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101 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Unidade III 7 NOVAS ABORDAGENS PARA A ADMINISTRAÇÃO Embora a última abordagem teórica registrada seja a teoria contingencial, no início de 1970, a teoria administrativa “não sossegou”. Ao contrário, em razão da aceleração de fenômenos globais – econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais –, acirraram-se, principalmente, a concorrência, a busca pela excelência e a característica fundamental que toda empresa busca no seu mercado: “a competência para a competitividade”, que é a sexta variável da administração, segundo Chiavenato (2003b, p. 14). Estamos exatamente na “crista” da quinta onda de Schumpeter, caracterizada como a era da informação: Quadro 21 – Ondas de Schumpeter Ondas Aspectos envolvidos Duração 1ª onda: de 1785 a 1845 Energia hidráulica Têxteis Ferro 60 anos 2ª onda: de 1845 a 1900 Vapor Estrada de ferro Aço 55 anos 3ª onda: de 1900 a 1950 Eletricidade Química Motor a combustão 50 anos 4ª onda: de 1950 a 1990 Petroquímica Aeronáutica Eletrônica 40 anos 5ª onda: de 1990 a 2020 Redes digitais Software Novas mídias 30 anos Adaptado de: Chiavenato (2006, p. 568). Note-se que a duração de cada onda vem diminuindo significativamente. 102 Unidade III Essa era está marcada, segundo Chiavenato (2003b, p. 577-578), pelos seguintes desafios que levam as organizações a procurar toda e qualquer alternativa que as auxilie nos seus propósitos: • conhecimento; • digitalização; • virtualização; • molecularização; • integração: redes interligadas; • desintermediação; • convergência; • inovação; • produto-consumo; • imediatismo; • globalização; • discordância. Assim, muitos esforços apareceram, na forma de revisões de conceitos, junção de outros e criação de novas maneiras de se trabalhar com todo o ferramental disponibilizado pelas teorias. Não constituem propriamente teorias, mas aplicações, às vezes muito específicas, de conceitos já declarados. Após consulta a vários autores, foram coletadas em Chiavenato (2003b), em Ferreira, Reis e Pereira (1997) e em Francisco Filho e Silva (2006) algumas contribuições que poderiam receber o nome de abordagens modernas, emergentes, ou, simplesmente, outras abordagens. Faremos uma breve citação dessas contribuições selecionadas. Por razões de organização, elas aparecem citadas em ordem alfabética, a saber: • administração estratégica; • administração japonesa – melhoria contínua – qualidade total; • administração participativa; 103 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO • equipes de alto desempenho; • gestão de projetos; • gestão do capital intelectual; • gestão pela integração total; • organização de aprendizagem; • reengenharia; • sistema lean-sigma; • sistema 6-sigma. 7.1 Administração estratégica Com base em Ferreira, Reis e Pereira (1997), a estratégia passou a ocupar espaço no mundo empresarial em meados dos anos 1960, em resposta à obsolescência dos tradicionais planejamentos. A partir dos anos 1980, o enfoque de planejamento estratégico ganha amplitude, profundidade e complexidade, dando origem à administração estratégica. Os administradores passaram a perceber que, com a definição clara da missão e das estratégias empresariais, seus objetivos podiam ser atingidos mais facilmente. Os três desafios à adoção da administração estratégica são: • convencer a gerência a pensar em termos estratégicos; • garantir a resposta organizacional; • enfrentar o ambiente. Um dos movimentos das organizações foi o de trabalhar com as unidades estratégicas de negócios (UENs), conferindo outra dinâmica à gestão organizacional. A crítica mais comum que se faz à administração estratégica é a dificuldade de prever a melhor estratégia a longo prazo em um ambiente com alta turbulência. Entretanto, os principais autores e pesquisadores dessa área são unânimes em afirmar que o planejamento estratégico surgiu como uma ferramenta para enfrentar os desafios de um ambiente em turbulência e que a administração estratégica não é tão somente um novo método para pensar sobre o problema, mas requer também novas competências e culturas gerenciais capazes de traduzir o pensamento em ação estratégica. 104 Unidade III 7.2 Administração japonesa – melhoria contínua – qualidade total Com base em Ferreira, Reis e Pereira (1997): A administração japonesa poderia ser caracterizada como um modelo de gestão fortemente embasada na participação direta de todos os funcionários. Em especial, participação na produtividade e eficiência voltada para a tarefa, mais do que na linha gerencial das relações e desenvolvimento humanos, desenvolvida e implementada principalmente pelos americanos. A modernização do Japão remonta ao ano de 1868, época em que teve início o período conhecido como Revolução Meiji e durante o qual foi conduzido o processo de industrialização do país. Os valores da sociedade japonesa, porém, têm origem em épocas anteriores, particularmente na Era Tokugawa, entre 1615 e 1868. Foram esses valores que trouxeram especificidade ao processo de industrialização, ao funcionamento da sociedade como um todo e, consequentemente, à forma de administrar os negócios no Japão. Após a derrota na Segunda Guerra, encontramos um povo decidido a apagar as lembranças do período anterior e uma nação em busca de prosperidade. Uma nova visão de poder se instala: não mais a expansão por meio do poderio militar, e sim do poderio econômico. O sistema de produção japonês, tal como é estruturado atualmente, surgiu nos 25 anos seguintes à Segunda Guerra, na Toyota Motor Co., por meio de seu idealizador, Taiichi Ohno. Daí decorrem outras denominações: sistema Toyota de produção ou ohonismo. São características básicas do ohonismo: just in time, kanban, muda, kaizen e outras decorrentes destas. Características gerais da administração japonesa: • administração participativa; • prevalência do planejamento estratégico; • visão sistêmica; • supremacia do coletivo; • busca da qualidade total; • produtividade; • flexibilidade; • recursos humanos; 105 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO • tecnologia e padronização; • manutenção; • limpeza e arrumação; • relação entre fornecedores e distribuidores; • cultura organizacional. Como pontos vulneráveis, citam-se: • dependência da cooperação irrestrita das pessoas; • sistema praticamente sem folgas (para possíveis erros); • busca de consenso e emprego vitalício. Lembrete Os principais princípios deste modelo são a eliminação de desperdícios, a produção flexível e a fabricação com qualidade. 7.2.1 Melhoria contínua (kaizen) Com base em Ferreira, Reis e Pereira (1997), intimamente relacionado com o conceito de qualidade, kaizen significa “aperfeiçoamento”. Porém, a busca por melhoria aqui não se limita à esfera da produção, mas constitui uma filosofia de vida e comportamento, dentro e fora das organizações. Kaizen significa “aprimoramento contínuo”, envolvendo todos, inclusive executivos e trabalhadores. A filosofia kaizen assume que nossa forma de vida – seja profissional, social ou pessoal – e merece ser constantemente aperfeiçoada. Suportando qualquer método de produção oriental, como o controle da qualidade total, o kaizen é uma diretriz cultural, um valor que determina o esforço de aprimoramento contínuo. O que nos remete à busca da perfeição, nunca atingida, mas sempre desejada. 7.2.2 Qualidade total Com base em Chiavenato (2007), é o movimento iniciado na administração japonesa e ganhou o Ocidente, a partir dos anos 1980, por meio da divulgação do Prêmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldrige, implantado nos EUA, que se espalhou pelo mundo. Esse prêmio é a réplica do Prêmio Deming, construído pela administração japonesa com base nos ensinamentos que Edwards Deming levou para a indústria daquele país. 106 Unidade III Alicerçada na filosofia do kaizen, a qualidade total busca: • promover o aprimoramento contínuo; • enfatizar o cliente; • reconhecer o problema abertamente;• promover a discussão franca; • criar e incentivar equipes de trabalho; • gerenciar projetos por intermédio de equipes multifuncionais; • incentivar o relacionamento entre as pessoas; • desenvolver a autodisciplina; • comunicar e informar a todas as pessoas; • treinar intensivamente e capacitar todas as pessoas. Exemplo de aplicação Que tal verificar se sua organização tem um programa de kaizen? Dos dez itens listados anteriormente, aloque cada um a sua empresa explicando como cada um dos itens é praticado na sua rotina profissional. Conforme Chiavenato (2002), segundo Deming, um programa de melhoria contínua deve basear-se nos seguintes pontos para produtividade gerencial: • criar objetivos de melhoria e publicá-los para todas as pessoas; • todos devem aprender e adotar a filosofia de não conviver com erros; • conhecer os propósitos da qualidade para melhorar processos e reduzir custos; • suspender a prática de fazer negócios apenas na base do preço; • melhorar sempre e identificar soluções para os problemas; • instituir treinamento no trabalho; • ensinar e instituir liderança para conduzir as pessoas; 107 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO • eliminar o medo de errar, criando a confiança e um clima para a inovação; • incentivar grupos e equipes para alcançar os objetivos da empresa; • demolir as barreiras funcionais entre departamentos; • eliminar exortações à produtividade sem que haja métodos para isso; • remover as barreiras que impedem as pessoas de se orgulharem do seu trabalho; • encorajar a educação e o autoaperfeiçoamento de cada pessoa; • garantir a ação necessária para acompanhar essa transformação. Talvez a contribuição mais notável de Deming seja o seu ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Action). Esse ciclo é o “motor” da melhoria contínua, pois a cada giro introduz as inovações e melhorias necessárias ao próximo ciclo. Alguns modelos também chamam esse ciclo de PDCL (Plan – Do – Check – Learn), pois ele caracteriza o aprendizado organizacional, que acontece a partir da verificação dos resultados obtidos e da sua comparação com os resultados pretendidos pela organização. Segundo Ferreira (2013), outro grande filósofo da qualidade total, o romeno Joseph Juran, também dá a sua contribuição. Os dez passos para a qualidade, segundo Juran, são: • promover a conscientização da necessidade e oportunidade de melhorias; • estabelecer metas de melhoramentos; • organizar para atingir as metas; • prover treinamento a todas as pessoas; • executar os projetos para resolver os problemas; • relatar e divulgar o progresso; • demonstrar reconhecimento às pessoas; • comunicar os resultados alcançados; • conservar os dados obtidos; • manter o entusiasmo. 