Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 026 1 14.6 – Torque: CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Por quê a maçaneta de uma porta sempre fica no lado oposto às dobradiças e não no meio da porta, por exemplo ? Eixo de rotação fixo (dobradiças) Vista superior Eixo de rotação fixo (dobradiças) Direção radial Direção tangencial Aula 026 2 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Para abrir uma porta (fazê-la girar em torno do eixo das dobradiças), não basta aplicar uma força... Vista superior 𝑭 Vista superior 𝑭 Por exemplo, forças aplicadas na direção radial não fazem a porta girar (abrir ou fechar) independentemente do seu módulo. Aula 026 3 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Além do módulo da força, também o ângulo de aplicação e a distância ao eixo de rotação são importantes para produzir um movimento de giro como o de uma porta abrindo. Eixo de rotação fixo (dobradiças) 𝒓 𝑭 𝝋 A grandeza física que leva em conta esses fatores é o torque 𝝉. Ele representa a ação de giro de uma força, resultando numa aceleração angular 𝜶 . Aula 026 4 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Eixo de rotação fixo (dobradiças) 𝒓 𝑭 𝝋 𝑭𝒓𝒂𝒅 = 𝑭 ∙ 𝐜𝐨𝐬𝝋 𝑭𝒕𝒂𝒏 = 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝑭𝒓𝒂𝒅 componente de 𝑭 na direção radial, não causa torque 𝒓 distância do eixo de rotação ao ponto de aplicação de 𝑭 𝝋 menor ângulo entre as direções de 𝒓 e 𝑭 𝑭𝒕𝒂𝒏 componente de 𝑭 na direção tangencial, responsável pelo torque Aula 026 5 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos O torque é calculado como: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 Podemos olhar para essa fórmula de duas maneiras diferentes: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 Unidade: [N.m] 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭𝒕𝒂𝒏 𝒓 𝑭𝒕𝒂𝒏 = 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝝉 = 𝑭 ∙ 𝒓 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝝉 = 𝑭 ∙ 𝒓⊥ 𝑭 𝝋 𝒓 𝑭 𝝋 𝒓⊥ b ra ç o d e a la v a n c a 𝝋 Aula 026 6 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Na verdade o torque é um vetor e resulta do produto vetorial de outros dois vetores: 14.6.1 – Vetor torque e produto vetorial: 𝝉 = 𝒓 × 𝑭 O produto vetorial de dois vetores sempre resulta num terceiro vetor, que é perpendicular ao plano formado pelos vetores sendo multiplicados. A direção e o sentido do vetor resultante são dadas pela regra da mão direita. Aula 026 7 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Cuidado com a ordem dos vetores: o produto vetorial não é comutativo. 