Apostila Material de Acabamento Cap 4

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MATERIAIS DE ACABAMENTOMATERIAIS DE ACABAMENTO
INOVAÇÃO,INOVAÇÃO,
COMUNICAÇÃO ECOMUNICAÇÃO E
APLICAÇÃO DEAPLICAÇÃO DE
MATERIAISMATERIAIS
Autor: Me. Ana Carolina Pussi de Brito
Revisor : Ar is teu S imon
I N I C I A R
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introduçãoIntrodução
Nesta unidade, vamos entender que o processo de seleção e especi�cação de
materiais é um exercício complexo, porém essencial para o designer de
interiores. Além de combinar as propriedades estéticas e funcionais, é preciso
entender como a escolha dos materiais impacta na composição dos
ambientes e na percepção e uso pelo usuário �nal. Nesta etapa, vamos
investigar a capacidade de evolução dos materiais, alinhada com o conceito
de inovação que permeia o setor da construção civil e do design. Vamos
investigar as possibilidades de aplicação dos materiais nos ambientes, suas
leituras e signi�cados, bem como explorar as fontes de referências para a
pesquisa de materiais e as possibilidades de representação e comunicação
dos projetos.
Bom estudo!
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Ao tratarmos da composição dos materiais, dos aspectos sustentáveis, da
produção de resíduos da construção, tendências e novidades, podemos
perceber como a seleção destes componentes é um processo tão signi�cativo
para os projetos de interiores. Neste tópico, vamos conhecer um pouco como
os materiais tradicionais são reutilizados e quais as tendências em materiais
no mercado contemporâneo.
Bauer (2019) destaca que a evolução dos materiais acontece pelo aumento
das exigências e dos padrões, sejam eles de maior resistência, durabilidade
ou aparência. Dessa forma, os materiais são aperfeiçoados a �m de
produzirem melhores resultados, para acompanhar as técnicas e os métodos
construtivos mais avançados (BAUER, 2019).
Os materiais da construção civil, assim como outros provenientes de outras
áreas, têm enorme potencial de reutilização. Nesse sentido, nem sempre a
utilização de novos materiais signi�ca que eles sejam desenvolvidos de
maneira tecnológica em laboratórios, uma vez que muitos materiais são
passíveis de reuso e reciclagem. O aço, por exemplo, pode ser reutilizado a
Evolução dosEvolução dos
MateriaisMateriais
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partir da reciclagem da sucata em forno elétrico, e transformado in�nitas
vezes, sem perder a qualidade. Segundo Souza (2019), ao ser reciclado, além
de evitar a extração da matéria-prima, o consumo de produção de energia
pode ser 80% menor para a produção das peças, o que reduz de forma
considerável o impacto ambiental.
Uma das utilizações da reciclagem do concreto é a produção de agregado
reciclado, que são mais leves e podem ser utilizados na criação de elementos
estruturais. A madeira é um material com grande potencial de reutilização.
Além da sua utilização em caixotes, pallets e suportes, ela pode ser reciclada
como matéria-prima para a fabricação de painéis de madeira, como as chapas
de MDF e OSB (SOUZA, 2019).
Por outro lado, alguns materiais são caracterizados exatamente pelo seu
conceito inovador e suas possibilidades de utilização na construção. Nesse
sentido, alguns tipos de materiais estão sendo desenvolvidos e testados,
como é o caso de painéis de madeira translúcidos: “trata-se de um processo
que elimina quimicamente a Lignina da madeira, fazendo com que se torne
muito branca. O substrato poroso resultante é impregnado com um polímero
transparente, igualando as propriedades óticas de ambos” (URIBE, 2016, p. 1).
Destaca-se ainda o desenvolvimento de cimento capaz de absorver e irradiar
energia lumínica, que pode proporcionar maior versatilidade ao concreto do
ponto de vista da e�ciência energética, e os tijolos que aspiram a poluição do
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ar, por meio de �ltração ciclone, que separa as partículas contaminantes do ar
de maneira que �quem reservadas em um compartimento na base da parede
(URIBE, 2016).
