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Indaial – 2020 Gestão de BiBliotecas diGitais e Virtuais Prof.a Patricia Simone Broch Prof.a Raffaela Dayane Afonso 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.a Patricia Simone Broch Prof.a Raffaela Dayane Afonso Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: B863g Broch, Patricia Simone Gestão de bibliotecas digitais e virtuais. / Patricia Simone Broch; Raffaela Dayane Afonso. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 189 p.; il. ISBN 978-65-5663-210-0 ISBN Digital 978-65-5663-206-3 1. Bibliotecas. - Brasil. I. Afonso, Raffaela Dayane. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 025.1 apresentação Seja bem-vindo ao Livro Didático Gestão de Bibliotecas Digitais e Virtuais. Neste material, abordaremos a evolução das bibliotecas a partir das bibliotecas da Antiguidade, passando pelas bibliotecas mediáveis até chegarmos às bibliotecas digitais e virtuais. Como você já sabe, as bibliotecas tiveram sua origem com a escrita. Os seus acervos eram formados por diferentes suportes informacionais e características distintas. Para uma melhor compreensão do conteúdo, dividimos o nosso estudo em três unidades. Na Unidade 1, conheceremos como surgiram as bibliotecas e como foi a evolução das bibliotecas da Antiguidade até as atuais. Além disso, distinguiremos os conceitos de digital e virtual, e estudaremos os principais conceitos de bibliotecas digitais e virtuais, bem como suas diferenças de forma concisa. Na Unidade 2, discutiremos os conceitos de bibliotecas digitais, suas vantagens, bem como a sua estrutura. Além disso, identificaremos os tipos de licenciamento de softwares e os principais softwares para a construção das bibliotecas digitais. A Unidade 3 apresenta a biblioteca virtual, conceitos, características, estrutura, e identifica os principais agentes de deterioração de documentos. Apresenta os portais, vortais e repositórios institucionais, bem como protocolos de interoperabilidade. Portanto, esperamos que os conteúdos abordados e os materiais selecionados estimulem a sua leitura, e que o livro de estudos seja útil e relevante em sua aprendizagem e formação profissional. A cada unidade, você será convidado a praticar exercícios que ajudarão no processo de ensino e aprendizagem. Boa leitura e bons estudos! Profª Patricia Simone Broch Profª Raffaela Dayane Afonso Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS ......................................................................... 1 TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS ........................ 3 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 2 CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................................................. 4 3 BIBLIOTECAS DA ANTIGUIDADE ............................................................................................... 6 3.1 BIBLIOTECAS DE NIPPUR .......................................................................................................... 6 3.2 BIBLIOTECAS DE NÍNIVE ........................................................................................................... 7 3.3 BIBLIOTECAS DE PÉRGAMO ..................................................................................................... 8 3.4 BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA ................................................................................................. 8 4 BIBLIOTECAS NA IDADE MÉDIA ................................................................................................ 9 4.1 BIBLIOTECAS MONACAIS ........................................................................................................ 10 4.2 BIBLIOTECAS BIZANTINAS E PARTICULARES .................................................................. 10 4.3 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ............................................................................................ 11 5 EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS ................................................................................................. 11 5.1 BIBLIOTECA TRADICIONAL MODERNA ............................................................................. 14 5.2 BIBLIOTECA AUTOMATIZADA ............................................................................................. 15 5.3 BIBLIOTECA ELETRÔNICA ...................................................................................................... 22 5.4 BIBLIOTECA HÍBRIDA ............................................................................................................... 26 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 29 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 32 TÓPICO 2 — BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS: CONCEITOS ...................................... 35 1 INTRODUÇÂO .................................................................................................................................. 35 2 BIBLIOTECAS DIGITAIS: BREVE INTRODUÇÃO .................................................................. 36 2.1 VOLTANDO UM POUCO À HISTÓRIA .................................................................................. 38 3 BIBLIOTECAS VIRTUAIS: BREVE INTRODUÇÃO ................................................................ 40 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 45 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 52 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................53 UNIDADE 2 — BIBLIOTECAS DIGITAIS ..................................................................................... 55 TÓPICO 1 — FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE BIBLIOTECAS DIGITAIS ................... 57 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 57 2 CONCEITOS ...................................................................................................................................... 57 2.1 BIBLIOTECAS DIGITAIS NO BRASIL ...................................................................................... 61 2.2 VANTAGENS E BENEFÍCIOS A BIBLIOTECA DIGITAL ...................................................... 75 3 ORGANIZAÇÃO DE DE BIBLIOTECAS DIGITAIS ................................................................ 79 3.1 RECURSOS DA BIBLIOTECA DIGITAL................................................................................... 82 3.2 CATALOGAÇÃO EM BIBLIOTECAS DIGITAIS ..................................................................... 86 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 89 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 90 TÓPICO 2 — FERRAMENTAS PARA CONSTRUÇÃO DE BIBLIOTECAS DIGITAIS ....... 91 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 91 2 LICENCIAMENTO DE SOFTWARE ............................................................................................. 93 2.1 FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE SOFTWARES .................................................................... 96 2.2 LICENÇAS ..................................................................................................................................... 97 2.2.1 Software proprietário .......................................................................................................... 98 2.2.2 Software livre ....................................................................................................................... 99 2.2.3 BSD ...................................................................................................................................... 101 2.3.4 MIT ....................................................................................................................................... 101 2.2.5 Apache ................................................................................................................................ 102 2.2.6 GPL ...................................................................................................................................... 102 2.2.7 AGPL ................................................................................................................................... 102 2.2.8 LGPL .................................................................................................................................... 102 2.2.9 Mozilla ................................................................................................................................. 103 3 A LEGISLAÇÃO .............................................................................................................................. 103 4 FERRAMENTAS PARA CONSTRUÇÃO DE BIBLIOTECAS DIGITAIS .......................... 105 4.1 SOFTWARE OMEKA ................................................................................................................. 105 4.2 SOFTWARE DSPACE ................................................................................................................. 108 4.3 SOFTWARE TEDE ...................................................................................................................... 