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Políticas de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente Profa. Fabiane Marui UNIDADE II O ECA, em seu artigo 5º, estabelece que: “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 1990). No entanto, existem muitas crianças e adolescentes sofrendo vários tipos de violência: de natureza física, sexual e psicológica, negligência e abandono (BRASIL, 2010a). Impacto da violência na saúde da criança e do adolescente Violência – uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (BRASIL, 2010a, p. 27). Violência infantil – quaisquer atos ou omissões dos pais, parentes, responsáveis, instituições e, em última instância, da sociedade em geral, que redundam em dano físico, emocional, sexual e moral às vítimas (BRASIL, 2010a, p. 28). Impacto da violência na saúde da criança e do adolescente Violência estrutural – oferece um marco à violência do comportamento e se aplica tanto às estruturas organizadas e institucionalizadas da família como aos sistemas econômicos, culturais e políticos que conduzem à opressão de grupos, classes, nações e indivíduos, aos quais são negadas conquistas da sociedade, tornando-os mais vulneráveis que outros ao sofrimento e à morte. Violência de resistência – constitui-se das diferentes formas de resposta dos grupos, classes, nações e indivíduos oprimidos à violência estrutural. Violência de delinquência – é aquela que se revela nas ações fora da lei socialmente reconhecida. Conceito e classificação da violência Violência física. Violência psicológica. Violência sexual. Negligência. Principais tipos de violência a que são acometidas crianças e adolescentes Testemunho de violência. Síndrome da alienação parental. Assédio moral ou violência moral no trabalho. Bullying. Ciberbullying. Outras formas de violência contra a criança e o adolescente “Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências: orientação para gestores e profissionais de saúde” (BRASIL, 2010). Mortalidade por causas externas (acidentes e violências): 0 a 9 anos Políticas de enfrentamento contra a violência 31,5%: acidentes de transporte; 29,3%: violências e agressões; 22,7%: afogamentos; 16,5%: riscos à respiração. 52,9% violência; 24,9% acidentes de transportes; 9% afogamentos. 10 a 19 anos Sistema Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) – portal de notificação de violência doméstica, sexual e demais agressões sofridas por crianças e adolescentes que chegam ao SUS para atendimento. Mapeamento do Viva (2006) – violência sexual com vítimas entre 0 e 9 anos liderou os casos. O Sistema Viva encontra-se organizado em dois componentes: a) Contínuo – integra o “Sistema de Informação de Agravos de Notificação”, por meio da notificação compulsória realizada pelos serviços de saúde, em nível nacional. b) Inquérito – realizado por meio de estudo transversal, em serviços de urgência e emergência selecionados, no período de trinta dias a cada dois anos. Políticas de enfrentamento contra a violência Quanto aos tipos de violência a que são acometidas crianças e adolescentes, podemos afirmar: a) A violência física é mais grave que a psicológica, pois causa lesões no corpo da criança. b) A violência sexual contra crianças e adolescentes geralmente é praticada por estranhos. c) Não matricular a criança em uma escola é uma forma de negligência. d) Testemunhar violência em casa é uma forma de violência física contra criança. e) Bullying e ciberbullying são sinônimos. Interatividade Quanto aos tipos de violência a que são acometidas crianças e adolescentes, podemos afirmar: a) A violência física é mais grave que a psicológica, pois causa lesões no corpo da criança. b) A violência sexual contra crianças e adolescentes geralmente é praticada por estranhos. c) Não matricular a criança em uma escola é uma forma de negligência. d) Testemunhar violência em casa é uma forma de violência física contra criança. e) Bullying e ciberbullying são sinônimos. Resposta A enfermagem, por estar em contato direto com a população, pode reconhecer os sinais indicativos de violência e evitar ou minimizar suas consequências. A identificação precoce de comportamentos de risco e a análise dos casos de violência são medidas a serem adotadas pelos enfermeiros para impedir a continuação da violência e produzir dados que subsidiem a criação de medidas preventivas e de reabilitação das vítimas, além da denúncia dos agressores. Atuação dos enfermeiros diante das crianças vitimizadas Acolhimento às crianças vítimas de violências. Atuação assertiva. Sensibilização diante de crianças ou adolescentes inseridos no contexto de violência. Ser um mediador social para o processo de interrupção dos abusos. Identificar sinais e sintomas da violência infantil. Atuação dos enfermeiros diante das crianças vitimizadas Escutar o que a criança e o adolescente sentem diante de situações difíceis. Permitir a expressão dos sentimentos de tristeza, raiva e medo. Oferecer o apoio necessário para que crianças e adolescentes se sintam seguros. Incentivar iniciativas para criação de saídas e busca de soluções para os problemas. Estabelecer vínculos com as crianças e os adolescentes atendidos e suas famílias (BRASIL, 2010a, p. 15). O enfermeiro deve Orientar as famílias sobre a ressignificação das relações familiares em prol da tolerância e da formação de vínculos protetores. Acompanhar e apoiar as famílias no processo de construção de novos modos de agir e de educar as crianças e os adolescentes. Buscar apoio de outros profissionais, quando necessário, para uma atenção integral e individualizada, e articular as ações desenvolvidas no serviço com