𝑨 × 𝑩 = 𝑪 mas 𝑩 × 𝑨 = −𝑪 Em termos de componentes, o produto vetorial fica: 𝑨 × 𝑩 = 𝑨𝒙𝒊 + 𝑨𝒚𝒋 + 𝑨𝒛𝒌 × 𝑩𝒙𝒊 + 𝑩𝒚𝒋 + 𝑩𝒛𝒌 𝑨 × 𝑩 = 𝑨𝒙 ∙ 𝑩𝒙 ∙ 𝒊 × 𝒊 + 𝑨𝒙 ∙ 𝑩𝒚 ∙ 𝒊 × 𝒋 + 𝑨𝒙 ∙ 𝑩𝒛 ∙ 𝒊 × 𝒌 + 𝑨𝒚 ∙ 𝑩𝒙 ∙ 𝒋 × 𝒊 + 𝑨𝒚 ∙ 𝑩𝒚 ∙ 𝒋 × 𝒋 + 𝑨𝒚 ∙ 𝑩𝒛 ∙ 𝒋 × 𝒌 + 𝑨𝒛 ∙ 𝑩𝒙 ∙ 𝒌 × 𝒊 + 𝑨𝒛 ∙ 𝑩𝒚 ∙ 𝒌 × 𝒋 + 𝑨𝒛 ∙ 𝑩𝒛 ∙ 𝒌 × 𝒌 𝑨 × 𝑩 = 𝑨𝒚 ∙ 𝑩𝒛 − 𝑨𝒛 ∙ 𝑩𝒚 ∙ 𝒊 + 𝑨𝒛 ∙ 𝑩𝒙 − 𝑨𝒙 ∙ 𝑩𝒛 ∙ 𝒋 + 𝑨𝒙 ∙ 𝑩𝒚 − 𝑨𝒚 ∙ 𝑩𝒙 ∙ 𝒌 Aula 026 8 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Por enquanto não trabalharemos com as componentes. Vamos calcular o módulo do torque por: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 E determinar o sinal do torque pela regra da mão direita: Torques que geram rotações HORÁRIAS são NEGATIVOS Torques que geram rotações ANTI-HORÁRIAS são POSITIVOS 14.6.1 – Torque resultante: 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝝉𝟏 + 𝝉𝟐 +⋯+ 𝝉𝒏 O torque resultante agindo sobre um corpo é a soma vetorial de todos os torques agindo sobre aquele corpo: Não esqueçam dos sinais de cada um dos torques!! Eixo de rotação 𝒓𝟏 𝑭𝟏 𝝋𝟏 Aula 026 9 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Representação de vetores perpendiculares ao plano: Vetor entrando no plano Vetor saindo do plano 𝝉𝑭𝟏 𝝉𝑭𝟐 𝑭𝟐 𝒓𝟐 𝝋𝟐 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝝉𝑭𝟏 + 𝝉𝑭𝟐 𝝉𝑭𝟏 = +𝒓𝟏 ∙ 𝑭𝟏 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟏 𝝉𝑭𝟐 = −𝒓𝟐 ∙ 𝑭𝟐 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟐 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝒓𝟏 ∙ 𝑭𝟏 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟏 − 𝒓𝟐 ∙ 𝑭𝟐 ∙ 𝐬𝐢𝐧𝝋𝟐 Aula 026 10 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos 14.7 – Forma rotacional da 2ª lei de Newton: Eixo de rotação fixo Haste de comprimento R e massa desprezível Partícula de massa m Consideremos a seguinte situação: 𝝋 𝑭 Pela 2ª lei de Newton: 𝑭𝒕𝒂𝒏 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒕𝒂𝒏 E pela definição de torque: 𝝉 = 𝒓 ∙ 𝑭𝒕𝒂𝒏 Então, para esse caso temos: 𝝉 = 𝑹 ∙ (𝒎 ∙ 𝒂𝒕𝒂𝒏) Como vimos anteriormente, 𝒂𝒕𝒂𝒏 = 𝜶 ∙ 𝒓 Aula 026 11 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos De modo que temos: 𝝉 = 𝑹 ∙ (𝒎 ∙ 𝜶 ∙ 𝑹) 𝝉 = 𝑰 ∙ 𝜶 Mas, para uma partícula de massa m, que gira em torno de um eixo fixo à uma distância R, o produto m.R2 é justamente o momento de inércia I. 𝝉 = 𝜶 ∙ (𝒎 ∙ 𝑹𝟐) Como F é a única força causando torque, na verdade temos: 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝑰 ∙ 𝜶 Que é a forma rotacional da 2ª lei de Newton OBS: não esqueça de considerar os sinais na hora de calcular o torque resultante!!! Aula 026 12 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos m M A figura mostra um disco uniforme, de massa M = 2,5kg e raio R = 20cm, montado em um eixo horizontal fixo. Um bloco de massa m = 1,2kg está pendurado por uma corda, de massa desprezível, que está enrolada na borda do disco. Determine a aceleração do bloco em queda, a aceleração angular do disco e a tensão na corda. (A corda não