108 Unidade III Os dez mandamentos da qualidade total: • satisfazer o cliente; • delegar; • gerenciar; • promover a melhoria contínua; • promover o desenvolvimento das pessoas; • disseminar as informações; • não aceitar erros ou defeitos; • ter constância de propósitos; • garantir a qualidade; • gerenciar processos. As etapas para montagem de um programa da qualidade total incluem: • a escolha de uma área de melhoria; • a definição da equipe de trabalho que tratará da melhoria; • a identificação dos benchmarks (pontos de referências, padrão de excelência, interno ou externo, definido para ser copiado e superado); • a análise do método atual; • fazer um estudo piloto da melhoria; • a implementação das melhorias. 7.2.3 Modelos de gestão rumo à excelência De acordo com Francisco Filho e Silva (2006), hoje existem no mundo vários prêmios nacionais (e regionais) da qualidade. Todos são oriundos do Prêmio Deming, japonês. 109 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Implementados no Ocidente a partir da década de 1980, todos esses prêmios têm em comum: • Uma visão sistêmica da gestão das organizações. Essa visão privilegia: — os valores organizacionais; — um conjunto de práticas de gestão; — um enfoque acentuando a produção de resultados. • Não são apenas “prêmios”, mas oportunidades para as organizações demonstrarem que atendem (ou que podem atender) aos requisitos de excelência requeridos em cada prêmio. No Brasil, o modelo escolhido é o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), composto pelos seguintes critérios: • liderança; • estratégias e planos; • clientes; • sociedade; • informações e conhecimento; • pessoas; • processos; • resultados. 7.2.4 Conceitos fundamentais da excelência em gestão O modelo de excelência da gestão (MEG) está alicerçado sobre um conjunto de conceitos fundamentais e estruturado em critérios e requisitos inerentes à excelência em gestão. Os fundamentos da excelência expressam esses conceitos reconhecidos internacionalmente e que são encontrados em organizações líderes de classe mundial. Além disso, o MEG utiliza o conceito de aprendizado e melhoria contínua, segundo o ciclo de PDCL. A seguir, apresentamos os conceitos de cada fundamento, acompanhados de uma explicação de como são colocados em prática nas organizações de alto desempenho. 110 Unidade III Pensamento sistêmico Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. Aprendizado organizacional Busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio de percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências. Cultura de inovação Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização. Liderança e constância de propósitos Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção dos interesses das partes interessadas. Orientação por processos e informações Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e execução de ações devem ter como base a medição e a análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados. Visão de futuro Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo. Geração de valor Alcance de resultados consistentes pelo aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas. Valorização das pessoas Criação de condições para que as pessoas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, do desenvolvimento de competências e de espaços para empreender. 111 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Conhecimento sobre o cliente e o mercado Compreensão do cliente e do mercado, visando à criação de valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente, gerando maior competitividade nos mercados. Desenvolvimento de parcerias Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena utilização das competências essenciais de cada uma, objetivando benefícios para ambas as partes. Responsabilidade social Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais ela se relaciona. Refere-se também à inserção da empresa no desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras; respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização. Saiba mais A descrição completa desses fundamentos e a forma como cada um é colocado em prática pelas organizações podem ser encontradas na publicação indicada a seguir. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE (FNQ). Conceitos fundamentais da excelência em gestão. 3. ed. São Paulo: FNQ, 2015. Por meio de um processo de aprendizado sistêmico, que incluia atuação do Comitê Técnico de Critérios de Avaliação e a realização de fóruns empresariais, a FNQ atualiza regularmente os fundamentos da excelência. 7.3 Administração participativa A gestão participativa, também conhecida como envolvimento dos funcionários ou tomada de decisão participativa, incentiva o envolvimento das partes interessadas em todos os níveis de uma organização na análise de problemas, no desenvolvimento de estratégias e na implementação de soluções. Os funcionários são convidados a participar do processo de tomada de decisões da empresa, participando de atividades como definição de metas, determinação de horários de trabalho e apresentação de sugestões. Outras formas de gestão participativa incluem o aumento da responsabilidade dos funcionários (enriquecimento do trabalho); formar equipes autogerenciadas, círculos de qualidade ou comitês de qualidade de vida no trabalho; e solicitar feedback da pesquisa. A gestão participativa, no entanto, envolve mais do que permitir que os funcionários participem da tomada de decisões. Também envolve a administração tratar as ideias e sugestões dos funcionários com consideração e 112 Unidade III respeito. A forma mais ampla de gestão participativa é a propriedade direta de funcionários de uma empresa (BAYLÃO; SCHETTINO; CHERRINE, 2014). A gestão participativa é um estilo de gestão que requer a cooperação do pessoal. Tem como objetivo construir o compromisso e desenvolver iniciativas nas equipes de trabalho. Para isso, o gestor deve delegar partes de seu poder e é necessário que as equipes decidam juntas quais soluções adotar. É importante criar um relacionamento de confiança entre as equipes, no qual o respeito e a colaboração de todos serão enfatizados. A avaliação do trabalho também deve estar lá para que esse método funcione (BAYLÃO; SCHETTINO; CHERRINE, 2014). • Características de um gerente participativo: o ponto principal dessa abordagem origina-se da comunicação aberta e transparente entre empregadores e empregados, o que promove o respeito mútuo e a cooperação. Para concretizar esse tipo de relação de trabalho, os gestores participativos adotam diversos princípios para envolver mais ativamente os colaboradores nas operações empresariais. Primeiro, eles compartilham informações sobre o crescimento e o progresso dos negócios, permitindo que os funcionários se sintam comprometidos com os objetivos da empresa. Em seguida, eles fornecem treinamento para aprimorar as habilidades e os conhecimentos dos funcionários para aumentar o desempenho positivo no trabalho e melhorar os resultados operacionais. Por fim, os gerentes solicitam a participação dos funcionários, buscando contribuições para a tomada de decisões de negócios e recompensando sugestões ou ideias bem-sucedidas. • Resultados de negócios: de uma perspectiva de negócios, o uso de uma abordagem de gerenciamento participativo cria funcionários leais, dispostos a investir seu tempo e energia para ver o sucesso da empresa. Os funcionários costumam ter ideias inovadoras para reduzir custos e eliminar desperdícios, agilizando procedimentos e aumentando a satisfação do cliente. Esse estilo de gerenciamento também cria líderes mais eficazes em todos os níveis, que podem encorajar e liderar colegas de trabalho a cumprir metas de negócios em diversas plataformas globais que impactam os negócios modernos. Além disso, as operações de negócios sob estruturas de gerenciamento participativo geralmente relatam aumento de produtividade e desempenho em todos os níveis de pessoal. • Benefícios do empregado: os funcionários também se beneficiam com negócios administrados por gerentes participativos. Como os funcionários tendem a se sentir mais valorizados sob esse estilo de gestão, é provável que tenham mais satisfação com a carreira e permaneçam mais tempo em seus empregos. Por sua vez, esses funcionários experientes transferem suas habilidades e conhecimentos para novos recrutas para facilitar as operações de negócios sem problemas ao longo do tempo. Esse estilo de gestão de negócios também gera sentimentos de responsabilidade nos funcionários, tornando-os mais propensos a buscar educação ou treinamento adicional para melhorar seu desempenho no trabalho e desenvolver oportunidades de carreira ao mesmo tempo em que atingem os objetivos estratégicos da empresa. 