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A AUSÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA ENTRE A FAZENDA PÚBLICA E O LOCATÁRIO DE BEM IMÓVEL

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A AUSÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA ENTRE A FAZENDA PÚBLICA E O LOCATÁRIO DE BEM IMÓVEL
RESUMO
Em algumas situações a relação jurídica tributária proveniente da natureza predial e territorial urbanística possui consequências essenciais quando este imóvel é intuito de contrato de locação formando estados confusos de interesses que demandam os ramos do direito público como o privado. Visamos considerar quais ligações são especificamente afetadas no qual não estabelece especificações. No decorrer de uma reflexão norteada para o costume apresentaremos o direito processual, considerando a característica suplementar e inerente que dispõe com o direito material. Por meio de deste artigo será apresentado que o direito público e o privado de forma excepcional estabelecem as relações jurídicas e seus efeitos de forma interdisciplinar que não se sintetiza na simples cessão técnica de terminologias, no entanto a uma inclinação de flexibilização da divisão presente a cerca destes ramos do direito.
Palavras-chave: IPTU, Fazenda Pública, Locação.
ABSTRACT:
In some situations, the tax legal relationship evidenced by the urban and territorial nature of the building has the following consequences when this property is a lease for formatting confused states of interests that require the branches of public law as private. We aim to consider which connections are affected and not qualified. During a guided reflection to present the procedural law, considering the additional resources and inherent to what was made available with the material law. Through this article, public and private law will be presented in an exceptional way, established as legal relations and their effects in an interdisciplinary way, which will not be summarized in the simple technical terminology technique, however, once branches of law.
Keywords: IPTU, Public Finance, Leasing.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	 9
2 CONCEITO DE IPTU	10
3. SUJEITOS PASSIVOS DO IPTU	13
4. FATO GERADOR DO IPTU	15
5. A AUSÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA ENTRE A FAZENDA PÚBLICA E O LOCATÁRIO DE BEM IMÓVEL	17
6. CONCLUSÃO 	19
9
REFERÊNCIAS	21
1. INTRODUÇÃO
A partir da época da Proclamação da República até no meado da década de 1930, a receita principal da Coroa Portuguesa era oriunda das operações relacionadas à importação. Na época, havia outros impostos, entretanto sem se destacar nas receitas públicas. 
Com advento da Carta de 1946 inicia uma definição da maneira de divisão das competências tributárias que repercute até hoje, permanente na época de 1960. O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano possui seu marco histórico na designada “décimo urbano” cuja sua incidência era sobre os imóveis construídos nas cidades banhadas pelo mar. 
Esse tributo foi instituído com a vinda da monarquia portuguesa e junto dela a corte de D. João VI no ano de 1808 na cidade do Rio de Janeiro, com a finalidade de compor as despesas da monarquia. No entanto, existia alusão a esse tributo na época do ano de 1799, em que a Rainha D. Maria remeteu uma carta destinada ao então governo do Estado da Bahia em 19 de maio deste ano. 
A exordial do imposto gerou a numeração e consequentemente a demarcação dos imóveis em área urbana, o que não existia nessa época, ainda sim nas grandes cidades como Rio de Janeiro e Bahia. O controle era realizado por uma junta, constituída por dois homens, que geralmente era um nobre e outro do povo, dois carpinteiros, um pedreiro e um fiscal, que será advogado. (RIO DE JANEIRO, 2008).
 Essa fiscalização ainda tinha o apoio técnico de um superintendente para resolução de dúvidas, sendo que este era competente para análise de recurso de suas decisões ao mesmo tempo remetia os pedidos de reconsideração para Conselho da Fazenda, que era subordinado ao Erário Régio.
Por volta dos anos de 1811 foram constituídas as primeiras isenções, reservadas aos donos de imóveis que obedeciam algumas das disposições da legislação em relação a edificações. A vista disso, a Constituição de 1891, existia a disposição do imposto predial e do territorial urbano como tributos diferentes.
 O primeiro tinha a incidência sobre propriedade e o segundo sobre imóveis não construídos, sendo que este na época era de competência dos Estados. Com base da Carta de 1934, a incumbência é remetida aos Municípios, com quem se manteve desde então. Foi apenas na Carta de 1946 que surgiu a centralização dos impostos predial e territorial em apenas um.
