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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE – Prof. Livia Beatriz Aula 3 – Personalidade Segundo a Psicanálise - Freud Freud • Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 em Freiberg, na Morávia (hoje Pribor, República Tcheca). Mudou-se com a família com 04 anos para Viena, onde permaneceu por quase 80 anos. • Quando nasceu seu pai tinha 40 anos e sua mãe 20 anos (Terceira esposa do pai). • Seu pai foi considerado por Freud, por vezes, autoritário e hostil, e lhe transmitiu os valores do judaísmo. • Sua mãe era carinhosa e convicta que Freud seria um grande homem. • Citação: “Um homem que foi indubitavelmente preferido da sua mãe fica a vida inteira com a noção de que é um conquistador, com aquela confiança de sucesso que muitas vezes induz a um êxito real” (JONES, E, 1953, p.5) • Desde pequeno apresentou alto grau de inteligência e foi estimulado pelos pais. • Ingressou o ensino médio um ano antes do habitual, era fluente em vários idiomas, e teve alguns interesses. • Decidiu-se pela Medicina acreditando que, a partir dela, poderia realizar pesquisas científicas (1873) • Apaixonado pela teoria biológica de Darwin, em 1877 estuda o funcionamento específico das células nervosas (neurônios) a partir da vida das enguias. Estudou nos institutos de zoologia e fisiologia. • Conhece Josef Breuer no instituto de fisiologia. • 1885, já interessado pelos quadros de Histeria, viaja para Paris para estudar com Jean Martin Charcot. • 1891 já tratava na sua clínica mulheres vienenses que sofriam de distúrbios histéricos, “doente dos nervos”. • Nesta época passa a utilizar a hipnose como forma de tratamento. • Trabalhando com Breuer abandona progressivamente a hipnose e o método catártico (catarse, ab-reação). • Por fim, cria o método da associação livre e a psicanálise. • Publica em 1900 a obra inicial da Psicanálise: A interpretação dos sonhos. • Até 1915 a Psicanálise se expandiu para países como Inglaterra, Hungria, Alemanha, Suíça. As primeiras dissidências datam desta época. • Em 1930 ocorre as primeiras cisões entre os grupos o que demonstrava a força da psicanálise como um movimento no mundo. • Desde 1923 descobriu um tumor maligno do lado direito do palato. Foi submetido a 31 operações e passou a utilizar uma prótese que o deixava com dificuldades para falar. • 1938 Freud deixa Viena por causa da invasão da Áustria pelas tropas alemãs. Passa a residir em Londres, escreve Moisés e o monoteísmo. • Em 21 de setembro de 1939, em conversa com seu médico (Max Schur), apela de que havia chegado a sua hora. • Recebe uma injeção de morfina e entra em coma, morre em 23 de setembro. Teoria da Personalidade – Freud • O que é Psicanálise? ➢ A Psicanálise é um método de investigação que consiste em evidenciar o significado do INCONSCIENTE, através do discurso, das palavras, ações, produções: sonhos, lapsos, chistes, delírios de um sujeito. ➢ É um método psicoterápico que oferece um tratamento. ➢ É um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas inferidos a partir da experiência clínica. ➢ A psicanálise é uma teoria e uma prática clínica. Esta teoria/clínica sustém que a personalidade é o resultado da interação entre os conflitos internos (instâncias psíquicas) e as demandas externas. ➢ A psicanálise afirma que há impulsos e pensamentos fora da nossa consciência (inconscientes) que guiam e marcam a nossa personalidade. ➢ Pulsão – É o elemento básico da personalidade, a força motivadora que impulsiona o comportamento e determina a sua direção. Energia fisiológica transformada que liga o somático ao psíquico. A Descoberta do Inconsciente • O que é o inconsciente? ➢ Um adjetivo para tratar tudo aquilo que se encontra fora do campo da consciência. ➢ No sentido tópico designa um dos sistemas do aparelho psíquico, constituído por conteúdos recalcados. ➢ Seus conteúdos são representantes da pulsão – fronteira entre o somático e o psíquico. ➢ Quando super investidos pela energia pulsional os conteúdos procuram retornar