113 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO A gestão participativa está pautada em cinco fases: Compartilhamento de informações Feedback Treinamento Recompensas Tomada de decisão pelos funcionários Figura 23 – Etapas da gestão participativa Segundo Franz, Andreoli e Silva (2021), os diferentes eixos da gestão participativa são: • Delegar poder: é necessário dar algum poder aos funcionários. Eles devem ser capazes de tomar decisões em seu nível o mais rápido possível, tendo a oportunidade de consultar seu gerente (por exemplo, deixe seus funcionários planejarem seu trabalho e as orientações de sua preferência). • Equipes de motivação: a gestão participativa deve inspirar os funcionários a participarem do processo de decisão corporativo. Ao estabelecer regras e limites, o colaborador deve ser capaz de mostrar seu envolvimento e motivação na tomada de decisões. Por exemplo, pode ser motivador para os funcionários escolherem quais tarefas eles preferem se concentrar e coordenar seu trabalho entre si. • Promova a colaboração: as equipes precisam se comunicar e colaborar tanto quanto possível para serem mais eficazes. Ao promover a escuta e a compreensão das questões, os companheiros constroem confiança recíproca, beneficiando as operações da empresa e o desenvolvimento interno das equipes. Pontos positivos da gestão participativa: • Os funcionários estão mais envolvidos em seu trabalho porque são capazes de expressar melhor e maximizar suas ideias. Eles também receberão muito feedback e orientações sobre suas ações. • A motivação é maior nos grupos de trabalho. De fato, esse modo de atuação é baseado na valorização do trabalho de cada um, e os funcionários farão o possível para obter o reconhecimento. • O engajamento também é maior entre os colaboradores, pois eles terão um maior sentimento de pertencimento à empresa por meio das responsabilidades que lhes são atribuídas. • Isso resultará em uma maior cooperação e compartilhamento de conhecimento entre as equipes. Haverá uma verdadeira cultura colaborativa na empresa que impactará positivamente os resultados da empresa. 114 Unidade III • Haverá maior autonomia entre os colaboradores, eles poderão ir mais longe no trabalho antes de consultar seu gestor. • As trocas serão mais fáceis graças a esse espírito de colaboração. Os funcionários terão menos medo de sugerir coisas novas a seus colegas e empregadores. Conclui-se que os pontos positivos são inúmeros e muito benéficos para a empresa, mas é fácil montar essa gestão participativa? Há toda uma estrutura a ser criada para que essa mudança ocorra da melhor maneira possível. Franz, Andreoli e Silva (2021) destacam o que deve ser feito para criar a melhor estrutura possível: • Primeiro, é preciso se comunicar muito. Não hesite em falar com seus colegas e funcionários, comunicar sobre o andamento do projeto, sobre as soluções possíveis etc. Então, você realmente precisa ouvir. De nada adianta dar às equipes importância e poder de decisão se elas não forem ouvidas. É um elemento-chave para reforçar o compromisso e a motivação dentro da empresa. • O respeito ao próximo é um dos principais mecanismos da gestão participativa. Além disso, o reconhecimento do trabalho em equipe e sua valorização são importantes. É fundamental dar importância às soluções fornecidas pelos funcionários. Os funcionários terão mais confiança e menos medo de tomar iniciativas se isso lhes permitir obter reconhecimento no seu trabalho. • Envolva seus funcionários para trabalhar em colaboração tão frequentemente quanto possível, as trocas devem ser regulares e frutíferas paraque o compartilhamento de conhecimento seja benéfico para todos. Para criar esse espírito de colaboração, existem várias soluções, como aprendizado por pares e coaching reverso, dois bons métodos que também funcionam bem quando combinados. Figura 24 – Gestão participativa Disponível em: https://bit.ly/3eDyINt. Acesso em: 11 maio 2021. 115 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO 7.4 Equipes de alto desempenho Com base em Chiavenato (2007), as empresas estão deslocando o seu foco do tradicional conceito de cargos para o de trabalho em equipe. Peter Drucker já estimulava as organizações a fazerem isso. Esse comportamento acontece porque os grupos são uma boa fonte para solução de problemas, principalmente num ambiente instável e com situações muitas vezes inesperadas. As equipes adequadamente montadas e gerenciadas podem levar ao extremo alguns (ou todos) de seus atributos, que são: • participação; • responsabilidade; • clareza; • interação; • flexibilidade; • foco; • criatividade; • velocidade. O cuidado essencial é perceber que não é apenas o deslocamento do foco para a construção de equipes o que basta: é preciso dar condições para que elas alcancem o desempenho excelente. 7.5 Gestão de projetos Segundo Chiavenato (2007), são dois os tipos de trabalho das organizações: os constantes e contínuos (chamados de operações) e os únicos e temporários (projetos). Apesar dessa diferenciação, ambos têm as seguintes características em comum: • são desempenhados por pessoas; • são limitados por recursos escassos e restritos; • são planejados, executados e controlados. É preciso frisar as seguintes diferenciações que têm os projetos: 116 Unidade III • os projetos são únicos; • os projetos são de natureza temporária e têm início e fim; • os projetos estarão concluídos quando as metas forem alcançadas; • um projeto bem-sucedido é aquele que atende ou excede as expectativas dos stakeholders (partes interessadas). Tais aspectos fazem com que as organizações dediquem atenção a essa forma de gerir. 7.6 Gestão do capital intelectual Com base em Chiavenato (2006), na era da informação, o recurso vital não é mais o dinheiro, mas o conhecimento, que ficou na dianteira de todos os demais recursos, pois eles passam a depender dele. Essa situação levou à conceituação do capital intelectual como um conjunto de ativos intangíveis e invisíveis. Sua caracterização, segundo Sveiby (apud CHIAVENATO, 2003b), destaca que o capital intelectual é composto de ativos intangíveis e invisíveis. Pode ser entendido como o conjunto de três tipos de capital: externo, interno e humano. • O capital externo diz respeito à estrutura externa da empresa e envolve relações com clientes e fornecedores, marcas, reputação e imagem. Depende de como a organização resolve e oferece soluções para os problemas do cliente. • O capital interno considera a estrutura interna da organização e trata de conceitos, modelos, sistemas administrativos e informacionais. É criado pelas pessoas e utilizado pela organização. • O capital humano trata das competências individuais: habilidades das pessoas em agir em determinadas situações, educação, valores, experiências e habilidades sociais. Existem diferenças marcantes entre os paradigmas da era industrial e da era da informação, conforme mostra o quadro a seguir: Quadro 22 – Paradigmas da era industrial e da era de informação Item Paradigma da era industrial Paradigma da era da informação Pessoas Recursos geradores de custos Ativos geradores de receitas Fonte do poder gerencial Nível hierárquico na organização Nível de conhecimentos Luta de poder Operários versus capitalistas Trabalhadores do conhecimento versus gerentes Responsabilidade gerencial Supervisionar os subordinados Apoiar os colegas Informação Instrumento de controle Ferramenta para comunicação 117 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Item Paradigma da era industrial Paradigma da era da informação Produção Processar recursos para criar produtos tangíveis Converter conhecimento em ativos intangíveis Fluxo de informação Por meio da hierarquia Por meio de redes colegiadas Gargalos da produção Capital financeiro e habilidades humanas Tempo e conhecimento Fluxo da produção Sequencial e ordenado Caótico e direcionado por ideias Relações com clientes Unidirecionais através do mercado Interativas por redes de pessoas Conhecimento Uma ferramenta ou recursos O foco do negócio Propósito do aprendizado Aplicação de novas ferramentas Criação de novos ativos Valor de mercado Decorrente de ativos tangíveis Decorrente de ativos intangíveis Adaptado de: Chiavenato (2006, p. 346). As organizações bem-sucedidas passam a usar indicadores (como eficiência, renovação, crescimento) para gerir e monitorar seus ativos intangíveis. Muitas empresas desenvolvem esquemas de educação corporativa, tal como universidades corporativas, para melhorar a gestão de seu capital intelectual. 7.7 Gestão pela integração total De acordo com Francisco Filho e Silva (2006, p. 167-171), também denominada movimento pós-reengenharia e qualidade, a gestão pela integração total aproveita o melhor da reengenharia, do sistema Toyota e da abordagem 6-sigma. Criada por professores da USP, procura concentrar-se nos seguintes pontos: • delinear claramente as prioridades; • alinhar as prioridades individuais e do grupo às da organização, garantindo de forma não conflitiva a obtenção de acordos; • administrar o tempo, confrontando o tempo planejado com o realmente utilizado; • planejar cuidadosamente todas as atividades; • delegar; • evitar desperdícios de tempo em burocracia; • aprender a dizer não em todos os níveis hierárquicos, sem causar perdas; • dar atenção aos contraprodutores: interrupções; procrastinação; desorganização etc. 118 Unidade III Aspectos importantes: • adota os pontos fortes da reengenharia, sistema Toyota e 6-sigma, refutando os pontos fracos de todos; • dá ênfase ao cliente e à mudança cultural; • analisa as diferenças culturais entre o Brasil e o Japão; • afirma a falta de escolarização dos brasileiros; • aceita que o sistema Toyota ajudou a melhorar a vida dos trabalhadores, aumentou a riqueza, criou tecnologia, evitou desperdícios etc.; • diz que há necessidade de treinamento e de mudanças contínuas; • promove visão holística e sistêmica; • dá ênfase à necessidade de treinamento e à comunicação entre todos; • os objetivos da empresa estão acima dos individuais e dos objetivos dos grupos; • deve-se criar um ambiente estável e preservar os acordos necessários. 