Ademais, é possível notar na indústria nacional uma preocupação com os
ciclos produtivos e apresentação de produtos que visam produzir menos
impacto ambiental, mas mantendo o alto desempenho técnico. Por exemplo,
encontramos facilidade no mercado linhas de metais sanitários que
controlam o �uxo de água e evitam desperdícios.
Além disso, estão sendo desenvolvidas linhas e modelos de porcelanatos e
peças cerâmicas com a utilização de matéria-prima reciclada, o que garante
que os resíduos são aproveitados para a criação de um novo produto. A
indústria têxtil, de produção de carpetes e tapetes, consegue reaproveitar
quase todos os resíduos de sua produção para a confecção de novos
produtos, assim como se utiliza de materiais reciclados provenientes de
resíduos do algodão ou até mesmo de garrafas PET.
Dessa forma, podemos visualizar que tanto a indústria de materiais como o
mercado estão desenvolvendo opções que propiciam e�ciência, porém, com
menor geração de impactos ambientais. Nesse sentido, iniciativas como o
tratamento de e�uentes e o aproveitamento de água no processo produtivo,
a reciclagem até mesmo de lixo eletrônico para reutilização como matéria-
Figura 4.2 - A evolução da aplicação dos materiais acontece também pela
reutilização 
Fonte: Detailfoto /123RF.
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prima e a preferência por materiais certi�cados que utilizam matérias-primas
sustentáveis, como cortiça, �bra mineral, �bra de madeira, que podem ser
facilmente recicladas, evidenciam como é possível aliar design e
funcionalidade.
praticarVamos Praticar
A constante evolução da indústria dos materiais segue as exigências do mercado da
construção e do design. Muitos materiais são passíveis de reutilização, assim como
as matérias-primas de diferentes áreas estão sendo incorporadas aos produtos da
construção civil. Sobre a evolução e utilização dos materiais, assinale a alternativa
correta.
a) A madeira apresenta  poucas possibilidades de reutilização.
b) Os produtos de matérias-primas recicladas não apresentam grande
durabilidade.
c) A indústria têxtil apresenta grande potencial de reuso e reciclagem de
materiais.
d) Os materiais provenientes de reciclagem ainda são pouco empregados no
design.
e) Materiais como o porcelanato, por exemplo, não são recicláveis.
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No desenvolvimento de projetos de interiores e especi�cação de materiais, o
designer de interiores lida com uma complexidade de questões que não são
de âmbito estético ou decorativo, mas da gerência de problemas funcionais e
técnicos. Nesse sentido, os avanços tecnológicos impactam de forma contínua
em muitos setores da cadeia produtiva da construção civil, e têm exigido da
indústria de materiais uma modernização e constante desenvolvimento para
quali�cação do segmento. Assim, o conceito de inovação está cada vez mais
presente em muitos setores, e não seria diferente no design e na construção
civil. 
InovaçãoInovação
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O conceito de inovação pode ser de�nido como:
[...] a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou
signi�cativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método
de marketing,ou novo método organizacional nas práticas de
negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações
externas (OECD, 2005 apud CBIC, 2016, p. 17).
As inovações aparecem e são elaboradas em diferentes setores da
construção, como: “projeto, fabricação, construção, detalhamento,
administração de contrato, relação de mão de obra, gerenciamento,
treinamento, contratação, manutenção, equipamento, materiais, conceitos e
métodos.” (CBIC, 2016, p. 25)
O conceito de inovação pode ser classi�cado de acordo com seu conteúdo
(CBIC, 2016):
inovação tecnológica: uso de um novo produto ou processo, com a
utilização de novos materiais, sistemas, componentes e
equipamentos;
inovação comercial: apresentação de um novo produto, nova
aplicação;
inovação de produto: desenvolvimento de novos ou melhorias de
bens e serviços;
Figura 4.3 - Os processos de inovação englobam diferentes aspectos da
construção 
Fonte: Everythingpossible / 123RF.
