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UNIDADE 1 A GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES E O PAPEL DOS GESTORES ObjETIvOS DE APRENDIZAGEm A partir desta unidade você será capaz de: iniciar a compreensão sobre o conceito de gestão e organização; compreender como o gestor deve contribuir nas organizações; conhecer as habilidades e competências que o gestor deve possuir. TÓPICO 1 – PRINCIPAIS CONCEITOS DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO TÓPICO 2 – GESTOR COMO PRINCIPAL AGENTE TÓPICO 3 – COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO GESTOR PLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontrará autoatividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos. PRINCIPAIS CONCEITOS DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO 1 INTRODUÇÃO 2 CONCEITOS DE GESTÃO TÓPICO 1 UNIDADE 1 A gestão é um processo que transforma cenários, agrega valor, cria necessidades e multiplica ações que fomentam o crescimento, seja econômico, de bens e produtos/serviços, empresariais ou até mesmo pessoais. O conceito de gestão está vinculado a outros fatores, como: inovação, diferencial e cooperação, pois num ambiente com tantas incertezas devem predominar ações eficazes que consigam alcançar objetivos propostos. Neste momento serão apresentados os principais conceitos que se referem à gestão, conceitos de organização, assim como os tipos de organização e suas funções. A gestão, sem dúvida, é o fator de sucesso das organizações num todo, devendo ser suficientemente trabalhada em prol do alcance dos objetivos organizacionais. O objetivo central da gestão é de planejar e conduzir as ações de forma que o objetivo organizacional seja alcançado no tempo estabelecido. Vejamos alguns conceitos de autores da área: Segundo Howard Carlisle, citado em Robbins (1999, p. 49), “Gestão é definida como o processo pelo qual os elementos de um grupo são integrados, coordenados e/ou utilizados de forma eficaz e eficiente para atingir os objetivos organizacionais”. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-4 Para James Lundy citado em Robbins (1999, p. 85), “Gestão é, principalmente, a tarefa de planejar, coordenar, motivar e controlar o esforço dos outros para uma gestão objetiva. Específico é o que a administração faz. É a tarefa de planejamento, execução e controle”. Já Mooney e Railey, citados em Robbins (1999, p. 15), sugerem que “Gestão é a arte de dirigir e inspirar as pessoas”. UNI Após o que você leu sobre os conceitos de gestão, reflita sobre a importância destes conceitos. Refletindo um pouco mais, perceba que gestão é uma atividade do cotidiano das pessoas que atuam em organizações, seja do setor público ou privado, e ainda, nós, também, utilizamos a gestão em nosso dia a dia, na vida pessoal, pois sempre temos que planejar nossas ações, executando-as e controlando-as, você concorda? Porém, não podemos nos esquecer do objetivo comum que todas as empresas possuem. Sabe qual é? É o lucro. Todas as empresas, independentemente de terem apenas um proprietário ou mais, de ser do poder público ou privado, ou ainda, serem constituídas com o título de ONG, necessitam do lucro, nem que for o lucro para se manterem abertas. Sendo assim, Taylor, um dos maiores nomes da administração, nos diz que: "Gestão é a arte de saber o que você quer fazer da maneira melhor e mais barata". (apud CHIAVENATO, 2003, p. 35). A gestão se caracteriza como algo prático e aplicável nas atividades organizacionais, como: fazer a gestão do setor produtivo. Isso seria diferente de dizer, por exemplo: administrar o setor produtivo. Gestão é onde você exercerá, de forma direta, a influência na execução do plano. Já administração é o ato de você planejar, organizar, controlar, mas sem necessariamente colocar a mão na massa. Podemos associar o ato de administrar à ação diretamente estratégica, e a gestão como algo tático/gerencial, por exemplo, a gestão aplicará o que foi decidido pela administração da empresa. Nas grandes organizações, a gestão é bem definida por meio dos organogramas que definem o papel de cada pessoa, conforme a figura: UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-5 FIGURA 1 – ORGANOGRAMA DE GRANDES ORGANIZAÇÕES FONTE: As autoras Nas pequenas empresas, muitas vezes, não encontramos a gestão dessa forma, onde a mesma pessoa, se desenvolvido um organograma, se encontra em várias funções. A gestão nas organizações deve ser a mais clara e objetiva possível. O gestor deve se atualizar constantemente e repassar à equipe que gerencia as metas a serem alcançadas e os objetivos que a organização tem como primordiais. O melhor conceito de gestão é quando o profissional entende que deverá manter o planejamento no seu curso inicial, independente de influências externas que possam acontecer, alcançando os objetivos organizacionais de forma eficiente. 3 CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO Se recorrermos ao estudo da Escola Clássica, podemos apresentar o conceito de organizações como sendo o conjunto de pessoas que realizam tarefas de forma planejada, coordenada, controlada e organizada, a fim de atingir um objetivo predeterminado. Podemos refletir, exemplificando com um modelo de organização dos mais antigos: a estrutura familiar. As organizações, enquanto sistemas, procuram alcançar um objetivo ou um conjunto de objetivos propostos. As organizações são, portanto, grupos de pessoas que se unem com um objetivo de transformação de diferentes sistemas, através de recursos, a fim de obter um resultado positivo interno e satisfatório externo. Segundo Chiavenato (2003), a administração nada mais é do que UNIDADE 1TÓPICO 1D1-6 a condução racional das atividades de uma organização, imprescindível para sua sobrevivência e sucesso. As organizações podem estar divididas em: informal e formal. A organização informal nasce a partir de relações espontâneas; no caso da organização formal existe uma linha de relacionamentos direcionados. A partir destes entendimentos podemos considerar a real necessidade de racionalizar, planejar de forma estratégica e aperfeiçoar as melhores ações para o sucesso do negócio da empresa da qual fazemos parte. Se as organizações são formadas por grupos de pessoas com objetivos predeterminados, deve-se, portanto, dentro de uma organização, refletir a filosofia padrão do sistema em que se inclui. Ao entendermos também que a organização é formada a partir da necessidade de um processo de transformação de matérias-primas em produtos ou serviços, entendemos que ela não funciona de forma individual, apesar de poderem existir organizações de vários tamanhos. Ao imaginarmos uma organização como um sistema, temos como exemplo que, na elaboração deste Caderno de Estudos, pela sua complexidade, precisamos de vários grupos para executar todos os passos deste processo. Desde o entendimento da necessidade, a complexidade dos sistemas que envolvem sua elaboração, até sua finalização e distribuição do produto ou serviço ao cliente, e lembre-se de que não devem terminar neste momento as ações de uma organização, pois o pós-venda também faz parte de um sistema de excelência. Entendemos que as organizações, atualmente, revestidas de uma alta complexidade e responsabilidade, devem ser profundamente estudadas para que possam atender à dinâmica do sistema e o desafio pela competitividade. Lembre-se de que, quanto maior for a organização, por ser naturalmente mais complexa maior será a necessidade de mecanismos de comunicação, controle e coordenação bem elaborados, para que as dinâmicas de ação estejam adequadas à estrutura organizacional. Apresentamos exemplos de organizações sobre os quais podemos refletir quanto ao seu tamanho, abrangência e finalidade. São organizações religiosas, ONGs (Organizações não Governamentais), organizações internacionais, nacionais, estaduais, municipais, associações, enfim, desde uma pequena loja comercial até as indústrias de grande porte, que transformam e oferecem produtos ou serviços, podem ser consideradas organizações. IMP OR TAN TE! � Administrar é a soma das ações POCC, que provêm de Planejar, Organizar,Coordenar e Controlar; ou PODC, de Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, e os vieses que abrangem o negócio. Hoje ampliado e agregando valor através da gestão do conhecimento e da comunicação. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-7 IMP OR TAN TE! � “Somente uma definição clara da missão é razão de existir da organização e torna possíveis, claros e realistas os objetivos da empresa”. (Peter Drucker) 3.1 OBJETIVOS Se esquematizarmos quais são as funções de uma empresa, veremos, no final, seus objetivos, atividades que resultam em produtos ou serviços. Através de seus recursos, os objetivos são alcançados e reconhecidos pelos resultados positivos esperados com lucratividade ou não, dependendo dos objetivos de cada organização. Ao desenvolver um processo de estrutura organizacional devem-se levar em consideração as pessoas que deverão fazer parte e desempenhar funções na empresa. O comportamento e o conhecimento serão condicionantes no processo de desenvolvimento da organização. Além do conhecimento pessoal, podemos exemplificar algumas das ferramentas auxiliares no processo administrativo utilizando os seguintes programas: Excel, Word, PowerPoint etc. são instrumentos pelos quais os administradores se apoiam a fim de mais facilmente executar suas tarefas diárias com eficiência. Ou seja, não é a tecnologia em si, mas o uso que o mercado faz dela é que define o seu valor, enquanto veículo facilitador para atingir seus objetivos de forma eficaz. A partir deste entendimento de extrair ao máximo o que o mercado oferece e aplicá-lo da melhor forma a favor de resultados positivos ao desenvolvimento da organização, gera um crescimento da empresa no mercado. “Por meio do fornecimento de bens e serviços, as organizações procuram alcançar outros resultados: proporcionar lucro e subsistência para seus proprietários e investidores ou cumprir um papel na sociedade, sem objetivo de lucro”. (MAXIMIANO, 2004, p. 27). Enquanto grupo de trabalho, a proposta do sistema é unir esforços para atingir objetivos predeterminados com ações que agreguem valores através de uma série de variáveis a produtos e serviços. É preciso funcionar dinamicamente com objetivo do retorno econômico compensatório. Portanto, para que uma organização seja bem-sucedida e atenda a seus objetivos é necessário que exista uma gestão formada por empreendedores capacitados e que venha a garantir que a equipe alcance os objetivos propostos pela organização. Os objetivos devem ser específicos quanto aos produtos e serviços que são o foco da organização. Priorizar e elencar de forma criteriosa os objetivos faz parte de um programa organizacional bem elaborado, suficiente para obter resultados de ótimo desempenho. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-8 3.2 RECURSOS 3.3 PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO As organizações são fundamentadas em recursos. Recursos são meios utilizados para vencer obstáculos. Nas organizações deve-se considerá-los como restrições e alternativas funcionais. Para Maximiano (2004), as organizações são grupos de pessoas que usam recursos: recursos materiais, como espaço, instalações, máquinas, móveis e equipamentos, e recursos intangíveis, como tempo e conhecimentos. Recursos dentro das organizações podem ter categorizações diferenciadas. Citamos: – Recursos Organizacionais: Tangíveis (equipamentos) e Intangíveis (informações); – Recursos Financeiros (valores); e – Recursos Humanos (colaboradores). Estes recursos utilizados de forma contributiva e otimizada fazem parte do processo de transformação de uma organização. Se bem delineados os aspectos de cada recurso, o desenvolvimento corresponderá a uma gestão consolidada. As organizações que têm uma gestão de recursos com integração bem estruturados podem ser consideradas como diferencial de qualidade do seu sistema. Um trabalho integrado entre processos, estruturas e recursos transpõe os desafios e as necessidades, abrangendo as oportunidades nesta nova era de práticas gerenciais. As aplicações dos recursos, para se obter resultados e ótimo desempenho, devem estar calcadas na total integração dos sistemas de excelência da organização. Os processos de transformação de uma organização são gerados a partir de recursos utilizados. “Por meio de processos, a organização transforma os recursos para produzir os resultados. Um processo é um conjunto ou sequência de atividades interligadas. [...] Um processo é a estrutura de ação de um sistema.” (MAXIMIANO, 2004, p. 27). Alguns dos processos de transformações comuns às organizações são quanto à produção de bens e de serviços. Os processos de transformação nas organizações são sensíveis à capacidade e à velocidade de transformação organizacional a partir de diversas manifestações da dinâmica empresarial e a necessidade em seu sistema. Para Gallo (2009 p. 135), é comum o entendimento de que a “produção é a maneira ou o conjunto de maneiras pelas quais uma determinada sociedade se organiza a fim de produzir bens materiais que necessita para sua sobrevivência”. Nos processos de transformação, a ação que fomenta a dinâmica da organização é a UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-9 3.4 DIVISÃO DO TRABALHO As influências da estrutura organizacional determinam tarefas específicas que na divisão do trabalho, segundo Katz (1986), podem estar agrupadas por três habilidades: Técnicas (compreensão e proficiência num tipo de atividade – envolvendo método, processo, procedimento ou técnica); Humanas (trabalha eficientemente como integrante de um grupo ou tem aptidões de conduzir o relacionamento entre grupos); e Conceitual (considera a empresa como um todo, reconhecendo a interdependência no sistema), sempre de forma crescente. comunicação. Requer uma estrutura moderna, transformando setores em integrantes de um grande grupo, de forma que o conjunto dos processos de transformação do sistema implique nos resultados de excelência. As melhores práticas organizacionais em processos contínuos de transformação são de adequação ao mercado. Na gestão dos processos de transformação deve ser levado em consideração e feito um estudo diretamente relacionado com cada momento no sistema, para que se possam aplicar as teorias apresentadas de forma prática. Atualmente existe a necessidade de adaptação nos processos organizacionais fundamentalmente mais dependentes da tecnologia. A adaptação ao ambiente externo exige das organizações uma resposta rápida e eficaz nos seus processos de transformação. Para Robbins (2000, p. 407), “É preciso desenvolver uma capacidade contínua de adaptação e mudança”. É, portanto, um processo contínuo de desenvolvimento e transformação. FIGURA 2 – MODELO DE HABILIDADES GERENCIAIS DE KATZ FONTE: Katz (1986, p. 35) “Assim como as organizações são especializadas em determinados objetivos, as pessoas e os grupos que nela trabalham são especializados em determinadas tarefas.” (MAXIMIANO, 2004, p. 28). Devemos então analisar os colaboradores da organização, de forma individualizada ou em grupo, nas restrições e habilidades funcionais identificadas, para melhor aproveitamento, UNIDADE 1TÓPICO 1D1-10 podendo variar dependendo do seu nível na organização, ou alocar em outro papel. Desta forma, convido você a refletir a partir destas palavras de (STONER; FREEMAN, 1999, p. 4): Considere por um instante quantas organizações estiveram envolvidas em trazer-nos o papel no qual este livro foi impresso: madeireiros, uma serraria, fabricantes de vários tipos de equipamentos e suprimentos, caminhoneiros, uma fábrica de papel, distribuidores, companhias de telefone e eletricidade, produtores de combustível, correios, bancos e outras instituições financeiras, e muito mais. Mesmo que um indivíduo sozinho pudesse fazer tudo o que essas organizações fizeram para produzir uma resma de papel [...], ele jamais poderia fazê-lo tão bem ou tão rapidamente. Os administradores são responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso das or- ganizações. Com o crescimento do comércio eletrônico, os administradores precisamestar atentos a novos concorrentes que surgirão do nada, oferecendo produtos e serviços iguais aos que a empresa possui ou melhores. Portanto, caros acadêmicos, podem considerar a divisão do trabalho como parte da Teoria Clássica da Administração, segundo um dos princípios de Fayol, que consiste na especialização das tarefas e das pessoas como objetivo de aumento da eficiência. 3.5 HABILIDADES DO GESTOR Para que o gestor possa exercer um bom trabalho é necessário que ele tenha desenvolvido algumas habilidades essenciais ao longo de sua formação. São elas: habilidade técnica, habilidade humana e habilidade conceitual. A habilidade técnica diz respeito à habilidade do gestor em conhecer os procedimentos, as técnicas e conhecimento necessário e especializado para executar alguma atividade no mercado de trabalho. A habilidade humana é a forma de como o gestor irá se relacionar com outras pessoas da equipe, ou seja, a habilidade de relacionar-se com as pessoas. Habilidade essa que é de extrema importância, quando se trata de supervisão de equipes e trabalho em grupos. A habilidade conceitual é a capacidade de como o gestor percebe a organização num todo, compreendendo e aplicando as técnicas apreendidas durante a sua formação para que possa aplicá-las nas diversas ocasiões e procurar solucionar os problemas por meio dessas técnicas administrativas que ao longo de sua carreira pode conhecer. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-11 4 TIPOS DE ORGANIZAÇÃO Dentro do nosso sistema de gestão, iremos encontrar algumas organizações que se diferenciam pelo método de trabalho. Isso é muito perceptível quando relacionamos algumas delas, no caso, as mais comumente encontradas: as empresas públicas, privadas ou ONGs ou terceiro setor. As empresas, caracterizadas como empresas públicas, têm como objetivo principal a prestação de serviços para a sociedade. Geralmente, são empregados funcionários que passam por um processo de admissão via concurso público ou cargos comissionados. Segundo Dussault (1992, p. 13): As organizações de serviços públicos dependem em maior grau do que as demais do ambiente sociopolítico: seu quadro de funcionamento é regulado externamente à organização. As organizações públicas podem ter autonomia na direção dos seus negócios, mas, inicialmente, seu mandato vem do governo, seus objetivos são fixados por uma autoridade externa. As empresas públicas podem ser do governo federal, municipal ou estadual, e podem se caracterizar como empresa pública unipessoal, onde o patrimônio é próprio e capital exclusivo da União, e também como empresa pública de vários sócios governamentais minoritários, onde a União, por meio do capital dos sócios, é majoritária do capital. As empresas caracterizadas como privadas já possuem outro tipo de gestão, onde o principal objetivo comum entre essas é o lucro. UNI Minha sugestão é de uma pesquisa informal sobre as vantagens e desvantagens na divisão do trabalho. Aproveite um momento dentro de uma organização e troque uma ideia. Faça um paralelo entre a teoria e a prática. DIC AS! O livro QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO?, de Spencer Johnson, é uma história muito interessante sobre administração. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-12 As empresas privadas possuem um planejamento com maior cobrança e controle, onde os responsáveis pela execução devem prestar conta aos proprietários/gerentes ou ainda aos acionistas, se essa for uma empresa de capital aberto, ou seja, onde um grupo de investidores negocia suas ações na bolsa de valores. A missão e a visão de empresa privada, geralmente, são expostas a todos os colaboradores que por fim, trabalham em prol desses valores e objetivos. As Organizações não Governamentais, denominadas ONGs, são empresas que atendem a um bem social de determinada comunidade, localidade, região, estado, país etc., sem visar o lucro financeiro, porém necessitam deste para manter-se em funcionamento. Os recursos de uma ONG, como, por exemplo, mão de obra, muitas vezes, provêm de pessoas que se doam a serviços comunitários. Já recursos financeiros podem vir de doações, ou até mesmo do próprio governo, por meio de capação de recursos ou projetos que visem ao trabalho das ONGs. É importante você estar ciente dos principais tipos de organizações que temos, pois daqui a um tempo você pode estar à frente de uma dessas organizações como gestor e poderá contribuir de forma significativa, seja para um bem social, público ou privado. 