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ASPECTOS GERAIS A tuberculose é uma doença causada por uma bactéria, um bacilo, conhecida como Mycobacterium tuberculosis – bacilo de Koch. Transmissão pessoa-pessoa por aerossóis. Ainda muito presente e muito comum no Brasil (melhorou pouco após vacinação). Quando o indivíduo é acometido pela doença, o bacilo apresenta locais preferenciais – região superior do lobo inferior ou região inferior do lobo superior. Contato com o microrganismo -> chega ao pulmão -> monta-se resposta inflamatória inespecífica (resposta aguda) -> mecanismo insuficiente para destruição do bacilo -> reação imunitária adaptativa, resposta crônica granulomatosa. A tuberculose possui fases, formas de contaminação e disseminação diferentes. A resposta final não depende só do indivíduo ou do bacilo, e sim da quantidade / intensidade da infecção, do status de imunidade do hospedeiro e etc. Divisão da tuberculose em relação a época em que a mesma ocorreu. Primária ou secundária. Além de possuir formas e fases de apresentação. TUBERCULOSE PRIMÁRIA Quando o indivíduo nunca teve contato com o bacilo antes – sem contato prévio. No Brasil, é mais comum em criança, quase não se encontra em adultos. No decorrer da doença pode-se observar 4 reações: exsudativas, produtiva, produtiva-caseosa e cicatrizante. EXSUDATIVA – bacilos são inalados e chegam nos alvéolos pulmonares. São reconhecidos por macrófagos alveolares, tentam fagocitar e começam a liberar citocinas para gerar uma resposta – primeira linha de defesa (resposta aguda inespecífica – neutrófilo, vasodilatação...). Muito similar a uma pneumonia. Dura aproximadamente 3 semanas, não destrói os bacilos (se proliferam), antibiótico não faz efeito. Início de alveolite aguda e focos de necrose. PRODUTIVA – macrófagos fagocitam o bacilo, não consegue destruir e inicia a liberação de IL-12. Assim, estimula a produção de IFN-gama pelos linfócitos Th1, ativando os macrófagos de forma diferente. Macrófagos se tornam células epitelioides (mais alongadas, que liberam TNF-alfa) e gigantes (junção de alguns macrófagos). Macrófagos ativados e formação de granuloma. PRODUTIVO-CASEOSA – granuloma formado e já organizado. Se houver a confluência de granulomas há a presença de Nódulos de Ghon. Esse nódulo + linfadenite + linfadenopatia (bacilos nos vasos linfáticos e nos linfonodos) pode gerar o complexo primário (de Ghon – somente na tuberculose primária). Cura por destruição e cicatrização ou disseminação para outros órgãos (também primária progressiva) – pode entrar em latência (origem da tuberculose secundária). CICATRIZAÇÃO – morte e eliminação dos bacilos, migração de fibroblastos, colagenização do granuloma, hialinização e calcificação (início do processo de reparo). Destruição do parênquima pulmonar, formação de necrose caseosa e depois reparo. Fica cicatriz no local da tuberculose. Pode se tornar uma tuberculose primária progressiva, mais rara – ocorre mais em pacientes com imunodeficiências. Apresenta-se como pneumonia caseosa ou tuberculose miliar: Pneumonia caseosa: bacilos não são destruídos e ficam nos alvéolos adjacentes. Expansão das lesões exsudativas e granulomas. Similar a pneumonia lobar. Tuberculose miliar: bacilos permanecem causando lesão e penetram nos vasos sanguíneos, são levados a outros órgãos. Geram pequenos nódulos inflamatórios em órgãos além do pulmão. TUBERCULOSE SECUNDÁRIA Processo de re-infecção – qualquer pessoa que alguma vez na vida já entrou em contato com o bacilo da tuberculose. Comumente ocorre em adultos. Pode ser causada por bacilos latentes que começam a se multiplicar ou o indivíduo teve tuberculose primária, se curou, e pegou novamente. Geram novas lesões e estão presentes principalmente nos ápices pulmonares. As lesões da tuberculose secundária apresentam-se em quatro formas macroscópicas: apical, cavernosa, ácino-nodosa e miliar. APICAL – reativação dos bacilos, formação de novos granulomas, presença de nódulos fibrocalcificados, presente no ápice pulmonar. Cura rápida. ÁCINO-NODOSA – proliferação e disseminação de bacilos, disseminação pelas vias aéreas, lesões peribrônquicas (acompanha a arquitetura do pulmão) que comprometem ácinos inteiros (fusionam os ácinos adjacentes acometidos – lesão em trevo). Pode inclusive encostar na pleura e gerar pleurite tuberculosa. Condensação do parênquima. CAVERNOSA – ligada com indivíduos imunodeficientes. Devido à falta de uma boa resposta imunológica, bacilos proliferam, geram grandes áreas de necrose caseosa. Geram cavitações (caverna tuberculosa), obstruções, hemoptise (tosse com sangue) e etc. Necrose se liquefaz e fica esse grande espaço / gravidade. Podem cicatrizar ou não, se ficar aberta pode levar ao aumento da susceptibilidade de doenças pulmonares. MILIAR – bacilos presentes nos vasos sanguíneos. Gera implantação da tuberculose em outras áreas como laringe, intestino e pleura. Tuberculose em órgãos isolados.
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