7.8 Organização de aprendizagem Com base em Chiavenato (2006), as organizações bem-sucedidas estão se transformando em centros de aprendizagem, por isso recebem o nome de organizações de aprendizagem. Aspectos que dão base a esse enfoque: • recursos tradicionais são estáticos e inertes; • conhecimento é a informação estruturada que tem valor para a organização; • conhecimento conduz a novas formas de trabalho e de comunicação, a novas estruturas, tecnologias e a novas formas de interação; • conhecimento é criado e modificado pelas pessoas e obtido pela interação social; • as organizações bem-sucedidas sabem motivar as pessoas a aprender e a aplicar seus conhecimentos; • a organização de conhecimento se baseia na gestão do conhecimento. 119 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO O modelo orientador desse processo é dado por Peter Senge (1998), por meio de suas cinco disciplinas de aprendizagem, publicadas em seu livro A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende: • domínio pessoal; • modelos mentais; • visão compartilhada; • aprendizagem em equipes; • pensamento sistêmico. Por meio do conhecimento e da prática dos conceitos apresentados por Senge, as organizações estariam no caminho de se tornarem organizações de aprendizagem. 7.9 Reengenharia Conforme Francisco Filho e Silva (2006, p. 137-142), na década de 1990, apareceu nos EUA uma alternativa para eliminar os processos obsoletosdas organizações que estavam comprometendo o sistema empresarial americano: a reengenharia. Proposta por Hammer e Champy, teve como projeto uma postura radical: abandonar todos os processos operantes na organização e começar tudo de novo, a partir de processos atualizados, praticamente recriando ou reinventando a empresa. O lema, segundo Hammer, seria: “Promovendo a reengenharia no trabalho: não automatize, destrua”, pois ele era totalmente contrário à utilização da tecnologia da informação para recuperar processos superados. Concebida para poder ser utilizada em qualquer tipo de organização, entendia que esta era um meio para a consecução de objetivos e, portanto, tudo o que não funcionasse deveria ser eliminado. Dessa maneira, nenhuma parte ou processo da organização estaria livre do foco da reengenharia. Os princípios básicos propostos por Hammer para a reengenharia são: • as atividades devem ser conjugadas; • o trabalho deve ser feito em equipes; • deve-se delegar as decisões menores; • deve-se integrar as discussões; 120 Unidade III • os processos podem ter diferentes versões, dependendo da cultura, dos hábitos locais etc.; • o trabalho deve ser executado onde faz mais sentido; • deve existir um gerente para cada processo; • usa-se o máximo de informações como meio para se atingir os objetivos estabelecidos; • o conhecimento está acima da prática rotineira. Uma metodologia para a reengenharia, proposta por Daniel A. Moreira (2012), envolve as seguintes etapas: • identificar as necessidades do cliente à reengenharia; • mapear e medir o processo atual; • analisar e modificar o processo existente; • fazer o benchmarking para identificar alternativas; • redesenhar o processo; • implementar o novo processo e monitorar os resultados. 7.10 Sistema lean-sigma Conforme Francisco Filho e Silva (2006, p. 161-165), o sistema lean-sigma foi criado na década de 1990 e aplicado principalmente nos EUA. Trata-se de uma combinação de elementos do sistema Toyota, com a produção enxuta do sistema lean e com a adoção dos princípios do 6-sigma. Seu objetivo é atender aos seguintes aspectos dos quatro pilares da empresa: • clientes: total satisfação, com qualidade, capacidade de resposta e vantagem no custo; • funcionários: estabilidade no emprego, treinamento, motivação, recompensas e autoestima; • fornecedores: estabilidade, envolvimento nos processos, crescimento de renda e segurança nos negócios; • acionistas: lucratividade, crescimento da empresa e ampliação dos negócios. 121 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Aspectos importantes: • deve-se trabalhar sob pedido, reduzir estoques, diminuir tempos de ciclo, minimizar espaços físicos, eliminar desperdícios e atingir a qualidade 6-sigma; • trabalhar com células de fluxo contínuo; • todo o foco é centrado no cliente; • usar a criatividade antes de gastar dinheiro, aprender sempre com os erros, respeitar os conhecimentos das pessoas, construir equipamentos menores e baratos e enxergar oportunidades nos obstáculos; • criar uma linha modelo como laboratório de aprendizagem; • produção enxuta, atualizada, sem desperdício e com erros no nível 6-sigma; • desenvolver métodos próprios para evitar e corrigir defeitos. Esse sistema traz alta lucratividade para quem o utiliza e é muito usado por empresas de classe mundial. 7.11 Sistema 6-sigma Com base em Francisco Filho e Silva (2006, p. 153-159), esse sistema nasceu em 1986 na Motorola americana. É uma metodologia para padronizar a produção, diminuir defeitos e obter mais lucratividade e que levou a empresa a receber, dois anos depois, o Prêmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldrige. Utiliza-se a letra grega sigma para representar o desvio padrão (estatístico) de uma distribuição. Foram criados os seguintes níveis de sigma para identificar o número de erros por milhão (acompanhados pelos respectivos custos): Tabela 1 Sigma Defeitos por milhão Custo 1-sigma 690.000 Mais de 80% da receita 2-sigma 308.500 Mais de 50% da receita 3-sigma 66.800 25 a 40% da receita 4-sigma 6.200 15 a 25% da receita 5-sigma 230 5 a 15% da receita 6-sigma no máximo 3,4 15 a 25% da receita A passagem de um sigma para outro maior leva à melhoria de no mínimo 10% em relação à lucratividade. 122 Unidade III As empresas brasileiras que utilizam o sistema 6-sigma alcançam entre 3 e 4 sigma. Só as empresas de classe mundial estão enquadradas na categoria 6-sigma. Existe uma hierarquia que envolve os participantes de empresas que implantam o 6-sigma, que vai do white belt (faixa branca), o profissional do nível operacional (e primeiro estágio) do 6-sigma, passando pelo yellow, green e black belts. Acima deste, existem os Champions, depois o Sponsor facilitador e, por último, o maior nível, que é o do Sponsor sigma. Aspectos importantes: • Aplica-se a metodologia 6-sigma desde a fabricação de aviões até a entrega de pizzas. • Quanto maior é, maior é a tendência a zero defeito ou zero erro. • A metodologia do 6-sigma determina que não podem acontecer mais que 3,4 erros ou defeitos por milhão de eventos. A probabilidade de acerto é no mínimo 99,99966%. Nesse caso, haverá um prejuízo na receita de menos de 1%. • Para implantar o 6-sigma, é preciso promover uma grande mudança cultural na empresa, formar especialistas com as respectivas faixas (cores) para os devidos treinamentos e ter apoio incondicional da alta direção. • Em média, uma empresa demora cinco anos para colocar seus processos funcionando no padrão 6-sigma. • As pesquisas mostram que a lucratividade tem sido de 15 a 30 vezes maior em relação aos investimentos feitos no sistema. 7.12 Administração por objetivos No ambiente econômico em mudança, as velhas técnicas de administração não dão melhores resultados. A expansão do tamanho dos negócios e as mudanças na tecnologia exigiram um novo pensamento na abordagem gerencial. Várias novas técnicas de gestão foram desenvolvidas no passado recente e a administração por objetivos é uma delas. Embora ela agora seja praticada em todo o mundo, ainda não há unanimidade sobre seu significado. Alguns pensam nisso como uma ferramenta de avaliação, outros a veem como uma técnica motivacional, outros ainda a consideram como um dispositivo de controle. Os estudos da administração por objetivo são originados na teoria neoclássica. Esta teoria traz, em sua essência, uma dualidade de divisão do poder, pois ela tem uma visão da organização linear (poder centralizado), herdado de Fayol, e a discussão da descentralização do poder. Um dos maiores estudiosos desse modelo é Peter Drucker, considerado pai da administração moderna. 123 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Administração por objetivos, também conhecida como APO, é o processo de definir as principais metas da empresa e usá-las para determinar os objetivos dos funcionários. Os processos de MBO (management business objectives – gestão por objetivos) destinam-se a identificar os objetivos principais de um funcionário, posteriormente classificados com a contribuição do grupo. Isso ajuda todos os colaboradores da empresa a ver suas realizações em relação às principais prioridades da empresa à medida que realizam suas tarefas, reforçando o alinhamento entre atividade e resultado, o que aumenta drasticamente a produtividade. De acordo com Koontz, Weihrich e Cannice (2009, p. 29), gestão por objetivos é um sistema gerencial abrangente que integra muitas atividades gerenciais importantes de uma maneira sistemática e que é conscientemente direcionado para a realização efetiva e eficiente dos objetivos organizacionais e individuais. Carneiro, Cavalcanti e Silva (1997) destacam que a administração por objetivos é um processo gerencial operacional centrado em resultados, não especializado, para a utilização eficaz dos recursos materiais, físicos e humanos da organização, integrando o indivíduo com a organização e a organização com o ambiente. O sistema de gestão por objetivos pode ser descritocomo um processo pelo qual os gerentes superiores e subordinados de uma organização identificam em conjunto seus objetivos comuns, definem as principais áreas de responsabilidade de cada indivíduo em termos dos resultados esperados dele e usam essas medidas como guias para operar a unidade e avaliar a contribuição de cada um de seus membros. As metas são definidas para contribuintes únicos, líderes de equipe, executivos de departamento e o CEO, para que todos tenham uma noção do que deveriam estar contribuindo para a equipe e também como isso se encaixa no quadro geral. Os objetivos são essenciais para garantir que todos os contribuintes gastem seu tempo no trabalho de forma produtiva e trabalhando para um resultado combinado. Eles também ensinam aos funcionários da empresa o quanto eles são realmente capazes de realizar em um determinado período. Se as metas trimestrais forem muito fáceis, elas podem ser ajustadas para serem mais ambiciosas ou vice-versa durante o processo de revisão. É importante definir metas que sejam ambiciosas, para que os funcionários enfrentem um verdadeiro desafio. Em geral, o processo de administração por objetivos consiste em cinco etapas: • defina os objetivos da empresa; • distribua os objetivos para os funcionários; • monitore a execução das tarefas; • avalie o desempenho; • reconheça o objetivo alcançado. 