a rede de cuidados e de proteção social no território (BRASIL, 2010a, p. 19). O enfermeiro deve Choros sem motivo aparente. Irritabilidade frequente, sem causa aparente. Olhar indiferente e apatia. Tristeza constante. Demonstrações de desconforto no colo. Reações negativas exageradas a estímulos comuns ou imposição de limites. Atraso no desenvolvimento, perdas ou regressão de etapas atingidas. Dificuldades na amamentação, podendo chegar à recusa alimentar, vômitos persistentes. Distúrbios de alimentação. Enurese e encoprese. Atraso e dificuldades no desenvolvimento da fala. Alterações comportamentais da criança e do adolescente em situações de violência Distúrbios do sono. Dificuldades de socialização e tendência ao isolamento. Aumento da incidência de doenças, injustificável por causas orgânicas, especialmente as de fundo alérgico. Afecções de pele frequentes, sem causa aparente. Distúrbios de aprendizagem até o fracasso na escola. Comportamentos extremos de agressividade. Alterações comportamentais da criança e do adolescente em situações de violência Diante de uma criança vítima de violência, a atuação do enfermeiro deve ser, com exceção de: a) Empática, acolhendo a criança de modo que ela possa se expressar. b) Assertiva, de modo a possibilitar as melhores decisões sobre a situação. c) Baseada no conhecimento dos sinais e sintomas apresentados nas situações de violência, para que a identificação dos casos seja correta. d) Responsável, na medida que é seu papel notificar tais abusos. e) Sempre favorável aos pais ou cuidadores, uma vez que eles querem sempre o melhor para a criança. Interatividade Diante de uma criançavítima de violência, a atuação do enfermeiro deve ser, com exceção de: a) Empática, acolhendo a criança de modo que ela possa se expressar. b) Assertiva, de modo a possibilitar as melhores decisões sobre a situação. c) Baseada no conhecimento dos sinais e sintomas apresentados nas situações de violência, para que a identificação dos casos seja correta. d) Responsável, na medida que é seu papel notificar tais abusos. e) Sempre favorável aos pais ou cuidadores, uma vez que eles querem sempre o melhor para a criança. Resposta Antes do ECA – Doutrina da Situação Irregular Crianças e adolescentes carentes não eram diferenciados das crianças e dos adolescentes autores de atos infracionais (todos ficavam em uma mesma instituição). Após o ECA – Doutrina da Proteção Integral Crianças e jovens passam a ter os direitos garantidos e são considerados prioridade legal. A criança e o adolescente institucionalizados Abrigo – são instituições públicas ou privadas que acolhem crianças e adolescentes em situação de risco ou vulnerabilidade. Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente) – presta assistência a jovens infratores de 12 a 21 anos incompletos e é vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. Orfanato – instituição pública que se dedica a cuidar de crianças menos favorecidas que perderam seus pais (órfãs) por custódia ou por qualquer outro motivo. Casa de acolhimento – é o local onde a criança ou adolescente fica até que seja possível sua reintegração familiar. Tipos de instituições para crianças e adolescentes É papel da sociedade e do Estado, por meio de ações e recursos financeiros, proteger os direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social. A lei deve reconhecê-los como sujeitos de direito; No entanto, existem muitas dificuldades e o Estado tem contado com organizações sem fins lucrativos. Esses espaços assumem papel alternativo para viabilizar o atendimento social (DIAS; SILVA, 2012). A criança e o adolescente institucionalizado Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral (Lei nº 13.257, de 2016). § 1º. Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei (Lei nº 12.010, de 2009). A criança e o adolescente institucionalizado § 2º. A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária (BRASIL, 1990). A criança e o adolescente institucionalizado Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de: I. orientação e apoio sociofamiliar; II. apoio socioeducativo em meio aberto; III. colocação familiar; IV. abrigo; V. liberdade assistida; VI. semiliberdade; VII. internação (BRASIL, 1990) Papel das entidades de apoio É um documento federal que funciona como um guia para a execução de medidas socioeducativas e as práticas pedagógicas desenvolvidas nas instituições de cunho socioeducativas (BRASIL, 2006). Tem o objetivo de desenvolver ações socioeducativas sustentadas nos princípios dos direitos humanos. Sistema nacional de atendimento socioeducativo (SINASE) Advertência – consiste em um aconselhamento verbal, que será reduzido a termo (será colocado por escrito) e devidamente assinado. Restituição por dano – o adolescente poderá restituir alguma coisa, ressarcir o dano causado, ou qualquer outra forma para compensar o prejuízo da vítima, de acordo com a determinação do Judiciário. Prestação de serviços à comunidade (PSC) – consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período que não exceda a seis meses, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. Medidas socioeducativas da Fundação Casa Liberdade assistida (LA) – a autoridade designará uma pessoa capacitada (recomendada por entidade ou programa de atendimento) para acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente, pelo prazo mínimo de seis meses, podendo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. Regime aberto – o regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitando a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. Internação – o adolescente tem a privação da liberdade por