5 FUNÇÕES DA ORGANIZAÇÃO Os executivos têm como atividades: - a função de organizar a empresa para que ela possa funcionar na sua totalidade e com qualidade; - planejar as atividades para que possa atingir os objetivos com o mínimo de perdas; - dirigir a empresa na liderança das atividades, garantindo orientação, coordenação e motivação através de sua liderança; - acompanhar e controlar as atividades para constante avaliação dos resultados. Costumamos dizer que o planejamento é o que dá início ao ciclo das funções do gestor, pois é nele que serão definidas todas as metas e objetivos que serão estabelecidos para um determinado tempo, seja de curto, médio ou longo prazo. O planejamento deve ser iniciado com a definição de missão e visão. A missão é a razão de existir da empresa, por que ela foi criada, além de gerar lucros, empregos etc. E a visão é onde a empresa almeja chegar, e chegando lá, ela reformula uma nova visão. Após esse procedimento recomenda-se identificar os pontos fortes e fracos que existem no ambiente interno, ou seja, dentro da empresa num todo e em todos os departamentos. E as ameaças e oportunidades que são identificadas no ambiente externo, ou seja, fora da UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-13 empresa, no mercado junto à concorrência e todos que estão relacionados a fatores externos, como políticas, legislação, entre outros. Após esses procedimentos, inicia-se então a elaboração dos planos de ação, que serão executados, implementados e controlados por pessoas designadas para tais ações. Existem três tipos de planejamento: o estratégico, o tático e o operacional. O planejamento estratégico geralmente é o planejamento realizado pelos superiores da empresa do nível de direção/presidência, e tratam de planos de ação macros para a empresa, onde são definidas as metas e objetivos que irão fazer parte do crescimento da empresa num todo. O planejamento tático é realizado pelo nível hierárquico mediano, os gerentes/ supervisores geralmente são designados e limitados aos setores da empresa, apenas. O planejamento operacional é realizado pela base da pirâmide hierárquica, ou seja, pelos funcionários da parte operacional, que deverão, por sua vez, identificar possíveis melhorias na forma de produzir mais com maior qualidade ou melhorar os processos existentes e, além disso, planejar como irão alcançar as metas estabelecidas no planejamento tático repassado ao setor operacional. FIGURA 3 – PLANEJAMENTO FONTE: Disponível em: <http://www.toptalent.com.br/index.php/2010/07/27/a- importancia-do-planejamento-estrategico-na-sobrevivencia-das-empresas/>. Acesso em: 23 out. 2012. A organização é a função que irá alocar as pessoas em suas respectivas funções de acordo com seu perfil e capacitação. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-14 Na função organizar, podemos destacar como principal agente o organograma, que é um gráfico onde estarão expostos os cargos e pessoas, alocados de forma eficiente para que saibam de que cada pessoa é responsável e por quais setores/produtos/tarefas. A figura a seguir representa muito bem a função organizar, pois é bem nesse sentido que ela é aplicada na prática: cada um no seu lugar e em ordem, de forma identificada e alinhada, para que não haja conflito de informação ou de descumprimento das tarefas. FIGURA 4 – ORGANIZAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://josempreassim.blogspot.com.br/2009/09/organizar.html>. Acesso em: 23 out. 2012. Segundo Maximiano (2000, p. 26), direção “compreende as decisões que acionam recursos, especialmentepessoas, para realizar tarefas e alcançar objetivos”. A direção é função que o gestor irá utilizar para identificar as lideranças e dar suporte necessário para que as tarefas sejam cumpridas. Também é o momento em que deve promover programas de motivação aos colaboradores para que possam estar satisfeitos com o ambiente de trabalho. Chiavenato (1995, p. 102) relata que “é a função que exige a maior dose de flexibilidade, de amortecimento de impactos e, principalmente, de orientação das pessoas quanto ao rumo certo no alcance dos objetivos pretendidos”. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-15 FIGURA 5 – DIREÇÃO FONTE: Disponível em: <http://visualdicas.blogspot.com.br/2010/10/ governar-dirigir-e-gerenciar.html>. Acesso em: 23 out. 2012. O controle pode ser classificado de duas formas: controle organizacional e controle operacional. O controle organizacional diz respeito ao controle num todo da empresa, ou seja, o controle de quanto a empresa almeja aumentar no faturamento. Isso seria parte do controle organizacional que está ligado diretamente aos níveis mais altos da pirâmide hierárquica, ou seja, o nível estratégico. FIGURA 6 – CONTROLE FONTE: Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/inovacoes-tecnologicas/ noticias/0,OI6144088-EI20541,00-Controle+as+despesas+do+lar+no+seu+smartph one.html>. Acesso em: 23 out. 2012. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-16 O controle operacional é o controle que diz respeito aos procedimentos da parte produtiva, como, por exemplo: a produção diária de produtos que devem estar produzidos ao final do dia por cada setor. Funções são tarefas, papéis que se desempenham, com a finalidade comum de atingir os objetivos da organização. Portanto, identificar claramente as funções organizacionais é importante, pois elas envolvem todo o processo de alcançar da melhor forma os objetivos propostos pela organização. Falaremos a seguir nas funções básicas que a maioria das organizações apresenta de forma clara: - Produção; - Marketing; - Recursos Humanos; - Finanças; - Pesquisa e Desenvolvimento. UNI ‘‘A organização que não projeta seu futuro desperdiça o presente”. Almir Fernandes. 5.1 PRODUÇÃO A produção, ou operações produtivas de uma organização que têm por objetivo transformar ou processar a entrada (matéria-prima, insumos ou recursos) em saídas (um novo bem ou serviço), agrega novo valor ao que entrou para atender às necessidades do cliente, seu público-alvo. Portanto, é uma série de atividades que vão desde a concepção de um produto até sua entrega. Para que um processo de produção tenha resultados de qualidade, faz-se necessário um bom planejamento, uma programação eficaz e um controle de sequenciamento operacional. Este processo deve ser analisado de acordo com o tamanho da empresa e proporcionalmente ao que ela comporta na sua produção. A partir deste entendimento é imprecindível analisar no mínimo quatro variáveis comuns a este setor: volume de tarefas, variedade, variabilidade e visibilidade, dentro do sistema. Se considerarmos a produção como parte de um sistema, entenderemos que a produção deve ser administrada, aplicando no processo de qualidade princípios básicos do planejamento. Ackoff (1974 p. 28), através de uma visão interativa, determinou que: “o planejamento participativo, coordenado, integrado e permanente é considerado específico deste momento administrativo, portanto uma gestão de excelência deve atuar considerando essas características”. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-17 UNI As operações organizacionais apresentam a seguinte sequência de ações: Recursos -> Processo Produtivo -> Produtos. 5.2 MARKETING Controle de produção deve ser estabelecido em decorrência de e através de um processo dinâmico e decisório constante utilizando-se da divisão do trabalho. A produção deve contemplar, na sua programação, a elaboração de objetivos com gerenciamento de tempo e deve estar atenta às necessidades, desde a formulação do pedido até a execução e elaboração como transformação, de forma a atender às necessidades considerando a temporalidade, fatores internos e externos pela elaboração de produção predeterminada. FIGURA 7 – LINHA DE PRODUÇÃO FONTE: Disponível em: <http://mmantovani.wordpress.com/artigos/artigo-administracao-da- producao-produto/>. Acesso em: 23 out. 2012. Para Maximiano (2004, p. 30), “a função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários. Abrange as atividades de: “Pesquisa, Desenvolvimento de Produtos; Distribuição; Preço; Promoção e Vendas”. Na perspectiva aqui apresentada, o marketing é visto como função empresarial englobada em um sistema de tomada de decisão, coordenação de processos e avaliação de resultado, pelas atividades que lhe são pertinentes. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-18 • A função do marketing de pesquisa envolve a descoberta dos interesses, das necessidades e tendências do mercado. • A função de desenvolvimento de criação de produtos e serviços é gerada pelo fornecimento de informações. • A função de distribuição através de seus canais e gestão dos pontos de venda. • A função da elaboração do preço gira em torno das políticas estratégicas e comerciais de preço no mercado. • Promoção e vendas é uma estratégia de marketing e comunicação de impacto em curto prazo, gerando maior volume e rapidez nas vendas. Portanto, a contribuição do marketing representa a melhoria na trajetória de relacionamento entre a organização e seus públicos. É uma rede complexa, fundamentada na comunicação sustentada por um grupo de conhecimentos e diversas técnicas através de comunicação midiática de massa para divulgação e comercialização dos seus produtos ou serviços, criando uma “excelente” imagem através das relações públicas da empresa. FIGURA 8 – MARKETING FONTE: Disponível em: <http://sucessonainternet.net/mmn/marketing-multinivel- %E2%80%93-quem-e-o-publico-alvo/>. Acesso em: 23 out. 2012. 