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inovação de processo: mudanças na forma que bens ou serviços são
produzidos, incluindo novos métodos e tecnologias de produção.
Na construção civil, mais precisamente na indústria de materiais, a inovação
permite a obtenção de resultados e benefícios signi�cativos, como aumento
de qualidade, redução de custo e, especialmente, lucro. Segundo o Catálogo
de inovação da construção civil (CBIC, 2016), a adoção de inovação tecnológica
nos meios de produção contribui signi�camente para a qualidade do produto
�nal, apresentando uma solução e�caz em muitos cenários.  
Desde inovações simples, que buscam a racionalização dos
processos, a inovação de produtos para atender novas demandas e,
até mesmo com a necessidade de grande volume de produção
promovida pela industrialização, tal solução demonstra-se viável
(CBIC, 2016, p. 15).
Nesse contexto, podemos perceber que a adoção de inovações se destaca
como opção para aperfeiçoar e otimizar as demandas da construção civil.
Além de soluções que buscam a racionalização, o aumento da produtividade e
a redução de custos, nesse sentido, as condições de trabalho da mão de obra
também são impactadas por processos de controle e gerência das equipes de
trabalho.
A modernização dos processos de gerenciamento e representação (CAD, BIM
e demais softwares) representam inovações na busca de e�ciência, precisão e
agilidade desde o desenvolvimento do projeto até a entrega do objeto
construído. A facilidade de acesso, por meio de arquivos digitais, evita a
grande demanda de entrega de documentos em papéis e permite a utilização
de tecnologias que devem otimizar os processos de construção e
gerenciamento de obras, como a realidade aumentada.
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Os materiais compõem um setor signi�cativo para a inovação do design e da
construção. As tecnologias aplicadas aos materiais atuam para facilitar os
processos construtivos e estão sempre em constante desenvolvimento. Neste
sentido, é importante veri�car e distinguir as inovações tecnológicas que
visam apenas redução de custos e aumento de produtividade, porém
minimizam a qualidade e a durabilidade do produto em desacordo com
exigências das normas técnicas, o que pode causar danos aos usuários.
saibamaisSaiba mais
A tecnologia da realidade aumentada é uma
das inovações tecnológicas que vêm
transformando a cadeia produtiva da
construção civil. Os aplicativos de realidade
aumentada permitem uma visão exata do
que será construído, une projetos de
arquitetura, design e engenharia, e é capaz
de apresentar todos os componentes de
materiais e instalações, auxiliando na
compreensão do projeto e na redução de
incompatibilidades. Descubra mais sobre os
aplicativos lendo o artigo de Eduardo Souza a
seguir.
ACESSAR
https://www.archdaily.com.br/br/914441/8-tecnologias-de-realidade-aumentada-para-construcao
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praticarVamos Praticar
As inúmeras inovações registradas no setor da construção civil têm estimulado o
desenvolvimento e modernização desse setor. Nesse sentido, é notável que
métodos construtivos racionalizados e desenvolvimento de materiais aliados à
tecnologia movimentam o setor. Sobre os processos de inovação na construção
civil, assinale a alternativa correta.
a) Os processos de inovações atingem apenas empresas e fabricantes de
grande porte.
b) Os processos de inovações atingem apenas determinadas tipologias de
construção.
c) Os processos de inovação podem ser classi�cados de acordo com alguns
tipos e conceitos.
d) Os processos de inovações não contribuíram para melhorias nas
condições de trabalho.
e) Os processos de inovação atingem apenas os grandes mercados da
construção civil.
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Selecionar e especi�car materiais é uma etapa de grande responsabilidade
dos projetistas. Os materiais podem otimizar a experiência de ocupação e
apropriação dos ambientes, como também podem minimizar seu uso pelas
especi�cações de materiais inadequados, que não são compatíveis a função
ou demandam constantes reparos. Dessa forma, para compreender um
pouco melhor sobre as conexões que os materiais apresentam quando são
reunidos, vamos abordar alguns aspectos que, usualmente, relacionamos aos
materiais.