O IPTU é um imposto que possuo incidência em todos os imóveis, e este é calculado através do valor venal do imóvel, isto é, área da construção, terreno dimensões do imóvel; diversamente do valor estabelecido pelo mercado, que gera em avaliação situações, tais como: tipo de utilização (residencial ou comercial), localização, etc. 
[...] A capacidade contributiva relativa ou subjetiva – como a própria designação indica - reporta-se a um sujeito individualmente considerado. Expressa aquela aptidão de contribuir na medida das possibilidades econômicas de determinada pessoa. Nesse plano, presente a capacidade contributiva in concreto, aquele potencial sujeito passivo torna-se efetivo – apto, pois, a absorver o impacto tributário, consistindo na aptidão específica de dado contribuinte diante de um fato jurídico tributário. A capacidade contributiva relativa, por seu turno, opera, inicialmente, como critério de graduação dos impostos. Sendo critério de graduação do imposto, a capacidade contributiva atuará, outrossim, como limite da tributação, permitindo a manutenção do „mínimo vital‟ e obstando que a progressividade tributária atinja níveis de confisco ou de cerceamento de outros direitos constitucionais. (COSTA, 2003, p. 27-31)
Isso quer dizer que a arrecadação do imposto deve ser realizada conforme a capacidade de cada contribuinte, que deve ser comprovada de maneira fácil através de uma análise célere em relação a condições de vida. 
Analisando a situação, mesmo sem o saber, desde as origens do imposto no ano de 1811, já havia um método de isenções de IPTU a proprietários de imóveis, desde que estes obedecessem a determinados disposições instituídas pela legislação da época.
Já isenções deixadas para análise, desde o ano de 1945, os entes municipais, eram competentes para fiscalização da arrecadação e de possíveis fraudes além de proceder à utilização do IPTU de maneira a atender às finalidades de infraestrutura da cidade.
2. DEFINIÇÃO DE IPTU.
IPTU é abreviatura de Imposto Predial e Territorial Urbano, que é um tributo brasileiro que cada indivíduo que compreende um imóvel urbano, tais como uma casa, apartamento ou uma sala comercial. O imposto está disposto na Carta Magna, e afeta as pessoas físicas e jurídicas.
A finalidade principal é fiscal, isto é, almejar fundos financeiros para a administração pública, da mesma maneira que, transforma-se uma maneira para regulamentar os preços das edificações. Em alguns Estados da Federação, em geral esse imposto tem a sua origem como principal para arrecadação de verbas públicas.
Esse imposto, também possui função social que é considerado para especialistas em Direito Tributário como muito importante, que cuja finalidade é evitar que os imóveis detenha uma má administração, visto que, quando comprovado que o imóvel não está sendo de forma correta aproveitada, a administração pública municipal pode aumenta-lo, com a finalidade de fazer com que os donos dos imóveis vendam a propriedade, e assim transformando em produtivo.
O Imposto Predial e Territorial Urbano é um tributo cuja competência é privativa do município, conforme dispõem os artigos 156, I e § 1º, e 182, § 1º, II, ambos da Carta Magna de 1988. Conforme preconiza o artigo 156 da CF/88 cabe aos Munícipios a instituição do imposto, sendo que seu parágrafo 1º, na redação confeccionada pela Emenda Constitucional 29/2000, determina:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
(...)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempoa que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (BRASIL, 1988)
Os incisos instituídos pela EC 29/00 consideram, terminantemente, a possibilidade do uso do instituto da progressividade no tempo e da aplicação de alíquotas diferentes, como elementos de extrafiscalidade e fiscalidade, reciprocamente, esta, atrelada a execução do preceito da função social da propriedade.
Importante ressaltar que, em seu texto original, tal norma possuía que o imposto poderia ser progressivo, de acordo com a legislação municipal, da maneira a garantir o respeito da função social do imóvel. Corroborava, de maneira expressa, o uso dessa técnica na aplicação da extrafiscalidade do IPTU, de forma genérica, no significado de aplica-lo para evitar ou incentivar atitude dos contributários. 
É imperioso dizer aplicação da progressividade para a conquista do objetivo que não é apenas arrecadatória, entretanto para a obediência do referido preceito disposto na Constituição Federal de 1988, como para incentivar a edificação de imóveis em determinada lugar do município.
Como efeito da discursão jurisprudencial instituída sobre da possibilidade da utilização do IPTU progressivo no tempo, resultou a referida emenda para elucidar à expressão constitucional.
