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A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas FATIMA 2021

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
MARIA DE FÁTIMA COSTA DA SILVA SANTOS
A BNCC E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Rosário do Ivaí
2021
MARIA DE FÁTIMA COSTA DA SILVA SANTOS
A BNCC E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Trabalho apresentado ao Curso (Licenciatura em Pedagogia) da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina. Funcionamento da Educação Brasileira e Políticas Públicas; Didática; Psicologia da Educação e da Aprendizagem; Pensamento Científico; 
Filosofia da Educação; Práticas Educativas em Espaços Não Escolares; Ed - Projeto de Vida; Ed - Cultura Digital (Dependência); Atividades interdisciplinares.
Prof. Natalia Gomes dos Santos; Camila Aparecida Pio; Gabriel Tada Bertelli; Erica Ramos Moimaz; Jose Adir Lins Machado; Tatiane Mota Santos Jardim; 
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Rosário do Ivaí
2021
INTRODUÇÃO 
A presente proposta de Produção Textual Interdisciplinar tem como temática: “A Base Nacional Comum Curricular e as práticas pedagógicas”, que vem de encontro com a realidade do trabalho pedagógico, pois se trata de um tema muito significativo para sua formação tanto pessoal quanto profissional do acadêmico.
No decorrer do trabalho é possível compreender que a BNCC é um documento que define os conteúdos mínimos a serem trabalhados na formação básica dos alunos. O intuito é promover e garantir e pleno desenvolvimento cognitivo, social e cultural dos estudantes. Portanto, o documento também é uma ferramenta para fundamentar a qualidade da educação ao estabelecer os níveis de desenvolvimento que todos os alunos têm o direito de acesso.
É por meio da BNCC que as escolas podem garantir a qualidade educação escolar a todas as crianças, independente da região do País e do sistema de ensino em que estejam matriculadas seja público ou privado. Superadas as questões de acesso e frequência à escola, buscar-se-á uma educação onde o aluno tenha a aprendizagem e desenvolvimento plenamente garantidos.
No contexto da BNCC é possível verificar as dez competências gerais que orientam os currículos das escolas de educação básica do Brasil. São elas: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; senso estético; comunicação; argumentação; cultura digital; autogestão; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e autonomia. 
Segundo a BNCC, o conceito de competência é a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para a resolução de demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. No decorrer do trabalho percebe-se a importância de tal documento para uma educação de qualidade, pois é um documento base que norteia as orientações, posturas e propostas do trabalho curricular da escola.
DESENVOLVIMENTO
	A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). 
Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)1, e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)2.
A BNCC é uma Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação. 
Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação. Assim, para além da garantia de acesso e permanência na escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é instrumento fundamental. 
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. 
Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a “educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” (BRASIL, 2013)3, mostrando-se também alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)4. 
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC.
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. 
Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades.
As tendências pedagógicas foram formuladas ao longo dos anos por diversos teóricos, baseadas sobretudo na visão que tinham sobre o contexto histórico. O maior objetivo, com isso, foi o de elaborar sistemas de ensino compatíveis com as demandas observadas em cada âmbito social.
Ter consciência das dimensões da prática docente permite possibilidadesmais amplas de superação das dificuldades presentes no cotidiano escolar. Dessa forma, é possível transpor diversos obstáculos, com criatividade e eficiência — desenvolvendo um trabalho muito mais qualificado, responsável e significativo.
A chamada educação 4.0 e as tendências no ensino, por exemplo, é um conceito que pretende trazer a tecnologia para a sala de aula por meio das principais mídias digitais. Além disso, é possível transmitir novos conhecimentos e habilidades aos alunos de maneira a prepará-los para os desafios das profissões e do mercado de trabalho.
Sendo assim, é preciso guiar a formação educativa para uma postura autodidata, ou seja, que tenha como meta a aprendizagem criativa e a troca de experiências de forma mais colaborativa. Assim, a escola passa a ter a responsabilidade de orientar os discentes para que sejam pessoas críticas e questionadoras diante da realidade, promovendo autonomia para a produção do conhecimento.
De maneira geral, as tendências pedagógicas podem ser classificadas em duas grandes linhas de pensamento: liberal e progressista. Elas servem como apoio para a prática de ensino e devem ser utilizadas para o aperfeiçoamento da docência, de acordo com cada situação e contexto.