5.3 RECURSOS HUMANOS Para Maximiano (2004, p. 31), a função de recursos humanos ou gestão de pessoas tem como objetivos encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. O setor de recursos humanos tem outras funções, como: • Planejamento de mão de obra. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-19 5.4 FINANÇAS • Recrutamento e seleção. • Treinamento e desenvolvimento. • Avaliação de desempenho. • Remuneração ou compensação. • Higiene, saúde e segurança. • Administração de pessoal. FIGURA 9 – RECURSOS HUMANOS FONTE: Disponível em: <http://qmkeditora.wordpress.com/2012/05/24/indicadores- de-recursos-humanos-perguntas-e-respostas-sobre-o-tema-parte-i/>. Acesso em: 23 out. 2012. Os recursos humanos de toda organização têm como característica relevante o equilíbrio de servir aos interesses da organização, e dos colaboradores como a legitimação dos fatos decorrentes da operacionalização da organização, através de atitudes de criatividade. A finalidade da função financeira em uma organização é o gerenciamento de forma eficaz de um conjunto de atividades dos recursos financeiros. Acompanhar através de planos e demonstrações financeiras, na transparência os orçamentos e o entendimento das necessidades de liquidez na organização, pelo fluxo de caixa. Reorientando as captações, evitando desperdícios, e garantir maximizar os resultados para novas aplicações, fazem com UNIDADE 1TÓPICO 1D1-20 que recursos disponíveis sejam incorporados às suas atividades operacionais, gerando novas ações para os recursos disponíveis. Portanto, a função financeira é todo um processo de pagamentos e recebimentos. É uma arte da gestão do dinheiro, das entradas e saídas. A área da contabilidade de uma empresa está integrada à área das finanças. Ações e controle, investimento, financiamento e aplicação dos resultados fazem parte das atividades deste sistema. Toda organização deve ter um plano de ação também para o item finanças. Nesse item, o primeiro passo é a elaboração de um diagnóstico da organização e do negócio. Este diagnóstico deve envolvertodas as camadas da organização, para realizar um relatório minucioso para um plano a curto, médio e longo prazo. É necessário entender a visão e expectativas no mercado econômico em que está inserida. O alinhamento deste processo de administração determinará ações estratégicas que abrem projeção de cenários e tendências de aplicações na área específica de desenvolvimento financeiro na organização. Através de uma análise minuciosa dos recursos financeiros e com uma estratégia de aplicação, temos possibilidades de entender as necessidades da empresa e deve-se ordená-la prioritariamente de acordo com sua empresa, nas seguintes questões: • Investir em matéria-prima? • Investir em mão de obra especializada? • Investir em maquinário? • Investir em capacitação? • Investir em aplicações? FIGURA 10 – FINANÇAS FONTE: Disponível em: <http://bestmix.com.br/cultura/cultura-patua-da-sorte-para- as-financas-best-mix/>. Acesso em: 23 out. 2012. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-21 A estratégia de desenvolvimento a partir do disponível financeiro deverá ter um estudo adequado à realidade e um planejamento adequado para tal. 5.5 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO A pesquisa e o desenvolvimento estão intimamente ligados à função de marketing de uma organização. Um grupo multifuncional deve fazer parte deste grupo, pois é neste sistema que se desenvolvem os produtos ou serviços ligados à organização. As pesquisas direcionam ao processo de inovação e o desenvolvimento à adequação das necessidades estudadas. O desenvolvimento de um produto ou serviço fundamentado em pesquisa tende a ter um melhor aproveitamento devido às visões de tendência do mercado. O cenário empresarial adequado é fundamentado em um planejamento pela pesquisa e estabelecendo prioridades de desenvolvimento. FIGURA 11 – DESENVOLVIMENTO FONTE: Disponível em: <http://saletto.com.br/italo/linhas-de-pesquisa-e- oportunidades-como-aproveita-las/>. Acesso em: 23 out. 2012. UNI Vamos refletir! Se você preferir, reúna-se com alguns outros estudantes e troque ideias, pois entendemos que um maior número de cabeças pensantes pode gerar um maior número de ideias e, consequentemente, um maior número de variáveis possíveis para resolução de problemas. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-22 LEITURA COMPLEMENTAR MODELO ORGANIZACIONAL PARA A GESTÃO DE MUDANÇAS EM ORGANIZAÇÕES Sergio Luiz Braga França Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas 1 INTRODUÇÃO A velocidade na transferência do conhecimento é estratégica para a competitividade das empresas. Este cenário evidencia a necessidade de capacitar gestores que sejam ágeis e competentes para atender aos diferentes anseios das partes interessadas (CAMERON; QUINN, 1999). A tendência para o desenvolvimento das organizações, independente do setor, aponta para mudanças nos diferentes níveis hierárquicos (PINHEIRO DE LIMA, 2004). Essas mudanças envolvem modelos de gestão que estão sendo adotados, considerando o desenvolvimento da tecnologia e do conhecimento. A competição entre empresas vem se baseando em critérios associados à flexibilidade e inovação (BOLWIJN; KUMPE, 1990). Estas características devem ser inerentes às atividades organizacionais e os gestores devem buscar estas competências para atender ao princípio da sustentabilidade organizacional: a empresa necessita estar apta a movimentar-se rapidamente e com efetividade de resultados para atender às demandas do mercado, da sociedade, dos marcos legais, das necessidades de seus colaboradores, acionistas e outros impactados pelo seu processo. Segundo Conner (1995), estas competências convergem para aquelas indicadas pelos conceitos de engenharia de resiliência organizacional. A gestão de mudanças auxilia as organizações na implantação de sistemas de gestão que facilitem a melhoria da competitividade através da eficácia operacional e da aprendizagem da organização. Neste contexto, o indivíduo torna-se elemento-chave e sua capacitação é determinante para o sucesso da organização (FRANCISCO, 2003). Os autores desta pesquisa apresentam revisão de literatura sobre temas que conceituem, inspirem, viabilizem e justifiquem a implantação da gestão de mudanças, integrada com conceitos de gestão do conhecimento, intraempreendedorismo e de engenharia da resiliência. 2 GESTÃO DE MUDANÇAS Oliveira (1995, p. 15) explica que o conceito de mudança ainda não está devidamente esclarecido e consolidado na bibliografia da gestão. Desta forma, a expressão mudança pode ter várias conotações e tratamentos. Para Oliveira (1995, p. 16), deve-se adotar o termo mudança UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-23 quando alterações ou transformações acontecem no contexto em que a organização opera, e outro é se adotar também o termo mudança quando a organização empreende ações para se ajustar a esse contexto. Para compreender os fatores intervenientes nos processos de mudança foram pesquisados alguns autores que apresentam modelos de Gestão de Mudanças. Observa-se que esses modelos preocupam-se, basicamente, em tratar como os líderes das organizações devem perceber a realidade, lidar com paradigmas, perceberem-se a si mesmos, reconhecer o valor dos indivíduos e dos grupos, e sugerir metodologias para a gestão dos processos de mudança. Nas últimas duas décadas, vários autores conceituaram e experimentaram para atender à demanda por modelos de apoio às atividades de gestão das organizações. Podem ser citados, por exemplo: – Kotter (1997) apresenta oito fatores críticos para a eficácia na liderança da mudança. – Hanks (1998) propõe mapas de atitude para os líderes da mudança se prepararem para mudanças constantes. – Kerr e Ulrich (apud BECKER; HUSELID; ULRICH, 2001) aplicaram sete fatores de mudança na General Eletric. – Kaplan e Norton (2001) propõem um modelo de avaliação do desempenho para impulsionar a mudança (cinco princípios básicos para organizações orientadas para a estratégia). – Hammer (2002), no seu livro “A Agenda”, aponta seis fatores críticos de sucesso para preparar as organizações perante as mudanças constantes previstas para o século XXI; e – Cunha e Rego (2003), com um modelo baseado no de Kotter (1997), distinguem as importâncias da liderança e da gestão, porém sustentando que a conjugação de ambas garante o êxito de uma mudança planejada. – Barbosa (2002) aponta os aspectos culturais como imprescindíveis para a efetividade da mudança para alcance das metas organizacionais. O modelo dos fatores críticos para a liderança da mudança de Kotter (1997) é, ainda, muito atual. Kaplan e Norton (2001, p. 343) referenciam os conceitos de Kotter (1997) ao proporem uma nova abordagem do Balanced Scorecard System como um modelo para a condução e comprovação das mudanças utilizando indicadores de desempenho. Os fatores comuns aos “modelos de gestão de mudanças” compreendem a capacidade interna das organizações em desenvolver visão empreendedora em todos os níveis hierárquicos, competente capacidade em identificar o que se sabe, captar e organizar esse conhecimento e utilizá-lo de modo a gerar resultados. [...] UNIDADE 1TÓPICO 1D1-24 3 EMPREENDEDORISMO E INTRAEMPREEDEDORISMO Após estudar a gestão de mudanças e a resiliência nas organizações, inclui-se o tema deste tópico como subsídio ao entendimento da complexidade envolvida no gerenciamento das organizações contemporâneas. A compreensão do gerenciamento passa pelo paradoxo: valorização do espírito empreendedor, identificado no indivíduo e, simultaneamente, incremento nos investimentos para trabalho em grupo e na cultura organizacional. Denomina-se empreendedorismo o conjunto de ações e atitudes tomadas ou praticadas a partir de iniciativas próprias do indivíduo. O dicionário da língua portuguesa Michaelis descreve empreendedor como sendo: “o indivíduo que