110 4.4 SOFTWARE E-PRINTS .............................................................................................................. 112 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 114 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 121 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122 UNIDADE 3 — BIBLIOTECAS VIRTUAIS .................................................................................. 123 TÓPICO 1 — CONTEXTOS, CONCEITOS E CARATERÍSTICAS DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS ...................................................................................... 125 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 125 2 CONCEITOS .................................................................................................................................... 127 3 CARACTERÍSTICAS DA BIBLIOTECAS VIRTUAIS............................................................. 133 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 138 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139 TÓPICO 2 — ESTRUTURAS DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS ................................................ 141 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 141 2 TECNOLOGIAS APLICADAS A BIBLIOTECAS VIRTUAIS ............................................... 142 2.1 CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA VIRTUAL ............................................................. 147 3 ESTRUTURA ................................................................................................................................... 150 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 154 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155 TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS EM BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS ............. 157 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157 2 VORTAIS ........................................................................................................................................... 161 3 PORTAIS ........................................................................................................................................... 164 4 REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL .............................................................................................. 168 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 176 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 182 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 183 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 185 1 UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer como surgiram as bibliotecas; • identificar quais são as principais bibliotecas da antiguidade e da Idade Média; • compreender a evolução das bibliotecas; • conhecer os principais conceitos de bibliotecas digitais e virtuais. Esta unidade está dividida em dois tópicos. Nodecorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS TÓPICO 2 – BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS: CONCEITOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, iniciaremos pela perspectiva histórica das bibliotecas para podermos compreender a relação entre aquelas digitalizadas e respectivos usuários. O nosso intuito aqui, não é fazer uma revisão exaustiva sobre o surgimento da escrita, nem traçar toda a evolução das bibliotecas, mas sim fornecer subsídios para você, acadêmico, entender esta passagem desde a antiguidade até a modernidade. Ao pensarmos sobre o surgimento das bibliotecas, percebemos estar relacionado à origem da escrita e aos suportes informacionais. Ao longo do tempo, as bibliotecas foram evoluindo com as tecnologias disponíveis da época, ou seja, quando a sociedade evoluía, a forma de escrita e o meio de armazenamento também caminhavam lado a lado. Nessa direção, é importante você, futuro bibliotecário, refletir sobre a importância das bibliotecas, mas principalmente sobre as mudanças dos suportes informacionais. Hoje em dia, com o avanço tecnológico cada vez mais presente em nossas vidas, presenciamos um aumento de recursos tecnológicos, mas, ao mesmo tempo, temos a obsolescência daqueles e nós, como bibliotecários, precisamos estar atentos a essas questões e, também, proporcionar aos nossos usuários acesso às informações. Com as mudanças tecnológicas, culturais e sociais, a sociedade passou por transformações que, também, refletiram nas bibliotecas, não somente no suporte à informação, mas na preservação e nos serviços oferecidos aos usuários. O que antes era encontrado somente no meio físico, atualmente é achado no meio digital. E é nessa perspectiva de mudança de hábitos que as bibliotecas passaram a incorporar, nas suas rotinas, as tecnologias que surgiam em cada época, proporcionando o que chamamos de evolução das bibliotecas da era tradicional à era digital. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 4 2 CONTEXTO HISTÓRICO O homem sempre se preocupou em registrar todo o conhecimento produzido desde a pré-história, utilizando as paredes das cavernas para representar as atividades do seu dia a dia até os dias atuais. Esta forma de registro e suporte informacional se modificou ao longo do tempo, passando das cavernas à argila, ao papiro, ao pergaminho, ao papel e ao armazenamento de dados em uma rede digital. FIGURA 1 – SUPORTE INFORMACIONAIS FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/ss-ainformaoeabibliotecauniversitria-130508224606- phpapp01/95/a-informao-e-a-biblioteca-universitria-16-638.jpg?cb=1371218970>. Acesso em: 20 set. 2019. A história das bibliotecas está vinculada à escrita. O surgimento da escrita possibilitou o registro de transações econômicas e administrativas, o qual proporcionou a constituição das primeiras bibliotecas ainda na antiguidade, e seus acervos eram compostos de tabuinhas de argila, papiro e pergaminho (TANUS et al.., 2017). A etimologia da palavra Biblioteca tem origem do grego biblíon (livro) e teke (caixa, depósito), sendo então um depósito de livros (MARTINS, 2002), porém nem sempre seus acervos foram constituídos somente de livros, havia outros tipos de suportes armazenados. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 5 Desde a origem das bibliotecas na Antiguidade Clássica, sua função era a de preservação do conhecimento produzido pela humanidade. Segundo Oliveira (2011, p. 31), a origem exata do surgimento da escrita como das bibliotecas são desconhecidas, no entanto “as bibliotecas aparecem na era histórica, ou seja, quando se tem início a preservação de registros escritos de conhecimento”. O surgimento das bibliotecas está relacionado ao surgimento da escrita. IMPORTANT E A inferência de que a produção de conhecimento está relacionada ao surgimento das bibliotecas vem do pressuposto de que onde há muita produção do conhecimento existem bibliotecas, arquivos e museus. Há alguns pré-requisitos para o surgimento das bibliotecas: • Condições econômicas: há existência de riqueza no país, aumenta a disponibilização de recursos no incentivo da cultura, produção de conhecimento e de bibliotecas. • Condições sociais: surgimento de grandes centros urbanos, consequentemente havendo a produção de registro que necessita de sistemas de informação, bem como um sistema e de educação formal, como também, impondo-se a necessidade de registros de conhecimentos e sua conservação em bibliotecas ao suporte educacional. • Condições políticas: uma nação que tem sua estrutura política bem estruturada e organizada, sem conflitos, possibilita o surgimento das bibliotecas e o seu crescimento, entretanto em países onde há conflitos e crises políticas, as bibliotecas, assim como outros centros culturais sofrem riscos de serem destruídos (OLIVEIRA, 2011). Portanto, na maioria das vezes, as bibliotecas surgem em sociedades prósperas, em que a população é instruída, tendo o comércio livreiro estruturado e organizado. A elaboração de conhecimento e seu desenvolvimento, seus produtos, bem como o seu armazenamento e organização podem ser observados desde a Antiguidade. As primeiras bibliotecas de que se tem notícias foram construídas por grandes conquistadores e se localizavam em cidades que desempenhavam poder político e econômico. Ao longo dos séculos, as bibliotecas passaram por modificações, assim como a sociedade em que estavam situadas. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 6 FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS CONFORME O SUPORTE FONTE: Santa-Anna (2015, s.p.) As etapas de desenvolvimento foram acentuadas por características próprias e determinadas pelas tecnologias existentes na época. 3 BIBLIOTECAS DA ANTIGUIDADE Há indícios e comprovações de que as bibliotecas da Antiguidade eram bastante distintas entre si; essas distinções estavam relacionadas de acordo com o tipo de suporte que compunha o seu acervo, sendo constituídas de locais de armazenamento de documentos e acessadas por sistemas de recuperação precários. Seus acervos eram compostos, normalmente, de rolo de papiro e pergaminho. Nessa época, as bibliotecas não detinham caráter público e serviam apenas como depósito e sua construção arquitetônica dificultava o acesso ao acervo (MARTINS, 2002). Dentre as principais bibliotecas da Antiguidade podem ser citadas a de Nippur, Nínive, Pérgamo e, principalmente, a Biblioteca de Alexandria. 