Aspectos Funcionais
As exigências técnicas e funcionais dos materiais devem ser correspondentes
ao que foi projetado e especi�cado em projeto. É importante avaliar que
esses critérios variam de acordo com o contexto, por exemplo, se a edi�cação
é permanente ou uma instalação temporária, e a tipologia de construção, pois
os materiais especi�cados em uma residência se diferem das exigências de
materiais para a composição de uma clínica ou hospital. 
Aplicação deAplicação de
MateriaisMateriais
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Os materiais devem apresentar resistência, durabilidade e manutenção
adequadas a sua função e local de destino. O projetista deve levar em
consideração como o material pode se comportar ao longo dos anos, seu
desgaste e seus aspectos de acordo com sua composição. Essas mudanças
�cam consolidadas como parte da obra e registram os aspectos de uso e
apropriação de um espaço.
Ao considerar os aspectos funcionais na especi�cação de materiais, é
importante veri�car as legislações locais que determinam sua aplicabilidade
em contextos próprios regionais, assim como os designers precisam
pesquisar e consultar a ampla bibliogra�a existente, de referências projetuais
e normativos técnicos e, obrigatoriamente, veri�car as recomendações dos
fabricantes especializados (BROWN, 2014).
Aspectos Sensoriais
Segundo Brown (2014), ao especi�car os materiais para ambientes de
interiores, os designers devem considerar a “fenomenologia do espaço”, ou
seja, o modo como os usuários perceberão os espaços e reagirão às suas
características sensoriais, sejam elas físicas ou emocionais.
Tradicionalmente, o adjetivo “sensorial” se refere aos cinco sentidos
clássicos [...]: visão, olfato, tato, paladar e audição. Contudo, além
desses sentidos que nos são tão familiares, muitos outros sentidos já
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foram identi�cados: o sentido de movimento; o equilíbrio; a
propriocepção (ou senso de nós próprios, de nossa posição no
espaço); o senso de vida/conforto (bem-estar); e o numismo (o senso
de reverência ou espiritualidade) – todos eles são atributos que
precisam ser cultivados pelo designer de interiores(BROWN, 2014, p.
68).
Dessa forma, é interessante compreender as possibilidades de leituras
sensoriais e percepção do espaço construído pelo nosso corpo e nossos
sentidos. Em termos práticos, ao avaliar a aplicabilidade de um material em
projeto para uso em determinado espaço, é fundamental visualizar a
ambiência que será gerada na construção e a relação de sua união com os
demais elementos.
Na composição visual de um projeto, um material pode ter seu impacto visual
alterado dependendo de sua posição e incidência de luz. Visualmente, a luz
altera a percepção de espaço, e pode alterar a cor, o volume, a escala e a
forma, além de permitir perceber as texturas, o formato, a transparência ou a
opacidade de um material (CHING, 2013; BROWN, 2014). A luz in�uencia na
leitura do espaço e pode delimitar limites ao transformar nossa percepção do
espaço e de seus materiais. A composição de cores, tons e luz dos materiais
selecionados podem provocar certas reações visuais aos usuários. Já os
ambientes podem proporcionar grandes estímulos visuais com o uso de
muitas cores, contrastes e texturas ou proporcionar monotonia, pela carência
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de incentivos, o que pode in�uenciar as ações dos usuários do ambiente, de
permanência ou de partida. A utilização de cores e texturas podem impactar
na percepção de altura e tamanhos dos ambientes, mas a aplicação de
materiais coloridos e a justaposição de cores também podem con�gurar
espaços inspiradores.
Dessa forma, é importante analisar que a seleção de materiais é fundamental
nas composições visuais, e deve ser realizada cuidadosamente, de acordo
com a proposta do local e o conceito do projeto. Nesse sentido, é importante
compreender o espaço e entender o tratamento dado à iluminação para
realizar uma estratégia coerente para a de�nição de materiais.
O diálogo criado entre as características dos materiais e o usuário é uma
maneira interessante de entender a apropriação do ambiente construído
pelas possibilidades de aplicação de diferentes componentes.