empreende, que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum; ativo; arrojado; aquele que toma a seu cargo uma organização”. Segundo Bassani (2005), outro conceito importante para o entendimento da contribuiçãoà gestão do conhecimento é o de intraempreendedorismo. Neste conceito considera-se que a utilização do instinto de iniciativa, presente em cada indivíduo, independe do seu status empregatício. Entretanto, para os autores, a partir das observações realizadas, o desenvolvimento deste instinto empreendedor dependerá das oportunidades oferecidas pelas organizações ou sistemas sociais nos quais estes indivíduos atuem. Pinchot (2004) afirma que um trabalhador não precisa afastar-se de uma organização com a qual tem vínculo empregatício para ser empreendedor. Cunha-se então o porquê do termo intraempreendedorismo (intra-corporate entrepreneuring) chamar a atenção dos empresários, àquela época, atentos de que poderia ser uma ferramenta para melhoria da competitividade. Estrutura-se uma metodologia de implementação do intraempreendedorismo que se compõe, sucintamente, nas seguintes etapas: • Criar visão convincente que atraia e destaque esforços de inovação. • Compartilhamento da estratégia de negócios com todos na organização. • Existência de um “patrocinador” para os intraempreendedores. • Realizar o diagnóstico do clima para inovação. • Realizar programa educacional voltado para a criatividade e o intraempreendedorismo. • Organizar equipes intraempreendedoras. • Criar canais de implementação para ideias de intraempreendedores alinhadas com a estratégia. • Apoio à criação de intraempresas com patrocinadores, treinamento e supervisão. Pode-se observar no mercado, de maneira geral, que, quando alguém está trabalhando para si próprio, ou para uma organização própria, esse trabalho tende a ser mais objetivo, mais otimizado e melhor realizado, quando comparado com uma atividade realizada por um funcionário assalariado com ganhos limitados e direitos trabalhistas garantidos. Conclui-se, UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-25 então, que se possível fosse, uma organização onde todos os membros fossem seus donos, ou sócios, ela atingiria melhores resultados que uma similar de composição tradicional. Ainda dentro dessa organização composta, em sua maioria, por trabalhadores sócios ou acionistas, encontra-se uma incógnita: como garantir que, em suas diferentes áreas, todos os membros forneçam o máximo de sua capacidade operacional? Sabendo-se ser único o resultado da organização, como garantir ganhos iguais para todos os funcionários, independentemente do empenho individual, aplicado por cada um deles? Os autores desta pesquisa identificam que a relação entre intraempreendedorismo e a gestão do conhecimento respondem estas perguntas. 4 GESTÃO DO CONHECIMENTO Neste tópico inclui-se a gestão do conhecimento, que se constitui em conjunto de ideias capaz de organizar os anteriores conceitos na construção de um modelo eficaz para o gerenciamento das mudanças. Segundo Stewart (2002), no âmbito de uma organização, “gestão do conhecimento é identificar o que se sabe, captar e organizar esse conhecimento e utilizá-lo de modo a gerar retornos”. O processo da Gestão do Conhecimento tem fases bem definidas, desde a criação do conhecimento até a sua utilização para criar valor para a organização. A Figura 1, adaptada a partir de Korowasjczuk et al. (2000), representa de forma objetiva estas fases. A natureza dinâmica das etapas deste processo exige que as lideranças formais e informais se encarreguem de agir como condutores para que estas etapas não deixem de ser identificadas nas rotinas, cumprimento de prazos e necessidades básicas administrativas de uma organização. O conhecimento pode ser gerado, desenvolvido e compartilhado dentro das fronteiras de uma organização. Kathy Harris et al. (apud KOROWASJCZUK, 2000) identifica uma metodologia do Processo de Gestão de Conhecimento conforme concisamente demonstrado no Quadro 1. O detalhamento das etapas desta metodologia foi complementado pelos autores desta pesquisa, considerando os conceitos de gestão de mudanças, intraempreendedorismo e engenharia da resiliência. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-26 QUADRO 1 – DETALHAMENTO DAS FASES DO PROCESSO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO, A GESTÃO DA MUDANÇA, O INTRAEMPREENDEDORISMO E A ENGENHARIA DA RESILIÊNCIA,. Processo de Gestão do Conhecimento Detalhamento da etapa, considerando-se a gestão da mudança, além da existência de condições para o intraempreendedorismo e as competências da resiliência organizacional. Ações Criação Resulta em novo conhecimento ou nova apresentação do conhecimento já existente. Identificada a visão que mobiliza a visão, necessita-se do desenvolvimento da liderança e da motivação dos componentes da equipe da organização. A contínua mudança é o estado permanente nas organizações contemporâneas. Desenvolver ambiente propício à realização do intraempreendedorismo. Conhecer igualmente as opiniões contrárias é imprescindível, pois permitirá dotar a gestão da mudança de pautas coerentes e consistentes de atuação. Mapear as competências da resiliência organizacional (CONNER, 1995) existentes e planejar desenvolvimento nas carências identificadas. Descobrir Realizar Articular Discutir Captura Requer a articulação de conceitos e discernimento para a captura de conhecimento informal na forma explícita, conversão de informação de uma mídia para outra. A organização de discussão ampla em grupos de trabalho, projetos e “times” para planejamento da mudança requer o estabelecimento de rotinas de registro, de definição da mídia adequada para manter históricos das decisões e das implantações das soluções. A contínua mudança requer a captura das informações e do tratamento dado às diversas questões envolvidas. Tais informações e conhecimentos não podem perder-se. O conhecimento é capital importante para a organização. Digitalizar Documentar Extrair Representar Armazenar Organização Inclui as atividades que classificam e categorizam o conhecimento para navegação, armazenagem e recuperação. Estruturar a conscientização da importância do capital intelectual da organização requer criar sensibilidade para a captura, organização das informações. Isto requer investimento em desenvolvimento de competências e de tecnologia. Estruturar Catalogar Abstrair Analisar Categorizar Acesso Fornecimento ou disseminação de conhecimento, diretamente ou atendendo a um programa de perfil do usuário. A consciência da mudança contínua requer lideranças transformadoras e que permitam autonomia de pensamento para crítica e inovação. Tal consciência autônoma e crítica viabiliza um coerente e adequado acesso aos diversos níveis de informação. Apresentar Mostrar Notificar Achar Utilização Permite que seja feito uso efetivo do conhecimento necessário para a atividade de negócio. A elaboração do planejamento para a mudança, o estabelecimento de lideranças com sentido de empreendedorismo permitem a colaboração espontânea dos membros da equipe da organização e da utilização das soluções relativas ao registro, acesso e utilização das ferramentas relativas à gestão do conhecimento. Mostrar Notificar Achar Desenvolver Desempenhar FONTE: Quelhas e França (2006), adaptado de: Kathy Harris et al. (apud KOROWASJCZUK, 2000). UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-27 [...] 5 CONCLUSÃO E SUGESTÃO DE NOVAS PESQUISAS Verifica-se, sobretudo na última década, um maior interesse de vários autores em elaborar conceitos e modelos de Gestão de Mudanças adaptados às novas tendências. Entretanto, com todo o volume de tempo e de dinheiro investidos, poucos foram os programas que efetivamente alçaram seus objetivos na íntegra. Para os estudiosos e consultores de gestão de mudanças, o verdadeiro problema está na resistência que as pessoas têm em relação à mudança, porque elas não entendem os objetivos e o que se pretende com as mudanças propostas. Na opinião dos autores, isso é causado por falta de comunicação. A organização não se comunica com seu público interno com eficácia sobre qual é a mudança, como e porque ela está sendo feita e não expressa claramente as expectativas do desempenho no futuro. Este estudoprocurou destacar a importância da gestão do conhecimento como um fator fundamental para a gestão de mudanças, pois auxilia a liderança na implementação de novas visões nas organizações e promove a comunicação entre as partes interessadas. As organizações necessitam empenhar-se de forma integrada e multidisciplinar, consolidando um corpo integrado de conhecimento e identificando as ferramentas para promover o gerenciamento das tomadas de decisão de forma adequada. Nos dias de hoje, agir com resiliência é gerar competitividade. Contudo, os reais benefícios do modelo proposto só poderão ser reconhecidos e obtidos se o projeto e a estrutura organizacional se tornarem compatíveis com o conhecimento e a tecnologia a ser introduzida. Com base na fundamentação teórica apresentada, o que se deve fazer e saber é onde estão os limites para que sejam avaliados os riscos e o estágio organizacional. Propõe-se como futuras pesquisas a implantação ou simulação do modelo proposto em organizações de diversos portes e cadeias produtivas. FONTE: FRANÇA, Sergio Luiz Braga; QUELHAS, Osvaldo Luiz Gonçalves. Modelo organizacional para a gestão de mudanças em organizações. XIII SIMPEP, Bauru/SP, p. 1-11, 6 a 8 nov. 2006. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-28 RESUMO DO TÓPICO 1 Caro(a) acadêmico(a)! Neste tópico você viu que: • O conceito de gestão pode ser entendido como a forma de fazer as organizações serem eficientes alocando os recursos de forma eficaz para alcançar os objetivos. • A gestão é aplicada por todas as empresas, independente do tipo de que são constituídas. • O gestor é o principal agente das mudanças nas organizações e deve utilizar-se das funções para fazer um bom trabalho. • As habilidades do gestor são: habilidades técnicas, humanas e conceituais. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-29 AUT OAT IVID ADE � 1 Leia o texto e responda em seguida às questões. A ACME E SEU MERCADO Há uma semana, você foi contratado como estagiário de gerência pela filial brasileira da Acme Alimentos, um conglomerado de capital europeu. Você faz parte do programa: “Executivos de Amanhã”. Isso significa que seu estágio é a porta de entrada para uma recompensadora carreira executiva na Acme. O mercado da Acme é muito concorrido. Nos últimos anos, surgiram empresas de pequeno porte, que são especializadas em determinados produtos (por exemplo, massas ou achocolatados) e que trabalham com as chamadas marcas B. Essas marcas, de preço e custo menor, são consumidas pelo mercado de baixa renda, que é muito maior que o mercado das marcas de primeira linha, formado pela população das faixas mais altas de renda. As grandes empresas concorrem umas com as outras no mercado das marcas de primeira linha e não têm conseguido, até agora, ser competitivas no mercado de baixa renda. Para complicar, as marcas alternativas vêm sistematicamente melhorando a qualidade de seus produtos. Isso ganha a fidelidade de seus consumidores tradicionais e pode representar, em algum momento, uma ameaça no mercado de alta renda. Todas as grandes empresas reagem a esse cenário com pesados investimentos de marketing e P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), procurando desenvolver continuamente produtos e marcas novas, para conquistar nichos de mercado e consolidar suas posições tradicionais. Em outros países, a conjuntura não é muito diferente. A principal diferença é a participação menor das marcas B nos mercados dos países mais desenvolvidos. Nos países emergentes, a situação é muito parecida com a do Brasil. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS Com esse cenário, o desenvolvimento de novos produtos é uma área extremamente sensível para a companhia. Nos últimos anos, a Acme teve altos e baixos em suas atividades de Desenvolvimento de Novos Produtos (DNP). Houve sucessos estrondosos, como os flocos de milho com sabores e as pizzas prontas, e alguns fracassos, como uma papinha para bebês, que não conseguiu concorrer com outras marcas e não sobreviveu. UNIDADE 1TÓPICO 1D1-30 DETALHES ADICIONAIS Neste momento, você está lendo diversos documentos, por solicitação da Diretora da DNP. Analise cuidadosamente esses documentos para responder às perguntas que estão no final. 1 ATA DE REUNIÃO DO COMITÊ DE NOVOS PRODUTOS (RESUMO) Presentes: Isabela (DNP), Aaron (Marketing), João Paulo (Produção), Adriana (Administração e Finanças). • Os procedimentos para a criação e o lançamento de novos produtos deverão ser aprimorados. O objetivo é aumentar a taxa de acertos e diminuir os erros com os novos produtos. • O comitê decidiu promover um tipo de competição interna, para estimular o aparecimento de um “campeão de projeto” – ou seja, uma pessoa que assuma o desenvolvimento das oportunidades de novos produtos. A empresa pode usar esse procedimento como uma espécie de teste para descobrir gerentes em potencial. A pessoa que assumir com garra esse papel estará mostrando as competências que desejamos e deverá ser encaminhada para posições executivas em futuro próximo. • Foi mencionado por todos os presentes que é importante a empresa dispor de um sistema de geração contínua de ideias de novos produtos, para ficarem em um “banco de ideias” e serem exploradas oportunamente. • A formação de equipes multidisciplinares continua sendo um problema que deveremos atacar brevemente e com força. Toda nossa experiência de sucessos e fracassos mostra que essas equipes são um dos fatores críticos de sucesso no lançamento de novos produtos. 2 MENSAGEM DA DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS PARA A DIRETORIA DE DNP • Existe uma forte associação entre criatividade e capacidade de inovação, entendendo-se criatividade como competência humana e inovação como competência organizacional. Em resumo, muito de nossa capacidade de inovação depende de pessoas criativas e de um ambiente que estimule a inovação. • Por outro lado, criatividade não basta. É preciso que alguém assuma a responsabilidade por transformar uma ideia em um produto, gerenciando todo o processo, desde o estudo da viabilidade até a entrega ao cliente, passando pelo desenvolvimento do processo produtivo e dos fornecedores etc. Atualmente, a figura do gerente de projeto é um componente essencial tanto do processo de criação quanto da chegada da inovação ao mercado. UNIDADE 1 TÓPICO 1 D1-31 • A escassez de bons gerentes de projeto é um problema que afeta muitas organizações, inclusive a nossa. A diretoria está consciente desse problema e deveremos atacá-lo em breve, de alguma forma. • Uma das medidas que devemos tomar é a seleção de candidatos que demonstrem não apenas um bom domínio de sua área de competência, como também uma visão de negócios e sensibilidade para problemas gerenciais. FONTE: Revista Exame, 18 set. 2002. QUE DEVE SER SOLUCIONADO: 1 Quais são os problemas e as oportunidades principais que a Acme está enfrentando? 2 Que planos a Acme deve preparar para lidar com esses problemas e oportunidades? 3 O que você deveria fazer para projetar uma imagem de “campeão de projeto”? UNIDADE 1TÓPICO 1D1-32 GESTOR COMO PRINCIPAL AGENTE 1 INTRODUÇÃO 2 DEFINIÇÃO DO PAPEL DE GESTOR TÓPICO 2 UNIDADE 1 Ao estudar os conceitos de gestão, podemos perceber o quanto é abrangente a tarefa do gestor nas organizações. Para tanto é muito importante estudarmos o papel do gestor e quais são as principais características desse agente de inovações em nossa sociedade. Existe ainda o gestor que se mostra mais carismático, mais “amigo”, que denominamos líder, além de líderes dentro da própria equipe. E quando não há esse carisma pelo grupo, como denominamos? No Tópico 2 nós iremos descobrir a importância da função do gestor frente à organização e à sua equipe. Está preparado? Então, vamos à leitura! Os indivíduos, em suas atuações, no comprometimento de suprir necessidades e atingir objetivos, atendendo a diferentes expectativas em diferentes ambientes, acabam por atuar de forma clara como um gestor. O bom gestor acerta de forma ampla quando tem vários pequenosacertos, pois, como em uma engrenagem, se existe interatividade nas ações e nos setores e de forma individual cada um deles trabalha sob uma forma de gestão, do seu tempo, de suas atividades, de suas qualidades, consequentemente todo o amplo complexo do meio ambiente é influenciado pelas ações e os resultados terão um alto grau de êxito. Através de conhecimentos adquiridos, qualificações pela prática e a competência, deve-se gerenciar as próprias qualificações e possíveis contribuições enquanto atua no papel de gerente. UNIDADE 1TÓPICO 2D1-34 Característica comum aos gerentes e a todos nós: • devemos saber como lidar com pessoas que são singulares; • devemos executar uma grande variedade de tarefas a um ritmo incessante; • devemos saber lidar com o imprevisível, tudo muda constantemente; • saber articular em conflitos que precisam ser solucionados imediatamente; • tomar decisões à medida que surgem; • entender o sistema para poder alterar as prioridades. QUADRO 1 – OS 16 DEVERES DO GERENTE SEGUNDO FAYOL I Assegurar a cuidadosa preparação dos planos e sua rigorosa execução. II Cuidar para que a organização humana e material seja coerente com o objetivo, os recursos e os requisitos da empresa. III Estabelecer uma autoridade construtiva, competente, enérgica e única. IV Harmonizar atividades e coordenar esforços. V Formular as decisões de forma simples, nítida e precisa. VI Organizar a seleção eficiente do pessoal. VII Definir claramente as obrigações. VIII Encorajar a iniciativa e o senso de responsabilidade. IX Recompensar justa e adequadamente os serviços prestados. X Usar sanções contra faltas e erros. XI Manter a disciplina. XII Subordinar os interesses individuais ao interesse geral. XII Manter a unidade de comando. XIV Supervisionar a ordem material e humana. XV Ter tudo sob controle. XVI Combater o excesso de regulamentos, burocracia e papelada. FONTE: Maximiano (2000, p. 57) A partir do entendimento e do conhecimento podemos tomar decisões. Do conhecimento podemos afirmar que existem no mínimo duas linhas. A linha do conhecimento explícito e tácito. O explícito, como a própria palavra insinua, devem ser explicitados e explicados através de esquemas, códigos de escrita ou fala, de forma que as pessoas possam fazer o entendimento e uso através das orientações. O tácito é aquele formado pela ação em si, o que dificulta a possibilidade de transmitir, pois é fundamentado em experiência individual. Vivemos em uma constante dinâmica produção de conhecimentos pessoais e corporativos. Necessitamos nos capacitar ininterruptamente para então, processar, classificar, armazenar, recuperar e organizar os dados, transformando as informações em conhecimento administrativo. 2.1 VOCÊ COMO ADMINISTRADOR DE SI PRÓPRIO Ao administrar suas necessidades para atingir seus objetivos, trace metas claras e UNIDADE 1 TÓPICO 2 D1-35 simplificadas, conectando as suas várias áreas de conhecimento para gerir as tarefas com maior e melhor eficiência. Somos sujeitos, portanto somos subjetivos. E a cada indivíduo pertence um significado dependendo do contexto em que se está inserido, enquanto meio ambiente e mercado. Para um autodesenvolvimento precisamos ter clareza em certos pontos. Portanto, questione-se: • Quais são meus objetivos principais? • Qual é o meu objetivo específico? • Quais deverão ser minhas ações para alcançar meus objetivos? • Quais são os meios que devo utilizar para atingir de melhor forma meu objetivo? • Tenho os meios para alcançá-lo? • Qual é o custo de minhas ações? • Quando pretendo atingir meu objetivo? FIGURA 12 – ADMINISTRADOR FONTE: Disponível em: <http://suacarreira-saojose.blogspot.com. br/2011/12/administrador-com-maiusculo.html>. Acesso em: 23 out. 2012. Se você tem respostas claras para as perguntas apresentadas, ou algumas outras similares, e se as interpreta corretamente e de forma realista, mesmo em um sistema complexo, você conseguirá realizá-las. Se você tem o conhecimento claro de seus objetivos, suas limitações e capacidade de ação, terá o controle dos problemas e consequentemente fará uma excelente gestão de sua capacidade em decorrência das suas necessidades, com controle e flexibilidade para alteração de algum objetivo, durante o percurso. O reconhecimento da sua responsabilidade é o aperfeiçoamento da capacidade da própria aprendizagem. A organização UNIDADE 1TÓPICO 2D1-36 individual é fundamental para uma excelente gestão pessoal, para que se minimizem os riscos e perdas, a partir do entendimento e controle das informações, para ações eficazes. UNI Precisamos ter autoconsciência, competência, flexibilidade e confiança que asseguram a capacidade de empreender, avaliar criticamente cada situação. Só assim podem ser administradas ações com qualidade e sucesso. 