Como podemos observar a mudança determinada no texto do parágrafo 1º, do artigo 156 volta-se incerta a solução segundo a qual o imposto pode ser empregado tanto o uso de alíquotas diferentes, para a obtenção da finalidade extrafiscal, quanto à da progressividade de alíquotas para o alcance de finalidades fiscais, valorizando, nesta situação, o preceito da capacidade contributiva, conforme artigo 145, § 1º, CF.
Aplicação das alíquotas diferentes, de caráter extrafiscal, determinada pelo artigo 156, parágrafo 1º, inciso II, como exalta a redação abaixo, não se implica com aplicação da progressividade instituída no artigo 182, parágrafo 4º, inciso II, que, por seu turno, determina:
Artigo 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
(...)
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
(...)
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsória;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. (BRASIL, 1988).
Esse artigo proporciona ao Ente Público municipal, por meio de legislação específica para região incluída no plano diretor do município, impor, conforme a legislação federal, do dono do solo urbano não edificado, não utilizado ou subutilizado, que propicie o uso adequado da propriedade, sob pena, de edificação e parcelamento de forma compulsória. 
O imposto progressivo no tempo e, se tais técnicas não forem capazes para forçar o dono do imóvel à execução daquela finalidade, desapropriação com emolumento de títulos da dívida pública de emissão preliminarmente reconhecida pelo Congresso Nacional, com prazo de satisfação de no período de 10 anos, em parcelas anuais, de formas sucessivas e iguais, garantidos o valor da indenização e os juros estipulados dentro da lei.
A possibilidade tem sido conceituada, de forma indevida a progressividade punitiva. Na realidade, trata-se de matéria relacionada a extrafiscalidade do IPTU, alterando em elemento para impor entes administrativos ao atendimento da função social do imóvel urbano.
O IPTU progressivo extrafiscal especial, é recente na legislação brasileira, é tema de regulação pelo Estatuto da Cidade, instituído pela Lei Federal 10.257/2001. Contudo, tal aplicação, não deverá ser aplicada de forma indefinidamente, sob pena, de designar o confisco, que é vedado de forma expressa na Constituição Federal. Por conseguinte, sobre o entendimento por referir-se de tributo extrafiscal, o confisco está de forma constitucional outorgado por esses fundamentos. 
Preliminarmente a Carta Magna proíbe o emprego do tributo com intuito de confisco em qualquer situação, não fazendo distinção entre tributo fiscal e extrafiscal. Posteriormente, como já afirmado, o confisco é a ferramenta de caráter punitiva, cujo emprego é autoriza de forma excepcional, por meio de disposições constitucionais expressas. 
Nessa situação a Carta Magna não institui essa autorização, da mesma maneira que a legislação que fundamenta a situação de confisco em análise. Assim sendo, entendemos que, se o IPTU progressivo no tempo não for suficiente para que o proprietário do solo urbano, nas situações previstas, propicie seu aproveitamento correto, o passo que será, obrigatoriamente, a expropriação com sanção de mediante títulos da dívida pública. 
3. SUJEITOS PASSIVOS DO IPTU.
O sujeito passivo do IPTU é o dono do imóvel, o titular da posse e o domínio de propriedade territorial urbano. O artigo 34 do CTN integra o possuidor a qualquer título entre os contributários do imposto: Artigo 34, Código Tributário Nacional. “Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título”. (BRASIL, 1966).
O termo “possuidor a qualquer título” é o grande impasse no reconhecimento do contribuinte do IPTU porque conforme com o significado dado o termo tosem abarcar como sujeitos passivos da obrigação tributária, contribuintes que pratiquem a posse com a intenção de ser dono, e estaria inserido além do dono, o comodatário, e também o locatário e entre outros que permaneçam a posse do imóvel sem se validar do status de proprietários do imóvel urbano.
Como se versa de uma instituição de direito privado, a sua definição deve ser pretensioso na Lei Civil, por motivo dos artigos 109 e 110 do Código Tributário Nacional, que vedam a legislação tributária transformar o significado das definições de direito privado.
Conforme o Direito Civil existe a perspectiva de o possuidor operar a posse sem se confirmar o status de proprietário. É a situação do contrato de locação, que cede a posse de forma direta para o locatário, sem extrair o status de proprietário do locador. Nessa situação logo como no do comodatário, ou do usufrutuário e de outros, a posse é dividida em duas: a direta (exercida, a título de exemplo pelo locatário) e a indireta particular ao proprietário.