124 Unidade III Observação A administração por objetivos é um processo participativo de planejamento e avaliação por meio do qual ocorre a descentralização das decisões e a definição de objetivos de forma conjunta para que a organização defina suas prioridades e consiga alcançar os resultados desejados. De acordo com Junquilho (2001), um objetivo gerencial é a meta pretendida que prescreve um escopo definido e sugere uma direção para os esforços de planejamento de um gerente. Essa definição afirma quatro aspectos da gestão por objetivos, ou seja, meta, escopo, definição e direção. Do ponto de vista gerencial, a meta a ser alcançada deve ser identificada e clara. O escopo das metas deve ser estabelecido nos limites prescritos. A meta também deve ser definida, pois uma meta vaga criará mais confusão e não terá valor gerencial. O objetivo também indica a direção, mostrando os resultados a serem buscados. Determinação, em conjunto, dos objetivos a serem alcançados Mensuração dos resultados Disponibilização de recursos e monitoramento das tarefas Execução das tarefas com foco nos objetivos Gestor e colaborador Gestor Colaborador Figura 25 – Processo de administração por objetivos Alguns pontos de destaque na administração por objetivos são: • objetivos devem ser mensuráveis e limitados no tempo para cada posição gerencial; • os objetivos para cada cargo são estabelecidos pelo titular do cargo e pelo patrão em conjunto; • planos de melhoria de trabalho mutuamente acordados para facilitar o cumprimento dos objetivos; • revisões periódicas e atualização, sempre que necessário, dos objetivos mutuamente acordados pelo chefe e subordinados em conjunto; • esses objetivos mutuamente acordados constituem a base da avaliação de desempenho; • definição precisa de responsabilidades e autoridades para cargos, o que traz clareza nas organizações; • alinhamento e vinculação de objetivos para cima, para baixo e transversalmente. 125 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Observe o que Drucker (2008) destaca sobre a administração por objetivos: • Não é apenas uma técnica, mas uma filosofia de gestão. Uma técnica é aplicável apenas em áreas específicas, mas uma filosofia ou abordagem orienta e influencia todos os aspectos da gestão. Administração por objetivos é uma abordagem que inclui várias técnicas para uma melhor gestão. • Nessa abordagem, vários objetivos da organização e dos indivíduos são decididos coletivamente por superiores e subordinados. Esses objetivos se tornam as metas a serem alcançadas por várias pessoas na organização. A revisão dos objetivos também é feita coletivamente. • Os objetivos corporativos, departamentais e individuais são usados como um parâmetro para medir o desempenho. Uma comparação de metas e resultados reais permitirá que os gerentes avaliem o desempenho dos subordinados e o nível superior avaliará de forma semelhante o desempenho dos gerentes. • Essa abordagem fornece uma revisão regular do desempenho. Essa revisão normalmente é realizada uma vez por ano. Enfatiza-se a iniciativa e o papel ativo do gestor responsável por atingir os objetivos. A revisão é orientada para o futuro e fornece uma base para o planejamento e ações corretivas. • Os objetivos dessa teoria fornecem diretrizes para sistemas e procedimentos apropriados. O grau de delegação de autoridade, fixação de responsabilidade, alocação de recursos etc. podem ser decididos com base nos objetivos de vários indivíduos. Esses objetivos também se tornam uma base de recompensa e punição na organização. Drucker (2008) também acentua os processos de administração por objetivos: • Definindo objetivos a serem alcançados: os objetivos não devem ser impostos aos subordinados, ao contrário, seu ponto de vista deve ser levado em consideração ao serem fixados. • Esclarecimento de funções organizacionais: as funções organizacionais devem ser devidamente esclarecidas e a responsabilidade específica para atingir os objetivos deve ser entendida perfeitamente. • Estabelecendo objetivos de subordinados: o gestor deve discutir com a sua equipe sobre os objetivos que eles podem realizar, o prazo e os recursos necessários. • Conciliação dos objetivos: os objetivos não podem ser definidos isoladamente nem podem ser impostos e se comunicar com os níveis inferiores. Os objetivos devem estar alinhados: os objetivos do departamento de comercial, por exemplo, devem ser conciliados com os dos departamentos financeiro. 126 Unidade III Tradicional Controle Individualismo Processos Olhar no presente APO Autonomia Equipe Resultados Olhar no futuro Figura 26 – Comparação entre administração tradicional e administração por objetivos (APO) Adaptada de: Drucker (2008). 7.13 Gestão holística A palavra holismo é traduzida como todo ou algo inteiro. Ao tratar de organizações, temos o conceito de totalidade ou gestão do todo. A gestão holística deixa de considerar a organização como uma soma de partes e passa a entender que o todo só existe quando as partes se interagem. Crema (2015) afirma que a gestão holística é um processo de tomada de decisão e planejamento que dá às pessoas os insights e as ferramentas de gestão necessárias para entender a natureza, resultando em decisões melhores e mais informadas, que equilibram as principais considerações sociais, ambientais e financeiras. Em outras palavras, a prática da gestão holística nos permite estar plena e completamente cientes e observadores para que possamos tomar a melhor decisão. Esse trabalho de conscientização é simples no conceito, mas requer disciplina diária. A criação do contexto holístico é um processo poderoso e uma etapa que não pode ser negligenciada se resultados sustentáveis forem desejados. Ele reúne todos os tomadores de decisão e coloca no papel seus valores mais arraigados. É um processo unificador, ele capacita as pessoas. É uma maneira fácil, realmente, para qualquer pessoa gerenciar seus negócios ou qualquer situação de gestão com mais sucesso. A gestão, em qualquer situação, envolve sempre uma teia de complexidade social, ambiental e econômica. Até mesmo administrar a alimentação da família ou morar em uma cidade envolve complexidade (CREMA, 2015). Cada trabalhador pode perceber os objetivos de uma empresa à sua própria maneira, dependendo de seu papel dentro da organização, razão pela qual uma abordagem holística da gestão é a melhor. A gestão holística requer, então, reflexão, observação e planejamento. O planejamento não pode ser ignorado. Cada parte da organização tem uma compreensão diferente das necessidadeslocais necessárias para servir à estratégia global. Isso explica por que as organizações que implementam abordagens de gerenciamento holísticas que consideram as necessidades de toda a organização têm melhor desempenho. 127 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO A estratégia de gestão holística é utilizada para construir organizações eficazes e altamente engajadas em fornecer aos líderes da linha de frente o treinamento, as ferramentas, o coaching e os processos para entregar as habilidades técnicas – planejamento, definição de metas, monitoramento, revisão, decisão – e habilidades básicas – franqueza, honestidade, integridade, carinho, integridade de valores. Observação A palavra holismo significa inteiro, o que faz com que o conceito de holística defenda a totalidade. Com uma visão holística, você deixa de enxergar um conjunto como a soma de todas as partes. Em uma empresa, significa dizer que cada um tem sua importância e que somente juntos podem formar um todo. O gerenciamento holístico facilita as decisões difíceis. Existe uma maneira muito precisa de tomar decisões holisticamente. O gerenciamento holístico reduz muito a ansiedade da tomada de decisão e lhe dá a confiança para seguir com sua decisão, mesmo quando ela se tornar difícil. Quatro pontos devem ser considerados para o gerenciamento holístico: objetivos, estrutura, comportamento individual e grupal e rotação de funções: Comportamento individual e grupal Rotação de funções Gerenciamento holístico Estrutura Objetivos Figura 27 – Processo de gerenciamento holístico Adaptada de: Crema (2015). 128 Unidade III Observe a seguir o que destaca Crema (2015): • objetivos: os objetivos de todos os setores da organização devem ser integrados, considerando os objetivos pessoais de realização dos colaboradores; • estrutura: a estrutura formal da organização cede lugar a uma estrutura baseada em flexibilidade, diversidade e autonomia; • comportamento individual e grupal: o comportamento individual e o comportamento em grupo do colaborador é que vão compor o todo (execução da tarefa); • rotação de funções: se holístico significa todo, o colaborador deve conhecer todas as funções da organização, assim, surge um novo perfil: o trabalhador multifuncional. 