6º arco aórtico 
- Conecta a artéria pulmonar à artéria aorta na vida fetal - Conexão que NÃO evolui após nascimento. 
- Se fecha completamente entre 7-10 dias após o nascimento 
- Além deste período é considerado patente – Persistência do Duto Arterioso (PDA) 
- PDA Reverso NÃO pode ser tratado cirurgicamente 
 
Fisiopatologia 
O ducto arterioso é um vaso originado do sexto arco aórtico esquerdo e que, durante a vida fetal, desvia o 
sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, obliterando-se momentos após o nascimento, passando dessa 
forma a ser chamado de ligamento arterioso. A falha na oclusão deste ducto é o que caracteriza a PDA, e 
quando o ducto permanece aberto após o nascimento e há desvio significativo de sangue, ocorre diferença de 
pressão, implicando em desvio de sangue da aorta para artéria pulmonar, misturando o sangue arterial com o 
sangue venoso (shunt esquerda-direita). Este desvio faz com que o sangue retorne à circulação pulmonar e em 
seguida ao átrio e ventrículo esquerdos, ocasionando dessa forma a sobrecarga atrioventricular esquerda e 
consequente insuficiência cardíaca congestiva esquerda (ICCE). 
 
 
Em alguns pacientes com PDA, a resistência pulmonar e a pressão na artéria pulmonar se elevam e o volume 
de sangue desviado da esquerda para a direita diminui. Caso apressão pulmonar se iguale a pressão aórtica, o 
volume de sangue desviado é muito pequeno. Se a pressão do coração e do pulmão ultrapassarem a 
circulação sistêmica, o sangue não oxigenado dos pulmões passa a fluir para aorta, caracterizando o desvio 
reverso 
 
 
 
Apresentação clínica 
- Ideal diagnosticar o mais cedo possível: 1ª vacinação com 45 dias 
- Animal pode ser Assintomático 
- Mais frequente em cadelas de raça pura 
- Pode acometer gatos (raro) 
- Maltês, Spitz*, Pastor de shetland, Yorkshire, Poodle miniatura e toy, Bichón frisé 
- Base genética em Poodles 
- Aumento de O2 inibe a prostaglandina e ocorre vasoconstrição local 
- Defeitos histológicos: falha de musculatura e déficit de elasticidade 
- Em humanos está relacionado com partos prematuros, altas taxas de prostaglandina, e mãe portadora do 
vírus da Rubéola 
 
Sinais e sintomas 
- A maior parte permanece assintomática ou apresenta apenas intolerância à exercícios 
- Cianos de posteriores (diminui irrigação de extremidades) 
- Tosse ou dispnéia em casos mais avançados 
- Fraqueza de membros posteriores em casos com fluxo reverso 
 
Exame físico 
- Auscultação cardíaca: som de maquinário/sopro de locomotiva – Murmúrio de Gibson 
- Frêmitos palpáveis no tórax 
- Auscultação pulmonar: pode haver crepitação - Edema 
- Pulso hipercinético (pulso em martelo d’água) - rápida saída de sangue da aorta, queda da pressão em diástole 
a níveis mais baixos que os normais 
- Cianose ”diferencial”: cianose presente em mucosas caudais, com as mucosas craniais normais. 
 
Exames complementares 
- Eletrocardiograma: Ondas R altas por causa de uma ampla pressão de pulso 
- Ecocardiograma: detecta a presença do duto patente – aumento de átrio, dilatação ventricular, dilatação de 
artéria pulmonar, aumento da velocidade de ejeção aórtica, Doppler turbulento reverso característico na artéria 
pulmonar. 
- Radiografia torácica: Cardiomegalia, dilatação de átrio e ventrículo esquerdo, pulmões hipervascularizados ou 
com sinais de edema. 
 
Exames laboratoriais 
- Policitemia: resposta medular com aumento de eritropoetina devido à hipoxemia crônica 
 
Nos casos de PDA reverso com Policitemia secundária, o tratamento consiste em repouso forçado, limitação do 
exercício, além da manutenção do hematócrito entre 62-68%. Nestes casos a intervenção cirúrgica não é 
recomendada devido ao ducto arterioso estar servindo como um escape para a artéria pulmonar e, se for 
obstruído, pode gerar uma grave hipertensão promovendo a dilatação das estruturas, aumentando a tensão, o 
risco de rompimento do ducto e consequente hemorragia irreversível ocasionada o óbito do paciente. 
 
Tratamento cirúrgico - LIGADURA DIRETA DO DUCTO ARTERIOSO 
- Ligadura direta do ducto arterioso por toracotomia ESQUERDA do 4º ao 5º espaço intercostal 
* Cuidado com o nervo vago e com ruptura do PDA (hemorragia importante) 
* Grande risco de óbito na mesa 
 
- Correção minimamente invasiva: Coil ou Amplatz 
* Com auxilio do fluoroscopio, canula a jugular e entra com embolo até o PDA para obstruir o fluxo. 
* Exige mais técnica 
* Maior custo 
* Tamanho dependente: muito pequeno o coil não passa na jugular 
 
Prognóstico 
- Favorável quando opera cedo

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