Deste modo uma compreensão clara do termo “possuidor a qualquer título” propiciaria a percepção do IPTU do possuidor com a finalidade de ser proprietário, isto é o IPTU poderia ser recolhido do locatário, do comodatário, de todos os outros que sejam possuidores, sem o objetivo de serem proprietários do imóvel.
Essa, não obstante não é a posição que porta explorada sobre o prisma do assunto. Tanto a jurisprudência e a doutrina brasileira logo se estabeleceram entendendo que não é qualquer posse que concede a disposição do IPTU, no entanto apenas aquelas em que o possuidor se porta como legítimo dono do imóvel.
Através desse argumento que tanto os Tribunais quanto a doutrina brasileira adota que o locatário, o comodatário entre outros que se relacionem não são contributários do imposto. 
Por seu turno, a posse só poderia ser entendida como fato gerador do IPTU na medida em que haja conciliação com o conceito de propriedade, visto que o núcleo central do fatogerador, em torno do qual gravitam os demais conceitos, é a propriedade. Conclui- se, desse modo, que não podem configurar fato gerador do ITPU a posse, a qualquer título, precária ou clandestina, direta do comodatário, do locatário, do arrendatário, do detentor, do usuário ou do usufrutuário, conquanto tais formas de posse jamais se tornarão efetiva propriedade. (GUSMÃO, 2002, p. 95). 
Nessa linha de raciocínio o STJ em Recurso Especial nº 160.996/MG procedeu entendimento sobre o assunto em epígrafe como podemos verificar abaixo: 
TRIBUTARIO E PROCESSUAL CIVIL. IPTU. LANÇAMENTO. LOCATARIO. ILEGITIMIDADE "AD CAUSAM". 1 - O LOCATARIO E PARTE ILEGITIMA PARA IMPUGNAR O LANÇAMENTO DO IPTU, POIS NÃO SE ENQUADRA NA SUJEIÇÃO PASSIVA COMO CONTRIBUINTE E NEM COMO RESPONSAVEL TRIBUTARIO (ART. 121 DO CTN). 2 - RECURSO IMPROVIDO. [...] A posse direta do locatário, do comodatário, do arrendatário de terreno, do administrador de bens, não é hipótese de incidência do imposto e em nenhuma circunstância desencadeia a obrigação tributária. Somente se alguém, com ânimo de proprietário tem a posse do imóvel, faltando – lhe para ser proprietário apenas o título respectivo, então será esse titular da posse o contribuinte. Quer o proprietário do imóvel exerça de fato todos os poderes inerentes ao domínio pleno do imóvel, quer os tenha cedido (na locação, no comodato, na anticrese, no usufruto, etc.), será sujeito passivo do imposto sobre a propriedade imobiliária urbana. Mero locatário não é proprietário e não pode ser contribuinte. (STJ, online, 1998) 
Isto posto, não é fidedigno para participar no polo ativo ou passivo do processo que debate tema referente com o direito de quem é proprietário, a pesar da presença de contrato específico entre locador e locatário, onde este se implica a pagar o IPTU ao passo que continuar no imóvel. Os contratos particulares não sujeitam o ente público, como se verifica o artigo 123 do Código Tributário Nacional, a seguir: 
São disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. (BRASIL, 1966).
Nessa situação, não existe a possibilidade de devolver ao locatário que recolheu o IPTU em nome do locador, referente o ônus do pagamento de impostos, não devem ser divergentes à Fazenda Pública, para alterar o conceito legal do sujeito passivo das obrigações tributárias de forma correspondente. 
4. FATO GERADOR DO IPTU
O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município (artigo 32, do CTN).
Classificam-se os imóveis da seguinte forma: a) por natureza; b) por acessão física; c) por acessão intelectual; d) por disposição de lei. Imóvel por natureza é o solo com sua superfície, os acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.
Imóvel por acessão física é tudo o que o homem incorporar de forma permanente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções. Acessão quer dizer aumento, justaposição, acréscimo ou aderência de uma coisa a outra. Acessão física abrange os bens móveis incorporados ao solo, como tijolos, portas, madeiras, concreto, janelas, etc.