7.14 Home office O trabalho remoto, ou home office, está aumentando. Embora o trabalho fora de um escritório corporativo seja viável há algumas décadas, trabalhar remotamente só agora está se tornando comum. Exercer uma profissão em casa não é um fenômeno novo, mas a pandemia do covid-19 o tornou um requisito não planejado para muitos profissionais de escritório e do conhecimento. Mesmo com o recuo da crise do coronavírus, muitos empregadores vão descobrir que não precisam de grandes edifícios de escritórios. Por sua vez, os funcionários perceberão que não precisam estar no escritório todos os dias ou passar horas se deslocando. Você pode até ter ouvido a frase lançada em uma conversa casual: “estou trabalhando remotamente agora!” ou “pude viajar e levar meu trabalho comigo!” Você balança a cabeça enquanto ouve essas pessoas exaltarem a flexibilidade de seus estilos de vida e os benefícios que elas têm visto em suas vidas profissionais porque podem trabalhar remotamente. Segundo Alves, Amorim e Bezerra (2021), home office significa trabalhar longe de onde seu empregador está localizado. Por exemplo, se você trabalha em casa, mas os escritórios de seu empregador ficam a 16 km de distância, você é um trabalhador remoto. Em uma situação ou arranjo de trabalho remoto, o trabalhador não se desloca ou viaja para um prédio de escritórios, depósito etc., ele ou ela não viaja para um local de trabalho central. Desde o advento da internet, algumas décadas atrás, a forma como trabalhamos, estudamos, nos divertimos, passamos nosso tempo de lazer, nos comunicamos e reunimos informações mudou significativamente. Hoje podemos fazer videoconferências, nos comunicar por mensagens de texto, telefones celulares e e-mail. Podemos armazenar nosso trabalho na nuvem para que colegas e chefes acessem e também trabalhem. O trabalho em equipe hoje não exige que todos os membros estejam fisicamente juntos. Com a tecnologia moderna, os membros de uma equipe podem estar separados por milhares de quilômetros, mas são capazes de funcionar como uma unidade harmoniosa e sincronizada. Isso significa que muitos 129 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO funcionários podem ofertar resultados com a mesma eficácia se trabalharem remotamente, ou seja, em casa (BELZUNEGUI-ERASO; ERRO-GARCÉS, 2020). Observação A nova legislação trabalhista prevê, em seu art. 62, III, da CLT (BRASIL, 2017), que o funcionário que trabalha em regime remoto, seja em teletrabalho, seja em home office, não está sujeito ao controle de jornada e, portanto, não tem direito ao recebimento de eventuais horas extras prestadas. Saiba mais Quer saber mais sobre os direitos e deveres de um funcionário em home office? Leia o artigo a seguir: CALCINI, R.; ANDRADE, D. A. Home office e os riscos trabalhistas. Consultor Jurídico, 10 set. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3w4LoCT. Acesso em: 14 maio 2021. O trabalho remoto oferece várias vantagens para funcionários e empregadores. Vamos dar uma olhada em alguns deles: Alves, Amorim e Bezerra (2021) apontam os seguintes benefícios para o empregador: • Reduza os custos de funcionamento do escritório. Se as pessoas estão trabalhando em casa, suas contas de serviços públicos serão mais baixas e você não precisará de tanto espaço no escritório. • Problemas relacionados a viagens, como greves nos transportes públicos, mau tempo ou inundações, têm menos probabilidade de interromper o trabalho. • Ampla rede de talentos para recrutamento. Você não está limitado apenas às pessoas próximas. Na verdade, você pode empregar qualquer pessoa no mundo todo, desde que tenha uma conexão com a internet e acesso à tecnologia de comunicação. Benefícios para o funcionário: • não há mais deslocamento; • você não precisa se levantar tão cedo quanto seus colegas de trabalho; • seu ambiente de trabalho é familiar e confortável; 130 Unidade III • sem custos de viagem; • você tem um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional; • você tem menos probabilidade de ser vítima de intimidação ou assédio no local de trabalho. Será um grande desafio para os administradores gerenciarem funcionários remotos. De fato, não é fácil garantir que os funcionários sejam produtivos, engajados e prósperos. Os gestores precisam estar cientes de como o trabalho remoto pode criar sentimentos de isolamento entre os membros da equipe. Esse novo ambiente de trabalho remoto também pode afetar o foco, o senso de equipe e a criatividade. Figura 28 – Trabalho em home office Disponível em: https://bit.ly/3hqyR8C. Acesso em: 11 maio 2021. Conforme Belzunegui-Eraso e Erro-Garcés (2020), para gerenciar o home office, alguns passos podem ser estudados: • Defina as expectativas com antecedência e com frequência: fornecer diretrizes, definir limites e revisar os fundamentos estão entre as etapas mais importantes a serem executadas ao definir seu projeto de home office. Cabe ao administrador ser acessível e fornecer informações com clareza sobre prioridades, marcos, metas de desempenho e muito mais. Descreva a disponibilidade de cada membro da equipe e certifique-se de alcançá-los quando necessário. E, assim como no local de trabalho, os gerentes devem manter os trabalhadores atualizados sobre as mudanças de políticas e de pessoal, sucessos da empresa e dicas para trabalhar em casa. 131 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO • O cumprimento do horário de trabalho é fundamental: os gestores devem também modelar o comportamento em torno das horas de trabalho dos funcionários, como estabelecer expectativas em relação a responder a qualquer e-mail ou mensagem fora do expediente. • O administrador deve ser organizado e flexível: quando se tratade trabalhar com equipes remotas, a chave é permitir horários flexíveis para manter a consistência. Embora um plano de trabalho concreto seja obrigatório, você deve estar aberto para ajustar as estratégias conforme necessário. Não importa se seus funcionários optam por trabalhar de manhã ou à noite, contanto que o trabalho seja concluído e seja de alta qualidade. • Adapte a duração de suas reuniões: o que funciona no escritório pode não funcionar remotamente. Em vez de reuniões demoradas, faça encontros virtuais curtos. • Acompanhe o progresso de seus funcionários: peça aos funcionários que forneçam um cronograma de trabalho junto com as tarefas que eles devem realizar em um determinado tempo. • Enfatize a comunicação: é crucial que os gerentes se comuniquem com sua equipe remota, porque mantém os trabalhadores informados sobre os prazos, recursos disponíveis, desafios relacionados ao trabalho e expectativas dos gerentes, incluindo horários de trabalho. Além disso, considere qual ferramenta de comunicação melhor se adapta à cultura da equipe – e-mail, mensagens de texto, chamadas, chats de vídeo, um canal de intranet – e encontre aquele equilíbrio delicado entre enviar mensagens de texto e e-mail aos funcionários constantemente e silêncio de rádio. A frequência da comunicação pode ser diferente entre os funcionários. • Lembre-se de ouvir: os gerentes mais bem-sucedidos são bons ouvintes, comunicam confiança e respeito, perguntam sobre a carga de trabalho e o progresso do trabalho. • Estabeleça conexões e esteja disponível para sua equipe: muitos trabalhadores se sentem isolados e desorientados nessa nova modalidade de trabalho. É por isso que é importante construir conexões com os funcionários. • Compartilhe feedback positivo: abra um canal de bate-papo divertido ou tente “tomar um café” junto, enfim, o que ajude a manter um senso de normalidade e solidariedade e lembre a todos que eles não são uma ilha trabalhando sozinhos. Empregadores em todo o mundo estão em uma ponte entre ontem, quando a maioria dos funcionários da maioria das empresas estava fisicamente presente no trabalho, e amanhã, quando uma vacina ou tratamento eficaz abrirá a possibilidade de um retorno seguro ao local de trabalho tradicional. No entanto, mesmo quando isso acontecer, o trabalho remoto terá conquistado um lugar permanente no mix de empregos. Surge, então, além do trabalho remoto, o conceito de trabalho híbrido. O trabalho híbrido foi apelidado de “futuro do trabalho”, mas o que é exatamente? Modelos de trabalho híbridos, feitos da maneira certa, permitirão às organizações recrutar melhor os talentos, alcançar inovação e criar valor para todas as partes interessadas. O trabalhador híbrido 132 Unidade III é uma mistura das pessoas que passam parte do tempo trabalhando no escritório e parte do tempo trabalhando em outro lugar. Os funcionários híbridos podem escolher trabalhar como e onde forem mais produtivos. Eles usarão uma combinação de reuniões cara a cara e videoconferência e ferramentas de mensagens para se comunicar com seus colegas. O trabalho remoto híbrido é, em sua forma mais básica, trabalho parcialmente remoto. O fato é que trabalhar em casa nunca será a melhor solução para todos e, embora muitas empresas já tenham cancelado seus aluguéis de escritórios, outras estão pensando em simplesmente minimizar sua presença no escritório em vez de eliminá-la por completo. É aqui que entra o trabalho remoto híbrido. Existem muitas formas possíveis de trabalho remoto híbrido, mas a maioria envolve funcionários que trabalham no escritório da empresa alguns dias por semana e em casa o resto do tempo. Muitos acreditam que seja o melhor dos dois mundos, proporcionando a estrutura e a sociabilidade do escritório ao lado da flexibilidade e autonomia do trabalho remoto. Embora a vantagem “o melhor de ambos” seja poderosa, não é o único benefício do trabalho híbrido. O trabalho híbrido geralmente permite que os funcionários estruturem seu trabalho para o resto de suas vidas, em vez de tentar espremer seus compromissos pessoais em torno de suas cargas de trabalho. Ao dar aos funcionários essa liberdade, uma organização pode enviar uma mensagem clara de que reconhece que seus funcionários são seres humanos com vidas pessoais que são importantes, e não meras engrenagens de uma máquina. Do ponto de vista do empregador, as vantagens também são significativas. O trabalho híbrido permite que as empresas sejam adaptáveis e diversificadas em seus métodos de contratação e retenção de pessoal, conforme apontam estudos de Alves, Amorim e Bezerra (2021). Obviamente, o trabalho híbrido nem sempre é uma boa alternativa. O sistema básico de trabalho híbrido tem a possibilidade de enorme desigualdade socioeconômica. Nem todo mundo pode trabalhar em casa. Uma empresa precisará pensar cuidadosamente sobre como adaptar seus processos e sistemas para oferecer suporte ao trabalho remoto híbrido. Mas nada disso significa que, quando considerado cuidadosamente, o trabalho híbrido não possa ser um sucesso. Uma cultura de trabalho híbrida robusta parecerá diferente de uma cultura robusta de primeiro lugar remoto, ou uma cultura de escritório robusta, e apegar-se cegamente a sistemas e processos que fizeram esses outros modelos funcionarem será contraproducente. Provavelmente, levará um tempo para descobrir como superar os obstáculos que cercam o trabalho híbrido, mas o sucesso sempre dependerá de uma política sólida, comunicação transparente e algum senso de estrutura e equidade. 