3.1 BIBLIOTECAS DE NIPPUR A biblioteca de Nippur, localizada na Babilônia, foi descoberta pela equipe arqueológica da Universidade da Pensilvânia em 1889, entre os quais estava o epigrafista alemão Hermann Hilprecht. A biblioteca ficava no templo El Ekur e, até os dias atuais, é a maior e mais relevante para o conhecimento de literaturas literárias. Pré-história Antiguidade Idade Média Idade Moderna Contemporaneidade Tabletes argila Papiro/Pergaminho Papel Papel e internet Memória Preservação/Conservação Laicização Democrati- zação Especiali- zação Socialização..... TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 7 FIGURA 3 – RUÍNAS DA BIBLIOTECA DE NIPPUR FONTE: <https://i1.wp.com/historiaeweb.com/wp-content/uploads/2018/09/Trabajadores-en-el- yacimiento-arqueol%C3%B3gico-de-Nippur.jpg?w=640&ssl=1>. Acesso em: 13 jul. 2020. 3.2 BIBLIOTECAS DE NÍNIVE De acordo com dadosde estudo, Nínive foi a primeira biblioteca da antiguidade de que se tem notícia; também é conhecida como a Biblioteca do rei da Síria, Assurbanipal, que viveu no século VII a.C. e estava situada no palácio de Nínive na Mesopotâmia, atualmente Iraque (incluindo, ainda, a Síria oriental e o Sudeste da Turquia). FIGURA 4 – PLANTA BIBLIOTECA DE NÍNIVE FONTE: <http://twixar.me/DLvm>. Acesso em: 13 jul. 2020. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 8 A biblioteca de Nínive foi um dos mais importantes legados da Mesopotâmia; descoberta pelos arqueólogos ingleses no século XIX, tinha o acervo composto de tábulas de argila e texto sobre os mais variados assuntos coletados pelo rei em outros templos do reino; entre elas, a tábula de argila com a "Epopeia de Gilgamesh" (LEICK, 2003). 3.3 BIBLIOTECAS DE PÉRGAMO Átalo I, no século II a.C., fundou a Biblioteca Pérgamo que era localizada na cidade de Pérgamo, atual Bergama, cidade da província de Esmira da República da Turquia. Alguns especialistas ressaltam que essa biblioteca surgiu do interesse do rei pela cultura e, também, por rivalidade à Biblioteca de Alexandria. Quando Pérgamo fundou uma biblioteca concorrente de Alexandria, alguns decênios depois, copiou logicamente também a arquitetura. Conhece-se hoje o plano da construção de Pérgamo: salas enfileiradas, abertas numa colunata luminosa que serve de galeria de leitura (POLASTRON, 2013, p. 29). A biblioteca de Pérgamo ficava localizada perto do templo em honra à Atena, possuindo aproximadamente 200.000 volumes de pergaminhos (LOPEZ, 2012). O seu fim foi ocasionado por Marco Antônio; o imperador presenteou a sua amada, Cleópatra e, também, por ocorrência de rivalidades políticas, ocasião em que houve saques, o que levou à perda do seu acervo (BATTLES, 2003). A biblioteca de Pergamum teve grande relevância histórica, que foi a criação do pergaminho, suporte informacional preferido pela escrita durante os mil anos seguintes (BATTLES, 2003). DICAS 3.4 BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA A biblioteca de Alexandria, conhecida como a mais importante da Antiguidade, situava-se na cidade de Alexandria ao Norte do Egito, no continente Africano na costa Mediterrânica (BATTLES, 2003). Seu objetivo era reunir a ciência e literatura grega num único espaço. Polastron (2013, p. 27) comenta que o TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 9 objetivo confessado era reconstituir toda a ciência e toda a literatura gregas e depois coroar o conjunto com um verdadeiro segmento da biblioteca de Aristóteles. A hipótese atual bem instigante é que Ptolomeu Filadelfo pôde comprar os "livros de Aristóteles", sim, mas não necessariamente aqueles que o filósofo escreveu. A Biblioteca de Alexandria não era igual às bibliotecas que conhecemos atualmente; sua principal finalidade era a de acumular todos os escritos da terra e não os difundir (BARATIN; JACOB, 2000). A Biblioteca de Alexandria era bem organizada, tendo estantes arejadas (onde os rolos de papiros eram arrumados), as quais formavam corredores onde ficavam os estudiosos (BATTLES, 2003). O espaço era usado para estudo e discussão. "Quanto à organização do acervo, dispunha-se da seguinte forma: os rolos tinham etiquetas presas aos Umbilici com os nomes dos autores e títulos das obras e eram colocados dispostos em pilhas" (SANTOS, 2012, p. 181). “Na Biblioteca de Alexandria, os bibliotecários-chefes, por seu turno, eram escolhidos pelos próprios reis. Segundo dados de uma das listas (página oficial da Biblioteca), não absolutamente a definitiva nem completa, acrescida de informações dadas por Fonseca (1992, p. 104), chefiaram a Biblioteca: Zenódoto de Éfeso, “notável gramático, responsável pela primeira edição crítica de Homero e pela Teogonia de Hesíodo”; Apolônio de Rodes; Eratóstenes de Cirene; Aristófanes de Bizâncio, que “organizou edições de Homero, Hesíodo, Píndaro, Eurípedes, Aristófanes, Anacreonte”; Apolônio; Kidas e Aristarco de Samotrácia, discípulo de Aristófanes de Bizâncio, que “com ele colaborou na edição de autores gregos.” Há controvérsia se o substituto de Zenódoto teria sido Calímaco de Cirene. De qualquer modo, Calímaco foi seu mais importante bibliotecário e lhe cabe um lugar particular neste esboço”. FONTE: MEY, E. S. A. Bibliotheca Alexandrina. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v . 1, n. 2, p.71-91, jan./jun. 2004. INTERESSA NTE 4 BIBLIOTECAS NA IDADE MÉDIA Na Idade Média existiram três tipos de bibliotecas: as Monocais, as particulares e bizantinas, e as Universitárias. As Monacais ficavam situadas dentro de mosteiros e abadias, ocorridas no início da Idade Média; já, as bibliotecas particulares, Bizantinas e Universitárias se deram no final da Idade Média (MARTINS, 2002). Os usuários das bibliotecas medievais eram específicos, ao menos no início. Santos (2012, p. 183) explica que “as bibliotecas medievais, ao menos no início, eram apenas um prolongamento das bibliotecas da Antiguidade uma vez que, seu usuário, era específico e seu acervo era fechado ao público em geral.”. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 10 A biblioteca, então, era vista e definida de “guardiã dos livros” e não como a conhecemos atualmente em que uma das finalidades é a de disseminar a informação. 4.1 BIBLIOTECAS MONACAIS As Bibliotecas Monacais eram encontradas dentro de mosteiros e conventos,tendo acesso restrito. Segundo Martins (2002), os documentos eram organizados em armários embutidos nas paredes e, também, havia nelas diversas estantes à leitura, permitindo o manuseio dos grossos infólios medievais. Exitiram várias Bibliotecas Monocais, mas as principais são: a biblioteca de Cassiodoro e a biblioteca de Mosteiro Sírio, liderado por Moisés de Nisibis. Ainda como importantes bibliotecas Monacais, pode-se citar: a de Monte Atos, a de Saint Gall (na Suíça), as de Corbie, Cluny e de Fleury-sur-Loire (na França) (MARTINS, 2002). 4.2 BIBLIOTECAS BIZANTINAS E PARTICULARES As Bibliotecas Bizantinas são de importância maior que as ocidentais, pois, de certa forma, seria impossível imaginar que os monges ocidentais sozinhos fossem capazes de provocar ou permitir o Renascimento (SANTOS, 2012). De acordo com Martins (2002, p. 86) [...], “a fuga desses monges e desses sábios de Bizâncio para o Ocidente, trazendo os seus manuscritos e os seus conhecimentos por ocasião da tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, é que provocará a Renascença e, por consequência, o fim da Idade Média [...]”. Os mais importantes conventos bizantinos foram: o Studion, com sua oficina de copistas e a sua biblioteca e o Claustro de Santa Catarina, junto ao Monte Sinai. Já, entre as coleções particulares que merecem destaque, cita-se a do Fócio I que era composta de 280 obras de valor inestimável. Muitas dessas coleções contavam com copistas e um bibliotecário principal, tendo por finalidade a organização do acervo. Outro grande proprietário particular foi o Rei Carlos V da França que chegou a reunir cerca de mil e duzentos volumes. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 11 4.3 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS As mudanças intelectuais e sociais afetaram o desenvolvimento das bibliotecas europeias entre os séculos XIII e XV; a primeira delas foi a criação das universidades, junto as suas bibliotecas. Um grande avanço das Bibliotecas Universitárias foi a criação do primeiro catálogo unificado que continha o nome dos autores e obras, bem como a indicação das bibliotecas monacais, onde poderiam ser encontradas tais obras. Sua autoria coube a franciscanos ingleses na segunda metade do século XIII (SANTOS, 2012, p. 185). No final do século XIII, as Universidades começarama fundar suas próprias bibliotecas. A Universidade de Sorbonne em Paris iniciou sua biblioteca com a doação dos livros de Robert de Sorbon. Outro fator que influenciou o crescimento das bibliotecas foi a inserção de leigos ricos e instruídos, nobres e mercadores para quem o patrocínio do saber e a posse de belos livros eram manifestação de status social o que, no Renascimento, seria uma característica primordial (BATTLES, 2003). As importantes Bibliotecas Universitárias foram: a Biblioteca Jurídica de Órleans, a Biblioteca Médica de Paris, a Biblioteca de Oxford (fundada em 1334, na Inglaterra) e a de Cambridge (fundada em 1444). Tendo compreendido como as bibliotecas surgiram, daremos continuidade a sua evolução. No próximo tópico, serão exploradas as bibliotecas tradicionais modernas, bibliotecas automatizadas e bibliotecas eletrônicas. 