No direito romano, o proprietário tinha um tríplice direito, que era de usar, de fruir ou gozar e além do uso. O proprietário tem o direito de usar, gozar e dispor de seus bens, como de reavê-los de quem quer que injustamente os possua. A propriedade abrange o domínio útil e a posse do imóvel. Assim, o fato gerador pode ser o domínio útil ou a posse do imóvel.
Possuidor é a pessoa que tem de fato o exercício pleno ou não de algum dos poderes inerentes do domínio ou propriedade. Enfiteuse é a transferência dos poderes referentes ao domínio útil do imóvel mediante renda anual e conservação da substância da coisa. Enfiteuta ou foreiro é a pessoa que usa, goza e dispõe da coisa com certas restrições. Geralmente, a enfiteuse é realizada sobre terrenos. 
O IPTU só pode ser exigido em relação a imóveis que estiverem na zona urbana do município. Imóveis que estiverem a zona rural serão tributados pelo ITR. Entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos duas das alíneas seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: 
a) Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
b) Abastecimento de água;
c) Sistema de esgotos sanitários;
d) Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
e) Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado.
A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizadas ou de expansão urbana constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habilitação, à indústria ou de comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas conforme os itens referidos anteriormente. 
5. A AUSÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA ENTRE A FAZENDA PÚBLICA E O LOCATÁRIO DE BEM IMÓVEL.
Pela lei 8.245/91 dispõe sobre a responsabilidade inicial do pagamento dos impostos é do locatário, em aplicação do artigo 22, inciso VIII, todavia a norma não é imperativa, pois o inciso dispõe que a ônus pela prestação de todas as responsabilidades explanados no inciso VIII é capaz ser transferida ao locatário, desde que esteja de forma expressa no contrato. Assim sendo a responsabilidade pelo - pagamento tributo segue a norma contrato.
Nada obstante o locador não se absolve completamente do ônus pois se o locador não cobra no momento oportuno do locatário o valor inerente ao imposto predial mencionado em contrato, nem se interessa de cogitar de constituírem os carnês pertinentes apresentados no destinatário da propriedade locada não pode exigir deste os ônus obrigados pela Ente municipal em relação do pagamento em virtude de atraso.
Apesar do locatário possa ser delegada pela responsabilidade tributária por meio de preceito contratual, a lei tributária não admite a esta responsabilidade para objetivos de direito público, e, inclusive nas situações em que a contrato de locatício atinge a comprometimento passivo esta não se figura em emprego dos termos determinados pelas partes compreendidas no contrato de locação, no entanto pela presença do pacto seja qual vier que os liga pela importância econômica.
Para compor a finalidade fiscal a função do polo passivo segue dos artigos 34 e 121 do Código Tributário Nacional, bem como da lei municipal, que, em boa parte das cidades municipais não incumbe o pagamento ao locatário, o que reflete na jurisprudência predominante que não admite ao locatário a inserção do polo passivo no quadro tributário.
Da mesma forma cabe revelar que, neste artigo afastaremos o direito processual de maneira direta atendendo os combates processuais não elucidam as condições essenciais a responsabilidade tributária, exatamente, pois o artigo 4º da Lei de 6.830/80, outorga quadro que, embora de ser terminante é muito amplo, carregando a luz sujeitos cujas medidas são elucidadas somente pelo lei material.
O artigo 34 do Código Tributário Nacional, que opera de forma mais específica o IPTU, de forma expressa que é normalmente espelhado pela lei complementar municipal marca expressão que controlaria provocar tumulto ao fazer compreender que o locatário apropria-se do status de contribuinte por assentar como um "possuidor a qualquer título", em virtude da posse direta que possui sobre o imóvel urbano. 