escorrega e não existe atrito entre a roldana e o eixo). R Exemplo 14.8 Aula 026 13 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Bloco: Roldana: y x Giro HORÁRIO (-) M R m 𝑷 𝑻 𝒂 R 𝑻 𝑭𝒓𝒆𝒔_𝒚 = 𝒎 ∙ 𝒂_𝒚 𝑻 −𝒎 ∙ 𝒈 = −𝒎 ∙ 𝒂 𝑻 = 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝑰 ∙ 𝜶 −𝑹 ∙ 𝑻 = 𝑰 ∙ (−𝜶) 𝑹 ∙ 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹𝟐 𝟐 ∙ 𝜶 Disco girando em torno de um eixo de rotação fixo no C.M. 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝜶 Aula 026 14 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos 𝑻 = 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝜶 Tá... e W T F ? ? ? ? ? M R m 𝒂 𝒂 𝒂 Como a corda não se deforma, ela cai com a mesma aceleração do bloco. E como a corda não desliza em relação à roldana, a aceleração tangencial da roldana na sua borda é igual à aceleração do bloco. 𝒂 = 𝒂𝒕𝒂𝒏 = 𝜶 ∙ 𝒓 𝒂 = 𝜶 ∙ 𝑹 𝜶 = 𝒂 𝑹 Aula 026 15 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos Agora melhorou... 𝑻 = 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 𝑻 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝜶 𝒂 = 𝜶 ∙ 𝑹 𝒎 ∙ 𝒈 −𝒎 ∙ 𝒂 = 𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝒂 𝑹 𝒎 ∙ 𝒈 = 𝒎 ∙ 𝒂 + 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 𝒂 = 𝒎 ∙ 𝒈 𝒎 + 𝑴 𝟐 𝒂 = 𝟏, 𝟐 ∙ 𝟗, 𝟖 𝟏, 𝟐 + 𝟐, 𝟓 𝟐 𝒂 = 𝟒, 𝟖 𝒎/𝒔𝟐 𝜶 = 𝒂 𝑹 𝜶 = 𝟒, 𝟖 𝟎, 𝟐 𝜶 = 𝟐𝟒 𝒓𝒂𝒅/𝒔𝟐 𝑻 = 𝟐, 𝟓 ∙ 𝟎, 𝟐 𝟐 ∙ 𝟐𝟒 𝑻 = 𝟔, 𝟎 𝑵 Aula 026 16 Bloco desliza sem atrito Roldana de massa M e raio R Qual é a aceleração dos blocos ? OBS: Este problema é similar ao que fizemos na primeira área, a diferença é que agora a roldana tem massa ! Pelo fato da roldana possuir massa a tensão no bloco 1 será diferente da tensão no bloco 2 !! !! Exemplo 14.9 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos 𝑻𝟏 𝑻𝟐 m1 m2 𝑇1 ≠ 𝑇2 Sendo a roldana um disco e relacionando Aula 026 17 Usando a segunda lei de Newton Bloco 1 Bloco 2 Roldana x y x y x y 𝒂 𝑵𝟏 𝑷𝟏 𝑻𝟏 𝒂 𝑻𝟐 𝑷𝟐 Bloco desliza sem atrito m1 m2 𝑻𝟐 R 𝑻𝟏 𝑭𝒓𝒆𝒔_𝒙 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒂_𝒙 𝑻𝟏 = 𝒎𝟏 ∙ 𝒂 𝑭𝒓𝒆𝒔_𝒚 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒂_𝒚 𝑻𝟐 −𝒎𝟐 ∙ 𝒈 = −𝒎𝟐 ∙ 𝒂 𝑻𝟐 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒈 −𝒎𝟐 ∙ 𝒂 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝑰 ∙ 𝜶 𝑹 ∙ 𝑻𝟏 − 𝑹 ∙ 𝑻𝟐 = 𝑰 ∙ (−𝜶) 𝑹 ∙ 𝑻𝟏 − 𝑻𝟐 = 𝑴 ∙ 𝑹𝟐 𝟐 ∙ −𝒂 𝑹 𝒂 = 𝜶 ∙ 𝑹 [1] [2] Aula 026 18 x y Substituindo [1] e [2] em [3]: Bloco desliza sem atrito m1 m2 CAPÍTULO 14 – Rotação de corpos rígidos 𝑻𝟐 − 𝑻𝟏 = 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 [3] (𝒎𝟐 ∙ 𝒈 −𝒎𝟐 ∙ 𝒂) − (𝒎𝟏 ∙ 𝒂) = 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 𝒎𝟐 ∙ 𝒈 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒂 +𝒎𝟏 ∙ 𝒂 + 𝑴 𝟐 ∙ 𝒂 𝒂 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒈 𝒎𝟏 +𝒎𝟐 + 𝑴 𝟐
Compartilhar