Como designer de interiores, podemos realçar e até certo ponto
controlar essa experiência física e psicológica ao considerar, por
exemplo, a sensação de uma maçaneta de porta ou o peso de uma
porta; o tamanho do passo necessário para subir alguns degraus; a
relação entre nossos corpos e o pé-direito, a largura e a
profundidade de um cômodo, que nosso corpo pode sentir como
libertadora ou opressora; [...] as texturas que afetam nossas mãos e
Figura 4.6 - A luz e as cores transformam um restaurante com conceito
temático 
Fonte: Spencer Davis / Unsplash.
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pés; e as temperaturas dos objetos que tocamos (BROWN, 2014, p.
76).
A seleção de materiais pode melhorar o desempenho acústico de um
ambiente que apresente exigência acústica para determinada função. A
capacidade de absorção acústica dos materiais é de extrema importância
para espaços que exigem desempenho acústico, e podem melhorar a
transmissão e a absorção de sons. Nesse sentido, os materiais duros têm
maior capacidade de re�exão, enquanto os materiais mais macios como
tecidos e carpetes tem maior capacidade de absorção sonora (BROWN, 2014).
Uma sala para concertos, por exemplo, apresenta uma exigência acústica
diferente de um ambiente doméstico, por isso a seleção de formas e tipos de
materiais deve ser realizada de maneira criteriosa para aprimorar o
desempenho acústico dos ambientes.
Aspectos Subjetivos
Além das características físicas e propriedades técnicas dos materiais, é
impossível desconsiderar algumas leituras alternativas que pessoal ou
culturalmente são atribuídas a eles. A forma e aparência dos materiais, assim
como seu peso, textura, cheiro, entre outros, geram associações contextuais o
Figura 4.7 - Os auditórios devem ser compostos de materiais com
desempenho acústico 
Fonte: Xiaoyi Huang / Unsplash.
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que pode também in�uenciar a percepção espacial: “Assim, por exemplo,
relacionamos o plástico com brinquedos baratos; o ouro, com a riqueza; as
joias de qualidade e madeira, com o trabalho artesanal e a tradição” (BROWN,
2014, p. 88).
Os materiais podem evocar memórias afetivas, por meio de relações
associativas, de determinados espaços e momentos signi�cativos para cada
indivíduo. Além disso, os materiais têm grande capacidade de reforçar ou
de�nir identidades. Por exemplo, os mais variados tipos de construção, como
conjuntos habitacionais, escolas, clube de lazer, apresentam associações e
signi�cados diferentes aos seus usuários, porém, parte de sua identidade e
imagem é expressa pela composição de seus materiais (BROWN, 2014;
GURGEL, 2005).
Os materiais também podem adquirir em um contexto histórico e social uma
simbologia de status. Certos materiais são historicamente associados a
momentos e locais que representam riqueza e poder, como é o caso do uso
da pedra, material caro, que exige habilidade para ser trabalhado e foi
amplamente utilizada nos edifícios históricos europeus.
Compare, por exemplo, uma escada de metal com outra, de pedra.
Aonde você imagina que cada escada poderia levar? A que tipo de
prédio elas estariam associadas? Sua resposta imediata sugere que
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você tem alguma leitura pré-concebida destes materiais? (BROWN,
2014, p. 88).
Os aspectos culturais e locais também in�uenciam a aplicação e o uso de
certos materiais, e podem representar tradições culturais, religiosas ou
métodos e modelos construtivos regionais. Esse é o caso, por exemplo, da
utilização de azulejos coloridos da arquitetura islâmica, do uso de vitrais das
catedrais góticas na França, dos trabalhos em madeira no Japão ou, até
mesmo, das construções em palha e madeira das comunidades indígenas do
norte do Brasil.
As tradições e diferenças locais e culturais se evidenciam na escolha de
materiais e no uso de cores, desenhos, padrões e métodos construtivos.