Entretanto representa preciso na norma referida que este apenas deve ser dito em destaque se não o for o dono ou o proprietário do imóvel, no sistema denominado de alternativo. Logo se o dono ou o proprietário é considerado como contribuinte legal por estar o seu direito adequar a propriedade, não se pode solicitar o possuidor, como podemosanalisar no julgado abaixo:
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. LOCADOR COMO LEGITIMADO PASSIVO. CONTRATO DE LOCAÇÃO APTO A ALTERAR A RESPONSABILIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA SÓLIDA DO STJ. REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS JÁ REFUTADOS. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. O recurso não merece provimento. 2. A tese recursal é de que a recorrente não teria legitimidade passiva para pagar o IPTU cobrado pela municipalidade incidente sobre bem de raiz seu, sob a tese de que tal ônus seria da pessoa jurídica que locava o imóvel à época. 3. De acordo com a decisão atacada, o entendimento do STJ, firmado em recurso repetitivo, é de que o art. 34 do CTN considera contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título, exatamente como aplicou o Tribunal local. 4. Declarou a recorrente que "é justamente pela alternância entre os sujeitos passivos indicados no artigo 34 do CTN e pela jurisprudência deste STJ, por meio da conjunção coordenativa "ou", é que a ora agravante pugna pela responsabilização do locatário do imóvel no caso em tela" (fls. 259, e-STJ). 5. Não houve, portanto, mitigação do teor meritório guerreado; ao contrário, a agravante, ao buscar manejá-lo conforme seu desejo, o reforçou. 6. Ademais, o argumento de suposto descabimento da Súmula 7/STJ ao caso em comento é apenas para reiterar a suposta ilegitimidade passiva da parte, o que já foi aquilatado e refutado, haja vista que o status de locadora não afasta o caráter de contribuinte do IPTU. 7. Agravo Interno não provido. (STJ, online, 2018)
A situação dos contratos de locação por ser considerado um negócio jurídico que é o dono do imóvel neste caso o locador exerce o direito de fruição, isto é, o uso econômico, que não deva ser confundido com o cumprimento da obrigação perante o Estado. Neste caso, para efeitos de fiscalização, o contribuinte é considerado o titular do imóvel. 
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. IPTU. ILEGITIMIDADE ATIVA DO LOCATÁRIO PARA POSTULAR DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que o locatário, por não ostentar a condição de contribuinte ou de responsável tributário, não tem legitimidade ativa para postular a declaração de inexistência de relação jurídica tributária, bem como a repetição de indébito referente ao IPTU, à Taxa de Conservação e Limpeza Pública ou à Taxa de Iluminação Pública. (STJ, online, 2015).
De outro modo, incumbir o encargo ao locatário o pagamento tributo na condição de contribuinte segue contra a definição do imposto previsto no Código Tributário Nacional, sendo provável que esta aplicação seja inconstitucional, visto que, o IPTU sobre a propriedade do imóvel, e não sobre finalidade econômico-social, sendo correta a adequação do senhorio como contribuinte, no entanto nunca da titularidade econômica derivada, até porque o contrato de locação em regra encontra-se tributada por outro imposto, que neste caso é o Imposto de Renda, na alíquota particularmente destinada para esta finalidade.
Conforme os preceitos do direito público a lei civil admite a responsabilidade do locador dos encargos inerentes ao imóvel por meio da Lei 8.245/1, tornando a exceção contratual, ainda que a norma na realidade seja outra. 
No contrato de locação, o custo dos tributos se sintetiza a um encargo de pagamento privado, que neste caso é calculado ao montante monetário determinado ao aluguel, cuja diferença, se exaure no método como o inquilino realiza a despesa, dado ao município e, em definições concretas, a alteração do valor do pagamento, que pode variar de acordo com a valorização do imóvel ou de percentual novo de alíquota, durante a locação é regularmente revista monetariamente.
É imperioso ressaltar ainda que durante o contrato de locação estiver vigente esta não pode ser oposto a terceiros sem disposições especiais, não muito de natureza pública, que se realizam entre o dono do imóvel e a Fazenda Pública, que é diferente a relação contratual civil, considerando que a elação que os ligam é tão somente tributária. 
À vista disso, os pactos civis não possui influência definitiva sobre matérias do direito que buscam normatizar vínculos administrada por preceitos constitucionais inteiramente distintos, ou melhor, entre sujeitos sem semelhança clara, sem que o direito tributário identificasse o contrato como ato importante para objetivos tributários.
6. CONCLUSÃO
A tentativa de incluir o inquilino ou locatário como encarregado tributário, quando não existe lei inerente municipal, bem como contribuído não é admitida pela jurisprudência de maneira predominante não obstante é importante ressaltar que a legislação municipal é capaz exigir ao locatário a estado de encarregado tributário por emprego simboliza em lei.
É fundamental evidenciar que a ligação jurídica tributária porta normas distintas aliando as duas as partes à obediência da legislação logo qual se encontra no polo ativo assume o direito estabelecido sendo-lhe impedida a arrecadação de recursos excepcionais aos legais, tendo à parte diversa a garantia não satisfazer o excesso, conforme o preceito da legalidade privada.