5 EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS As bibliotecas foram sendo adaptadas ao longo dos séculos e sempre à frente das evoluções tecnológicas, desde os primeiros documentos que faziam parte do seu acervo (as tábuas de argila, pergaminho, papiro, os livros, CDs a até os e-books) (LEVY, 2010). UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 12 FIGURA 5 – PERGAMINHO FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-yT_l1VdDZ1A/ThXG-9FI3dI/AAAAAAAAAFI/0uXJduFdb90/ s1600/ht_prhind.jpg>. Acesso em: 13 jul. 2020. Segundo Castro (2009, p. 338), [...] a biblioteca era considerada como um depósito de livros, com o objetivo apenas de preservação dos documentos; ao passar o tempo, teve sua função transformada de simples guardiã do conhecimento para assumir um papel social e cultural mais amplo, sendo ponto de acesso à socialização do conhecimento da humanidade. Essa mudança de função fez com que o acesso à informação, por meio das redes de computadores, mais especificamente a internet, alterasse a definição de bibliotecas. “A biblioteca deixa de ser um tranquilo depósito de livros para tornar- se o ponto focal de pesquisa variada, acessada a qualquer hora por usuários virtuais de vários lugares do mundo” (LEVACOV, 1997, p. 126). A biblioteca tradicional vai de Aristóteles até o início da automação das bibliotecas. NOTA Nesse sentido, percebemos que a evolução das bibliotecas aconteceu em três momentos, de acordo com Cunha (2000, p. 75) “a evolução das bibliotecas, agrupando-as em: Era I – Tradicional Moderna; Era II – Automatizada; Era III – Eletrônica; Era IV – Digital e Virtual. Destaca que, em todas as épocas, as bibliotecas sempre foram dependentes da tecnologia da informação”. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 13 FIGURA 6 – EVOLUÇÃO DA BIBLIOTECA FONTE: Cunha (2000, p. 75) A biblioteca como a conhecíamos, antes do surgimento da internet, sofreu com o sistema automático, “desde bases de dados de livros e periódicos, sistemas automatizados de busca, repositórios e bibliotecas digitais, até outros recursos disponíveis, cada vez mais autônomos ao público da biblioteca, os usuários” (SILVA FILHO; MAGAN, 2016, p. 63). Com essas mudanças de suporte e do acesso à informação, as bibliotecas começaram a se adaptar ao contexto tecnológico, não apenas modificando o suporte informacional, mas na reestruturação de serviços informacionais e isso passa a afetar o modelo tradicional de bibliotecas. A evolução das bibliotecas se deu em três momentos: tradicional, moderna e automatizada e eletrônica. IMPORTANT E A evolução das bibliotecas é marcada pelas características determinadas pela tecnologia existente em cada época. NOTA UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 14 5.1 BIBLIOTECA TRADICIONAL MODERNA Na biblioteca tradicional, o acervo é constituído na sua maioria em papel. Desde a invenção da escrita há esse tipo de biblioteca e bem antes do advento da imprensa, em 1440, o acervo era formado por outros tipos de materiais como: tablete de argila, o papiro e o pergaminho (CUNHA, 1999). Tem-se, como uma das características principais desse tipo de biblioteca, a utilização do papel, sendo suporte de registro de informação; o seu espaço físico era delimitado e os seus serviços e produtos eram feitos de forma mecânica. De acordo com Cunha (1999), Ohira e Prado (2002) houve uma revolução na biblioteca com a introdução do catálogo em fichas e o abandono do catálogo em forma de livro. “Esta etapa compreende de Aristóteles até o início da automação das bibliotecas” (OHIRA, PRADO, 2002, p. 1). As mutações dos suportes informação acabaram por influenciar, também, as atribuições e funções da biblioteca tradicional, que foram substituídas progressivamente por novas formas midiáticas de armazenar e disponibilizar texto, havendo a possibilidade de criar ligações hipertextuais em itens documentais (LIMA; ROCHA, 2010 apud LIMA, 2015, p. 24). A biblioteca tradicional tem como função organizar e manter as obras de valor cultural e educacional à disposição dos usuários. O sistema de empréstimo era feito por meio de anotações em fichas apropriadas que serviam de controle de retirada e devolução dos materiais. Uma característica da biblioteca tradicional é que tanto a coleção quanto os seus catálogos utilizam o papel como suporte de registro de informação. NOTA Antes do surgimento da impressa por Gutemberg, os suportes informacionais eram tablete de argila, o papiro e o pergaminho; pós 1440, o acervo das bibliotecas tradicionais foi sendo alterado pelos novos suportes informacionais como livros, índices/bibliografias, obras de referência, periódicos. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 15 Nesse tipo de biblioteca, os serviços bibliotecários são: • Gestão e desenvolvimento de coleções. • Catalogação e análise de conteúdo. • Criação de índices e catálogos. • Promoção do acesso à informação. • Serviço de referência. • Suportes informacionais variados em setores específicos, distribuídos no organograma da biblioteca como, por exemplo, o setor de periódicos, a mapoteca e as outras obras de referência. 5.2 BIBLIOTECA AUTOMATIZADA O homem sempre pensou em automatizar as atividades do nosso dia a dia; podemos dizer que as primeiras tentativas na mecanização das atividades foram na pré-história. As invenções como a roda, o moinho – movimentado pelo vento ou força animal – demonstram a capacidade do homem para diminuir o esforço físico e de se adaptar às novas tecnologias da época. A palavra automação tem sua origem no grego autómatos que significa mover-se por si ou que se move sozinho. Consideramos que a automação é um sistema que usa técnicas computadorizadas ou mecânicas, com a finalidade de dinamizar e otimizar os processos desenvolvidos pelo homem. “Em geral, automatizar significa a utilização de máquinas na execução de tarefas que antes eram executadas pelo homem” (RODRIGUES; PRUDÊNCIO, 2009, p. 2). Na biblioteconomia não é diferente; faz-se uso da automação para facilitar e reduzir o tempo de trabalho, bem como atender às necessidades dos usuários de maneira mais rápida e eficiente. Com a implementação de ferramentas tecnológicas nas bibliotecas tradicionais, passamos a ter as Bibliotecas Automatizadas e, com a utilização das tecnologias nesse ambiente, houve grande avanço na área da Biblioteconomia. Podemos dizer que com o emprego de programas especializados à gestão das bibliotecas, o avanço da área foi possibilitado. A utilização de softwares especializados para gestão de centros de informação foi o que possibilitou esse avanço. NOTA UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 16 Então, a evolução das bibliotecas tradicionais à automatizada se deu por meio do uso de computadores para gerir seus acervos. Para Rodrigues e Prudêncio (2009, p. 2), a automatização das bibliotecas e centros de informação surgiu “para oferecer um atendimento eficaz e eficiente ao usuário, poupar tempo,otimizar os processos, atender a demanda, auxiliar a aquisição, tornar a organização mais precisa e, principalmente, satisfazer as necessidades do usuário em curto espaço e tempo”. As coleções dessas bibliotecas ainda são, exclusivamente, constituídas de itens bibliográficos em papel, (livros, periódicos), porém as atividades de processamento técnico (catalogação, indexação e classificação) são realizadas com bases nos aparatos tecnológicos, ou seja, com o auxílio dos programas de gestão de bibliotecas. FIGURA 7 – PROGRAMA DE GESTÃO DE BIBLIOTECAS DA UNIASSELVI – SÁBIO FONTE: <https://www.uniasselvi.com.br/sabio/>. Acesso em: 13 jul. 2020. Atualmente, a maioria das bibliotecas possui um sistema de gerenciamento e controle do acervo. Antes dos sistemas informatizados, elas mantinham as fichas catalográficas armazenadas em fichários, que eram usados para recuperar o livro na estante. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 17 FIGURA 8 – FICHÁRIO FONTE: <http://twixar.me/Zchm>. Acesso em: 13 jul. 2020. No Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) (s.d. apud DUTRA; OHIRA, 2004, p. 3), “o método de automação das bibliotecas versa nas diferentes formas de utilizar os equipamentos de processamento eletrônico de dados nas atividades relacionadas à gestão das bibliotecas nos serviços de informação, oferecidos aos usuários”. A tecnologia possibilitou que as bibliotecas se informatizassem, a fim de melhorar o atendimento aos usuários, proporcionando, assim, a melhora na recuperação de informações das bases de dados. Figueiredo (1996, p. 245) comenta que “para os usuários, essas tecnologias tornaram acessíveis maior número de bases de dados para a realização de pesquisas, além de terem proporcionado a possibilidade de comunicação entre elas”. A biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Library of Congress) foi a pioneira no processo de automatizar os procedimentos técnicos das suas bibliotecas na década de 1960. Como em todo o mundo, o problema das bibliotecas americanas residia no controle de empréstimos e devoluções dos livros. O empréstimo era feito por meio de cartões perfurados, e toda vez que o bibliotecário efetuava o empréstimo de uma obra, era necessário perfurá- los; além de ser um processo demorado, estava sujeito a erros (SANTOS, 2012; FIGUIREDO, 1986). Por esse motivo, o setor de empréstimo foi o primeiro a ser modernizado. Logo após, foi adotada a tecnologia em outros setores para facilitar o trabalho, tal qual o setor de confecção de catálogos. E com essa automatização das fichas catalográficas do papel ao computador, surgiu o MARC, um padrão que permitia a troca de informação entre bibliotecas. O Marc continha todas as informações bibliográficas necessárias de um documento catalogado (CORRÊA, 2001). Segundo Hübner (2005), o MARC se disseminou rapidamente, pois permitia que outras bibliotecas pudessem ter os registros Library of Congress, por meio de importação bibliográfica, isto é, como esses registros estavam em suporte eletrônico, as bibliotecas conseguiam criar seu próprio catálogo. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 18 O artigo elaborado por Moreno e Bracher em 2007 aborda as relações entre o MARC, MARCXML E FRBR. Este formato, elaborado pela Library of Congress (LC), na década de 1960 do século passado, persiste com o formato de intercâmbio para registros bibliográficos de catálogos, compondo hoje uma família de formatos para distintos usos. As atualizações são de responsabilidade da Machine Readable Bibliographic Information (MARBI). O modelo, elaborado pela International Federation of Library Association and Institutions (IFLA), com auxílio de consultores e desenvolvedores de softwares bibliográficos, foi publicado na forma de um relatório final em 1998. Os FRBR baseiam-se no modelo computacional Entidade-Relacionamento, que visa à modelagem de bancos de dados, capturando a semântica dos dados e não a implementação. Ambos, o formato e modelo guardam relações com a representação de recursos de informação de maneira distinta. O MARC foi criado com campos, subcampos e notações à padronização na entrada de dados dos registros para posterior intercâmbio na era pré-Internet. O modelo surgiu como uma proposta de reestruturação dos registros, propondo requisitos mínimos num índice conceitual. Após a publicação dos FRBR, diversos seminários, congressos e estudos de diversos graus buscaram cobrir a ampla gama de assuntos ligados ao modelo, como o impacto na revisão das Anglo American Cataloguing Rules (AACR) e International Standard Bibliographic Descriptions (ISBDs) e a relação com demais modelos, entre outros estudos. FONTE: MORENO, F. P.; BRASCHER, M. MARC, MARCXML E FRBR: relações encontradas na literatura. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v. 17, n. 3, p. 13-25, set./dez. 2007. IMPORTANT E Os programas de gestão de bases de dados surgiram na década de 1970; através desses sistemas de gerenciamento da informação, houve maior presteza no tratamento e recuperação da informação, porém eram sistemas caros, muitas vezes elaborados para bibliotecas particulares e com características próprias. Posteriormente, surgiram programas que atendiam a todas as necessidades gerenciais de uma biblioteca, tendo custo relativamente baixo se comparado ao início da automação de bibliotecas; assim, as bibliotecas que desejassem seu acervo automatizado, dispunham das novas tecnologias para atender suas demandas internas e externas. O Brasil não ficou na contramão dos outros países; nos anos 1980, iniciou-se o processo de automação das bibliotecas no país. Segundo Dutra e Ohira (2004, p. 5), Os fatores que impulsionaram o desenvolvimento foram: o estabelecimento de redes com a Bibliodata/CALCO da Fundação Getúlio Vargas, a utilização do computador no ensino da Biblioteconomia e a educação continuada de profissionais, a partir da criação de grupos de usuários de softwares aplicativos. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 19 A Tecnologia da Informação (TI) é a reunião de recursos responsáveis pela coleta, armazenamento e distribuição da informação. Estas tecnologias utilizam o computador e as telecomunicações para melhorar a realização de sua função. Com as tecnologias da automação, que surgem por volta da década de 1950, já no século XX, as bibliotecas começaram a automatizar seus acervos e criar suas bases de dados. A informação agora é processada em novo formato – o formato eletrônico – e o acesso a ela é realizado por vários instrumentos ligados à tecnologia do computador (RODRIGUES; PRUDÊNCIO, 2009). IMPORTANT E A relevância e importância de uma biblioteca não se resume ao seu acervo, mas na sua habilidade de disponibilizar acesso à informação além dos documentos bibliográficos (KRZYZANOWSKI, 1997). As TICs melhoram os serviços de informação, os processos técnicos tornaram-se mais rápidos e o atendimento ao usuário também. Do mesmo modo, as bibliotecas puderam disponibilizar suas bases de dados on-line, começando a comunicação e difusão entre bibliotecas e tornando mais fácil o acesso à informação. Há três tipos básicos de software: a) Sistemas de gerenciamento de bibliotecas – são sistemas projetados para controlar as atividades essenciais de uma biblioteca. b) Sistemas gerenciadores de bases de dados bibliográficas – necessitam de microcomputadores para executá-los, apresentam facilidades e vantagens na sua utilização devido as suas interfaces amigáveis. São destinados a uma clientela que inclui bibliotecários, professores e pesquisadores acadêmicos. c) Gerenciadores de banco de dados – de aspecto comercial mais amplo, suportam grande quantidade de informação. Possuem habilidades na recuperação de informação, utilizando diferentes critériosde cruzamento (LIMA, 1999, p. 311). IMPORTANT E No Brasil, há diversos tipos de programas para automatizar e disponibilizar o acesso ao acervo das bibliotecas, que vão de softwares proprietários que são aqueles pagos, open soure, gratuitos. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 20 Acadêmico, caso você tenha interesse sobre as diferenças entre os softwares, pode realizar a leitura do seguinte artigo Sistema de automação de bibliotecas: um estudo investigativo-literário das autoras Ribeiro e Silva de 2019. Investigação que apresenta sistemas de automação de bibliotecas de acordo com um levantamento de conceitos, paradigmas e exemplos de recursos de software. Utiliza- se de uma metodologia ocorrida pela adoção da pesquisa bibliográfica e das abordagens de coleta de dados quanti-qualitativa, especificamente em periódicos de Qualis A1, A2 e B1. Resulta em 13 expressões de busca sobre sistemas de automação de bibliotecas, sendo que apenas uma não foi contemplada pelo periódico de Qualis B1; nove sistemas foram identificados, sendo cinco de paradigma proprietário e quatro de paradigma livre, fragmentando este último entre sistemas do tipo freeware e open source; os sistemas proprietários possuem como características o pagamento de licença de uso e o código fonte como privado etc.; enquanto que os sistemas freeware permitem o uso sem pagamento de licença, mas de código fonte também privado etc., ao passo que os sistemas open source podem ou não exigir o pagamento de licença, mas ofertam o código fonte de maneira editável etc. Concluiu-se que os sistemas de automação de bibliotecas podem ser apresentados entre proprietários e livres, variando entre o pagamento ou não de licença para uso e distribuição, a disponibilidade na edição do código fonte, a melhoria/atualização do sistema, a interoperabilidade entre sistemas que fazem parte da rede e o tributo donativo à distribuição do sistema. FONTE: RIBEIRO, M. A.; SILVA, M. B. Sistemas de automação de bibliotecas: um estudo investigativo-literário. ConCI: Conv. Ciênc. Inform., v. 2, n. 1, p. 42-65, jan./abr. 2019. DICAS Deixamos aqui um breve resumo: • Sistemas proprietários: aqueles que são pagos, cujo código fonte não é livremente disponibilizado (Windows, Hp-ux, Mac Os). • Sistemas gratuitos: aqueles que não são pagos, cujo código fonte também não é de livre acesso (Beos, vários antivírus, Freeware). • Sistemas Open source (código aberto): aqueles cujo código fonte é aberto (Unix). • Sistemas livres: aqueles que são open source, cujo código fonte pode ser livremente alterado (GNU/Linux, Bsd). Como exemplo de software, cito o Pergamum que é uma ferramenta de gestão da informação, presente no mercado há mais de 20 anos, utilizado em bibliotecas, arquivos e museus. Esse programa foi desenvolvido na Pontifícia Universidade Católica do Paraná; é um programa proprietário. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 21 FIGURA 9 – SOFTWARE PERGAMUM FONTE: <http://www.pergamum.pucpr.br/produtos/pergamum>. Acesso em: 13 jul. 2020. A Biblioteca Nacional juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro possui um programa livre, o Biblivre. Este programa tem as funções de gerenciamento de bibliotecas e de acervos gratuito e possibilita a catalogação de recursos informacionais variados e sua disponibilização em um catálogo. FIGURA 10 – BIBLIVRE FONTE: <http://www.biblivre.org.br/index.php>. Acesso em: 12 dez. 2019. A automação nas bibliotecas trouxe vários benefícios, entre eles a rapidez, agilidade e eficiência no atendimento e prestação de serviços (FIGUEIREDO, 1996). Esses benefícios não afetaram somente os usuários, mas também o serviço do bibliotecário na formação do acervo, levantamentos bibliográficos, empréstimos, comutação, reclamação de obras em atraso e processamento técnico. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 22 5.3 BIBLIOTECA ELETRÔNICA A biblioteca eletrônica utiliza a informação no suporte digital com o apoio de CD-ROM. Podemos dizer que a biblioteca eletrônica é o início da Era Digital e Virtual, ou seja, a biblioteca do futuro, que é pensada como uma nova estratégia para o resgate de informações onde os documentos estão disponíveis na web. Com o advento da Internet, a biblioteca ganhou uma nova dimensão, passando do espaço físico ao ciberespaço (OHIRA; PADRO, 2002). Segundo Blattmann (2001), no final da década de 1980 o termo Biblioteca Eletrônica começou a ser utilizado quando as fontes de informação, catálogos e serviços tornaram-se disponíveis eletronicamente. O surgimento da Internet como uma rede mundial de computadores veio confirmar essas expectativas ao ser criado um espaço para a expressão, conhecimento e comunicação humana. No entanto, trata-se de um espaço que não existe fisicamente, mas virtualmente: o ciberespaço. Termo que foi idealizado por William Gibson, em 1984, no livro Neuromancer, referindo-se a um espaço virtual composto por computadores e usuários conectados a uma rede mundial. É inegável que a revolução cibernética-tecnológica afeta os mais variados aspectos da vida cotidiana, tendo a inserção de contextos virtuais como círculos eletrônicos de amizade, por meio de comunidades virtuais e da possibilidade de “navegar” pelo mundo, tornando o presente cada vez mais próximo da ideia de aldeia global. Assim, foi na última metade do século XX, com o surgimento da rede digital e do ciberespaço que foi explicitada a possibilidade de virtualização, e o virtual passou a ser um traço inquestionável nas práticas sociais. Pode afirmar-se que o ciberespaço diz respeito a uma forma de virtualização informacional em rede. Por meio da tecnologia, os homens, mediados pelos computadores, passam a criar conexões e relacionamentos capazes de fundar um espaço de sociabilidade virtual. FONTE: <https://www.infoescola.com/internet/ciberespaco/>. Acesso em: 17 jul. 2020. NOTA A biblioteca eletrônica foi definida como a biblioteca informatizada, a qual emprega todos os tipos de equipamentos eletrônicos necessários ao seu funcionamento. Segundo Ohira e Prado (2002), a biblioteca eletrônica adentra- se em novo espaço, o ciberespaço, pois o acesso ao texto não é disponibilizado somente no papel, mas, também, de forma on-line. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 23 [...] a biblioteca contemporânea utiliza a informação no suporte digital com o advento do suporte em CD-ROM. A biblioteca eletrônica, a biblioteca do futuro, pensada como uma nova estratégia para o resgate de informações, onde o texto completo de documentos está disponível on-line. Com o surgimento da Internet, a biblioteca ganha nova dimensão: deixa de ter somente um espaço físico e ganha um novo espaço – o ciberespaço (OHIRA; PRADO, 2002, p. 61). A biblioteca eletrônica define-se pela utilização do equipamento “empregado na leitura dos dados e não pela característica dos dados utilizados” (TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 116). FIGURA 11 – BIBLIOTECA ELETRÔNICA FONTE: <https://image.freepik.com/vetores-gratis/modelo-de-plano-de-pagina-de-destino-de- educacao-de-biblioteca-eletronica_81522-2777.jpg>. Acesso em: 13 jul. 2020. Segundo Marchiori (1997), a biblioteca eletrônica “é o termo que se refere ao sistema no qual os processos básicos da biblioteca são de natureza eletrônica, o que implica ampla utilização de computadores e de suas facilidades na construção de índices on-line, busca de textos completos e na recuperação e armazenagem de registros”. UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 24 O livro – A Biblioteca Eletrônica – está na sua quarta edição; até a terceira edição era originalmente intitulada Computers for Libraries 1980, 1985 e 1993; a primeira edição em português foi uma tradução da terceira edição inglesa e recebeu o título de Informática para Bibliotecas; a segunda edição brasileira, por sua vez, é tradução da quarta edição inglesa,publicada em 1998. Ao apresentar a nova obra, a autora comenta que “ao longo dos anos decorridos” desde 1993, quando a edição anterior deste livro foi publicada, havia estado envolvida de modo menos intenso do que antes com as especificações da operação de sistemas de informação, em particular com aqueles que são vistos como componentes de uma biblioteca eletrônica. Por outro lado, concentrei-me mais no ambiente em que esses sistemas funcionam. Essa visão contextual se tornou cada vez mais importante. [...] Este livro trata das funções, técnicas e gerenciamento desses sistemas. [...] “A presente edição adotou um título novo em reconhecimento, talvez, de mais uma fase do desenvolvimento do impacto da tecnologia da informação nas bibliotecas” (Prefácio, p. ix). Parece que os leitores lucraram com o novo enfoque da obra. Isto pode ser visualizado pela comparação feita na Tabela 1.2 (p. 10) onde são mostrados os sumários da primeira e da terceira edições, respectivamente, de 1980 e 1993. Novos itens foram incluídos e a obra passou de 159 para 307 páginas; a edição atual atingiu 399 páginas! FONTE: CUNHA, M. B. Recensão do livro Biblioteca Eletrônica. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 1, n. 2, p. 92-94, jan./jun. 2004. DICAS De acordo com Machado et al. (1999), “a biblioteca eletrônica é aquela que está totalmente automatizada, disponibilizando os seus serviços aos usuários de forma on-line”. Ainda, os mesmos autores fazem referência à biblioteca eletrônica como ‘aquela que o seu acervo, catálogo e serviços são desenvolvidos em suporte eletrônico. TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 25 [...] uma biblioteca eletrônica compreende tanto materiais quanto serviços que empregam eletricidade para que sejam usados. Neste sentido, segundo o autor, a biblioteca eletrônica inclui a biblioteca digital, mas a expressão ‘biblioteca digital’ é empregada mais correntemente e, portanto, é preferível (TAMMARO, 2007 apud TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 116). A biblioteca eletrônica e a biblioteca tradicional possuem características distintas: • Biblioteca Tradicional: espaço físico bem delimitado, com serviços e produtos de forma mecânica. A revolução acontece com a introdução dos catálogos em fichas e abandono do catálogo sob forma de livro. • Biblioteca Eletrônica: utiliza a tecnologia dos computadores nos seus serviços meios e fins, considerados os primeiros passos rumo ao acesso on-line, aos bancos de dados por meio de redes de telecomunicações (MARCHIORI, 1998). A biblioteca eletrônica utiliza tecnologia nos seus serviços, aperfeiçoando- os para o acesso on-line de bancos de dados por meio da rede de telecomunicações (MARCHIORI, 1998). NOTA Em 2011, no aeroporto internacional Taoyuan, em Taiwan, foi inaugurada a primeira biblioteca de livros eletrônicos no mundo. A intenção era a de oferecer um novo tipo de entretenimento aos passageiros em trânsito no local. A biblioteca de livros eletrônicos (chamada em inglês de e-library) possui 400 títulos em inglês e em chinês na sua coleção e custou mais de US$ 100 mil para ser criada. Os livros podem ser acessados apenas no aeroporto, não podendo ser baixados em outros tablets ou leitores digitais. Os livros podiam ser acessados no free shop do aeroporto em 30 dispositivos disponíveis aos passageiros. De acordo com o governo de Taiwan, este número deve aumentar nos próximos meses, já que o aeroporto recebe 17 milhões de viajantes por ano. FONTE: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/03/aeroporto-de-taiwan-abre- primeira-biblioteca-de-livros-eletronicos.html>. Acesso em: 29 dez. 2019. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 26 5.4 BIBLIOTECA HÍBRIDA Com a transição das tecnologias à informação, as bibliotecas tradicionais incorporam em seu acervo documentos de caráter digitais e eletrônicos, passando o seu acervo a ser denominado de híbrido. Segundo Prakasan, Swarna e Kumar (2000), as bibliotecas foram submetidas a fases de desenvolvimento em relação às mudanças sociais e tecnológicas: bibliotecas tradicionais, bibliotecas automatizadas, bibliotecas híbridas e, posteriormente, bibliotecas digitais que serão estudadas na próxima unidade. Garcez e Rados (2002, p. 45) mencionam que “os usuários, na lógica do desenvolvimento atual, precisam do tipo de integração de serviços que as bibliotecas híbridas proporcionam”. O nome Biblioteca Híbrida deve refletir o estado transacional da biblioteca que, atualmente, não pode ser completamente impressa nem completamente digital (GARCEZ; RADOS, 2002). NOTA De acordo com Silva e Caldas (2015), A Biblioteca Híbrida é a ponte entre as bibliotecas tradicionais e digitais, utilizando fontes de informação em diferentes formatos e em localizações remotas ou locais, apresentadas de forma integrada. Nesse sentido Garcez e Rodas (2002) ressaltam que a biblioteca híbrida deve unificar o acesso a diferentes tecnologias para o mundo da biblioteca digital e por meio de diferentes mídias. Para Silva e Caldas (2015), “a biblioteca híbrida deve ser um espaço cultural que propicie a promoção de diálogos, onde população e tecnologias se relacionem de forma que as informações registradas no local passem a ganhar vida à medida que são utilizadas”. As bibliotecas híbridas permitem a convergência de imagens, textos e sons, um mesmo local ou plataforma; assim, possibilitam aos usuários que ultrapassem o processo de criação de significados dentro das bibliotecas. As bibliotecas híbridas oferecem os serviços que estão “[...] à disposição do usuário tanto de forma presencial [...] como remota, através da internet ou de redes de área local” (PRÓSPER, 2004, p. 126). TÓPICO 1 — CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 27 FIGURA 12 – COMPARTILHAMENTO DE RECURSOS NO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS HÍBRIDAS FONTE: Garcez e Rados (2002, p. 46) As bibliotecas híbridas devem proporcionar acesso a diferentes tipos de mídias aos seus usuários, desde o impresso ao digital. a) CD-ROMs de redes; b) Serviços completos de textos; c) Sistemas de reservas eletrônicas; d) Grupos de dados remotos nos centros de dados comunitários; e) Grupos de dados remotos em outras universidades; f) Grupos de dados remotos comerciais; g) Grupos de dados locais, por exemplo, bibliografias, coleções de panfletos e arquivos; h) Documentos locais, baseados na Web, de bibliotecas e instituições; i) Portais locais de recursos da Web; j) Portais remotos da Web de matérias/recursos; ka) k) Recursos remotos da Web; l) Jornais eletrônicos remotos; m) Livros eletrônicos, locais e remotos; n) Livros: para emprestar, para referências e disponíveis aos empréstimos entre bibliotecas; o) Jornais impressos; p) Coleções especiais, mapas, slides, gravações de áudio e vídeo; q) Catálogo regional virtual unificado (web); r) CD-ROMs e disquetes off-line; s) On-line Public Access Catalogue – OPAC local (telnet/ web); (GARCEZ; RADOS, 2002, p. 46). Este tipo de biblioteca detém muitas vantagens por ter vários tipos de suportes informacionais e tecnologias empregados no seu ambiente, proporcionando ao usuário uma gama maior de acesso à informação. Vejamos algumas dessas vantagens: ARMAZENAGEM/ BUSCA DISTRIBUIÇÃO/ ACESSO USO DIGITAL IMPRESSO ACESSO FÍSICO ACESSO VIA REDE ENVIADO DIGITAL FÍSICO DIGITAL UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 28 a) acesso fácil, pois disponibilizam a informação específica em suas bases; b) disponibilizam e selecionam os melhores sites da internet sob a ótica do usuário; c) agilizam as operações, ficando a critério do usuário o tempo de recebimento das informações, graças às facilidades apresentadas pela tecnologia da informação; d) porsua cobertura nacional, regional, local e internacional, elas oferecem na hora a informação, tanto por meio de citações, que podem ser sinaléticas, analíticas ou texto na íntegra nos formatos eletrônicos e impressos; e) associam-se às bibliotecas, centros de informações, arquivos, museus etc., para disponibilizar acervos tanto virtuais, quanto ao atendimento de usuários residentes proximamente àquelas, agregando maior abrangência de sua área de competência, diferenciando seus serviços, ampliando-os, importando as tecnologias desses centros, angariando, assim, maior valor na prestação dos serviços; f) formam alianças, por meio de redes e consórcios interbibliotecas; também propiciam a ampliação do grau de abrangência e maior acesso à variedade de bens e serviços; g) personalizam atendimento, por meio de perfis de usuários que podem ser tanto manuais como eletrônicos (knowbot); h) passam a ter vantagens competitivas por seu pioneirismo no mercado, difusoras de novas tecnologias; i) tornam-se mais eficazes, porque objetivam adequar seus produtos às necessidades e expectativas dos usuários; j) são mais eficientes, uma vez que flexibilizam suas operações, utilizando recursos internos e externos na produção de informações adequadas às necessidades e expectativas de sua clientela; k) são prestadoras de serviços, porque em sua função primordial está a de armazenar e disponibilizar a informação, visando ao atendimento de público específico, de forma precisa e rápida, já que a informação só tem valor quando absorvida em tempo hábil (GARCEZ; RADO, 2002, p. 51). O artigo – A oferta diversificada de produtos e serviços bibliotecários na contemporaneidade: a biblioteca híbrida em evidência de Jorge Santa Anna, publicado em 2015, demonstra o que vem sendo publicado sobre as Bibliotecas Híbridas, delineando desafios, perspectivas, produtos e serviços oferecidos nessas instituições. Discutindo aspectos relacionados às transformações que as tecnologias da informação e comunicação proporcionam às bibliotecas nos últimos anos e reflete acerca dos principais produtos, serviços e práticas bibliotecárias oferecidas a partir do uso dos recursos da realidade virtual. Confira! FONTE: SANTA ANNA, J. A oferta diversificada de produtos e serviços bibliotecários na contemporaneidade: a biblioteca híbrida em evidência. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação. São Paulo, v. 11, n. especial, p. 275-294, 2015. DICAS 29 Neste tópico você aprendeu que: • O homem sempre se preocupou em registrar todo o conhecimento produzido desde a Pré-história, utilizando as paredes das cavernas para representar as atividades do seu dia a dia até os dias atuais. • A história das bibliotecas está vinculada à escrita, cujo surgimento possibilitou o registro de transações econômicas e administrativas e esses registros proporcionaram a formação das primeiras bibliotecas ainda na Antiguidade. • O surgimento das bibliotecas está relacionado ao surgimento da escrita. • A inferência de que a produção de conhecimento está relacionada ao surgimento das bibliotecas vem do pressuposto de que onde há muita produção do conhecimento existem bibliotecas, arquivos e museus. • Você viu algumas das mais importantes bibliotecas da Antiguidade, como a de Alexandria, bem como na Idade Média. • Foi na Idade Média que surgiram as primeiras bibliotecas universitárias. • A biblioteca era considerada um depósito de livros, com o objetivo apenas de preservação dos documentos; com o passar do tempo, teve sua função transformada em guardiã do conhecimento para assumir um papel social e cultural na sociedade. • A biblioteca deixa de ser um tranquilo depósito de livros para se tornar o ponto focal de pesquisa variada, acessada a qualquer hora por usuários virtuais de vários lugares do mundo. • A evolução das bibliotecas, agrupando-as em: Era I – Tradicional Moderna; Era II – Automatizada; Era III – Eletrônica; Era IV – Digital e Virtual. Destaca- se que, em todas as épocas, as bibliotecas sempre foram dependentes da tecnologia da informação. • Na biblioteca tradicional, o acervo é constituído na sua maioria por papel, ou seja, o papel é utilizado como suporte de registro de informação, o espaço físico era delimitado e os serviços e produtos eram feitos de forma mecânica. • As mutações dos suportes informação acabaram por influenciar, também, as atribuições e funções da biblioteca tradicional. RESUMO DO TÓPICO 1 30 • Com a implementação de ferramentas tecnológicas nas bibliotecas tradicionais, passamos a ter as Bibliotecas Automatizadas e, havendo a utilização das tecnologias nesse ambiente, ocorreu grande avanço na área da Biblioteconomia. • A evolução das bibliotecas tradicionais às automatizadas se deu por meio do uso de computadores, a fim de gerir os acervos. • A maioria das bibliotecas possui um sistema de gerenciamento e controle do acervo. Antes dos sistemas informatizados, as bibliotecas mantinham as fichas catalográficas armazenadas em fichários, que eram utilizados para recuperar o livro na estante. • A biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Library of Congress) foi a pioneira no processo de automatizar os procedimentos técnicos das suas bibliotecas na década de 1960. • O Brasil, nos anos 1980, iniciou o processo de automação das bibliotecas no país. E os fatores que impulsionaram o desenvolvimento foram: o estabelecimento de redes com a Bibliodata/CALCO da Fundação Getúlio Vargas, a utilização do computador no ensino da Biblioteconomia e a educação continuada. • A automação nas bibliotecas trouxe vários benefícios, entre eles a rapidez, agilidade e eficiência no atendimento e prestação de serviços, tais como a formação do acervo, levantamentos bibliográficos, empréstimos, comutação, reclamação de obras em atraso e processamento técnico. • A biblioteca eletrônica utiliza a informação no suporte digital, tendo o auxílio de CD-ROM. Podemos dizer que a biblioteca eletrônica é o início da Era Digital e Virtual, ou seja, a biblioteca do futuro. • A biblioteca eletrônica foi definida como a biblioteca informatizada, a qual emprega todos os tipos de equipamentos eletrônicos necessários ao seu funcionamento. • A biblioteca eletrônica define-se pela utilização do equipamento empregado na leitura dos dados e não pela característica dos dados utilizados. • A biblioteca eletrônica é vista por deter o seu acervo, catálogo e serviços desenvolvidos em suporte eletrônico. • As bibliotecas tradicionais incorporam em seu acervo documentos de caráter digitais e eletrônicos, passando, assim, a ser chamadas de híbridas. • O nome Biblioteca Híbrida deve refletir o estado transacional da biblioteca, que hoje não pode ser completamente impressa nem completamente digital. 