8 PRINCIPAIS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO Apresentaremos a seguir o processo administrativo (PA) por meio de suas quatro funções. Estabelecido inicialmente por Fayol, esse processo representa a essência do ato de administrar. Consiste de quatro funções, devidamente definidas, a saber: planejamento, organização, direção e controle. O PA representa a essência do trabalho do administrador. 133 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Para Fayol, pioneiro da administração, a organização era o conjunto das funções: técnica (hoje conhecida como área de produção), financeira, contábil, comercial, de segurança e função administrativa. Esta última, a função administrativa, era diferente, pois significava o próprio ato de administrar, envolvendo toda a organização e pairando acima das outras cinco funções. Fayol a definiu como sendo o P-O-C-C-C, ou seja, a interação da previsão, da organização, do comando, da coordenação e do controle. Retomada pela abordagem neoclássica, a função administrativa de Fayol chega até nós com o nome de PA, com pequenas alterações nas suas funções, que passam a ser as seguintes: planejar, organizar, dirigir e controlar (PODC). Também podemos verificar que autores diferentes nomeiam as funções do PA de modo diferente. Enquanto Chiavenato (2003b), Hampton (1992) e outros consideram o PA envolvendo as funções planejar, organizar, dirigir e controlar, Griffin (2007), Stoner e Freeman (1985) substituem o verbo dirigir por liderar, e Certo (2003), por influenciar. Independentemente dessas variações, a ideia essencial do PA se mantém fiel à atualização que foi realizada sobre a primeira definição dada por Fayol, na teoria clássica. Observação Um esclarecimento: embora tenhamos nomeado os componentes do PA como funções, estes também podem ser chamados de processos, pois constituem o PA. Assim, é indiferente, por exemplo, falar “função planejamento” ou “processo de planejamento”. Na figura a seguir, o PA é definido como planejar, organizar, dirigir e controlar: Planejar Dirigir OrganizarControlar Figura 29 – Funções da administração • Planejar é determinar o que se quer para a organização no futuro e a maneira de chegar lá. Cuida, portanto, de estabelecer os objetivos e metas, de estabelecer os planos e de tomar as decisões necessárias. 134 Unidade III • Organizar consiste em preparar a organização (empresa) para realizar o que foi determinado pelo planejamento.Procura alocar os recursos pelo estabelecimento da divisão do trabalho. Faz isso em dois níveis: para a empresa, cria os departamentos, gerando o projeto de estrutura e, para as pessoas, propõe os cargos e as funções. Depois disso, preocupa-se com integrar as várias partes criadas, por meio de mecanismos de coordenação. • Dirigir é a função que interage com as pessoas, por meio dos processos de comunicação e de liderança, para que as equipes realizem as tarefas de acordo com o que a função anterior (organizar) prescrever, com o propósito de atingir os objetivos organizacionais. Envolve conceitos de motivação. • Controlar significa mensurar (medir) duas coisas: os resultados conseguidos (produto, eficácia) e o desempenho apresentado (processos, eficiência). Esse monitoramento visa à correção dos desvios que ocorrerem, pela realimentação do ciclo do PA. Lembrete Outro modo de se referir ao PA é por meio dos substantivos (e não dos verbos) planejamento, organização, direção e controle. Esses processos atuam nos três níveis organizacionais: estratégico ou institucional; tático ou intermediário e operacional: • Planejamento: no nível institucional, trata da definição dos objetivos organizacionais e do planejamento estratégico; no nível tático, cuida do planejamento tático; no operacional, dos planos operacionais. • Organização: no nível estratégico, define o projeto da estrutura organizacional; no nível intermediário, encarrega-se da estruturação dos departamentos e dos cargos; no operacional, estabelece métodos, regras e procedimentos operacionais. • Direção: no nível maior, trata das diretrizes gerais e das políticas de pessoal; no nível médio, distribui e aplica os recursos para a ação empresarial e para a liderança; no nível básico, trabalha diretamente no contato com as equipes, exercendo a supervisão. • Controle: no segmento mais alto da pirâmide, trata da avaliação dos resultados globais da organização; no nível intermediário, cuida dos desempenhos departamentais; no nível operacional, trabalha com a avaliação de desempenho dos indivíduos. Nas atividades diárias da organização, essas quatro funções acontecem de forma interligada e interdependente, e fica difícil para o administrador saber quando está tratando com uma ou com outra. 135 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Essa separação é apenas didática, para permitir que estudemos detalhadamente o PA. Sendo assim, vamos a cada uma delas. Saiba mais Você pode saber mais sobre as funções da administração e sua relação com as teorias no artigo indicado a seguir: MARQUES, J. R. Você conhece as funções básicas da administração (PODC)? IBC, 2 jun. 2018. Disponível em: https://bit.ly/3w3o88m. Acesso em: 14 maio 2021. 8.1 O planejamento e a organização 8.1.1 Planejamento Trata-se da primeira função (ou processo) do PA. Seu papel é determinar o que se quer para a organização no futuro (os objetivos e as metas) e como chegar até lá (os planos que serão executados para viabilizar isso). Como trabalha com o futuro, exige que este seja projetado, previsto ou predito, para que seja possível estabelecer o que a empresa precisa e o que pode fazer para ter sucesso. Assim, não apenas prepara-se para o futuro, mas tenta criá-lo, por meio do desenho de cenários. Sendo a primeira das funções, vai influenciar as outras três funções (a organização, a direção e o controle), pois aquilo que determinar deverá ser viabilizado por elas. É praticado nas organizações em três níveis típicos: o planejamento estratégico, atribuição da alta gerência; o planejamento tático, responsabilidade da gerência intermediária, e o planejamento operacional, função da gerência de linha. O planejamento, no nível institucional, trata da definição dos objetivos organizacionais e do planejamento estratégico; no nível tático, cuida do planejamento tático e, no operacional, dos planos operacionais. Pode ser definido de várias maneiras, tais como: uma técnica para trabalhar com o futuro, uma técnica para redução da incerteza e decidir antes. Pode ser entendido como a interação dos seguintes esforços: • definição dos objetivos; 136 Unidade III • elaboração dos planos; • tomada de decisão. 8.1.2 Definição dos objetivos Objetivos (ou metas, que são considerados objetivos menores ou subobjetivos) fixam aquilo que a organização quer conseguir no futuro. Na determinação de objetivos, é preciso tomar alguns cuidados, tais como: • Um objetivo precisa ser realista, isto é, possível de ser alcançado. Nada desmotiva mais que um objetivo impossível. • Precisa ser específico, ou seja, não pode ser vago nem genérico. É preciso declarar na sua redação o que, quanto e até quando se quer atingir. Por exemplo, a frase “Quero ter lucro” não é um objetivo, e sim um desejo, pois é muito vaga. O que é lucro? Dez centavos ou 50 mil reais? Qualquer diferença entre receitas e despesas, desde que as receitas sejam maiores, é lucro! Assim, uma boa definição de objetivo seria: “Quero ter um lucro (o que) de 20% (quanto) sobre todas as vendas deste exercício (até quando)”. Uma frase como esta é muito fácil de ser entendida e contribui para outro cuidado que se deve ter ao definir objetivos: a clareza. • Precisa haver clareza: se alguém não conseguir entender o que deve ser feito, provavelmente isso não vai acontecer do jeito que você quer. • É preciso que seu atingimento seja possível de ser verificado. Querer uma coisa cujo acontecimento não se pode verificar não dá certo. Para isso, é importante a quantificação. Nas organizações, isso se faz com a construção de indicadores, matéria básica para o controle. Os indicadores mais fundamentais são dados pelos “o que”, “quanto” e “até quando”: sem pelo menos esses três, não dá para verificar atingimento algum! Objetivos podem ser classificados em três níveis: • Objetivos organizacionais (estratégicos): quando se referem ao que toda a organização deseja atingir. • Objetivos setoriais ou departamentais ou metas (táticos e operacionais): são os objetivos de cada parte da organização, que, somados, devem levar aos objetivos organizacionais. • Objetivos individuais (operacionais): são aqueles relacionados com as pessoas (cada um tem o seu conjunto de objetivos na vida) e, dentro da organização, podem ser os objetivos relacionados com cada cargo. Da mesma maneira, os objetivos departamentais são a soma dos objetivos dos cargos que os constituem. 