Esperamos que você, como projetista, tenha a compreensão dos diferentes
aspectos atribuídos e inerentes aos materiais na concepção de espaços. Para
isso, é fundamental entender a potencialidade e a limitação de cada tipo de
material, além de considerar todas as possíveis leituras e percepções por
parte dos usuários, é claro, sem desconsiderar os aspectos técnicos e de
desempenho.
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praticarVamos Praticar
Ao considerarmos as possibilidades de aplicação de materiais, devemos considerar,
além dos aspectos técnicos e de desempenho, algumas propriedades que
in�uenciam na percepção dos espaços por parte dos usuários. Sobre as
propriedades relativas dos materiais, assinale a alternativa correta.
a) Os aspectos sensoriais se referem às questões econômicas e de custo.
b) Os aspectos subjetivos se referem às questões técnicas de desempenho.
c) Os aspectos sensoriais se referem às questões de percepção pelos
sentidos.
d) Os aspectos funcionais se referem às questões estéticas e de identidade
visual.
e) Os aspectos subjetivos se referem às questões de durabilidade.
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As fontes e bibliotecas de materiais são recursos importantes para o designer
de interiores ampliar seu conhecimento sobre materiais, assim como as
formas de comunicação do projeto podem facilitar a compreensão dos
componentes e conceitos por parte dos clientes, que geralmentesão leigos na
área. Dessa forma, vamos conhecer alguns recursos para busca de materiais
e referências de apresentação de projetos.
Fontes de Materiais e Referências Técnicas
Para manter sua biblioteca ou banco de dados de materiais, os pro�ssionais
podem se valer de várias fontes. As bibliotecas físicas de escolas de
arquitetura e design de interiores são grandes aliadas para o conhecimento
técnico através livros e referências bibliográ�cas sobre a temática de
materiais de construção e acabamento, havendo muitos exemplares de
publicações que abordam esse tema na área. Algumas universidades
possuem em seus departamentos de engenharia, design e arquitetura,
laboratórios técnicos para a realização de testes e produção de protótipos de
materiais como resultado de pesquisas cientí�cas.
Biblioteca deBiblioteca de
Materiais e ModelosMateriais e Modelos
de Representaçãode Representação
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Os bancos de dados digitais são ferramentas úteis para consulta e busca por
referências e informações sobre materiais. Esses bancos são ágeis na
apresentação de resultados, porém deve-se levar em consideração que
apesar da rapidez de compilação de dados, é importante conhecer os
materiais �sicamente, e não apenas por meio de fotogra�as ou imagens.
Nesse sentido, os sites dos fabricantes são úteis, pois eles disponibilizam
catálogos e manuais técnicos com informações precisas sobre as
propriedades dos materiais e suas condicionantes de aplicação. Esses
fabricantes, geralmente, disponibilizam aos pro�ssionais amostras físicas dos
mais variados materiais,   proporcionando uma experiência interessante no
momento da especi�cação e para a apresentação aos clientes.
Figura 4.10 - Os bancos de dados digitais são ferramentas úteis para criar
biblioteca de materiais 
Fonte: Everythingpossible / 123RF.
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As lojas e showrooms das marcas e fabricantes são espaços que permitem
conhecermos pessoalmente os materiais, suas texturas, cores, tamanhos, e
eles podem estar inseridos em ambientes projetados que simulam sua
utilização. As feiras e exposições de materiais são espaços essenciais para o
conhecimento de tendências, novos materiais e inovações do mercado. Elas
reúnem um grande número de fabricantes e pro�ssionais, e são uma fonte
importante para o conhecimento aprofundado das características dos
materiais de acabamento para projetos de interiores.
Comunicação Visual
Além da representação de peças grá�cas técnicas, que são etapas
obrigatórias no desenvolvimento de projeto, a comunicação visual é
fundamental para expressar as propostas e soluções projetuais. A expressão
e representação dos materiais precisa ser empregada de maneira criativa e
e�ciente, de modo que proporcione um entendimento das intenções do
projeto.