2.2 ADMINISTRAÇÃO NAS PROFISSÕES TÉCNICAS 2.3 ADMINISTRAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Contribuir para uma melhor atuação, a formação técnica de administradores disponibiliza, por meio da informação, a transmissão de técnicas para compreensão, análise e questionamento de conhecimentos, a utilização de técnicas e ferramentas para o exercício de sua função, bem como dá competência na capacidade de avaliação para tomada de decisões, considerando formas de atuação, situação e ambiente em que se está inserido. Entendendo o foco se claramente direcionado à formação, primeiramente do cidadão e, em um segundo momento, do profissional de mercado, e com a exigência do próprio mercado, a formação técnica apoiada a resultados imediatos com foco de rentabilidade organizacional. O primeiro passo é conhecer a arte de gerenciar. Digo que é uma arte, pois não existe uma fórmula exata para alcançar resultado totalmente perfeito. Devemos, sim, melhorar nossa atuação. Como podemos melhorar nosso gerenciamento? Ao administrar qualquer atividade, devemos estar preparados para gerenciar mudanças. Administrar significa atuar dinamicamente, pois o processo de gestão é desenvolver a assertividade a partir de um processo de gerenciamento de mudanças, adequações, gerenciamento de crises, planejamento, priorização, analisar as possibilidades, elaborar estratégias para aperfeiçoar os processos e atingir os resultados pessoais e consequentemente na estrutura operacional. Deve-se estudar suas habilidades para desenvolver os aspectos de qualificação gerencial. Os aspectos de gerenciamento percorrem várias atividades em vários níveis. Portanto, estudar e entender a organização da qual fazemos parte é o primeiro passo. Devemos entender e estar familiarizados com o mercado em que a organização está inserida, através de competências gerenciais. “Uma estrutura organizacional deve ser adequada para determinadas tarefas em determinadas condições e determinadas épocas”. (DRUCKER, 2002, p. 274). Ou seja, UNIDADE 1 TÓPICO 2 D1-37 3 ESTUDOS SOBRE GERENTES diferentes estruturas organizacionais ou atuando em diferentes épocas, podem obter as mesmas tarefas com diferentes resultados, embora que com eficácia seja comprovada a gestão do negócio. Então, como posso garantir que minha atuação realmente esteja nos altos padrões? Devemos focar em gerenciar atividades e processos de forma individual observando o todo. Ao entendermos a dinâmica de uma administração, veremos que uma atuação competente parte da comunicação como principal aspecto de desenvolvimento não só interno, mas também externo à sua estrutura. Prover para atingir resultados faz parte da gestão competente. Dentro do processo de administração de uma empresa, existem vários fragmentos que estão direta e indiretamente interligados como em uma teia, e devem ser claros ao gestor. Ser flexível; ser proativo; estar aberto a inovações; satisfazer necessidades; estabelecer uma comunicação clara e objetiva. Voltando aos teóricos clássicos, em que planejar, organizar, motivar e controlar são processos administrativos e gerenciais, vemos que: - Planejar é o ato de decidir de que forma será efetuada determinadaatuação, quem está envolvido, e em que tempo se pretende alcançar o objetivo traçado. – Organizar é manipular a forma de realização das ações dentro da situação planejada. Motivar é exercer o papel de líder no bom andamento do trabalho em conjunto e estimulando um resultado como parte de uma equipe de excelência a cada passo. Controlar é o monitoramento do progresso do trabalho frente à atuação planejada. Toda organização tem pessoas que atuam em determinados papéis com tarefas funcionais. Essas tarefas funcionais devem ser tratadas com ênfase às necessidades de cada organização. Essas pessoas respondem, portanto, ao comportamento de sucesso da organização. Organizações de sucesso têm o entendimento de que a ênfase na gestão do conhecimento do pessoal é refletida a partir da maneira como os gerentes tratam os colaboradores da organização. É relevante afirmar a posição diferencial para o coaching, que permite aos colaboradores um assessoramento e treinamento contínuo e em longo prazo. Para que a produtividade seja decorrente de uma eficiente gestão e para ficar claro, devemos lembrar que o papel do gerente existe com objetivo de garantir resultados, a partir da visão que tem, e faz o melhor uso possível dos recursos financeiros, de materiais e humanos que a empresa oferece. Consequentemente, o empenho dos gerentes agrega valor aos recursos utilizados nas empresas. O papel do gerente é fundamentado em tomadas de decisão. Como ele não pode fazer tudo sozinho, deve refletir sobre as seguintes questões: - O que fazer, como fazer e, fundamentalmente, como conseguir que isso seja bem feito por outras pessoas do grupo. Portanto, o que delegar?, a quem delegar?, e como delegar? são questões que devem reger o dia a dia dos gerentes. Os gerentes e gestores são aqueles que na direção de uma equipe exercem uma função de liderança, e de comprometimento com a organização. Estes papéis caracterizados por estratégias de conduta devem ser regidos por uma conduta ética e de comprometimento com resultados positivos à empresa. Ele atua frente às necessidades e na construção de resultados através dos recursos disponibilizados na empresa. UNIDADE 1TÓPICO 2D1-38 3.1 PAPÉIS INTERPESSOAIS 3.2 PAPÉIS DE PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES O papel da comunicação é o principal, o mais estudado e aplicado nas atuais organizações. Este cuidado deve-se às diferenças individuais, tanto nas características de personalidade, quanto ao meio socioeconômico a que pertence. O fluxo comunicacional deve ter características distintas a cada público e ser levado em FIGURA 13 – PROCESSO DE COMUNICAÇÃO FONTE: Kotler e Keller (2006) Os ruídos, como mostra a figura, devem ser evitados, pois, caso contrário, as informações podem chegar de forma distorcida ao receptor da mensagem. Ao transmitir a mensagem, observe os diferentes personagens que compõem esse processo e que o feedback, ou seja, o retorno sobre determinado assunto ou ação, deve ser realmente esclarecedor. Algumas empresas não fazem a prática de dar o feedback, e isso é tão grave que provoca desmotivação por parte de indivíduos que compõem a equipe. A comunicação deve ser, portanto, bidirecional e interativa. Assim, entende-se que existe a necessidade da motivação para o desenvolvimento da gestão correta da comunicação, principalmente pelo excesso de informações que nos chegam a cada instante, não só pelos meios midiáticos (jornais, televisão, rádio, internet etc.), como também pelo potencial humano de comunicação. UNIDADE 1 TÓPICO 2 D1-39 4 LÍDER X CHEFE Dentro das organizações, com certeza, você já percebeu que existem pessoas que nos inspiram e motivam, pessoas que agregam valor e estão sempre dispostas e aparentemente sempre estão de bom humor e proativas a contribuir, mesmo que não seja a sua área de trabalho. Também, já, com certeza, deparou-se com pessoas que, por sua vez, pressionam, oprimem, são autoritárias ou fazem uso do cargo para tal situação. Muitas vezes, não motivam e apenas nos fazem trabalhar arduamente para alcançar os objetivos sem perguntar se estamos felizes. Com certeza já passamos ou vimos algo desse tipo acontecer na empresa em que trabalhamos ou em que algum colega trabalha. Sabe como chamamos isso? De liderança ou de chefia. Isso mesmo, temos situações em que encontramos pessoas que são denominadas líderes, e outros chefes, por possuírem características distintas e exercerem o trabalho de forma diferenciada na conjuntura organizacional. Jordão (apud NEZ, 2008, p. 3): “Liderar é a arte de conduzir as pessoas para que façam o que é necessário por livre e espontânea vontade. É conseguir que seus liderados queiram fazer o que precisa ser feito”. Chefiar é fazer um grupo trabalhar para que sejam atingidos os objetivos (NEZ, 2008). Machado (apud NEZ, 2008, p. 4) afirma que “o chefe busca quase o tempo todo surpreender o funcionário fazendo alguma coisa errada”. Machado (apud NEZ, 2008, p. 7) caracteriza os tipos de chefes em: O primeiro é o chefe “CORDA NO PESCOÇO”. Está sempre nervoso e colo- cando a sua equipe, ou melhor, os subalternos para trabalhar a todo custo e sem reconhecimento. Outro chefe é o “CADEIRA DE BALANÇO”. Seu discurso é sempre o mesmo: “antigamente era muito melhor, hoje tudo está mais difícil”, “antigamente nós tínhamos mais liberdade e autonomia, mas hoje não posso consideração pela rede de comunicação. Lembrando que os processamentos das informações de forma diferenciada esbarram nas questões de personalidade e culturais. Portanto, é necessário que se criem modelos de gestão da comunicação corretos, para atingir os diferentes públicos, internos e/ou externos, dependendo a quem, como e qual objetivo se quer atingir. A partir das informações detalhadas coletadas, pode-se gerar um banco de questões “alerta“ consolidando o processamento de informações como FAQ (Frequently Asked Questions). Questões, que são frequentemente pedidas, devem compreender