137 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Os objetivos organizacionais são decompostos e desdobrados em objetivos menores até que cubram toda a organização. De modo genérico, esse desdobramento não fica apenas na criação de outros objetivos: esse processo dispara toda uma montagem inter-relacionada de conceitos necessários ao funcionamento da organização. Os objetivos organizacionais, na verdade, condicionam todas as funções do PA, pois incluem até a definição de procedimentos, métodos e normas de funcionamento. Conforme Chiavenato (2003b), os objetivos na organização desdobram-se em níveis de profundidade e de abrangência diferentes, conforme o que pretendem cobrir. O nível de maior abrangência (ou amplitude) é o que tem o menor detalhamento. À medida que a abrangência vai caindo, vai aumentando o nível de detalhamento dos objetivos. Obedecendo a essa escala, os objetivos podem ser assim classificados – da maior para a menor abrangência: • Objetivos organizacionais: trata do que quer a organização como um todo no longo prazo. • Políticas: o estabelecimento de guias para a decisão gerencial. • Diretrizes: linhas mestras que orientam a ação gerencial. • Metas: subobjetivos ou alvos departamentais, de médio e curto prazo. • Programas: conjunto das atividades que realizam as metas. • Procedimentos: métodos para execução dos programas definidos. • Normas: regras para execução de cada procedimento. A figura a seguir dá um exemplo de como objetivos globais (estratégicos) vão sendo desdobrados em objetivos táticos e operacionais.A missão envolve produzir produtos padronizados e customizados para várias aplicações na indústria de ferramentas. 138 Unidade III Estratégia (presidência) 12% de retorno sobre o investimento 5% de crescimento anual Nenhum desligamento de empregado Excelente serviço ao cliente Tácito (diretores) Operacional (supervisores e gerentes de áreas) Vender 1.200.000 produtos a um preço médio de R$ 27,00 Introduzir um novo produto Aumentar vendas em 5% Participar em 19% do mercado Aumentar produtividade em 2% Reduzir ciclo operacional em 3% Produzir 150.000 unidades a um custo médio de R$ 16,00 Reduzir a 7% máquinas paradas Reduzir refugos em até 3% Reduzir ciclo operacional em 3% Visitar um novo cliente a cada 4 dias Visitar um grande cliente a cada 7dias Figura 30 – O desdobramento dos objetivos empresariais Ao relacionarmos o entrelaçamento dos objetivos dos vários cargos dentro de um departamento e, depois, dos vários departamentos com os objetivos da organização, estaremos desenhando uma rede de objetivos. As organizações podem determinar seus objetivos de várias maneiras. Para facilitar o entendimento, podem ser citados dois modos bem distintos: determinação de objetivos “de cima para baixo” ou “de forma participativa”. Quando se tratar do processo de cima para baixo, as pessoas poderão não se identificar com os objetivos propostos, pois eles podem “não dizer nada a elas”, e isso pode resultar em desinteresse e desmotivação. É preciso compreender que tanto os objetivos individuais (aqueles de cada pessoa) quanto os objetivos departamentais e os organizacionais só serão totalmente atingidos se não contrariarem os objetivos das pessoas. É necessário que haja alguma convergência entre esses objetivos todos. Objetivos podem ser motivadores se as pessoas da organização participarem de sua definição, pois, quando alguém ajuda a estabelecer um alvo, sente-se corresponsável pelo seu atingimento. Um dos melhores exemplos desse tipo de aplicação nas abordagens administrativas é o da administração por objetivos (APO), como forma de envolver as pessoas naquilo que a organização deseja atingir. Essa técnica está incluída na abordagem neoclássica, pois foi uma criação dessa escola. A definição de objetivos pelas pessoas envolve conhecer o conceito de grupos, a ser visto mais adiante. 139 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO 8.1.3 Elaboração dos planos Enquanto o objetivo pode ser entendido como o ponto de chegada, os planos podem ser definidos como o caminho a ser seguido. É pela execução dos planos que os objetivos são atingidos. O planejamento é praticado, nas organizações, em três níveis típicos: planejamento estratégico, atribuição da alta gerência; planejamento tático, responsabilidade da gerência intermediária; planejamento operacional, função da gerência de linha. À medida que o planejamento sobe de nível, suas características se intensificam, indo da esquerda para a direita. No nível operacional as características do planejamento são simples, ele é mais certo, mais estruturado e é realizado em curto prazo. Já na outra ponta, no nível estratégico, o planejamento se torna complexo, com incertezas, e não estruturado, além de ser feito em longo prazo. Chiavenato (2003b) explica que os níveis de planejamento apresentam as seguintes características: • Estratégico: genérico, sintético e abrangente; é voltado para o longo prazo e aborda a empresa como um todo. • Tático: é menos genérico, porém mais detalhado; atua no médio prazo e envolve cada departamento da organização. • Operacional: detalhado, específico e analítico; sua dimensão é o curto prazo e abrange cada tarefa ou operação nos departamentos. Esses níveis de planejamento consideram as estratégias e táticas a serem definidas pela organização. A estratégia é a maneira como a organização vai dispor dos seus recursos para se colocar em situação favorável em seu ambiente e atingir os seus objetivos. Ambas, estratégia e tática, são essencialmente a mesma coisa, apenas diferindo em alguns aspectos, como demonstra Chiavenato (2003b): • Estratégia: diz respeito à organização como um todo, voltada para os objetivos organizacionais, visão de longo prazo e definida pelo nível institucional. • Tática: é do âmbito departamental, seu foco são os objetivos departamentais, abrange o médio e o curto prazo e é estabelecida pelo corpo gerencial (nível médio). A organização periodicamente precisa preparar o seu planejamento para fazer frente ao seu futuro. Isso implica, a partir dos objetivos organizacionais, montar os planos que a organização deve executar, e isso envolve o da estratégia organizacional. 140 Unidade III A elaboração desse planejamento organizacional normalmente acontece em dois tempos: tem início com o planejamento estratégico, para se desdobrar em seguida no planejamento tático operacional. Num primeiro momento, a partir de sua visão (aquilo que a organização sonha ser), de sua missão (a sua razão de existir ou o seu negócio) e de suas políticas (orientações ou guias para a tomada de decisão futura), a organização prepara o seu planejamento estratégico (mais complexo, envolvendo incertezas, não estruturado e com visão de longo prazo). É atribuição da cúpula da organização, pois exige visão ampla e grande conhecimento do ambiente. Determina os macro-objetivos que deseja conseguir. O planejamento estratégico é caracterizado por exigir dois tipos de movimento por parte da organização: • O olhar fora, para o ambiente externo à organização, com o intuito de identificar as oportunidades e ameaças que esse ambiente pode proporcionar à organização. • O olhar para dentro, para identificar as potencialidades (pontos fortes) e fraquezas (pontos fracos) que caracterizam a organização, para que possa fazer frente às ameaças e oportunidades. Uma ferramenta indispensável para isso é a matriz SWOT, sigla oriunda das letras das palavras inglesas strengths (S) – forças, weakness (W) – fraquezas, opportunities (O) – oportunidades e threats (T) – ameaças. Exemplos de situações que caracterizam cada um desses aspectos: • Oportunidades: mercado receptivo a novos produtos, baixa concorrência, novas tecnologias disponíveis, novos clientes potenciais etc. • Ameaças: aparecimento de produtos concorrentes, problemas com fornecedores, concorrência acirrada e desleal, aumento da exigência dos clientes, mercados em recessão. • Pontos fortes: boa situação financeira, tecnologia em uso atualizada, produtos inovadores, equipes bem-treinadas. • Pontos fracos: altos custos de produção, baixa produtividade, falta de talentos humanos, gerência despreparada, produtos obsoletos etc. As organizações estão sujeitas a várias oportunidades e ameaças e deverão saber usar seus pontos fortes ou aprimorar seus pontos fracos para poder lidar com as variáveis externas que a impactam. • Pontos fortes versus oportunidades: se a organização dispõe de pontos fortes para aproveitar uma oportunidade, ela deve tirar o máximo possível de proveito. • Pontos fortes versus ameaças: é necessário utilizar-se dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças. 141 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO • Pontos fracos versus oportunidades: nessa situação, as organizações devem desenvolver estratégias que minimizem os efeitos dos prontos fracos, aprimorem esses pontos fracos e possam aproveitar as oportunidades. • Pontos fracos versus ameaças: é uma situação delicada, pois são dois aspectos negativos para a organização. Então, o objetivo é minimizar ao máximo os impactos das ameaças, tentando aprimorar os pontos fracos. 8.1.4 Tomada de decisão Você se lembra da definição “Administrar é resolver problemas”? Pois bem, o planejamento inteiro é uma coleção de problemas. Começa pela definição de objetivos: quais escolher? Essa é a primeira das decisões. É preciso lembrar-se de que a escolha de determinado objetivo significa “a não escolha” de todos os demais objetivos possíveis. Escolhido
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