Sobre o tema, Brown (2014, p. 108) a�rma que “antes que os designers de
interiores comecem a transmitir suas ideias espaciais e usos dos materiais,
eles devem se questionar sobre o propósito do desenho ou texto e o que se
deseja comunicar com ele”. A autora indica que o tipo de comunicação visual
e representação grá�ca depende do tipo de projeto, de sua etapa e dos
clientes ou público alvo dos documentos.
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Para representar o projeto de um espaço e sua composição de materiais,
formas, cores, texturas e padrões, muitas ferramentas e processos podem ser
utilizados, desde croquis, maquetes físicas, até a representação visual por
meio de modelos digitais em CAD, BIM, entre outros. Os desenhos devem
apresentar o resultado de uma complexa coleta e análise de dados sobre os
materiais, e devem comunicar, por meio da imagem, todas as informações
pertinentes do projeto, podendo variar o grau de detalhamento.
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Geralmente, os croquis são realizados para expressar as primeiras ideias do
projeto e são importantes para o processo criativo e investigação de
possibilidades de aplicação dos materiais. Eles são úteis para realizar estudos,
explorar ideias e solucionar as justaposições e interfaces entres os materiais e
seus detalhes (BROWN, 2014).
As maquetes físicas são ferramentas que podem auxiliar o desenvolvimento
de soluções para os projetos. A utilização de escala e apresentação de
superfícies trabalhadas que representem os materiais pode auxiliar na
percepção do espaço. “Além disso, as maquetes podem servir para testar
ideias e conceitos alternativos sobre os materiais. Às vezes é útil combinar
esses métodos com a iluminação e a fotogra�a, a �m de explorar diferentes
aspectos do espaço projetado [...]” (BROWN, 2014, p. 120). As maquetes
eletrônicas são ferramentas fundamentais para a visualização do ambiente e
apresentação dos materiais. Elas con�guram um trabalho importante para a
compreensão do espaço e soluções projetuais, e suas possibilidades de
representação podem resultar em imagens realistas, com precisão de
acabamentos e detalhes. As maquetes eletrônicas facilitam a visualização da
escala do projeto, apresentam noção de volume e profundidade, e consegue
simular condições de iluminação e aplicação de materiais, cores, padrões e
texturas de uma maneira bem satisfatória.
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A partir da modelagem do projeto em uma visualização tridimensional, é
possível ainda otimizar a apresentação com o auxílio de softwares de
produção de imagens, como o CorelDraw ou Photoshop, e softwares de
renderização. A apresentação de projetos em maquetes tridimensionais é
uma importante ferramenta de apresentação dos materiais de acabamento
selecionados, e quali�cam o processo de projeto e representação grá�ca do
designer de interiores.
Outra ferramenta muito interessante para a comunicação visual dos materiais
que compõem o projeto são os quadros de mostruários ou moodboard. É uma
ferramenta que expressa o processo criativo do designer e apresenta de
Figura 4.13 - As maquetes eletrônicas são ferramentas importantes de
representação 
Fonte: Franck Boston / 123RF.
Figura 4.14 - As imagens otimizam o entendimento da aplicação de materiais
no ambiente 
Fonte: Victor Zastolskiy / 123RF.
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maneira conjunta os materiais e especi�cações de um projeto. Esse quadro
concentra todo o mostruário de materiais especi�cados, cores, acabamentos,
incluindo móveis, peças e metais sanitários. Os materiais devem ser
combinados e compostos em proporções adequadas e, claramente, devem
expressar o conceito do projeto (BROWN, 2014).
A ideia é que seja um modelo de representação criativa que mostre a
integração dos materiais e suas conexões. A utilização de imagens de outros
projetos, obras e materiais também podem ser utilizadas como referências de
aplicações e soluções.
Por �m, as ferramentas e instrumentos de comunicação visual conseguem
sintetizar muitas informações e dados buscados pelos projetistas na
elaboração e especi�cação de seus projetos. A utilização dessas ferramentas
amplia as possibilidades de organização de dados e auxilia na tradução visual
dos estilos e tendências buscadas pelos pro�ssionais, exempli�cando
visualmente as cores, texturas, características e formas dos materiais. Assim,
elas con�guram estratégias interessantesno exercício projetual, e são mais
simples de compreensão por parte dos clientes se comparados a dados e
termos técnicos.