entendimentos e ações constantes da organização. São informações em que a organização tem padronização e que indicam também orientações. UNIDADE 1TÓPICO 2D1-40 nem comentar, se não sou demitido”. Há outro ainda que é o “CADEIRA DE PRAIA”, este gosta mesmo é de uma mordomia. Não quer fazer nada e tudo fica nas costas da sua equipe. Para ele tudo está bem, o negócio é ir “tocando o barco”. Frases do tipo: “mês que vem a gente vê isso...”, ou, “não mexe com isso aí...” são palavras típicas deste chefe. Em seguida, temos um quadro que representa as principais características que diferem o líder do chefe. QUADRO 2 – DIFERENÇA ENTRE LÍDER E CHEFE Líder Chefe Principal objetivo é catalisar mudanças essenciais à empresa. Principal objetivo é controlar o que se faz na empresa. Facilitador, gerando aprendizagem. Gerencia através de ordens. Fazer a coisa certa. Fazer certo as coisas. Voltado para o longo prazo. Voltado para o curto prazo. Pensa em termos de inovação. Pensa em termos de manutenção. Potencializa o poder das pessoas abrindo espaços para sua atuação. Limita e define de forma estrita a área de atuação dos subordinados. Enfoca o desenvolvimento, o futuro. Enfoca a administração, o presente. Dá o tom e a direção, dentro e fora da empresa. Dá o ritmo, somente dentro da empresa. FONTE: Disponível em: <http://paulojunior.net/lider-x-chefe-diferencas-que-trazem-bons-resultados/>. Acesso em: 23 out. 2012. E você, amigo, se identificou como líder ou chefe? O líder, muitas vezes, não tem o cargo de chefia, mas se destaca no meio da equipe por seu carisma e ideias que conquistam o respeito da equipe. Outras vezes, o líder pode ocupar o cargo de chefia e ser um chefe com características de líder, ou seja, o chefe por sua vez, pode chefiar a equipe por uma posição hierárquica, mas ter as características de um líder, algo que seria o ideal. Em outras vezes, o chefe pode apresentar as características típicas de um chefe, onde o respeito é conquistado por que ele se encontra numa posição hierárquicafavorável à situação. Vejamos os principais estilos de liderança, assim como suas características. 4.1 ESTILOS DE LIDERANÇA Uma pergunta que não quer calar: afinal, qual é o melhor estilo de liderança para se adotar perante uma equipe? UNIDADE 1 TÓPICO 2 D1-41 Primeiramente, precisamos entender que cada equipe tem sua particularidade e necessidade de lideranças distintas, dependendo da situação. Podemos iniciar relatando os principais estilos de liderança de um gestor: o líder autocrático, o líder democrático e o líder liberal. O líder autocrático: é o líder que “impõe” as atividades a serem executadas para sua equipe e não gosta muito de negociar as situações ou ações. Esse tipo de liderança pode ser aplicado em equipes em que a situação não permita ter muita liberdade, como, por exemplo, num setor produtivo, onde existem metas diárias a serem cumpridas e entregues. O líder democrático: esse tipo de líder costuma dividir as responsabilidades com sua equipe, delegando algumas tarefas, porém tem uma característica mais de depender dos demais para executar ou decidir algo. Esse tipo de liderança pode ser aplicado em setores onde se permita que a equipe faça sua autogestão em partes, como, por exemplo, num departamento comercial, onde os vendedores fazem seus próprios relatórios, rotas de vendas, e o líder orienta como fazer e emite um parecer ao final do período ao seu superior. O líder liberal: esse tipo de líder é o mais “bonzinho”, porém ele cobra resultados e apoia a equipe para que o resultado seja alcançado. Geralmente o grau de instrução e comprometimento da equipe deve ser alto, para que não se perca o foco durante a execução das tarefas. Pode ser aplicado numa equipe que elabora campanhas de marketing, por exemplo, onde a equipe irá criar com base no que foi exposto e o líder ao final irá cobrar que o resultado seja eficaz para apresentar ao cliente. QUADRO 3 – ESTILOS DE LIDERANÇA FONTE: Disponível em: <http://www.zamplex.com/gestao/curso-de-formacao-e-retencao-de-lideres- parte-2/>. Acesso em: 23 out. 2012. A figura, a seguir, nos mostra o quanto o indivíduo possui de liderança e seu comportamento. Percebam que o estilo 1 de liderança (E1) possui um comportamento e direção de alto grau, porém baixo apoio na liderança. Já no estilo 2 (E2), que é a fase do treinamento, percebemos que existe um alto grau no comportamento de direção e também no apoio. UNIDADE 1TÓPICO 2D1-42 FIGURA 14 – ESTILOS DE LIDERANÇA FONTE: Disponível em: <http://jaimeflach.com/tag/lideranca-situacional/>. Acesso em: 23 out. 2012. A cada etapa nos diferentes estilos de liderança, existe evolução tanto para o líder quanto para os liderados. O líder pode ser dotado de várias características ao mesmo tempo, porém com tendência para uma ou outra onde poderá desenvolver maiores habilidades e competências. LEITURA COMPLEMENTAR DESAFIOS DA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E GESTÃO DE PESSOAS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Maria Cláudia PestanaI Pedra Margarete de Siqueira Guidil PiresII Vânia Martins Bueno de Oliveira FunaroIII Assako Sumiyasu UtuyamaIV Floripes de Moura PachecoV Teresa Beatriz Nunes GuimarãesVI No estilo 3 (E3), veja que o cenário já é outro, onde existe o comportamento de alto grau de apoio e baixo de direção. E no estilo 4 (E4), comportamento de baixo grau de apoio e baixo grau de direção onde é a fase de delegação, ou seja, onde o líder vem a se impor com maior intensidade. UNIDADE 1 TÓPICO 2 D1-43 I Supervisora técnica do Serviço de Tratamento da Informação. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP, E-mail: <pestana@usp.br >. II Supervisora técnica do Serviço de Atendimento ao Usuário. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP, E-mail: <pmags@usp.br>. III Supervisora técnica do Serviço de Informação Documentária e Circulação. Faculdade de Odontologia – USP, E-mail: <vaniamar@usp.br>. IV Bibliotecária. Escola de Enfermagem – USP. V Bibliotecária. Instituto de Estudos Brasileiros – USP. VI Bibliotecária. Museu de Zoologia – USP. INTRODUÇÃO Durante o processo econômico mundial, tivemos a evolução de uma economia essencialmente agrícola para a industrial. Atualmente, podemos dizer que, além da industrial, temos a “economia do conhecimento”, pois a sociedade que tem acesso à informação pode tanto dominar setores como desenvolvê-los (ANDRIANI & ZOMER, 2002). A partir disso, então, define-se que a sociedade do conhecimento tem como ponto central o “saber”, pois “o conhecimento, enquanto força de produção, representa o ponto nevrálgico entre os países centrais e periféricos” (CARVALHO & KANISKI, 2000). Portanto, o conhecimento tem como consequência a geração de riqueza para quem o possui. Desde o início da sociedade, a biblioteca tem sido uma das responsáveis pela organização da informação, tornando-se uma “acumuladora de conhecimento”, não necessariamente uma disseminadora. Com as novas tecnologias de apoio e com a mudança de postura do bibliotecário, podemos verificar que houve avanço nessa divulgação. No caso da tecnologia, tivemos como principal acontecimento a internet, que elimina barreiras geográficas, e temporal, tornando o mundo globalizado. Apesar dessas facilidades, podemos dizer que na internet ainda impera o caos informacional, pois, conforme Carvalho & Kaniski (2000, p. 37), “é ilusório defender que a aplicação das tecnologias da informação elimina a necessidade da organização do conhecimento”. Para que exista essa organização, deve-se estabelecer parcerias entre instituições para que haja acesso à informação útil de maneira rápida, eficaz e eficiente. Quanto à postura do bibliotecário, este já não é mais visto como simples guardador de livros, mas sim como gerente e administrador, tanto de pessoas como do conhecimento. Portanto, deve ser uma pessoa ágil e dinâmica, com uma visão moderna de gestão e organização. “Enfim, as bibliotecas saíram, ou devem sair da postura de armazenadoras de informação para assumir uma postura centrada no processo de comunicação, o que significa abandonar a filosofia de posse e investir na filosofia de acesso. Esse investimento envolve o compartilhamento de recursos informacionais, o trabalho em rede, minimizando pontos deficitários e eliminando UNIDADE 1TÓPICO 2D1-44 barreiras. Nesse sentido, as tecnologias da informação representam a possibilidade mais concreta para expandir a cooperação interinstitucional e com isso ampliar e diversificar os pontos de acesso à informação”. (CARVALHO & KANISKI, 2000, p. 37). Para isso, é necessário que existam pessoas capacitadas para atender às necessidades da instituição e dos clientes, o que deve considerar a questão da gestão de pessoas, incluindo aí a liderança, o trabalho em equipe com pessoas motivadas e a capacitação de recursos humanos. [...] COMPETÊNCIAS REQUERIDAS Para o processo de desenvolvimento de gestores, Rhinesmith1 (1993, apud VERGARA, 2000) propõe as seguintes competências: • Mentalidade: o profissional deve ter uma constante adaptação ao novo, verificando as dificuldades e transformando-as em oportunidades. Busca constantemente estar aberto a si próprio e a novas propostas do grupo, mudando a direção e conduta quando necessário para melhor desempenho da instituição e do trabalho em equipe. • Características pessoais: - Conhecimento amplo e profundo dos aspectos técnicos e do negócio para que possa contribuir de maneira efetiva no processo competitivo. - Conceituação: capacidade de lidar com o pensamento complexo e abstrato, direcionando para a análise e síntese da situação apresentada na organização. - Flexibilidade: habilidade necessária de lidar com mudanças rápidas, permitindo melhor liderança com os processos. - Sensibilidade: estar sensível às diferenças individuais apresentadas no grupo. Para tanto, é necessário estar ligado ao processo – não só emocionalmente equilibrado, mas também predisposto a receber outros pontos de vista, questionando, quando necessário, suposições,
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