31 • A biblioteca híbrida é a ponte entre as bibliotecas tradicionais e digitais, utilizando fontes de informação em diferentes formatos e em localizações remotas ou locais, apresentadas de forma integrada. • As bibliotecas híbridas permitem a convergência de imagens, textos e sons num mesmo local ou plataforma, assim permitindo aos usuários ultrapassar o processo de criação de significados dentro delas. 32 1 A origem das bibliotecas está relacionada ao surgimento da escrita e com o passar do tempo e do surgimento de novas tecnologias as bibliotecas foram se expandindo. Sobre a origem das bibliotecas, analise as assertivas a seguir e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas. ( ) O homem sempre se preocupou em registrar todo o conhecimento produzido desde a Pré-História. ( ) O surgimento das bibliotecas está relacionado à evolução das espécies. ( ) A biblioteca deAlexandria pertencia ao período da Antiguidade. ( ) No final do século XIII, as Universidades começaram a fundar suas próprias bibliotecas. A Universidade de Sorbonne em Paris iniciou sua biblioteca com a doação dos livros de Robert de Sorbon. ( ) As bibliotecas Monacais existiram dentro de mosteiros e conventos, tendo acesso livre. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – V – V – F. b) ( ) F – V – V – F – F. c) ( ) F – F – V – F – V. d) ( ) V – V – V – F – V. 2 Considerando o surgimento das bibliotecas, analise as afirmativas a seguir e classifique V para sentenças verdadeiras e F às sentenças falsas. ( ) A idade média foi um período em que predominaram as bibliotecas ligadas às ordens religiosas. “Os mosteiros e conventos foram os responsáveis pela preservação da antiga cultura greco-romana e definiam-se como bibliotecas”. ( ) A biblioteca de Alexandria, uma das maiores já conhecidas, sobreviveu a muitos saques e catástrofes naturais, e parte do seu acervo ‘foi constituído [...] a partir de um decreto de Ptolomeu III em que todos os navios que parassem em Alexandria tinham que entregar seus livros para serem copiados’. ( ) A mais antiga biblioteca de que se tem notícia, considerada a primeira biblioteca da história, pertenceu ao Rei Assurbanípal. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) F – V – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) V – F – V. AUTOATIVIDADE 33 3 As tecnologias de informação e comunicação contribuíram para a evolução das bibliotecas. Diante disso, analise as afirmativas a seguir e classifique V para sentenças verdadeiras e F às sentenças falsas. ( ) Dizemos que as bibliotecas ao longo dos séculos evoluíram. E as fases ou eras das Bibliotecas foram: Tradicional Moderna; Automatizada; Eletrônica; Digital e Virtual. ( ) A biblioteca tradicional tem o seu acervo formado, na sua maioria, em papel. ( ) A biblioteca híbrida não possui em suas coleções o papel como um dos seus suportes informacionais. ( ) A biblioteca automatizada teve início na Biblioteca do Congresso na década de 1980. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – V – V. b) ( ) F – F – V – F. c) ( ) F – F – V – V. d) ( ) V – V – F – F. 4 A Biblioteca Híbrida possui uma gama de vantagens. Sobre as vantagens da biblioteca híbrida, analise as afirmativas a seguir e classifique V para verdadeiro e F para falso: ( ) As bibliotecas tradicionais não incorporam em seu acervo documentos de caráter digitais e eletrônicos, com isso o seu acervo passou a ser denominado de híbrido. ( ) O nome Biblioteca Híbrida deve refletir o estado transacional da biblioteca, que hoje não pode ser completamente impressa nem completamente digital. ( ) A biblioteca híbrida é a ponte entre as bibliotecas tradicionais e digitais, utilizando fontes de informação em diferentes formatos e em localizações remotas ou locais, apresentadas de forma integrada. ( ) As bibliotecas híbridas permitem a convergência de imagens, textos e sons num mesmo local ou plataforma, assim permitindo aos usuários ultrapassar o processo de criação de significados dentro delas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – V – V. b) ( ) F – V – V – V. c) ( ) F – F – F – V. d) ( ) V – V – F – V. 34 35 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS: CONCEITOS 1 INTRODUÇÂO Antes de adentrarmos no que seriam as bibliotecas digitais e virtuais, é necessário conceituar digital e virtual. Sempre que pensamos em digital, pensamos em computadores, internet e tecnologia, entretanto, a área da informática o digital é “uma codificação em linguagem binária, 0 e 1, aberto e fechado” (BRANDÃO, 2005, p. 16). Também é considerada a ligação e a criação dos dados em formato digital que são oriundos de hardwares. Ao pesquisarmos o termo digital no dicionário de língua portuguesa vamos ter o seguinte significado: digital é a “quantidades numéricas ou informações expressas por algarismos” (HOUAISS; VILLAR, 2009). No entanto, nem todas as informações são criadas no meio digital, mas passam pelo processo de transformação, do físico para o digital. De acordo com Tammaro e Salarelli (2008) o a digitalização da informação “é um processo que diz respeito, em primeiro lugar, à natureza da relação existente entre o ‘texto’ e o suporte material no qual ele está registrado”. Outro conceito importante é o virtual, visto que muitas vezes virtual e digital são usados como sinônimo, entretanto não são. O Virtual segundo Lévy (1996, p. 15-16) é o que “potencialmente pode ser tornar algo. Diferente do que pensamos o virtual não é disparidade do real, e sim do atual”. O mesmo autor ainda definiu o virtual como afirmando que “a diferença entre possível e real é [...] puramente lógico”. Podemos compreender que o virtual não é real, porém simula a realidade eletronicamente. É baseado nesses conceitos de digital e virtual que surgem as primeiras bibliotecas digitais e virtuais. É nessa perspectiva, que neste último tópico, abordaremos a introdução desses tipos de bibliotecas. 36 UNIDADE 1 — EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS 2 BIBLIOTECAS DIGITAIS: BREVE INTRODUÇÃO Quando pensamos em bibliotecas digitais, imaginamos estruturas digitais vinculadas à web. Contudo, existe uma complexidade no conceito de digital, esse conceito “deriva do que venha a ser digitalizado, ou seja, transformado da forma impressa (concreta) para a forma magnética ou eletrônica, pelo computador” (LIMA, 2015, p. 27). Digitalização: “processo pelo qual um sinal analógico é transformado em sinal digital, abrange a amostragem do sinal analógico ou sua transformação em uma série de valores discretos tomados a intervalos regulares, e a quantização que leva a geração do code-word” (FLUCKING apud TAMMARO; SALARELLI, 2008, p. 52). NOTA Ao nos referirmos ao processo de digitalização, é necessário pensar sempre no planejamento desse processo, pois é importante que o bibliotecário ou gestor da unidade informação conheça seu público alvo. As informações coletadas influenciarão as decisões que serão tomadas em relação ao processo de digitalização, como: “os itens que serão digitalizados, a tecnologia que será utilizada, os mecanismos para acesso, e a forma de apresentação do material para os usuários” (NASCIMENTO et al.., 2006, p. 13). O artigo Digitalização de obras raras: algumas considerações de Raphael Diego Greenhalgh, publicado em 2011, aborda a digitalização de acervos bibliográficos de obras raras como uma alternativa de preservação e facilidade no acesso à informação. As obras raras são constituídas de valor histórico cultural e devem ser analisadas e tomadas medidas para as variáveis ligadas a sua digitalização, pensando em sua conservação e divulgação, em todas as etapas do processo de digitalização. Confira em: GREENHALGH, R. D. Digitalização de obras raras: algumas considerações. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n. 3, p. 159-167, jul./set. 2011. DICAS TÓPICO 2 — BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS: CONCEITOS 37 Bem, agora que compreendemos a importância do planejamento do processo de digitalização, vamos retornar ao conceito de biblioteca digital. Para Sayão o conceito de biblioteca digital é “meramente equivalente a uma coleção de objetos digitalizados, assistida por uma ferramenta de gestão de informação, torna-se tosco e já não cabe nas utopias desses inúmeros setores” (SAYÃO, 2008-2009, p. 6). Nesse sentido, a Biblioteca digital é uma coleção de documentos digitais estruturados, podendo ser tantos os produzidos digitalmente ou que passam pelo processo de digitalização. Esses documentos
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