Figura 4.15 - Exemplo de composição de moodboard de materiais de
acabamento 
Fonte: Elaborada pela autora.
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praticarVamos Praticar
As ferramentas de representação grá�ca são essenciais para a comunicação visual e
apresentação da identidade e conceito de projeto. Por meio desses modelos, é
possível estudar a aplicação de materiais e o resultado da união de seu conjunto.
Dessa forma, indique qual alternativa apresenta uma ferramenta de comunicação e
identidade visual utilizada para a apresentação de seleção e especi�cação de
materiais.
a) Moodboard.
b) Projeto executivo.
c) Planta baixa.
d) Planta de paginação de piso.
e) Elevações internas.
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indicações
Material
Complementar
FILME
Print the Legend
Ano: 2014
Comentário: Aos tratarmos sobre inovação e
desenvolvimento tecnológico no âmbito do design,
algumas técnicas e procedimentos se destacam. O
documento Print the legend (2014) aborda o contexto
criativo das impressões 3D, apontando um mercado
promissor que não envolve apenas questões de
inovação e tecnologia. Esse documentário provoca uma
re�exão acerca das produções tecnológicas, seu
impacto social e os aspectos questionáveis sobre a
indústria criativa.
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Para conhecer mais sobre o documentário, acesse o
trailer a seguir.
T R A I L E R
LIVRO
A psicologia das cores: como as cores afetam
a emoção e a razão
Editora: Gustavo Gili
Autora: Eva Heller
ISBN: 978-8565985079
Comentário: Entender como as cores afetam as
pessoas é o conceito que norteia o livro de Eva Heller. A
autora apresenta de forma inovadora a relação entre as
cores, as vivências pessoais e os simbolismos atribuídos
às linguagens sociais. O conteúdo apresentado é
baseado em ampla pesquisa e entrevistas e é
organizado em treze capítulos que expressam
informações e signi�cados de diferentes cores. É uma
leitura fundamental para os pro�ssionais que
trabalham e se interessam na aplicação de cores nos
materiais e ambientes.
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conclusão
Conclusão
Concluímos esse estudo apresentando como os materiais de acabamento
para projetos de design de interiores estão em constante evolução, visando
questões estéticas, de desempenho e de sustentabilidade. A inovação no
mercado da construção civil e design têm incorporado novos materiais e
novas tecnologias, possibilitando novas relações com o ambiente construído.
A partir do conhecimento da aplicabilidade de conceitos e da interpretação do
signi�cado do conjunto de materiais pelos usuários, compreendemos como
eles in�uenciam na apropriação do espaço. Por �m, analisamos as fontes de
referência para pesquisa de materiais e os modelos de comunicação visual
mais adequados para as etapas de projeto, capazes de representar os
materiais e seus diferentes usos nos projetos de interiores.
referências
Referências
Bibliográ�cas
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
BROWN, R. Materiais no design de interiores. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.
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CÂMARA BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO CIVIL (CBIC). Catálogo de inovação na
construção civil. Brasília: CBIC, 2016.
CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013.
GURGEL, M. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas
residenciais. 3. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.
SOUZA, E. Quais Materiais são mais fáceis de reciclar em uma construção?
ArchDaily Brasil, 2019. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/925361/quais-materiais-sao-mais-faceis-de-
reciclar-em-uma-construcao. Acesso em: 15 dez. 2019.
URIBE, B. Dez materiais inovadores que podem mudar a indústria da
construção. ArchDaily Brasil, 1 ago. 2016. Disponível em:
https://www.archdaily.com.br/br/792151/dez-materiais-inovadores-que-
podem-mudar-a-industria-da-construcao. Acesso em: 15 dez. 2019.
https://www.archdaily.com.br/br/925361/quais-materiais-sao-mais-faceis-de-reciclar-em-uma-construcao
https://www.archdaily.com.br/br/792151/dez-materiais-inovadores-que-podem-mudar-a-industria-da-construcao
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