Assim sendo se considerarmos que o locatário é capaz contestar essencialmente contra a Fazenda Pública a sua garantia de não arcar mais que o pertinente ou exigir os proventos provavelmente oferecidos pelo Ente público, na tese estaríamos forçosos a compreender que a Fazenda Pública seria capaz apresentar o crédito oposição ao locatário, haja vista que ambos os direitos sucedem da mesma origem que é contrato bilateral de vontades e acessível nas situações em que o inquilino não é encarregado tributário, de acordo com a legislação Municipal.
Em relação ao uso de embargos de execução o tribunal de conhecimento de ação fiscal é de clara maneira aplicada inclusive havendo execução fiscal, sem ação de conhecimento, no qual a metodologia é subordinada pela Lei de Execução Fiscal e também pelo Código de Processo Civil, supletivamente que, por meio de do artigo 745 qualifica essas execuções determinados formas de amparo particulares do processo de conhecimento, adiante das regulares, impostas no artigo 741 do mesmo código. Isto posto nesta situação é inclusive é mais fidedigna a intervenção de terceiro como assistente, de acordo com artigo 50 do CPC.
Em qualquer situação o protesto é discricionário e não exatamente onerosa, propriamente, pois o assistente não é parte processual e não possui intenção e muito menos defesa, e a sua assistência nos autos não passa vir surgir outro processo. A compreensão de que o terceiro impreterivelmente sofra resultados indiretos é que faz a ideia de sua importância justificando seu acesso.
Através deste artigo concluímos que seria conveniente de maneira prática analisar o a figura do locatário como encarregado tributário, ou, ao menos, que a lei municipal admitisse o dever contratual como um ato tributário importante.
O emprego desta concentração legislativa cerca dos ramos do direito privado e público é claro precisando contemplar todos os entes da União em sistemas similares visando nesta conjuntura afora de preservar a obrigação tributária mais ou menos nenhum dano haverá o locatário, exceto pelas perdas processuais que disputará contra o Ente Público municipal, por conseguinte quando este considerado responsável por força do pacto locatício será realizado pela Fazenda Pública ao contrário de pelo inquilino e se não for considerado responsável conseguirá restituir o sua importância no valor da locação.
Mediante essa solução apresentada se evita acionar a Justiça, ou pelo menos diminuímos o número de ações, reduzindo despesas públicas, recorrendo resultados que aparem ser destinado na forma privada, adiante estendermos a receita pública por meio da maneira de arrecadação mais eficaz.
Seria melhorque a Fazenda Pública aprovasse os pactos determinados pelos contratos particulares como oportunidades para ações diversas em condições de cobrança, que findam possibilizando tanto o Ente Público como Privado, no seu desempenho na economia municipal cujos deslocamentos de capitais não carecem em regra se cobrir em funções economicamente infrutíferas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm>. Acesso em: 4 fev.2020.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 dez. 1966. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm> Acesso em: 4 fev.2020.
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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. IPTU. Responsabilidade tributária. Locador como legitimado passivo. Agravo Interno no Recurso Especial nº 1755061/RS
Relator Herman Benjamin. Diário de Justiça Eletrônico: 22 abr. de 2019. Disponível em <https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/inteiroteor/?num_registro=201801595817&dt_publicacao=22/04/2019 >. Acesso em 4 fev. 2020.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. IPTU. Ilegitimidade ativa do locatário para postular declaração de inexistência de relação jurídica tributária e repetição de indébito. Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial nº 789835/SP
Relator Mauro Campbell Marques. Diário de Justiça Eletrônico:12 nov. de 2015. Disponível em < https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/inteiroteor/?num_registro=201502454754&dt_publicacao=12/11/2015 >. Acesso em 4 fev. 2020.
COSTA, Regina Helena. Princípio da capacidade contributiva. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2003.
GUSMÃO, Daniela. Incidência do ITPU em imóveis de concessionárias de serviços públicos. In: PEIXOTO, Marcelo Magalhães (Coord.). IPTU - Aspectos jurídicos relevantes. São Paulo: Quartier Latin, 2002.
RIO DE JANEIRO. Linha cronológica do histórico do IPTU, 2008. Disponível em <http://www2.rio.rj.gov.br/smf/pdfs/iptu200anos.pdf>. Acesso em: 4 fev.2020.

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