um período máximo de três anos. Liberação compulsória aos 21 anos. Medidas socioeducativas da Fundação Casa Sobre as medidas socioeducativas impostas aos menores infratores na Fundação Casa, é incorreto afirmar: a) Em caso de dano, o adolescente poderá restituir alguma coisa, ressarcir o dano causado, ou qualquer outra forma para compensar o prejuízo da vítima. b) A prestação de serviços à comunidade (PSC) não deve exceder o período de seis meses. c) Na liberdade assistida, uma pessoa capacitada acompanha, auxilia e orienta o adolescente, pelo prazo mínimo de seis meses. d) O regime semiaberto pode funcionar como transição ao regime aberto. e) Na internação, o adolescente tem a privação da liberdade por um período máximo de quatro anos. Interatividade Sobre as medidas socioeducativas impostas aos menores infratores na Fundação Casa, é incorreto afirmar: a) Em caso de dano, o adolescente poderá restituir alguma coisa, ressarcir o dano causado, ou qualquer outra forma para compensar o prejuízo da vítima. b) A prestação de serviços à comunidade (PSC) não deve exceder o período de seis meses. c) Na liberdade assistida, uma pessoa capacitada acompanha, auxilia e orienta o adolescente, pelo prazo mínimo de seis meses. d) O regime semiaberto pode funcionar como transição ao regime aberto. e) Na internação, o adolescente tem a privação da liberdade por um período máximo de quatro anos. Resposta No Brasil, uma das primeiras condutas para promover o aleitamento foi o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM), criado em 1981. O Brasil possui regulamentação da publicidade para consumo infantil, controlando a propaganda de alimentos voltados à criança em idade de aleitamento para que o uso indiscriminado de fórmulas não substitua e desestimule o aleitamento materno. A legislação brasileira ampara a mulher trabalhadora contemplando a garantia de emprego desde a gestação, a licença-maternidade remunerada de 6 meses e o apoio à prática do aleitamento materno, além de implementação de sala de apoio à amamentação no local de trabalho e disponibilização de creche ou convênio com uma instituição próxima ao trabalho. Incentivo ao aleitamento materno Promovida desde 1992 para celebrar os inúmeros benefícios da amamentação para a saúde de mães, bebês e do planeta, em mais de 150 países. Agosto Dourado (Lei nº 13.435, de 12 de abril de 2017) – durante todo o mês de agosto, prédios públicos federais ficarão iluminados na cor dourada, a cor da amamentação, já que o aleitamento materno é consideradopadrão ouro de alimentação para crianças pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Semana mundial de aleitamento materno A OMS, em parceria com a Unicef, viabilizou a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac) no início dos anos 1990. O compromisso de sensibilizar os profissionais da saúde a serem promotores de ações que colaborem para a garantia e o incentivo ao aleitamento materno. Estabelecimento do programa denominado “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”. Iniciativa Hospital Amigo da Criança Dez passos para o sucesso do aleitamento materno Fonte: livro-texto Dez passos para o sucesso do aleitamento materno Fonte: livro-texto Dez passos para o sucesso do aleitamento materno Fonte: livro-texto Dez passos para o sucesso do aleitamento materno Fonte: livro-texto Projeto de parceria entre o sistema de saúde e a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que visa a informar a comunidade sobre a importância e as vantagens do aleitamento materno para a saúde da mãe e da criança, com o objetivo de incentivar a prática do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e do aleitamento materno continuado até os 2 anos de idade ou mais, como estratégia para reduzir a desnutrição e a morbimortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida das crianças brasileiras. Projeto Carteiro Amigo da Amamentação O Programa Empresa Amiga da Criança mobiliza e reconhece empresas que desenvolvem ações sociais em benefício de crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, moradores de comunidades e/ou filhos de funcionários, e que não exploram a mão de obra infantil. Podem participar do programa empresas com fins lucrativos de todos os portes e ramos de atuação, exceto empresas do setor fumageiro e fabricantes ou comerciantes de armas de fogo. Empresa Amiga da Criança Analise as assertivas sobre as ações para estimular o aleitamento materno e assinale a correta: a) O Brasil controla a propaganda de alimentos voltados à criança em idade de aleitamento, desestimulando o uso indiscriminado de fórmulas. b) A mulher trabalhadora tem direito à licença-maternidade remunerada de 4 meses. c) Maio é considerado o “Mês do Aleitamento Materno”. d) O compromisso de sensibilizar os profissionais da saúde às ações que incentivem o aleitamento materno chama-se “Iniciativa Profissional Amigo da Criança”. e) O aleitamento materno deve ser estimulado até os 12 meses de idade. Interatividade Analise as assertivas sobre as ações para estimular o aleitamento materno e assinale a correta: a) O Brasil controla a propaganda de alimentos voltados à criança em idade de aleitamento, desestimulando o uso indiscriminado de fórmulas. b) A mulher trabalhadora tem direito à licença-maternidade remunerada de 4 meses. c) Maio é considerado o “Mês do Aleitamento Materno”. d) O compromisso de sensibilizar os profissionais da saúde às ações que incentivem o aleitamento materno chama-se “Iniciativa Profissional Amigo da Criança”. e) O aleitamento materno deve ser estimulado até os 12 meses de idade. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!