à consciência, mas só podem apresentar-se depois de uma formação de compromisso, por causa da censura (resistência). Teoria da Personalidade – Freud • Primeira Tópica do Aparelho Psíquico (1900-1920): Consciente, Pré-consciente e Inconsciente. ➢ Consciente: é o nível mais visível dos nossos pensamentos, podemos acessá-lo através de um exercício de reflexão, a parte consciente da nossa mente engloba os nossos desejos racionais e ideias mais explícitas. ➢ Pré-consciente: este extrato da mente humana é considerado a ponte entre os pensamentos diretos e os impulsos mais subconscientes. Neste nível, encontramos pensamentos um pouco mais difíceis de acessar. ➢ Inconsciente: Certos conteúdos só se tornam acessíveis à consciência depois de superadas as resistências. A vida psíquica é cheia de pensamentos eficientes, embora inconscientes, que produzem sintomas. É um lugar psíquico particular que deve ser concebido não como uma segunda consciência, mas como um sistema conteúdos e mecanismos específicos. ➢ As elaborações efetuadas na primeira tópica (1900-1920) colocam em cena a ideia de um sujeito caracterizado pela ruptura, pelo estiramento. A formulação do aparelho psíquico composto por três sistemas – o consciente, o pré-consciente e o inconsciente – remetem precisamente à noção de divisão e descentramento do sujeito. • Segunda Tópica do Aparelho Psíquico: ID ou Isso, EGO ou Eu, SUPEREGO ou Supereu. (1923) ➢ ID - Constitui o polo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro, recalcados e adquiridos. ➢ Ego – Esta instância é responsável por nos conectar com a realidade que nos rodeia, entendemos, pois, que o Ego funciona graças ao princípio de realidade. O objetivo do Ego é satisfazer os desejos do ID, usando como ferramentas a realidade da qual dispomos. O princípio de realidade analisa a situação e toma decisões com base nos custos e benefícios de cada ação. O Ego regula os instintos e desejos do ID. ➢ Superego – Esta instância inclui as ideias éticas e morais de cada indivíduo. O Superego também controla os impulsos do ID, no entanto, esse controle é feito através do Ego e da consciência moral. Segundo Sigmund Freud, este elemento não nos acompanha desde que nascemos, sendo algo que aprendemos através dos pais e outras figuras de autoridade. • Estágios do Desenvolvimento Psicológico e Sexual (1905) ➢ Segundo a teoria freudiana, o comportamento das pessoas é fortemente influenciado pela busca de prazer durante a infância em distintas zonas erógenas do corpo. Segundo a etapa evolutiva na qual a criança se encontra, a zona erógena será diferente. Além disso, se ocorrer demasiada gratificação ou um sentimento de frustração repentina numa etapa concreta, o desenvolvimento da personalidade será de um tipo específico durante a idade adulta. • Fases do Desenvolvimento Infantil: Oral, Anal, Fálica, Latência e Genital. ➢ Etapa Oral: nessa etapa inicial, a zona erógena implicada é a boca. É estabelecida desde o nascimento até passado o primeiro ano (desmame). Aspectos da personalidade: otimismo, dependência, hostilidade, agressividade. ➢ Etapa Anal: esta fase se prolonga desde o primeiro ano até aos 04 anos. É caracterizada por experimentar com a retenção e expulsão de fezes e centra o prazer no ânus. Responsável pelos aspectos da personalidade como: teimosa, rígida, obstinada, conscienciosa. ➢ Etapa Fálica: Fase entre os 04 e os 07 anos de idade, a criança tem o foco de prazer no falo e nos genitais. Aspectos da personalidade: declínio do complexo de Édipo, identificações e Superego. ➢ Latência: durante esta etapa (desde os 7 anos até o início da adolescência) não existe um foco de prazer erógeno concreto, Freud acreditava que a pulsão sexual estava investida na cultura, na aprendizagem e em outros interesses. ➢ Etapa Genital: Últimaetapa, começa na puberdade, neste momento o adolescente precisa se adaptar às sanções e tabus sociais, é capaz de sublimar os impulsos do ID e obtém satisfação no amor e no trabalho/estudo.
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