Ambas as tendências têm o intuito de preparar os alunos para a vida em sociedade, no entanto, cada uma apresenta uma forma de organização diferenciada. Veja a seguir quais são as principais características de cada vertente da educação:
· Liberais: A tendência liberal parte do pressuposto de que os estudantes devem ser preparados para assumir determinados papéis sociais, considerando suas maiores aptidões e habilidades. Desse modo, ela pode ser dividida em tradicional, renovadora progressiva, renovadora não-diretiva e tecnicista;
· Progressistas: Já a tendência progressista é classificada em libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. Essa pedagogia parte justamente de uma análise crítica das realidades sociais, sustentando as finalidades sociopolíticas da educação. Paulo Freire, por exemplo, foi o seu principal autor, propondo um processo de ensino baseado na transformação da sociedade.
O processo educacional constantemente é alvo de discussões que motivam sua evolução em inúmeros aspectos, principalmente no que diz respeito à utilização das metodologias de ensino. As novas formas de educação, portanto, desenvolveram-se de acordo com a ideia de aprender praticando, ou seja, os estudantes são instruídos a serem protagonistas de sua aprendizagem.
Assim, o conhecimento das tendências pedagógicas é de suma importância para os professores, que devem direcionar o seu trabalho de modo a contribuir para a produção de uma docência mais bem estruturada, significativa e interessante para os alunos. Isso porque a escola deve ser um local atrativo que consiga atender adequadamente às principais necessidades curriculares.
Com a presença cada vez mais preponderante da tecnologia no ambiente escolar, por exemplo, ocorreu o aprimoramento de um modo de pensar menos autoritário, no qual os docentes e a unidade de ensino devem estar comprometidos de forma responsável com o processo de aprendizagem.
Com isso, é possível tornar a sala de aula um espaço de relevância para a consolidação do conhecimento, tornando a vivência social um requisito de suma importância para o desenvolvimento educativo. Desse modo, as tendências podem oferecer inúmeras contribuições, principalmente em relação à melhoria das práticas e ao aperfeiçoamento da transmissão dos conteúdos curriculares.
Conhecer as tendências pedagógicas é um passo imprescindível para a atuação docente, que deve estar em constante atualização. As perspectivas apontam que a educação deve ser, antes de tudo, questionadora e contestadora das formas mais tradicionais de lecionar. Com isso, será possível desenvolver uma aprendizagem muito mais voltada para a transformação social e política dos alunos, preparando-os adequadamente para os desafios da sociedade e do mercado de trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto foi possível compreender que na educação não existem resultados rápidos, mas que as mudanças são lentas e levam gerações para serem percebidas. Na ânsia de resolver os problemas educacionais, projetos empresariais de gestão são transpostos para as escolas e multiplicam-se as avaliações que buscam controlar a prática escolar na expectativa de se alcançar os resultados prometidos. Os professores, por sua vez, sentem-se obrigados a colocar mais atenção nas avaliações do que nos processos de ensino. Instala-se um processo perverso que encontra ressonância em setores do poder público afeitos à lógica empresarial. 
Ocorre que a lógica da educação não pode ser regida pela do mercado. Os processos de aprendizagem devem ser cultivados pelo apreço ao conhecimento, que confere liberdade e autonomia ao indivíduo, o qual, compreendendo melhor o mundo por meio da formação que possui, pode contribuir com seu trabalho para o desenvolvimento da sociedade em que se insere.
Por fim, encerramos este trabalho acreditando que se é necessário educar as novas gerações, é necessário educar também os professores que educam as novas gerações, oferecendo-lhes experiências formativas condizentes com o que deles se espera. Defendemos um modelo formativo interdisciplinar, amparado em base cultural sólida que contribua para mobilizar competências que envolvem a articulação de conhecimentos específicos aos de domínio pedagógico, de modo que o professor não seja apenas um técnico no exercício de sua profissão, mas, sim, um profissional com autonomia e capaz de refletir sobre o contexto e os modos como realiza seu trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APOLINÁRIO, Josimeire de Souza Lima; TARRAGÓ, Saiuri Totta; FERST, Enia Maria. Tendências pedagógicas e competências gerais da base nacional comum curricular para a educação básica: implicações para o currículo. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.3, mar 2021. 
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília. 2018. “Introdução” (da página 7 até 21). 
Eleva Plataforma; TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS: O QUE O PROFESSOR PRECISA ACOMPANHAR? 2020. Disponível em: https://blog.elevaplataforma.com.br/tendencias-pedagogicas/ Acesso em: 06 set. 
2021.	
SANTOS, Raquel Elisabete de Oliveira. Pedagogia histórico crítica: que pedagogia é essa? Horizontes, v. 36, n. 2, p. 45-56, mai./ago. 2018. 
SILVA, Aracéli Girardi da. Tendências pedagógicas: perspectivas históricas e reflexões para a educação brasileira. Unoesc & Ciência, v. 9, n. 1, p. 97-106, jan./jun. 2018. 2º)

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